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INFECÇÕES FUNGICAS

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1 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
 
Fungos são organismos eucariotos que diferem das bactérias, organismos procariotos, em várias características fundamentais. Duas estruturas 
celulares dos fungos são importantes na área clínica: 
• A parede celular fúngica é composta basicamente por quitina (e não por peptideoglicano, como nas bactérias); dessa forma, os fungos 
são insensíveis a alguns antibióticos, como a penicilina. A célula fúngica também contém outros polissacarídeos, entre eles o mais 
importante é o beta-glicano, que representa o local de atuação do fármaco antifúngico caspofungina. 
• A membrana celular dos fungos contém ergosterol, ao contrário da membrana da célula humana, que contém colesterol. A ação seletiva 
da anfotericina B e antifúngicos azoicos nos fungos, como o fluconazol e o cetoconazol, é baseada nos diferentes esteróis da membrana. 
Existem dois tipos morfológicos de fungos: as leveduras e os fungos 
filamentosos. As leveduras crescem de forma unicelular e se reproduzem 
por brotamento. Fungos filamentosos crescem como longos filamentos 
(hifas) e formam um emaranhado (micélio). Algumas hifas possuem septos 
transversais (hifa septada), e outras não (hifa asseptada). As hifas 
asseptada são multinucleadas (cenocíticas). O crescimento das hifas 
ocorre pela elongação da sua extremidade e não por divisão celular do 
seu filamento. 
Alguns fungos de interesse clínico são chamados de dimórficos. Esses fungos são filamentosos na temperatura ambiente e são leveduras nos 
tecidos humanos na temperatura corporal. 
A maioria dos fungos é aeróbia obrigatória; alguns são anaeróbios facultativos; entretanto, nenhum é anaeróbio obrigatório. Todos os fungos 
necessitam de uma fonte de carbono orgânico pré-formado – por isso são encontrados frequentemente na matéria orgânica em decomposição. 
O habitat natural da maioria dos fungos é o meio ambiente. Uma exceção importante se refere à espécie Candida albicans, a qual faz parte da 
microbiota normal humana 
Alguns fungos reproduzem-se de forma sexuada pela produção de esporos. Zigosporos são esporos simples e extensos de parede espessa; 
ascósporos são formados no interior de sacos, denominados ascos; e os basidiósporos são formados externamente na extremidade de um pedestal, 
denominado basídio. 
A classificação desses fungos é baseada nos seus esporos sexuados. 
Fungos que não formam esporos sexuados são chamados de 
“imperfeitos” e classificados como fungos imperfeitos. A maioria dos 
fungos de interesse clínico propaga-se de forma assexuada, formando 
os conídios (esporos assexuados) produzidos na lateral e na 
extremidade de estruturas especializadas. 
A forma, a cor e o arranjo dos conídios ajudam na identificação desses 
fungos. Alguns conídios importantes são artrósporos, que são 
produzidos pela fragmentação da extremidade da hifa e representam 
a forma de transmissão da espécie Coccidioides immitis; 
clamidósporos, que são arredondados, com parede espessa e muito 
resistentes (os clamidósporos produzidos por C. albicans ajudam na 
sua identificação); blastósporos, que são formados pelo processo de 
brotamento, pelo qual as leveduras se reproduzem assexuadamente 
(algumas leveduras, como C. albicans, podem formar brotamentos múltiplos que não são liberados, produzindo cadeias, denominadas pseudo-
infecções 
 
2 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
hifas, as quais são utilizadas para sua identificação); e esporangiósporos, que são formados no interior de uma estrutura sacular (esporângio) na 
extremidade de colunas produzidas pelos fungos filamentosos dos gêneros Rhizopus e Mucor. 
As respostas para infecções causadas por muitos fungos é a formação de granulomas. Granulomas são produzidos nas principais micoses 
sistêmicas - coccidioidomicose, histoplasmose, blastomicose. A resposta imune celular está envolvida na formação de granulomas. A supuração 
aguda, caracterizada pela presença de neutrófilos em exsudatos, também ocorre em certas micoses, como aspergilose e esporotricose. Os 
fungos não possuem endotoxinas em suas paredes celulares, e não produzem exotoxinas similares às das bactérias. 
A ativação do sistema imune celular resulta em uma resposta de hipersensibilidade tardia cutânea para certos antígenos fúngicos injetados de 
forma intradérmica. Um teste cutâneo positivo indica a exposição a um antígeno fúngico. Entretanto, o teste positivo não implica uma infecção 
atual, pois a exposição ao antígeno pode ter ocorrido anteriormente. O teste cutâneo negativo torna o diagnóstico improvável se for realizado 
em um paciente imunocomprometido. 
A pele intacta é uma defesa efetiva do hospedeiro contra certos 
fungos – Candida, dermatófitos – mas se a pele estiver danificada, 
esses organismos podem se estabelecer. Ácidos graxos presentes na 
pele inibem o crescimento de dermatófitos, e hormônios associados a 
pele, que acorrem na puberdade, limitam o aparecimento de tinhas no 
couro cabeludo, causadas por Trichophyton. 
A microbiota normal da pele, bem como a membrana mucosa, é capaz 
de suprimir o desenvolvimento dos fungos. Quando a microbiota 
normal é inibida (p. ex., no caso do uso de antibióticos), o crescimento 
excessivo de fungos, como a C. albicans, pode ocorrer. 
No trato respiratório, uma importante defesa do hospedeiro são as membranas mucosas da parte nasal da faringe, que são capazes de capturar 
esporos fúngicos inalados, bem como os macrófagos alveolares. As imunoglobulinas circulantes IgG e IgM são produzidas em resposta às 
infecções fúngicas; entretanto, seu papel na proteção contra essas doenças ainda não é claro. A resposta imune celular é protetora; sua 
supressão pode levar à reativação e à disseminação de infecções fúngicas assintomáticas e a doenças causadas por fungos oportunistas. 
Alguns fungos possuem produtos metabólicos que são tóxicos ao hospedeiro humano. Nesses casos, entretanto, a toxina é apenas uma causa 
indireta da doença, uma vez que o fungo já está crescendo no hospedeiro ou sobre ele. Infecções fúngicas crônicas, como o crescimento de mofo 
em residências, provocam respostas alérgicas no hospedeiro. 
Tricotecenos são toxinas fúngicas que inibem a síntese proteica em células eucarióticas. A ingestão dessas toxinas causa dores de cabeça, 
calafrios, náuseas fortes, vômito e distúrbios visuais. Essas toxinas são produzidas pelos fungos Fusarium e Stachybotrys, que crescem em grãos 
e em placas de madeira usadas na construção de casas. 
Além das infecções micóticas, existem dois outros tipos de doenças fúngicas: micotoxicoses, causadas pela ingestão de toxinas, e alergias a 
esporos fúngicos. As micotoxicoses mais conhecidas ocorrem após a ingestão de cogumelos do gênero Amanita. Esses fungos produzem cinco 
toxinas conhecidas, e duas delas – amanitina e faloidina – estão entre as hepatotoxinas mais potentes. A toxicidade da amanitina é baseada em 
sua capacidade de inibir a RNA-polimerase celular, inibindo a síntese do mRNA. 
Outras toxinas ingeridas, as aflatoxinas, são derivadas de cumarinos produzidas por Aspergillus flavus, que causam danos ao fígado e tumores 
em animais, além de serem suspeitas de causar carcinoma hepático em seres humanos. As aflatoxinas são ingeridas com grãos industrializados, 
bem como com amendoins, e metabolizadas pelo fígado em epóxido, o qual representa um potente agente carcinogênico. A aflatoxina B1 induz 
uma mutação no gene supressor de tumor p53, levando à perda da proteína p53 e, consequentemente, perda do controle de crescimento dos 
hepatócitos. 
 
3 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
Alergias causadas por esporos de fungos, principalmente es- poros de Aspergillus, são manifestadas, em geral, por uma reação asmática (rápida 
broncoconstrição mediada por IgE), eosinofilia e formação de pápula e rubor no teste de reação cutânea. Esses sinais clínicos são causados pela 
resposta de hipersensibilidade imediata aos esporos fúngicos. 
Existem evidênciasde que alguns fungos possuem fatores de virulência. Dois fungos que causam infecções de pele, a Candida albicans e o 
Trichophyton, secretam proteases. Essas enzimas podem modificar as membranas celulares do hospedeiro, permitindo a aderência do fungo. O 
Cryptococcus neoformans é um fungo que causa um tipo de meningite; ele produz uma cápsula que o auxilia na resistência à fagocitose. Alguns 
fungos se tornaram resistentes a drogas antifúngicas ao reduzirem a síntese de receptores para elas. 
Micoses de interesse médico podem ser divididas em quatro 
categorias: cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas. 
MICOSES CUTÂNEAS 
DERMATOFITOSES 
 Causadas por dermatófitos que infectam apenas estruturas 
queratinizadas superficiais e não tecidos profundos. 
 Eles são transmitidos por pessoas infectadas pelo contato direto. 
 Em algumas pessoas infectadas, a hipersensibilidade causa a 
reação de dermatofítide (“id”) (p. ex., vesículas nos dedos). As 
lesões id são a resposta do antígeno fúngico circulante; as 
lesões não possuem hifas. 
 A marcante inflamação é causada por uma intensa reação à 
presença do fungo mediada por células T. 
TINEA VERSICOLOR 
 Apenas de importância estética 
 As lesões contêm células leveduriformes em britamento e hifas. 
TINEA NEGRA 
 Infecção de camadas queratinizadas da pele 
 Ela ocorre como uma mancha marrom, causada por um pigmento similar à melanina presente nas hifas. 
 O agente causador, Cladosporium werneckii, é encontrado no solo e transmitido para as lesões. 
MICOSES SUBCUTÂNEAS 
ESPOROTRICOSE 
 Causada por um fungo dimórfico. 
 A forma filamentosa ocorre sobre vegetais e a forma leveduriforme ocorre nos tecidos humanos. 
 Quando os esporos do fungo filamentoso são introduzidos na pele, normalmente por um espinho, é formada uma pústula local, ou úlcera, 
com nódulos ao longo dos vasos linfáticos. 
CRONOMICOSE 
 É uma infecção granulomatosa progressiva e lenta causada por vários fungos do solo quando estes são introduzidos na pele através de 
um trauma. 
 Esses fungos são coletivamente chamados de fungos dematiáceos, pois seus conídios ou hifas são escuros, tanto nas cores cinza quanto 
preta. 
MICETOMA 
 Fungos do solo penetram através de ferimentos nos pés, mas mãos ou nas costas. 
 
4 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
MICOSES S ISTÊMICAS 
COCCIDIOIDES 
 É um fungo dimorfico que ocorre como filamentoso no solo e como esférula nos tecidos 
 No solo, o fungo forma hifas com artrósporos, que se alternam com células vazias. Os artrósporos são muito leves e carregados pelo 
vento. Eles podem ser inalados e infectam os pulmões 
 A maioria dos indivíduos infectados com C. immitis desenvolve uma resposta imune celular (hipersensibilidade tardia) que restringe o 
desenvolvimento do organismo. 
HISTOPLASMA 
 É um fungo dimórfico que ocorre como filamentoso no solo e como levedura nos tecidos; 
 As leveduras sobrevivem nas fagolisossomas dos macrófagos por meio da produção de substâncias alcalinas, como bicarbonato e 
amônia, as quais elevam o pH e inativam as enzimas degradativas dos fagolisossomos. 
BLASTOMYCES 
 Causador da blastomicose 
 É um fungo dimórfico que existe como filamentoso em solos e como levedura em tecidos infectados. 
 A infecção ocorre principalmente via trato respiratório 
 A disseminação pode resultar em granulomas ulcerativos da pele, dos ossos ou de outros locais. 
PARACOCCIDIOOIDES 
 É representado por um fungo dimórfico que ocorre como filamentoso no solo e como levedura nos tecidos. 
 Os esporos são inalados, e ocorrem lesões tardias nos pulmões. 
 Alternativamente, ocorre o desenvolvimento de lesões nas membranas mucosas, aumento dos linfonodos e disseminação em muitos 
órgãos. 
MICOSES OPORTUNISTAS 
 CANDIDA 
 Candida albicans, a espécie mais importante de Candida, causa candidíase, vaginite, esofagite, assaduras e candidíase mucocutânea 
crônica. 
 Essa espécie de levedura também é capaz de causar infecções disseminadas, como endocardite (particularmente em usuários de drogas 
intravenosas), infecções na corrente sanguínea (candidemia) e endoftalmite. 
 É uma levedura oval com um broto simples. Ela faz parte da microbiota normal das membranas mucosas do trato respiratório superior, 
sistema gastrointestinal e trato genital feminino. 
 Quando a defesa local ou sistêmica do hospedeiro estiver enfraquecida, a doença poderá́ ocorrer. Uma elevada proliferação de C. albicans 
na boca produz manchas, chamadas de candidíase 
 Os antibióticos suprimem os Lactobacillus da microbiota normal, os quais mantém o pH baixo. Como resultado, o pH aumenta, o que 
favorece a proliferação de Candida. 
 Pacientes com mutações no gene codificador de interleucina 17 e do receptor de IL-17 estão predispostos à Candidíase Mucocutânea 
Crônica (CMC). 
 ASPERGYLLUS 
 As suas espécies ocorrem somente como fungos filamentosos 
 A transmissão ocorre pelos conídios presentes no ar 
 É capaz de invadir regiões danificadas da pele, de feridas, de queimaduras, da córnea, da orelha externa e dos seios paranasais. 
 Os aspergilos são bem conhecidos por sua capacidade de crescer em cavidades dos pulmões, principalmente cavidades causadas por 
tuberculose. No interior das cavidades, eles produzem um aspergiloma (bola fúngica), a qual pode ser observada por meio de radiografia 
do tórax como uma estrutura radiopaca que muda sua posição quando o paciente se move da posição ereta para a supina. 
 O Aspergillus flavus que cresce em cereais ou castanhas produz aflatoxinas que podem ser carcinogênicas ou muito tóxicas. 
 MUCOR E RHIZOPUS 
 A mucormicose (zigomicose, ficomicose) é uma doença causada por fungos filamentosos saprofíticos (p. ex., Mucor, Rhizopus e Absidia), 
amplamente encontrados no meio ambiente. 
 
5 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
 Eles proliferam nas paredes dos vasos sanguíneos, particularmente nos seios paranasais, nos pulmões ou no intestino, e causam 
infarto e necrose do tecido distal pelo entupimento das veias. 
Danos tissulares de qualquer natureza (física, química ou biológica) desencadeiam de imediato uma série de eventos que de forma simplista se 
traduzem como rubor, tumor, calor e dor. Estes sinais resultam da ativação de células nervosas, estromais, vasculares e circulatórias por 
estímulos físicos ou por sinalização química feita por estruturas das células rompidas (porções da membrana celular e organelas), fragmentos 
dos elementos inertes dos tecidos (colágenos, elastinas, fibronectinas, e outros), proteínas séricas que extravasam dos vasos rompidos e por 
ação de mediadores inflamatórios pré-formados (liberados principalmente dos grânulos das plaquetas, mastócitos e terminações nervosas 
periféricas) ou neo-sintetizados. 
Na divisão do processo de reparo em três fases, são considerados, prioritariamente, os aspectos macroscópicos e histológicos predominantes 
em cada uma delas. 
HEMOSTASIA 
Essa fase depende da atividade plaquetária e da cascata de coagulação, tendo início após o surgimento da ferida. 
Após um dano tecidual, as alterações nas células endoteliais, a ruptura de vasos sanguíneos e o extravasamento de seus constituintes incitam 
compostos vasoativos a promoverem uma vasoconstrição imediata, visando diminuir a perda sanguínea para o espaço extravascular. 
Uma cobertura primária composta por fibrina (coágulo) restabelece a hemostase e fornece um ambiente para que as plaquetas secretem fatores 
de crescimento (FCs), citocinas e elementos da matriz extracelular (MEC). 
Os mediadores do processo inflamatório recrutam macrófagos e neutrófilos, que secretam diversos fatores específicos, que regem as fases 
seguintes do processo de reparação tecidual. 
INFLAMAÇÃO 
A inflamação depende, além de inúmeros mediadores químicos, das células inflamatórias, como leucócitos polimorfonucleares (PMN), 
macrófagos e linfócitos. 
O processo inflamatório caracteriza-se por migração celular intensificada através das vênulase extravasamento de moléculas séricas, 
anticorpos, complemento e proteínas pelos capilares. Estes eventos são controlados pelo aumento do suprimento sanguíneo e da permeabilidade 
capilar além de vasodilatação. 
Inicialmente, o tipo de célula predominante, o PMN, tem vida breve e atua principalmente com função fagocítica, surge durante a injúria tissular 
e permanece por período que varia de três a cinco dias; sendo responsáveis pela fagocitose de bactérias. 
Os macrófagos apresentam capacidade fagocítica, além de atuarem como células apresentadoras de antígenos e fonte de fatores de crescimento 
e mediadores bioquímicos que ditam e sustentam o processo de cicatrização. 
O macrófago fagocita bactérias, degrada corpos estranhos e ativa o desenvolvimento de tecido de granulação. Também atua como removedor 
fagocítico, que sintetiza e libera proteases, fazendo a remoção de colágeno desvitalizado e coágulos de fibrina da ferida, expressando vários 
fatores mitogênicos e citocinas. 
Os linfócitos secretam linfocinas importantes, como o fator de inibição da migração (MIF), interleucina-2, fator de ativação de macrófago (MAF) 
e fatores quimiotáticos, além de aumentar o estágio inicial da cicatrização através da estimulação de macrófagos, células endoteliais e 
fibroblastos. 
FORMAÇÃO DE TECIDO DE GRANULAÇÃO COM D EPOSIÇÃO DE MEC 
Nesta fase ocorre a reparação do tecido conjuntivo e do epitélio. Na reparação do tecido conjuntivo ocorre a formação do tecido de granulação, 
com proliferação endotelial e de fibroblastos. 
 
6 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
O processo de proliferação de fibroblastos, que são células mesenquimais diferenciadas, que proliferam na região mais superficial da ferida e a 
atividade sintética de colágeno, é denominado de fibroplasia. 
O fibrinogênio do exsudato inflamatório transforma-se em fibrina, formando uma rede, onde os fibroblastos depositam-se e passam a 
multiplicar-se e a secretar os componentes proteicos do tecido cicatricial. Os fibroblastos iniciam a síntese e secreção de componentes da 
matriz extracelular associadas a proliferação e ao crescimento interno dos capilares (angiogênese). 
Como consequência da angiogênese, o tecido conjuntivo é formado, recebendo a denominação de tecido de granulação, devido a sua aparência 
granular, pela presença de inúmeros capilares. 
O tecido de granulação consiste primariamente em vasos sanguíneos invasores, fibroblastos e seus produtos. Esse tecido é produzido de três a 
quatro dias após a indução da lesão, como um processo intermediário entre o desenvolvimento da malha formada por fibrina e fibronectina e a 
reestruturação de colágeno. 
A partir deste evento, inicia-se a fase de contração da paredes marginais da lesão. O miofibroblasto é uma célula que está presente no tecido 
de granulação e confere capacidade contrátil, reduzindo a área de sangramento e facilitando a epitelização. 
Esta epitelização faz-se pelo aumento de tamanho, divisão e migração das células da camada basal da epiderme sobre a área de reparação do 
tecido conjuntivo subjacente. Os diferentes fatores de crescimento são responsáveis pelo aumento de mitoses e consequente hiperplasia do 
epitélio. 
REMODELAÇÃO 
Essa é a última fase de cicatrização, ocorre no colágeno e na matriz; dura meses e é responsável pelo aumento da força de tensão e pela 
diminuição do tamanho da cicatriz e do eritema. É o período no qual os elementos reparativos da cicatrização são transformados para tecido 
maduro de características bem diferenciadas. 
Durante a remodelagem ocorre a diminuição da atividade celular e do número de vasos sanguíneos, além de perda do núcleo dos fibroblastos, 
levando a maturação da cicatriz. Com a evolução do processo, acentua-se a deposição de colágeno e a maioria das células desaparece, 
observando-se a apoptose de fibroblastos e células endoteliais, formando finalmente o tecido cicatricial. 
 
 
 
7 RAYSSA OLIVEIRA SANTOS - MEDICINA 
Existem quatro procedimentos para o diagnóstico laboratorial de doenças fúngicas: exame microscópico direto, cultivo do organismo, testes de 
sonda de DNA e testes sorológicos. 
EXAME MICROSCÓPICO D IRETO : 
O exame microscópico direto de amostras clínicas, como escarro, biópsia de pulmão e raspagem de pele, depende da caracterização de 
esporos assexuados, hifas ou leveduras utilizando um microscópio óptico. 
O calcoflúor branco é um corante fluorescente que se liga à parede da célula fúngica, útil para identificação de fungos em amostras de 
tecidos. 
CULTIVO DO ORGANISMO: 
Fungos são frequentemente cultivados em ágar de Sabouraud, que facilita o crescimento de fungos de crescimento mais lento pela inibição do 
crescimento de bactérias presentes nas amostras. 
A inibição do crescimento bacteriano deve-se ao baixo pH do meio e à adição de cloranfenicol e ciclo-hexamida. A aparência do micélio e a 
natureza dos esporos assexuados são, em geral, suficientes para identificação do organismo. 
TESTES DE SONDA DE DNA: 
Testes utilizando análise de DNA podem identificar colônias crescendo em cultura em um estágio inicial de crescimento quando comparados 
com testes baseados na detecção visual das colônias. Como resultado, a análise de DNA pode ser realizada mais rapidamente. 
TESTES SOROLÓGICOS : 
Testes para a presença de anticorpos em soro ou líquido espinal de pacientes são úteis no diagnóstico de micoses sistêmicas, mas são menos 
efetivos em diagnósticos de outras infecções fúngicas. 
O teste de fixação do complemento é o mais frequentemente utilizado em suspeitas de casos de coccidioidomicose, histoplasmose e 
blastomicose. Em meningite criptocócica, a presença de antígenos polissacarídeos capsulares de C. neoformans no líquido espinal pode ser 
detectada pelo teste de aglutinação do látex. 
Outros exames: 
 Hemograma: plaquetopenia, leucocitose e aumento das formas jovens. 
 Raios-X: de tórax e de ossos conforme a manifestação clínica 
 Pesquisa de possíveis focos profundos: 
 Ultrassonografia: renal, hepático, cardíaco e do sistema nervoso central (detecção de abscesso cerebral). 
 Tomografia computadorizada: útil no diagnóstico de massas fúngicas em tecidos mais profundos. 
 Fundo de olho.

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