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< Ética no Serviço Público < Regime Jurídico Único < Noções de Direito Constitucional < Noções de Direito Administrativo < Língua Portuguesa < Raciocínio Lógico < Noções de Informática < Conhecimentos Específicos: Seguridade Social TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL teoria e ON-LINE conteúdo exercícios Curso com 10 horas de Videoaulas Instituto Nacional do Seguro Social INSS Técnico do Seguro Social NV-008MR-21 Cód.: 7908428800307 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. Produção Editorial Carolina Gomes Josiane Inácio Karolaine Assis Organização Roberth Kairo Saula Isabela Diniz Revisão de Conteúdo Ana Cláudia Prado Fernanda Silva Jaíne Martins Maciel Rigoni Nataly Ternero Análise de Conteúdo Ana Beatriz Mamede Arthur de Carvalho João Augusto Borges Diagramação Dayverson Ramon Higor Moreira Lucas Gomes Willian Lopes Capa Joel Ferreira dos Santos Projeto Gráfico Daniela Jardim & Rene Bueno Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra INSS-Instituto Nacional do Seguro Social Técnico do Seguro Social Autores ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Xico Kraemer REGIME JURÍDICO ÚNICO • Jonatas Albino e Nágila Vilela NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Fernando Paternostro Zantedeschi e Jonatas Albino LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares e Giselli Neves RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof.º Kaká) NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura, Hebert Ferreira e Leonardo Vanconcelos CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL • Ana Julia Kachan e Lilian Novakoski Edição: Março/2021 APRESENTAÇÃO Um bom planejamento de seus estudos é determinante para sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada apro- vação em um cargo público. Por isso, pensando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado con- siderando os itens relevantes do último edital para Técnico do Seguro Social do Instituto Nacional de Seguridade Social – dida- ticamente reunidos em um sumário planejado para otimizar o seu tempo e o seu aprendizado. Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra- dos nas provas, além de Questões Comentadas das principais bancas para complementar seus estudos. E para treinar seus conhecimentos, a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da banca organizadora do último certame. A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes- sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será um diferencial na sua preparação. 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BÔNUS: • Curso On-line. à Ética no Serviço Público - Código de Ética do Servidor Público do Poder Executivo Federal: Decreto nº 6.029/2007 à Regime Jurídico Único - Lei n° 8.112/1990: Provimento à Noções de Direito Constitucional - Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Nacionalidade à Noções de Direito Administrativo - Princípios da Administração e Agentes Públicos à Língua Portuguesa - Pontuação à Raciocínio Lógico - Tabelas Verdade; Diagrama de Venn à Noções de Informática - Internet: Protocolos à Conhecimentos Específicos - Direito Previdenciário: Seguridade Social, Conceito e Princípios Constitucionais COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar. Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter acesso ao conteúdo on-line. Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus Digite o código que se encontra atrás da apostila (conforme foto ao lado) Siga os passos para realizar um breve cadastro e acessar seu conteúdo on-line sac@no vaconcursos.com.br VERSO DA APOSTILA NV-003MR-20 Código Bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES NV-003MR-20 9 088121 44215 3 Código Bônus SUMÁRIO ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO ......................................................................................11 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL ............................................................................................................................................. 11 DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007 ...................................................................................11 REGIME JURÍDICO ÚNICO .............................................................................................19 LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO ....................... 19 O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL ................................... 32 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLICO .................................................................. 32 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ...............................................................37 DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS ........................................................................................... 37 DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE ...................................37 DIREITOS SOCIAIS ............................................................................................................................................46 NACIONALIDADE E CIDADANIA ......................................................................................................................47 DIREITOS POLÍTICOS .......................................................................................................................................49 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................................................................. 50 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................61 ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................ 61 CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO ...............................................................................61 NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS ......................................................................................................................61 DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................... 61 CONCEITO E FONTES .......................................................................................................................................61 PRINCÍPIOS .......................................................................................................................................................62 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO ................................................................................ 65 ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA...........................................................................................................65 AGENTES PÚBLICOS ......................................................................................................................... 71 ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO ..........................................................................................................................71 PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS, CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA ...................................72 REGIME JURÍDICO ÚNICO ................................................................................................................. 80 PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS E VANTAGENS, REGIME DISCIPLINAR, RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA ................................80 PODERES ADMINISTRATIVOS .......................................................................................................... 80 PODER HIERÁRQUICO ......................................................................................................................................80 PODER DISCIPLINAR ........................................................................................................................................81 PODER REGULAMENTAR .................................................................................................................................81 PODER DE POLÍCIA ...........................................................................................................................................81 USO E ABUSO DO PODER .................................................................................................................................82 ATO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................... 82 VALIDADE, EFICÁCIA ATRIBUTOS, EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA .........................................82 CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO, VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE ......................84 SERVIÇOS PÚBLICOS ........................................................................................................................ 85 CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE, FORMA, MEIOS E REQUISITOS ...........85 DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO ............................................................................87 CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO ......................................................... 94 CONTROLE ADMINISTRATIVO ........................................................................................................................94 CONTROLE JUDICIAL .......................................................................................................................................94 CONTROLE LEGISLATIVO ................................................................................................................................95 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ......................................................................................... 97 LEI Nº 8.429/1992 ............................................................................................................................101 LEI N°9.784/1999 .............................................................................................................................107 LÍNGUA PORTUGUESA.................................................................................................117 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ........................................................................117 TIPOLOGIA TEXTUAL ......................................................................................................................120 ORTOGRAFIA OFICIAL .....................................................................................................................126 ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................................................................127 EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS ......................................................................................128 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ...............................................................................144 SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO ............................................................................................145 PONTUAÇÃO.....................................................................................................................................149 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL .........................................................................................151 REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL ..................................................................................................152 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS .....................................................................................................153 REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS ............................................................................156 RACIOCÍNIO LÓGICO .....................................................................................................185 CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO ...........................................................................185 PROPOSIÇÕES: VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES ...........................................................................185 SENTENÇAS ABERTAS ...................................................................................................................................186 NÚMERO DE LINHAS DA TABELA VERDADE ................................................................................................187 CONECTIVOS ..................................................................................................................................................188 PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ..........................................................................190 TAUTOLOGIA ....................................................................................................................................190 OPERAÇÃO COM CONJUNTOS ......................................................................................................191 CÁLCULOS COM PORCENTAGENS ................................................................................................196 NOÇÕES DE INFORMÁTICA .......................................................................................201 CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET, CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA ..201 CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE ...216 CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E 10.....249 NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO ....................................................................................................................................279 NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E DERIVADOS .................287 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL ........................... 309 SEGURIDADE SOCIAL ......................................................................................................................309 ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL.........................................................................................309 CONCEITUAÇÃO .............................................................................................................................................311 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA .....................................................................................................316 CONTEÚDO, AUTONOMIA, FONTES E HIERARQUIA ....................................................................................316APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS, INTEGRAÇÃO DA NORMA, VIGÊNCIA E INTERPRETAÇÃO ............................................................................................................................................317 ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ..................................................................................................319 REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ....................................................................................322 BENEFICIÁRIOS DO RGPS ..............................................................................................................................322 CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO, CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRABALHADOR AVULSO E SEGURADO ESPECIAL ....................................322 SEGURADO FACULTATIVO .............................................................................................................................328 DEPENDENTES DO RGPS ...............................................................................................................................328 TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO RGPS .....................................................................................................329 FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DE SEGURADOS E DEPENDENTES ........................................................................329 DISPOSIÇÕES GERAIS DO RGPS PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ......................................332 MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO .....................................332 SALÁRIO DE BENEFÍCIO .................................................................................................................................336 RENDA MENSAL .............................................................................................................................................338 REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS .........................................................................................338 EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO ..................................339 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL.................................................................................339 RECEITAS DA UNIÃO ......................................................................................................................................340 RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS SEGURADOS, DAS EMPRESAS, DO CLUBE DE FUTEBOL PROFISSIONAL, DO EMPREGADOR DOMÉSTICO, DO PRODUTOR RURAL ........340 SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ........................................................................................................................343 Conceito..........................................................................................................................................................343 Parcelas Integrantes e Parcelas não Integrantes ........................................................................................343 Limites Mínimo e Máximo .............................................................................................................................345 COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL ..........................................................345 INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ............................................................................346 RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS ............................................................................348 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO .........................................................................................................349 LEI Nº 8.212/1991 E ALTERAÇÕES ................................................................................................350 SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS ...........................................................................351 LEI Nº 8.213/1991 E ALTERAÇÕES ................................................................................................356 DECRETO Nº 3.048/99 E ALTERAÇÕES .........................................................................................360 LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS) ............................................................................................379 INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS DO SUAS.......................................................................................................383 DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ....384 ÉT IC A N O S ER V IÇ O P Ú B LI C O 11 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007 O decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 foi sancionado pelo Presidente da República, tendo por base o disposto no art. 37 da constituição. E em leis esparsas (8.112/90 e 8429/92). Com a aprovação do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ficam definidos os órgãos e entidades da Administra- ção Pública Federal direta e indireta como destinatá- rios da medida. O prazo para implementação foi de 60 (sessenta) dias, inclusive a Constituição da respectiva Comissão de Ética que será integrada por três servi- dores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. CÓDIGO DE ÉTICA SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS “direta e indireta“ Comissões formadas por 3 servidores ou empregados “cargo efetivo ou emprego permanente“ O decreto é realmente muito curto, sendo assim, precisa ser lido várias vezes: Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissio- nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à ple- na vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titu- lares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Éti- ca será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indica- ção dos respectivos membros titulares e suplentes. Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. O código inicia suas disposições estabelecendo as regras deontológicas. As regras deontológicas são normas de conduta de uma determinada profissão. No caso do decreto 1.171/94, as regras de conduta se aplicam aos servidores do poder executivo federal na administração direta e indireta. Administração Pública Federal direta e indireta Destinatários da medida Órgão e entidades da Administração Pública Federal Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas regras deontológicas que fazem parte do anexo, assim no capítulo I, seção I temos alguns incisos que mere- cem o devido comentário e os demais são de leitura obrigatória, são eles: I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. As palavras destacadas são de suma importância para esta primeira parte e precisam ser sempre lem- bradas. É interessante que você as decore! II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, daConstituição Federal. Nesse ponto estamos tratando do bem comum. Veja só: o servidor deverá decidir com base em diver- sos valores, todavia seu eixo principal de orientação é o bem comum. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida- de, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. Sempre que falamos de moralidade ou de moral estamos nos referindo a normas de conduta ou con- junto de normas e esse conjunto de valores, necessa- riamente, depende do equilíbrio entre a legalidade e a finalidade. 12 Finalidade Legalidade IV- A remuneração do servidor público é cus- teada pelos tributos pagos direta ou indireta- mente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como ele- mento indissociável de sua aplicação e de sua fina- lidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade. Essa informação despenca nas provas de concur- so. Fique atento! V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acrés- cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercí- cio profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a- -dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. Nesse ponto o código de ética afirma que a vida privada do servidor é relevante para o desempenho de sua profissão. Note que os atos do profissional em sua vida privada podem afetar diretamente sua car- reira no serviço público. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investi- gações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em pro- cesso previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrati- vo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético con- tra o bem comum, imputável a quem a negar. Dica Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrati- vo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa quali- dade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi- dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interes- sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor- ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men- tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda que em prejuízo da administração ou do interessado. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- po dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamen- te significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas ati- tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu interesse pelo desempenho do serviço público. Desta vez, apresentando condutas que demonstram falta de comprometimento. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atenta- mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté- ria e a expressão “injustificada” é retirada da questão, por isso fique atento! XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus cole- gas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO Nesse ponto, o código de ética foca nos deveres do servidor. Novamente vamos separar algumas expres- sões que são essenciais para o estudo desse assunto. XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei- ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio- ritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem- pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de con- tas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; ÉT IC A N O S ER V IÇ O P Ú B LI C O 13 e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- to com o público; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qual- quer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierár- quicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- gens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; Podemos separar algumas expressões chave do que vimos até agora e que, se você as memorizar, serão um grande diferencial para seu estudo dessa matéria. São elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e rendimento”, “ser probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês, ter urbanidade”. j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; A conduta de greve é mencionada e defendida pelo código de ética. E não poderia ser diferente, o direi- to constitucional da greve deve ser exercido, porém deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a manutenção de serviços de saúde e segurança. l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- nado, refletindo negativamente em todo o sistema;Novamente o servidor é impelido a demonstrar rendimento e presença no local de trabalho. O exercí- cio desses valores termina por beneficiar o rendimen- to e o ambiente de trabalho e sua ordem. m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- balho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se rela- cionem com a melhoria do exercício de suas fun- ções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- quadas ao exercício da função; q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun- ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun- ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as for- malidades legais e não cometendo qualquer viola- ção expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, esti- mulando o seu integral cumprimento. DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Éti- ca ou ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí- ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdi- cionados administrativos ou com colegas hierar- quicamente superiores ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prê- mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influen- ciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- site do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a inte- resse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen- te autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró- prio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignida- de da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. DAS COMISSÕES DE ÉTICA XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis- tração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder públi- co, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. 14 Dica Comissão de ética - Comissões formadas por três servidores ou empregados com “cargo efeti- vo ou emprego permanente” XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen- tar promoções e para todos os demais procedimen- tos próprios da carreira do servidor público. XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen- tação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. Censura é a única penalidade imposta pelo código de ética. XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribui- ção financeira, desde que ligado direta ou indire- tamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde pre- valeça o interesse do Estado. A definição de servidor público feita no decreto 1.171/94 só se aplica aos servidores do Poder Executi- vo Federal na Administração Direta e Indireta. Isso se deve ao fato de que o decreto é do Presidente da Repúbli- ca. Caso fosse lei aprovada no Congresso Nacional, tería- mos uma abrangência muito maior. Fique muito atento ao fato de que o decreto não abrange os servidores do judiciário ou do legislativo, nem mesmo os servidores dos estados, municípios ou do Distrito Federal. REFERÊNCIAS Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Bra- sileiro. 44. ed. São Paulo: Editora Juspodivm, 2020. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2020) Considerando o Decreto nº 1.171, de 22 de junho 1994 e seus anexos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi- cados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga os seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. ( ) Constitui direito do servidor público ter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, motivo pelo qual o serviço de limpeza deve ser instituído em todos os órgãos da Administração. ( ) O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, evitando conduta imprudente. A sequência está correta em: a) F, F, F. b) V, F, F. c) F, V, V. d) V, V, V. Aqui podemos resolver a questão com uma atenta leitura ao anexo do decreto 1.170/94, assim: A primeira afirmação é verdadeira, de acordo com o inciso IX, vejamos: A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indire- tamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. A segunda afirmação é falsa, conforme inciso XIV: São deveres fundamentais do servidor público: n) manter limpo eem perfeita ordem o local de tra- balho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; A terceira afirmação também é falsa, pois o texto do decreto fala em “conduta negligente” e não “con- duta imprudente”, assim: O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus supe- riores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Resposta: Letra B. 2. (UFU – 2020) O Código de Ética do Servidor Público (Decreto 1.171/94) estabelece deveres e vedações ao servidor público. Considerando-se esse decreto, é cor- reto afirmar que: a) as ações do servidor público, quando este não se encontra no exercício da função, não poderão ter impactos no bom conceito de sua vida profissional. b) a comunicação do servidor a seus superiores, de atos e de fatos contrários ao interesse público, demandan- do as providências cabíveis, deve ser feita quando for mais conveniente. c) o exercício do poder ou da autoridade com finalidade estranha ao interesse público, sem qualquer violação expressa à lei, é uma das prerrogativas do servidor público. d) a função pública deve ser tida como exercício profis- sional, portanto se integra à vida particular de cada servidor público. O inciso VI traz exatamente o teor da alternativa: a função pública deve ser tida como exercício profis- sional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verifi- cados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. Resposta: Letra D. ÉT IC A N O S ER V IÇ O P Ú B LI C O 15 DECRETO 6.029 DE 2007 O decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, institui o sistema de gestão da ética do Poder Executivo Federal. Como forma de organizar e padronizar os con- selhos de Ética, foi instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal. As competên- cias do sistema são as seguintes: z Integrar os órgãos, programas e ações relaciona- das com a ética pública; z Contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à infor- mação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública; z Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas, procedi- mentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; z Articular ações com vistas a estabelecer e efeti- var procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética públi- ca do Estado brasileiro. O sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal é composto por 3 grandes grupos: z A Comissão de Ética Pública (CEP), instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999; z As Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994; z As demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. Vamos dar especial destaque para a composição das comissões, uma vez que tal assunto é muito cobra- do em concursos e deve ser, se possível, decorado: z CEP: 7 integrantes brasileiros com idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência designados pelo Presidente. O mandato será de três anos, não coincidentes e com aceitação de uma recondução. O trabalho desenvolvido na CEP não enseja remu- neração, mas é considerado serviço público relevante. A CEP apresenta diversas competências, todas lista- das no artigo 4º do decreto 6.029/07, dentre elas a mais importante é a seguinte: atuar como instância consul- tiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de ética pública. Ou seja, a CEP deverá ser capaz de dirimir dúvidas na área da gestão da Ética no Executivo Federal, por isso a Comissão possui um departamento Jurídico para prestar assessoria. Além disso, deverá apurar informações recebidas por meio de denúncias ou de ofício, quando presentes condutas fiquem em desacordo com suas normas. Por fim, coor- denará, avaliará e supervisionará o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal As instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a administração direta e indireta deverão observar as normas éticas e de disciplina, constituir as próprias comissões de ética e atender com prioridade as solicitações da CEP. Considerando o alto impacto que as ações desen- volvidas pela CEP podem causar nos servidores que forem investigados, algumas medidas rígidas foram adotadas para preservar os investigados. Deverá ser protegida a honra e a imagem das pes- soas investigadas, assim como a imagem do denun- ciante deverá ser mantida em sigilo, se este for o seu desejo, e os membros da CEP deverão ter independên- cia e imparcialidade para apurar os fatos, com todas as garantidas presentes no decreto 6.029/2007. Possui legitimidade para provocar a atuação da CEP qualquer cidadão (servidor ou não), pessoa jurídi- ca de direito privado, associação ou entidade de classe, visando a apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico do ente estatal. Dica Definição de agente público do Decreto 6.029/07 Entende-se por agente público, todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, tem- porária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública federal, direta e indireta. Da apuração dos atos O Decreto organiza procedimento de apuração dos atos praticados em seu desacordo. Desta forma, privi- legia o contraditório e a ampla defesa. As apurações poderão ser praticadas de ofício (sem provocação) ou por meio de denúncia. É importante frisar que o processo inicia com um prazo de defesa prévia, fato importante, posto que, acusações com pouca funda- mentação poderão ser combatidas desde logo. Nos termos do Decreto “o processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado no Códi- go de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando- -se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa”. As apurações serão feitas pela Comissão de Ética Pública ou pelas demais Comissões de Ética. Em todos os casos será notificado o investigado para manifes- tar-se, por escrito, no prazo de dez dias. Além disso, o investigado poderá produzir prova documental necessária a sua defesa e as Comissões de Ética terão o poder de requisitar os documentos que entenderem necessários à instrução probatória e, também, promo- ver diligências e solicitar parecer de especialista. Após a conclusão do processo poderão ser adota- das as seguintes medidas: z Encaminhamento de sugestão de exoneração de car- go ou função de confiança à autoridade hierarqui- camente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso; z Encaminhamento, conforme o caso, para a Contro- ladoria-Geral da União ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais transgressões dis- ciplinares; e z Recomendação de abertura de procedimento admi- nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir. Fica assegurado a todos os investigados, em respei- to ao contraditório e ampla defesa, o conhecimento do teor das acusações e o acesso aos autos (ainda que no 16 recinto das Comissões de Ética). Por fim, fica garanti- do o acesso a cópias integrais dos processos e de certi- dão do seu teor. As comissões de ética têm por dever proferir deci- são sobre os temas de sua competência, independen- temente de omissão do Código de Conduta da Alta Administração Pública. Eventuais omissões poderão ser supridas por uso da analogiaou dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Importante! Art. 17 As Comissões de Ética, sempre que cons- tatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infra- ção disciplinar, encaminharão cópia dos autos às autoridades competentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência. O texto do artigo 17 do Decreto é tremendamente importante, justamente pelo fato de lembrar às Comissões de Ética que, além de realizarem seu dever, deverão estar atentas aos possíveis desdobramentos que poderão ocor- rer em função das condutas praticadas. Os trabalhos nas Comissões de Ética que são dispos- tas nos incisos II e III do art. 2º do Decreto 6.029/07 são considerados relevantes e têm prioridade sobre as atri- buições próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade na Comissão. Chegamos ao final de mais um assunto com grande chance de ser objeto de questões nas provas do CESPE. Lembre-se: o Código de Conduta da Alta Administração Federal, o Código de Ética Profissional do Servidor Públi- co Civil do Poder Executivo Federal e o Código de Ética do órgão ou entidade serão aplicados ao servidor ainda que essas autoridades e agentes públicos estejam em gozo de licença. HORA DE PRATICAR! 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no ser- viço público, julgue o item a seguir. No estrito exercício de sua função, o servidor públi- co deve nortear-se por primados maiores — como a consciência dos princípios morais, o zelo e a eficácia —; fora dessa função, porém, por estar diante de situa- ção particular, não está obrigado a agir conforme tais primados. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no ser- viço público, julgue o item a seguir. Servidor público que se apresenta habitualmente embriagado no serviço ou até mesmo fora dele pode- rá ser submetido à Comissão de Ética, a qual poderá aplicar-lhe a pena de censura. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No exercício do cargo, o servidor público, quando decide entre o honesto e o desonesto, vincula sua decisão à a) ética. b) impessoalidade. c) conveniência. d) eficiência. e) legalidade. 4. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a respeito da ética no serviço público. O uso do cargo ou função pública para obter favore- cimento, desde que não haja prejuízo a outrem, não constitui afronta à ética e à moral do serviço público. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a respeito da ética no serviço público. A ausência injustificada de um servidor público ao seu local de trabalho constitui fator de desmoralização do serviço público ( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Com base no disposto na legislação administrativa, julgue o item a seguir. A punição prevista para servidor por desvio de condu- ta ética reconhecido por comissão de ética é a censu- ra ética. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue o item a seguir. A criação de comissão de ética com a finalidade de orientar o servidor é facultativa às entidades que exer- çam atribuições delegadas pelo poder público. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte, que versa sobre o disposto no Código de Ética Profis- sional do Servidor Público e sobre gestão de pessoas e de processos no serviço público. Conforme o Decreto n.º 1.171/1994, é vedado ao servi- dor público civil do Poder Executivo federal atrapalhar ou impedir o exercício regular de direito por qualquer pessoa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis- posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro- fissional do Serviço Público). Não descumpre o dever de respeito à hierarquia o ser- vidor que denunciar pressões de superiores hierárqui- cos que visem obter vantagens indevidas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis- posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro- fissional do Serviço Público). ÉT IC A N O S ER V IÇ O P Ú B LI C O 17 Uma das regras deontológicas que regem a conduta dos servidores públicos federais é o espírito de solidariedade, conforme o qual se espera que o servidor seja compla- cente em caso de erro ou infração, pois a superação de falhas representa uma oportunidade para o engrandeci- mento profissional dos servidores públicos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere a ética no serviço público, julgue o próximo item, com base no Decreto n.º 1.171/1994 — Código de Ética Profissional do Serviço Público. Constitui dever fundamental do servidor público abs- ter-se de exercer sua função com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observadas as for- malidades legais. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) À luz da Lei n.º 8.112/1990, da Lei n.º 12.527/2011 e do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, jul- gue o item subsecutivo. Em regra, a publicidade do ato administrativo consti- tui requisito de eficácia e moralidade; por isso, a sua omissão enseja comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Além da distinção entre lícito e ilícito, a moralidade da administração pública também abrange a ideia de que a finalidade dos seus atos deve ser sempre o a) justo. b) equilíbrio. c) honesto. d) bem comum. e) ético. 14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo conhecimento de conduta que esteja em desacordo com as normas éti- cas pertinentes e seja praticada por servidor do órgão da administração federal, uma comissão de ética a ser instalada deverá a) informar, imediatamente, o fato à autoridade máxima do respectivo órgão. b) aplicar a penalidade prevista em lei logo após o devido processo legal. c) permitir vista dos autos ao investigado mesmo antes de ele ser notificado da existência do procedimento investigatório. d) pedir autorização à autoridade máxima para requisitar a outro órgão documentos necessários à apuração do fato violador. e) pedir autorização à autoridade máxima para apor aos autos a chancela de “reservado” até emitir relatório de conclusão. 15. (CESPE-CEBRASPE– 2018) A Comissão de Ética Pública (CEP) integra o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal e, segundo o Decreto n.º 6.029/2007, a) ela é a instância deliberativa do presidente da Repúbli- ca e dos ministros de Estado. b) o presidente da comissão tem voto de qualidade nas deliberações da CEP. c) o mandato de seus integrantes é de três anos, sem direito à recondução. d) seus integrantes são designados pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República. e) os mandatos de seus integrantes devem ser coincidentes. 9 GABARITO 1 ERRADO 2 CERTO 3 A 4 ERRADO 5 CERTO 6 ERRADO 7 ERRADO 8 CERTO 9 CERTO 10 ERRADO 11 CERTO 12 CERTO 13 D 14 C 15 B ANOTAÇÕES 18 ANOTAÇÕES R EG IM E JU R ÍD IC O Ú N IC O 19 REGIME JURÍDICO ÚNICO LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO CONCEITO Dentre os vários conceitos de agente público, um dos mais completos e esclarecedores é o constante da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). Vejamos. Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que tran- sitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades menciona- das no artigo anterior. Veja que, não por acaso, o conceito é o mais abran- gente possível, visto que se trata de uma lei que tem o intuitode alcançar atos impróprios praticados por pessoas que estejam agindo em nome da Administra- ção Pública. Espécies Conhecido o conceito de agente público da forma mais ampla possível, passamos agora a dois tipos que são certamente os mais frequentes. z Servidores Públicos � Possuem regime próprio (estatuto) predomi- nantemente de direito público, devido às fun- ções em que atuam. � Ocupam cargos públicos efetivos (por meio de concurso público). z Empregados Públicos � Agentes públicos que têm seus vínculos basea- dos na CLT. O vínculo é chamado de celetista ou contratual. � Há predominância do regime privado. Os conceitos acima são estritos. Em sentido amplo, o termo “servidores públicos” engloba os dois grupos colocados acima e também os servidores temporá- rios. Vamos agora conhecer outras espécies citadas pela doutrina, mas menos frequentes que as duas anteriores. z Agentes administrativos: são aqueles remune- rados para exercer cargos, empregos e funções públicas. São basicamente os dois tipos que vimos acima em apenas um grupo. z Agentes políticos: que fazem parte da cúpu- la da Administração Pública. Eles definem as políticas públicas e atuam diretamente na direção da implementação. Suas competências constam diretamente na CF/88 e possuem prerrogativas específicas. Como exemplo, temos Deputado Federal, Ministro de Estado etc. z Agentes honoríficos: não possuem vínculo e nor- malmente atuam sem remuneração. Prestam ser- viços específicos e temporários, como os mesários em eleições. z Agentes delegados: são particulares que exercem atividades de interesse público em seu próprio nome, estando sujeitos à fiscalização do Estado. Os tabeliães são exemplos. z Agentes credenciados: têm por missão representar a Administração Pública em um evento ou atividade específica. Um exemplo é um atleta em atividade ou aposentado que representa o país em evento da FIFA ou outra organização de esporte. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à admi- nistração pública direta, à administração pública indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se segue. Ministros e secretários estaduais e municipais são agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm natureza permanente, mas que, com base no seu poder político, traçam e implementam políticas públi- cas constitucionais e políticas públicas de governo. ( ) CERTO ( ) ERRADO Agentes políticos podem ser conceituados como participantes da cúpula da Administração Pública, e os Ministros e Secretários de Estado certamente fazem parte de tal categoria, uma vez que estão abaixo apenas dos chefes do Poder Executivo e são responsáveis pela definição de políticas públicas. Resposta: Certo. 2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) No que concerne aos agentes públicos, julgue o próximo item. A definição de servidor público, em sentido amplo, engloba os empregados públicos e servidores temporários. ( ) CERTO ( ) ERRADO O conceito de servidor público em sentido amplo engloba servidor público em sentido estrito, emprega- dos públicos e servidores temporários. Lembre-se de que a afirmação incompleta para a banca CESPE-CE- BRASPE não torna errada a questão. Resposta: Certo. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA Vamos conhecer mais três conceitos importantes no âmbito do estudo dos agentes públicos. Inicialmen- te, vejamos o conceito de cargo público, previsto no artigo 3º da Lei nº 8.122/90. Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organiza- cional que devem ser cometidas a um servidor. Seus ocupantes são chamados servidores públicos e seu provimento poderá se dar em caráter efetivo 20 (em regra por meio de concurso público) ou comis- sionado (ocupados provisoriamente por agentes nomeados e exonerados livremente pela autoridade competente). Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, cujo vínculo tem por base a CLT, possuindo, portanto, natureza contratual e trabalhista. Em regra, serão providos por meio de concurso público. Não adquirem estabilidade, mas sua demissão deve se dar mediante processo administrativo com ampla defesa e contraditório. Por fim, temos a função pública. Inicialmente, precisamos entender que todo cargo ou emprego está associado a uma função. No entanto, nem toda função está associado a um cargo ou emprego. O que estamos abordando aqui é, logicamente, a existência da função de maneira isolada. Elas poderão ser classificadas em temporárias ou permanentes. As funções temporárias têm respaldo constitucional, existindo por tempo determinado e com base em excepcional interesse público. CF/88 Art. 37 [...] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; A Lei nº 8.745/93 trata do assunto, sendo a assistência a situações de calamidade pública uma dessas hipóteses. Temos também as funções permanentes, que serão exercidas juntamente com cargos públicos. Aqui, é preciso atenção. Não estamos falando em fun- ção associada ao cargo público, e sim da possibilida- de de exercício simultâneo. Exemplo: Você passa em um concurso e ocupa um cargo em determinado setor. Depois de um tempo, assume a função de chefia. Essa função existe perma- nentemente e não está associada ao cargo que você ocupa, mas pode ser exercida juntamente com ele. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Em relação aos serviços públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte. Os servidores contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcio- nal interesse público e os empregados públicos clas- sificam-se, em virtude da ausência de estabilidade, como servidores temporários. ( ) CERTO ( ) ERRADO Empregados públicos não possuem vínculo tempo- rários. Não adquirem estabilidade, mas a demissão deve ocorrer mediante processo administrativo com ampla defesa e contraditório, devendo o ato admi- nistrativo ser motivado. Resposta: Errado. 2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito dos cargos e funções públicas, julgue o item que se segue. A função pública compreende o conjunto de atribui- ções conferidas aos servidores ocupantes de cargo efetivo, razão por que não é exercida por servidores temporários. ( ) CERTO ( ) ERRADO A função pública é um conjunto de atribuições que pode ser atribuído tanto a um servidor efetivo quan- to a um servidor temporário. Não há a vedação tra- zida pela questão. Há possibilidade de exercício de funções em caráter temporário, como vimos ante- riormente. Resposta: Errada. LEI Nº 8.112/90 Compreendidos os conceitos iniciais anteriormen- te apresentados, estudaremos agora a Lei nº 8.112/90, que é o estatuto dos servidores civis da União, como fica exposto já em seu artigo 1º. Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Ser- vidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Vamos, então, conhecer os principais institutos e respectivos dispositivos constantes da lei. z Provimento É a ocupação do cargo público por uma pessoa. O artigo 5º traz os requisitos: Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental. A investidura é o termo jurídico utilizado para indicar o momento em que a pessoa toma posse do cargo; o artigo 7º traz essa informação. Ele é impor- tante e bastante cobrado em provas. Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Em seguida, no artigo 8º, temos as formas de “ocu- par” o cargo público. A lei chama-as de formas de provimento. São elas: Fo rm as d e Pr ov im en to Nomeação Promoção Readaptação Reversão AproveitamentoReintegração Recondução R EG IM E JU R ÍD IC O Ú N IC O 21 Não se preocupe com o significado de cada um dos incisos, pois falaremos sobre eles mais à frente. z Nomeação A nomeação é o ato unilateral da administração para prover o cargo. Poderá se dar em caráter efetivo ou em comissão, conforme a natureza do vínculo (efe- tivo ou comissionado). Vejamos o artigo 9º: Art. 9º A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo iso- lado de provimento efetivo ou de carreira; I - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isola- do de provimento efetivo depende de prévia habili- tação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade, conforme previsão do artigo 10. Art. 10 A nomeação para cargo de carreira ou car- go isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classifica- ção e o prazo de sua validade. z Concurso Público O concurso será de provas ou provas e títulos e poderá ser realizado em duas etapas, conforme dis- posição da lei e regulamento ligado à carreira. Terá validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. z Posse e Exercício � Posse: tratada nos artigos 13 e 14, ocorrerá pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, res- salvados os atos de ofício previstos em lei. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento que, no caso do concurso, é a nomeação e poderá ocorrer mediante procuração específica. � Exercício: é o efetivo desempenho das atri- buições do cargo público ou da função de con- fiança, sendo de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. O servidor será exonerado do cargo ou será tor- nado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança se não entrar em exercício no prazo. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer- cício serão registrados no assentamento individual do servidor. EXERCÍCIO COMENTADO 1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito da Lei n.º 8.112/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Alice, aprovada em concurso público para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acom- panhar uma cirurgia de um ente familiar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Alice poderá nomear, por procuração especí- fica, alguém que a represente no ato da posse. ( ) CERTO ( ) ERRADO O §3º do artigo 13 da Lei 8.112/90 dá o respaldo legal para que o servidor possa tomar posse por meio de procuração específica. Resposta: Certo. z Estágio Probatório e Estabilidade Vejamos os artigos 20 e 21, que nos trazem os fato- res a serem observados por ocasião do estágio proba- tório e o prazo para estabilidade. Art. 20 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e qua- tro) meses, durante o qual a sua aptidão e capaci- dade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores: I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. Art. 21 O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adqui- rirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. É importante ressaltar que o prazo de 24 meses se encontra em discordância com o artigo 41 da Consti- tuição Federal, que traz o prazo de 36 meses. Portanto, fique atento para não se confundir. Importante Lei nº 8.112/90: O servidor estável só perderá o cargo em virtude de: z sentença judicial transitada em julgado; ou z de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: z em virtude de sentença judicial transitada em julgado; z mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; z mediante procedimento de avaliação periódi- ca de desempenho, na forma de lei complemen- tar, assegurada ampla defesa. 22 EXERCÍCIO COMENTADO 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item, relativo à administração de pessoal e a processos de compras governamentais no âmbito do setor público. A produtividade é um dos fatores utilizados para a ava- liação de desempenho de servidores nomeados para cargos efetivos em período de estágio probatório. ( ) CERTO ( ) ERRADO Conforme consta no IV do artigo 20 da Lei nº 8.112/90, a produtividade compõe os fatores de ava- liação de desempenho. Vale acrescentar que o perío- do de estágio probatório é de 24 meses, período em que ocorrerá essa avaliação. Resposta: Certo. z Readaptação Segundo o artigo 24, é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatí- veis com a limitação que tenha sofrido em sua capaci- dade física ou mental verificada em inspeção médica. Se julgado incapaz para o serviço público, o readap- tando será aposentado. z Reversão De acordo com o artigo 25, é o retorno à atividade de servidor aposentado: � Por invalidez, quando junta médica oficial decla- rar insubsistentes os motivos da aposentadoria; � No interesse da administração. A segunda hipótese acima poderá ocorrer desde que: z Tenha sido solicitada a reversão; z A aposentadoria tenha sido voluntária; z O servidor era estável quando na atividade; z A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; z Haja cargo vago. Não poderá ser revertido o aposentado que já tiver completado 70 anos de idade. EXERCÍCIO COMENTADO 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi- ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir. É vedado ao servidor público aposentado o retorno ao serviço público a pedido, somente sendo possível a reversão por insubsistência dos motivos da aposenta- doria por invalidez. ( ) CERTO ( ) ERRADO Tal assertiva contradiz o que dispõe o artigo 25 sobre a reversão:“Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou II - no interesse da administração, desde que: a) tenha solicitado a reversão.” Resposta: Errado z Reintegração Segundo o artigo 28, é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aprovei- tado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibili- dade. Entenderemos a recondução a seguir. z Recondução É o retorno do servidor estável ao cargo anterior- mente ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (FGV – 2018) Maria foi aprovada em concurso para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas, após ter adquirido a esta- bilidade, foi demitida sem a observância das normas relativas ao processo administrativo disciplinar. Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato demissional, na qual obteve êxito por meio de decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo, Alfredo, também regularmente aprovadoem concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o cargo que era de Maria. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua reintegração ao cargo anterior, consi- derando que está ocupado por Alfredo. b) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, inde- pendentemente da existência e necessidade do cargo que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade. c) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato demissional. d) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem. Uma vez invalidada a demissão por meio de decisão judicial transitada em julgado, teremos a aplicação do instituto da reintegração, conforme expressa previsão legal: “Art. 28 A reintegração é a reinves- tidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transforma- ção, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.” Resposta: Letra D. R EG IM E JU R ÍD IC O Ú N IC O 23 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi- ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir. A readequação consiste no retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. ( ) CERTO ( ) ERRADO O conceito trazido não está conforme o constante do artigo 29 da lei: “Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante. Parágrafo único. Encontrando-se provi- do o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.” Não há readequação, porém temos a readaptação. Vejamos: “Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com- patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.” Resposta: Errado. z Disponibilidade e Aproveitamento Disponibilidade é a situação em que o servidor fica afastado de suas atividades com remuneração proporcional ao tempo de serviço, aguardando o retorno às atividades, que é o aproveitamento. Na lei, temos o artigo 30 como principal disposição a esse respeito. Art. 30 O retorno à atividade de servidor em dis- ponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. z Vacância É a ocorrência de algum evento que torna vago o cargo. A lei enumera esses eventos no seu artigo 33. va câ nc ia Exoneração Demissão Promoção Readaptação Aposentadoria Posse em outro cargo inacumulável Recondução A exoneração de cargo efetivo ocorrerá a pedido do servidor, ou de ofício. Quando de ofício, será por (1) não terem sido satisfeitas as condições do estágio probatório ou (2) quando o servidor, após tomar pos- se, não entrar em exercício no prazo estabelecido. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á a juízo da autoridade competente e a pedido do próprio servidor. Atenção! Muitas vezes, principalmente com base em leitura de notícias ou noticiários televisivos, aca- bamos interpretando o termo exoneração como uma punição ou sanção. Veja que a lei não prevê a exone- ração dessa forma. As sanções estão previstas em outros dispositivos e serão oportunamente abordadas. EXERCÍCIO COMENTADO 1. (FGV – 2016) Conforme prevê a Lei nº 8.112/90, que institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a vacância do cargo público decorrerá, dentre outros, de: a) exoneração, demissão e promoção; b) falecimento, readaptação e nomeação; c) remoção, aposentadoria e reintegração; d) permuta, reversão e disponibilidade; e) aproveitamento, recondução e transferência. Em conformidade com o que descreve o artigo 33, a exoneração, demissão e promoção são as opções que ocasionam a vacância do cargo público. Respos- ta: Letra A. REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO Remoção (segundo o artigo 36) é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mes- mo quadro, com ou sem mudança de sede. São moda- lidades de remoção: z de ofício, no interesse da Administração; z a pedido, a critério da Administração; z a pedido, para outra localidade, independente- mente do interesse da Administração: � para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslo- cado no interesse da Administração; � por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento fun- cional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; � em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. Vejamos agora a redistribuição que, ao contrário da remoção, impõe dentre seus preceitos a necessária existência de interesse público. Art. 37 Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbi- to do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação 24 do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. Veja que, enquanto na remoção a lei fala em deslo- camento do servidor, na redistribuição temos o des- locamento do próprio cargo. Em outros termos, no primeiro caso, temos a mudança do servidor sem que ocorra qualquer alteração nos quadros dos servidores envolvidos. No segundo caso, temos uma mudança da localização do cargo. EXERCÍCIO COMENTADO 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca das regras apli- cáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e considerando o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990 e a Lei n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir. A legislação que dispõe sobre o regime estatutário prevê a possibilidade de o servidor público, em deter- minadas hipóteses, pedir remoção para outra localida- de, independentemente do interesse da administração pública. ( ) CERTO ( ) ERRADO A questão aborda as hipóteses de remoção. Nesse caso, temos especificamente o que consta no inciso III do artigo 36: “Art. 36 Remoção é o deslocamen- to do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração”. Resposta: Certo. VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO Vejamos o conceito de vencimento constante do artigo 40 da lei: Art. 40 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Vencimento é uma parcela básica que compõe a remuneração do agente público. Ela é fixada em lei, não estando ligada a situações eventuais em que o servidor possa se enquadrar. Ao nos aprofundarmos no que pode integrar a remuneração, o conceito ficará mais claro. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Veremos mais à frente as espé- cies de vantagens. Vencimentos Vantagens Remuneração O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van- tagens de caráter permanente, é irredutível. Salvo por imposição legal ou mandado judicial, nenhum des- conto incidirá
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