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____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ Dentro da célula tudo é extremamente dinâmico, vão se transformando a todo tempo, as moléculas interagem, e isso depende de uma série de condições ideais para a célula. ♥ Toda célula eucarionte possui seu material genético dentro de um núcleo, delimitado por uma dupla bicamada lipídica. ♥ O interior do núcleo possui uma característica mais eletronegativa, mais ácida, por conta disso atrai proteínas com caráter básico. ♥ O núcleo pode ser visualizado com microscopia, quando corado com hematoxilina fica azul/roxo. ♥ Durante o processo evolutivo, os elementos primordiais (CHONPS) começaram a se juntar em busca de estabilidade química e formaram as macromoléculas, que formaram os primeiros seres chamados procariotos, que não tinha núcleo. ♥ Posteriormente, durante o processo evolutivo, a membrana desse procarioto começou a se invaginar em volta do material genético, que era livre no citoplasma primordial, e o englobou. Por isso o núcleo possui duas bicamadas lipídicas com a mesma composição da membrana plasmática. Núcleo – c lulas eucariontes Núcleo – c lulas eucariontes: Origem ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ Formado por uma dupla bicamada lipídica: membrana nuclear interna (em contato com o interior do núcleo) e membrana nuclear externa (em contato com o citoplasma). Envelope nuclear = membrana interna + membrana externa ♥ Entre as duas bicamadas possui um espaço, chamado espaço perinuclear, para o qual ainda não se descobriu função. ♥ O núcleo possui um sistema de poros, que é altamente seletivo com relação ao que entra ou sai, já que guarda o DNA. Esses poros são formados por proteínas transmembranares. ♥ Dentro do núcleo tem filamentos intermediários que ajudam a manter uma estrutura redondinha. É formado por proteínas chamadas lâminas, o conjunto de lâminas é denominado lâmina nuclear. ♥ No núcleo também está o DNA disperso, com uma parte menos eletrodensa, descondensada (cromatina mais frouxa, mais clara) – eucromatina -, e uma parte condensada – heterocromatina (mais escura). ♥ Essa parte central, que forma uma região mais esférica é chamada de nucléolo, ele fica assim porque é uma região do DNA onde há uma ampla transcrição de RNAs ribossomais. Estrutura do Núcleo ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ O núcleo é circundado por um envelope nuclear formado por duas membranas concêntricas (dupla bicamada lipídica). O envelope nuclear é perfurado em intervalos por poros nucleares. ♥ O poro nuclear é formado por um complexo de proteínas da mesma família, chamadas nucleoporinas. ♥ Os grandes e elaborados complexos do poro nuclear (NPCs, de nuclear pore complexes) perfuram o envelope nuclear em todas as células eucarióticas. Cada NPC é composto de um conjunto de cerca de 30/40 diferentes proteínas, ou nucleoporinas. ♥ As NPCs possuem sua maior parte compactada, com dobramentos, como ocorre numa proteína comum, com sua estrutura ativa, porém, tem uma parte dela, que fica voltada para o citoplasma e outra que fica voltada para o núcleo que é desorganizada, permanecendo em estrutura primária, chamadas fibrilas citoplasmáticas e fibrilas nucleares. ♥ A junção das fibrilas nucleares forma o que chamamos de cesta nuclear, porque parece uma cesta. ♥ As fibrilas têm uma função muito importante, é a partir delas que as moléculas que entram no núcleo vão interagir. Estrutura do Núcleo – envelope nuclear Poro Nuclear Cesta nuclear Estrutura do Núcleo – poro nuclear ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes Lâmina nuclear: Rede fibrosa de proteínas, composta por filamentos intermediários formados a partir das laminas nucleares, que ajuda a dar sustentação ao núcleo e ancorar o DNA A progéria é uma síndrome rara de envelhecimento acelerado com manifestação precoce na infância, levando a morte prematura (em média 12 anos, comumente por doença arterial coronariana e cerebrovascular). A progéria é causada por uma mutação esporádica do gene LMNA que codifica uma proteína (lâmina A) que prepara o sequenciamento molecular do núcleo da célula. Proteínas anômalas levam a instabilidade nuclear da divisão celular e morte precoce das células do corpo. Os sinais e sintomas da progéria se desenvolvem aos 2 anos e incluem: • déficit de crescimento (p. ex., baixa estatura, erupção dentária retardada), • anormalidades craniofaciais (p. ex., desproporção craniofacial, micrognatia, nariz adunco, macrocefalia, fontanelas grandes) • mudanças físicas do envelhecimento (p. ex., pele seca, calvície, diminuição da amplitude de movimento articular, pele grossa que se assemelha a esclerodermia) É importante observar que outros problemas associados ao envelhecimento Estrutura do Núcleo – lâmina e nucleoplasma Lamina nuclear Progéria ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes normal não estão presentes (p. ex., maior risco de câncer, artrite degenerativa). Não há nenhum tratamento conhecido para a progéria. ♥ Nem tudo pode passar de maneira passiva pelo núcleo, somente moléculas muito pequenas, o que não é o caso das proteínas. ♥ Lembrando que o processo de tradução da proteína acontece no citoplasma, se tem proteína no núcleo é porque ela entrou de alguma forma. ♥ As proteínas conseguem entrar no núcleo por possuírem uma sequência sinal de aminoácidos chamada sequência de importação nuclear. E para sai possuem uma sequência de exportação nuclear. ♥ As proteínas entram no núcleo para realizarem alguma função específica, após realizar esta função, ela fica inativa ou sai do núcleo. ♥ As importinas são receptores de transporte nuclear que reconhecem a sequência sinal de importação e conduzem a proteína para os poros no núcleo. ♥ Nos poros nucleares as importinas interagem com as fibrilas citosólicas das nucleoporinas e levam a proteína para dentro do núcleo. Estando lá dentro, ela se solta da proteína e volta para o citoplasma, onde estará livre para interagir com outra proteína. Transporte através da membrana nuclear: sequência sinal Transporte através da membrana nuclear: Importinas ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ Para que a proteína saia do núcleo, além da proteína carreadora exportina (que reconhece a sequência sinal de exportação), é necessário o gasto de energia. ♥ A exportação da proteína para fora do núcleo depende de um gasto energético, quem fornece essa energia é uma Ran-GTP, uma molécula que fornece energia. ♥ O DNA está dentro do núcleo, parte dele está condensada – heterocromatina – e outra parte está descondensada – eucromatina.A heterocromatina está condensada pois não tem muitos genes nessa região. ♥ “O nucléolo é uma fábrica produtora de ribossomos”. Transporte através da membrana nuclear: Exportinas Componentes do Núcleo – DNA ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes No nucléolo é feita a leitura dos genes de RNA ribossomais, pois são montados nessa região. O nucléolo é uma região onde partes de diferentes cromossomos portando genes para o RNA ribossomal se agrupam. Nesta região, os RNAs ribossomais são sintetizados e combinados com proteínas para formar os ribossomos, a maquinaria de síntese proteica das células. A vida depende da capacidade das células em armazenar, recuperar e traduzir as instruções genéticas necessárias para produzir e manter o organismo vivo. Resumindo, sem DNA não há vida, as células não conseguiriam desempenhar suas funções. ♥ Em 1869, o bioquímico suíço Friedrich Miescher (1844-1895) isolou, de núcleos de células, um ácido que continha fósforo e nitrogênio, que denominou nucleína. ♥ Richard Altmann (1852 – 1900), que era aluno de Miescher, obteve a nucleína com alto grau de pureza, comprovando sua natureza ácida e dando-lhe, então, o nome de ácido nucléico. DNA: Descoberta da estrutura ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ Um médico britânico chamado de Fred Griffith fez uma descoberta fantástica no final da década de 1920. Ele descobriu que esse material genético influenciava na capacidade de virulência de alguns patógenos, que algumas informações e funções estavam relacionadas a esse material genético. ♥ Oswald Avery, MacLeod e McCarty demonstraram que o DNA é o material genético. Esses pesquisadores prepararam um extrato da cepa S causadora de doença e mostraram que o “princípio transformante” que iria mudar permanentemente a cepa de pneumococo R inofensiva na cepa S patogênica era o DNA. Essa foi a primeira evidência de que o DNA poderia servir como material genético. ♥ Anos depois, apenas na década de 50, Watson e Crick descobriram a estrutura em dupla hélice com uma maquete. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ O DNA é uma repetição de nucleotídeos, repetidos milhões de vezes. ♥ Um nucleotídeo é formado por 3 moléculas: grupo monofosfato, desoxirribose (açúcar – pentose) e base nitrogenada (Citosina, Timina, Guanina, Adenina). Qual a estrutura básica do DNA? Nucleotídeo Qual a estrutura do nucleotídeo? Monofosfato, açúcar e base nitrogenada ♥ Na parte externa ficam o açúcar e o grupo fosfato e na parte interna as bases nitrogenadas, se ligando umas às outras. ♥ Guanina e Citosina se ligam pois possuem afinidade entre si, quimicamente falando, e ambas podem formar três ligações de hidrogênio para ficar estáveis. ♥ Da mesma maneira Adenina e Timina, além da afinidade química, ambas podem formar duas ligações de hidrogênio. Estrutura do DNA: Nucleotídeos ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ Pode ocorrer de uma base reagir com outra de forma incomum, a célula possui mecanismo de reparo para isso, pois uma molécula que pode fazer três ligações fazendo duas fica instável. Ou seja, a estabilidade depende dessas ligações. Interações para estabilização 1) Os nucleotídeos se ligam através de uma ligação que acontece entre o açúcar de um e o fosfato do outro, chamada ligação fosfodiéster. 2) Entre o açúcar e a base nitrogenada acontece (no mesmo nucleotídeo) uma ligação chamada ligação N-glicosídica, entre um carbono do açúcar e um nitrogênio da base nitrogenada. 3) O terceiro tipo de ligação que estabiliza essas moléculas é entre as bases nitrogenadas, as ligações de hidrogênio. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes Essas três ligações permitem a formação da estrutura do DNA em dupla hélice. Fendas ♥ O ângulo de rotação da estrutura dupla hélice permite a formação de duas fendas, uma maior e uma menor. ♥ O ângulo no qual os dois açucares se projetam dos pares de bases é cerca de 120º (O ângulo entre as ligações glicosídicas) ou de 240º (O ângulo mais aberto). Compactação ♥ Para que o DNA seja organizado, na replicação celular, ele precisa de um nível de compactação. ♥ O DNA é compactado por proteínas chamadas Histonas. Elas se ligam quimicamente ao DNA formando ligações de hidrogênio, principalmente entre o açúcar e o grupo fosfato. Além das ligações de hidrogênio ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes podem ocorrer outros tipos de interações, como ligações iônicas, interações hidrofóbicas etc. ♥ Em cada nucleossomo, 142 ligações de hidrogênio são formadas entre o DNA e o cerne de histonas. ♥ Quase metade dessas ligações forma- se entre os aminoácidos da estrutura das histonas e a cadeia principal açúcar-fosfato do DNA. Histonas ♥ As histonas são proteínas bem pequenas, que passam facilmente pelos poros nucleares, compostas por aminoácidos básicos, principalmente Lisina e Arginina (todas possuem esses aminoácidos, umas em maior e outras em menor quantidade). ♥ As histonas interagem com o DNA principalmente por causa de sua característica básica (pois o DNA é ácido, os opostos se atraem). ♥ As histonas têm regiões de sua estrutura tridimensional e sequência de aminoácidos em comum, como pode ser visto na imagem acima. Além disso, todas possuem uma cauda N- terminal que não se enovela, ou seja, uma parte que sempre fica em estrutura primaria, e isso é extremamente importante para a função que desempenham. Heterodimerização das histonas ♥ No DNA as histonas (H2A, H2B, H3 e H4) sempre aparecem em dupla, formando um octâmero de histonas que enovelam um trecho do DNA, ou seja, quando se juntam conseguem ter uma atração por uma parte do ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes DNA que faz uma volta em torno delas, formando o cerne de histonas. ♥ O octâmero de histonas envolto por um trecho do DNA é o que chamamos de nucleossomo. ♥ O nucleossomo é composto por um cerne octamérico de proteínas histonas ao redor das quais se enrola a dupla-hélice de DNA. ♥ As caudas N-terminal que não se compactam ficam para fora do nucleossomo, elas vão sofrer uma alteração química que vai mudar a compactação do DNA. A histona H1 não faz parte do octâmero, sua função é estabilizar a interação entre o octâmero e o DNA que está em volta dele. ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes ♥ Caso ocorra uma falha nas histonas,essa região ficará menos compactada, ocasionando um aumento na leitura de alguns genes daquela região ♥ O octâmero geralmente está interagindo com o DNA na região da fenda menor. ♥ Caso haja a necessidade de leitura dos genes que estão numa região condensada, é necessário que as histonas se dissociem do DNA ou que ocorra um afrouxamento, e isso tem que acontecer de maneira natural. Mecanismos de afrouxamento entre histonas e DNA 1) Complexo de remodelagem da cromatina dependente de ATP Mediado por um complexo proteico que afrouxa a interação do DNA com as histonas. 2) Modificação das histonas ____________________________________________________________________________________________________ Medicina – 2º Semestre - BCM – Bases Celulares e Moleculares Stephani Fernandes - @ste.fernandes Ocorre a alteração dessas ligações através da modificação das próprias histonas. ♥ Esta alteração é chamada de modificação epigenética. São alterações químicas que acontecem no DNA ou nas histonas, sem alterar a sua sequência de bases. ♥ Essas alterações químicas acontecem na cauda N-terminal das histonas, mudando a conformação do octâmero, afrouxando ou compactando, através de 3 processos: • Metilação – geralmente deixam o nucleossomo mais compactado. • Fosforilação • Acetilação – fornece uma carga mais negativa, afrouxando o nucleossomo.
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