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Mutação, Reparo e Recombinação 1. Qual a diferença entre mutações espontâneas e mutações induzidas? ● As mutações espontâneas ocorrem quando células que já haviam mutações resistentes de maneira espontânea passam o gene para frente. Os erros espontâneos que causam tais mutações ocorrem a partir de um pareamento errado com base tautomérica (transições), que pode passar para a próxima geração, tendo, assim, a primeira geração mutada e a segunda normal. Há também erros a partir de mudança na matriz de leitura e erros espontâneos físicos como depurinação e desaminação. ● As mutações induzidas possuem mutágenos, como incorporação de análogos de base que são muito similares às bases, causando uma replicação errada caso peça uma base diferente da original. Há o pareamento específico onde agentes alquilantes podem se posicionar mal, tendo uma troca na forma química da base e na base que esta pareia, além de danos às bases por meio de raios UV, torção do DNA, toxina aflatoxina B1 e agentes intercalantes. 2. Qual a diferença entre transição e transversão? Transição ocorre a troca de pirimidina por pirimidina e purina por purina. Já na transversão ocorre troca de pirimidina por purina e purina por pirimidina. 3. Como alterações tautoméricas acarretam transições? Na replicação de DNA, quando uma base assume uma forma rara, sendo uma base tautomérica, ela pode se parear erroneamente com outra base. Por exemplo, uma guanina se parea com uma citosina, porém após a replicação, essa guanina assume ocasionalmente uma forma enol-rara e se parea com uma timina. Logo, numa segunda geração de replicação, a guanina volta a sua forma normal e se parea normalmente com uma citosina, mas a timina vai se parear com uma adenina, que vai ser diferente do pareamento da fita-mãe que inicialmente era guanina e citosina, ou seja, resultou em uma transição (troca de bases de mesma categoria química). 4. Como erros de replicação acarretam mudança na fase de leitura? Devido a mutações INDEL, havendo falha na leitura das três bases para aminoácidos. As fitas da fita dupla se separam e ambas servem como molde, podendo assim ter alteração em ambas ou só em uma, que polimeriza com a mutação. 5. Conceitue e diferencie mutação sinônima, mutação de sentido trocado (conservativa e não conservativa), mutação sem sentido e mutação “indel”. ● Na mutação sinônima, não há uma alteração na sequência de aminoácidos produzida pelo gene modificado, permanecendo sua função. ● Já na mutação de sentido trocado, ocorre a substituição de um único nucleotídeo em uma sequência de DNA, alterando o código em uma trinca de bases, causando assim a substituição de um aminoácido por outro. ● Na conservativa, não há alteração da função da proteína pela troca de aminoácidos, já na não conservativa a função da proteína é alterada. ● Em uma mutação sem sentido, há a geração de um dos 3 códons de parada, indicando o término da cadeia, fazendo assim com que a informação a ser produzida fique “sem sentido”. ● E por fim, numa mutação indel há inserção(ões) ou deleção(ões) de pares de base de uma sequência. 6. Que lesões espontâneas podem ocorrer no DNA? Quais suas conseqüências? ● Pareamento errado de nucleotídeos, causadas por tautômeros. Podem acarretar em transições, pois o DNA é mais estável para transação. Esse tipo de mutação pode ser passada para a próxima geração. ● Falha na matriz de leitura, onde há erro ao ler três bases para aminoácido e, como consequência, essa mutação pode ser polimerizada quando a fita alterada servir como molde. ● Depurinação, em que uma base púrica é perdida por causas naturais aleatórias que quebram a ligação. ● Desaminação, em que um grupo amina (NH2) da citosina é perdido, gerando uma uracila. Assim, ao final, acaba tendo dupla fita A-T no lugar de C-G. Porém, há um stress oxidativo entre Timidina glicol, que possui 2 OH e 8-oxo d6, que possui radical de H, podendo então serem separadas pelo sistema de reparo. Nesse processo ocorre a transversão. 7. De que maneiras podem agir os agentes mutagênicos? Esquematize os diferentes mecanismos e dê exemplos. Os agentes mutagênicos podem agir das seguintes formas: ● Substituindo as bases nucleotídicas por agentes químicos, como as bases análogas, que são compostos com estrutura semelhante à das bases nitrogenadas e que, se estiverem presentes na célula, podem se incorporar à síntese de DNA. Um exemplo é a 5 bromouracila, que é análogo a timina, diferindo da mesma por possuir um átomo de Bromo na posição 5 em lugar do CH3. Em sua forma cetogênica, se pareia com adenina, porém em sua forma ionizada, pode se parear com guanina. 1. ADENINA (A) + TIMINA (T) 2. 1A REPLICAÇÃO -> (A) + 5BU e (T) + (A) 3. 2A REPLICAÇÃO -> 5BU + (G) e (T) + (A) 4. 3A REPLICAÇÃO -> (G) + (C) e (A) + 5BU ● Alterando uma base de tal modo que se forma um mau pareamento específico, como alguns agentes alquilantes, que adicionam grupos etila e metila em posições em todas as 4 bases nitrogenadas. 1. Guanina + agente alquilante => 0-6 etil guanina + timina 2. Resultado: Transição ● Por danos às bases, como radiação ultravioleta, que induz a dimerização de bases pirimídicas adjacentes, resultando em ciclos de ciclo-butil. As radiações ionizantes geram a ionização de compostos químicos celulares, moléculas reativas que são os responsáveis diretos pelas mutações. Nesses casos, a taxa de mutação induzida é diretamente proporcional à base de radiação à qual o organismo foi submetido. 8. Quais são os mecanismos de reparo biológico? 1. Reversão direta de DNA danificado Reparo por excisão de base (BER) Reparo por excisão de nucleotídeo (NER) NER acoplado à transcrição (TC-NER) 2. Reparo pós-replicação 3. Reparo propenso a erro: síntese de DNA translesão 4. Reparo de quebras bifilamentares Junção dos pontos não homólogos (NHEJ) Recombinação homóloga 9. Uma cadeia polipeptídica teve os seguintes aminoácidos substituídos por mutação: Cadeia original Cadeia mutante ácido aspártico ––––––––––––––––––––––––––––––> glicina metionina ––––––––––––––––––––––––––––––> isoleucina prolina ––––––––––––––––––––––––––––––> treonina Em cada um dos três casos indique se é provável ter ocorrido uma transição, uma transversão ou se as duas são possíveis. ● ácido aspártico: GAU GAC glicina: GGU GGC GGA GGG GAU e GGU - Transição GAC e GGC - Transição ● Metionina: AUG isoleucina: AUU AUC AUA AUG e AUA - Transição AUG e AUC - Transversão ● Prolina: CCU CCC CCA CCG treonina: ACU ACC ACA ACG CCC e ACC - transversão CCG e ACG - transversão 10. Uma célula é tratada com ácido nitroso e em decorrência disso uma molécula de citosina é transformada em uracila. Considerando-se que não ocorreu reparo, haverá quatro moléculas de DNA após duas gerações. Quais serão suas composições de base neste ponto? C-G T-A C-G C-G 11. 5-bromouracil (5-BU) é um análogo de Timina (T). Use o diagrama para mostrar como este composto pode resultar numa transição durante a replicação do DNA. 12. As taxas de mutações espontâneas publicadas para humanos são geralmente mais altas que aquelas para bactérias. Isto indica que os genes individuais humanos mutam mais freqüentemente que os de bactérias? Explique. Não, pois o genoma humano é consideravelmente maior do que o de uma bactéria, pois a quantidade de genes é expressamente também maior, logo essa afirmação da pergunta é uma inverdade. 13. Os produtos que resultam de mutações somáticas, tais como a laranja de umbigo e a maçã Delicious, tornaram-se generalizados na citricultura e em plantios de maçãs. Entretanto, as características que resultam de mutações somáticas raramente são mantidas em animais. Por quê? Devido a diferença da complexidade evolutiva dos seres: nos animais, que são mais complexos, uma mutação gerada pode levar a várias mudanças bioquímicas, físico-químicas, genéticas e etc. Já nas plantas, que são seres menos complexos, uma mutação pode não ser tão deletéria ou maléfica a esse organismo como pode ser nos animais, logo as mutações podem ser toleradas. 14. Observe osresultados apresentados pelos seguintes ascos lineares com relação ao locus arg-2: a) Esquematize o pareamento de homólogos no diplóide que poderia ter dado origem a todos esses arranjos. b) Determine o que a ordem de ascósporos em cada asco sugere que tenha ocorrido na meiose em cada um dos ascos: asco causa do arranjo 1 Não houve crossing over, logo não houve troca genética. 2 Na proporção 2:4:4, houve crossing over de uma cromátide interna com outra externa. 3 Na proporção 5:3, houve crossing over de cromátides internas e formou-se heteroduplex com 1 reparo feito no pareamento errado, gerando no final da mitose, 5 duplas fitas arg e 3 duplas fitas +. 4 Proporção denominada teórica, pois é muito rara. Houve crossing over de cromátides internas, formou-se heteroduplex, mas não houve nenhuma ação do sistema de reparo. 5 Houve crossing over entre as cromátides internas, que levou ao padrão 2:2:2:2 6 Na proporção 2:6, houve crossing over de cromátides internas e formou-se heteroduplex com 2 reparos feitos nos pareamentos errados, gerando no final da mitose, duas fitas + e 6 fitas arg. c) Como o modelo de recombinação de Holliday explica a conversão gênica? Ele explica porque houve pareamento de homólogos, crossing-over e a formação de heteroduplex, que é quando há um pareamento de fitas que não são complementares. 15. Observe os fenótipos dos ascósporos dos seguintes ascos lineares: Determine que ascos sofreram conversão gênica, em que direção ocorreu (+ -> m ou m-> +) e se há algum resultante de heteroduplexes que não sofreu reparo. GD Polimorfismos 1. Compare um polimorfismo de SNP, RFLP e VNTR. ● SNP - polimorfismo de nucleotídeo único ou simples; são as diferenças (polimorfismos) envolvendo um único nucleotídeo (ou o par de nucleotídeos quando considera a dupla fita de DNA). Sua maioria não produz fenótipos visíveis ou não estão relacionados com uma característica mendeliana simples, pois estão localizados fora dos genes ou de suas regiões regulatórias. Pode ser detectado ao sequenciar um segmento de DNA em cromossomos homólogos e comparar as sequências para localizar as diferenças, ou então na utilização de enzimas de restrição, que reconhecem uma sequência específica no DNA e irão cortá-la. ● RFLP - polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição; quando um polimorfismo de nucleotídeo único ou simples (SNP) é identificado pela metodologia das enzimas de restrição. ● VTNR - polimorfismo de comprimento de sequência simples ou repetições em tandem de número variável; são arranjos de sequências repetidas com variação no comprimento devido diferentes números de unidades repetidas (multi-alélicos). É identificado ao isolar o fragmento de DNA através da técnica de PCR utilizando iniciadores (primers) que flanqueiam a região que contem o SSPL. / 2. Qual a vantagem de utilização de um polimorfismo de DNA sobre o de proteínas? O DNA tem a possibilidade de visualizar onde a alteração do nucleotídeo ocorre, mas nas proteínas, devido ao código genético ser degenerado, pode haver erros na visualização da alteração, pois há mais de um códon para o mesmo aminoácido. 3. Você está investigando a razão de uma doença rara ocorrer em uma família belohorizontina. Após o seqüenciamento de DNA de um indivíduo normal e outro doente, você detectou uma única mutação de ponto, de G para A, dentro do intron 2 do gene candidato à doença, conforme indicado abaixo: intron 2 sítio aceptor de splicing exon 3 Alelo normal 5’...CCTCTTGGGCTATTTTCCACCCTTAG GCT GCT GGG ...3’ Alelo mutante 5’... CCTCTTAGGCTATTTTCCACCCTTAG GCT GCT GGG ...3’ mutação Ala Ala Gli a) Como poderia esta mutação no intron 2 ser responsável pela doença? b) Qual seria a conseqüência desta mutação para a proteína mutante em termos de seqüência de aminoácidos? c) Suponha que você disponha de pouco material biológico para fazer análise de polimorfismos de DNA, de que maneira você identificaria precocemente outros indivíduos com esta doença? 4. O mapeamento de restrição de um trecho linear de DNA revela os seguintes sítios de restrição de EcoRI. a) Esse pedaço de DNA é cortado por EcoRI, os fragmentos resultantes são separados por eletroforese em gel, e o gel é corado com brometo de etídio. Faça um desenho das bandas que vão aparecer no gel. b) Se uma mutação que altera o sítio 1 de EcoRI ocorrer nesse trecho de DNA, como o padrão de bandeamento no gel difere do que você desenhou na parte a? Sem o sítio 1, que separa o 2kb do 4kb, somam-se eles resultando em uma banda de 6kb, que no desenho, vai ficar posicionado superiormente à banda de 5kb. c) Se uma mutação altera os sítios 1 e 2 de EcoRI ocorrer nesse trecho de DNA, como o padrão de bandeamento no gel difere do que você desenhou na parte a? Com essa mutação, haverá uma única banda no gel de 11 mil pares de base, ou de 11kb. d) Se ocorrer uma inserção de 1.000pb entre os dois sítios de restrição, como o padrão de bandeamento no gel difere do que você desenhou na parte a? Haverá uma única banda de 5kb e outra de 2kb, porém na banda de 5kb haverá uma mistura de fragmentos tanto da banda de 4kb somada a 1kb quanto da banda de 5kb que já estava presente. e) Se ocorrer uma deleção de 500pb entre os dois sítios de restrição, como o padrão de bandeamento no gel difere do que você desenhou na parte a? A banda de 4kb passará a ter 3,5kb entre as bandas de 2kb e de 5kb. 5. Embora a captura e a comercialização de Grandes Primatas seja proibida, estima-se que até 1000 chimpanzés são removidos ilegalmente da África a cada ano. Os compradores ilegais frequentemente forjam certidões de nascimento para burlar a fiscalização. Para combater isto, novas técnicas vêm sendo desenvolvidas para análise genéticas destes primatas. Atualmente, amostras de DNA samples são retiradas de bulbos capilares e usado como molde em reações de PCR. Os primers usados flanqueiam sítios altamente polimórficos no DNA humano resultado do número variável de repetições tipo microsatélite (VNTR). Alguns chimpanzés e seus supostos pais foram testados para a determinação se eram "legítimos" ou "produtos de tráfico ilegal". O gel abaixo representa uma amostra desta análise. - a) Os chimpanzés 3, 4 e 5 são filhos dos chimpanzés 1 e 2? Justifique. 3 - pode ser filho do número 1 e número 2, pois apresenta a mesma banda de 136, presentes tanto no pai como na mãe. 4 - não pode ser filho do número 1 e nem do número 2, pois apesar de possuir a banda 136 ele possui a banda de 140, que não está presente nem no chimpanzé número 1 e nem no número 2. 5 - não pode ser filho do número 1 e nem do número 2, pois apresenta uma banda 140 que não é característica do indivíduo número 1 e nem do número 2. b) O uso de primers humanos para realizar a PCR pode trazer algum problema para sua análise? Não, pois apesar de flanquearem sítios polimórficos, suas regiões (onde os primers foram desenhados) são altamente conservadas. c) Por que as repetições tipo microsatélites são tão polimórficas no nosso DNA e destes primatas? Quantos alelos neste lócus polimórfico estão representados no estudo acima? Quais são eles? Justamente porque microsatélites são regiões muito variáveis e polimórficas em si. São 4 alelos, sendo eles o 148, 140, 136 e 130. 6. Foram feitos estudos de DNA numa família grande que apresenta determinada doença autossômica dominante de manifestação tardia (aproximadamente aos 40 anos de idade). Uma amostra de DNA de cada membro da família é digerida com a enzima de restrição TaqI e submetida a eletroforese em gel. Em seguida realiza-se uma transferência de Southern, usando uma sonda radioativa que consiste em uma parte do DNA humano clonado num plasmídio bacteriano. O autorradiograma é visto abaixo, junto com o heredograma da família: a) Analise as relações entre a variação de DNA, a sonda de DNA e o gene para a doença. Desenhe as regiões cromossômicas relevantes. b) Qual a utilidade destes resultados para a informação de pessoas desta família que venham a se casar? Que a partir da identificação deque há um alelo o qual tem um sítio de restrição dentro, se trata de um informativo de que os indivíduos que são afetados são aqueles que possuem o sítio de restrição dentro deles. 7. A distrofia miotônica (MD), que ocorre em cerca de 1 em cada 8.000 pessoas, é a forma mais comum de distrofia muscular em adultos. A doença, que é caracterizada por degeneração muscular progressiva, é causada por um gene mutante dominante que contém uma região com a repetição CAG expandida. Os alelos normais do gene MD contém de 5 a 30 cópias do trinucleotídeo. Os alelos mutantes contêm 50 a mais de 2.000 cópias da repetição CAG. A sequência completa de nucleotídeos do gene MD está disponível. Imagine um teste diagnóstico para o alelo mutante responsável por distrofia miotônica que possa ser feito usando-se DNA genômica de neonatos, células fetais obtidas por amniocentese e células únicas de pré-embriões de oito células produzidos por fecundação in vitro. Pode-se utilizar a técnica de PCR, desenhando primers externos a essa região variável e amplificando, visualizando ao menos o tamanho dos fragmentos dos alelos. Se for um alelo muito grande, por exemplo, a pessoa bem provavelmente terá um alelo para a distrofia miotônica.
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