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Resumos | Brenda Alves | Passei Direto ASPECTOS INTRODUTÓRIOS Não existe ramo no mundo do Direito que não se subordine a princípios próprios, os quais firmam as diretrizes e regramentos indispensáveis para a elaboração, interpretação e aplicação das regras respectivas. Possuem funções específicas, quais sejam, a função informadora (inspiram a criação de normas, dando fundamento ao ordenamento jurídico), a função interpretativa (fornecem critérios orientadores sobre o significado e o alcance), a função normativa (integram o direito nas lacunas da lei) e a função integradora (preenchem ou colmatam as lacunas ou omissões da lei em regência). Os princípios do processo fazem parte da democracia participativa em um Estado Democrático, que o utiliza não apenas para garantir as liberdades públicas, mas para disponibilizar ao povo, detentor do poder, um instrumento político relevante de participação política, por meio de vários canais de acesso ao sistema de justiça. O sistema jurídico tradicional pátrio sempre tratou com distinção as normas e os princípios. Estes últimos possuíam um papel secundário, atuando, quando permitido, de forma supletiva. Desse modo, legislações antigas consideravam as normas como se regras fossem. Por sua vez, princípios seriam, apenas, valores morais, diversos das normas. O Direito era considerado, em sua essência, um conjunto de normas em vigor, sendo considerado um sistema perfeito, o qual não precisava de justificação, pois era tido como um dogma. Exemplo, tradicional, dessa dissociação é o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, quando estabelece que, em caso de lacuna normativa, devem ser utilizados os princípios gerais do direito. Embora não haja explícita distinção, infere-se desse dispositivo uma ideia de que princípio e norma possuem naturezas distintas, já que, na falta de um, utiliza- se o outro. Com o advento do constitucionalismo contemporâneo, também denominado de neoconstitucionalismo ou pós-positivismo, a partir de meados do século XX (pós-Segunda Guerra Mundial), o positivismo jurídico perde sua prevalência em face do ressurgimento de um Direito intimamente vinculado à argumentação ética. Isto é, ocorre uma reconciliação entre o Direito e os valores morais. Evidencia-se pela alteração de paradigma, de Estado Legislativo de Direito para Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a influenciar todo o sistema jurídico. Dessa feita, hodiernamente, prevalece o entendimento, em nosso ordenamento jurídico, segundo o qual norma é o gênero que abarca as espécies de princípios e regras. Portanto, os princípios possuem, também, caráter normativo, não se revestindo, somente, como recomendações de caráter moral e ético para fundamentar regras ou suprir lacunas. *Robert Alexy. Art. 1º do CPC/2015, in verbis: Resumos | Brenda Alves | Passei Direto O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Concluímos que essa força normativa dos princípios se traduz na possibilidade de o juiz aplicá-los, diretamente, para julgar casos concretos.
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