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Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 1 INFORMÁTICA MÉDICA Computador = máquina de calcular veloz. Funções: - guardar dados, arquivos, imagens etc - digitação de texto - é o meio pelo qual se pode entrar na rede mundial (Internet), ligada a vários computadores, para acessar dados, informações etc - é o meio físico que permite a execução dos programas (meios lógicos que realizam tarefas específicas) Protocolos: - http = local para leitura de arquivos - FTP = local que guarda esses arquivos OBS: protocolo é um conjunto de regras e convenções padronizadas que devem ser obedecidas a fim de permitir a troca de dados entre computadores ligados em rede. Endereço e DNS: número e nome, respectivamente, para localizar um computador ou endereço WEB. Aplicabilidade do CD-ROM na prática médica Ensino: permite o acesso a livros no computador Pesquisa: pode ser usado como biblioteca eletrônica Assistência: cadastramento de prontuários Internet = conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados pelo TCP/IP que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Protocolo TCP/IP: permite a comunicação dos computadores entre si. Browser ou navegador: programa especial para visualizar páginas WWW. Lê e interpreta os documentos em html. WWW: World Wide Web ("Rede de alcance mundial") é uma tecnologia simples, caracterizada como um conjunto de documentos disponibilizados por toda a rede e baseados nos protocolos hipertexto, o que possibilita links, textos, imagens e sons. Hipertexto: forma de navegação dentro de um documento (hiperlink). HTTP (Hypertext Transfer Protocol): é o protocolo usado pela WWW. Faz parte do TCP/IP. HTML (Hypertext Markup Language): formato de criação de páginas para a WWW. Intranet: pequena rede de comunicação entre computadores de uma organização interna. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 2 -LAN (Local Area Network) = rede local -WAN (Wide Area Network) = rede local de alta abrangência Uso acadêmico da Internet 1. Pesquisa eletrônica de dados bibliográficos 2. Coleta e análise de dados 3. Publicação de trabalhos 4. Docência/ Serviço educativo (vídeoaula) 5. Fonte de informações 6. Comunicação imediata (mesmo a longas distâncias) BUSCA BIBLIOGRÁFICA DE ARTIGOS MÉDICOS Mecanismos de busca = sites que armazenam informações sobre conteúdos das páginas cadastradas e que pesquisam por meio de palavras-chave. 1. Busca genérica: pesquisa em bancos de dados através de palavras-chave. (www.altavista.com; www.excite.com; www.radar.com.br) 2. Metabuscador: pesquisa em várias ferramentas de busca simultaneamente. (www.miner.com.br; www.dogpile.com; www.metacrawer.com) 3. Busca por catálogo: pesquisa organizada por seções. (www.about.com; www.cade.com.br; www.yahoo.com) 4. Busca por popularidade: resultados hierarquizados por popularidade. (www.google.com.br; www.topclick.com) 5. Base de dados: organiza referências por assunto ou área do conhecimento. (www.periodicos.capes.gov.br; www.gale.com; www.prossiga.br) Bibliotecas virtuais = disponibilização de conteúdos referenciais, periódicos, artigos, livros ou qualquer outro conjunto de informações acadêmicas ou literárias em mídias eletrônicas. Bibliotecas nas áreas de medicina e saúde: www.periodicos.capes.gov.br www.fiocruz.br www.unicamp.br www.usp.br www.scielo.br www.medline.com www.ipl.org Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 3 www.vlib.org acd.ufrj.br/bibccs/acervo.html Para refinar a pesquisa (utilização de operadores booleanos) Utilize aspas compreendendo duas ou mais palavras pesquisadas quando desejar fazer a pesquisa como uma expressão em determinada ordem. (busca o texto exato entre aspas) Use o sinal + ou AND após a palavra para indicar a obrigatoriedade da presença do termo seguinte em todos os resultados. (busca as duas palavras) Use o sinal – ou NOT antes da(s) palavra(s) para restringir a pesquisa aos termos anteriores a esta(s). (elimina palavras da pesquisa) Use o sinal OR para ampliar sua pesquisa. O uso deste termo faz com que os resultados obtidos sejam de uma ou de outra palavra da expressão. Use o sinal * para ampliar o resultado da pesquisa para variantes da palavra pesquisada. Dica: consulte a seção Ajuda (ou Help) dessas páginas para saber qual o método utilizado e quais termos são aceitos para se obter respostas eficazes, rápidas e objetivas em suas pesquisas. PRINCÍPIOS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA Pensamento lógico: comprovação de observações de fenômenos com intuito de identificar relações de causa e efeito com objetividade em seu pensamento. Trabalho científico: demonstra, através de argumentos, uma tese que é solução para um problema. A apresentação dos fatos é o principal mecanismo de argumentação científica. O que é tecnologia: conjunto de instrumentos de trabalho que facilitam a atividade humana. O que é teoria: é o nome das “verdades científicas”, obtidas através do processo operacional denominado método científico. O que é hipótese: é uma suposição lógica que precisa de comprovação através de observação referenciada. Só após esse processo temos uma teoria. O que é ciência: acervo de conhecimentos obtidos através da observação comparada de fatos em amostras dos universos ambiental e individual do homem e concluídos mediante raciocínio indutivo. Classificação das ciências Formais = lógica (Ex.: matemática) Factuais naturais = ligadas à natureza (Ex.: física, química e biologia) sociais = ligadas ao comportamento humano (Ex.: sociologia, psicologia) OBS: o conhecimento científico é classificado como uma ciência factual. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 4 Características da investigação científica 1. Necessidade de método de trabalho (metodologia) 2. Compara as observações 3. Evidencia as diferenças e semelhanças 4. As observações são limitadas (devido à tecnologia / em número de casos) 5. As conclusões científicas são inevitavelmente probabilidades, jamais certezas Frase para gravar: O Método Compara Diferenças e Semelhanças e é Limitado e Probabilístico. (resumo Thiago Sampaio) Tipos de conhecimento 1. Conhecimento científico: racional, objetivo, factual, claro e preciso, comunicável, verificável, mutável, falível, dependente da investigação metódica e aproximadamente exato. 2. Conhecimento vulgar (intuitivo): ametódico, assistemático, superficial, verificável, valorativo (baseado em valores), falível e inexato. 3. Conhecimento filosófico: baseado em perguntas, inverificável, busca a lógica e a objetividade, infalível e exato. Metodologia do conhecimento científico (Tipos de investigação) 1. Método dedutivo: tira conclusões particulares a partir de leis gerais (do maior para o menor / do geral para o particular). Esquema: formulação de hipótese > testes > observação > análise 2. Método indutivo: Parte de leis particulares e chega a leis gerais (do menor para o maior / do particular para o geral). Esquema: observação > análise > hipótese > explicação 3. Método dialético: Contradiz-se o tempo todo. Perfil do cientista: Competência, Criatividade, Oportunismo, Disciplina e Ética. Para gravar: CCODE (resumo Thiago Sampaio) Aspectos bioéticos Beneficência: avaliar os riscos e benefícios Autonomia: respeitar os grupos Não-maleficência: garantir e prever os riscos Equidade e justiça: cumprir a lei e respeitar o protocolo DELINEAMENTO (DESENHO) E TIPOS DE ESTUDO Tipos de publicação científica Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 51. Trabalhos em eventos (seminários) 2. Capítulos e livros 3. Textos em jornais e revistas 4. Artigos publicados em revistas indexadas 5. Livros-texto específicos 6. Manuais Tipos de pesquisa 1. Pura ou básica (experimental/laboratorial): feita em laboratório, controlada, sem necessidade de aplicação imediata. Enriquece a teoria e a prática da ciência. 2. Aplicada (clínica): necessidade de aplicação prática, direcionada e uso imediato de medicamentos. 3. Tecnológica ou de desenvolvimento: aperfeiçoa técnicas utilizadas. 4. Bibliográfica: a) Revisão: analisa o início de um estudo e revisa o mesmo. b) Atualização: parte de um ponto inacabado e o complementa. Tipos de estudo Experimental: há intervenção na unidade de pesquisa. 1. Estudo experimental randomizado: grupos formados aleatoriamente têm seus resultados comparados. (Ex.: ensaio clínico randomizado – estudo que experimenta novos medicamentos em humanos) 2. Ensaio de campo: população grande e saudável recebe algum medicamento ou vacina. Caro e para fins preventivos. (Ex.: vacinação) Atenção: na hora da crítica, se houver algum estudo que estima testar um novo fármaco em humanos, o estudo a ser realizado é o Experimental Randomizado (você deve descrever suas características). Já se o estudo quer avaliar a eficácia desse fármaco em uma população saudável (com intuito preventivo), o estudo será um Ensaio de Campo. (resumo Thiago Sampaio) Observacional: não há intervenção na unidade de pesquisa. 1. Descritivo: apenas descreve a ocorrência de um fenômeno ou características da população. Não há grupo-controle e é o primeiro passo para a investigação. Não prova hipótese e não analisa causa e efeito. a. Relato de caso: até 9 casos b. Série de casos: 10 casos ou mais c. (Transversal)* *O estudo transversal pode ser descritivo, mas é mais comumente analítico. 2. Analítico: é o segundo passo da investigação, pois analisa e valida os resultados observados no estudo descritivo com a presença de um grupo-controle. Avalia, assim, a existência de uma associação entre a doença e a ocorrência de um fenômeno. Propõe analisar causa e efeito e provar hipótese. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 6 a. Transversal: estudo baseado num ponto e tempo específicos. É realizado num único momento para medir a prevalência*. Analisa causa e efeito simultaneamente. Tem baixo custo e é rápido. b. Longitudinal: estudo realizado em um determinado espaço de tempo. i. Prospectivo (Estudo de Coorte): começa agora e continua no futuro (parte da causa para chegar ao efeito). É caro, demorado e pode medir incidência**. ii. Retrospectivo (Estudo Caso-Controle): começa no passado até se chegar ao presente (parte do efeito para se chegar à causa). É rápido e barato. iii. Estudo de Coorte Histórico: começa no passado e termina no passado (parte da causa para se chegar ao efeito). Usado em doenças ocupacionais. iv. Estudo Ecológico: não mensura individualmente os resultados, mas o resultado global da pesquisa (analisa o grupo). Pode ocorrer falácia ecológica (característica do todo não reflete uma característica individual). *Prevalência = mede a frequência absoluta de casos doentes (%). Ex.: 30 doentes em 100 pessoas (P=30%). Essa taxa se mantém constante. **Incidência = intensidade com que ocorrem novos casos da doença em determinado tempo. Taxa inconstante. Atenção: na hora da crítica, fique ligado para o seguinte: se for um estudo que objetiva medir a prevalência ou a incidência de alguma doença, o mesmo será Transversal ou de Coorte (respectivamente). A partir daí você deve descrever o que seria cada um desses tipos de estudo. Já se o estudo tem o efeito e deseja saber a causa, esse será Caso-Controle. (resumo Thiago Sampaio) Metanálise Revisão bibliográfica: pesquisa o início do método e os primeiros trabalhos. Atualização bibliográfica: pesquisa os trabalhos recentes. Pode-se escolher uma data a partir da qual se inicia a pesquisa. Revisão sistemática da literatura: reúne todos os estudos já publicados sobre o assunto para aumentar a gama de ensaios (todos os pacientes já pesquisados viram um único grupo). O resultado é dado a partir da opinião do pesquisador (são suas conclusões). Metanálise: é uma revisão sistemática da literatura na qual o resultado final é baseado em análise estatística. A metanálise valida a literatura médica. OBS: nem tudo que está na literatura tem valor para o estudo. Na metanálise pode haver ocorrência de viés*. *Viés = qualquer interferência (problema de metodologia) que possa vir a ocorrer no estudo. Pode ser positivo ou negativo. Estudo Qualitativo x Estudo Quantitativo Estudo Qualitativo: tem como objetivo validar uma questão por teorias indutivas. Isso ocorre através de observações e hipóteses. Usa uma perspectiva assumidamente enviesada (subjetivismo). Não se preocupa com a objetividade absoluta (utiliza-se de pressupostos, pensamentos isolados) Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 7 Métodos: documentos, observação (ativa/passiva), entrevistas, análise de discurso, heurística, grupo focal. Questão: classificação. Objetivo: o que significa x? Racionalidade: indutiva. Amostragem: teórica (não precisa de grande amostragem). Força: validade (concordância das pessoas). Natureza: material abstrato, produtos da mente, individual ou coletiva. Aperfeiçoamento: - Triangulação = inserir ao material outras visões de outros campos. - Análise Independente = análise do estudo por mais de um observador. - Condução Dinâmica = inserir novos métodos à medida que a pesquisa progride. Vieses: - Subjetivismo - Hermetismos extremos OBS: a pesquisa qualitativa não é padronizável e seus resultados dependem da sensibilidade e da experiência do pesquisador. Estudo Quantitativo: é empírico (baseia-se só na experiência, na prática, nos dados concretos); trabalha com objetivizações, admitindo a neutralidade do pesquisador; trabalha com objetos passíveis de aferição e quantificação; privilegia o controle metodológico e estatístico; privilegia a observação instrumentalizada; fundamenta-se em valores universais. Métodos: experimentos, ensaios clínicos, laboratório. Ciclo: hipótese experimento resultado teoria nova hipótese. Questão: enumeração. Objetivo: quantos x há? Racionalidade: dedutiva. Amostragem: estatística (maior número de pessoas). Força: confiabilidade (precisa de relevância estatística). Natureza: material visível e quantificado. Vieses: - Objetivismo extremo - Admite leis casuais - Falso cientificismo (porque é estatisticamente válido) ÉTICA EM PESQUISA MÉDICA Ética = conduta que um indivíduo deve ter estabelecida por leis. Marco histórico mundial 1964 – Reconhecendo as falhas do Código de Nuremberg, a Associação Médica Mundial elaborou a Declaração de Helsinki, considerada por muitos como a primeira padronização mundial para a pesquisa biomédica. Marcos históricos nacionais Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 8 1988 – Resolução 1/88 (Conselho Nacional de Saúde) – aprovadas as normas de pesquisa em saúde. 1996 – Resolução 196/96 (Conselho Nacional de Saúde) – padroniza uma série de condutas a serem seguidas na pesquisa com seres humanos, definindo conceitos e regras na pesquisa, além de criar órgãos fiscalizadores (CEP e CONEP). O CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) Órgão independente e obrigatório em toda e qualquer instituição que realiza pesquisa científica. Situado na própria instituição de pesquisa. Frequência no mínimo mensal. Só deve obediência direta à CONEP. Constituição do CEP: - Mínimo de sete membros. - Não deve haver predominância de profissionais(devem ser bem divididos de acordo com as áreas do conhecimento). - Deve haver membros representantes da comunidade de usuários da instituição da pesquisa. - Não deve haver mais da metade de membros pertencentes à mesma categoria profissional nem ao mesmo sexo. - Deve haver um membro da área do direito e um da área religiosa. A CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) Órgão nacional (situado no Ministério da Saúde). Composta por treze membros distribuídos como no CEP. Avalia grupos I e II de pesquisa, através do parecer do CEP. OBS: documentos enviados pelo CEP à CONEP que validam a pesquisa = protocolo de pesquisa, curriculum, folha de rosto e parecer. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Documento onde o sujeito assume, independentemente, a sua participação voluntária na pesquisa. Palavras compatíveis com a população. Direito de sair da pesquisa a qualquer hora. Riscos e benefícios (para o paciente e para o mundo). Objetivos do projeto. Sigilo total sobre os dados do sujeito. Possíveis indenizações. Privacidade e confidencialidade. PROTOCOLO DE PESQUISA Protocolo: é o projeto da sua pesquisa, importante para testar a metodologia e a relação custo- benefício. Respeita um padrão em cada instituição que realiza pesquisa e é fundamental para a avaliação do CEP e da CONEP. Nele devem estar explicitados a natureza do projeto (tipo de Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 9 pesquisa), o objetivo do estudo e a caracterização da equipe (nome do orientador e dos integrantes, bem como suas qualificações). É dividido em partes: 1. Título: indicação clara e concisa do que o estudo vai dizer (deve conter o tipo de pesquisa). 2. Autores: caracterização (nome e qualificação) do responsável pelo projeto e de sua equipe. 3. Introdução: geralmente fala aquilo que já se sabe sobre o assunto (revisão bibliográfica para contextualizar o leitor) e se coloca a importância da pesquisa, justificando sua realização. 4. Objetivos: esclarece exatamente o que se busca com o estudo em questão. Devem ser expostos tanto os objetivos primários (foco principal da pesquisa) como os secundários. 5. Metodologia (Materiais e Métodos): exprime os passos seguidos na realização da pesquisa, bem como os instrumentos e recursos necessários. Deve mostrar exatamente o grupo estudado (população* e amostra**), indicando as características dos integrantes (segundo seus critérios de inclusão e exclusão) e indicando a quantidade de componentes desse grupo. *População = grupo de indivíduos que interessam para a pesquisa. **Amostra = subconjunto da população que será efetivamente estudado. Deve ser escolhida aleatoriamente para garantir a representatividade da população como um todo. 6. Análise de dados: constatação de resultados através da análise do estudo (transcrição de dados). Colocam-se a frequência de casos e a margem de confiança (variação permitida de resultado dentro do padrão da pesquisa, quando aplicada em diferentes quantidades de componentes de grupo). OBS: Quanto maior o controle de qualidade, maior a confiança no trabalho (exemplo de controle de qualidade: dupla digitação). 7. Recursos: expõe aquilo que será necessário para a pesquisa (tanto material quanto humano). 8. Cronograma: planejamento da duração do estudo e de cada etapa, com indicação de metas a serem cumpridas. 9. Considerações éticas: descreve possíveis riscos e benefícios para o grupo a ser estudado. Deve vir anexado ao protocolo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que deixa os participantes estudados cientes daquilo que será feito ao longo do estudo. OBS: a avaliação do CEP só discute a parte ética do trabalho, não o conteúdo científico. 10. Referências Bibliográficas: mostra as fontes de onde foram tiradas informações para realizar a pesquisa, seguindo as regras de formatação da ABNT. 11. Anexos: informações complementares sobre a pesquisa que facilitem o entendimento. Deve conter o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para gravar: Temos Auditórios Imensos Onde Muitos Alunos Recitam Cartas Cômicas Rindo Alto. ARTIGO CIENTÍFICO Artigo científico: é um relatório escrito que apresenta sistematicamente os resultados provenientes da investigação de uma questão. Seu objetivo é divulgar rápida e sucintamente a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado, a metodologia empregada, os resultados alcançados e as dúvidas encontradas. É dividido em partes: 1. Identificação: título do trabalho, nome do autor e qualificação deste. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 10 2. Resumo (Abstract): resumo da pesquisa (deve conter objetivos, metodologia, resultados e conclusão). Quando publicado em periódicos, deve vir escrito em português e inglês. 3. Palavras-chave: palavras e/ou frases curtas que indicam o conteúdo do artigo. Ajudam na busca do artigo na Internet e também vêm escritas em inglês. 4. Corpo: contém cinco subtópicos. a. Título: deve conter o tipo de estudo, o local e a população estudada. b. Introdução: explica a dúvida investigada, expõe as justificativas e os objetivos da pesquisa. c. Metodologia (Material e Métodos): descrição detalhada dos procedimentos seguidos na pesquisa. d. Resultados: o autor relaciona a dúvida investigada com as teorias utilizadas e apresenta os resultados, estatísticas, provas experimentais, tabelas e gráficos (quando couberem). e. Discussão: comentários finais avaliando o alcance e os limites do estudo desenvolvido. f. Conclusão: o autor descreve os resultados observados, interpreta-os e os compara com os de outros estudos, justificando uma possível diferença existente. 5. Referências bibliográficas: contém as fontes utilizadas na pesquisa. 6. Anexos: informações complementares da pesquisa. 7. Data: data da publicação do artigo, endereço do pesquisador e contato. Para gravar a estrutura geral: Igrejas Reúnem Pessoas Católicas Rezando Aos Domingos. Para gravar o corpo do artigo: Toco Instrumentos Musicais Roubados Do Conservatório. Qualidades de um artigo científico: linguagem correta e precisa, coerência, clareza das idéias expostas, objetividade, concisão e fidelidade às fontes citadas. OBS: o autor precisa ter um bom entendimento do assunto que é falado no artigo. Tipos de artigo 1. Comentários do(s) Editor(es) – “Comments from the Editors” 2. Editorial – “Editorials” 3. Artigo original – “Original Article” 4. Artigo de revisão – “Review Paper” 5. Relato de caso – “Case Report” 6. Comunicação breve – “Short Communication” 7. Carta ao editor – “Letter to the Editor (Correspondence)” Crítica de artigo: apesar de ser subjetiva, a crítica deve seguir uma estrutura mínima: Trata-se de um estudo qualitativo ou quantitativo? Qual é o tipo de estudo? Mede prevalência ou incidência? Há algum viés/interferências que possam a vir no estudo, positivas ou negativas? O tempo de pesquisa é válido? O artigo segue a estrutura convencional? A metodologia está bem explicada? Falta alguma coisa em algum dos tópicos do artigo? Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 11 Atenção: na hora da prova, caso caia uma pesquisa sobre uma determinada doença, verifique se é qualitativa ou quantitativa; se a doença é tratável (podendo ser um teste diagnóstico); se é rara (podendo ser um caso-controle); se é uma doença ocupacional (podendo ser Coorte histórico); se o estudo não é sobre uma doença, mas sobre um medicamento (teste terapêutico); se o intuito é prevenção (ensaio de campo). Vale lembrar que se a pesquisa mede prevalência ou incidência, o estudo será transversal ou de Coorte, respectivamente. (resumo Thiago Sampaio) TESTE TERAPÊUTICO Conceito: é um teste que verifica a eficácia de um medicamentopara tratar de uma determinada doença. O teste só será validado quando tiver seus resultados comparados ao padrão-ouro (tratamento convencional) ou a um placebo (substância falsa). Questões fundamentais Grupo-controle: é um subgrupo da amostra (parte da população alvo da pesquisa recolhida para análise) que receberá o padrão-ouro (grupo-controle positivo) ou um placebo (grupo- controle negativo). Os resultados encontrados serão comparados com os do teste em questão a fim de validá-lo. Grupo-experimental (ou teste): é a outra parte da amostra, que receberá o tratamento em questão. Respeito ao princípio da comparabilidade interna: os resultados das medidas serão comparados entre os indivíduos do mesmo subgrupo. Respeito ao princípio da contrafactualidade: a pesquisa deve ser baseada em fatos. Momentos do estudo terapêutico 1. Experimentos animais (in vivo): a partir da criação de um medicamento em laboratório, inicia-se o teste de eficácia em animais. Serve para evitar danos, caso existam, nos seres humanos. 2. Casos clínicos: um pequeno número de pessoas com a desordem recebe o teste convencional para avaliar sua eficácia clínica. 3. Inquéritos: por meio de questionários, avaliam-se o valor terapêutico e novas reações ocorridas nos indivíduos que utilizam o teste convencional. 4. Quase-experimentos: escolha de pacientes para compor a amostra para o estudo terapêutico e seus subgrupos teste e controle. OBS: nesse ponto da pesquisa, é importante que o pesquisador tenha o mínimo de participação possível para evitar tendenciamento de resultados. 5. Ensaios clínicos randomizados: são os experimentos feitos com humanos. Obedecem a quatro fases: a. Fase I (Estudos de Segurança): a droga é usada pela primeira vez em humanos voluntários e sadios ou sem a doença que o teste quer tratar. Assim, busca-se avaliar efeitos colaterais, efeitos farmacológicos e a excreção do medicamento em questão. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 12 b. Fase II (Estudos Pequenos): chamado de estágio terapêutico piloto, onde a droga é usada em indivíduos voluntários com a doença alvo do teste. Nessa parte, a intenção é estabelecer a atividade e a dosagem máxima do princípio ativo. c. Fase III (Estudos Comparativos): testa a droga em um grupo bem maior e mais variado, comparando o resultado deste com o do grupo-controle. Nessa etapa são visados os riscos e benefícios do princípio ativo a curto e longo prazo. d. Fase IV (Vigilância Pós-aprovação): são realizadas pesquisas com indivíduos após a comercialização do teste terapêutico aprovado pela vigilância sanitária. O objetivo é avaliar o valor terapêutico, novas reações e a possibilidade de uma nova fórmula para o medicamento, ajustando-o a uma população bem mais abrangente que a da pesquisa. Tipos de intervenção Paralela ou Não-cruzada: no mínimo dois subgrupos (teste e controle) são criados simultaneamente, sendo tratados de forma independente. Cruzada: no decorrer da pesquisa, indivíduos dos subgrupos são mudados aleatoriamente. Nesse caso, o indivíduo passa a ser seu próprio controle, pois é analisado com e sem o medicamento, em duas ocasiões diferentes. Factorial: testa um coquetel com vários medicamentos ou um único medicamento tendo sua dose aumentada gradativamente. Não-factorial: testa um único medicamento sem aumentar sua dose. Estratificada: há randomização interna nos subgrupos teste e controle, segundo variáveis como raça, idade, sexo. Não-estratificada: não há randomização interna nos subgrupos. Vieses possíveis 1. Viés de aferição: pacientes, médicos e outros membros não estão “cegos” quanto ao tratamento (erro). O ideal é que o tratamento seja duplo-cego (duplo-mascarado), para que os resultados sejam os mais reais possíveis. 2. Viés de perda de seguimento: não incluir na conclusão da pesquisa os pacientes que abandonaram o estudo (erro). O ideal é que não haja abandono, mas, se houver, os indivíduos devem ser considerados na conclusão dos resultados do teste. OBS: Princípio da Intenção de Tratar = devem ser desconsiderados da pesquisa os pacientes que algumas vezes esqueceram ou se recusaram a tomar o medicamento. Atenção: esses vieses não são exclusivos do teste terapêutico. Podem ocorrer em um estudo transversal, Coorte ou caso-controle, por exemplo. Contudo, se o estudo for um teste terapêutico, de fato você deve citar na metodologia se houve ou não esses tipos de vieses. (resumo Thiago Sampaio) Avaliação de um teste terapêutico Definir as intervenções. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 13 Estudar possíveis desfechos da doença (expor efeitos colaterais, se houver). Grupos similares no início devem ser randomizados. Deve haver um prognóstico feito pelos investigadores para cada sujeito. Evitar vieses. Preocupações éticas. Significação clínica. Precisão na estimativa dos resultados TESTE DIAGNÓSTICO Conceito: é um estudo científico que avalia a eficácia de um exame para dar um determinado diagnóstico. O teste só será validado quando comparado a um padrão-ouro (método convencional mais utilizado), por oferecer os melhores resultados até o momento. A validade de um teste diagnóstico: apesar de ser raramente 100% preciso, ou seja, sem vieses, será válido quando apresentar três características: Sensibilidade: detecta a maioria dos pacientes com a desordem. Especificidade: exclui a maioria dos pacientes sem a desordem. Valor preditivo positivo: garante que o positivo seja realmente o que apresenta a desordem no teste. Teste de referência: é a aplicação do padrão-ouro na amostra da pesquisa para comparação com o teste diagnóstico a ser validado. Vieses possíveis 1. Viés de revisão: as medições do teste diagnóstico e do padrão-ouro são dependentes entre si. O ideal é que os dois métodos sejam aplicados de maneira independente. 2. Viés de work-up: a população não apresenta a desordem de interesse para a avaliação do teste. O ideal é que a população tenha pelo menos indícios de que apresenta o problema clínico de interesse. 3. Viés de espectro: a amostra não contém indivíduos com variados sintomas da doença, além de apresentar sintomas duvidosos. O ideal é que na amostra haja todos os tipos de pesquisados, de várias idades, de ambos os sexos, e aqueles criteriosamente incluídos e excluídos, para dar semelhança à variedade existente na prática clínica. 4. Viés de expectativa: o novo teste e o padrão-ouro não são realizados de maneira “cega”, gerando tendenciamento dos resultados. O ideal é que a medição seja independente, “cega” e mascarada. 5. Viés de verificação: existem quatro maneiras de cometer esse viés: a. Utilizar um padrão-ouro inválido para verificação do problema. b. Não realizar o teste diagnóstico e o padrão-ouro em todos os indivíduos. c. Se uma ou outra informação clínica influencia na medição do teste e do padrão-ouro. d. Basear-se no resultado dado pelo teste em questão e intervir nos sujeitos da pesquisa antes de aplicar o padrão-ouro. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 14 Atenção: assim como no teste terapêutico, esses vieses não são exclusivos do teste diagnóstico. Esse teste diagnostica uma doença tratável. Assim, quando se trata, por exemplo, de um estudo de uma síndrome incurável, não poderá ser utilizado o teste diagnóstico. Além disso, o teste só será válido se detectar a maioria das pessoas com a desordem (alta sensibilidade) e excluir a maioria dos indivíduos sem a desordem (alta especificidade). Como evitar novos vieses Publicar o estudo, mesmo que com erros, para evitar os mesmos erros por outros pesquisadores. Guiar as amostras pelo consentimento livre e esclarecido, para evitar que os sujeitospossam fornecer dados errados. Atender especialmente minorias incapazes para evitar problemas de interpretação. Reprodutividade/Confiabilidade: a medição deve ser criteriosa para ter reprodutividade, ou seja, poder ser realizada no mesmo sujeito em um outro momento ou em outras pessoas. Isso dá credibilidade ao teste. Testes que usam a interpretação do pesquisador devem ser de fácil observação e testes que usam aparelhos devem considerar a validade, calibração e variabilidade dos mesmos. Utilidades do teste diagnóstico Fácil manutenção. Custo acessível. Menos risco de utilização que o anterior. Diagnosticar uma doença tratável. Critérios de avaliação de testes diagnósticos Sensibilidade Especificidade Valores preditivos Precisão Reprodutividade Avaliação de um teste diagnóstico Detectar a presença de vieses. Avaliar a qualidade do estudo. Determinar o nível de evidência. Avaliar a reprodutividade/confiabilidade. Testar a precisão de resultados e a presença de resultados indeterminados. Precisão do resultado (validade do teste) Depende do número de avaliações feitas para determinar o Intervalo de Confiança (IC) – margem de erro de um teste expressada em porcentagem e que indica a faixa na qual se encontra o verdadeiro resultado na população, variando de acordo com o tamanho da amostra. Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 15 Quanto maior o Intervalo de Confiança, menos sensível e específico é o teste. O IC também é chamado de Erro Padrão. Tabela de razões para testes dicotômicos* *Testes dicotômicos = que envolvem resultados positivos e negativos. Resultado do padrão-ouro Doente Não doente Resultado do teste diagnóstico Positivo a b Negativo c d a = verdadeiro positivo b = falso positivo c = falso negativo d = verdadeiro negativo Sensibilidade (S): é a probabilidade de um teste dar positivo na presença da doença, isto é, avalia a capacidade do teste detectar a doença quando ela está presente. (Detecta os verdadeiros positivos entre os doentes.) S = a/a+c Uso dos testes sensíveis Necessário para o diagnóstico de doença potencialmente grave. Afastar doenças em fase inicial do diagnóstico. Especificidade (E): é probabilidade de um teste dar negativo na ausência da doença, isto é, avalia a capacidade do teste afastar a doença quando ela está ausente. (Detecta os verdadeiros negativos entre os não doentes.) E = d/b+d Uso dos testes específicos Particularmente necessário quando um resultado falso positivo pode ser muito lesivo. Confirmar um diagnóstico sugerido por outros dados. Valor preditivo positivo (VPP): é a proporção de verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. Expressa a probabilidade de um paciente com o teste positivo ter a doença. (Detecta os verdadeiros positivos entre toda a amostra.) VPP = a/a+b Resumo de Iniciação Científica I José Antonio Cartagena (Jou Jou) 16 Valor preditivo negativo (VPN): é a proporção de verdadeiros negativos entre todos os indivíduos com teste negativo. Expressa a probabilidade de um paciente com o teste negativo não ter a doença. (Detecta os verdadeiros negativos entre toda a amostra.) VPN = d/c+d Com relação ao Valor Preditivo: Varia com a prevalência (probabilidade pré-teste) da doença. Para um mesmo teste, quanto maior a prevalência maior o VPP e menor o VPN. Faixa ideal de uso do teste: prevalência intermediária (entre 25% e 65%). Quanto mais sensível, melhor o VPN. Quanto mais específico, melhor o VPP.
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