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Prévia do material em texto

Língua latina I
JACQUELINE BARROS
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Jacqueline Barros
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução ............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Conhecendo a origem da Língua Latina .............................................................................................................. 7
Capítulo 2
Aspectos da língua latina ........................................................................................................................................18
Capítulo 3
A estrutura verbal latina ..........................................................................................................................................28
Capítulo 4
Aprofundando a estrutura verbal latina .............................................................................................................39
Capítulo 5
Fundamentos da Cultura Latina ............................................................................................................................51
Capítulo 6
Aspectos da Cultura e Literatura Romana .........................................................................................................60
Referências ..........................................................................................................................................................................72
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORgAnIzAçãO DO LIvRO DIDátICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Nesta disciplina iniciaremos o estudo da língua latina tendo seu enfoque em dois pontos 
importantes, a saber, na “estrutura da língua latina” e nos “aspectos fonético-fonológico da 
língua latina: alfabeto, pronúncia e acentuação das palavras”.
Além disso, poderemos, também, conhecer um pouco mais os fundamentos da cultura literária 
latina, a partir de fragmentos de obras de autores romanos consagrados. Vamos lá?
Objetivos
 » Apresentar breve história da nossa língua e o princípio da gramática histórica a partir 
da origem da língua latina e sua estrutura de casos e declinações.
 » Destacar os aspectos fonéticos-fonológicos da língua latina: alfabeto, pronúncia e 
acentuação de palavras.
 » Compreender os aspectos sintáticos da língua latina: sintaxe dos casos (o dativo e o 
genitivo).
 » Conhecer as declinações de substantivos e adjetivos, entendendo que declinar é flexionar 
uma palavra.
 » Compreender a conjugação dos verbos regulares na voz ativa, as quatro conjugações 
verbais e a constituição dos períodos simples e composto da língua latina.
 » Conhecer costumes e comportamento do cotidiano romano em comparação com 
nosso modo de existir em sociedade, a partir de referências da família, das classes e do 
casamento.
 » Identificar os fundamentos da cultura literária latina, a partir de fragmentos de obras 
de autores romanos consagrados.
7
Apresentação
Neste primeiro capítulo, você conhecerá a história da Língua Latina, ou seja, a origem do Latim 
como língua que serve de base para explicar a nossa língua portuguesa.
Ainda conhecerá, de forma básica, a estrutura da Língua Latina. 
Objetivos
 » Compreender a história do Latim e sua importância para a formação das línguas 
românicas ou neolatinas; 
 » Perceber as diferenças entre o Latim vulgar e Latim clássico;
 » Notar a estrutura sintética e flexiva do Latim: o sistema de casos e as declinações.
1
CAPÍTULO
COnHECEnDO A ORIgEM 
DA LÍngUA LAtInA
8
CAPÍTULO 1 • COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA
Neste capítulo, iniciaremos o estudo da Língua Latina tendo enfoque em dois pontos importantes, 
a saber, na “Origem do Latim”, e na “Estrutura da língua latina: os casos e as declinações”. Vamos lá? 
Figura 1.
Fonte: http://www.terra.com.br/istoe-temp/edicoes/2020/imprime96347.htm 
Introdução
Iniciamos nosso trabalho remontando parte da História da nossa Língua, a Língua Portuguesa, 
por Ismael de Lima Coutinho, e invocando um princípio, por assim dizer, da Gramática 
Histórica. De acordo com o gramático, ela, a Gramática Histórica explica “as transformações 
porque essa mesma língua passou na sua evolução através do espaço e do tempo.” Coutinho 
ainda afirma que as transformações não ocorreram por capricho, mas por tendências naturais 
e hábitos fonéticos espontâneos. Desse modo, em nossos estudos, usaremos esse gancho para 
trazermos à baila o nosso elemento de destaque sobre o qual desenvolveremos todo o nosso 
material: o Latim. Estudaremos a Língua Latina por essa mesma via de interlocução, ou seja, 
observaremos o Latim como uma língua histórica que, ao longo do tempo e do espaço, sofreu 
mudanças e transformações não por moda, mas por questões pertinentes ou contingentes 
admitindo-se, portanto, as tendências naturais e os hábitos do povo de então (COUTINHO, 
1976, p. 13).
9
COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 1
Figura 2.
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.089/200 
Decidimos iniciar os nossos estudos do Latim de modo a oferecer um incentivo à descoberta e 
ao conhecimento dessa língua. Muito se fala, e em parte concordamos com a premissa, de que a 
Língua Latina está morta e enterrada. Dizemos que, em parte, concordamos, porque uma língua, 
para ser considerada absolutamente morta, conforme as reflexões de Ismael de Lima Coutinho, 
não deve mais ser usada em nenhuma parte do nosso território. Entretanto, podemos afirmar, 
com convicção, que o Latim está vivo, vivíssimo, especificamente na Academia, onde muitos ainda 
se debruçam para estudarem-na e em Roma, onde o Papa, com todaa sua parentela, exercitam 
a língua diariamente. Seus discursos ainda são realizados em Latim. Posteriormente, esses são 
traduzidos para o italiano e para as demais línguas. A autora Zélia de Almeida Cardoso destaca 
o Latim como a língua usada, oficialmente, pela Igreja Católica em cultos e rituais, até 1961. 
No romance de Umberto Eco, O Nome da Rosa, assim como no filme homônimo, comprovamos, 
com evidência, um clima de mistério ao redor da Língua Latina. 
Do mesmo modo aconteceu à Ciência. O Latim é usado como linguagem universal até início do 
século XX, para denominar novas espécies e descobertas recentes (CARDOSO, 2009, p. 9).
Ademais, o Latim era o idioma falado pela Europa e pela Ásia e a maior parte de todos os mais 
importantes documentos históricos, que datam do século V ao século XVIII, estão registrados 
em Latim. Um domínio inacreditável! Conforme atesta Z. A. Cardoso (2009, p. 10):
“Desnecessário seria falar da importância do Latim durante a Idade Média e o 
início dos tempos modernos, quando foi a língua da comunicação universal, da 
política, da religião, da cultura e da ciência. (...) De um lado há uma rica literatura 
10
CAPÍTULO 1 • COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA
deixada pelo mundo romano, que (...) estende seu alcance por outras áreas do 
conhecimento: pela historiografia, pela filosofia, pela antropologia, pela teoria 
literária em todos os seus matizes (...). De outro lado, há o interesse lingüístico 
pelo Latim. Sendo uma das mais antigas línguas indo-europeias, (...) oferece-nos a 
solução de inúmeras indagações que se referem ao conhecimento das línguas (...)”. 
Além de sua importância filológica e linguística, como idioma originário de outros idiomas, que 
observaremos mais adiante, o Latim, por sua estrutura em casos e declinações, traduz-se como 
uma língua extremamente sintética e lógica, contribuindo para a capacidade analítica de todo 
aquele que por ela se interesse.
Para determinado grupo, podemos dizer que o Latim é uma arma de grande valia aos interessados 
em documentos religiosos em que a contribuição do Latim é de essencial e crucial importância. 
Importantes tratados teológicos foram escritos em Latim e, a partir destes, podemos traduzi-los 
para as demais línguas correntes atuais. Aquele que detém tal prática de estudo da língua, 
se debruçado a pesquisá-la, aproxima-se de portas de conhecimento mais profundas cuja 
compreensão do Latim aproxima-nos da compreensão de muitas sociedades secretas que 
trabalham com a palavra, na sua origem, objetivando alcançar o conhecimento de si, a magia e 
o sobrenatural. Não é à toa que a autora J. K. Rowling utilizou-se de expressões, em Latim, para 
exercitar, por meio de seu bruxinho herói, “Harry Potter”, alguns feitiços e algumas mágicas. 
A aura que cerca a Língua Latina atrai os homens comuns, levando-os a perpassarem níveis de 
conhecimento diferenciados e ambicionarem a aquisição de alta cultura. 
Dessa forma, devemos concordar que o Latim existe e sua existência ultrapassa a sua extensão 
linguística e oral na atualidade.
A língua: origem
Conforme define Ismael Coutinho, “a língua é a linguagem particularmente usada por um povo”. 
Por ser particular, entendemos própria de determinado grupo com características específicas 
daquele grupo que se congrega por causas e circunstâncias históricas, políticas, sociais, etnológicas 
e econômicas. Coutinho se utiliza de dois sistemas de classificação da língua: o morfológico e o 
genealógico, ambos ultrapassados e incompletos, mas úteis como referenciais. O morfológico 
baseia-se na estrutura das palavras e foi criado por Schlegel. O genealógico, por sua vez, 
fundamenta-se na origem “de um grupo de línguas, que constituem assim uma verdadeira 
família”. Podemos incluir o Latim no sistema de classificação morfológico em que estão os grupos 
de línguas semíticas e indo-europeias (COUTINHO, 1976, p. 24-25). Além disso, o Latim é uma 
língua considerada flexiva, orgânica ou almagamante por conter “elementos aglutinados que se 
modificam na parte final para exprimirem os acidentes da ideia”. Para Coutinho, tais sistemas, 
como já dissemos, são considerados incompletos, e, por isso, foram muito bem substituídos 
pelas reflexões de Trombetti, linguista adepto do monogenismo linguístico. Ele reuniu todas as 
línguas, a princípio, em quatro grandes grupos e, posteriormente, em dois ramos distintos, a fim 
11
COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 1
de classificá-las melhor, conforme a ciência da linguagem. A classificação dada por Trombetti 
segue critérios geográficos e, também, um princípio dicotômico, como veremos a seguir.
Quadro 1. Quatro grupos.
I – Línguas da África: banto- sudanês/ 
camito-semítico. 
II – Línguas da ásia e Oceania: dravídico 
australiano/ munda-polinésico. 
III – Línguas da Eurásia (Europa e ásia): caucásico/ 
indo-europeu/ uralo-altaico/ indo-chinês.
IV – Língua da América: americano.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 2. Dois ramos.
I – Austral (Línguas da áfrica e Línguas da Oceania). 
II – Boreal (Línguas da Eurásia e Língua da América).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Assim, situamos o Latim como pertencente ao tronco maior das línguas indo-europeias e ao ramo 
menor das línguas itálicas. Coutinho subdivide o grupo indo-europeu em asiático e europeu. Neste 
segundo, encontramos o Latim pertencente ao ramo itálico, ao lado do grego, do céltico, entre outros.
Segundo Zélia de Almeida Cardoso (2009, p. 6), essa hipotética língua-mãe foi falada por um 
povo que se dispersou, antes de Cristo e por razões desconhecidas, e espalhou-se pela Europa 
e pela Ásia. Com a dispersão, o idioma, antes uno, tornou-se múltiplo. As línguas, então, foram 
agrupadas por proximidades linguísticas, como vimos até aqui. 
O latim
podemos começar nossa “viagem” rumo ao descortinar do Latim situando a região e as pessoas 
sobre as quais o Latim exercia toda a sua influência e o seu determinismo como identidade. 
A região onde se podia considerar o Latim predominante chamava-se Lácio. 
Figura 3.
Fonte: http://falandodehistoria10.weebly.com/artigos/january-06th-2015 
12
CAPÍTULO 1 • COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA
Posteriormente, o Latim se estendeu e atingiu toda a Europa, por causa da expansão de Roma. 
Sabe-se que o Latim foi uma língua falada, inicialmente, pelas classes inferiores, pessoas simples 
e humildes da sociedade romana tais como: agricultores, soldados, barbeiros, pastores da região, 
homens livres e escravos. Teve seu auge, ou apogeu, ao longo dos séculos III e I a.C, época 
reconhecida como período clássico da língua, caracterizado pelo rigor gramatical e imortalizado 
nas obras de autores tais como: Virgílio, Cícero e César (sobre os quais trataremos em unidade 
subsequente). Essa época da história foi considerada riquíssima pela qualidade das obras literárias 
produzidas; obras de enorme valor literário, explica Coutinho. 
Podemos, ainda, estabelecer diferenciações entre o latim considerado vulgar, o sermo vulgaris 
e o latim clássico, o sermo urbanus. 
Figura 4.
Fonte: http://bibesjcp.no.sapo.pt/historiadalingua.htm.
Inicialmente, só existia o Latim, mas com o passar do tempo, a língua estilizou-se e tornou-se um 
“instrumento literário” (COUTINHO, 1976, p. 29). Na verdade, o clássico e o vulgar representam 
distinções ou aspectos diferentes como sementes de uma mesma árvore, conforme lembra 
Coutinho. A diferença entre ambos se estabelece da seguinte maneira: diz-se clássico para 
a língua escrita dos romanos, constituída a partir das obras literárias dos escritores latinos, 
chamada de urbanitas por Cícero, e caracterizada “pelo apuro do vocabulário, pela correção 
gramatical, pela elegância do estilo” (COUTINHO, 1976, p. 29). Já o latim vulgar ou sermo 
vulgaris – indicado em nota de rodapé, por Coutinho, como expressão imprópria ao termo 
conforme estudos do Professor Serafim da Silva Neto que a denomina sermo usualis ou latim 
coloquial – era aquele idioma falado pelo povo, incluindo-seaí os incultos, pela sociedade 
romana de um modo mais geral, citados por Coutinho (1976, p. 30) como aqueles que eram “de 
todo indiferentes às criações do espírito, que não tinham preocupações artísticas ou literárias, 
que encaravam a vida pelo lado prático, objetivamente”. Uma observação necessária é esta: o 
latim vulgar será a língua que se expandirá “livremente, mais tarde, com a ruína do Império 
Romano” (COUTINHO,1976, p. 30).
13
COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 1
A partir dos séculos II e III, já na era cristã, a língua clássica latina inicia um processo de 
decadência que, consequentemente, se fará observar no espírito romano e na literatura produzida. 
Nesse processo de decadência linguística do sermo urbanus, em decorrência do sermo vulgaris, 
perde-se a forma rígida gramatical e a necessidade do apuro vocabular. Deste modo, Coutinho 
(1976, p. 31) afirma sobre o latim vulgar ou usualis:
“Produto de uma contribuição tão variada, em que o lastro primitivo, de humilde 
origem rural, se haviam sobreposto elementos diversos dialetais ou de outra 
procedência, esse latim encerrava já em si o germe da diferenciação, que se foi 
acentuando cada vez mais, desde que o adotaram como idioma comum povos 
tão diversos pela língua e pelos costumes.”
No início século IV, com uma intensa e progressiva mudança na língua a partir das diferenciações 
dialetais nas regiões que compunham o Império Romano, teremos o surgimento dos romances 
ou romanços. Será nesse momento da história que o Latim deixará de ser uma língua viva e 
passará à condição de morta, porque é dos romances que as línguas neolatinas aparecem, dentre 
as quais está a nossa Língua Portuguesa.
Figura 5.
Fonte: http://historiapublica.blogspot.com.br/2012/11/imperio-romano-mapas.html.
A estrutura da língua latina
Como já dissemos anteriormente, o Latim é uma língua essencialmente sintética e flexiva. 
Dizemos isso por se tratar de uma língua em que podemos observar que as relações sintáticas, 
entre as palavras, são determinadas por suas terminações e não pelo posicionamento delas 
14
CAPÍTULO 1 • COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA
numa frase. Por meio do chamado sistema de casos, o Latim estabelece as relações das funções 
dos termos na oração.
As palavras pertencentes a categorias nominais em Latim se estabelecem e se estruturam numa 
frase ou oração, necessariamente em um dos seis casos latinos que existem, a saber: o nominativo, 
o vocativo, o acusativo, o ablativo, o dativo e o genitivo. O que isso significa? Significa que, no 
Latim, as palavras apresentam flexões morfológicas que correspondem a cada um desses casos 
específicos. Cada caso, portanto, corresponde a uma função sintático-semântica no modo como 
constrói as expressões linguísticas.
As relações, numa frase, que podem ser observadas entre, por exemplo, o sujeito, seus adjuntos e 
complementos verbais realizam-se por conta da concordância morfológica entre os termos e não 
pela posição dos termos na frase. Desse modo, ao lermos uma frase em Latim, podemos observar a 
concordância de um substantivo com um adjetivo ainda que este se encontre muito distante na frase.
Como na frase, em português: 
“A bela menina é filha da rainha.”
O termo destacado, naturalmente, tem uma tendência a permanecer unido em Língua Portuguesa. 
Em Latim, no entanto, a tradução da frase poderia ser realizada de outras maneiras, como: 
a. Puella filia reginae pulchra est. 
b. Puella pulchra filia reginae est. 
c. Puella filia reginae est pulchra.
Embora os termos em destaque possam ser considerados vinculados uns aos outros, notemos 
que esse vínculo não se encontra na dependência da posição que esses possam ou venham a 
ocupar nas frases. O vínculo entre os termos, no Latim, se estabelece tão somente pela terminação 
das palavras no contexto. Assim, podemos observar que as terminações das palavras, nas frases, 
representam funções específicas, ou seja, funções sintáticas. Essas funções sofrem variações 
conforme o grupo de palavras a que pertencem os termos, sejam estes substantivos, adjetivos ou 
pronomes. Essa noção de caso gramatical, de acordo com Z. A. Cardoso (2009, p. 22), é estranha ao 
Português. A autora explica que, no Latim, esses nomes assumirão formas diferentes. Assumirão, 
exatamente, as terminações das quais falamos a respeito, logo acima. São desinências especiais 
conforme o uso e a função que será desempenhada na frase.
Os casos e as declinações
Em Latim, como já dissemos, todas as relações sintáticas entre os termos na frase são expressas 
pelas terminações ou desinências que esses termos apresentam. Desse modo, conheçamos os 
casos correspondentes que formam as seis funções em latim:
15
COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 1
Quadro 3.
Caso Função
nominativo Sujeito ou predicativo do sujeito
vocativo vocativo
genitivo Adjunto adnominal (preposição de)
Acusativo Objeto direto (sem preposição)
Dativo Objeto indireto (com preposição)
Ablativo Adjunto adverbial (preposição com ou por)
Fonte: Elaborada pelo autor.
Lembremos, então, as funções sintáticas que conhecemos em Língua Portuguesa por meio de 
alguns exemplos simples:
a. Sujeito: O soldado viu o menino.
b. Predicado: O soldado viu o menino (verbal); O soldado está cansado (nominal).
c. Predicativo do sujeito: O soldado está triste.
d. Vocativo: Ó soldado, lutai! 
e. Adjunto adnominal: Os soldados de Roma serão destruídos.
f. Objeto direto: O soldado ajudou a pátria.
g. Objeto indireto: Os soldados gostam de Roma. 
h. Adjunto adverbial: Os soldados olharam os meninos com atenção.
As declinações 
Em relação às declinações, já sabemos que a cada radical será acrescentada uma terminação 
ou vogal temática. Vamos observar tal processo nos substantivos. A partir do genitivo 
singular poderemos descobrir a declinação do substantivo. As declinações, portanto, devem 
vir ao final de cada palavra para que se saiba a relação sintática que se estabelecerá por 
meio desta.
Na primeira declinação, em Latim, o tema é em -a. Como em alba (branca). Na segunda 
declinação, veremos que haverá mudanças. Os temas terminarão, no genitivo singular, em -i, 
observando-se, contudo, que no nominativo singular terminarão em -o, mas passarão para 
-u(s), como em dominos/ dominus. Na terceira declinação, os temas passarão a -i ou poderão 
ganhar uma consoante. Na quarta declinação, os temas serão em -u, e na quinta, passarão a 
terminar em -e. 
16
CAPÍTULO 1 • COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA
Observe o quadro da 1ª declinação, que fará parte primordial dos nossos estudos subsequentes: 
Quadro 4.
CASOS SINGULAR PLURAL
nominativo Alba Albae
vocativo Alba albae 
Acusativo Albam Albas
genitivo Albae Albarum
Dativo Albae Albis
Ablativo Alba Albis
Fonte: Elaborado pelo autor.
Percebemos que os temas em -a, como é o caso da 1ª declinação latina, correspondem, em sua 
maioria, ao gênero feminino, com exceção somente para algumas profissões e nomes, tais como: 
agricola, -ae (agricultor), nauta, -ae (marinheiro) e Catilina, -ae (Catilina) que pertencem ao 
gênero masculino (CARDOSO, 2009, p. 24-25).
Figura 6.
Fonte: http://www.filologia.org.br/revista/35/08.htm.
Sugestão de estudo
Blog em que é possível encontrar curiosidades sobre a Língua Latina.
http://www.paraisolatim.blogspot.com.br
Blog em que é possível fazer exercícios de Latim.
http://www.sermolatinus.pro.br/delolk/index.html 
17
COnHECEnDO A ORIgEM DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 1
Blog em que é possível obter dicas de tradução em Latim.
http://www.blogdaprofessorabruna.blogspot.com.br 
Blog em que é possível conhecer curiosidades sobre as Línguas Latina e Portuguesa.
http://eadfiloloficoclassicoalpo.blogspot.com.br/2011/04/latim-dicas-de-traducao.html 
18
Apresentação
Neste segundo capítulo, você aprenderá algumas características referentes aos aspectos 
fonético-fonológicos da língua latina (alfabeto, pronúncia e acentuação). 
Também estudará os aspectos sintáticos e as peculiaridadesdos casos dativo e genitivo. 
Objetivos
 » Compreender o alfabeto e a acentuação das palavras no latim; 
 » Verificar a pronúncia reconstituída ou restaurada; 
 » Inferir as características sintáticas existentes entre os casos dativo e genitivo. 
2CAPÍTULOASPECtOS DA LÍngUA LAtInA
19
ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 2
Neste capítulo, prosseguiremos o estudo da língua latina, a saber, nos “Aspectos fonético-
fonológicos da língua latina: alfabeto, pronúncia e acentuação das palavras” e na “Sintaxe dos 
casos: dativo e genitivo”. Vamos lá?
Aspectos fonético-fonológicos da língua latina: alfabeto, 
pronúncia e acentuação das palavras
Em relação ao tema que abordaremos a partir de agora, podemos inicialmente lembrá-lo de que 
o Latim, como já afirmamos, participa do ramo indo-europeu e é classificado como uma língua 
flexiva ou flexional, do ramo das línguas itálicas, como explica a professora Zélia de Almeida 
Cardoso (2009, p. 9):
“Línguas em cuja palavra existe um elemento significativo (sema) ao qual podem 
ser acrescentados morfemas indicadores de categorias variáveis (gênero, número, 
caso, grau, quando se trata de nomes; pessoa, tempo, modo, voz, quando se trata 
de verbos). Nessa classe de línguas as palavras se formam mediante processos de 
derivação e composição e se articulam, na frase, por relações de dependência.” 
Segundo Z. A. Cardoso, a princípio, o léxico da língua latina era muito pobre. Contavam com as 
palavras mais antigas pertencentes ao ramo indo-europeu, tais como pater (pai) e lux (dia, luz), 
assim como palavras tomadas de empréstimo de outros povos habitantes da Península Itálica e 
de outros vocábulos importados de grupos distintos como os gregos.
Figura 7.
Fonte: http://www.ime.usp.br/~tycho/participants/psousa/cursos/aulas/aula_seculo_19_LH.html.
20
CAPÍTULO 2 • ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA
A derivação e a composição também tiveram um papel de grande importância para o enriquecimento 
da língua latina. Por meio dessa formação de novas palavras, por derivação e composição, o 
vocabulário latino ganhou em qualidade. 
Fonética: o alfabeto e a acentuação
A Língua Latina, por sua excelência em termos de gramáticos romanos, pode ser estudada a partir 
das descrições que estes se preocuparam em realizar sobre a língua. De acordo com Ernesto 
Faria (1958, p. 16), o alfabeto primitivo latino tinha 21 letras. Todavia, consideraremos relevante 
o alfabeto latino do período clássico da língua, cuja quantidade de letras era de 23, a saber:
A B C D E F G H I K L M N O P Q R S T V X Y Z 
Tendo também como referência o período clássico da língua, Cardoso atesta que podemos 
classificar os fonemas em três categorias:
a. Vogais (/a/, /e/, /i/, /o/, /u/);
b. Consoantes (/p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /s/, /r/, /l/, /m/ e /n/);
c. Semivogais. 
As vogais variam conforme o tempo de duração e podem ser longas ou breves determinadas 
pelos sinais: mácron ( ¯ ) para a longa e braquia (˘ – meia-lua) para a breve. 
Figura 8.
Fonte: http://pt.slideshare.net/FernandaOliveira166/lngualatinapartehistrica.
As semivogais merecem uma observação. Segundo Z. A. Cardoso existem duas semivogais: /i/ e /u/. 
As semivogais, como na nossa língua, diferem-se das vogais por estarem seguidas e apoiarem-se 
nestas, como na palavra uita (vida). É sabido que, com o passar do tempo, as semivogais tornaram-se 
consoantes, ou melhor, ganharam valor de consoantes. As semivogais, desta forma, passaram, 
respectivamente, à correspondência do /j/ (i) e do /v/ (u) e começaram a ser usadas, de ambas 
as formas, nos textos em Latim. O alfabeto latino contava, desse modo, com 21 letras e passou a 
contar com 23 letras depois que Pierre de La Rammé, humanista francês do século XVI, na Idade 
Média, introduziu o /j/ e o /v/ ao alfabeto. Os romanos só conheciam o v como V maiúsculo. 
A procura de palavras em dicionários latinos, portanto, deve ser substituída, quando for o caso, 
pelo /j/ e pelo /v/, quando a tal palavra não for encontrada com o /i/ ou com o /u/. 
21
ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 2
A utilização do alfabeto deve-se à adaptação do grego e seu início data já no século VI a.C., 
quando começou a ser usado. É importante observar que os acentos, em geral, não recaem na 
última sílaba, mas na penúltima ou na antepenúltima sílaba. Quanto ao sinal de meia lua, este 
indica acento na sílaba anterior. 
Figura 9.
Fonte: http://www.ienh.com.br/download/AtIvIDADES_ALFABEtO/livro/livro/visual_alfabetos_grego.htm.
A sílaba, na língua latina, do mesmo modo como em outros idiomas, é formada por sons. 
Dizemos, então, que as palavras em Latim também formam um conjunto de fonemas emitidos 
de uma só vez. Conforme Z. A. Cardoso, as palavras latinas podem ser átonas, como no caso de 
algumas preposições (in, que, ne) ou tônicas, como no caso de nomes, advérbios ou verbos de 
sentido completo, contudo, a tônica diferencia-se da Língua Portuguesa por ser pronunciada 
num tom mais alto, tornando o acento mais musical (CARDOSO, 2009, p. 17).
Figura 10.
Fonte: http://tipografos.net/escrita/letra-dos-romanos-1.html
22
CAPÍTULO 2 • ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA
Pronúncia
Não deve haver uma exigência a respeito da pronúncia correta ou mais próxima da que usavam 
os romanos. Contudo, há a possibilidade de termos noção dela conforme a que vem sendo 
utilizada nas escolas do mundo, tendo por base as pesquisas mais recentes sobre os sons das 
letras expressos pelos romanos. Visitaremos a pronúncia chamada de reconstituída ou restaurada. 
Há, no Brasil, duas pronúncias praticadas, a saber: a tradicional brasileira (usada em fórmulas 
jurídicas) e a romana (usada pela Igreja Católica).
Observaremos, então, a pronúncia restaurada tendo como referência os sites indicados ao término 
desta unidade. Neste trabalho, verificava-se a intenção de se aproximar da pronúncia latina da 
época de Cícero. 
A seguir, consideraremos a pronúncia e o acento tônico da palavra assinalado entre parênteses 
após as palavras apresentadas pela Diocese de Petrolina e referendado pela Gramática de 
Napoleão Mendes de Almeida: 
a. ae e oe, ditongos, são pronunciados ái e ói: nautae (náutai);
b. c soa sempre como k: Cicero (Kíkero);
c. ch soa também como k: pulcher (púlker);
d. g sempre como gue ou gui: angelus (ánguelus);
e. h é levemente aspirado, quase como o h do inglês: homo (romo); 
f. j soa sempre como i (nos livros recentes, de fato, o j é sempre substituído, na escrita, pelo i);
g. m e n nunca são nasais: campus (ká-m-pus, e não kãpus);
h. r nunca como rr: Roma (Róma, com o r pronunciado como em barato);
i. s sempre como ss: rosa (róssa);
j. u do grupo qu é sempre pronunciado: qui, quem (kúi, kúem);
k. v sempre como u: vita (uíta) (nos livros recentes o v é sempre substituído, na escrita, 
pelo u);
l. x como ks: maximus (máksimus);
m. z como dz: Zeus (dzeus);
n. as letras restantes (a, b, d, e, f, i, l, o, p, t, y) são pronunciadas como em português.
Observação final: letras dobradas como ll, tt, mm etc., devem ser pronunciadas separadamente 
– uma coisa é coma e outra é comma.
23
ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 2
Figura 11.
Fonte: https://csociales.wordpress.com/2011/09/19/la-musica-en-la-antigua-roma/.
Aspectos sintáticos da língua latina: sintaxe dos casos 
(dativo e genitivo) 
Nos nossos capítulos iniciais sobre a Língua Latina, introduzimos o assunto falando sobre a origem 
da língua, sua importância ainda nos dias atuais, seu uso e estrutura. Desse modo, daremos 
continuidade ao tema da estrutura porque abordaremos, novamente, os aspectos sintáticos do Latim.
Revendo um pouco sobre nosso último capítulo, observamos que o Latim é uma língua que se 
constitui como tal a partir de casos e declinações. Os casos, por sua vez, são formados a partir 
das terminações das palavras. Cada terminação, consequentemente, nos apresentará um caso 
distinto. Esses casos serão aqueles que expressarão as relações sintáticas existentes entre as 
palavras num dado contexto.Sendo assim, conforme a Gramática Latina, de Napoleão Mendes 
de Almeida (2011, p. 14), “caso é a maneira de escrever a palavra em latim de acordo com a função 
que ela exerce na oração”. 
Observemos, então, os casos em Latim e suas referências em Língua Portuguesa, tal como fizemos 
anteriormente:
Quadro 5.
CASO FUNÇÃO SINTÁTICA
nominativo Sujeito e predicativo do sujeito
vocativo vocativo
genitivo Adjunto Adnominal
Acusativo Objeto Direto
Dativo Objeto Indireto
Ablativo Adjunto Adverbial
Fonte: Elaborado pelo autor.
24
CAPÍTULO 2 • ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA
Entendemos cada caso pela transposição da função sintática em Língua Portuguesa. 
Também percebemos que os seis casos representam os seis principais elementos que compõem 
uma frase em Latim. Para tanto, a ideia é de que você compreenda as funções sintáticas básicas 
em Língua Portuguesa para só então poder trabalhá-las na Língua Latina. 
Desse modo, faça uma consulta a uma boa gramática da Língua Portuguesa e revise tais elementos 
para que você se sinta seguro em continuar seus estudos daqui por diante. Sugerimos que você 
mesmo realize questões que possam ajudá-lo a entender e fixar o processo. Perguntas sobre as 
funções dos elementos nas frases, da seguinte maneira: O que é um caso em latim?/ Quantos 
são os casos latinos?/Para que eles servem?/ e assim por diante. 
Conforme as indicações da professora Zélia de Almeida Cardoso (2009, p. 22-23), os casos latinos 
assumem formas diferentes, contando, para isso, com desinências especiais, conforme a função 
desempenhada. Isso não acontece em Português, porque, em Língua Portuguesa, a mesma palavra 
pode participar ou realizar todas as funções sem dever nada à forma. Cardoso exemplifica com a 
palavra menina sendo usada em diferentes situações, tais como nos exemplos que daremos agora: 
a. ”A menina é bonita”, a palavra menina como o sujeito da frase; 
b. “A mãe chamou a menina”, a palavra menina como o objeto direto da frase; 
c. “Ofereceram flores à menina”, a palavra menina como o objeto indireto da frase. 
Em Latim, a palavra menina exercerá funções diferentes nas frases conforme a desinência que 
receber, de acordo com o caso específico.
Observe o quadro referente ao substantivo menina, em Latim, puella, e a terminação que esta 
receberá conforme o caso específico, ou função específica (conforme a 1ª declinação), que 
exercerá na frase:
Quadro 6.
CASOS SINGULAR PLURAL
nominativo Puell - a Puell - ae
vocativo Puell - a Puell - ae
genitivo Puell - ae Puell - arum
Acusativo Puell - am Puell - as
Dativo Puell - ae Puell - is
Ablativo Puell - a Puell - is
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observe que, para cada função, a palavra puella (menina) ganha uma terminação diferente e 
assume uma forma. Em Latim, isso acontece porque cada caso corresponde a uma função e, 
para cada função, o substantivo assumirá uma forma diferente conforme a necessidade. A isso 
25
ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 2
chamamos declinação. Declinamos, em Latim, conforme o caso correspondente. A declinação 
obedece a determinados princípios ou regras já observados na unidade anterior. Nesta unidade, 
nos propomos a aprofundar o entendimento sobre esses princípios. Antes, contudo, vejamos o 
gênero e o número dos substantivos latinos.
Em Língua Portuguesa temos palavras masculinas e femininas. Outras que chamamos epicenos, 
comuns-de-dois, e assim por diante. Em Latim, classificamos os substantivos em masculinos, 
femininos e neutros. Para o masculino, em Latim, temos a correspondência de palavras que 
determinam seres do sexo masculino assim como trabalhos especificamente masculinos. 
Também são masculinos os nomes de seres da natureza. Os nomes femininos são representados 
por seres do sexo feminino e também da natureza, tais como nomes de árvores ou cidades. 
Os neutros não têm uma especificação, mas podemos reconhecê-los por formas de flexões 
distintas, como no caso dos nomes de frutos e metais (CARDOSO, 2009, p. 20).
Quanto ao número do substantivo este se assemelha ao da Língua Portuguesa. Contamos com 
o singular e com o plural, indicados pela mesma terminação que será usada para estabelecer a 
relação sintática, ou seja, o caso. Ao procurar uma palavra no dicionário, é importante que você 
a procure ou no caso nominativo singular ou no caso genitivo singular.
A seguir, veremos, especificamente, como funcionam os casos: dativo e genitivo.
Dativo
O caso dativo corresponde, em Língua Portuguesa, ao objeto indireto. Assim, você precisa ter o 
correto entendimento dessa função para que consiga estudá-lo, como um caso, em Latim. 
Em Português, a função do objeto indireto está intimamente relacionada à predicação verbal, 
se esta é completa ou incompleta. De acordo com a Gramática Latina, de Napoleão Mendes de 
Almeida (2011, p. 19-20), o verbo também é chamado de predicado porque atribui uma ação a 
alguém ou a alguma coisa. Desse modo, ele explica que quando a ação se concentra no sujeito de 
modo integral, o verbo é, de fato, completo, ou seja, a predicação é completa; quando acontece 
ao contrário, quando o verbo necessita de algo ou alguém, chamamos esse de incompleto, ou 
seja, a predicação é incompleta. Sendo assim, dizemos que há dois tipos de verbos: aqueles de 
predicação completa ou intransitivos (morrer, correr etc.) e os de predicação incompleta ou 
transitivos, que pedem um complemento (escrever, ganhar etc.). 
Os verbos de predicação incompleta são os que aqui nos interessam, pois pedem, como já dissemos, 
algo ou alguém que os complete na ideia que desejam exprimir. Podemos subdividir os verbos de 
predicação incompleta em transitivos diretos ou transitivos indiretos. Os diretos correspondem àqueles 
verbos que não necessitam de uma preposição, como o verbo beber, por exemplo. Os indiretos 
serão aqueles que, necessariamente, precisam da preposição para transmitir uma ideia, como o 
verbo gostar (pois quem gosta, gosta de alguma coisa ou de alguém) (ALMEIDA, 2011, p. 20).
26
CAPÍTULO 2 • ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA
Figura 12.
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1249378/.
O dativo é o caso que representa, em Latim, a função do objeto indireto na Língua Portuguesa; 
sua função se realiza com os verbos que precisam de complemento com auxílio da preposição. 
Exemplo: Ele gosta de futebol. / A criança assistiu ao filme. 
genitivo
O genitivo, no Latim, exerce a função de adjunto adnominal. De acordo com a Gramática Latina, 
de Napoleão Mendes de Almeida (2011, p. 17), o genitivo corresponderia, na verdade, ao adjunto 
adnominal restritivo, ou seja, aquele que reduz, restringe, de certa forma, o nome. Por exemplo, na 
frase: A bola do João é verde. Observamos que o adjunto adnominal restritivo vem acompanhado 
da preposição de, dando uma ideia de pertencimento. Em Latim, portanto, teremos de traduzir 
o genitivo sempre com a preposição de o antecedendo. 
Além disso, o genitivo, em relação às declinações, representa o caso pelo qual podemos observar 
o tema. Ou seja, descobrimos a declinação à qual o substantivo pertence ao observarmos o 
genitivo singular desta.
Copiamos, a seguir, da Gramática Latina, de Napoleão Mendes de Almeida, o quadro das 
declinações realizado a partir de seus respectivos genitivos:
Quadro 7. Declinações.
Declinações 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
genitivo -ae -i -is -us -ei
Fonte: Elaborado pelo autor.
27
ASPECtOS DA LÍngUA LAtInA • CAPÍTULO 2
Desse modo, para se encontrar um nome, uma palavra ou um substantivo em um dicionário de 
língua latina, basta encontrar um substantivo e ficar atento à forma que o acompanhar, como 
mostram os exemplos a seguir:
a. anima, -ae (alma); 
b. lupus, -i (lobo); 
c. ciuis, -is (cidadão);
d. portus, -us (porto); 
e. fides, -ei (fé). 
Sugestão de estudo
Site da Diocese de Petrolina em que o aluno poderá encontrar apostilas e informações importantes sobre a língua latina.
http://www.diocesedepetrolina.org.br/central/arquivos/file/Curso_de_Latim_GloriaTV.pdf
Site em que o aluno terá acessoa fragmentos de textos literários e poderá ouvi-los a fim de treinar a pronúncia.
http://www.princeton.edu/~clip
28
Apresentação
Neste terceiro capítulo, você verá outras estruturas morfológicas latinas, partindo para o sistema 
verbal e suas formas nominais. 
Ainda aprofundaremos os estudos dos substantivos, no Latim, agrupados em 5 (cinco) declinações 
e dos adjetivos de 1ª e 2ª classes. 
Objetivos
 » Perceber o sistema verbal e as formas nominais dos verbos; 
 » Estudar as cinco declinações latinas; 
 » Distinguir os adjetivos de 1ª e 2ª classes. 
3CAPÍTULOA EStRUtURA vERBAL LAtInA
29
A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 3
Neste capítulo, começaremos pelas noções dos aspectos verbais, bem como pelas formas nominais 
do verbo (gerúndio, particípio e supino). Em seguida, aprofundaremos nossos estudos sobre as 
declinações dos substantivos e dos adjetivos. Bom trabalho. 
noção de aspecto verbal
Que tal iniciar uma conversa sobre verbo? Esta será apenas uma introdução da proposta que 
pretendemos aprofundar numa próxima unidade.
Como conjugamos um verbo? Precisamos, necessariamente, entender que, para um verbo ser 
conjugado, devemos observar a pessoa, o número, o tempo e o modo. Em Latim, temos quatro 
conjugações verbais, as quais também identificamos pelo infinitivo, a saber: -are (1ª); -ere (2ª) 
– com o sinal longo sobre o -e inicial; -ere (3ª) – com a (meia-lua) sobre o -e inicial – e -ire (4ª). 
De acordo com Napoleão Mendes de Almeida (2011, p. 201), “conjugar um verbo é flexioná-lo 
em todas as pessoas, números, modos, tempos e vozes” .
A representação dos verbos, em Latim, acontece desta forma: asporto, -as, -are, -avi, -atum: vt, 
transportar, levar. Chamamos essas formas de tempos primitivos dos verbos e é assim que os 
verbos podem ser encontrados no dicionário. Existem quatro modos verbais na Língua Latina: 
indicativo, subjuntivo, imperativo e infinitivo. Além desses há, ainda, as formas nominais: 
gerúndio, particípio e supino. Sobre os tempos e modos sobre os quais o verbo se apresenta 
falaremos, mais detalhadamente, na unidade subsequente.
Assim como em nossa língua, no Latim também conjugamos os verbos em seis pessoas, três 
no singular e três no plural, cada uma delas indicada por uma terminação específica, a qual é 
acrescentada ao final do verbo, possibilitando nosso reconhecimento da pessoa a respeito da 
qual falamos. Observe as terminações:
Quadro 8.
PESSOA SINGULAR PLURAL
1ª -o -mus
2ª -s -tis
3ª -t -nt
Fonte: Elaborado pelo autor.
Assim podemos, por exemplo, observar o verbo ser ou estar: sum, es, esse, fui (que veremos, 
brevemente, em um de nossos capítulos).
30
CAPÍTULO 3 • A EStRUtURA vERBAL LAtInA
Declinação dos substantivos e adjetivos
Retomemos nossas reflexões sobre as declinações. Já vimos que declinar é flexionar uma palavra 
(nos deteremos, nesse momento, nos substantivos e adjetivos), ou melhor, ”recitar a palavra em 
todos os casos, tanto do singular como do plural” (ALMEIDA, 2011, p. 27). Assim, ao declinarmos 
uma palavra, nos propomos a observar que, em Latim, temos seis casos em que, necessariamente, 
nem todos terão a mesma terminação. Por quê? Em Latim, cada caso representa uma função e cada 
função será expressa, na própria palavra, a partir de terminações específicas que desempenham 
funções também específicas. 
Em Latim, temos cinco grupos de flexão para os substantivos, conforme a Gramática Latina, de 
Napoleão Mendes de Almeida. Sendo assim, temos cinco declinações possíveis. Estas, conforme 
o genitivo singular da palavra, são:
a. 1ª declinação – em -ae; 
b. 2ª declinação – em -i;
c. 3ª declinação – em -is;
d. 4ª declinação – em -us;
e. 5ª declinação – em -ei.
Substantivos – primeira declinação
Sabemos de antemão que a 1ª declinação corresponde aos nomes, em Latim, terminados em -a 
(nominativo) ou -ae (genitivo), ambos no singular. Predominam, para tanto, as palavras femininas 
e poucas masculinas, tais como alguns nomes de homens e profissões. Nesta declinação, não 
observaremos a presença de nomes neutros.
Vamos ler um quadro representativo com o substantivo puella (menina):
Quadro 9.
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO puella puellae a(s) menina(s)
vOCAtIvO puella puellae ó menina(s)
gEnItIvO puellae puellarum da(s) menina(s)
ACUSAtIvO puellam puellas a(s) menina(s)
DAtIvO puellae puellis para a(s) menina(s)
ABLAtIvO puella puellis com a(s) menina (s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observe que não haverá qualquer distinção na declinação das palavras masculinas e femininas. 
Todas seguirão o mesmo padrão, basta sabermos encontrar o radical da palavra e acrescentar a 
31
A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 3
este sua terminação, como em puella. O radical vai até puell- e acrescentamos as terminações 
da 1ª declinação em -a. 
Segunda declinação
Nesta declinação, encontramos os substantivos, no genitivo singular, terminados em -i. Em sua 
maioria, os nomes da segunda declinação são masculinos ou neutros, ainda que existam alguns 
substantivos femininos.
A seguir, leia os quadros com as especificações modelares de substantivos da 2ª declinação, 
a partir do nominativo singular em -us e em -um (Quadros 1 e 2). Os substantivos escolhidos 
foram: discipulus, -i (discípulo) e donum, -i (dom). 
Quadro 10. Discipulus (discípulo).
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO discipulus discipuli o(s) discípulo(s)
vOCAtIvO discipule discipuli ó discípulo(s)
gEnItIvO discipuli discipulorum do(s) discípulo (s)
ACUSAtIvO discipulum discipulos o(s) discípulo(s)
DAtIvO discipulo discipulis para o(s) discípulo(s)
ABLAtIvO discipulo discipulis com o(s) discípulo(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 11. Donum (dom).
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO donum dona o(s) dom(s)
vOCAtIvO donum dona ó dom(s)
gEnItIvO doni donorum do(s) dom(s)
ACUSAtIvO donum dona o(s) dom(s)
DAtIvO dono donis para o(s) dom(s)
ABLAtIvO dono donis com o(s) dom(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
De acordo com a Gramática Latina, de Napoleão Mendes de Almeida, você deverá levar em conta 
que, nesta declinação, nem sempre o nominativo singular apresentará uma forma única. Sendo 
assim, precisará observar, também, alguns nomes em -er, como puer (menino) e em -ir, como 
vir, viri (varão). Também devemos estar atentos a algumas terminações diferenciadas, como no 
caso da palavra latina filius. A terminação do genitivo singular apresenta dois -ii, mas somente 
quando, no radical, a terminação tem um -i, o que gerará, no nominativo, -ius ou -ium, como 
32
CAPÍTULO 3 • A EStRUtURA vERBAL LAtInA
no caso das palavras filius, filii (filho) e auxilium, auxilii (ajuda). Destacamos a irregularidade 
no radical de determinadas palavras, tais como em Deus, Dei, agnus, agni e chorus, chori. 
Nestas, o vocativo será sempre diferente, idêntico ao nominativo. Na palavra Deus há, ainda, 
outras especificidades em relação a irregularidades. 
Observaremos apenas uma dessas palavras para demonstrarmos a diferença que há, do vocativo 
e do nominativo, em relação às outras palavras da mesma declinação:
Quadro 12.
CASO SINGULAR PLURAL
nOMInAtIvO agnus agni
vOCAtIvO agnus agni
gEnItIvO agni agnorum
ACUSAtIvO agnum agnos
DAtIvO agno agnis
ABLAtIvO agno agnis
Fonte: Elaborado pelo autor.
A palavra agnus, agni (cordeiro), assim como as citadas acima vão apresentar irregularidades 
quanto ao vocativo. Quanto às palavras em -er, há aquelas que perderão o -e e, em sua minoria, 
as que o manterão, como no caso de puer, pueri (menino). 
terceira declinação
Na 3ª declinação, observaremos a presença de um número bem maior de palavras. Estas tanto 
poderão ser masculinas quanto femininas ou neutras, por isso sua atenção e seu estudo deverão 
ser redobrados. Os temas virão em -i ou em consoantes; contudo, haverá distinções específicas 
e inesperadas. Para que você acompanhe o estudo desta declinação e consiga realizá-la nos 
casos determinados, precisará entender que no genitivo teremos obrigatoriamente duas formas 
distintas:tema em -ium e tema em -um. A colocação adequada das terminações ao declinarmos 
dependerá, em parte, da compreensão de dois conceitos de palavras, a saber, das palavras 
parissilábicas e das palavras imparissilábicas.
Conforme explica Napoleão Mendes de Almeida, as parissilábicas são aquelas que no singular 
apresentarão um número equivalente de sílabas tanto no nominativo quanto no genitivo. 
Exemplo: hostis, hostis (inimigo) que terá duas sílabas no nominativo e duas no genitivo. 
As imparissilábicas são aquelas que, no genitivo singular, apresentarão uma ou mais sílabas 
do que no nominativo. Consoante afirma Napoleão Mendes de Almeida, “Imparissilábico 
quer dizer, portanto, número diferente de sílabas e não número ímpar de sílabas” (ALMEIDA, 
2011, p. 64). Os temas em -ium serão formados pelas parassilábicas e os temas em -um, 
pelas imparissilábicas. 
33
A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 3
Importante observar: as palavras terminadas com duas consoantes têm o genitivo plural em 
-ium. Exemplo: Urbis, urbis, em que o radical é urb-, e o genitivo plural: urbium. Já aquelas 
que tiverem as terminações em -er, como pater, terão o genitivo plural em -um. Atenção para 
algumas exceções de parassilábicas que serão em -um: canis, -is (cão), panis,-is (pão), senex, 
-nis (velho).
Para facilitar a compreensão dos substantivos de 3ª declinação, Ernesto Faria (1958, p. 89) apresenta 
outra explicação: os nomes terminados na sonante -i, seguida de -s, como ciuis (cidadão), são 
denominados de temas sonânticos; já os nomes terminados em consoante, como princeps 
(príncipe), são denominados de temas consonânticos.
A seguir, o quadro com um modelo de terminação da 3ª declinação com a palavra hostis (inimigo):
Quadro 13.
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO hostis hostes o(s) inimigo(s)
vOCAtIvO hostis hostes ó inimigo(s)
gEnItIvO hostis hostium do(s) inimigo(s)
ACUSAtIvO hostem hostes o(s) inimigo(s)
DAtIvO hosti hostibus para o(s) inimigo(s)
ABLAtIvO hoste hostibus com o(s) inimigo(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Há, ainda, as palavras neutras da 3ª declinação. Quanto a estas, umas terão suas terminações 
no nominativo singular, em -ar, outras em -e e outras em -al. Essas palavras neutras trarão seus 
ablativos em -i e os genitivos plurais em -ium. Há, também, os neutros que apresentam várias 
terminações no nominativo singular. Observe que esses sempre farão os neutros em -um, no 
genitivo plural, e em -e, no ablativo.
Exemplo no Quadro 14 com a palavra mare (mar) e, no Quadro 15, com a palavra flumen (rio) 
(ALMEIDA, 2011, p. 72-73):
Quadro 14.
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO mare maria o(s) mar(es)
vOCAtIvO mare maria ó mar(es)
gEnItIvO maris marium do(s) mar(es)
ACUSAtIvO mare maria o(s) mar(es)
DAtIvO mari maribus para o(s) mar(es)
ABLAtIvO mari maribus com o(s) mar(es)
Fonte: Elaborado pelo autor.
34
CAPÍTULO 3 • A EStRUtURA vERBAL LAtInA
Quadro 15.
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO *flumen flumina o(s) rio(s)
vOCAtIvO *flumen flumina ó rio(s)
gEnItIvO fluminis fluminum do(s) rio(s)
ACUSAtIvO *flumen flumina o(s) rio(s)
DAtIvO flumini fluminibus para o(s) rio(s)
ABLAtIvO flumine fluminibus com o(s) rio(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
*Os neutros consonânticos, cuja terminação é no nominativo singular em -s, -n , -t, a saber: as 
palavras corpus (corpo), flumen (rio) e caput (cabeça), apresentam todos eles no nominativo/
vocativo/acusativo o tema puro, isto é, sem desinência alguma (desinência zero). No plural, esses 
casos apresentam a mesma desinência -a (FARIA, 1958, p. 99). 
Quarta declinação
Nesta declinação encontraremos palavras masculinas, femininas e neutras. Entretanto, a 
quantidade de substantivos será bem menor. Os temas serão em -us e para alguns neutros, em 
-u. Observaremos, nos plurais do nominativo, do vocativo e do acusativo, a terminação -ua.
Daremos dois exemplos como modelos nos quadros a seguir. As palavras cultus (cultura) e 
genu (joelho):
Quadro 16. Cultus (cultura).
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO cultus cultus a(s) cultura(s)
vOCAtIvO cultus cultus ó cultura(s)
gEnItIvO cultus cultuum da(s) cultura(s)
ACUSAtIvO cultum cultus a(s) cultura(s)
DAtIvO cultui cultibus para a(s) cultura(s)
ABLAtIvO cultu cultibus com a(s) cultura(s)
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 17. Genu (joelho).
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO genu genua o(s) joelho(s)
vOCAtIvO genu genua ó joelho(s)
gEnItIvO genus genuum do(s) joelho(s)
ACUSAtIvO genu genua o(s) joelho(s)
DAtIvO genui genibus para o(s) joelho(s)
ABLAtIvO genu genibus com o(s) joelho(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
35
A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 3
Quinta declinação
Para a 5ª e última declinação teremos o tema em -e, no nominativo singular, em -es e, no genitivo 
singular, em -ei. Acontecerá que nesta declinação encontraremos somente palavras femininas 
e, também, algumas que não serão declinadas em todos os seis casos. Por isso, selecionamos 
duas palavras, que são declinadas em todos os casos, para darmos como exemplos. São elas: 
dies (dia) e res (coisa).
Quadro 18. Dies (dia).
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO dies dies o(s) dia(s)
vOCAtIvO dies dies ó dia(s)
gEnItIvO diei dierum do(s) dia(s)
ACUSAtIvO diem dies o(s) dia(s)
DAtIvO diei diebus para o(s) dia(s)
ABLAtIvO die diebus com o(s) dia(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 19. Res (coisa).
CASO SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
nOMInAtIvO res res a(s) coisa(s)
vOCAtIvO res res ó coisa (s)
gEnItIvO rei rerum da(s) coisa(s)
ACUSAtIvO rem res a(s) coisa(s)
DAtIvO rei rebus para a(s) coisa(s)
ABLAtIvO re rebus com a(s) coisa(s)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 13.
36
CAPÍTULO 3 • A EStRUtURA vERBAL LAtInA
Fonte: http://www.latinitasbrasil.org/#!extras/c1f3b.
Adjetivos (1ª e 2ª classes)
Quanto aos adjetivos, estes, como palavras que caracterizam os substantivos, a princípio, seguirão 
os substantivos, concordando com estes em gênero, número e caso. Ou seja, ao declinarmos o 
substantivo, observaremos o mesmo caso para o adjetivo.
Há adjetivos de 1ª classe, que acompanham a 1ª e a 2ª declinações latinas. Tais adjetivos seguem 
os modelos de bonus, bona, bonum (bom) – Quadro 1 – ou pulcher, pulchra, pulchrum (belo / 
bela) – Quadro 21.
Quadro 20.
CASO SING/PLU(MASC) SING/PLU(FEMIN) SING/PLU(NEUTR.)
nom. bonus/boni bona/bonae bonum/bona
voc. bone/boni bona/bonae bonum/bona
gen. boni/bonorum bonae/bonarum boni/bonorum
Acus. bonum/bonos bonam/bonas bonum/bona
Dat. bono/bonis bonae/bonis bono/bonis
Abla. bono/bonis bona/bonis bono/bonis
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 21.
CASO SING/PLU(MASC) SING/PLU(FEMIN) SING/PLU(NEUTR.)
nom. pulcher/pulchri pulchra/pulchrae pulchrum/pulchra
voc. pulcher/pulchri pulchra/pulchrae pulchrum/pulchra
gen. pulchri/pulchrorum pulchrae/pulchrarum pulchri/pulchrorum
37
A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 3
CASO SING/PLU(MASC) SING/PLU(FEMIN) SING/PLU(NEUTR.)
Acus. pulchrum/pulchros pulchram/pulchras pulchrum/pulchra
Dat. pulchro/pulchris pulchrae/pulchris pulchro/pulchris
Abla. pulchro/pulchris pulchra/pulchris pulchro/pulchris
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os adjetivos de 2ª classe seguem a 3ª declinação e poderão apresentar terminações diferenciadas, 
como as que seguem nos modelos a seguir:
Adjetivo parissilábico, com três terminações:
Quadro 22. Acer (azedo).
CASO SING/PLU(MASC) SING/PLU(FEMIN) SING/PLU(NEUTR.)
nom. Acer/acres Acris/acres Acre/acria
voc. Acer/acres Acris/acres Acre/acria
gen. Acris/acrium Acris/acrium Acris/acrium
Acus. Acrem/acres Acrem/acres Acre/acria
Dat. Acri/acribus Acri/acribus Acri/acribus
Abla. Acri/acribus Acri/acribus Acri/acribus
Fonte: Elaborado pelo autor.
Adjetivo parissilábico, com duas terminações:
Quadro 23. Fortis (forte).
CASO SING/PLU (MASC. E FEM.) SING/PLU (NEUTRO)
nom. Fortis/fortes Forte/fortia
voc. Fortis/fortes Forte/fortia
gen. Fortis/fortium Fortis/fortium
Acus. Fortem/fortes Forte/fortia
Dat. Forti/fortibus Forti/fortibusAbla. Forti/fortibus Forti/fortibus
Fonte: Elaborado pelo autor.
Adjetivo imparissilábico (uma terminação):
Quadro 24. Prudens (prudente).
CASO SING. (MASC., FEM. E NEUTRO) PLURAL (MASC., FEM. E NEUTRO)
nom. prudens prudentes
voc. prudens prudentes
gen. prudentis prudentium
38
CAPÍTULO 3 • A EStRUtURA vERBAL LAtInA
CASO SING. (MASC., FEM. E NEUTRO) PLURAL (MASC., FEM. E NEUTRO)
Acus. prudentem prudentes
Dat. prudenti prudentibus
Ablat. prudenti Prudentibus
Fonte: Elaborado pelo autor.
Sugestão de estudo
Para simplificar o estudo da formação dos adjetivos, acrescentamos o slide a seguir: 
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1764231/
Saiba mais
É válido lembrar que também em Latim, assim como na Língua Portuguesa, os adjetivos admitem graus. Todavia, o grau do 
adjetivo não será nossa matéria de estudo. Para aqueles que se interessarem, basta consultar a bibliografia. 
Sugestão de estudo
Site em que o aluno encontrará explicações e muitos exemplos sobre os casos latinos. 
http://www.elo.pro.br/repositorio/outros/luizkarol/casos_em_latim/casosemlatimseq.htm 
Site em que o aluno poderá ler mais sobre os casos em latim, bem como todas as declinações. 
http://www.nead.unifran.br/aplicacoes/upload/arquivos/latim3.pdf 
Site em que se pode ler mais sobre as questões referentes aos substantivos e verbos em Latim. 
http://www.latim-basico.pro.br/latim-basico.pdf 
39
Apresentação
No nosso quarto capítulo, você expandirá o estudo dos verbos em Latim. Desse modo, verá 
que a riqueza de tempos e de modos verbais da Língua Latina se aproxima demasiadamente 
do sistema verbal da Língua Portuguesa. 
Objetivos
 » Compreender as vozes verbais em Latim; 
 » Notar as diferenças e particularidades do verbo sum ou esse;
 » Perceber as diferenças e/ou semelhanças entre os tempos verbais e as 4 (quatro) 
conjugações latinas.
4
CAPÍTULO
APROFUnDAnDO A EStRUtURA 
vERBAL LAtInA
40
CAPÍTULO 4 • APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA
Neste capítulo retomaremos o estudo da estrutura verbal latina em seus conceitos mais básicos. 
Então, estudaremos as vozes, o verbo esse, os tempos, bem como daremos detalhes sobre as 
quatro conjugações verbais em Latim. Assim, perceberemos que o esquema verbal no Latim em 
muito se aproxima da organização verbal da Língua Portuguesa, todavia, é preciso estar atento 
às conjugações. Bons estudos! 
Conjugação dos verbos regulares na voz ativa
Em nosso último estudo, tivemos apenas uma pequena noção a respeito dos verbos e das 
conjugações verbais. A partir de agora, começaremos a estudar a estrutura verbal latina em seus 
conceitos mais básicos. Não temos como nos aprofundar na questão verbal, mas aprenderemos 
como conjugar um verbo em Latim. Caso você queira prosseguir em seus estudos, use como 
referência de pesquisa a bibliografia citada ao final deste Livro Didático. 
As vozes, o verbo esse e os tempos
Faz-se muito importante alguns lembretes, nesse momento, que não foram citados anteriormente:
1. Em Português, temos as vozes ativa, passiva e reflexiva. Em Latim, também temos três 
vozes só que, no lugar da reflexiva, temos a depoente. Veremos, em nosso Livro Didático, 
somente a voz ativa.
2. Como já sabemos, desde o capítulo anterior, em Latim, temos quatro conjugações. 
O verbo Sum ou esse (ser/estar) apresenta diferenças e particularidades, por isso não se 
encontra em nenhuma conjugação específica contando, portanto, com sufixos especiais. 
Ele introduz o predicado nominal. 
No quadro a seguir, observe sua conjugação no presente do indicativo:
Quadro 25. Sum ou esse (ser/estar).
PESSOA/NÚMERO Pres. do Indicativo Tradução
1ª pessoa do singular sum sou
2ª pessoa do singular es és
3ª pessoa do singular est é
1ª pessoa do plural sumus somos
2ª pessoa do plural estis sois
3ª pessoa do plural sunt são
Fonte: Elaborado pelo autor.
41
APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 4
3. Os tempos em Latim também são três (presente, passado e futuro), mas subdivididos em seis. 
Conforme o quadro a seguir:
Quadro 26.
TEMPOS SUBDIVISÃO TEMPORAL
PRESEntE Presente
PASSADO Pretérito imperfeito
Pretérito perfeito
Pretérito mais-que-perfeito 
FUtURO Futuro imperfeito
Futuro perfeito
Fonte: Elaborado pelo autor.
4. Os tempos verbais, em Latim, podem ser divididos em dois grandes grupos, a saber, o Infectum 
(não feito) e o Perfectum (feito/realizado). 
Segue a representação, em quadro, dos dois grupos:
Quadro 27.
Infectum 
Presente
Pret. imperfeito
Futuro imperfeito
Perfectum
Pret. perfeito
Pret. mais-que-perfeito
Futuro perfeito
Fonte: Elaborado pelo autor.
5. Quanto aos tempos em Latim, também precisamos entender que há primitivos e derivados. É 
a partir dos tempos primitivos que conhecemos os demais e, a partir destes, com as desinências 
de 1ª pessoa, que podemos encontrar um verbo latino no dicionário.
Observe o quadro a seguir com a especificação dos tempos primitivos e dos tempos derivados 
da voz ativa:
Quadro 28.
tEMPOS 
PRIMItIvOS
1. Indicativo presente;
2. Pret. perfeito do indicativo;
3. Supino;
4. Infinitivo.
tEMPOS 
DERIvADOS
1. Imperfeito do indicativo; fut. do imperfeito; presente do subjuntivo; particípio presente e gerúndio; 
2. Mais-que-perfeito; fut. perfeito; mais-que-perfeito do subjuntivo; infinitivo passado;
3. Particípio passado; particípio futuro;
4. Imperativo; imperfeito do subjuntivo.
Fonte: Elaborado pelo autor.
42
CAPÍTULO 4 • APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA
6. Há tempos, em Latim, sobre os quais selecionamos exemplos em 1ª conjugação, com o verbo 
amo (amar), para que você tenha acesso ao conhecimento e à existência destes. Desta forma, 
não trataremos a respeito dos tempos, a seguir citados, nos nossos estudos.
Quadro 29.
TEMPO VERBO amare (amar)
Infinitivo passado amavisse
Imperativo ama/amate
Particípio presente amans/ amantis
Particípio futuro amaturus, -a, -um
Particípio passado amatus, -a, -um
gerúndio amandum
Supino amatum
Fonte: Elaborado pelo autor.
Primeira conjugação
Revendo as bases do nosso capítulo, iniciaremos pelo indicativo presente da 1ª conjugação regular 
latina sabendo que, no infinitivo do verbo, teremos a terminação verbal em -are.
Tomemos como exemplo o verbo educo (ensinar) – Quadro 30 –, no presente do indicativo, cujo 
modelo será seguido por todos os verbos da primeira conjugação.
Quadro 30. Educo (educar).
PESSOA/NÚMERO TEMPO Presente do indicativo TRADUÇÃO
1ª do singular educo educo
2ª do singular educas educas
3ª do singular educat educa
1ª do plural educamus educamos
2ª do plural educatis educais
3ª do plural educant educam
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observe que as terminações verbais compreendem aquelas citadas anteriormente. Reveja, no 
Quadro 31, as terminações (desinências):
Quadro 31.
PESSOA SINGULAR PLURAL
1ª -o -mus
2ª -s -tis
3ª -t -nt
Fonte: Elaborado pelo autor.
43
APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 4
Como já dissemos, como conjugamos um verbo? Precisamos, necessariamente, entender que 
para um verbo ser conjugado devemos observar a pessoa, o número, o tempo, a voz e o modo. 
Em Latim, as quatro conjugações verbais são identificadas pelo infinitivo, a saber: -are (1ª); -ere 
(2ª) – com o sinal longo sobre o -e inicial; -ere (3ª) – com a (meia lua) sobre o -e inicial – e -ire 
(4ª). De acordo com Napoleão Mendes de Almeida (2011, p. 201), “conjugar um verbo é flexioná-
lo em todas as pessoas, números, modos, tempos e vozes”.
A representação dos verbos, em Latim, acontece desta forma: asporto, as, are, avi, atum: 
vt, transportar, levar (1ª conjugação). E assim como em nossa língua, no Latim, também 
conjugamos os verbos em seis pessoas, três no singular e três no plural, cada uma delas indicada 
por uma terminação específica, a qual é acrescentada ao final do verbo, possibilitando nosso 
reconhecimento da pessoa a respeito da qual falamos.
Para cada conjugação, apresentaremos um quadro de conjugações do Infectum e do Perfectum, 
como referência, com osprincipais tempos latinos do indicativo e subjuntivo.
Vejamos um quadro da 1ª conjugação, verbo amo (amar):
Quadro 32.
TEMPO VERBO AMO (PESSOAS)
Indicativo Presente 
amo
amas
amat
amamus
amatis
amant
Imperfeito do indicativo
amabam
amabas
amabat
amabamus
amabatis
amabant
Futuro imperfeito
amabo
amabis
amabit
amabimus
amabitis
amabunt
Pret. perfeito do indicativo
amavi
amavisti
amavit
amavimus
amavistis
amaverunt
44
CAPÍTULO 4 • APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA
Pret. mais-que-perfeito
amaveram
amaveras
amaverat
amaveramus
amaveratis
amaverant
Fut. perfeito
amavero
amaveris
amaverit
amaverimus
amaveritis
amaverint
Presente do subjuntivo
amem
ames
amet
amemus
ametis
ament
Imperfeito do subjuntivo
amarem
amares
amaret
amaremus
amaretis
amarent
Perfeito do subjuntivo
amaverim
amaveris
amaverit
amaverimus
amaveritis
amaverint
Mais-que-perfeito do 
subjuntivo
amavissem
amavisses
amavisset
amavissemus
amavissetis
amavissent
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observe que precisamos sempre localizar o radical do verbo para que este seja conjugado com 
correção, assim como funciona nas declinações dos nomes (capítulo 3). Para descobrir o radical 
da 1ª conjugação, basta retirar o -o da primeira pessoa verbal (am -o; pugn -o; apport –o; ar –o 
etc.) e acrescentar, ao radical, as desinências citadas acima, no Quadro 2. Você perceberá que 
não é difícil se seguir as regras e estiver atento às desinências verbais.
45
APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 4
Segunda conjugação
Já sabemos que a segunda conjugação tem o infinitivo em -ere. Conforme a noção dada na 
Gramática Latina, de Napoleão Mendes de Almeida, é pouca a diferença que podemos apontar 
entre a 1ª e a 2ª conjugações. Basicamente, observamos a mudança da vogal característica -a. 
Vejamos, no quadro a seguir, a conjugação do verbo habeo (ter) no presente do indicativo:
Quadro 33. Habeo (TER).
PESSOA/NÚMERO TEMPO Presente do indicativo TRADUÇÃO
1ª do singular habeo tenho
2ª do singular habes tens
3ª do singular habet tem
1ª do plural habemus temos
2ª do plural habetis tendes
3ª do plural habent têm
Fonte: Elaborado pelo autor.
Podemos constatar que as desinências se mantêm. O que muda, de fato, na segunda conjugação 
verbal, como já dissemos, é a vogal do radical da palavra que na 1ª é o –a e, na 2ª, passa a –e.
Na segunda conjugação, o enunciado verbal é apresentado (num dicionário, por exemplo) da 
seguinte forma: habeo, -es, -ere, -evi, -etum: vt, ter.
A seguir, atentemos para as conjugações do verbo video (ver), 2ª conjugação:
Quadro 34.
TEMPO VERBO VIDEO (PESSOAS)
Indicativo Presente 
video
vides
videt
videmus
videtis
vident
Imperfeito do indicativo
videbam
videbas
videbat
videbamus
videbatis
videbant
46
CAPÍTULO 4 • APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA
TEMPO VERBO VIDEO (PESSOAS)
Futuro imperfeito
videbo
videbis
videbit
videbimus
videbitis
videbunt
Pret. perfeito do indicativo
vidi
vidisti
vidit
vidimus
vidistis
viderunt
Pret. mais-que-perfeito
videram
videras
viderat
videramus
videratis
viderant
Fut. perfeito
videro
videris
viderit
viderimus
videritis
viderint
Presente do subjuntivo
videam
videas
videat
videamus
videatis
videant
Imperfeito do subjuntivo
viderem
videres
videret
videremus
videretis
viderent
Perfeito do subjuntivo
viderim
videris
viderit
viderimus
videritis
viderint
47
APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 4
TEMPO VERBO VIDEO (PESSOAS)
Mais-que-perfeito do subjuntivo
vidissem
vidisses
vidisset
vidissemus
vidissetis
vidissent
Fonte: Elaborado pelo autor.
terceira conjugação
A terceira conjugação tem suas particularidades. Seu infinitivo também é em -ere (com a 
meia lua sobre o -e inicial), lembra-se? Sim, mas mesmo que não falemos sobre a questão da 
acentuação, ainda que esse detalhe seja importante, temos que distinguir a 2ª conjugação da 
3ª conjugação.
Assim, conforme explica a Gramática Latina, de Napoleão Mendes de Almeida (2011, p. 138), 
devemos observar a 1ª pessoa do singular do indicativo presente. Nesta pessoa encontramos 
a presença da desinência -eo, desinência própria de um verbo da 2ª conjugação. Os verbos 
da 3ª conjugação não têm essa terminação. Também, em relação à 2ª pessoa do singular do 
indicativo presente, encontramos a desinência -es para os verbos de 2ª conjugação enquanto, 
na 3ª conjugação, encontramos o -is. 
Nesta conjugação, os verbos terão os temas em consoante ou temas em -i.
A seguir, um quadro de referência da 3ª conjugação com o verbo Vivo (viver).
Quadro 35.
TEMPO VERBO VIVO (PESSOAS)
Indicativo Presente 
vivo
vivis
vivit
vivimus
vivitis
vivunt
Imperfeito do indicativo
vivebam
vivebas
vivebat
vivebamus
vivebatis
vivebant
48
CAPÍTULO 4 • APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA
TEMPO VERBO VIVO (PESSOAS)
Futuro imperfeito
vivam
vives
vivet
vivemus
vivetis
vivent
Pret. perfeito do indicativo
vivi
vivisti
vivit
vivimus
vivistis
viverunt
Pret. mais-que-perfeito
viveram
viveras
viverat
viveramus
viveratis
viverant
Fut. perfeito
vivero
viveris
viverit
viverimus
viveritis
viverint
Presente do subjuntivo
viveam
viveas
viveat
viveamus
viveatis
viveant
Imperfeito do subjuntivo
viverem
viveres
viveret
viveremus
viveretis
viverent
Perfeito do subjuntivo
viverim
viveris
viverit
viverimus
viveritis
viverint
49
APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA • CAPÍTULO 4
TEMPO VERBO VIVO (PESSOAS)
Mais-que-perfeito do subjuntivo
vivissem
vivisses
vivisset
vivissemus
vivissetis
vivissent
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quarta conjugação
Como colocado anteriormente, a 4ª conjugação tem seu infinitivo em -ire. A vogal que caracteriza 
esta conjugação é a vogal -i, que se manterá em todas as formas verbais desta conjugação. 
Devemos ter em mente que na 1ª pessoa do singular do indicativo presente encontraremos a 
terminação –io, sobre a qual nos basearemos para identificá-la (ALMEIDA, 2011, p. 148).
Na 4ª conjugação, portanto, os verbos seguirão o modelo de conjugação de audio (ouvir). 
Quadro 36.
TEMPO VERBO AUDIO (PESSOAS)
Indicativo Presente 
audio
audis
audit
audimus
auditis
audiunt
Imperfeito do indicativo
audiebam
audiebas
audiebat
audiebamus
audiebatis
audiebant
Futuro imperfeito
audiam
audies
audiet
audiemus
audietis
audient
Pret. perfeito do indicativo
audivi
audivisti
audivit
audivimus
audivistis
audiverunt
50
CAPÍTULO 4 • APROFUnDAnDO A EStRUtURA vERBAL LAtInA
TEMPO VERBO AUDIO (PESSOAS)
Pret. mais-que-perfeito
audiveram
audiveras
audiverat
audiveramus
audiveratis
audiverant
Fut. perfeito
audivero
audiveris
audiverit
audiverimus
audiveritis
audiverint
Presente do subjuntivo
audiam
audias
audiat
audiamus
audiatis
audiant
Imperfeito do subjuntivo
audirem
audires
audiret
audiremus
audiretis
audirent
Perfeito do subjuntivo
audiverim
audiveris
audiverit
audiverimus
audiveritis
audiverint
Mais-que-perfeito do 
subjuntivo
audivissem
audivisses
audivisset
audivissemus
audivissetis
audivissent
Fonte: Elaborado pelo autor.
Podemos concluir que a estrutura verbal latina em muito se aproxima da estrutura verbal da nossa 
Língua Portuguesa, certo? Desse modo, procure estar atento às terminações das quatro conjugações. 
Sugestão de estudo
Site em que se pode ler mais sobre as questões referentes aos substantivos e verbos em Latim.
http://www.latim-basico.pro.br/latim-basico.pdf 
Site em que o aluno poderá conjugar os verbos em Latim em todos os tempos, modos e formas nominais. 
http://www.verbix.com/languages/latin.shtml
51
Apresentação
Em nosso penúltimo capítulo, você estudará a estrutura dos períodos em Latim, ou seja, se os 
períodos são simples ou compostos. 
Você ainda estudará brevemente sobre elementos referentes à cultura latina, a saber: a 
família, as classes e o casamento. 
Objetivos
 » Compreender a estrutura dos períodos simples e compostos; 
 » Estudar as característicasda cultura latina;
 » Depreender pontos significativos sobre a família, as classes e o casamento em Roma. 
5CAPÍTULOFUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA
52
CAPÍTULO 5 • FUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA
Neste capítulo, veremos, brevemente, o período simples e o período composto latinos. Estudaremos 
a caracterização de um período que se estrutura com base em uma ou mais orações, no qual 
estas se organizam com a presença do verbo. O período é denominado simples quando possui 
apenas um verbo. Quando se trata de um período com a presença de dois ou mais verbos o 
período é chamado de composto. Ainda trataremos de forma sucinta de aspectos referentes à 
cultura latina, a saber: a família, as classes e o casamento. 
Períodos simples e compostos da língua latina
Não é comum existir este tópico nas gramáticas e apostilas de Língua Latina. Normalmente, 
observamos os períodos a partir das análises sintáticas. Como vimos parte desse conteúdo em 
nossos capítulos anteriores, vamos apenas sugerir outra forma de observação dos períodos 
começando pela presença do verbo, assim como em Língua Portuguesa. 
O que caracteriza um período como simples? Um período é um enunciado composto de uma 
ou mais orações. Quando esse período é simples dizemos que este possui apenas um verbo. 
Quando composto, dizemos que se trata de um período com a presença de mais de um verbo. 
Ou seja, simplificando, podemos dizer que cada oração é organizada em torno de um verbo. 
Na análise sintática examinam-se a estrutura de um período simples e a estrutura de períodos 
compostos. Em Latim, nos nossos estudos iniciais, falamos sobre os termos da oração e separamos 
cada um deles em casos. Vamos relembrá-los?
Quadro 37.
CASO FUNÇÃO SINTÁTICA
nominativo Sujeito e predicativo do sujeito
vocativo vocativo
genitivo Adjunto adnominal 
Acusativo Objeto direto
Dativo Objeto indireto
Ablativo Adjunto adverbial
Fonte: Elaborado pelo autor.
Entendemos cada caso pela transposição da função sintática em Língua Portuguesa. Também 
entendemos que os seis casos representam os seis principais elementos que compõem uma 
frase em Latim.
Desse modo, concluímos que um período, em Latim, é como um período em Língua Portuguesa. 
Leia os exemplos a seguir: 
a. Período simples: o comandante, Marco Antônio, seguiu com as tropas à guerra.
53
FUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA • CAPÍTULO 5
b. Período composto: o comandante, Marco Antônio, seguiu com as tropas e venceu a guerra. 
Selecionamos exemplos em Latim. Leia-os e observe a presença dos verbos.
a. Fortuna adversa hominem cupidum ambit. (“A má sorte envolve o homem ganancioso”);
b. Sol scintillat, lucem et vitam, homini et plantis dat. (“O Sol brilha (e) dá luz e vida aos 
homens e às plantas”).
Pela tradução das frases acima, podemos destacar a primeira frase (a) como um período simples 
e a segunda frase (b) como um período composto. Assim fazemos porque observamos, na frase 
1, apenas um verbo: ambit (envolve, rodeia). Já na frase 2, o período é composto por causa da 
presença de dois verbos: scintillat (brilha) e dat (dá). Consequentemente, dizemos que a frase 
2 corresponde a um período com duas orações. 
Com a finalidade de ilustrar melhor as construções referentes aos períodos simples e compostos 
em Língua Latina, selecionamos alguns provérbios e/ou sentenças latinas seguidas de tradução 
e de classificação:
1. Aquila non capit muscas. (A águia não apanha moscas.) – período simples.
2. Si vis, potes. (Se queres, podes.) – período composto. 
3. Abusus non tollit usum. (O abuso não impede o uso.) – período simples. 
4. Verba volunt, scripta manent. (As palavras voam, os escritos permanecem.) – período 
composto.
5. Manus manum lavat. (Uma mão lava a outra.) – período simples.
6. Nascuntur poetae, fiunt oratores. (Os poetas nascem, os oradores se fazem.) – período 
composto.
7. Mors omnia solvit. (A morte dissolve tudo.) – período simples.
Figura 14.
Fonte: https://www.igpile.com/media/1014664005355144725_1529436120.
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CAPÍTULO 5 • FUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA
Figura 15.
(tradução: Errar é humano.)
Fonte: http://ilmondofuoriedentrome.iobloggo.com/archive.php?m=08&d=13&y=2013.
Figura 16.
(tradução: Aproveite o dia.)
Fonte: http://edcapistrano.blogspot.com.br/2010/07/frases-latinas-sobre-o-tempo.html
Figura 17.
(Tradução: O amor vence todas as coisas, também nós cedamos ao amor. )
Fonte: http://unendingmewordpress.com/2011/03/.
Seria possível, a partir daqui, nos prolongarmos em torno da análise de períodos compostos 
em Latim a fim de estendermos o assunto até as orações subordinadas. Contudo, essa proposta 
deve abraçar aquele que, de fato, se interessar pelo estudo mais aprofundado da Língua Latina. 
Caso esse seja seu desejo, consulte nossa bibliografia.
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FUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA • CAPÍTULO 5
A cultura latina
Faz-se necessário que nos detenhamos em conhecer, brevemente, a cultura sob a qual esse povo 
foi construído e instruiu e educou seus filhos, visto que tais perspectivas, implantadas há séculos, 
ainda perduram na contemporaneidade. 
Para tanto, abordaremos, de modo geral, o dia a dia dessa gente, observando alguns aspectos 
muito específicos da vida dos romanos. Assim, constataremos que determinados modos de 
comportamento do cotidiano latino ou condizem ou contrastam com nossa própria maneira 
de existir em sociedade.
Figura 18.
Fonte: http://melhorespontosturisticos.com.br/ponto-turistico-em-roma-coliseu-de-roma-colosseum/.
A família
Na família, o pai exercia o paterfamilias, uma onipotência legal sobre sua mulher, seus filhos e 
seus escravos. Por meio desse particular e definitivo poder, o pai podia receber ou rejeitar (até 
mesmo levando à morte) seu próprio sangue, se acreditasse que ele lhe envergonhava ou não lhe 
trazia quaisquer benefícios. O ato de levantar o recém-nascido simbolizava o recebimento, no 
seio familiar, da criança. Ele, o pai, é quem podia legitimar o bebê ou torná-lo um ser desprezado, 
qualquer, abandonado a sua própria sorte. Em casos específicos, ainda, o pai, podia condenar 
os filhos e a esposa à morte por motivos torpes e banais, caso fosse a decisão da maioria num 
conselho em família. O Estado conservou tal atitude durante muito tempo sem querer tocar nas 
decisões de família e, consequentemente, sem querer pensar em cercear a suprema autoridade 
do pater.
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CAPÍTULO 5 • FUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA
Figura 19. Apresentação artística para os moradores de uma típica residência romana - Casal da elite romana.
Fonte: (http://brasilescola.uol.com.br/historiag/casamento-formacao-familiar-na-roma-antiga.htm).
Figura 20.
Fonte: http://www.monografias.com/trabajos101/familia-romana/familia-romana.shtml.
As classes
Os romanos viviam uma sociedade em que alguns grupos específicos mandavam e, outros, tentavam 
conviver ou mesmo sobreviver, sob um sistema desigual. Os grupos citados correspondem, a 
saber, aos patrícios, aos plebeus, aos clientes e aos escravos. 
Os patrícios eram grandes proprietários de terras que também podiam ter escravos e rebanhos 
assim como direitos políticos e favorecimentos em relação à atuação na vida pública e em relação 
às funções próprias que envolviam o poder e o comando do estado, tais como o exército, a justiça 
e a religião. 
Os plebeus, pessoas simples, do povo, cujo estudo restringia-se ao básico para lidar com o 
comércio, o artesanato ou a agricultura, eram livres, entre homens e mulheres, e, a despeito 
da nomenclatura a eles atribuída, podiam ainda ter e gerar riquezas. Os clientes prestavam 
serviços aos patrícios, dos quais, normalmente, tornavam-se sócios em troca de favorecimentos 
econômicos, pessoais ou proteção social. Eram a ponte de ligação ou o ponto convergente entre 
os patrícios e o poder (político e militar).
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FUnDAMEntOS DA CULtURA LAtInA • CAPÍTULO 5
Os escravos eram homens e mulheres que possuíam um senhor. Como propriedades, deviam 
suas vidas aos seus senhores e deles dependiam para todas as suas atividades, quaisquer que 
fossem.

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