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COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA APLICAÇÕES A CNV é utilizada mundialmente para quatro propósitos principais: - Para que as pessoas respondam compassivamente a si mesmas; - Para estabelecer maior profundidade em suas relações pessoais; - Para gerar relacionamentos eficazes no trabalho; - Para mediar disputas e conflitos em todos os níveis (até entre países). OBSERVAR SEM AVALIAR O primeiro pilar da CNV fomenta necessariamente que se separe observação de avaliação. Quando associamos observação com avaliação os outros tendem a receber isso como crítica, podendo resistir ao que dizemos. A CNV não estimula generalizações estáticas. As observações devem ser feitas de modo específico, para um tempo e um contexto determinado Ex: "João falhou 5 vezes na prova" constata um fato, ao invés de uma avaliação pessoal como "João é burro." CONCEITO A comunicação não violenta é considerada como um conjunto de habilidades de linguagem e comunicação. O principal objetivo da CNV é nos ajudar a nos ligarmos uns aos outros e a nós mesmos com compaixão. IDENTIFICAR E EXPRESSAR OS SENTIMENTOS O segundo pilar necessário para nos expressarmos são os sentimentos. Ao nos permitirmos ser vulneráveis por expressarmos nossos sentimentos, ajudamos a resolver conflitos. Desenvolver um vocabulário de sentimentos que nos permita nomear ou identificar de forma clara e específica nossas emoções nos conecta mais facilmente uns com os outros. Ex: "Estou irritado porque vou me atrasar." expressa mais clareza do que "Fico louco com o quão lerdo você é!" 3. RECONHECER AS NECESSIDADES O terceiro pilar da CNV é o reconhecimento das necessidades que estão por trás de nossos sentimentos. O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa de nossos sentimentos. Julgamentos, críticas e diagnósticos dos outros são todos expressões alienadas de nossas necessidades e valores. Quando os outros ouvem críticas, investem sua energia na autodefesa ou no contra-ataque. Ex: "Você me entristece." é mais difícil de ser interpretado do que "Estou triste porque esperava um comportamento diferente da sua parte." 4. O PEDIDO QUE ENRIQUECE A VIDA O quarto pilar da CNV aborda como gostaríamos de pedir uns aos outros para enriquecer nossa vida. Podemos ajudar os outros a confiar em que estamos fazendo um pedido, e não uma exigência, se indicarmos nosso desejo de que eles nos atendam somente se puderem fazê-lo de livre vontade. O objetivo da CNV é estabelecer relacionamentos baseados em honestidade e empatia, que acabarão atendendo às necessidades de todos. Ex: Estou com medo de perder o voo para ver meus pais. Você poderia deixar essa tarefa para outro momento e me levar ao aeroporto? OS 4 PILARES DA C.N.V. A aplicação da CNV consiste em 4 passos, nesta ordem: observar, identificar sentimentos, identificar necessidades e fazer o pedido certo. Vamos ver abaixo: EXEMPLO PRÁTICO Texto - "Uma esposa se conecta ao marido agonizante." Um paciente acabou de ser diagnosticado num estágio adiantado de câncer do pulmão. A cena a seguir, em sua casa, envolve uma enfermeira visitante, o paciente e sua esposa, e representa uma última oportunidade para que ele se conecte emocionalmente à esposa e discuta sua morte antes de ser internado no hospital. A esposa começa a conversa com a enfermeira, reclamando sobre a fisioterapeuta que fazia parte da equipe de cuidados domésticos designada para cuidar de seu marido. ESPOSA - Ela é má fisioterapeuta. ENFERMEIRA - (escutando com empatia o que a mulher está sentindo e desejando) Você está aborrecida e querendo ver outra qualidade nos cuidados com seu marido? ESPOSA - Ela não faz nada. Ela o fez parar de andar quando o pulso acelerou. ENFERMEIRA - (continuando a escutar os sentimentos e necessidades da mulher) É porque você quer que seu marido melhore e tem medo de que ele não se fortaleça se a fisioterapeuta não forçá-lo? ESPOSA - (começando a chorar) Sim, estou com tanto medo! ENFERMEIRA - Você está com medo de perdê-lo? ESPOSA - sim, estivemos juntos por tanto tempo … ENFERMEIRA - (escutando outros sentimentos por trás do medo) Você está preocupada com como você se sentirá se ele morrer? ESPOSA - Eu simplesmente não consigo imaginar como vou viver sem ele. Ele sempre esteve a meu lado para me amparar. Sempre. ENFERMEIRA - Então você fica triste quando pensa em viver sem ele? ESPOSA - Para mim, não há mais ninguém senão ele. Ele é tudo o que tenho, sabe? Minha filha nem fala comigo. ENFERMEIRA - Parece que você se sente frustrada quando você pensa em sua filha porque gostaria de ter tido uma relação diferente com ela. ESPOSA - Eu gostaria de ter tido, mas ela é uma pessoa tão egoísta ... Nem sei por que me dei ao trabalho de ter filhos. De que me adianta isso agora? ENFERMEIRA - Está me parecendo que você pode estar com um pouco de raiva e desapontada porque desejaria ter mais apoio da família durante a doença de seu marido. ESPOSA - Sim, ele está tão doente ... Não sei como vou conseguir sobreviver a isso sozinha. Não tenho ninguém ... nem mesmo para conversar, exceto você aqui. .. agora. Nem mesmo ele fala sobre isso. Olhe para ele! (O marido continua quieto e impassível.) Ele não diz nada! ENFERMEIRA - Você está triste, desejando que vocês dois pudessem apoiar um ao outro e sentir-se mais ligados? ESPOSA - Sim. (Ela faz uma pausa e depois faz um pedido.) Converse com ele do jeito que você conversa comigo. ENFERMEIRA - (desejando compreender claramente a necessidade que está sendo expressa por trás do pedido da mulher) Você está querendo que ele seja escutado de uma maneira que o ajude a expressar o que está sentindo? ESPOSA - Sim, sim, é exatamente isso! Quero que ele se sinta à vontade para falar e quero saber o que ele está sentindo. (Usando o palpite da enfermeira, a mulher consegue primeiro tomar consciência do que queria e depois encontrar as palavras para articulá-lo. Esse é um momento-chave: muitas vezes é difícil para as pessoas identificar o que elas querem numa situação, muito embora possam saber o que não querem. Vemos como um pedido claro - "converse com ele do jeito que você conversa comigo" - é um presente que dá à outra pessoa condições de ajudar. A enfermeira agora é capaz de agir de maneira que ela sabe estar em harmonia com os desejos da mulher. Isso altera a atmosfera do quarto, pois a enfermeira e a mulher agora "trabalham juntas", e ambas com compaixão.). ENFERMEIRA - (virando-se para o marido) Como você se sente quando ouve o que sua esposa me disse? MARIDO - Eu realmente a amo. COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA EXEMPLOS PRÁTICOS ENFERMEIRA - Você está contente de ter uma oportunidade de conversar com ela sobre isso? MARIDO - Sim, precisamos conversar sobre isso. ENFERMEIRA - Você estaria disposto a dizer como se sente a respeito do câncer? MARIDO - (após breve silêncio) Não muito bem. (As palavras bem e mal são comumente usadas para descrever sentimentos quando as pessoas ainda não conseguiram identificar a emoção específica que estão sentindo. Expressar seus sentimentos mais precisamente o ajudaria a estabelecer a conexão emocional que ele está buscando com a esposa.) ENFERMEIRA - (encorajando-o a tentar ser mais preciso) Você tem medo de morrer? MARIDO - Não, não é medo. (Perceba como o palpite incorreto da enfermeira não atrapalha o fluxo contínuo de diálogo.) ENFERMEIRA - Você sente raiva de morrer? (Por esse paciente não ser capaz de verbalizar suas experiências internas com facilidade, a enfermeira continua a lhe dar apoio no processo.) MARIDO - Não, raiva não. ENFERMEIRA - (nesse ponto, depois de dois palpites incorretos, ela decide expressar os próprios sentimentos) Bem, agora estou curiosa quanto ao que você pode estar sentindo e imagino se você poderia me contar. MARIDO - Acho que estou pensando em como ela vai se cuidar sem mim. ENFERMEIRA - Ah, você está preocupado com que ela tenha dificuldade de viver bem sem você? MARIDO - Sim, estou preocupado com que ela sinta minha falta. ENFERMEIRA - (consciente de que pacientes terminais muitas vezes se agarram à vidapor preocupação com aqueles que estão deixando para trás; esses pacientes muitas vezes precisam de uma garantia de que seus entes queridos conseguem aceitar sua morte antes de se permitirem ir embora) Você gostaria de ouvir como sua esposa se sente quando você diz isso? MARIDO - Sim. Nesse ponto, a esposa se junta à conversa. Ainda na presença da enfermeira, os dois começam a se expressar abertamente um ao outro. Nesse diálogo, a esposa começa com uma reclamação sobre a fisioterapeuta. Porém, depois de uma conversa na qual ela se sente recebida com empatia, é capaz de estabelecer que o que realmente busca é uma conexão mais profunda com o marido durante esse momento crítico da vida. Gostou deste conteúdo? Ele foi construído com base no livro "Comunicação Não Violenta" de Marshall Rosenberg! Além da Comunicação Não Violenta, em nosso blog falamos sobre técnicas de oratória, l inguagem corporal e muito mais! Conheça nossos cursos e acompanhe nossas redes sociais! @protagonize_cursos www.protagonizecursos.com.br COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA https://www.protagonizecursos.com.br/blog/ https://www.protagonizecursos.com.br/blog/ https://www.instagram.com/protagonize_cursos/ http://www.protagonizecursos.com.br/
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