Buscar

Avaliação do bem estar fetal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Avaliação do bem-estar fetal 
 
ACOMPANHAMENTO DO PRÉ-NATAL 
Baixo risco: 
• Atenção primária. Acompanhamento por meio da atenção primária. 
o Medida da altura uterina. 
o Controle da movimentação fetal. 
o RAP simplificado. Resposta auditiva provocada de forma simplificada. 
 
Alto risco: 
• Atenção secundária. Acompanhamento por meio da atenção secundária. 
o Ultra-sonografia. 
o CTG. Cardiotocografia. 
o Perfil biofísico. 
o Doppler. 
 
GESTAÇÂO DE ALTO RISCO 
Doença hemolítica; perinatal; doenças hipertensivas; diabetes; cardio, pneumo, nefropatia (materno); 
colagenose; anemia severa; hipertireoidismo; gestação gemelar; anomalias placentárias; amniorrexe 
prematura; história obstétrica de natimorto; pós-maturidade; gestante idosa; crescimento intrauterino 
restrito (RCIU). 
 
BEM-ESTAR FETAL 
Perfil biofísico fetal X Doppler obstétrico? 
 
PERFIL BIOFÍSICO FETAL 
• Exame consagrado para avaliação fetal destinado a detectar comprometimento fetal sob 
muitas circunstâncias de alto risco como asfixia fetal. 
• É um método de avaliação fetal baseado na composição de 4 variáveis biofísicas dinâmicas 
agudas (movimento corporal, movimento respiratório, tônus, frequência cardíaca fetal), 
refletindo o bem-estar imediato, e uma variável dinâmica crônica (medida semiquantitativa do 
LA – líquido amniótico), que reflete as condições fetais pelos 7-10 dias anteriores ao exame. 
Eu examino o bebê hoje, e se a 7 ou 10 dias atrás houve um evento desfavorável para a 
gestação; com o perfil biofísico em torno de 10 dias depois eu vou poder saber o que 
aconteceu – só após esse período posso acender o alerta. É um exame que olha para trás. 
• Exame consagrado na avaliação da vitalidade fetal, é realizado no 3º trimestre da gestação 
(não consigo dar notas para os bebês antes das 28 semanas) por meio da ultrassonografia, 
no qual avaliam-se parâmetros de bem-estar fetal como: 
1. Tônus. 
2. Movimentos fetais (extensão e flexão dos membros). 
3. Movimentos respiratórios fetais. 
4. Índice de líquido amniótico. 
5. Cardiotocografia – não avaliada por ultrassom. Não é avaliado juntamente para o perfil 
biofísico. 
*Só dou nota para o 1, 2, 3 e 4 para avaliar o perfil biofísico fetal. 
*Para alguns autores o PBF pode ser feito a partir da 26 semana de gestação. 
 
2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
O tônus é dado pelo córtex – tônus e o córtex formado 
aparecem a partir da 7 a 8 semana de gestação. 
Então nesse período o córtex já está formado. 
Os movimentos corporais quem dá é o núcleo. A 
partir da 9 semana o núcleo já está formado. 
 
Os movimentos respiratórios são dados pelo 
assoalho do IV ventrículo. Com 21 semanas o 
assoalho do IV ventrículo já está formado – os 
movimentos respiratórios, da maneira em que o Perfil 
Biofísico avalia só vão ocorrer mais adiante. 
 
Cardiotoco a área responsável é a região do hipotálamo posterior e a medula. A partir das 20 
semanas o hipotálamo posterior e a medula já estão formados. 
 
Quando o bebê entra em hipoxia a primeira coisa que se perde é o cardiotoco, depois o movimento 
respiratório, depois o movimento do corpo e por último o tônus. Então, se recebe um bebê para fazer 
ecografia que a cardiotoco deu normal, então, eu sei que os movimentos respiratórios estarão 
íntegros, os movimentos corporais e o tônus também. 
 
• Esse exame pode durar até 30 minutos, e dá notas para cada um dos itens relacionados 
acima. Nem sempre esse tempo é suficiente, o bebê pode ficar até 2 horas sem fazer 
movimentos respiratórios ou movimentos corporais, estando bem; o bebê pode estar 
dormindo. Então, questiona-se se eu tenho direito em tirar ponto do bebê só por ele estar 
dormindo? 
• O somático dos pontos reflete o bem-estar fetal. 
• A cada item presente são dados 2 pontos. O máximo de pontuação é 8/8, não se do 1 ponto 
ou meio ponto. Com líquido 2 pontos, não tem líquidos 0 pontos. Tem movimentos 
respiratórios 2 pontos, não tem movimentos respiratórios 0 pontos. 
 
Tônus 
• Primeira atividade biofísica a aparecer e última a desaparecer. 
• Na anatomia não se observa flexão muscular ativa. 
• Normal – escore 2: 
o 1 episódio de extensão ativa com retorno a flexão de membros ou tronco (abertura e 
fechamento de mão também valem). 
• Negativo – escore 0: 
o Extensão lenta com retorno à flexão parcial. Movimento de membro em extensão. 
Ausência de movimentos. 
o Não se mexe, não tem flexão, não tem movimento de membros, ausência se 
movimentos. 
 
Movimentos fetais 
• Um movimento amplo e rápido ou 3 lentos. 
• Tipo: Simples ou isolado, estiramento, rotação, alta frequência (soluço). 
• Normal escore 2 e negativo escore 0. 
• Fatores inibidores: Hipóxia, sono fetal, drogas sedativas, cigarro, procedimentos invasivos. 
 
3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
*Eu tenho coisas que podem me geram questionamento sobre o exame, principalmente, sono fetal. 
Se o bebê está dormindo tenho direito a tirar pontos? 
 
Movimentos respiratórios 
• Normal - escore 2: 1 episódio de MRF por 30 segundos ou mais. Tem que enxergar o 
diafragma movimentando para cima e para baixo durante mais de 30 segundos. Se o bebê 
mexer o diafragma por 25 segundos eu tenho que dar 0. Será que eu tenho o direito de tirar 
pontos do bebê por ele não ter feito exatamente 30 segundos? 
• Negativo – escore 0: Ausência de MRF ou MRF com menos de 30 segundos. 
*Fetos hígidos podem ter apneia de até 2 horas. Próprio criador do perfil biofísico fetal diz isso. 
 
Se as pacientes ficam muito tempo em jejum até 
fazer o exame, isso pode gerar hipoglicemia para 
o bebê e ele se mexer pouco. 
Pacientes em NPO, por procedimento ou ficaram 
em NPO para ver se o exame vai ficar legal; 
próprio NPO pode induzir ausência de 
movimentos respiratórios podendo dar nota baixa 
e falsa. 
Hiperglicemia (chocolate, algo doce) estimula a 
respiração. 
Compressão do cordão durante o exame. 
Estimulação tátil por meio do toque a barriga. 
Quando a mãe come em chocolate em excesso na ecografia da 11 semana, o bebê não para de se 
mexer, o que dificulta para saber o sexo, para fazer a medida da transluscência. O chocolate tem 
que comer antes de fazer perfil biofísico. 
 
Líquido amniótico: 
• Normal – escore 2: 1 bolsão de líquido com 2X2 cm. 
• Negativo – escore 0: ausência de bolsão de 2X2 cm. 
 
Antigamente - Bolsão de 1 cm normal. Bolsão 
abaixo de 1 cm, então, tinha um escore 0. 
Índice de líquido amniótico entre 8 e 18. Abaixo de 
8 é oligodramio e acima de 18 polidrâmnio. Os 
obstetras consideram 5 a 25. Os radiologistas 
ligam o alerta antes dos obstetras. 
 
 
 
 
 
 
ILA – Índice de Líquido Amniótico. Somatório dos 4 maiores bolsões de líquido. Divide-se a cavidade 
uterina em 4 segmentos e se mede no sentido anteroposterior o maior bolsão de cada quadrante 
(ILA = 8 a 18 cm). 
 
4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Faz-se uma cruz na barriga da mãe e mede os 
maiores bolsões em cada um dos quadrantes. O 
ILA soma as medidas. Maior distância entra a 
parede anterior e posterior. Deixa as estruturas do 
bebê medial a linha (não pode pegar parte do 
bebê). 
 
Perfil biofísico liga o alerta muito tarde, pois o 
normal é 2 cm. E para os radiologistas o normal é 
8. 
 
 
Perfil biofísico fetal 
1. Tônus – 1 episódio – 2 pontos. 
2. Movimentos fetais – 1 amplo ou 3 curtos – 2 pontos. 
3. Movimentos respiratórios – por 30 segundos ou mais – 2 pontos. 
4. Líquido amniótico – bolsão de 2x2 cm – 2 pontos. 
→ Somatório 8/8. 
5. Cardiotocografia – 2 AT em 20 minutos – 20 pontos. Não avaliado por ultrassom. Avaliado no 
centro obstétrico. 
→ Somatório 10/10. 
 
*AT – aceleração transitória – aumento de 15 bpm ou mais. 
 
Execução do exame 
• US de tempo real (+ cardiotocógrafo). 
• Duração de até 30 minutos. 
o Tempo médio = 8 minutos. Talves um pouco menos de 8 minutos. 
o 2%dos casos é necessário 30’. 
• Observação das variáveis agudas e crônicas. 
• Valorização do LA e CTG. Perfil Biofísico simplificado. 
 
Manning, 1999 
“Há uma significativa relação linear entre o último escore e o valor imediato do índice de morbidade 
perinatal”. 
• Apgar. 
• Acidemia do cordão (Ph < 7,20). 
• Necessidade de reanimação do RN. 
• Cuidados intensivos neonatais. 
• Mortalidade perinatal. 
• Déficit da atenção aos 8 anos de idade. 
• Paralisia cerebral (seguimento até os 5 anos). 
Segundo Manning, todos esses achados tem relação com notas baixas no perfil biofísico fetal. 
 
 
 
 
 
5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Mais normal o perfil biofísico, menor a quantidade de 
morbimortalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perfil biofísico fetal – resultados: 
 
 
Tratamento: 
• Nenhuma intervenção imediata baseando-se no feto. 
• Monitorização seriada baseada em protocolos específicos para doença. 
 
 
Tratamento: 
• Para o oligoidrâmnio absoluto – observar trato urinário fetal. 
• Excluir ruptura prematura de membros. 
• Resolução obstétrica com idade variável. Indica-se cesariana ou indução a partir das 36 
semanas. 
 
 
Quanto menor a quantidade de líquido, pior o prognóstico. 
 
Tratamento: 
• Repetir PBF antes de atribuir valor final. 
• Se mudar para 8/10 ou 10/10 atribuir este valor. 
 
6 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
• Para 6/10 persistente aguardar maturidade fetal ou indicar resolução se menos de 6/10. 
 
 
Tratamento: 
• Resolução obstétrica por via apropriada com monitoramento contínuo. Esse bebê não pode 
mais sair de monitorização. 
 
 
Tratamento: 
• Resolução por indicação fetal – cesariana. Dentro de 24 horas. 
 
 
Tratamento: 
• Resolução por cesariana imediata. 
 
PBF 
• Exame em 30.000 gestantes – falso negativo: 1/1000. 
• Exame em 1753 gestantes de alto risco com perfil normal. 
o Resultado perinatal adverso: 5,1%. 
o Morte perinatal: < 1/1000. 
• Forte relação entre PBF x acidemia/hipercarbia por cordocentese. 1993. 
• 4 estudos incluídos até outubro de 1998. 2000 
o Critérios: Ensaio clínico randomizados, comparando PBF com outros testes e 
nascimento em gestação de alto-risco. 
o Não há indicação para se realizar p PBF em gestação de alto-risco. Questionam-se o 
quando é confiável. 
• Estudo longitudinal de 26 de fetos com artérias uterinas e umbilicais alteradas; alteração do 
Doppler – 2002. 
o Interrupções quando MAP não-reativo. 
o Alterações precoces (15-16 dias antes do parto). AU- Artéria umbilical- e ACM – artéria 
cerebral média - alteradas em 50% dos pacientes. 
 
7 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
o Alterações tardias (4-5 dias antes do parto). AU -artéria uterina- com fluxo venoso 
reverso, ducto venoso alterado, aorta e artéria pulmonar alteradas. Tais alterações 
tardias estão associadas à morte fetal. 
o O Doppler começa a avisar antes do resultado ruim acontecer. Começa alterar as 
artérias uterinas e cerebrais médias 15 dias antes de acontecer o problema. Doppler 
avisa o que vai acontecer daqui a 15 dias. O PBF olha o que aconteceu há uma 
semana ou 10 dias atrás. Doppler eu olho pro que pode acontecer. Vai acender o 
alerta antes. 
• 42 fetos com CIUR (restrição de crescimento) e IP (índice de pulsatilidade) das artérias 
umbilical 2 dp (percentis) acima da média para a idade gestacional realizavam Doppler e PBF 
seriados – 2001. 
o 4 dias antes do parto: Doppler da AU e do ducto venoso deterioraram. 
o 3 a 2 dias antes do parto: MR diminuíram. 
o 2 a 1 dia antes do parto: LA diminuiu. 
o Dia 0: diminuição de MC e tônus. 
o Se ficar preocupado em olhar os critérios do PBF eu vou ser alertado em cima da 
hora, enquanto, se olhar o Doppler eu vou saber antes se está indo ruim ou não. O 
doppler antecipa um desfecho desfavorável. 
 
Conclusão 
• É um método complementar de avaliação do bem-estar fetal em gestações de alto-risco. 
• Deve ser executado por profissional capacitado. 
• Pode ser útil em patologias metabólicas e infecções. 
• F + alto. Altos índices de falto positivo. 
• F – baixo. Baixos índices de falsos negativos. 
• Em patologias restritivas, alerta depois do Doppler. 
 
DOPPLER 
• Forma de ver curvas de onda e velocidade de onda. 
 
Indicações 
• Hipoxia fetal (pré-eclâmpsia, RCIU). 
• Insuficiência placentária. 
• Anemia por isoimunização. 
• Diabete mellitus materno. 
• Ruptura da placenta pré-termo. 
• Doenças autoimunes maternas (Lupus, Sind antifosfolipídica). 
• Pós data. 
• Gemelaridade. 
• Cardiopatias. 
• Malformações ou anormalidades fetais (vasos placentários e umbilicais, vasos renais, 
cerebrais, torácicos, abdominais, tumores). 
 
 
 
 
 
 
8 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Doppler sonograma 
• Avaliação das velocidades de fluxo dentro de um vaso. 
Liga o doppler e procura um vaso que esteja com cor 
diferente (convenção). 
• Vermelho – fluxo em direção ao transdutor. 
• Azul – fluxo em direção oposta ao transdutor. 
• Variação de cor – escala de velocidade. 
• Escala de cor dá uma informação: Quanto mais clara e 
brilhante maior a velocidade. Quando mais escura a cor 
menor a velocidade. A linha de base á a linha que não tem 
fluxo. Quanto mais escuro o azul ou verde menor o fluxo, quanto mais claro o azul ou verde 
mais veloz é o fluxo que se distância do transdutor. 
 
Doppler em obstetrícia 
• Avalia as velocidades. 
• Representa alterações temporárias nas velocidades máxima e mínima das hemácias pelo 
vaso ao longo do ciclo cardíaco. 
• Picos sistólicos e nadir diastólico. Com isso obtenho índices. 
Pico sistólico – maior fluxo. Nadir diastólico – menor 
fluxo. 
Quando mais próximo a linha de base, menor 
velocidade. Marca de fluxo abaixo da linha de base, há 
fluxo de sangue no sentido contrário, ou seja, o sangue 
está voltando. 
 
 
 
Identifica índices. Índices de resistência e de 
pulsatilidade e relação sístole diástole. Na obstetrícia a 
gente não se preocupa com ângulos de medida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resistência vascular: 
 
Preciso de vasos com baixa resistência. Quanto menor a 
resistência do vaso, maior a quantidade de volume de 
sangue circulando nos vasos, quanto maior a velocidade, 
menores são os índices. Durante a gestação, preciso ver: 
cada vez mais fluxo, cada vez mais velocidade, cada vez 
menos resistência e índices reduzidos. 
 
9 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Isso acontece porque as artérias espiraladas vão 
perdendo a capa muscular. Porque há uma estimulação 
hormonal, dessa penetração dos vasos placentários e 
uterinos, e essa troca, momento de nidação, quando se 
da de maneira adequada, o vaso fica mais complacente e 
acaba perdendo a capa muscular. Sem a capa muscular 
fica mais complacente e as curvas de fluxo não tem a 
reverberância/retorno, aquela pulsatilidade do vaso que 
vai se perdendo. Os vasos ficam mais complacentes – 
vasos complacentes e artérias espiraladas. 
 
Quando o vaso não perde essa capa, há a incisura protodiastólica, ou seja, o fluxo chega a quase 
voltar. 
 
• Permite avaliar as condições hemodinâmicas da circulação materno-fetoplacentária. 
• Na gestante se avaliam os vasos uterinos. 
• No feto se avaliam cordão umbilical, cerebrais. 
 
Análise não invasiva da situação hemodinâmica materno-fetal. 
• Artérias umbilicais → Circulação placentária. 
• Artéria cerebral média → Circulação fetal. 
• Artérias uterinas → Circulação materna. 
 
 
• As circulações uterina, placentária e fetal são de alta resistência no início da gestação (tem a 
capa muscular, vasos não tem calibre grande, sem muito fluxo) e de baixa resistência no final 
da gestação (mais calibroso, perde a capa, mais complacente, mais volume de sangue) 
(diástole chega no fim da gestação). 
• Com a evolução da gestação a resistência diminui em consequência os índices de resistência 
vão gradativamente diminuindo.Artérias uterinas: Padrão normal. 
Pico sistólico e nadir diastólico quase onda reversa. Com o passar do tempo, vai perdendo a 
resistência e permitindo maior fluxo na diástole. Até com 24 a 26 semanas para frente, eu não 
enxergo mais o nadir, pois o vaso perde a capa muscular e o padrão normal do fluxo. Primeiro 
trimestre, segundo trimestre, terceiro trimestre – normal. 
• Essa amplitude de impedância cai após a 24 – 26 semanas pela invasão trofoblástica das 
artérias espiraladas. Ou seja, diminui a resistência e aumenta o fluxo durante a diástole. 
Baixa resistência. Bebê grande, aumentando de tamanho, precisando cada vez mais de oxigênio. 
 
10 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
 
 
Artérias uterinas: 
Esse o padrão de 24 a 26 semanas, ainda, há incisura. Mas se depois de 26 semanas eu enxergo o 
segundo ou o terceiro desenho, é sinal de problema na circulação materno-fetal. Não está 
conseguindo mandar quantidade de sangue adequado para a placenta para oxigenar. Alta 
resistência das artérias uterinas – hipóxia fetal. 
 
 
 
Padrão adequado. Se tem alta resistência, baixo fluxo 
durante diástole, incisura protodiastólica há maior valor 
preditivo para pré-eclâmpsia e restrição de crescimento. 
• A persistência do notch e da alta impedância 
revela alta resistência. Trabalhos indicam que esse 
padrão após 26 semanas tem alto valor preditivo para 
pré-eclâmpsia e RCIU. Alta impedância = IP alto. IR 
médio normal < 1,6 e relação S/D normal < 2,6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
 
Mulheres com padrão de onda de curva normal nas artérias uterinas apresentam baixo risco de 
complicações relacionadas a insuficiência placentária. Artéria uterina, diástole gorda. 
 
 
 
 
 
Mulheres que apresentam aumento do padrão de onde de alta impedância (alta resistência e notch) 
após 24 semanas vão desenvolver pré-eclâmpsia em aproximadamente 50% dos casos e em 
aproximadamente 30% vão apresentar RCIU. 
Doppler anormal é mais sensível para predizer casos de pré-eclâmpsia severa assim como da 
mesma forma para predizer RCIU grave. 
Existem trabalhos que indicam uso de profiláticos de baixas doses de AAS e vitaminas C e E para 
gestantes com padrões de alta impedância persistente. 
 
 
Valores de curvas dos índices de pulsatilidade das artérias uterinas. 
Os valores precisam ser cada vez mais baixos, pois tem menor 
resistência, menor dificuldade a esse fluxo, maior velocidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na prática: 
• Exame de rastreamento para doença hipertensiva da gestação e para restrição de 
crescimento fetal. 
• Deve ser indicado até a 26-28 semanas. 
 
 
Imagem da esquerda (olhando para o computador) 
artéria uterina normal. Imagem do meio é a imagem que 
será ensonada, que fica próximo a região inguinal de 
cada lado, com o fluxo em direção ao transdutor. 
Imagem da direita (olhando para o computador) alta 
resistência sinal sugestivo de problema futuro. 
 
 
 
 
 
 
12 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
 
Artérias umbilicais 
• Apresenta resultados mais expressivos no diagnóstico do comprometimento fetal. 
• Representa a circulação placentária. Circulação fetoplacentária, ou seja, circulação na 
placenta. 
• A resistência vascular placentária diminui com a evolução da gestação devido ao aumento 
do número e calibre dos vasos placentários. 
Imagem da esquerda são as duas artérias 
umbilicais e a veia umbilical. Artéria são os 
vasos com pulsatilidade. Ensonar e 
encontrar o pico sistólico e nadir diastólico. 
 
 
 
 
 
 
 
Quando usar? 
• Indicado principalmente em situações de suspeita de insuficiência placentária. 
• Doença hipertensiva, crescimento intrauterino restrito, Gemelaridade, diabetes, pós-datismo, 
situações de risco como sofrimento fetal. 
 
No início da gestação, o padrão normal é diástole zero e com o andar da gestação há redução da 
resistência e cada vez maior o fluxo durante a diástole. No fim do segundo para o terceiro trimestre 
a relação S/D tem que ser cada vez maior. Mais sangue, menos resistência. 
 
 
 
Na 40 semana – diástole bem gorda, com fluxo longe da linha de base, velocidade alta. 
Fluxo próximo a linha de base, velocidade baixa, alta resistência = início da gestação. Placenta e 
artéria umbilical com resistência. 
Apresenta fluxo diastólico a partir de 15 semanas, provavelmente pela destruição da camada média 
das artérias espiraladas causada pela invasão trofoblástica. 
 
 
 
13 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Por quê? 
• Índices da artéria umbilical alteram significativamente quando há 60¨a 90% de obstrução do 
sistema viloso terciário. Começa a ter alterações na artéria umbilical, quando começa a 
deteriorar acima de 60% da circulação placentária. 
• Diástole zero: mais de 90% de obstrução. Para no cordão umbilical durante a diástole, há 
mais de 90% da circulação placentária obstruída. 
• Relação S/D é elevada (pico sistólico em cima e nadir diastólico em baixo), observa-se a 
redução do número de arteríolas nos troncos vilosos terciários em AP de placentas. 
 
Se há o padrão de cima, é ruim. O que eu não quero é isso. Tenho que ver o nadir diastólico cada 
vez mais longe da linha de base. Se eu começo a ver, com o passar do tempo, o nadir abaixo da 
linha de base é sinal de problema. Significa que a placenta não está permitindo a circulação. Não há 
sangue suficiente para oxigenar. Bebê pode estar já em hipóxia. 
 
 
 
Índices muito parecidos. A relação S/D precisam ir diminuindo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artéria umbilical com 32 semanas. Padrão ideal. Tem fluxo na 
diástole. 
 
 
 
 
 
 
 
14 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Artérias cerebrais 
Identificar o Polígono de Willis, achar a artéria cerebral. Ensonar o mais próximo possível do 
polígono. Tem alta impedância, mas é diferente das artérias umbilicais e uterinas. Tem alta 
resistência, de forma normal, pois é uma forma do bebê preservar a circulação cerebral e altera essa 
circulação quando estiver em hipoxia. Artérias cerebrais são normalmente vasos com alta resistência 
e nadir diastólico próximo a linha de base 
 
 
Esse é o normal (imagem de cima). É o normal da umbilical e uterina, pois se eu tenho nadir sistólico 
baixo como na imagem de baixo é sinal que os vasos estão se dilatando, e é o que não podemos 
ver. Vasos cerebral se dilatando = hipoxia. Quando o bebê nota que a quantidade de oxigênio não é 
adequada, percebendo a hipoxia, o mecanismo de proteção é a vasodilatação. Vaso dilata dois 
vasos: as cerebrais e as coronárias. Mandando maior quantidade de oxigênio possível para o cérebro 
e miocárdio, então, faz vaso constrição para todos os outros vasos do corpo, ou seja, centralização 
ou redistribuição do fluxo = vasodilatação das artérias cerebrais – sabemos que vaso dilata as 
coronárias. Vasoconstrição em renais, pulmonares, bexiga, mesentéricas. Prejudica os outros locais 
do corpo. Hipóxia reversível em uma semana (vasos periféricos como nos renais, mesentéricos). 
 
Doppler das artérias umbilicais 
e cerebrais na prática: Exame 
para a avaliação do bem estar 
fetal. 
Gestante com 34 semanas, 
hipertensa com suspeite de pré-
eclâmpsia. 
Artérias umbilicais são as 
primeiras a serem ensonadas. 
Com 34 semanas diástole zero, 
ou seja, o sangue para no 
cordão umbilical durante a 
diástole. Sem fluxo no cordão umbilical. A placenta está tendo dificuldade de oxigenar. Tenta repetir 
a avaliação, para pegar um vaso em outro segmento ou pego o cordão umbilical perto da placenta, 
pois nenhuma interferência no resto do cordão pode alterar a circulação. 
 
15 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
 
Não deu a relação S/D porque há fluxo zero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ideia mais nítida da situação placentária. S/D que tem que ser a baixo de três está em 5,76. IP 1,8 e 
IR 1,83. Guardo os valores. 
Normal, com 34 semanas o IR 0,72.Então, nesta gestante, há dificuldade de fluxo. Tem mais 
resistência do que o máximo tolerado. Guarda os valores e compara com os da artéria cerebral. 
 
 
Para esse bebê, não está centralizando. Eu teria que ver IP acima de 1,8 e IR acima de 0,83 e tenho 
índices abaixo disso. Então, tenho menos resistência na artéria cerebral do que na artéria umbilical. 
Tenho diástole gorda na artéria cerebral e diástole magra na artéria umbilical, ou seja, há uma 
centralização. Tentando aumentar a oxigenação do cérebro por meio da vasodilatação, então, o resto 
do corpo estará em hipoxia. Além disso, daqui há uma semana essas lesões de hipoxia serão 
irreversíveis. Então, eu faço o doppler e percebo que o bebê está centralizado – eu posso esperar 
uma semana? Se o doppler de ontem deu normal, posso esperar uma semana, mas como não tenho 
exames prévios eu não sei há quanto tempo o bebê está em hipóxia. Deve-se mandar para que a 
gestação seja interrompida o quanto antes. 
 
 
Olhar as artérias uterinas. Artérias não poderiam mais 
ter incisura protodiastólica, mas tem. Tanto a direita 
quando a esquerda tem incisura. Além disso, os 
valores de IP e IR das duas artérias uterinas estão a 
cima dos valores normais. 
 
16 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa gestante está tendo dificuldade de mandar sangue para a placenta, a placenta teve uma má 
nidação (a troca entre a placenta e o miométrio não foi feita de maneira adequada). Gera dificuldade 
do bebê oxigenar sangue, está ocorrendo vasodilatação do cérebro para tentar aumentar a 
oxigenação do cérebro e consequentemente preservar ele. 
 
Ducto venoso 
É o último vaso a alterar, então, os bebês internados, que começam 
ter centralização, que o evento ocorrer a poucos dias. Pode-se 
segurar mais uns dias a gestação se tiver o ducto venoso com fluxo 
normal. 
 
Fluxo do ducto venoso – é um vaso com resistência diastólica 
baixa, preciso ter fluxo durante a diástole. Tendo essas imagens 
abaixo como um padrão normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se eu começo a ter alta resistência e baixo fluxo, na 
diástole, no ducto venoso = falência cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
17 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
 
Doppler do ducto venoso no segundo e terceiro trimestres: 
• Auxilia na detecção do momento ideal de interrupção da gestação em prematuridade. Me da 
segurança para deixar o bebê mais tempo no útero, mesmo em momento de centralização. 
• Doppler do DV sucede as alterações dopplervelocimétricas cerebrais e precedem as 
alterações biofísicas fetais. Doppler altera antes do perfil biofísico. 
• Alterações do Doppler do DV seria um indício de falência cardíaca (fim da resposta 
hemodinâmica fetal à hipóxia). Quando o ducto venoso começa a se deteriorar, o coração 
não está mais conseguindo quantificar as pressões e oxigenações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vasa previa, circular de cordão, nós de cordão, morfológica – presença de bexiga e dois vasos da 
emergência do cordão umbilical envolvendo e bexiga; um vaso – bebê com artéria umbilical única. 
Só examinar a bexiga e ver os vasinhos que vão pro cordão das ilíacas. 
Malformações venosos umbilicais, agenesias renais (preciso ver o homem de palitinho; o corpo é a 
aorta; os bracinhos são as artérias renais, e as perninhas são as artérias ilíacas). 
 
Gestação de alto risco: Doppler 
• O diagnóstico precoce do doppler é essencial no manejo da DHEG (Doença Hipertensiva 
Específica da Gestação) e Síndrome de HELLP. 
• Casos de oligo âmnio com doppler da Artéria Umbilical normal pode-se diminuir a 
prematuridade iatrogênica além de 26%. 
 
18 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
• Fatos com RCIU com diástole zero já estão comprometidos e a manutenção da gravidez não 
oferece vantagem. 
• O uso do doppler da Artéria Umbilical nos casos de DHEG e RCIU reduz o número de mortes 
neonatais e intervenções obstétricas inoportunas. 
• O uso combinado de doppler da Artéria Umbilical e ACM é importante para o manejo dos 
casos de DHG. 
• Fetos com risco de RCIU e doppler do ducto venoso alterado têm pior prognóstico perinatal 
que somente o sistema arterial comprometido. 
• Doppler da ACM alterado mesmo ainda sem diástole zero na Artéria Umbilical está 
relacionado a morbidade perinatal. Atenção redobrada para estes casos é fundamental. 
• ACM/Artéria Umbilical normal está associada a um intervalo mais curto até o parto e 
interrupção de emergência.

Continue navegando