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AS DIRETRIZES NACIONAIS DO CURSO DE ODONTOLOGIA

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1- AS DIRETRIZES NACIONAIS DO CURSO DE ODONTOLOGIA ENTENDENDO QUEM REGULAMENTA A FORMAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA:
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso da graduação em odontologia foram instituídas por meio de uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) em conjunto com a Câmara de Educação Superior (CES) e homologada pelo Senhor Ministro da Educação em 4 de dezembro de 2001 através da Resolução CNE/CES nº. 3 de 19 de fevereiro de 2002.
 Em seu artigo 4º a DCN define os conhecimentos requeridos para a formação do cirurgião dentista com o exercício das seguintes competências e habilidades: 
(I) Atenção à saúde: dentro de seu âmbito profissional, aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo;
(II) Tomada de decisões: o cirurgião dentista deve possuir competência e habilidade para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas; 
(III) Comunicação: manter a confidencialidade das informações a ele conferidas, em relação a outros profissionais de saúde e o público geral; Além do domínio de pelo menos uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação; 
(IV) Liderança: apto a assumir posições de liderança tendo em vista o bem estar da comunidade. Envolve compromisso, responsabilidade, empatia, tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz;
(V) Administração e gerenciamento: o profissional deve ser apto a ser gestor, empreendedor, empregador ou líder de equipe de saúde; e
(VI) Educação permanente: deve desenvolver a capacidade de aprender continuamente tanto no período de formação como na prática (aprender a aprender). Sempre de forma cooperativa por meio de redes nacionais e internacionais.
 Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Odontologia devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade, integrado à realidade epidemiológica e profissional. Os conteúdos devem contemplar:
 I - Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos (teóricos e práticos) de base moleculares e celulares dos processos normais e alterados, da estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, aplicados às situações decorrentes do processo saúde-doença no desenvolvimento da prática assistencial de Odontologia. 
II - Ciências Humanas e Sociais – incluem-se os conteúdos referentes às diversas dimensões da relação indivíduo/sociedade, contribuindo para a compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos níveis individual e coletivo, do processo saúde-doença. 
III - Ciências Odontológicas – incluem-se os conteúdos (teóricos e práticos) de: 
 a) propedêutica clínica, onde serão ministrados conhecimentos de patologia bucal, semiologia e radiologia;
 b) clínica odontológica, onde serão ministrados conhecimentos de materiais dentários, oclusão, dentística, endodontia, periodontia, prótese, implantodontia, cirurgia e traumatologia buco-maxilo-faciais;
 c) odontologia pediátrica, onde serão ministrados conhecimentos de patologia, clínica odontopediátrica e de medidas ortodônticas preventivas.
2- VANTAGENS QUE A TECNOLOGIA TRAZ PARA O APRENDIZADO DO ALUNO NO CURSO DE ODONTOLOGIA:
De acordo com o Ministério da Saúde, o uso das tecnologias virtuais de ensino e aprendizagem permite a produção de material didático capaz de maximizar a autonomia do aluno no processo de educação, embora não substitua em nenhum momento os laboratórios e oficinas presenciais. Em especial na Odontologia, por exemplo, os alunos apresentam dificuldade de visualização e localização espacial das estruturas e tecidos. Nesse caso, a disponibilidade de novas técnicas de ensino, como a utilização de vídeos em sala de aula, bem como sua oferta na Internet, melhora o desempenho teórico/prático do aluno, facilitando o aprendizado na formação de futuros cirurgiões-dentistas. 
A utilização da tecnologia começou a ser empregada na formação de profissionais de saúde, é uma maneira de formar o profissional sem causar prejuízos a vidas humanas. Com o uso de óculos de realidade virtual, é possível simular ambientes hospitalares, consultórios e pacientes com grande realismo e baixo custo. Além de permitir a simulação de procedimentos, como uma cirurgia, a tecnologia também possibilita vivenciar as consequências de erros. Um simulador para treinamento de anestesia odontológica foi desenvolvido pelo coordenador do Laboratório de Tecnologias Interativas da Poli-USP em parceria com a Faculdade de Odontologia da USP de Bauru. Para utilizar deve-se usar o óculos de realidade virtual, o aluno entra num ambiente de consultório, podendo observar a boca do paciente. A simulação não é só visual, também é colocado uma seringa na mão do estudante e ele sente a resistência da mucosa bucal quando introduz a agulha, dando mais realismo. Isso é possível por meio de um dispositivo háptico (tátil), ao qual a seringa é acoplada e que produz um retorno de força que é controlado por computador.
3- MECANISMOS QUE CONTRIBUEM NO APRENDIZADO PARA A FORMAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA:
Durante anos, o ensino da Odontologia foi marcado por uma visão biológica e tecnicista, com a valorização exagerada dos procedimentos técnicos e das clínicas de ensino fragmentadas, com grande tendência de especialização precoce sem se preocupar com as necessidades da população. A nova geração de profissionais de saúde não deve ter o seu foco de atuação apenas no atendimento individual, com visão clínica restrita à odontotécnica, mas sim, deve ser preparada para as necessidades das pessoas, das famílias e da comunidade. As universidades devem priorizar a diversificação dos locais de aprendizagem clínica e medidas coletivas, e incluindo serviços odontológicos do setor público e ambientes comunitários tais como escolas, creches, instituições para idosos, fábricas, etc. O importante é que o trabalho nesses locais seja em tempo curricular, com supervisão adequada, e para atingir os objetivos instrucionais específicos, no tempo necessário para adquirir o nível de competência desejado. Há relato de estudantes que mostra que a experiência contribuiu para a sua formação, permitindo a reflexão sobre diferentes aspectos da organização e sobre a dinâmica de um sistema local de saúde. 
Além disso, a instituição formadora deverá contar com mecanismos de estímulo e apoio a programas de iniciação científica para alunos e para participação em eventos científicos, como cursos de extensão universitária, jornadas, congressos, etc. Estes recursos ampliam a visão do aluno e estimulam o intercâmbio ainda durante o curso de graduação, formando-se, desta maneira, profissionais com mentalidade crítica e científica.
É essencial que o aluno sempre esteja disposto a ir atrás de informações atualizadas, e mantenha-se sempre estudando, durante todo o seu processo de formação e após também. A velocidade do progresso da ciência e da tecnologia em nossos tempos é incrível, inclusive, na área odontológica.

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