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www.escolatecnicasandrasilva.com.br Curso Técnico Mecânica EAD Guia de Estudo PROCESSOS DE FABRICAÇÃO I 2 ÍNDICE CAPÍTULO 1 TORNO MECÂNICO 1.1 – CONCEITO .......................................................................................... 3 1.1.1 – EMPREGO ........................................................................................... 3 1.2 – TORNO PARALELO UNIVERSAL .............................................................. 3 1.3 – NOMENCLATURA ................................................................................. 4 1.4 – ACESSÓRIOS ...................................................................................... 6 1.5 – OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS NO TORNO ................................................ 7 1.6 – FERRAMENTAS DE CORTE DO TORNO MECÂNICO ..................................... 8 1.7 – FLUIDOS DE CORTE ............................................................................. 9 1.8 – VELOCIDADE DE CORTE LINEAR .......................................................... 10 1.9 – COLAR MICROMÉTRICO ...................................................................... 11 1.10 – TORNEAMENTO CÔNICO ..................................................................... 12 1.11 – EXERCÍCIOS ....................................................................................14 CAPÍTULO 2 ROSCAS 2.1 – CONCEITO ........................................................................................ 23 2.2 – FINALIDADE DAS ROSCAS NA CONSTRUÇÃO MECÂNICA ......................... 23 2.3 – ELEMENTOS CARACTÉRISTICOS DAS ROSCAS ....................................... 25 2.4 – NOMENCLATURA DAS ROSCAS ............................................................ 26 2.5 – TIPOS DE ROSCAS ............................................................................. 27 2.6 – CALIBRES DE ROSCAS ....................................................................... 29 2.7 – CAIXA NORTON ................................................................................. 32 2.8 – CÁLCULOS NECESSÁRIOS PARA CONFECÇÃO DE ROSCAS ....................... 33 2.9 – TABELAS .......................................................................................... 34 2.10 – EXERCÍCIOS ..................................................................................... 36 BIBLIOGRAFIA ..... ............................................................................................... 42 3 CAPÍTULO 1 TORNO MECÂNICO 1.1 Conceito - Torno mecânico é a máquina-ferramenta, destinada a trabalhar uma peça animada de movimento de rotação, por meio de uma ferramenta de corte. Esta ferramenta pode trabalhar deslocando-se paralela ou perpendicularmente ao eixo da peça. 1.1.1 Emprego - O torno executa qualquer espécie de superfície de revolução uma vez que a peça que se trabalha tem o movimento principal de rotação, enquanto a ferramenta possui o movimento de avanço e translação. O trabalho abrange obras como eixos, polias, pinos e toda espécie de peças roscadas. Além de tornear superfícies cilíndricas externas e internas, o torno poderá usinar superfícies planas no topo das peças (facear), abrir rasgos ou entalhes de qualquer forma, ressaltos, superfícies cônicas, esféricas e perfiladas. Qualquer tipo de peça roscada, interna ou externa, pode ser executada no torno. Além dessas operações primárias ou comuns, o torno pode ser usado para furar, alargar, recartilhar, enrolar molas, etc. 1.2 TORNO PARALELO MECÂNICO UNIVERSAL Estes tornos possuem um cabeçote fixo com caixa de mudança de marchas por meio de engrenagens denominadas monopolias. A caixa de engrenagens tipo "NORTON" é usada para abrir roscas dando de imediato o número de fios por polegadas ou milímetros, por meio de uma alavanca que corre ao longo da abertura da caixa. Realiza- se esta operação fazendo a ligação das rodas dentadas para o passo que se deseja obter, de acordo com uma tabela colocada ao lado da referida caixa e o eixo de ligação do comando automático do carro, e por meio de um dispositivo denominado fuso. 4 1.3 NOMENCLATURA DO TORNO MECÂNICO O torno é formado por diversas partes que são unidas por muitos órgãos de ligação. No torno de produção moderna quase todos os órgãos em movimento não estão à vista, mas são protegidos por caixas para preservar o operador de acidentes, segundo as normas contra acidentes e para dar à máquina, um perfil estético funcional. É obvio que, para compreensão, suas partes sejam abordadas com a exata nomenclatura. Assim, as partes principais são: os pés, o barramento, os carros, a espera, os cabeçotes, o fuso, a vara, as grades, o indicador de quadrantes, o copiador para cones, o esbarro para movimento automático etc. Pés(base) Solidamente fixados no solo da oficina, sustentam todas as peças do torno. Barramento São superfícies planas e paralelas que suportam as partes principais do torno, servindo de guia para o carro e cabeçote móvel no deslizamento longitudinal. Há dois tipos de barramento: o liso e o prismático. Na parte superior do barramento existem guias com perfis trapezoidais que, além de resistirem à pressão de trabalho do carro, servem também para o perfeito alinhamento entre os cabeçotes, fixo e móvel. Na parte inferior do barramento existe a cremalheira para o movimento manual do carro longitudinal. Alguns tornos possuem no barramento uma abertura chamada "cava", que serve para aumentar a capacidade do torno no torneamento de peças de grandes diâmetros, sendo para isto necessário a retirada do "calço da cava". Carro Longitudinal É uma das partes principais do torno que se desloca ao longo do barramento conduzindo o carro transversal, a espera eo porta-ferramentas, manual ou automaticamente. Na parte posterior do carro há o avental que serve para alojar as alavancas e volantes. Esses comandos com alavancas e volantes servem para executar os movimentos dos carros longitudinal e transversal manualmente através do fuso e cremalheira. Existe ainda, no interior do avental, o mecanismo automático dos carros, composto de engrenagens, que recebe o movimento do fuso e da vara. O movimento do fuso é transmitido ao carro por meio de uma porca bipartida que é utilizada na operação de abrir rosca. 5 Carro Transversal Situado sobre o carro longitudinal, pode movimentar-se manualmente ou automaticamente no sentido transversal, por meio do mecanismo do avental e possui um colar micro-métrico, que nos permitem regular a profundidade do corte. Carro Superior Situada sobre o carro transversal recebe o suporte para ferramentas e tem na base um círculo graduado que nos dá o ângulo desejado para o torneamento cônico manual, através de um parafusos laterais que nos permite gira para direita ou esquerda. Cabeçote Fixo É um conjunto de peças sobre o barramento à esquerda do operador. Tem como finalidade principal, transmitir movimento de rotação à peça, ao fuso e à vara. a) Corpo do cabeçote fixo: constituído normalmente de ferrofundido (FoFo) de liga especial e tem como função suportar os elementos do cabeçote, bem como de manter oóleo lubrificante no seu interior. b) Eixo árvore: É a peça principal constituída normalmentede aço forjado SAE3240, tendo as extremidades apoiadassobre mancais e uma das extremidades, geralmente, ros cada onde se fixa a placa. c) A árvore, devido a sua forma oca, permite o torneamento de peças de grandes comprimentos, e por possuir a parte frontal cônica, permite adaptação de pontos, mandris e pinças. Cabeçote Móvel É um conjunto de peças que desliza sobre as guias do barramento, destinado a apoiar peças, principalmente quando entre pontos, e em alguns casos, prender e conduzir ferramentas de corte como brocas, alargadores, etc. É composto de base, corpo,canhão ou magote com volante e dispositivo de fixação. a) Base É uma placa de ferro fundido que assenta nas guias do barramento. b) Corpo É um suporte de construção sólida para o alojamento de um cilindro, que se encontra rigorosamente alinhado com a árvore do cabeçote fixo. O corpo desloca-se transversalmente sobre a base. Ajusta-se sua posição em alinhamento com a árvore ou desalinha-se em caso de torneamento cônico. Esta ajustagem é realizada por meio de parafusos laterais entre a base e o corpo. c) Canhão ou mangote É um tubo cilíndrico, provido de uma porca que se desloca axialmente dentro do cabeçote; este movimento resulta da transformação de rotação de um fuso apoiado no mancal na extremidade e movido por meio de um volante. Há cabeçotes, em tornos pesados, onde o próprio mangote é o fuso, enquanto o volante faz o papel de porca. Na extremidade do canhão ou mangote, existe um cone interno para colocação de pontos, buchas, etc. Esta conicidade é de 3o. d) Dispositivo de fixação É composto por um ou mais parafusos com sapata que serve para a fixação em qualquer parte do barramento. 6 Fuso É um vergalhão cilíndrico, provido de rosca em quase toda sua extensão, a qual corresponde ao curso útil do carro longitudinal. Esta rosca é, geralmente, de perfil trapezoidal ou quadrado. A rotação do fuso é transmitida a uma porca bipartida, montada no interior do carro, e serve para transformar o movimento rotativo do fuso, em um movimento longitudinal do carro sobre o barramento. Nos tornos antigos, todos os movimentos de avanços do carro realizavam-se pelo fuso. Tal uso permanente resultava em desgaste relativamente rápido da rosca do fuso e da porca bipartida prejudicando a precisão das roscas que eram abertas. Assim, o fuso deve ser utilizado exclusivamente para abrir roscas. Vara Substitui o fuso para a realização dos avanços necessários ao torneamento liso. É o segundo elemento para conduzir a rotação da caixa de mudanças rápidas para o carro. É constituída de um vergalhão cilíndrico liso que tem em quase todo o seu comprimento, um rasgo de chaveta, a qual se encontra no interior do carro. Esta chaveta serve para movimentar o carro durante o torneamento automático. 1.4 ACESSÓRIOS: Esbarros São dispositivos que, fixados em determinados pontos do barramento, limitam o curso do carro longitudinal, permitindo que durante a usinagem de peças em série sejam padronizadas as suas dimensões. Placas São dispositivos fixados à árvore que servem para prender peças no torno. Placa de castanhas independentes- Aplica-se nos trabalhos de peças irregulares, os recortes concêntricos traçados na face da placa, permitem centralizar aproximadamente peças sem auxílio do graminho ou de outro dispositivo qualquer. Placa de castanha universal - São as mais comuns, contêm três ou quatro castanhas que se movem em conjunto, aplicadas em peças cilíndricas ehexagonais, podem ser centradas 7 nas placas universais, porque as três castanhas movem-se em conjunto, automaticamente, centralizando a peça com alguns milésimos da polegada ou milímetro de tolerância. Grampos arrastadores (cavalinhos) São dispositivos usados para arrastar peças na usinagem entre pontos. Lunetas São acessórios utilizados para apoiar peças de grande comprimento. A luneta pode ser fixa ou móvel. Luneta fixa é presa no barra mento e possui três castanhas reguláveis por parafusos e a parte da peça que nela se apóia deve estar previamente usinada, caso a peça não puder ser usinada antes, o apoio deve ser lubrificado com óleo ou graxa. Luneta móvel é presa no carro longitudinal geralmente possui duas castanhas.Ela apóia a peça durante todo o curso da ferramenta de corte. Pontos Servem para apoiar peças nas extremidades, principalmente no torneamento entre centros. Graminhos São instrumentos empregados para traçar linhas em superfícies horizontais e verticais, transportar alturas, verificar o grau de excentricidade peças no torno. 1.5 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS NO TORNO Tornear É desbastar a superfície externa ou interna de um sólido. Esta operação é obtida pelo deslocamento da ferramenta paralelamente ao eixo de rotação da peça . Torneamento Paralelo Éa operação que consiste em dar forma cilíndrica a um material em rotação submetida à ação de uma ferramenta de corte. O torneamento paralelo pode ser: 1)Torneamento paralelo externo: É uma das operações mais executadas no torno mecânico, para se obter formas cilíndricas definitivas (eixos e buchas) como também preparar o material para outras operações. 2 )Torneamento paralelo interno Consiste em construir uma superfície cilíndrica interna pela ação da ferramenta, deslocando-se esta paralelamente ao eixo da peça. Esta operação é conhecida também como BROQUEAR. É executado no torneamento de buchas, furos e polias, de engrenagens, furos roscados, etc. Facear É desbastar a superfície plana que constitui a base de um sólido. E serve para se obter referência confiável para medição de comprimento ou de uma furação. Broquear É desbastar a superfície interna de um sólido utilizando ferramenta de tornear interna. 8 Rosquear (Roscar) É a operação que consiste em abrir rosca (hélice profunda) em uma superfície externa ou interna de um cilindro ou de um cone. Sangrar É uma operação que consiste em abrir canais em peças no torno mecânico com uma ferramenta especial denominada BEDAME, que penetra no material perpendicularmente ao eixo do torno. Cortar É a operação que consiste em cortar (seccionar) uma peça no torno, com uma ferramenta especial chamada bedame. Recartilhar É a operação que consiste em reproduzir estrias em uma peça com um suporte tipo recartilha. Tornear Cônico Operação obtida pelo deslocamento da ferramenta obliquamente ao eixo da peça. Perfilar É o torneamento de superfície de formato especial. 1.6 FERRAMENTAS DE CORTE DO TORNO MECÂNICO Ferramenta é tudo que serve para cortar o material no decorrer da usinagem. CONSTRUÇÃO E AFIAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE CORTE Quanto ao material de que são feitas, as ferramentas classificam-se em comuns e especiais: As ferramentas comuns são feitas de aço carbono ou de aço rápido e podem ser construídas pelo próprio torneiro ou adquiridas prontas como é o caso dos "Bits"comuns. As ferramentas especiais são constituídas de ponta de metal duro, ponta de cerâmica e ponta de diamante, sendo o corpo de aço. Os materiais mais comuns das unhas das ferramentas de corte do torno mecânico são a vídia, pastilhas intercambiáveis etc. PRINCIPAIS GRUPOS DE FERRAMENTAS As ferramentas de corte do torno mecânico podem ser classificadas em quatro (4) grupos: a) Ferramentas para Tornear Externamente b) Ferramentas para Tornear internamente c) Ferramentas para roscar d) Ferramentas de forma 9 Ângulos As ferramentas para penetrarem no material a ser atacado necessitam satisfazer duas condições: O material da ferramenta precisa ser mais duro que o atacado; e É necessário a ferramenta ter forma adequada para facilitar a penetração, sem contudo, se partir sob a resistência do material atacado. A única forma geométrica que satisfaz a esta condição é a cunha. Quanto mais fina, maior sua capacidade de penetração no material, porém menor é a sua própria resistência. a) Ângulo de incidência ou folga frontal: É o ângulo formado entre a parte frontal da ferramenta e o plano de tangência com a peça. b) Ângulo de saída É o ângulo formado entre a face superior da cunha e o plano horizontal da ferramenta. O ângulo de saída pode se: positivo, nulo e negativo. c) Ângulo de cunha ou folga lateral É o único ângulo do gume da ferramenta que se pode medir diretamente, por se formar entre duas superfícies da ferramenta. Deledepende não só a capacidade de penetração, como também a resistência e a dureza do material da peça. d) Ângulo de Corte É o ângulo formado pela soma dos dois ângulos, ou seja, o frontal mais o da cunha. 1.7 Fluidos de Corte Os fluidos de corte geralmente empregados são: a) Fluidos refrigerantes Usam-se de preferência: I) Ar insuflado ou ar comprimido, mais usados nos trabalhos de rebolos; II) Água pura ou misturada com sabão comum, mais usados nas afiações de ferramentas nos esmeris. Não é recomen dável o uso de água como refrigerante, nas máquinas-fer- ramenta, por causa da oxidação das peças. b) Fluidos lubrificantes Os mais empregados são os óleos. São aplicados, geralmente, quando se deseja dar passes pesados e profundos nos quais a ação da ferramenta contra a peça produz calor, por motivo da deformação e do atrito da apara (cavaco) sobre a ferramenta. I) Função lubrificante: Durante o corte, o óleo forma uma película entre a ferramenta e o material, impedindo quase totalmente o contato direto entre os mesmos. II) Função anti-soldante Algum contato, de metal com metal, sempreexiste em áreas reduzidas. Em vista da alta temperatura nestas áreas, as partículas de metal podem soldar-se à peça ou à ferramenta, prejudicando o seu corte. Para evitar isto adicionam-se ao fluido, enxofre, cloro ou outros produtos químicos. c) Fluidos refrigerantes - lubrificantes Estes fluidos são, ao mesmo tempo, lubrificantes e refrigerantes, agindo, porém muito mais como refrigerante, em vista de conterem grande proporção de água. São usados, de 10 preferência, em trabalhos leves. O fluido mais utilizado é uma mistura, de aspecto leitoso, contendo água (como refrigerante) e 5 a 10% de óleo solúvel (como lubrificante). O uso dos fluidos de corte na usinagem dos metais, concorre para maior produção, melhor acabamento e maior conservação da ferramenta e da máquina. Óleos de corte Devem ter grande poder lubrificante para permitir que a ferramenta corte com o menor esforço possível e melhor acabamento. Não confundir fluídos de corte com óleo de corte. Fluídos de corte normalmente são o querosene puro e óleos solúveis em água e têm grande poder de refrigeração. O óleo para corte não deve se emulsionar na água (ter aspecto leitoso) e possuir boa viscosidade. 1.8 VELOCIDADE LINEAR DE CORTE Na tornearia, a velocidade de corte obedece ao mesmo princípio da velocidade linear. Sendo o diâmetro da roda representado pelo diâmetro da obra, e o espaço percorrido, pelo número de metros ou pés por minuto que a ferramenta tem a cortar. Daí se conclui que a velocidade de corte é o espaço percorrido por uma ferramenta para cortar certo material, em um tempo determinado. Fórmula para diâmetro em milímetro D. π x RPM METROS/MIM SISTEMA METRICO 1000 VC = Velocidade de corte D = Diâmetro do material a usinar π = Constante (3.14) RPM = Rotação por minuto Fórmula para diâmetro em polegadas D. π x RPM PÉS/MIM SISTEMA INGLÊS 12 VC = VC = 11 VC = Velocidade de corte D = Diâmetro do material a usinar π = Constante (3.14) RPM = Rotação por minuto Fatores dos quais depende a velocidade de corte a) Quanto mais resistente for o material a usinar, tanto menor será a velocidade de corte. b) Quanto mais resistente e dura for a ferramenta, tanto maior será a velocidade de corte. c) Quanto mais pesado o desbaste, isto é, quanto maior o passe, tanto menor será a velocidade de corte. Unidade de medida A unidade de medida utilizada para determinarmos a velocidade de corte é expressa em METROS/min. As rotações por minuto da máquina (RPM) nos é dada dividindo-se a velocidade de corte (VC) indicada na tabela, pela circunferência retificada da peça (Dxπ)a ser torneada. Fórmula para diâmetro em milímetro: VC x1000 DXΠ VC = Velocidade de corte D = Diâmetro do material a usinar π = Constante (3.14) RPM = Rotação por minuto OBSERVAÇÕES: a) Para encontrar a RPM, quando o problema for dado pelo sistema métrico, multiplica-se a velocidade de corte (VC) por 1.000 se o diâmetro for medido em milímetros, por 100 se for medido em centímetros e assim por diante. 1.9 COLAR MICROMÉTRICO É um anel ou dial graduado existente no carro transversal e na espera com a finalidade de determinar e controlar a profundidade de corte. Entretanto, pode ser usado, para marcar um ponto de referência no caso da ferramenta ter sido deslocada durante determinada operação e, principalmente, graduar a penetração da ferramenta na operação de roscar. Formulário O passo do fuso é representado pela letra "P", o número de divisões existente no colar "ND" e o valor de cada divisão do colar "VD". Para encontrar o valor de cada divisão (VD) divide-se o passo (P) pelo número de divisões (ND) RPM = 12 P P VD = — onde se conclui que ND = — e que P = VD× ND ND VD Penetração da ferramenta utilizando o colar micrométrico O operador (torneiro) tem que calcular quantas divisões deve avançar no colar micrométrico para fazer penetrar a ferramenta ou deslocar a peça na medida desejada. Para isso terá que conhecer: a) A penetração da ferramenta; b) O passo do parafuso do comando do carro transversal ou espera; e c) O número de divisões do colar micrométrico. A penetração da ferramenta no material a usinar pode ser: I) Axial É quando o material é usinado em relação a espessura ou comprimento. Fórmula: Pa = E -e Pa = penetração axial da ferramenta E = espessura do material antes do passe e = espessura do material depois do passe II) Radial É quando o material é usinado em relação ao diâmetro. Fórmula: Pr = D-d Pr = penetração radial da ferramenta D = diâmetro maior d = diâmetro menor AVANÇO DA FERRAMENTA af = pa÷vd af= pr÷vd 1.10 TORNEAMENTO CÔNICO O torneamento cônico externo e interno difere do torneamento paralelo apenas pela posição da peça ou direção do curso da ferramenta. O desbaste grosso e o alisamento realizam-se sob as mesmas condições e com as mesmas ferramentas que se empregam no torneamento cilíndrico. No entanto, é importante que a ferramenta esteja colocada rigorosamente na altura da linha de eixo para não alterar a forma do cone torneado. No torneamento cônico a ferra- menta se desloca obliquamente ao eixo da peça. Finalidade e emprego As peças cônicas desempenham funções de grande importância nos conjuntos ou dispositivos mecânicos. Os mesmos permitem um tipo de ajustagem cuja característica especial é de poder proporcionar enérgico aperto entre peças que devem ser montadas com certa frequência. 13 Os cones são utilizados principalmente, nas fixações de ferramentas rotativas, como por exemplo: punhos de brocas, punhos de pontos usados em tornos, pontas de eixo da lanchas, confecções de machos, em conjuntos desmontáveis como engrenagens montadas em eixos dos quais seja indispensável rigorosa concentricidade. Características fundamentais dos cones e troncos de cones Os elementos característicos do torneamento cônico resumem-se em três (3) pontos: a) Cálculos referentes a conicidade ou dimensões do cone; b) Processo de preparo do torno; e c) Processos de medição e fabricação de cones. NOTA: Para executar os cálculos necessários à execução do torneamento cônico é preciso, pelo menos, três (3) indicações no desenho. D-diâmetro maior d - diâmetro menor L–altura Métodos de torneamentos cônicos a) Inclinação da espera através do cálculos da conicidade Este é o método mais prático e usado. Através dele, torneiam-senormalmente os cones curtos internos e externos com bastante inclinação. A espera é graduada em graus e minutos, e o ângulo que dá a inclinação é marcado por um ponteiro ou linha de referência, até 90° para direita ou para esquerda. Este ângulo é igual à metade do ângulo do cone no vértice. A inclinação é igual à metade da conicidade. Este método só permite trabalhar com avanço manual, onde aplicamos as seguintes fórmulas para cálculo da tg â. 2  =57,3 x D - d 2H Fórmula para encontra o diâmetro maior através da conicidade. Exemplo: Um tronco de cone de 150 mm de comprimento tem uma conicidade de 1:5. Qual o valor do diâmetro maior se diâmetro menor mede 30 mm, e qual o ângulo que devemos ajustar o carro superior. Solução: 1 1 D = ---- x L + d = ----- x 150 + 30= 30 +30 = 60 5 5 Ângulo de regulagem do carro: = 60 – 30 = 30 = 0,1 2 x150 300  = 5° 43`2” D – d 2 × L tg â = 2 D – d 2 × L tg â = 2 14 PROCESSO FABRICAÇÃO 1 1.11 EXERCÍCIOS - CAPITULO 1 1-Das alternativas abaixo, que peça tiramos do barramento para tornear em seu maior diâmetro? A) esbarros B) ponto rotativo C) cava D) calço da cava E) placa 2-Dos acessórios abaixo qual nos permite apoiar peças nas extremidades? A) graminho B) luneta móvel C) esbarro D) placa E) ponto 3-Quando estamos operando no torno com uma ferramenta ou perfil especial, denominamos operação de: A) perfilar B) tornear cônico C) broquear D) rosquear E) facear 4-As ferramentas se dividem em quatro grupos, que são: A) tornear externo, tornear interno, sangrar e roscar. B) tornear externo, rosquear, Tornear interno e forma. C) forma, tornear, vídea e carbuloy D) perfil especial, tornear externo, vídea e carbuloy. E) tornear, sangrar, facear e perfilar. 5-Nos fluidos refrigerantes e lubrificantes, o mais utilizado é uma mistura de aspecto leitoso. Qual a porcentagem de lubrificante empregada nessa mistura? A) 1 a 20% B) 2 a 5% C) 5 a 10% D) 5 a 15% E) 5 a 20% 15 6-Na afiação da ferramenta, qual o ângulo que varia quanto à dureza do material? A) folga frontal B) corte C) corte e saída D) saída E) folga lateral ou cunha 7-Que componente possui o torno aperfeiçoado de roscar que o difere dos demais tornos? A) copiador para cones B) cabeçote móvel C) caixa Norton D) esbarro E) torre hexagonal 8-Calcule o valor de cada traço de um dial com passo 1/2 pol. e 50 traços. A) 0,001 B) 0,01 C) 0,1 D) 0,5 E) 2,0 9- Quantos traços deveram deslocar no colar micrométrico para facear uma determinada peça de180 mm de material bruto, para deixá-la com 160 mm de comprimento, sabendo-se que o colar possui 100 divisões e o passo do parafuso da espera vale 5 mm? A) 100 B) 200 C) 300 D) 400 E) 500 10- Dentre a nomenclatura do torno mecânico, onde fica localizado os acionamentos automáticos? A) cabeçote fixo B) copiador para cone C) avental D) barramento E) cabeçote móvel 16 11-O que se desloca ao longo do barramento, conduzindo o carro transversal, a espera, e o porta ferramentas, manual ou automaticamente? A) vara B) cabeçote móvel C) carro longitudinal D) fuso E) luneta 12-É o espaço percorrido por uma ferramenta para cortar certo material, em determinado tempo: A) velocidade angular de corte B) velocidade linear de corte C) avanço D) passo E) velocidade média 13-O passo do fuso do colar micrométrico é igual a 4mm. Tendo o referido colar 40 divisões, qual será o valor de cada divisão? A) 0,1 B) 0,2 C) 0,4 D) 1,0 E) 1,4 14-Qual o processo de refrigeração usado na confecção de uma peça de abonite? A) sebo de vela B) querosene C) solução de água saponificada D) ar E) mistura de 5 a 10% de óleo e água 15-Na extremidade do canhão ou mangote, existe um cone interno para colocação de pontos, buchas, etc. Esta conicidade é de _______ graus. A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5 17 16-Qual a fórmula prática para se confeccionar um cone pela espera? A) I = (D-d)/2xh B) I = (D-d)H C) I = 57,3(D-d)/2xh D) I = (D-d)L/2h E) I = 57,3(D-d)H 17-Qual a RPM a ser dada numa peça com 32mm de diâmetro e velocidade de corte igual a 25m/min.? A) 198 B) 248 C) 284 D) 348 E) 396 18-O passo do fuso de um colar micrométrico é igual a 5mm, e o valor de cada divisão é igual a 0,05mm. Qual o número de divisões desse colar? A) 50 B) 100 C) 120 D) 150 E) 200 19-Os dispositivos que se fixam a árvore com a finalidade de prender peças no torno são chamados: A) cantoneiras B) pontos C) grampos arrastadores D) esbarros E) placas 20-Os seguintes acessórios fazem parte, dentre outros, do cabeçote móvel: A) canhão, volante e vara. B) ponta, grade e base. C) parafuso de fixação do barramento, sapata e fuso. D) corpo do cabeçote, canhão e base. E) parafuso de deslocação lateral do corpo, grade e alavanca de fixação do canhão. 18 21- Qual o ângulo formado pela soma dos ângulos de cunha e frontal? A) saída B) folga frontal C) árvore D) corte E) sapata 22-Qual o tipo de torno que se pode tornear, facear, broquear e sangrar, mas não se podem abrir roscas? A) aperfeiçoado de roscar B) revolver C) simples D) especial E) simples de roscar 23-Alguns cuidados são necessários para se evitar acidentes durante o trabalho no torno mecânico, exceto: A) sempre usar camisas de mangas curtas. B) sempre usar calibre vernier com o torno em movimento. C) evitar por a mão na placa com o torno em movimento. D) sempre tirar jóias, bijuterias e relógios. E) sempre usar óculos de proteção. 24-Quantos traços serão necessários para reduzir o comprimento de um tarugo de 1/2¨para 7/16¨, sendo que o fuso da espera é de 1/8¨de passo e o colar possui 250divisões ou traços? A) 125 B) 250 C) 175 D) 100 E) 300 Índice 19 25- Faça a associação e marque a opção correta: 1-tornear cônico ( ) deslocamento da ferramenta perpendicular ao eixo de rotação da peça 2-facear ( ) desbaste interno utilizando ferramenta ou broca 3-tornear ( ) operação obtida pelo deslocamento da ferramenta paralelamente ao eixo da peça 4-broquear ( ) torneamento de uma superfície de revolução num formato especial 5-perfilar ( ) operação obtida pelo deslocamento da ferramenta obliquamente ao eixo da peça A) 3, 2, 4,1 B) 2,1,3,4,1 C) 3,4,1,2,1 D) 2,4,3,5,1 26) Faça a associação e marque a opção correta 1-barramento ( ) é um conjunto de peças que desliza sobre o barramento, destinado a apoiar peças por meio de pontos 2-espera ( ) determina o comprimento do torno 3-cabeçote móvel ( ) movimenta-se manualmente e automaticamente 4-carro transversal ( ) situa-se sobre o carro transversal, recebe o suporte para ferramentas e tem a base um círculo graduado que permite dar um ângulo desejado para um torneamento cônico 5-vara ( ) substitui o fuso para realização dos avanços necessários ao torneamento liso A) 3,2,4,1,5 B) 5,2,3,4,1 C) 3,1,4,2,5 D) 2,4,3,5,1 27) Sendo o diâmetro de uma peça igual a 38,2 mm e a RPM igual a 320, a velocidade de corte será de _____________ m/min A) 38,38 B) 28,25 C) 12,58 D) 10,38 20 28) calcular a velocidade de corte em m/min para confecção de uma peça com diâmetro de 1 7/8” e a RPM igual a 250? A) 38,38 B) 36,38 C) 37,38 D) 37,40 E) 37,42 29) calcular o valor de cada traço ou divisão de um colar micrômétrico com passo1/2” e 50 divisões. A) 0,1 mm B) 0,001 mm C) 0,01 mm D) 0,02 mm E) 0,002 mm 30) calcular o valor do passo do fuso de um colar micrômétrico com 200 divisões e cada divisão equivale a 0,02 mm. A) 2,5 mm B) 3,0 mm C) 3,5 mm D) 4,0 mm E) 4,5 mm 31) calcular quantas divisões tem o colar micrômétrico com passo 0.250” e o valor de cada divisão igual a 0.005” A) 30 B) 50 C) 60 D) 65 E) 70 21 32) quantos traços ou divisões devemos deslocar no colar micrômétrico para facear uma determinada peça de 180 mm de de material bruto, para deixá-la com 160 mm de comprimento, sabendo-se que o colar possui 100 divisões e o passo do fuso da espera é de 5 mm. A) 400 B) 450 C) 500 D) 550 E) 600 33) quantos traços ou divisões serão necessários para reduzir o diâmetro de um tarugo de 0.750” para 5/8”, sendo que o fuso do colar da espera é de 1/8” de passo e o colar possui 250 divisões. A) 225 B) 200 C) 100 D) 125 E) 130 34) quantos traços serão necessários para reduzir o comprimento de um tarugo de 50,8 mm para 45 mm e quantos traços serão necessários para reduzir o diâmetro do mesmo tarugo de 1” para 19,05 mm sendo que o fuso do colar é de 1/4" de passo e o colar possui 250 divisões? A) 228 traços na axial e 250 traços na radial B) 228 traços na axial e 125 traços na radial C) 230 traços na axial e 125 traços na radial D) 230 traços na axial e 250 traços na radial E) 230 traços na axial e 250 traços na radial 35) calcule o ângulode inclinação da esper, para construção de um cone com diâmetro maior igual a 35 mm e o seu diâmetro menor igual a 25,4 mm, com um comprimento do cone igual a 80 mm? A) 0,0699 aproximadamente 4º e 0’ B) 0,006 aproximadamente 3º e 30’ C) 0,6 aproximadamente 3º e 30’ D) 0,06 aproximadamente 3º e 30’ E) 0,050 aproximadamente 3º 0’ 22 36) qual a tangente de inclinação para confeccionar um tronco de cone com seu diâmetro maior igual a 25 mm e seu diâmetro menor igual a 19 mm, com uma altura de 10 mmw A) 0,30 B) 0,35 C) 0,40 D) 0,45 E) 0,50 37) calcule a RPM a ser dada numa peça, com 45 mm de diâmetro e velocidade de corte igual a 30 m/min? A) 220 A) 230 B) 240 C) 250 D) 260 23 CAPÍTULO 2 ROSCAS 2.1 CONCEITO DE ROSCAS Roscas ROSCA é uma saliência de perfil constante, helicoidal, que se desenvolve de forma uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou cônica. Essa saliência é denominada filete. 2.2 FINALIDADES DAS ROSCAS NA CONSTRUÇÃO MECÂNICA Elementar mente, podemos dividir as uniões roscadas de acordo com sua finalidade na construção mecânica em: ROSCAS DE FIXAÇÃO, ROSCAS DE FORÇA e ROSCAS DE MOVIMENTO Roscas de fixação São as mais usadas na construção mecânica em geral e têm como função principal estabelecer uma união firme, mas de caráter temporário, de modo que se possa desfazer o conjunto quando necessário. Normalmente são de perfil triangular. Roscas de força ROSCA PERFIL TRAPEZOIDAL Empregado em órgãos de comando das máquinas ope-ratrizes (para transmissão de movimento suave e uniforme), fusos e prensas de estampar (balancins mecânicos). Resiste a grandes esforços e é empregada na construção de fusos e porcas, os quais transmitem movimento a alguns componentes de máquinas-ferramenta como, por exemplo, torno, plaina efresadora. A rosca sem-fim apresenta também perfil trapezoidal, e é um componente que funciona, geralmente, em conjunto com uma coroa (engrenagem helicoidal), possibilitando grande redução na relação de transmissão de movimento. 24 Parafusos que transmitem movimento suave e uniforme. Ex.: Fusos de máquinas. ROSCA PERFIL REDONDO Emprego em parafusos de grandes diâmetros e que devem suportar grandes esforços, geralmente em componentes ferroviários. É empregado também em lâmpadas e fusíveis pela facilidade na estampagem. Parafusos de grandes diâmetros sujeitos a grandes esforços. Ex.: Equipamentos ferroviários. ROSCA PERFIL DENTE DE SERRA Usado quando a força de solicitação é muito grande em um só sentido (morsas, macacos, pinças para tornos e fresadoras). Parafusos que exercem grande esforço num só sentido Ex.: Macacos de catraca. Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas ainda podem ser direita e esquerda. Roscas de movimento ROSCA PERFIL QUADRADO Quase em desuso, mas ainda utilizado em parafusos e peças sujeitas a choques e grandes esforços (morsas). Rosca com perfil quadrado Esse tipo de perfil é utilizado na construção de roscas múltiplas. As roscas múltiplas possuem duas ou mais entradas, que possibilitam maior avanço axial a cada volta completa do parafuso. Sua função principal transmitir movimentos, transformando-os de rotativos em retilíneos. Podem ser chamadas também de roscas de transmissão e normalmente têm passos mais grossos. 25 2.3 ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DAS ROSCAS Perfil Indica a forma da rosca, tanto para o vão quanto para o filete. Vão(V) É a parte aberta pela passagem da ferramenta, que produziu um sulco helicoidal no corpo da peça, externa ou internamente. Fundo Indica a parte mais baixa do vão. Filete É a parte compreendida entre os sulcos de dois vãos e pode ser considerada como a parte útil da rosca. Crista É o vértice do filete. Flancos São as paredes laterais do filete. Diâmetro externo (D) É a dimensão da rosca, medida sobre as cristas diametralmente opostas e corresponde ao diâmetro do cilindro antes de abrir a rosca. Nos parafusos, o diâmetro externo chama- se também diâmetro maior. Diâmetro do flanco (D2) É o diâmetro de um cilindro imaginário, limitado pela zona onde o filete e o vão têm largura igual. Corresponde à metade da soma entre os diâmetros externo e interno (D2= (D + D1) / 2). Chama-se também diâmetro do flanco. Diâmetro interno (D1) Indica, para os parafusos, o diâmetro do núcleo e é medido entre os fundos de dois vãos diametralmente opostos. Nas porcas, significa o diâmetro do furo a ser feito, antes de abrir a rosca, e corresponde ao diâmetro externo menos duas alturas (D1 = D-2H). 26 Altura da rosca (H) É a distância entre a crista do filete e o fundo do vão e, também, a metade da diferença entre os diâmetros externo e interno ( H = (D - D1) /2). Passo (P) O passo é definido como sendo a distância entre dois filetes consecutivos, medida paralelamente ao eixo. Nas roscas simples, o passo e o avanço são iguais . Avanço(Av) É o deslocamento axial ou a distância que a ferramenta percorre, em uma volta completa da placa do torno. Nas roscas múltiplas, o avanço é igual ao produto do passo pelo número de entradas (Av = P x Ne). 2.4 NOMENCLATURA DA ROSCA Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando apenas os formatos e dimensões. 27 2.5 TIPOS DE ROSCAS ROSCAS TRIANGULARES As roscas de perfil triangular são fabricadas segundo três sistemas normalizados: o sistema métrico ou internacional (ISO), o sistema inglês ou whitworth e o sistema americano ou Sellers. Rosca whitworth No SISTEMA WHITWORTH, as medidas são dadas em polegadas. Nesse sistema, o filete tem a forma triangular, ângulo de 55°, crista e raiz arredondadas. O passo é determinado dividindo-se uma polegada pelo número de filetes contidos em uma polegada. Os parafusos da rosca WHITWORTH são os mais conhecidos, universalmente adotados nas construções mecânicas e, por serem de perfil triangular,são empregados em parafusos e porcas de fixação. São designados pela inicial "W" ou "SW" que quer dizer WHITWORTH. Existem vários tipos de rosca WHITWORTH que são: normal ou grossa (NC), fina (NF), para tubos, rosca de gás. FORMULÁRIO DA ROSCA "WHITWORTH" Nomenclatura Símbol o Fórmula Passo P 1/Nf Ângulo do filete  55° Altura do triângulo fundamental H 0,9604 x P Altura do filete H 0,6403 x P Raio de arredondamento R 0,1373 x P Diâmetro interno D1 D - 2 × H Rosca americana "SELLERS" No SISTEMA AMERICANO, as medidas são expressas em polegadas. O filete tem a forma triangular, ângulo de 60°, crista plana e raiz arredondada. Foi proposto por "William Sellers", da Filadélfia (USA), e aceita em 1846, como padrão das roscas Americanas. É utilizada na indústria automobilística. FORMULÁRIO DA ROSCA AMERICANA "SELLERS" Nomenclatura Símbolo Fórmula Passo P 1/Nf Ângulo do filete  60° Altura do triângulo fundamental H 0,86603 x P Altura do filete H 0,6495 x P = Achatamento interno e externo Fef 0,10825 xP = Altura dos truncados interno e externo T P/8 Diâmetro interno D1 D – 2 ×H 28 FORMULÁRIO DA ROSCA MÉTRICA "ISO" Roscas de perfil trapezoidal Existem dois tipos de rosca trapezoidal: ACME (americana) e MÉTRICA. A rosca ACME e a MÉTRICA têm seus perfis trapezoidais e são empregadas na transmissão de força e movimento nos dois sentidos. Seus filetes são formados por um trapézio isósceles e seus ângulos são de 29° para a rosca ACME para a rosca MÉTRICA.. Fórmulas Nomenclatu ra Sím- bolo ACME MÉTRICA Passo P 1/Nf 25,4/Nf Ângulo do filete  29° 30° Altura do filete H 0,5 x P + a 0,5 x P + a Achatament o externo f 0,3707 x P 0,366 x P Achatament o interno F 0,3707 x P – b 0,634xP- 0,536xH Diâmetr o interno D1 De-2H ACME Passos até 10 fios/pol. a = 0,010" b = 0,052" Passos com mais de 10 fios/pol. a = 0,005" b = 0,026" MÉTRICA 0,25mm para passos até 13 mm 0,5mm para passos com mais de 13mm Rosca semi-trapezoidal As roscas semi-trapezoidais são empregadas nos parafusos destinados a transmitir força num só sentido e nos parafusos para madeira. Existem vários tipos de rosca trapezoidal com ângulos de 45°. Dentre esses tipos, estudaremos a rosca com perfil a 45°, que obedece ao sistema métrico, sendo a mais utilizada. A rosca semi-trapezoidal é formada por um triângulo truncado paralelamente ao eixo, a 1/8 de altura do triângulo, tanto no vértice quanto no fundo do filete Nomenclatura Símbol o Fórmula Passo P 25,4/Nf Ângulo do filete  60° Altura do triângulo fundamental h 0,86603 x P Altura do filete H 0,6134 xP Achatamento externo f 0,10825 xP= Raio de arredondamento r 0,14434xP= Diâmetro interno D1 D-2H a = 29 FORMULÁRIO DA ROSCA SEMI-TRAPEZOIDAL À 45° Nomenclatura Símbolo Fórmula Passo P 1/Nf Ângulo do filete  45° Altura do filete H 0,750xP = Achatamento externo e interno FeF 0,125 xP = Diâmetro interno D1 D - 2×H Rosca quadrada A rosca quadrada é empregada nos órgãos de comando de máquinas, nos parafusos de morsas, nos macacos, etc. A rosca quadrada tem um perfil quadrado e portanto, o ângulo formado por seus filetes é igual a 90° FÓRMULÁRIO DA ROSCA QUADRADA 2.6 Calibre para Ferramentas de Roscar Escantilhões Os calibres para ferramentas de corte também chamados de escantilhões, se destinam a verificação dos ângulos das ferramentas usadas para o corte de roscas, bem como para a colocação da ferramenta em posição de trabalho. temos dois tipos de escantilhão, o primeiro com ângulo de 55° e o segundo com ângulo de 60°. Além dos ângulos, os escantilhões geralmente possuem escalas lineares em milímetros e meio milímetro, e ainda em polegada, dividida em 14,20, 24 e 32 partes. Estas escalas permitem a determinação do passo em milímetros ou do número de fios por polegada. Nomenclatura Símbolo Fórmula Passo P mm/pol. Ângulo  90° Altura do filete H 0,5 xP Espessura do filete e vão e/v 0,5 xP Diâmetro interno D1 D-2×H Largura da ferramenta Lf P÷2 30 Para a ferramenta de abrir rosca interna, o escantilhão deve ser colocado sobre uma chapa de metal perfeitamente plana, encostada sobre a peça casada que se deseja roscar. Escantilhão para ferramenta de abrir rosca SELLERS (padrão americano) e outro para ferramenta de abrir rosca trapezoidal. 31 Calibres de passos e perfis de roscas Quando se pretende saber, rapidamente, qual o perfil e o número de fios de uma rosca, emprega-se com vantagem o calibre de passos e perfis. É constituído de uma série de chapas reunidas em forma de canivete nas quais se encontram os perfis de diversos tipos de roscas. Cada uma dessas lâminas, de que se constitui tal tipo de calibre, tem gravado os números que indicam o n.° de fios por polegada ou o passo em milímetro. Calibres de roscas internas e externas Os calibres fixos para verificar roscas internas e externas baseiam-se no mesmo princípio dos lisos. Para roscas internas, o calibre é uma reprodução do parafuso com o qual trabalhará; e para verificar roscas externas usa-se uma porca-padrão. Entretanto, a qualidade de uma rosca não depende unicamente de uma dimensão, mas de várias condições interdependentes. O fato de ajustar-se o calibre à rosca verificada não é uma garantia de que suas dimensões estejam certas. A verificação de uma rosca, por meio de calibre fixo, satisfaz em todos os casos de parafusos de fixação sob a condição de que, entre o calibre e a peça, não apresente folga sensível. Calibre-padrão O calibre padrão de rosca é um parafuso curto, com perfil e dimensões de acordo com o padrão estabelecido. Às vezes, os primeiros filetes da rosca do calibre são interrompidos por um rasgo que serve para limpar a rosca a fim de que as possíveis impurezas não falsifiquem a verificação e prejudique a rosca calibrada. Geralmente, na outra extremidade da haste há ainda uma espiga cilíndrica lisa, que também serve para verificar o diâmetro da rosca. 32 Calibre-anel Este tipo se apresenta sob a forma de um disco de pouca espessura, com rosca padrão, de apenas alguns fios, que facilita a percepção da folga entre essa rosca e a do parafuso . Às vezes, os anéis podem ser calibrados para um determinado ajuste, por meio de um parafuso de regulagem. Calibre de boca progressiva para rosca Esses calibres tornam muito rápida a operação, não só porque não é necessário virar o calibre, como também esses não se "aparafusam" à peça. São geralmente em forma de ferradura e possuem dois pares de rodetes cilíndricos. Os rodetes cilíndricos podem possuir roscas ou sulcos circulares cujo o perfil e o passo são iguais ao do parafuso a verificar. O primeiro par é ajustável na distância que corresponde às dimensões máximas do parafuso ("passa"), enquanto o outro com apenas alguns filetes ou sulcos é ajustado para as dimen- sões mínimas do parafuso ("não passa") 2.7 Caixa Norton Tem com a finalidade de evitar perda de tempo com os cálculos e na colocação de rodas na grade, os tornos de produção possuem caixas de engrenagens, localizadas entre a árvore e o fuso, na parte dianteira do cabeçote fixo, que por meio de combinações podem variar da transmissão entre a árvore e o fuso. A caixa NORTON ou caixa de mudança rápida, proporciona avanços mecânicos e passos de roscas com economia de tempo, pois é preciso apenas mudar a posição de certas alavancas que acionam uma série de engrenagens de cuja combinação depende o avanço do carro.33 2.8 CÁLCULOS NECESSÁRIOS À CONFECÇÃO DE ROSCAS Medida do Passo e do Avanço O passo de uma rosca pode ser expresso tanto em polegadas quanto em milímetros. O número de fios (Nf) é o n° de filetes compreendidos em uma polegada (1" ou 25,4 mm) do comprimento da rosca. O número de fios pode ser determinado através do calibre de roscas laminar que compõe-se de diversas lâminas, nas quais encontram-se os perfis dos diversos tipos de roscas. Cada uma das lâminas tem gravada os números que indicam o número de filetes ou o passo em milímetro. P = 1__ , para polegadas. Nf 25,4 , para milímetros. Nf Cálculo da Largura da Ferramenta para Rosca Quadrada Sabemos que o passo da rosca quadrada é igual a soma de um filete mais um vão, e que sua unidade de medida é a polegada. A largura da borda da ferramenta deve ser exatamente igual a metade do passo. As fórmulas que nos dão a largura da ferramenta para a confecção dos parafusos de rosca quadrada são: Parafuso com uma entrada: Lf = P 2 Parafuso com mais de uma entrada: Lf = Av__ 2xNe Cálculo de avanço da Rosca AV= p x ne P = 34 2.9 TABELAS TABELAS DE ROSCAS 35 36 37 CAPITULO 2 2.10 EXERCÍCIOS - ROSCAS 1-Com o mesmo diâmetro, ao se diminuir o passo, o esforço axial __________ . A) aumenta B) diminui C) não se altera D) pode aumentar ou diminuir E) inicialmente aumenta e logo depois diminui 2-Pelo número de hélices independentes e paralelos, as roscas podem ser: A) direita ou esquerda B) simples ou comum C) simples ou multiplas D) simples ou compostas E) internas ou externas 3-Qual tangente de inclinação do ângulo a ser dado na lâmina da ferramenta para se confeccionar uma rosca quadrada de 8 fios por polegada, cujo diâmetro externo mede 3/4¨? A) 0,053 B) 0,050 C) 0,048 D) 0,045 E) 0,035 4-O diâmetro interno em polegadas de uma rosca americana SELLERS de uma entrada, tendo 10 Fios por polegada e de 7/8¨de diâmetro externo mede: A) 0,4751 B) 0,5147 C) 0,7451 D) 0,7541 E) 0,8105 5-Os ângulos de folga lateral das ferramentas de roscar, para rosca triangular são: A) 1ºe 8º B) 2ºe 7º C) 3ºe 7º D) 3ºe 8º E) 4ºe 5º 6-Qual o ângulo de separação das entradas de uma rosca múltipla de 6 entradas? A) 30º B) 45º C) 60º D) 72º E) 120º 38 7-Qual o ângulo de separação das entradas de uma rosca múltipla de 5 entradas? A) 30º B) 45º C) 60º D) 72º E) 120º 8-Qual o ângulo de separação das entradas de uma rosca múltipla de 8 entradas? A) 30º B) 45º C) 60º D) 72º E) 120º 9-Qual o ângulo de separação das entradas de uma rosca múltipla de 3 entradas? A) 30º B) 45º C) 60º D) 72º E) 120º 10-Qual o ângulo de separação das entradas de uma rosca múltipla de 10 entradas? A) 30º B) 45º C) 60º D) 72º E) 120º 11-Sendo o passo de uma rosca trapezoidal ACME igual a 5,08mm, a altura do filete medirá _______ milímetros. A) 1,5 B) 1,69 C) 2,32 D) 2,75 E) 2,79 12-Sendo o passo de uma rosca SELLERS igual a 1/8¨, a altura do filete será de ____________ polegadas. A) 0,055 B) 0,061 C) 0,063 D) 0,081 E) 0,093 13-Qual o avanço, em polegadas de uma rosca quadrada de duas entradas, cujo passo mede 1/16¨. A) 0,100 B) 0,125 C) 0,175 D) 0,200 E) 0,250 39 14-Em um parafuso em que o passo e o avanço medem respectivamente 1/16¨e 3/16¨, a separação entre as entradas é de ___________ graus. A) 180º B) 160º C) 120º D) 90º E) 45º 15-Sabendo-se que a altura de uma rosca semi-trapezoidal mede 3/8¨, o seu passo medirá _________ milímetros. A) 19,05 B) 17,05 C) 13,70 D) 13,25 E) 12,70 16-Se o diâmetro externo de um parafuso de rosca WHITWORTH é igual a 3/4¨, seu número de fios é igual a 1º e seu perfil triangular. Qual será o diâmetro da broca para fazer o furo da porca? A) 5/8 B) 3/4 C) 3/8 D) 3/16 E) 5/32 17-O passo de uma rosca trapezoidal métrica é igual a 2,54mm. A altura do filete dessa rosca é igua a _____________ milímetros. A) 1,02 B) 1,27 C) 1,52 D) 2,50 E) 2,77 18-As alavancas da caixa NORTON acionam uma série de engrenagens, cuja combinação aumenta ou diminui: A) o avanço do carro B) a velocidade dos carros transversal e superior C) o passo D) a rotação da árvore do torno E) o comprimento da rosca 19-A inclinação de uma lâmina para abrir uma rosca múltipla de 3 entradas, cujo passo mede 3,14mm e o diâmetro externo mede 30mm, é de: A) 3º ou seja (tangente 0,052408) B) 4º ou seja (tangente 0,069927) C) 5º ou seja (tangente 0,087489) D) 6º ou seja (tangente 0,105104) E) 7º ou seja (tangente 0,122785) 40 20- Parte considerada útil em uma rosca que é compreendida entre o sulco de dois vãos: A) flancos B) crista C) filete D) perfil E) fundo 21-São as paredes laterais do filete das roscas. A) flancos B) crista C) filete D) perfil E) fundo 22-Corresponde ao diâmetro externo menos duas alturas: A) diâmetro médio B) diâmetro interno C) altura da rosca D) diâmetro externo E) fundo 23-Chama-se também diâmetro do flanco: A) diâmetro médio B) diâmetro interno C) altura da rosca D) diâmetro externo E) fundo 24-Para se resolver o problema de se manterem unidas várias peças, podendo se desfazer essas Uniões a qualquer momento, sem causar danos as peças utilizadas, foram criadas as: A) roscas de fixação B) roscas trapezoidais C) roscas de movimento D) uniões roscadas E) roscas de força 25) Associe a segunda coluna de acordo com a primeira, e marque a opção correta. 1-transmite força nos dois sentidos ( ) caixa norton 2-distância entre dois filetes consecutivos ( ) método mais preciso 3-empregada nos orgãos de transmisão de máquinas ( ) rosca trapezoidal 4-tem como finalidade evitar perca de tempo com ( ) passo cálculos e montagem de rodas 5-roda condutora montada na grade do torno ( ) força e movimento A) 4,5,1,2,3 B) 4,2,1,3,1 C) 5,3,4,2,1 D) 4,5,3,1,2 E) 5,1,4,2,3 41 26) Associe a segunda coluna de acordo com a primeira, e marque a opção correta. 1-deslocamento axial ( ) 0.6403 x P 2-zona entre o filete e vão, tem larguras iguais ( ) trapezoidal 3-altura da rosca whitworth ( ) avanço 4-existem dois tipos: ACME E MÉTRICA ( ) diâmetro médio 5-geralmente possui escalas lineares em milímetros ( ) calibre de passo e perf e meio milímetros A) 3,5,1,2,3 B) 3,2,1,4,5 C) 3,3,4,2,1 D) 3,5,3,2,1 E) 3,4,1,2,5 27) Associe a segunda coluna de acordo com a primeira, e marque a opção correta 1-altura da rosca SELLERES ( ) 1/NF 2-largura da ferramenta QUADRADA ( ) 0.750 x P 3-passo ( ) 0,5 x P + a 4-altura da rosca SEMI-TRAPEZOIDAL ( ) P/2 5-altura da rosca TRAPEZOIDAL MÉTRICA ( ) 0.6495 x P A) 3,4,5,2,1 B) 3,2,5,4,1 C) 3,5,4,2,1 D) 3,5,3,2,1 E) 3,4,5,2,1 42 BIBLIOGRAFIA Bibliografia Básica DINIZ, Anselmo Eduardo; MARCONDES, Francisco Carlos; COPPINI, Nivaldo Lemos. Tecnologia da usinagem dos materiais. 6. ed. São Paulo: Artliber, 2008. FERRARESI, Dino. Usinagemdos metais. São Paulo: Edgard Blucher, 2006. SANTOS, Sandro Cardoso; SALES, Wisley Falco. Aspectos tribológicos da usinagem dos materiais. São Paulo: Artliber, 2007. Bibliografia Complementar GORGON, Tadeo Victor. Manual de cálculo dos tempos da usinagem dos metais. São Paulo: Livraria Ciência e Tecnologia Editora, 1981. MACHADO, Alisson Rocha et al. Teoria da usinagem dos materiais. São Paulo: Blucher, 2009. NOVASKI, Olívio. Custos de usinagem. Campinas: UNICAMP, 1991. SANTOS, Aldeci Vieira dos et al. Usinagem em altíssimas velocidades: como os conceitos HSM/HSC podem revolucionar a indústria metal-mecânica. São Paulo: Érica, 2003. WITTE, Horst. Máquinas ferramentas: elementos básicos de máquinas e técnicas de construção: funções, princípios e técnicas de acionamento em máquinas-ferramenta. São Paulo: Hemus, 1998.
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