Buscar

Seminário Direitos Humanos - MARIA DA PENHA - Apresentação (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA PÚBLICA
TEORIA E INSTITUIÇÕES DE DIREITO PENAL INTERNACIONAL E COMPARADO/2020.1 [ACE]
Seminário: DIREITO HUMANOS 
Tema: MARIA DA PENHA 
Nome: ANTONIO FERREIRA DA SILVA
1. Introdução 
 A Segunda Guerra Mundial foi um dos períodos mais nebulosos da história da humanidade. Ao final da guerra entre os anos de 1939 a 1945, milhões de indivíduos estavam mortos, milhões sem lar e passando fome. Ademais, cidades da Europa e Ásia encontravam-se em ruínas e chamas. No último ano do conflito, as forças russas fizeram um cerco às tropas alemãs que ainda resistiam, bombardeando capital alemã, Berlim. Enquanto no Oceano Pacífico, os militares americanos combatiam fortemente as forças japonesas, entrincheiradas nas várias ilhas, como Okinawa.
 No intuito de promover a paz e prevenir futuras guerras, grande esforço foi realizado em abril de 1945, por delegados de cinquenta países, que se reuniram em San Francisco. Otimismo e esperança era o escopo da Conferência das Nações Unidas na Organização Internacional. Foram escritos os ideais da organização e declarados no preâmbulo na forma de carta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida trouxe incalculável sofrimento à Humanidade”.
 A Carta passou a ter eficácia a partir de 24 de outubro de 1945, data que se comemora o Dia das Nações Unidas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
 (
No seu preâmbulo e no Artigo 1.º, a Declaração proclama inequivocamente os direitos inerentes de todos os seres humanos: “O desconhecimento e o desprezo dos direitos humanos conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade, e o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem... Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
”
) Muitas são leis e tratados acerca de Direitos Humanos, inspirados na Declaração Universal dos Direitos em todo o mundo.
 (
Bertha
 Lutz, da delegação do Brasil, participa de reunião de elaboração da Carta da ONU em 15 de junho de 1945. (UN 
Photo
/
Mili
)
) 
2. MARIA DA PENHA MAIA FERNANDES - Linha do tempo 
2.1. 1945: Nasce em Fortaleza-CE, 1º de fevereiro de 1945 - formou na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará em 1966, concluindo o seu mestrado em Parasitologia em Análises Clínicas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo em 1977;
2.2. 1974: - Maria da Penha conheceu Marco Antonio Heredia Viveros, colombiano, quando estava cursando o mestrado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo em 1974. À época, ele fazia os seus estudos de pós-graduação em Economia na mesma instituição;
2.3. 1976: - Naquele ano, eles começaram a namorar, e Marco Antonio demonstrava ser muito amável, educado e solidário com todos à sua volta. O casamento aconteceu em 1976. Após o nascimento da primeira filha e da finalização do mestrado de Maria da Penha, eles se mudaram para Fortaleza, onde nasceram as outras duas filhas do casal. Foi a partir desse momento que essa história mudou;
2.4. 1983: - No ano de 1983, Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de feminicídio por parte de Marco Antonio Heredia Viveros.
2.4.1. Primeiro, ele deu um tiro em suas costas enquanto ela dormia. Como resultado dessa agressão, Maria da Penha ficou paraplégica devido a lesões irreversíveis na terceira e quarta vértebras torácicas, laceração na dura-máter e destruição de um terço da medula à esquerda – constam-se ainda outras complicações físicas e traumas psicológicos.
2.4.2. No entanto, Marco Antonio declarou à polícia que tudo não havia passado de uma tentativa de assalto, versão que foi posteriormente desmentida pela perícia. Quatro meses depois, quando Maria da Penha voltou para casa – após duas cirurgias, internações e tratamentos –, ele a manteve em cárcere privado durante 15 dias e tentou eletrocutá-la durante o banho.
2.5. 1991: O primeiro julgamento de Marco Antonio aconteceu somente em 1991, ou seja, oito anos após o crime. O agressor foi sentenciado a 15 anos de prisão, mas, devido a recursos solicitados pela defesa, saiu do fórum em liberdade;
2.6. 1996: O segundo julgamento só foi realizado em 1996, no qual o seu ex-marido foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão. Contudo, sob a alegação de irregularidades processuais por parte dos advogados de defesa, mais uma vez a sentença não foi cumprida;
2.7. 1998: O ano de 1998 foi muito importante para o caso, que ganhou uma dimensão internacional. Maria da Penha, o Centro para a Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) denunciaram o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA);
2.8. Mesmo diante de um litígio internacional, o qual trazia uma questão grave de violação de direitos humanos e deveres protegidos por documentos que o próprio Estado assinou (Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica; Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem; Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – Convenção de Belém do Pará; Convenção sobre a Eliminação do Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher), o Estado brasileiro permaneceu omisso e não se pronunciou em nenhum momento durante o processo;
2.9. 2001: Então, em 2001 e após receber quatro ofícios da CIDH/OEA (1998 a 2001) − silenciando diante das denúncias −, o Estado foi responsabilizado por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica praticada contra as mulheres brasileiras;
 (
1ª
Completar, 
rápida
 e efetivamente, o 
processamento penal do responsável da agressão e tentativa de homicídio
 em prejuízo da Senhora Maria da Penha Maia Fernandes.
) (
2
ª
Proceder a uma 
investigação séria, imparcial e exaustiva
 a fim de determinar a responsabilidade pelas irregularidades e atrasos injustificados que impediram o processamento rápido e efetivo do responsável, bem como tomar as 
medidas administrativas, legislativas e judiciárias correspondentes
.
) (
3
ª
Adotar, sem prejuízo das ações que possam ser instauradas contra o responsável civil da agressão, as medidas necessárias para que o Estado 
assegure à vítima adequada reparação simbólica e material pelas violações
 aqui estabelecidas, particularmente por sua falha em oferecer um recurso rápido e efetivo; por manter o caso na impunidade por mais de quinze anos; e por impedir com esse atraso a possibilidade oportuna de ação de 
reparação e indenização civil
.
)2.10. Recomendações da CIDH/OEA.
 (
a) 
Medidas de 
capacitação
 e 
sensibilização dos funcionários judiciais e policiais
 especializados para que compreendam a importância de 
não tolerar a violência doméstica
.
b) 
Simplificar os procedimentos judiciais penais
 a fim de que possa ser 
reduzido o tempo processual
, sem afetar os direitos e garantias de devido processo.
c) 
O 
estabelecimento de formas alternativas às judiciais
, rápidas e efetivas de solução de conflitos intrafamiliares, bem como de sensibilização com respeito à sua gravidade e às consequências penais que gera.
d) 
Multiplicar o número de delegacias policiais especiais para a defesa dos direitos da mulher
 e dotá-las dos recursos especiais necessários à efetiva tramitação e investigação de todas as denúncias de violência doméstica, bem como prestar apoio ao Ministério Público na preparação de seus informes judiciais.
e) 
Incluir em 
seus 
planos pedagógicos unidades
 curriculares
 destinadas à compreensão da importância do respeito à mulher e a seus direitos reconhecidos na Convenção de Belém do Pará,bem como ao manejo dos conflitos intrafamiliares.
)
 (
4
ª
Prosseguir 
e intensificar o
 processo de reforma que evite a tolerância estatal
 e o tratamento discriminatório com respeito à violência doméstica contra mulheres no Brasil. A Comissão recomenda particularmente o seguinte:
)
3. Ciclos da violência
 (
Fase 
1
 – A
UMENTO DA TENSÃO
Nesse primeiro momento, 
o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes
, chegando a ter acessos de raiva. Ele também 
humilha a vítima
, faz 
ameaças 
e 
destrói objetos
. A mulher tenta acalmar o agressor, fica a
flita
 e evita qualquer conduta que possa “provocá-lo”. As sensações são muitas: 
tristeza, angústia, ansiedade, medo e desilusão
 são apenas algumas.
 
Em geral, 
a vítima tende a negar
 que isso está acontecendo com ela, 
esconde os fatos das demais pessoas
 e, muitas vezes, 
acha que fez algo de errado
 para justificar o comportamento violento do agressor ou que “
ele teve um dia ruim no trabalho
”, por exemplo. Essa tensão pode durar dias ou anos, mas como ela aumenta cada vez mais, é muito provável que a situação levará à Fase 
2
)
 (
Fase 
2
 – A
TO DE VIOLÊNCIA
Esta fase corresponde à 
explosão do agressor
, ou seja, a falta de controle chega ao limite e 
leva ao ato violento
. Aqui, toda a tensão acumulada na Fase 1 se materializa em 
violência verbal
, 
física
, 
psicológica
, 
moral
 ou 
patrimonial.
 
Mesmo tendo consciência de que o agressor está fora de controle e tem um poder destrutivo grande em relação à sua vida, o sentimento da mulher é de paralisia e impossibilidade de reação. Aqui, ela sofre de uma 
tensão psicológica severa
 (
insônia, perda de peso, fadiga constante, ansiedade
) e 
sente medo, ódio, solidão, pena de si mesma, vergonha, confusão e dor
.
 
Nesse momento, ela também pode tomar decisões − as mais comuns são: 
buscar 
ajuda
,
 
denunciar
, 
esconder-se na casa de amigos e parentes
, 
pedir a separação e até mesmo suicidar-se
. Geralmente, há um distanciamento do agressor.
) (
Fase 3 – ARREPENDIMENTO
Também conhecida como “
lua de mel
”, esta fase se caracteriza pelo 
arrependimento do agressor
, que se torna amável para conseguir a reconciliação. 
A mulher se sente confusa e pressionada a manter o seu relacionamento 
diante da sociedade, 
sobretudo quando o casal tem filhos
. Em outras palavras: 
ela abre mão de seus direitos e recursos, enquanto ele diz que “vai mudar
”. Há um período relativamente calmo, em que a mulher se sente feliz por constatar os esforços e as mudanças de atitude, lembrando também os momentos bons que 
tiveram juntos
. Como há a 
demonstração de remorso
, ela se sente responsável por ele, 
o que estreita a relação de dependência entre vítima e agressor
. Um misto de medo, confusão, culpa e 
ilusão fazem
 parte dos sentimentos da mulher. 
Por fim, a tensão volta e, com ela, as agressões da Fase 
1
.
)
4. Antes da Lei MARIA DA PENHA
4.1. Lei nº 7.244, de 7 novembro de 1984 (Juizado de pequenas causas)
- Art. 2º - O processo, perante o Juizado Especial de Pequenas Causas, orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível a conciliação das partes. 
Art. 22 - Aberta a sessão, o Juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 2º do art. 3º desta Lei.
4.2. Constituição Federal de 1988 
- Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
4.3. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 (Juizados Especiais Cíveis e Criminais)
- Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
- Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
- Art. 62.  O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
- Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
        Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
        Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.    (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002)
- Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
        I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
        II - proibição de freqüentar determinados lugares;
        III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
5. Como surgi a Lei Maria da Penha
 Diante da falta de medidas legais e ações efetivas, como acesso à justiça, proteção e garantia de direitos humanos a essas vítimas, em 2002 foi formado um Consórcio de ONGs Feministas para a elaboração de uma lei de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher: Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA); Advocacia Cidadã pelos Direitos Humanos (ADVOCACI); Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento (AGENDE); Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA); Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM/BR); e Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero (THEMIS), além de feministas e juristas com especialidade no tema.
 Após muitos debates com o Legislativo, o Executivo e a sociedade, o Projeto de Lei n. 4.559/2004 da Câmara dos Deputados chegou ao Senado Federal (Projeto de Lei de Câmara n. 37/2006) e foi aprovado por unanimidade em ambas as Casas.
 Assim, em 7 de agosto de 2006, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei n. 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha.
 Considerando que uma das recomendações da CIDH foi reparar Maria da Penha tanto material quanto simbolicamente, o Estado do Ceará pagou a ela uma indenização e o Governo Federal batizou a lei com o seu nome como reconhecimento de sua luta contra as violações dos direitos humanos das mulheres.
6. Pontos de destaque naLei 13.340, de 7 de agosto de 2006
Art 9º. (...)
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:         (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
I - pela autoridade judicial;         (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou         (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia.         (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
7. A contribuição de Maria da Penha com essa importante conquista para as mulheres brasileiras tem lhe proporcionado, no Brasil e no exterior, muitas homenagens:
· Ordem de Rio Branco − 2009
· International Women of Courage Award − 2010
· Orden de Isabel la Católica − 2011
· TEDx Fortaleza − 2012
· Prêmio Direitos Humanos − 2013
· Medalha da Abolição − 2015
· Prêmio Franco-alemão de Direitos Humanos e do Estado de Direito − 2016
· Indicação ao Prêmio Nobel da Paz − 2017
· Grande-Colar do Mérito do Tribunal de Contas da União − 2018
8. Considerações finais
 Apresentação de um vídeo-poesia
 
Referências
História dos Direitos Humanos. Disponível em: https://nacoesunidas.org/conheca/historia/.<acesso em 23 JUL 20>
História dos Direitos Humanos. Disponível em: https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/what-are-human-rights/brief-history/the-united-nations.html<acesso em 23 JUL 20>
Instituto Maria da Penha. Organização não governamental sem fins lucrativos. Disponível em: https://www.institutomariadapenha.org.br/quem-e-maria-da-penha.html<acesso em 23 JUL 20>
CALAZANS, Myllena; CORTES, Iáris. O processo de criação, aprovação e implementação da Lei Maria da Penha. In: CAMPOS, C. H. (Org.). Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS/ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Relatório n. 54/01, Caso 12.051, Maria da Penha Maia Fernandes, 4 abr. 2001, Brasil. Disponível em: http://www.sbdp.org.br/arquivos/material/299_Relat%20n.pdf. Acesso em: 27 set. 2018.
PANDJIARJIAN, Valéria. Maria da Penha, una historia de perseverancia y una estrategia exitosa. In: COMITÉ DE AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE PARA LA DEFENSA DE LOS DERECHOS DELA MUJER. Los derechos de las mujeres en clave feminista. Experiencias del Cladem. Lima: Cladem, 2009.
PENHA, Maria da. Sobrevivi... posso contar. 2. ed. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2012.
11

Outros materiais