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Doença molecular: Anemia falciforme; 1945 – Linus Pauling: anemia falciforme doença da molécula de hemoglobina (doença molecular); 1946 – Harvey Itano: eletrofose em fronteiras mevodiças (uma pequena mudança de carga em uma proteína podia significar a diferença entre a vida e a morte); 1949 – Science “Sickle cell anemia: a molecular disease”. Efeitos das mutações sobre a função proteica: Mutações de perda de função: Deleção de bases nos genes da alfa-globina: alfa talassemia; Perdas cromossômicas em genes do X: Síndrome de Turner; Mutações somáticas adquiridas no RB1: retinoblastoma; Perda completa de função do gene beta-globina: beta talassemia; A gravidade da doença está relacionada com a quantidade da função perdida. Mutações de ganho de função: Aumentam a função normal de uma proteína: - Hb Kempsey: mutação da estrutura interna (aumento da afinidade pelo O2); - Acondroplasia: aumento do receptor 3 mesmo na ausência do FGF (seu ligante). Aumentam a produção de uma proteína normal: - Síndrome de Downs: duplicação inteira ou parte do cromossomo 21 (cromossomo a mais, como também uma carga gênica a mais); - Doença de Alzheimer: duplicação do gene da proteína precursora de amiloide. Mutações que conferem novas propriedades: Outras funções além do transporte de gases; Hb S – Doença falciforme (tem uma propriedade de agregar); Transporte de oxigênio normal; Propriedade nova: agregação. Mutações associadas com a expressão gênica: Época errada – heterocrônica: PHHF (persistência hereditária de Hb fetal); aumento de genes globina (aumenta muito a Hb fetal em adultos); Em local errado – ectópica: câncer (aumento da expressão de genes de proliferação celular em tecidos que não expressam); proto-oncogenes oncogene (que deveriam estar desligados). Mutações que alteram a formação de proteínas normais: Dependendo de onde se tem uma mutação de um gene, pode se ter diferentes alterações (o local e o tipo das mutações são importantes para determinar a gravidade); Existem mutações que podem ocasionar aumentando muito a produção de um geno, ou diminuindo muito sua produção. Hemoglobina normal: Proteína globular quaternária (64.458 dáltons); 4 cadeias polipeptídicas (2 tipo alfa e 2 tipo beta); 574 aminoácidos; Parte não proteica (heme) – cada cadeia tem um grupo heme (o grupo heme tem parte não proteica, onde se tem o átomo de ferro que dá a possibilidade de se ligar ao oxigênio); Quando um eritrócito é marcado para morrer ele sabe que milhões também estão morrendo, então deve ocorrer de forma controlada (tem que ser bem degradado), pois a Hb liberada de forma livre na circulação ocasiona vários efeitos deletérios, como geração de espécies reativas de oxigênio, rouba o óxido nítrico; Função: oxigenação dos tecidos e garante a capacidade antioxidante ao sangue; A Hb é degrada, onde a parte proteica que possui os aminoácidos são reutilizados para formação de outras proteínas, enquanto que o grupo heme, o ferro pode ser reutilizado, onde o grupo heme é convertido em biliverdina e posteriormente em bilirrubina indireta, transportada pela albumina para o fígado, sendo lá convertida em bilirrubina direta, sendo solúvel no instestino onde algumas bactérias adicional alguns elementos de importância e posteriormente será excretado pelas fezes e urina. Os genes das globinas: Cariótipo humano: 2n=46; Genes da globina (alfa de cima; beta embaixo): Características dos genes: Cada um dos genes da globina tipo alfa ou tipo beta são organizados em “Cluster” (famílias); Incluem genes funcionais e pseudogenes; A organização em “cluster” é alta e grandemente preservada em primatas; Seguem o padrão de estimulação dependente do período de estimulação – ontogenia das globinas (alguns se expressam no período embrionário, outros após o nascimento e outros na fase adulta); Cada gene possui 3 éxons e 2 íntrons. Região controladora de Locus (LCR): Na fase embrionária, fetal e adulta tem-se um mecanismo muito bem regulado para que algumas dessas cadeias globínicas sejam expressas e outras não; A região controladora de locus é responsável pela ativação ou desligamento da expressão das cadeias globínicas; Quanto à taxa de afinidade ao oxigênio: E>F>A; Os genes das glonas e as diferentes Hb normais: Ontogenia das cadeias globínicas: Cadeias que são produzidas conforme de passa o tempo de vida do indivíduo (na imagem); As cadeias globínicas do tipo alfa são importantes (atingem seu pico ainda na vida embrionária e se mantém até a vida adulta). Uma mutação de grande impacto nessa cadeia tem-se um comprometimento de qualquer Hb, desde a fetal até a fase adulta; As cadeias gama atingem ápice na fase fetal e decai; As cadeias beta atingem ápice na fase adulta; Teste do pezinho (até sétimo dia): encontra-se em maior concentração a Hb fetal; O perfil hemoglobínico adulto é em torno de 6 meses (24/25 semanas), onde o indivíduo tem todo o perfil de hemoglobinas que se espera (maior concentração de Hb A). Hemoglobinopatias: distúrbios hereditários das hemoglobinas OMS: 7% da população mundial (270 milhões de indivíduos) são portadores de alguma hemoglobina anormal – frequência alta; Mutações pontuais, deleções ou inserções; Herança autossômica recessiva (maioria); 300-500 mil crianças nascem por ano com algum tipo de hemoglobinopatias com fenótipo grave (Doença falciforme, Beta talassemia major, Doença de Hb H, HbE/Beta talassemia). Classificação das hemoglobinopatias: Hemoglobinas anormais: - Hb variantes (alterações qualitativas – globinas): Alterações apenas na estrutura; Hb S e interações (troca de Glu por Val); Hb instáveis; Hb com transporte de oxigênio alterado; Meta-hemoglobinas; Maioria pontuais – substituição, deleção, inserção. - Talassemias (alterações quantitativas de síntese das globinas): Desequilíbrio quantitativo das globinas (p. ex. uma cadeia beta muito pequena em relação à alfa); Desequilíbrio de quantidade de cadeias (eritrócitos menores e com pouca Hb); Talassemia beta; Talassemia alfa; Deleções gênicas; pontuais (íntron, éxon, regiões promotoras); Eritrócitos menores (diminuição de VCM e CHCM ou HCM diminuídos – eritrócitos talassemicos = microcíticos e hipocrômicos); Um diagnóstico diferencial é concentração de Hb A2, diferenciando-a da anemia ferropriva (exame RDW – anisocitose existente na anemia ferropriva, onde na medula se teve células precursoras de eritrócitos com presença de ferro, com um tamanho de eritrócito normal ou células que não tiveram ferro, com um tamanho pequeno). RDW (Red Cell Distribution Width) é definido como um índice o qual indica a diferença entre o tamanho dos glóbulos vermelhos, representando a percentagem dos valores obtidos. Quando este índice é elevado, indica a existência de muitas hemácias de tamanhos diferentes a circular. É comum um RDW elevado quando existe a carência de ferro, onde a falta deste impede a formação da hemoglobina ocasionando à formação de uma hemácia de tamanho reduzido. Este índice ajuda a diferenciar a anemia ferropriva da talassemia, ambas têm um volume corpuscular médio (VCM = média do volume das hemácias), porém a talassemia apresenta um RDW normal e a anemia ferropriva tem um RDW alterado. Anemia ferropriva: Por falta de suplementação de ferro; Característica de hemograma: VCM diminuído, assim como CHCM ou HCM; Pode ser que a criança tenha não só uma anemia ferropriva, podendo ser uma talassemia, onde somente a suplementação de ferro não será suficiente; Traço alfa ou beta talassêmico. - PersistênciaHereditária de Hemoglobina Fetal (PHHF): Persiste a expressão de Hb fetal (característica hereditária); Níveis elevados de Hb F na vida adulta; Deleções gênicas; pontuais; ação de QTLs (locus de características quantitativas); Aumento da expressão de cadeias gama (gama + alfa = Hb fetal). Hemoglobinas variantes: - Variantes com transporte de oxigênio alterado: Hb com afinidade alterada pelo oxigênio; Hb Kansas e Kempsey (mutações no gene beta); Hb Tak; Meta-hemoglobinas; Hb Kempsey: Hb fica na estrutura relaxada – aumentando afinidade pelo oxigênico (policitemia); Hb Kansas: Hb fica na estrutura tensa – menor afinidade pelo oxigênio (cianose). https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice https://pt.wikipedia.org/wiki/Porcentagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Talassemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Volume_corpuscular_m%C3%A9dio Meta-hemoglobina: Hb oxihemoglobina – capacidade reversível de oxigenação Fe+2 (ferroso); Metahemogloina – capacidade irreversível de oxigenação Fe+3 (férrico); É normal nós produzirmos meta-hemoglobinas, pois quando a Hb perde seu estado de oxigenação devido à característica do ferro, quando ela tá forma +2 consegue se ligar ao oxigênio e quando está no +3 não consegue (passa a ser patológica quando muito aumentada); MetaHb redutase reduz o Fe+3 Fe+2; Hb variantes: mutações tornam o grupo heme resistente a meta Hb redutase que aumenta as metahemoglobinas. - Variantes com fenótipo talassêmico: Hb E; Hb Lepore; Hb Constant Spring; Hb E: síntese reduzida nos mRNA (mutação em que os RNAm diminuem) – HbEE (heterozigotos) assintomáticos (talassemia branda); HbE/ beta-talassemia (fenótipos mais graves; Hb Lepore: Hb formada pela fusão das cadeias - crossing over homólogo desigal; pareamento devido a regiões homólogas entre os genes . - Variantes que causam anemia hemolítica: Hb com novas propriedades físicas (Hb S, Hb C); Hb instáveis (Hb Hammersmith, Hb Gun Hill); Hb instáveis: desnaturam o tetrâmero; corpos de Heinz; danificam a membrana; hemólise (anemia hemolítica devido a Hb instáveis); Hb s: mutação pontual (GAG GTG); substituição do aminoácido Glu para Val; alterações físicas e bioquímicas; hemácias em forma de foice. Doença falciforme: Precisa ter clínica e S; SC; SD; SO; S/Beta talassemia (todos esses são doenças falciformes – apresentam clínica); AS não é doença falciforme, pois não tem clínica; HbSS (homozigoto) se fala Anemia Falciforme, já o resto é doença falciforme; Variantes que causam anemia hemolítica; Hb S; Grupo de anemias hemolíticas hereditárias; Presença de hemoglobina S; Anemia falciforme (HbSS); Interações com talassemias (S/Beta-talassemia); Heterozigotos compostos (HbSC); No Brasil 7 milhões de portadores para a HbS (heterozigoto AS); 25 mil a 30 mil apresentam a anemia falciforme (HbSS); Além da característica genética que forma essa Hb anormal, existe um elemento indispensável para o processo de fisiopatologia da doença que é o processo de polimerização da Hb S e essa polimerização possui alguns gatilhos para que aconteça, como a hipóxia, desidratação e acidose, que fazem um microambiente onde essas proteínas deveriam estar solúveis dentro do eritrócito passam a se agregar. Se essas situações não se normalizam os polímeros se agregam uns aos outros de forma bem rígida, corrompendo toda a estrutura do eritrócito (em forma de foice que pode causar oclusão do vaso). Talassemias: Alfa talassemia (4 genes alfa – Hb H em adultos e Hb Bart’s nos recém nascidos): - Portador silencioso: Tipo mais comum; Deleção de um gene alfa; Assintomático – sem alterações hematológicas; Presença de 0-3% de Hb Bart’s ao nascimento; Hb H em baixas concentrações (<1,0%). - Traço alfa talassêmico: Deleção de dois genes alfa (Cis ou Trans); Assintomático, podendo apresentar fraqueza, cansaço, dores nas pernas e palidez, microcitose e anemia discreta (Hb 11-13 g/dL); Presença de 2,0-10% de Hb Bart’s ao nascimento; Hb H em concentrações próximas de 2%. - Doença de Hb H: Deleção de três genes alfa; Anemia moderada (Hb 8-11 g/dL); Reticulocitose, Corpos de Heinz, hiperplasia medular, microcitose e hipocromia e, em alguns casos, hepatoesplenomegalia; Presença de 25-50% de Hb Bart’s ao nascimento; Hb H em concentrações de 5-30%; Raro no Brasil. - Hidropsia fetal por Hb H: Deleção dos quatro genes alfa; Anemia muito grave (Hb < 7g/dL); Eritroblastose fetal, edema, hepatoesplenomegalia grave; Incompatível com a vida (acometimento desde as Hb embrionárias); Presença de 80% de Hb Bart’s ao nascimento; Hb H entre 10-20%; Comum no continente asiático, raro no Brasil. Beta talassemia: Tipos esperados para um adulto: Um gene beta-A e um gene beta-talassêmico; O beta talassêmico faz com que haja um desequilíbrio de produção da cadeias beta, sobrando alfas para formar Hb, tendo como consequência HCM e VCM diminuídos; Se o gene beta está com problema, o gene delta aumenta sua expressão, por isso é interessante quantificar Hb A2 que estará aumentado (importante marcador das beta-talassemias); Mutação no gene beta que afeta a quantidade de cadeias beta, porém ainda assim produz um pouco (por isso beta+) – deficiência na produção de Hb; Como consequência se tem aumento da expressão de genes delta e gama para tentar compensar esse problema (aumento da A2 e principalmente da fetal); Não produz nada de cadeia beta; Aumenta-se a fetal e A2; Dependo da condição dos alelos que esse paciente apresenta pode ter-se as características clínicas abaixo: - Beta talassemia menor (heterozigota): BaB0tal ou BAB+tal; Clinicamente assintomáticos; Não necessitam de regime transfusional; Hipocromia e microcitose discreta/leve (+); Hemoglobina abaixo dos níveis de normalidade (Hb em torno de 10 g/dL) – anemia discreta; Hb A2 entre 3,5 e 8%. - Beta talassemia intermediária: Sintomáticos – desde manifestações leves a graves; Regime transfusional esporádico; Hipocromia e microcitose moderada (++); Hemoglobina abaixo dos valores normais (Hb entre 7 e 10 g/dL) – anemia moderada; Aumento de Hb fetal. - Beta talassemia maior (homozigota): Não há Hb A; Sintomático – manifestações graves no primeiro ano de vida; Regime transfusional regular; Hipocromia, microcitose, poiquilocitose, anisocitose e células em alvo – acentuadas (+++); Hemoglobina abaixo dos valores da normalidade (Hb < 7g/dL) – anemia grave; Hb F bastante elevada. - As mutações no complexo globina: Beta talassemia simples; Síntese defeituosa de mRNA; Mutações de junção de corte; Mutações de íntrons; Mutações de éxons; mRNA não funcionais (gera um códon finalizador prematuro) – ex.: 0 talassemia CD39; Defeitos nos acréscimos 5’ e 3’ do mRNA de globina. O que caracteriza essas persistências são grandes deleções.
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