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Por uma agroecologia antirracista

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT 
LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO CAMPO, NATUREZA E TERRITÓRIO: 
LECANTE 
BOLSISTA: VITÓRIA FERREIRA DE SOUZA 
 
 
RESENHA DO TEXTO: POR UMA AGROECOLOGIA ANTIRRACISTA 
(VIVIAN DELFINO MOTTA) 
 
 
 Vivian Delfino discorre sobre a defesa por uma agroecologia antirracista, no 
que se refere à romper com os paradigmas eurocêntricos, racistas e colonial. Tal 
questão, por vezes é pautada na supervalorização do que é de origem europeia, 
sejam determinados lugares, comidas, entre outros “elementos”. Ao falar da 
ruralidade na América Latina, a autora destaca que a população é 
majoritariamente afro-Indígena, e os países onde o percentual da população 
negra é menor, ainda há os conhecimentos negros manifestos por meio da 
linguagem, na culinária, nas artes, etc. São “traços” importantes que precisam 
ser reafirmados enquanto sociedade. 
 Olhando para o Brasil, afirmo que a escravidão negra foi centrada na 
desumanização baseada na identificação das pessoas escravizadas como 
objetos de uso, sem alma e sem o direito a humanidade (MOTTA, s.d). A autora 
argumenta que a desumanização foi oriunda de um processo racista que foi 
fundamentado por três “elementos”, são eles: a ciência, onde o racionalismo 
científico afirmava que os (as) negros (as) tinham uma tendência de assumir 
comportamentos selvagens; o sistema jurídico, com a legalização da escravidão 
e todos os seus impactos/sofrimentos para os escravos; e a igreja, pois 
pregavam e permitam que a escravidão fosse realizada como uma forma de 
remissão dos pecados. 
 Em todo esse contexto, o “rural” brasileiro foi demarcado por aquilo que a 
autora designou de simbologias depreciativas, são exemplos: atraso, pobreza, a 
ignorância, entre outras. No que concerne especificamente a agroecologia, é 
destacado que ela ainda tem “traços” eurocêntricos, pois ainda possui 
embasamento de autores brancos, onde muitos partilham da mesma trajetória 
de visão eurocêntrica. 
 Outra questão pontuada, concerne ao feminismo no mundo agroecológico, 
as mulheres também buscaram no feminismo europeu, as perspectivas de luta 
contra as opressões de gênero no universo agroecológico (MOTTA, s.d). 
 No mundo agroecológico, as práticas racistas podem se manifestar de 
maneira consciente/proposital, como de forma inconsciente, por meio de 
“pequenas” situações que corroboram para alimentar o racismo. Dessa forma, 
percebe-se a urgência na construção da agroecologia antirracista e também 
antimachista, pois a agroecologia também manifesta a diversidade dos 
femininos. 
 Sem feminismos não há agroecologia! Somos diversas, então é 
fundamental que a diversidade das vertentes feministas sejam abraçadas pela 
agroecologia (MOTTA, s.d). 
 Em síntese, embora estejamos em uma sociedade racista, machista e 
homofóbica, é necessário, tão quão como é urgente, trilhar novos caminhos, no 
que se refere à construção não só da agroecologia, mas dá ciência e da 
sociedade em geral, em uma perspectiva antirracista e antimachista. No que 
concerne especificamente a agroecologia, no texto é enfatizado que é preciso 
que as atitudes antirracistas sejam o princípio das pesquisas acadêmicas, assim 
como no cotidiano e nas pautas de luta no universo agroecológico. 
 
 
Referência bibliográfica 
MOTTA, Vivian Delfino. Por uma agroecologia antirracista.

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