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1 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Síndrome metabólica (SM) está associada a diabetes e é uma das desordens mais complexas com custo socioeconômico muito grande. 1/4 da população mundial tem diagnóstico de SM. Há um aumento exponencial, considerada como epidemia por alguns autores. Com o avanço tecnológico, sedentarismo e facilidades alimentares contribui muito para que isso aconteça. A SM traz junto consigo outras patologias, como por exemplo, o diabetes mellitus. Só a presença da SM já é uma grande possibilidade de risco para o desenvolvimento da diabetes e das doenças cardiovasculares. Obesidade visceral: Importante. Relação com sedentarismo e facilidade da alimentação. Presença de gordura nos órgãos (ex. esteatose hepática até carcinoma hepatocelular). Dislipidemia: Importante avaliar o perfil lipídico (HDL, LDL, triglicérides, colesterol total). Os pacientes apresentam elevação dos triglicérides (presença de muitos lipídios, que podem se depositar nos órgãos e nos vasos) e redução do HDL. Resistência à insulina: Rastrear o paciente para hipertensão. Os pacientes extremamente inflamados vão formar interleucinas e então vai haver perda das células beta e, progressivamente, perda da capacidade da insulina para tomar conta da quantidade de glicose disponível. Em alguns casos, isso pode levar a uma insuficiência pancreática. Hipertensão: Pedir exames para análise. Hipertensão e diabetes tem uma grande relação. Quando há o diagnóstico de uma dessas doenças, é importante investigar as outras. Os valores variam conforme os guidelines. Síndrome metabólica é um estado fisiopatológico crônico e progressivo, que avança conforme os fatores de risco. Os fatores de risco são dislipidemia, resistência à insulia, obesidade (principalmente a visceral). Os paciente com síndrome metabólica apresentam: • 5X (às vezes 10X) mais risco de desenvolver diabetes mellitus tipo do que os indivíduos que não tem SM. • 2-4X mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Esse risco acontece numa faixa que pode variar em até 10 anos da progressão da síndrome metabólica. • 4X mais chance de apresentar um AVC e/ou infarto do miocárdio. Pacientes com sobrepeso/obesidade → Solicitar hemograma, lipidograma. Obesidade central: Medir a circunferência abdominal. CA: Homens (>102cm) e mulheres (>88cm). Obesidade visceral. É o depósito de gordura que está no abdome, podendo representar comprometimento de órgãos. Resistência à insulina: Glicemia >99 mg/dl. Glicemia em jejum: é um dos primeiros exames que devem ser solicitados em um paciente com suspeita de SM. Acima de 99 → Alterado (não se encaixa em diabetes ainda). Hipertensão arterial: >130/85 mmHg. Hoje, 122-125 há uma alerta! É interessante que a pressão sistólica esteja abaixo de 120. Dislipidemia: Triglicerídeos >150mg/dl. HDL: Homens (<50mg/dl) e mulher (<45 mg/dl). Lipidograma: Dosagem de triglicerídeos, colesterol total, HDL. O paciente deve estar em jejum. Síndrome Metabólica e Diabetes mellitus Síndrome metabólica Critérios Critério Diagnóstico de SM 2 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova - Pacientes magros também podem apresentar alterações de triglicerídeos. - Tg > 1.000 pode estar associado a condições genéticas, onde o controle é muito mais difícil. - HDL é considerado o colesterol bom, que protege e dá mais ¨saúde¨ para os vasos. O ideal é que esteja acima de 45-50mg/dl. Quanto maior esse HDL, melhor em termo de proteção cardiovascular. Quanto menor, maior o risco. A prevalência da SM é crescente com a idade, independentemente de ser homem ou mulher. Há um aumento de 40%. Os indivíduos geralmente ganham peso, têm diminuição na sensibilidade à insulina e/ou adquirem dislipidemia. Critérios: Aumento da circunferência abdominal, aumento dos triglicerídeos, diminuição do HDL colesterol, aumento da pressão arterial, aumento da resistência à insulina (hiperglicemia). Geralmente, as sociedades trazem que o indivíduo deve ter resistência à insulina e mais 2 critérios (ex. ganho de peso e dislipidemia). Outras sociedades trazem que o indivíduo precisa ter 3 critérios, independente dos quais sejam (ex. obesidade, dislipidemia e aumento da pressão arterial). Os pacientes com síndrome metabólica, em geral, cursam com hipertensão pelo processo fisiopatológico. Os pacientes com sobrepeso/obesidade visceral são pacientes inflamados, tendo um processo inflamatório muito grande. Tal fato, ocasiona muitas alterações, com liberação de citocinas, interleucinas. Os pacientes fazem muito um pico de insulina, apresentam excesso de glicose. A inatividade e o excesso calórico fazem esse quadro de resistência à insulina, que juntamente com a alimentação inadequada causa um aumento da glicose e de lipídios circulantes. Fatores que levam a síndrome metabólica: Dislipidemia, hiperinsulinemia, inflamação, hiperglicemia, hiperleptinemia e hipercoagulação. Paciente com suspeita de dislipidemia → obrigatoriamente pedir o perfil lipídico. Hiperglicemia → Pedir glicemia em jejum. Aumento da pressão arterial, alterações do sódio a nível renal → aferir pressão arterial. Desfecho clínico: Diabetes ou doença cardíaca pela formação de ateroma (ex. IAM). Resistência à insulina A resistência à insulina aparece em todos os critérios dos guidelines para diagnóstico de Síndrome metabólica. Alimentação rica em lipídios, açucares, ingestão de mais calorias do que o necessário, inatividade física, fatores genéticos e hereditários, idade. O importante é realizar atividade física aeróbica, pois esta ocasiona melhora da atividade cardiovascular. O Exercício anaeróbico, realizado na academia com levantamento de peso, é para ganho de massa muscular. Pedir sumário de urina para análise de proteinúria. Pedir proteinúria de 24 horas. Pedir ureia e creatinina, pois o paciente pode ter hiperuricemia. Os indivíduos com síndrome metabólica não tratada, não vista pelo médico ou que não foi dado o valor necessário, podem desenvolver doença renal crônica importante (proteinúria, alteração de ureia e creatinina). Prevalência SM nos EUA – Critérios ATP III 3 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova O paciente vai ter consequências cardiovasculares baseadas na fisiopatologia da SM. Aumento da frequência, DC, volume sanguíneo e RVP do paciente. O indivíduo pode desenvolver ateroma, hipertrofia das mais variáveis, falência e infarto agudo do miocárdio. Essas consequências podem acontecer principalmente em indivíduos não tratados. Quando tratados, ainda assim, devem ser solicitados exames para análise da função cardiovascular e função renal. A pessoa saudável tem uma vasodilatação importante, um aumento da reabsorção de sódio e, assim, não há um aumento na pressão arterial do paciente. Um paciente com resistência, tem aumento crônico da insulina (hiperinsulinemia). Há um aumento da reabsorção do sódio, onde o paciente apresenta sensibilidade ao sal. Como a troca é prejudicada e o paciente com hiperinsulinemia não tem vasodilatação, há um aumento na pressão arterial. A PA alterada persistente caracteriza o quadro de hipertensão arterial. Relação com doença renal Relação entre doença renal crônica e proteinúria (associada a albumina). Vermelho → Microalbuminúria. Azul → Doença Renal crônica. Quanto mais o indivíduo tem liberação da albumina na urina, maior é o comprometimento renal. É extremamente importante pedir o sumário de urina. Caso apresente proteinúria (Ex. ++,+++), é obrigatório a solicitação da proteinúria de 24 horas, para análise de síndrome nefrótica, por exemplo.O ácido úrico é envolvido em diversos mecanismos. Endotelite (diminuição da função endotelial), aumento do processo inflamatório (endotelina, estresse oxidativo) → aumento da pressão arterial. Se você está diante de um paciente com HAS e com quadro de SM, é necessária a dosagem do ácido úrico. O ácido úrico atua na liberação do óxido nítrico (estresse oxidativo), diminuição da secreção de insulina, grande quantidade de glicose circulante → Diabetes Mellitus. Paciente saudável X Paciente com resistência 4 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Estresse oxidativo, oxidação de vários ácidos graxos → Obesidade. Não quer dizer que todos os pacientes com HAS, DM e/ou obesidade vão apresentar o ácido úrico alterado, mas é importante se pensar acerca disso. Não é patognomônico. Dislipidemia e síndrome metabólica Aumento dos triglicerídeos (avaliar com lipidograma) + diminuição do HDL → maior risco para DCV. Elevação de VLDL, LDL (partículas envolvidas no metabolismo lipídico, que passa pelo fígado). O importante é avaliar o colesterol total, os triglicerídeos e o HDL no exame! Adipócitos contribuindo para o processo de diversas patologias, podendo fazer inclusive (pela resistência à insulina) falência pancreática, encefalopatia e alterações no coração. Adiposidade abdominal e risco de diabetes Circunferência abdominal alterada em função do depósito de gordura. Indivíduos com maior circunferência abdominal tem maior chance de ter diabetes. Adiposidade abdominal com risco de CVD Quanto maior a adiposidade abdominal (visto pela CA), maior o risco de DCV (IAM) ou outras causas de morte. Verde → mulher abaixo de 87 e homens abaixo 95. Amarelo → Mulheres entre 87-98 e homens entre 95-103. Azul (alterado) → Mulheres acima de 98 e homens acima de 103. É muito importante fazer com que esse indivíduo perca peso, para que tenha uma diminuição do risco. O fígado de um paciente com SM pode ter esteatose hepática e até carcinoma hepatocelular. Paciente com resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão (elementos chaves da SM) → Analisar função hepática (TGO e TGP). Dependendo da situação, solicitar ultrassom de abdome para ver se tem esteatose. Paciente obeso, pressão elevada, hiperglicemia, CA aumentada → Esteatose hepática? → Pedir função hepática e ultrassom. As coisas estão interligadas com a fisiopatologia. Cada paciente é um paciente! Analisar quais exames devem ser pedidos. 5 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova História natural da progressão O paciente com SM vai desenvolver uma diabetes, que no caso, já estava instituída, com alteração inicial da glicemia (antes do diagnóstico). Acontece quando não há nenhuma alteração, nenhuma mudança no estilo de vida. Já há alteração nas funções das células betas, glicemia elevada, resistência à insulina. O paciente pode apresentar complicações micro (retinopatia, nefropatia) e macrovasculares (alterações cardiovasculares). Uma resistência à insulina e um aumento da glicemia leva ao organismo a apresentar tais complicações. O médico geralmente já pega o paciente com as complicações. Os pacientes podem apresentar alterações oculares (glaucoma, retinopatia), renais (nefropatia, microalbuminúria, insuficiência renal crônica), neurais (neuropatia periférica → Amputação). Retinopatias, nefropatias e neuropatias. Quando chega a um estado de amputação, ou o paciente não está fazendo o tratamento adequado ou o médico não está fazendo a avaliação como deveria. O foco é pegar e tratar o paciente antes que essas complicações acontecem e garantir de que está havendo um tratamento e uma avaliação adequada. Riscos relativos da hiperglicemia A hemoglobina glicada por ser utilizada no lugar ou junto com a glicemia em jejum. Quanto mais alto (maior a glicemia do paciente) maiores as chances de desenvolvimento de retinopatia, progressão para insuficiência renal, neuropatia e alterações como microalbuminúria. No gráfico, a microalbuminúria foi considerada no comecinho, estanho ainda baixa (>40 mg/dl), porém ela pode chegar a valores extremamente elevados (> 300mg/dl). Na avaliação do paciente com diabetes, você não vai esperar que ele chegue a 10,11 ou 12 de hemoglobina glicada. Você vai trabalhar o tratamento do paciente adequadamente para que ele diminua a HbA1c e não desenvolva as alterações representadas acima. Quanto maior a glicemia maior o risco. A HbA1c(%) normal é abaixo de 5,7%. Conforme a idade, não se faz o controle rigoroso, podendo ser considerado normal abaixo de 7%. Exames laboratoriais Sempre pedir: Lipidograma, glicemia de jejum e/ou HbA1c. Ver a pressão arterial do paciente, que pode ter alterações vasculares importantes. Fazer exame de urina para análise de perda de albumina e proteinúria. No Brasil, se pede muito a glicemia de jejum. Quando alterada, solicita outro exame, que é o TOTG. Complicações microvasculares 6 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Nos guidelines americanos, a HbA1C pode ser pedida no lugar da glicemia de jejum ou junto com ela. No TOTG, o paciente vai ingerir uma quantidade de açúcar e, então, vai ser medida em tempos fixos a glicose dele. Se o paciente não tiver ainda o diagnóstico de diabetes, devemos pedir todos esses exames: Glicemia em jejum, HbA1c, TOTG... Marcador inflamatório não é tão específico para fazer diagnóstico. Proteína C reativa é um bom marcador de infecção e de inflamação. Um paciente obeso, que tem SM, é um paciente inflamado, tendendo a ter uma proteína C reativa alterada. Tipos de diabetes: Diabetes tipo 1: Mais comum na infância. Destruição das células beta. Diabetes tipo 2: Antigamente era mais na vida adulta, mas hoje já existe nas faixas etárias mais novas. O indivíduo sofre a resistência à insulina com o tempo. Desordens endócrinas (acromegalia, síndrome de Cushing). Causado por drogas: Algumas drogas podem elevar transitoriamente a glicemia. Defeito genético na ação da insulina. Diabetes gestacional. Diabetes neonatal. MODY: Mais analisado pelo endocrinologista. Relacionado a sídromes: Síndrome de Down e síndrome de Turnner. Existem várias etiologias, tipos e espectros da diabetes. Em geral, o DM2 é o mais estudado. O DM1 tipo 1 é mais visto pelo pediatra ou endocrinopediatra. Os outros tipos de diabetes são avaliados pelo endocrinologista, que fará exames e tratamentos específicos. Tipo 1: Crianças e adolescentes, frequência de 10%, concordância com gêmeos idênticos 30-70%, ICA/anti- GAD geralmente presentes, peptídeo C baixo, sintomas clássicos presentes, cetoacidose diabética como complicação aguda, insulina como tratamento. Tipo 2: Adultos maiores de 40 anos, frequência de 90%, concordância em gêmeos idênticos de 70-90%, ICA/Anti- GAD ausentes, peptídeo C normal ou elevado, 50% são assintomáticos, estado hiperosmolar não cetótico como complicação aguda, hipoglicemiantes orais como tratamento. Sempre avaliar as condições familiares. • A frequência relativa é muito maior no DM2. • O anticorpo anti-GAD é comum no DM1 e é ausente no DM2. É interessante ser solicitado a sua dosagem no exame laboratorial. Diabetes Mellitus Classificações Diferenciação 7 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova • Os pacientes com DM2 geralmente são assintomáticos (às vezes apresentam apenas perda de peso), enquanto que os pacientes com DM1 geralmente apresentam os sintomas clássicos – mais exuberantes. • Um paciente jovem, internado com cetoacidose diabética, fala mais a favor de DM1. Acontece quando o paciente não tá sendo tratadoadequadamente. É um quadro grave. É importante apresenter quais são os tipos de insulina (ação rápida, intermediária, lenta) e o quanto é necessária para a aplicação. No DM1 entra logo no início do quadro, pois o paciente não produz insulina. Na DM2, o início do tratamento é com hipoglicemiantes orais e às vezes tem que associar insulina. Na DM2, o paciente vai tendo um disfunção das células da ilhota. Na DM1, o paciente perde de vez essa função. A insulina não dá conta da glicose e o paciente sofre uma hiperglicemia. Isso reflete em várias alterações clínicas (fagida, polidipsia, perda de peso, poliúria, polifagia). Muitas vezes o paciente aparece com perda de peso inexplicável, inespecífica, que pode apresentar um quadro de diabetes. O paciente às vezes come demais e,ainda assim, é magro. Amputações das extremidades: Isquemia no pé, decorrente de diabetes não controlada, medicamento e dose inadequada ou mesmo paciente que não liga e não vai muito ao médico. Perda da sensibilidade periférica, onde o paciente muitas vezes nem percebe o que está acontecendo, acha que foi só uma feridinha no pé, uma lesão por corte de unha. Nenhum remédio resolve isso, sendo preciso fazer uma amputação e antibioticoterapia. Associado a glicose. Doenças cardiovasculares, IAM, SM, dor torácica: O paciente pode fazer uma dor atípica (geralmente epigástrica), não característica do IAM. Prestar muita atenção, principalmente no idoso. Doenças cerebrovasculares: Ataque isquêmico transitório, acidente vascular encefálico importante, alterações periféricas. Não esquecer de avaliar um paciente diabético ou com suspeita de diabetes: unhas, pés, sola dos pés, entre os dedos. Avaliar lesões, ulcerações (mesmo que pequenas, discretas). Neuropatia (Sempre fazer exame neurológico. Avaliar sensibildiade, força). Taquicardia, gastropatia (constipação, diarreia – pode estar associada com a medicação). Nefropatia (Buscar proteinúria. Solicitar sumário de urina). Retinopatia (glaucoma, catarata). Observar alterações importantes: Sangramentos, retinopatia proliferativa... Fisiopatologia Alterações 8 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Não se trata todos os pacientes da mesma forma, pois os caucasianos respondem melhor a uma classe de tratamento diferente de um paciente afro-americano ou afro-descendente, da mesma forma que na hipertensão. A doença renal começa com a hiperglicemia e pode progredir para uma injúria, onde o paciente que estava com uma boa TFG passar a ter uma TFG baixa, consequente a microalbuminuria ou macroalbuminúria. A perda de proteína na urina leva uma perda na função renal. Hiperglicemia → Microalbuminúria → TFG baixa → Insuficiência renal grave. Avaliar ureia e creatinina. Quando se ingere glicose no tempo 0, é normal que o valor suba e depois seja controlado pela ação da insulina, voltando aos níveis basais. A glicose é utilizada pelos tecidos. No paciente diabético, a glicose se eleva e a insulina não dá conta, fazendo com que a glicose demore a cair. O que poderia cair dentro de 1-1,5h, só vai diminuir depois de 3 horas. Depois de 4 horas, a glicose se encontra abaixo de 180. O paciente tem alteração da insulina, inclusive a nível de receptor, não dando conta da glicose. Exames laboratoriais em DM Glicemia de jejum Hemoglobina glicada Glicosúria: Importante no sumário de urina. Frutosamina Microalbuminúria Proteinúria: Avaliar no sumário de urina. Pedir proteína de 24 horas para análise posterior. Creatinina ou Cistatina C • Glicemia em jejum (8-12 horas em jejum): O mínimo é 8 horas. • Teste Oral de Tolerância a glicose (TOTG): Normalmente se pede quando tem uma alteração (pré-diabetes) na glicemia de jejum, mas que ainda não dá o diagnóstico de diabetes. • Glicemia ao acaso: Qualquer hora do dia! • Glicemia pós-prandial: Depois que o paciente se alimenta. Muita gente solicita glicemia de jejum junto com a glicemia pós-prandial. Faz uma glicemia em jejum e outra depois que se alimenta. Semana antes da dosagem 0 já se tem um resultado se a glicemia de jejum estiver alterada. Não é tão boa porque só olha o presente. Fotografia atual. HbA1c: Dá pra ver o passado do paciente. Reflete semanas antes de alteração que reflete na glicemia. Olhar 3 meses atrás. É um bom exame. História Natural da Doença Renal Alterações dos níveis de glicose Diagnóstico Monitoramento Complicações Diagnóstico - valores 9 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova HbA1C: Normal → Abaixo de 5,7% Pré-diabético → Entre 5,7-6,4% Diabético → Acima de 6,5% Glicemia em jejum: Normal → Abaixo de 100 mg/dl. 99 é normal. Pré-diabético → 100-125 mg/dl. Diabético → Maior igual a 126. • Se aparecer um paciente com glicemia ao acaso (qualquer horário), e der 2 vezes (em 2 exames) o valor acima de 126, pode considerar que o paciente é diabético. • Se der entre 100-126 (Penumbra – pré-diabético), é importante solicitar um TOTG. TOTG: Normal → Menor que 140 mg/dl. Pré-diabético → Entre 140-199 mg/dl. Diabético → Maior igual a 200 mg/dl. Neste exame, é oferecido ao paciente 75g de açúcar, e vai colher a glicemia no tempo 0,1 e 2. Dependendo do protocolo, pode ser 0,1,2 e 3 horas. O maior valor é o que prevalece. Ex: paciente com glicemia de jejum entre 100-125 e com o TOTG acima de 200 é um paciente diabético. Em geral, a glicemia de jejum é o primeiro exame a ser solicitado. Nos guidelines americanos, pode pedir de cara a glicemia de jejum e a hemoglobina glicada. ▪ Se a glicemia de jejum estiver, por exemplo, em 118 → Pedir um teste de TOTG. ▪ Se o teste TOTG estiver acima de 200 → Diagnóstico de diabetes. ▪ Se tiver em 142 – Monitorar, indicar perda de peso, acompanhar o paciente. Só faz TOTG se tiver uma glicemia de jejum entre 100- 125 ou uma hemoglobina glicada entre 5,7-6,4. Critérios para pedir exames para o paciente diabético ou pré-diabético assintomático: Paciente com sobrepeso/obesidade com um ou mais dos fatores de risco a seguir: - Relação familiar de 1º grau com o diabetes. - Afro-americanos, asiáticos. - Pacientes com história cardiovascular; dislipidemia; hipertensão, aumento dos triglicerídeos; HDL baixo. - Mulher com síndrome do ovário policístico. - Pacientes pré-diabéticos (Exemplo: HbA1c entre 5,7-6,4%; glicemia de jejum entre 100-125) → Testar anualmente o paciente (de preferência muito mais cedo). - Pacientes acima de 45 anos de idade → pedir glicemia de jejum pra todo mundo. Glicemia de jejum entre 100-125mg/dl; TOTG de 140-199mg/dl; HbA1c entre 5,7-6,4%. Critérios para solicitar exames laborat Critérios para definir Pré-Diabetes 10 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Sintomas de diabetes + glicemia casual >= 200mg/dl. Glicemia de jejum >= 126mg/dl em 2 exames TOTG >= 200 mg/dl. Glicemia de jejum: < 100mg/dl → Normal. 100-125 mg/dl → Glicemia de jejum inapropriada. >= 126 mg/dl → Possível diagnóstico de diabetes → procurar confirmação. Teste Oral de Tolerância à glicose: 2 horas após glicose → <140mg/dl → tolerância normal. 2 horas após glicose – 140-199mg/dl → Tolerância glicose diminuída. 2 horas após glicose → >= 200 mg/dl → possível diagnóstico de diabetes → procurar confirmação. Quando aparece glicose no sumário de urina, tem que se investigar a glicemia do paciente. A cetona é um produto mediado do ácido graxo. Paciente que faz cetonúria tem cetona na urina. Cetonúria mais glicose na urina indica diabetes. Fatores que interferem na dosagem de glicemia em jejum Importante saber o que o pacienteestá utilizando de medicamento. Diminuem as concentrações plasmáticas: Medicamentos (bloqueadores beta-adrenérgicos, etanol, clofibrato, insulina, hipoglicemiantes orais, inibidores da monoamino oxidade) e exercício vigoroso. Critérios para DM Pontos relevantes EAS - Interpretação Rastreamento e diagnóstico de DG 11 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Ele mostra 301 guidelines, mas o que a gente realmente precisa saber é o brasileiro! Indicações do teste de tolerância Em pacientes assintomáticos com glicosúria transitória ou sustentada. Em pacientes com sintomas de diabetes, mas sem glicosúria ou hiperglicemia. Pacientes com história familiar, mas sem sintomas ou exames séricos positivos. Em pacienes com ou sem sintomas de diabetes mostrando um exame sérico anormal. Em pacientes com neuropatias ou retinopatias de origem desconhecida. Dúvidas de pré-diabetes. O normal no sangue durante o TTGO é a linha verde do gráfico. O paciente diabético aumenta a curva e não responde a insulina, não apresentando a queda que deveria ocorrer. Mesma coisa dita anteriormente... A queda do açucar é muito lenta em função da resistência à insulina. No teste de 100 gramas, a única coisa que muda é (3 horas – 140 mg/dl) Recomendação ADA: Todo indivíduo >= 45 anos, sem diabetes, deve ser rastreado para diabetes com intervalo de 3 anos usando HbA1c, glicemia em jejum ou TTGO. Atualmente, se pede um OU outro OU os dois (Glicemia em jejum e hemoglobina glicada). O diagnóstico pode ser feito baseado na HbA1c. Glicemia e insulina durante TTGO Interpretação do TTGO Quando recomendar HbA1c 12 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Imagens referentes a um trabalho realizado – não detalhadas. A mais usada é HbA1C. Alguns tipos de hemoglobina glicada não são utilizadas. Reticulocitose, hipertrigliceridemia (familiar), esplenectomia, deficiência de vitaminas. O percentual de hemoglobina glicada corresponde ao nível médio de glicemia em jejum. Fatores que podem interferir na análise: Ácido úrico; ácido ascórbico; bilirrubina; triglicerídeos aumentados; ácido acetilsalicílico; fração pré-HbA1c; hemoglobinopatias. Valores falso-diminuídos: Doenças hemolíticas; diminuição da sobrevida das hemácias. Valores falso-aumentados: Anemia ferropriva ou megaloplásica. Estrutura dos corpos cetônicos Tipos de Hemoglobina Glicada Condições que alteram a HbA1c Fatores que interferem na dosagem de HbA1C 13 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Medição dos corpos cetônicos na urina. Acontece muito nos pacientes que fazem cetoacidose diabético (leve, moderada ou grave) ou síndrome hiperosmolar (mais comum em adultos e no DM2). Pacientes com síndrome hiperosmolar não apresentam cetoacidose diabética (mais comum no DM!) É um marcador que a gente não usa muito! Frutosamina é um outro açúcar que pode ser utilizado. Não é comum o uso como screening para diabetes. Fatores que podem interferir na análise: Ácido úrico; ácido ascórbico; bilirrubina; hemoglobina; lipemia. Não há interferência de alimentos, medicamentos e glicemia no momento da coleta. Não há diferença entre os sexos. Valores falso-diminuídos: Perda elevada de albumina, aumento do catabolismo proteico. Diabetes mellitus tipo 1 Imune-mediada – 5-10% . Destruição das células beta do pâncreas. Marcadores imunológicos (85-90%). Em geral, o marcador que mais aparece é o ANTI-GAD. No adulto, a destruição das células beta é lenta, mas na criança, a destruição é muito mais rápida. O endócrino pede a dosagem de peptídeo C que ajuda no diagnóstico de MODY e de LABA. Avaliação da resposta terapêutica, redução da hemoglobina glicada. Comparação entre CAD e EHH Fatores que interf na dosagem de frutosamina 14 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova A síndrome de cushing está associada a uso ou não de corticoide. É resultante de um fenótipo de exposição crônica de concentração elevadas de glicocorticoide (exógeno). E também tem devido a hipercortisolimo endógeno. Essa elevação faz com que tenhamos um aumento considerável dos valores séricos ou urinários de cortisol. Síndrome de cushing endógena há uma perda da regulação do eixo hipófise-hipotálamo-adrenal e também há uma associação da coleta dos exames laboratoriais para o diagnóstico da síndrome de cushing que são coletados à noite. Isso é devido ao ciclo circadiano da produção de cortisol, visto que ele começa a aumentar entre 3 e 4 horas da manhã e entre 8-9h da manhã ele está bem elevado, tanto é que é nesse horário que se pede para fazer a dosagem do cortisol sérico/plasmático. E de acordo com esse ciclo circadiano o cortisol vai caindo em concentração ao longo do dia. Quando é 22-23h o cortisol se encontra baixo e é exatamente nessa situação que faz os exames de laboratórios. A doença de cushing está associada com a produção de ACTH principalmente devido a presença de adenoma hipofisário que é a etiologia mais comum da síndrome de cushing endógena, principalmente em indivíduos acima de 6 anos de idade. Cerca de 70% desses indivíduos podem cursar com síndrome de cushing. A doença de cushing é mais rara do que a síndrome de cushing, visto que esta última pode ser dividida em dependente e independente de ACTH. Causas da síndrome de cushing A prevalência da doença de cushing é muito baixa. É mais em mulheres do que em homens (3:1). E tem uma prevalência de idade entre 20-30 anos, que está associada a tumores adenomas hipofisários são secretores de ACTH, que podem apresentar. Em geral, quando se fala em síndrome de cushing dependente de ACTH o maior representante disso é a doença de cushing (70%) e os independentes, a causa que mais representa é o adenoma adrenal e o carcinoma adrenal. Tumores que produzem ACTH, é chamado de secreção ectópica, uma vez que não está no eixo hipotálamo- hipófise-adrenal. No entanto há elevação de ACTH, decorrente a outra origem que não é vinda do eixo. Os principais representantes são tumores neuro endócrinos de pulmão, que chegam a 48-66% e o carcinoide brônquico e o carcinoma de células pequenas sendo os representantes disso. Logo após vem tumores de pâncreas, principalmente os neuro endócrinos, carcinoma de tireoide, tumores carcinoides do timo, carcinomas medulares da tireoide e feocromocitomas. Sinais e sintomas Obesidade centrípeta, face de lua cheia (face arrendodada), pletora facial (face avermelhada), pele atrófica (pele fina, diminuição da musculatura), depressão, nervosismo, osteoporose ou fratura, irregularidade menstrual, hipertensão arterial, hirsutismo (excesso de pelos), impotência, equimoses (manchas arroxeadas), diminuição da libido (desejo sexual), estrias, diabetes. Alguns fatores estão associados com o amento de cortisol. Síndrome de Cushing 15 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Exercício, atletas, são fatores que estão relacionados ao aumento de cortisol. A própria gestação, no 2-3 trimestre, tem o aumento do cortisol. Apneia do sono, diabetes descompensada... o cortisol elevado que é característica da síndrome de cushing pode estar em situações de aumento de cortisol que não necessariamente esteja associado a síndrome de cushing e por muitas vezes pode ser fisiológico, como por exemplo exercício em um atleta que não tem nenhuma patologia, assim como gestação. Não se deve pensar somente em síndrome de cushing, quando tem um quadro de aumento de cortisol. Existem várias condições associadas há aumento de cortisol que não é a síndrome de cushing. Desde obesidade mórbida, diabetesdescontrolada, paciente estressado, dor pode elevar cortisol.... Algoritmo para diagnóstico Se houver suspeita do aumento do nível de cortisol, baseado na clínica do paciente com os sinais e sintomas expostos previamente, permite pular para a etapa B que é o pedido de alguns exames para a dosagem de cortisol. Se preconiza na literatura, coletar urina de 24h, creatinina e cortisol salivar (feito à noite). Então se obtém inicialmente esses testes supracitados. Depois do passo B, vai para o C. Se a hipótese de cortisol elevado se confirmar na etapa B, agora na C é para obter o nível de ACTH, porque vai separar os indivíduos que tem síndrome de cushing dependentes ou independentes de ACTH. Se o ACTH estiver elevado, faz a solicitação do teste de supressão com baixa dose de dexametasona. Alguns usam alta dose, depende do protocolo, mas tem autores que usam baixa dose com 0,5mg, tem autores que usam 1 ou 2mg. Se houver síndrome de cushing aí lança mão... se não é síndrome de cushing mas está imaginando que há uma produção de ACTH e quer saber se é ectópico, já que tem tumores em pâncreas, tireoide, pulmão, que fazem aumento e ACTH e é por isso que pode lançar mão de exames de imagem. Tem 3 situações para solicitar o exame: 1. Na situação em que se tem síndrome de cushing vai pedir uma TC pensando em protocolo para adrenal. 2. Doença de cushing faz RM para olhar a hipófise. 3. Amostra de vazão no seio petroso inferior ou lança mão de imagem pulmonar (TC, RM, raioX)... De posse disso tudo que foi falado, começa a tratar. Cirurgia? Droga? Exames importantes para a triagem: cortisol noturno, cortisol livre na urina de 24 horas, LDDST (teste de supressão 16 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova com baixa dose de dexametasona). Após fazer esses testes irá avaliar se eles estão normais ou alterados. Se tiver normal exclui a possibilidade de hipercortisolismo. Se tiver alterado, você vai imaginar que o indivíduo está com síndrome de cushing e pede para fazer uma investigação adicional. Nesse algoritmo acima ele divide em alteração de supra renal, de hipófise e ectópica. Quando tem doses de ACTH, na supra renal está diminuído, na hipófise pode estar normal ou aumentado e na ectópica também pode estar normal ou elevado. Lembrar que no tumor que secreta ACTH a concentração de ACTH é muito mais elevada do que no caso de uma alteração na hipófise e na suprarrenal é baixo. Quando estimula o hormônio liberador do ACTH, não tem resposta da supra renal em função daquele eixo hipotalâmico. Se tem alteração de hipófise e estimula com o hormônio liberador (ACTH), vai ter resposta dessa hipófise. E não vai acontecer na ectópica, que está no pulmão, pâncreas... Se usar teste de supressão tanto de alta ou baixa dose de dexametasona (HDDST), isso pra renal é sem supressão porque não está no eixo, e na hipófise tem com supressão. No exame de imagem pode estar alterado TC e RM. Na supra renal vai ver tumores, na hipófise pode estar normal mas pode ter uma hiperplasia polinodular, assim como na ectópica que pode estar normal ou ter uma hiperplasia nodular. Quando faz RM de hipófise, pode ter alteração ou não da hipófise, vai depender da especificidade do exame e a RM é melhor que TC para encontrar inclusive microadenomas. Na SD de Cushing ectópica a hipófise é normal. Se eu estou pensando em ectópica, devo pensar em imagem de abdômen, de tórax... O exame invasivo é o do seio petroso que não é aplicável em muitas situações... Exame laboratoriais Cortisol na urina de 24h (3x) Prova de supressão com dexametasona - 1mg ou 2mg (24h) Cortisol a noite Cortisol salivar a noite Testes de primeira linha para confirmação para aumento de cortisol (hipercotisolismo): Teste de supressão com baixa dose de dexametasona, cortisol salivar, cortisol em urina de 24h.. Qual teste usaria para rastrear um paciente? Lembrando que nenhum teste tem uma acurácia de 100%. No entanto tem testes muito bons para ajudar nos diagnósticos, com sensibilidade e acurácia boa. Atualmente alguns autores na literatura enfatizam a preferência do cortisol salivar a noite, que é aquele que deve ser colhido entre 23h e meia noite, é um teste com duas coletas separadamente.... seria interessante pesando em rastreamento... isso vai variar do serviço hospitalar em que o paciente está, se vai ser SUS, privado, se vai ter disponibilidade... porque embora a literatura indique o melhor teste, a gente vai trabalhar com o que tem, e nem sempre o que está na literatura é encontrado na prática. O cortisol salivar é um teste importante para rastreamento... pode fazer duas coletas nas primeiras 24h ou um dia sim e um dia não, nas 48 horas. E na ausência do teste salivar, o que fazer? A alternativa para fazer o rastreamento que seria o teste da urina, dosagem do cortisol livre na urina de 24h. Esse teste pode dar falso negativo, falso positivo. O paciente pode não acondicionar adequadamente a amostra e isso influenciar no resultado final. Tem se reservado o teste da supressão da dexametasona para casos em que os outros testes não possibilitam o diagnóstico. Se não tem salivar, lança mão da urina. Se não tem o da urina, pode lançar mão do teste de supressão da dexametasona. É isso que alguns autores preconizam. No diagnóstico diferencial da SD de Cushing, tanto dependente quanto independente de ACTH, não esquecer que necessariamente precisa pedir o ACTH. No sus vai encontrar mais disponível a dosagem de cortisol sérico, mas ele sozinho não ajuda. 17 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Hipercortisolismo – D.Cushing e ACTH independente Pensando em cortisol elevado, esse artigo mostra em roxo a doença de cushing, o amarelo é uma patologia que independe de ACTH e em verde é tumor que produz ACTH. Nessa imagem, do lado esquerdo tem a dose de ACTH e do lado direito tem a dose de cortisol. Quando dosa o ACTH nessas 3 condições, olha a diferença do ACTH entre a doença de Cushing e o ectópico produtor de ACTH (tumor pulmonar, tumor de pâncreas), ele vai ter mais ACTH do que um paciente de doença de cushing. Quando dosa o cortisol nas 3 situações, o cortisol está elevado em todas as situações, os valores são muito próximos, então é EXTREMAMENTE importante não só a dosagem de cortisol, mas a dosagem de ACTH também, porque a depender do resultado, pode dizer com mais firmeza se é uma síndrome de Cushing dependente de ACTH ou não. Cortisol sérico Quando o dosa o cortisol sérico noturno tem uma sensibilidade muito boa, mas a especificidade não é alta. Então pode ter vários pacientes com falsos negativos porque o exame não é tão especifico. Cortisol salivar O cortisol salivar é o teste mais indicado na literatura para teste de triagem. A sensibilidade é alta mas há discrepância na especificidade entre esses dois estudos. O verde é o de urina com ponto de corte 220nmol/24h em amarelo é urina com ponto de corte 330nmol/24h e roxo é o CSeN que corresponde ao cortisol sérico noturno e o em azul é o cortisol salivar, com seus respectivos pontos de corte. Nesse estudo dá para analisar a sensibilidade e especificidade entre os exames. Lembrar da sensibilidade e especificidade dos exames porque influencia sobretudo nos testes falsos negativos que iremos pegar. Sempre associar com a clínica do paciente, mesmo que o paciente tenha um teste negativo. Se o paciente tiver uma clínica MUITO importante, repita o exame daqui a 2 dias, mas repita!!! Teste de supressão com dexametasona • Dexametasona 1mg VO às 23hs (crianças: 15 mcg/Kg) • Dosagem do cortisol plasmático na manhã seguinte às 8hs. • Cortisol plasmático <1,8 mcg/dl – Excluída SC.• Cortisol salivar < 1ng/ml (pós-supressão) 18 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova É um dos principais métodos de rastreio e avaliação da perda do feedback do eixo do hipotálamo-hipófise- adrenal. Então esse teste consiste em “desafiar” o paciente com o dexametasona, e depende do protocolo que há no hospital, pode usar 1mg VO e para criança a dose é recomendada com base no peso. Então o paciente toma a dexametasona VO às 23h e na manhã seguinte onde tem o maior pico de cortisol, vai dosar esse cortisol plasmático para ver se está tento supressão. Avalia se há perda do feedback negativo do cortisol no eixo. Valores acima de 1,8 mcg/dL é considerado anormal e a sensibilidade nessas situações é de 95% e a especificidade é de 80% do teste. Abaixo de 1,8 exclui SC. Existem resultados falso negativos e falso positivos nesses pacientes!!! Lembrar dos pseudocushing!! Exame de cortisol livre urinário • Urina de 24hs - 3 a 4 coletas • Até 100 mcg/24h (adultos) - HPLC • Crianças < 7,5 mcg/m ao quadrado/24h À medida do cortisol livre da amostra de urina reflete o cortisol que o indivíduo tem elevado e não é influenciado por uma proteína que se liga aquele cortisol plasmático (globulina ligadora de cortisol), por isso que é interessante o uso do cortisol urinário. Ele é feito em 24h, usa mais de uma amostra porque tem a flutuação de cortisol... fornece uma medida integrada da dosagem de cortisol durante o dia. A dosagem de cortisol livre é melhor, é superior a dosagem do cortisol total, porque no total é dosagem do cortisol livre + cortisol ligado a essa proteína que se liga. E a vantagem desse exame é que esse exame não sofre influência dessa proteína. Pacientes com clearence baixo, abaixo de 60, porque se o paciente tiver insuficiência renal, irá influenciar nos resultados do teste. Alguns autores falam que há uma limitação do teste naqueles pacientes com insuficiência renal crônica. Quanto mais vezes se repete o teste melhora a sensibilidade do teste e foge mais da possibilidade de ter falso negativo. Exame de cortisol salivar • Saliva - 2 amostras, pelo menos • Falta de padronização: achado de cortisol salivar, acima de 2x o limite superior do teste de referência, o método do exame de cortisol salivar é então tido como positivo. • Valores de referência do laboratório - Sensibilidade 100% e especificidade 95% • Coletar entre 23-24 hrs • Não escovar os dentes antes • Não fumar no dia da coleta Se relaciona bem com o cortisol plasmático. Não há influência da quantidade salivar em relação a influenciar o resultado do teste. Antes de realizar esse exame deve avaliar a cavidade oral para constatar se não tem herpes, candidíase ou qualquer coisa que possa influenciar no resultado do teste. Teste CRH com dose baixa de dexametasona • “GOLD STANDARD” no diagnóstico entre síndrome de cushing e pseudocushing • Consiste na administração de 0,5mg de DMS 6/6h por 48h acrescido da administração de 100mcg de CRH. O cortisol é dosado 15min após a administração do CRH • Cortisol plasmático > 1,4 mcg/dL = síndrome de cushing • Sensibilidade de 98-100% e especificidade de 96-100%. Nesse teste utiliza o hormônio que libera o ACTH (CRH), e ainda usa dexametasona para testar se o feedback negativo do eixo está funcionando. Dosagem do ACTH plasmático Cuidados na coleta; fazer 2 dosagens Método: IRMA (10 a 60 pg/ml) Se está associado ao ACTH, ou seja, ACTH dependente, vai pensar no eixo hipotalâmico. Se for ACTH independente, pode suspeitar de adrenal, suprarrenal... isso ajuda a seguir um caminho nos algoritmos para diagnóstico. • Deve ser realizada simultaneamente a dosagem de cortisol sérico que deverá estar elevado para interpretar os dados do ACTH. Valor de referência: 10 a 60 pg/mL. 19 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova • Interpretações: - Valores extremamente elevados em casos ectópicos - Tumores adrenais - níveis baixos - Alterações hipofisárias - levemente elevado Essa tabela contém drogas que aceleram o metabolismo da dexametasona, todas por inibição da mesma enzima porque todas essas drogas passam pela mesma via de metabolização hepática. Sempre solicitar a lista de medicamentos do paciente. Essa tabela mostra o que falseia os exames. Lembrar que na dosagem urinária, aqueles indivíduos que tem insuficiência renal, pode dar resultado falso positivo ou negativo. Aqueles pacientes com relação a coleta, pode influenciar no resultado também. Pacientes com quadro de diurese elevada, pode falsear o exame... Então evidentemente tem que estar em alerta se o paciente tem insuficiência renal, se tem aumento de fluido importante... No exame da dexametasona, várias coisas podem falsear, como foi visto, certas drogas interagem com a dexa... lembrar dos anticonceptivos que podem falsear também, porque a dosagem elevada de estrógeno pode influenciar na dosagem do cortisol sérico. Saber quadro da página anterior! IMPORTANTE! Quadro dos exames e suas respectivas sensibilidades e especificidades e os valores que apresentam alterações... todos esses valores de corte, se acima, é porque está anormal!!! Parte azul – Diagnósticos diferenciais. Explicação da parte em azul: o objetivo é saber se é dependente ou independente de ACTH. Se tiver maior que 15pg/ml ou abaixo de 5pg/ml, nesse artigo, foi considerado que acima de 15 como dependente e abaixo de 5 como independente de ACTH. Também é importante ver o exame de imagem... no dependente de ACTH o exame de imagem é importante porque tem que saber a origem, se tem alteração na hipófise, então pede uma RM. Se independe de ACTH, pensa em adrenal, pede uma TC. Por outro lado, também, tem os pacientes ectópicos, tem que pensar na TC e RM de tórax e de abdômen nesses pacientes, porque depende dos sítios, e no caso dos ectópicos, os principais sítios são pulmão, tireóide e pâncreas. Tem autores que dizem que cushing dependente de ACTH, não necessariamente se lançaria mão de imagens de tomografia. Não é requerido a TC, mas os achados tomográficos são mais sensíveis para os casos de Síndrome de Cushing que depende de ACTH?. Normalmente pede RM nos pacientes de Síndrome de Cushing dependente de ACTH. Nos pacientes independentes a sensibilidade é maior com a TC. A tomografia é mais sensível nos achados de tumores adrenais do que hipofisários. Na própria TC pode diferenciar adenoma de hiperplasia. Quando há alteração nodular e essa supra renal tem um aumento e esse aumento é bilateral, ou seja, das duas supra renais, e há nódulo, isso é sugestivo no exame de tomografia, de ser uma hiperplasia. Quando tem nódulo, mas tem uma atrofia em uma das suprarrenais, tem uma imagem sugestiva de adenoma. Quando fala de RM sempre pensar em hipófise!!!! E é possível ver bem porque a sensibilidade é muito boa, ao contrário da TC. A desvantagem é porque é difícil, é caro, geralmente os serviços só tem TC... 20 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova As patologias irão compor os critérios de risco para o diagnóstico de síndrome metabólica. Os critérios preconizados por vários órgãos inseriram alguns critérios laboratoriais interessantes. OBJETIVO: Mostrar os porquês solicitar os exames dentro desses critérios. Sempre quando se fala em síndrome metabólica é importante lembrar desse contexto da foto. Na suspeita de um diagnóstico de SM deve-se analisar no exame físico se o paciente tem uma obesidade visceral importante, lembrando que a circunferência abdominal irá apresentar em um contexto clínico essencial no diagnóstico de SM. Então essa quantidade de gordura visceral além de acometer as paredesda cavidade abdominal também estará presente em órgãos. Não há dúvidas que quando há uma deposição de gordura na cavidade abdominal ela contribui para diversas alterações metabólicas essenciais, até mesmo de função de determinados órgãos. Isso trás um alerta, a depender do paciente, se há necessidade de algum exame de imagem para avaliação. Ainda no exame físico, percebe-se a tendência desses pacientes ao aumento da pressão arterial, alguns deles cursam com hipertensão e/ou DM. Então, é necessário aferir a PA do paciente e analisá-lo dentro de todos esses critérios. LEMBRAR: pacientes com PAS>=120 já é para “ficar de olho” (alguns já consideram como pré-hipertensos), sendo abaixo de PAS<120 normotenso. O perfil lipídico ou lipidograma é outra forma de investigação de um paciente com suspeita de SM. O paciente com uma obesidade visceral provavelmente tem uma ingestão elevada de calorias e vai refletir na questão metabólica. Quando se pede o perfil lipídico desses pacientes, muitos deles estão com as taxas alteradas. E os pacientes com SM tem o HDL (protetor cardiovascular) bem abaixo de 40, referente aos pacientes que não possuem SM. Aqui já temos um contexto importante em cima de SM, que são os critérios laboratoriais. Critério diagnóstico de SM Quando falamos em critérios, no caso da SM está demonstrado 3 Organizações Internacionais importantes. O primeiro é o que a gente segue mais. O que é mais importante, independente de critérios, são: • Obesidade central • Glicemia em jejum • Pressão Arterial • Concentração de triglicerídeos em jejum • HDL em baixa concentração Todos esses 5 critérios, independentes das Associações médicas, estão dentro dos critérios que fecham o diagnóstico de SM. A obesidade central pode ser averiguada pela medida da circunferência. Pelos critérios do NCEP ATPIII (Glicose acima de 100 já se considera uma alteração diagnóstica). Deve-se também observar e não excluir o diagnóstico de SM em pacientes que não têm uma quantidade considerável de gordura abdominal que indique obesidade. Muitas vezes os exames laboratoriais estão alterados. O perfil lipídico deve ser sempre pedido, precisa prestar atenção a uma possível dislipidemia. Se um paciente apresentar 4 dos 5 critérios não afasta a possibilidade de o paciente ter SM. A clínica do paciente varia. O gráfico mostra a prevalência de SM nos EUA - Critérios ATPIII. Quando você analisa a prevalência de SM de acordo com os critérios, a incidência ao aumento da idade vai aumentando. Mas os hábitos de vida (atividade física e dieta) influenciam. Síndrome Metabólica 21 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova OBS: pedir dosagem de insulina não é critério, pode-se apenas glicemia em jejum. Os pacientes com sobrepeso e obesidade são inflamados, tem muita interleucina e marcadores inflamatórios. Dois marcadores muito importantes são (cortou o áudio). Nesse contexto dará origem a SM e reflete clinicamente pelo aumento da circunferência, aumento de triglicérides, baixa de HDL, aumento da PA e aumento da glicemia em jejum. São eles os marcadores laboratoriais importantes na SM. Um paciente nessas condições leva a vários quadros como DM, HAS e doenças cardiovasculares importantes. Haja vista que esses pacientes com essa obesidade podem está fazendo placa de ateroma em vários lugares, principalmente em grandes vasos, ou em pequenos. Esse paciente também pode ter importantes lesões cardíacas e evoluir para quadros graves. Então é essencial pensar nesse contexto fisiopatológico em solicitar alguns exames. Resistência à insulina A resistência a insulina não dá conta e essa insulina se eleva e faz hiperglicemia e hipertensão. Olha a correlação de hiperglicemia e HAS fazendo dislipidemia. Nunca esquecer da transformação do ác. Graxo em açúcar e glicose, e esta glicose pode ir para vários locais e contribuir para alterações orgânicas importantes. Então vejam que independente da dieta ou de (cortou o áudio) podem contribuir para o aparecimento desse quadro. Por outro lado aparecem dois marcadores associados a resistência a insulina que seriam a proteinúria e a hiperuricemia. E são aspectos a serem tratados em um paciente de SM com essas alterações e pensar que ao paciente apresentar proteinúria deve-se pesar em outros aspectos e ver se existe alterações renais nesse paciente. A proteinúria é vista pelo Sumário de urina. E quando aparece no resultado uma proteinúria (a partir de 1+) pode pedi uma proteína 24hs para verificar se esse paciente está fazendo uma síndrome nefrótica, pois ele pode ter uma alteração renal importante aqui em função da SM. Temos que pensar no paciente no contexto clínico que ele tem e ver quais exames serão solicitados e as consultas são de acordo com os resultados. Nessa imagem deve-se chamar atenção desse quadro amarelo, que mostra uma vez que se tem uma dislipidemia importante, reflete em doenças ateroscleróticas e isso irá levar a uma: hipertrofia concêntrica pelo depósito de ateromas —> diminuição da luz do vaso —> consequentemente diminuição do fluxo —> Quadro de isquemia com disfunção cardíaca importante —> causar um IAM. Trazendo isso para um paciente com dislipidemia e todas as alterações que são encontradas no exame físico (ausculta e alterações cardíacas), o tempo é um fator importante representando essas alterações. Nesse contexto se encaixaria o eletro e o eco poderia se encaixar nesse contexto a depender do paciente. Eletro: pode apresentar uma fibrilação atrial decorrente disso (depósito de ateroma) Eco: alterações estruturais (ICC). Tudo isso depende de como é a anamnese, exame físico e evolução do paciente, dentro de um contexto de SM se ele apresentar outros elementos clínicos que chamem atenção evidentemente que será necessário lançar mão de exames como eletro e eco. 22 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Muitas vezes o paciente pode se queixar de cansaço, e ele apresenta um quadro de sobrepeso deve ser investigado. Deve sempre seguir a clínica do paciente. OBS: sempre levar em consideração as queixas do paciente, a clinica o qual está inserido e sempre pensar fora da caixa. Sujeito saudável X sujeito com resistência a insulina: o paciente com resistência não faz vasodilatação, e ela é importante para manter a PA dentro dos valores de normalidade. Então paciente com aumento de insulina geralmente não faz vasodilatação —> aumento de sistema renina- angiotensina —> aumento da PA —> reflete em um quadro de HAS. Essa é ligação importante entre resistência a insulina, hiperglicemia em jejum e o quadro hipertensivo (visto no exame físico). É sempre importante em um paciente hipertenso avaliar o risco para DM e vice versa. Pois, as correlações entre esses pacientes de desenvolver uma ou outra é grande. O gráfico mostra um trabalho sobre SM e doença renal, publicada em uma revista americana. O que é interessante dele a é se você olhar o Y que é a prevalência e olhar embaixo que são as qualidades de fatores de risco apresentados pelos pacientes com relação a SM. Em azul que seria a doença renal, sendo os fatores de risco a microalbuminúria e proteinúria. Quando mais critérios você fecha para SM esses pacientes tendem a desenvolver doenças renais e maior prevalência de ter proteinúria. Saber a relação fisiológica é importante para solicitar os exames. Em pacientes com suspeita de doenças renais deve-se pedir USG de vias urinárias, função renal e sumário de urina (proteinúria). Na imagem mostra outro elemento importante que é o Ác. Úrico. Ele pode estar presente em várias vias metabólicas importantes, e ele pode alterar a PA do paciente atuando sobre o sistema Renina-Angiotensina.O ác. Úrico juntamente com a alteração de outros fatores refletem na PA. Outra via que ele atua é na gliconeogênese e faz alteração na insulina e o paciente pode ter DM. Da mesma forma ele também atua sobre o aumento dos ác. Graxos e triglicérides, mostrado no lipidograma, geralmente esse quando está associado a obesidade. Literatura mostra que o ác. Úrico tem uma correlação com obesidade, DM e aumento de PA, portanto, tudo isto se encontra dentro dos critérios de SM. OBS: Em casos de gota, algumas neoplasia (linfoma) e pacientes fazendo quimioterapia podem alterar o ác. úrico. A tabela é somente para lembrar que quando falamos de dislipidemia lembra de: • - Triglicérides alto • - LDL baixo • - Colesterol total alto • - HDL baixo O que é interessante desses pacientes é que o conjunto disso é a dislipidemia que representam riscos para doenças cardiovasculares. 23 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Se eu tenho resistência a insulina, evidentemente terá um aumento de glicose nesse paciente. A captação de energia será armazenada nos adipócitos, quando esse paciente precisa suprir a glicose ele lança mão de ác. Graxos e se transforma em glicose. Esse quadro mostra uma resistência a insulina e evidentemente aumento de glicose no paciente, eu vou ter que ter uma habilitação para esse paciente sobreviver, pois, ele precisa de energia. Se o paciente tem uma SM e tem um aumento de adipócito, para suprir a glicose ele vai ter que lançar mão de ác. Graxos e transformar em glicose, sendo liberada pelo fígado, devido a resistência a insulina. Essa glicose vai para o cérebro e existe várias outras patologias que podem ser visualizadas em outros órgãos em função disso aí. O paciente com obesidade também pode fazer hiperglicemia, analisada pela glicemia em jejum ou pelo marcador da Hb1, devido ao tecido adiposo que se transforma em glicose, sendo resultado da resistência a insulina hepática desse paciente. Adiposidade abdominal e risco de diabetes Existe relação entre risco de diabetes e circunferência abdominal? Sim! Não há dúvida nenhuma que o risco de diabetes aumenta quanto maior for a circunferência abdominal. Mas todo paciente com aumento da circunferência abdominal vai ser diabético? Não necessariamente, mas obviamente existe um risco maior. Adiposidade abdominal com risco de CVD Risco relativo importante para doença cardiovascular em pessoas com circunferência abdominal elevada. Vai pedir exames relativos a essa condição cardiovascular do paciente. É possível pedir um teste ergométrico para ver como esta a função cardiovascular, ou um eletro pra ver se tem uma hipertrofia... Se o paciente tem ganho de peso, circunferência abdominal aumentada, claro que ele tem um depósito de gordura em alguns órgãos. Esse paciente pode ter uma esteatose hepática. Será que vale a pena pedir TGO e TGP para esses pacientes? Será que vale a pena também um USG do fígado, já que o paciente é obeso e ganhou peso... às vezes o paciente diz que tem uma dor abdominal, pode estar associada com colelitíase... o paciente tem uma doença gordurosa não alcoólica em função disso. Lembrar que essa quantidade de gordura vai para algum lugar, vai se depositar em órgãos, nos vasos.... nos vasos implica diretamente nas condições cardiovasculares, fazendo ateromas. O paciente tem resistência a insulina, então pede de exame glicemia em jejum, perfil lipídico e o paciente tem HAS e é obeso, isso leva a uma associação com síndrome metabólica. Sempre pensar no paciente como um todo, associando a história que foi colhida + sinais clínicos. História natural da progressão Numa SM evidentemente deve fazer um screaning para diabetes, pedindo glicemia em jejum, pedir precocemente porque acompanha o paciente do início, ainda sem alteração orgânica importante... 24 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Complicações microvasculares Para acontecer alteração orgânica importante demora, porque leva tempo para as células normais do nosso corpo perderem a função. E quando perde a função (no pâncreas, por ex) vai ter uma resistência à insulina que corrobora com o aumento da glicose sérica, que vai ser relevada no exame de glicemia de jejum ou hemoglobina glicada. Quando chega nessa situação de comprometimento orgânico, com lesão micro e macrovasculares importantes, ou então às vezes o paciente está com o diagnóstico porém a conduta médica não fez uma boa estratificação, às vezes não trocou drogas ou doses de medicamentos... porque o paciente continua com os exames periódicos de glicemia ou de hemoglobina glicada e mesmo assim continua apresentando alterações nos níveis glicêmicos, podendo apresentar alterações no olho, no rim, no SN, que reflete no exame físico... Se tiver acometimento ocular pode ter retinopatia e tem muitos casos que chegam a cegueira... Pode ter uma doença renal importante também, uma nefropatia... devido a proteinúria, pedir um sumário de urina!! Em relação ao acometimento dos nervos, o paciente pode fazer neuropatia periférica... com o exame neurológico adequado da para fechar diagnóstico de neuropatia periférica. Risco relativos da hiperglicemia Se não fizer adequadamente o tratamento, se a hemoglobina glicada do paciente continuar mantendo-se elevada, o paciente tem um risco relativo enorme de ter neuropatia. Não conseguir baixar a hemoglobina glicada tem um risco enorme de desenvolver as complicações da hiperglicemia e ficar com sequelas. Exames laboratoriais Importante: perfil lipídico... para pacientes que tem hiperglicemia em jejum, em alguns casos é para pedir o Teste de tolerância a glicose, sobretudo naqueles pacientes que tem “pré diabetes” e preconizar mudança do estilo de vida ao paciente. É importante checar a pressão arterial. Pensar em um paciente renal e pedir microalbuminúria, ureia e creatinina, é importante olhar como está o rim do paciente! Será que é importante a proteína c reativa nesse contexto? Lembrar que os pacientes em síndrome metabólica são muito inflamados, tanto é que há muitas citocinas inflamatória nesses pacientes. Laboratorialmente a glicose deve ser solicitada... a hemoglobina glicada, nos guidelines atuais ela é tida como importante. Antes, para fechar diagnóstico só solicitava glicemia em jejum e glicemia pós prandial. Lembrar que perfil lipídico (lipidograma) é importante, aumento do triglicérides pode refletir nas doenças cardiovasculares... 25 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova O autor desse artigo usa os critérios que a grande maioria utiliza... critério diagnóstico para síndrome metabólica: Aumento de triglicéride maior ou igual a 150. Aumento da circunferência abdominal maior ou igual a 102 para homens e 88 para mulheres. Pressão sistólica maior ou igual a 130 e diastólica maior ou igual a 85. HDL menor ou igual a 50. Glicemia de jejum maior ou igual a 110, mas, hoje no brasil, acima de 100 já está alterado. Gráfico: paciente com síndrome metabólica X sem síndrome metabólica. Não levando em consideração a glicose, mas olhando para o perfil lipídico do paciente, está elevado o triglicérides, tá elevado o colesterol, elevado o LDL e baixo o HDL... por isso é importante a solicitação do perfil lipídico. E a glicemia é de extrema importância pedir também. Nesse trabalho mediu os índices de massa corpórea versus vários marcadores, como glicose, triglicerídeos, colesterol e LDL. Então foi constatado que pacientes com IMC alto teve todos os marcadores elevados. Nessa parte do trabalho avaliou a circunferência abdominal versus os mesmos marcadores e foi constatadoque que também ha uma relação direta entre circunferência abdominal elevada com os marcadores alterados. Ácido úrico como fator de risco cardiovascular Tem artigos que dizem que o ácido úrico está relacionado com fator de risco cardiovascular. O ácido úrico nesses pacientes geralmente está elevado devido a dieta rica em purina, as carnes são fonte de purina... pacientes que tem a clínica de gota ou fatores genéticos importantes. Mas o que é importante do ácido úrico elevado é que ele pode alterar o rim, pode ter uma enfermidade microvascular e pode alterar endotélio vascular, fazendo ocorrer uma inflamação do vaso, tudo devido ao aumento do ácido úrico. Consequentemente vai interferir na pressão arterial que pode ser precoce, quando é induzida pelo aumento do ácido úrico... mas pode ter mais tarde o 26 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova aumento dos níveis pressóricos também, e alguns chamam isso de pressão arterial sensível ao sal dependente do rim. Aqui o artigo mostra que há relação entre aumento de acido úrico e hipertensão arterial. Níveis elevados prediz desenvolvimento de HAS!!! 25-60% dos pacientes com HAS não tratada pode ter elevação do acido úrico. 90% dos adolescentes com HAS essencial, de começo recente, pode estar relacionada com o aumento do ácido úrico. Causas de hiperuricemia podem ser por produção excessiva ou por diminuição da excreção. (prestar atenção nessa imagem anterior!!) Sempre lembrar de perguntar sobre os fármacos!!! A proteína C reativa está associada a um processo inflamatório... e ela acaba contribuindo também para a resistência a insulina, levando a síndrome metabólica. Ela também altera o sistema renina angiotensina aldosterona, com diminuição do processo de vasodilatação e o paciente pode ter um quadro de hipertensão. Então, aparentemente, a proteína c reativa contribui para o quadro de síndrome metabólica. Nesse artigo foi evidenciado um aumento significativo da associação da dose elevada de PCR sérica devido a obesidade. 27 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Outro artigo evidenciando que a PCR está relacionada a síndrome metabólica. Outro artigo que ele trouxe mostrando que há relação entre PCR e síndrome metabólica. RESUMINDO: Tem 300.000 artigos mostrando a mesma coisa Qual a relação de síndrome metabólica e doença renal? Nessa imagem, o de cima tem a prevalência e o risco de síndrome metabólica associado a doença renal crônica. E o de baixo está associado a proteinúria. Conforme vai aumentando a quantidade de risco para síndrome metabólica, a prevalência aumenta junto. Não ha dúvida que o paciente com maiores determinantes para síndrome metabólica, tem um risco maior de desenvolve-la. A prevalência fica alta. Síndrome metabólica versus proteína (o de baixo): quanto mais tem fatores de risco para síndrome metabólica, pode ter mais critério para alteração de proteína. Então, nesse contexto, valeria a pena pedir ureia e creatinina? Evidências científicas apontam que síndrome metabólica pode ter alteração na DRC e proteinúria!!!! 28 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Hipertensão secundária Coisas clássicas de síndrome adrenérgica: quadro rico de sintomas bem diferenciados – tremores, ansiedade, palpitação, taquicardia, sudorese. • C → Síndrome de Cushing • H → Hiperaldosteronismo • A → Coarctação da aorta • P → Feocromocitoma • S → Estenose da artéria renal Aula de hoje: Hiperaldosteronismo, estenose renal (hipertensão renovascular) e feocromocitoma. Tem inúmeras outras patologias que podem ser estudadas. Outras Patologias Relação com vários sistemas: Neurológico, cardiovascular, endócrino... ➢ Algumas patologias vão aumentar a pressão intracraniana (hipertensão neurogênica). ➢ Aumento do DC faz hipertensão. ➢ Nas doenças endócrinas (feocromocitoma, hipo e hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, doença de Cushing) é muito comum o aumento da pressão arterial. ➢ Hipertensão renal (doenças císticas renais, estenose das artérias renais – ateroma). ➢ Toxologia: cocaína, esteroide anabolizante (pode levar também a câncer hepático, câncer de pâncreas), contraceptivos, anti-inflamatórios (abre muitos casos de úlceras pépticas), álcool, anfetamina, medicamentos (nunca esquecer de perguntar). As patologias de base aumentam a pressão arterial, muitas vezes sendo transitória e pode ser reduzida com medicamentos ou cirurgia. Causas mais comuns • Há uma grande variação das patologias conforme a idade (Ex. crianças, adolescentes, adulto jovem). • Uma pessoa de 40-45 anos é considerada adulto jovem. Na fase adulta existem doenças que levam a hipertensão secundária que necessariamente não estariam presentes em crianças. Ex: Eu vou encontrar o feocromocitoma só em pacientes adultos jovens? Não! Mas a prevalência é muito maior em adulto jovem. Existe a possibilidade de ter crianças e adolescentes com feocromocitoma. Quando se pensa na epidemiologia fica mais fácil pensar no diagnóstico! As patologias são frequentes em uma idade, não frequentes em outra. Ajuda nos diagnósticos e nos exames a serem solicitados. • Criança (até 11 anos) → Doença renal parenquimatosa, coarctação da aorta. • Adulto jovem (40-64anos)→ Hiperaldosteronismo, disfunção da tireoide, apneia obstrutiva, síndrome de Cushing, feocromocitoma. Achados que sugerem Hipertensão Arterial Secundária A história e os achados clínicos são importantes na suspeita. A gente sempre coloca a suspeita diagnóstica. Ex: quando você desconfia que o paciente tem uma doença renovascular, claro que o paciente vai trazer alguns comemorativos (sinais e sintomas) importantes que podem fazer a gente pensar na doença como uma das hipóteses. Quando se pensa na hipótese, a gente vai direcionar os exames (laboratoriais, imagem) que necessitam fazer. Diagnóstico de Síndromes Adrenérgicas 29 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova • Sopro sistólico, edema pulmonar, alterações da função renal → Pensar em doença renovascular. Fazer hemograma, sumário de urina, ureia e creatinina. Angiografia por ressonância magnética ou tomografia computadorizada, Ultrassom com doppler (análise dos vasos, artérias), renograma, arteriografia renal. • Pacientes obesos (principalmente mórbidos), ronco, dificuldade pra dormir, acorda com falta de ar, sonolência diurna → Apneia obstrutiva. Polissonografia. • Hipertensão resistente ao tratamento → Hiperaldosteronismo primário. Relação aldosterona/renina. • Hipertensão com hipopotassemia. • Hipertensão com nódulo adrenal. • Sódio plasmático normal alto, hipopotassemia → Aldosteronismo. Relação aldosterona/renina, tomografia de adrenais • Insuficiência renal, doença cardiovascular aterosclerótica, edema, uréia elevada, creatinina elevada, proteinúria/hematúria → Doença renal paraquimatosa – Taxa de filtração glomerular, ultra- sonografia renal. • Uso de simpaticomiméticos, peri-operatório, estresse agudo, taquicardia → Catecolaminas em excesso- Confirmar normotensão em ausência de catecolaminas. • Pulsos em femorais reduzidos ou retardados, raios X de tórax anormal → Coartação da aorta – Doppler ou tomografia computadorizada de aorta. • Ganho de peso, fadiga, fraqueza, hirsutismo, amenorreia, face em “lua cheia, “corcova”dorsal, estriar purpúricas, obesidade central, hipopotassemia → Síndorme de Cushing – Cortisol basal e após teste de supressão com dexametasona. • Uso de medicamentos/substâncias pró-hipertensivas-- → Efeito adverso de medicamento/substância. Eliminar uso de medicamento, se possível. • Ingestão elevada de sal, abusode álcool, obesidade → Efeitos do estilo de vida. Tentar modificação dietética. • Hipertensão paroxística, cefaleias, sudorese, palpitações, taquicardia → Feocromocitoma. Catecolaminas e metabólitos de catecolaminas em sangue e urina. • Fadiga, ganho de peso, perda de cabelo, hipertensão diastólica, fraqueza muscular → Hipotireoidismo. Dosagem de TSH. • Intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, hipertensão sistólica, exoftalmia, tremores, taquicardia → Hipertireoidismo. Dosagem de TSH. • Litíase urinária, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza muscular → Hiperparatireoidismo. Dosagem do cálcio sérico e PTH. • Níveis de PTH. • Cefaleias, fadiga, problemas visuais, aumento de mãos, pés e língua → Acromegalia. Dosagem do hormônio do crescimento. Fármacos e drogas que podem induzir hipertensão . ➢ Existem fármacos que podem induzir hipertensão. ➢ Alguns desses fármacos são: Imunossupressores (ex. usados em doenças hematológicas), anti- inflamatórios, hormônios, antidepressivos Ex. tricíclicos), drogas ilícitas, anticoncepcionais orais, anorexígenos/sacietógenos (Ex. sibutramina). ➢ Quando há a cessação da medicação, muitos pacientes voltam a normalidade da pressão arterial. ➢ Muitos desses medicamentos influenciam nos resultados dos exames laboratoriais. Nunca se deve pensar apenas nas patologias. Deve SEMPRE pedir a lista de medicamento do paciente. 30 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova Exames Complementares Lembrar que existem várias doenças, e que a depender da doença, serão solicitados exames complementares. Diagnóstico- Provas diagnósticas – Opções terapêuticas. • Patologia Renal - Filtrado glomerular, sistemático e sedimento urinário, ecografia abdominal - Tratamento da enfermidade primária. • HTA renovascular – Ecografia Doppler das artérias renais (analisar a vasculatura renal), Angio-TC, Angio RMN, Arteriografia das arterais renais - Tratamento médico, angioplastia transluminal percutânea, Angioplastia transluminal percutânea + stent, cirurgia de Bypass. • Hiperaldosteronismo primário – Aldosterona/ atividade de renina plasmática, teste de supressão, tomada seletiva de aldosterona nas veias suprarrenais, TC suprarrenal. Antagonista de aldosterona - suprarrenalectomomia • Hipercortisolismo- ritmo de cortisol, cortisol de urina de 24 hrs, cortisol na saliva, TC suprarrenal, TC hipófise - Tratamento da enfermidade primária • Feocromocitoma – Metanefrinas na urina e no plasma, RC/RMN abdominal, Gamagrafia com 123- metaidobencilguanidina - Suprarrenalectomia. • Alterações tireoides – T4 e TSH - Tratamento da enfermidade primária. • Hiperparatireoidismo primário - Cálcio, fosforo e vitamina D estão conectados com a produção e feedback do PTH. Exames de imagem também podem ser solicitados, como: ecografia de glândulas paratireoides. A depender do quadro da doença citada, podemos fazer o tratamento medicamentoso ou cirúrgica - Tratamento da enfermidade primária. • Síndrome da apneia obstrutiva do sono – Escala de Epworth, questionário de Berlin, polissonografia - Medidas gerais, evolução de ORL • Coarctação da aorta – Ecocardiograma, angio-TC aórtica - Angioplastia e cirurgia. • Acromegalia. IGF-1, sobrecarga de glucose com níveis de GH, RNM de hipófise - Resseção do tumor. Hiperaldosteronismo primário Pensar no sistema Renina-angiotensina-aldosterona. Renina → Angiotensinogênio → Angiotensina I → Angiotensina II → Aldosterona. Citou que o Covid-19 se liga ao receptor da enzima conversora da angiotensina II, por isso ele tem uma predileção pelo pulmão e órgãos gastrointestinais. Tem também receptor ocular, na conjuntiva, podendo fazer conjuntivite. Quando temos uma diminuição da pressão arterial, o sistema justaglomerular é sinalizado e há uma liberação de renina pelo glomérulo. Essa renina vai converter o 31 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova angiotensinogênio (fígado) para angiotensina I, a ECA converte-a para angiotensina II. A angiotensina II atua junto com K e ACTH na zona glomerulosa, que fica na suprarrenal, para liberação da aldosterona. A aldosterona age no néfron, fazendo com que excrete K e retenção de sódio e água, aumentando a pressão arterial e volume sanguíneo. Há produção de aldosterona independente do SRRA e não suprimida pelo excesso de sódio circulante. O aumento da aldosterona leva à espoliação de potássio (K) em troca da maior absorção do sódio (Na). No hiperaldosteronismo primário, temos o aumento do sódio, diminuição da renina, aumento da aldosterona (retém/reabsorve o sódio e excreta K). Importante fazer a dosagem de eletrólitos por causa da excreção desse potássio (hipocalemia). Importante dosar a renina e aldosterona (triagem para diagnóstico). Fisiopatologia Pela hipersecreção temos o aumento da aldosterona, causando a hiperaldosteronismo primário (síndrome de Conn’s) ou doenças que causam o hiperaldosteronismo secundário (doença de base). ➢ Hipersecreção de cortisol → síndrome de Cushing. ➢ Hipersecreção de DHEA → Síndrome adrenogenital. O hiperaldosteronismo primário pode acontecer de várias formas. 1. Adenoma adrenal (síndrome de conn’s) 2. Hiperplasia adrenal (mais ou menos 70%) – mais comum e é normalmente bilateral. 3. Outros (<1%) – relação familiar e carcinoma adrenal. 6% dos pacientes com hipertensão possui a patologia hiperaldosteronismo primário. Causas do hiperaldosteronismo Causas mais comuns: Adenoma adrenal, hiperplasia adrenal unilateral ou bilateral. Causas mais raras: Familiares, genéticos, adenocarcinoma adrenocortical (1%) Paciente com chance de ter: 1. PA>150/100 (3 medidas em dias diferentes) 2. Não responde anti-hipertensivos. Pressão não controlada apesar de usa r2,3 medicamentos. 32 Beatriz Machado de Almeida Exames Complementares – Resumo da prova 3. Hipocalemia 4. Tumor de adrenal (pode ser encontrada de forma incidental - INCIDENTALOMA) Medicamentos que influenciam nos níveis de aldosterona ➢ Medicamentos influenciam o nível de aldosterona: anti-inflamatório, diuréticos (depende do tipo), IECA, BCC. Importante checar o medicamento que o paciente está em uso. ➢ Medicamento que não influenciam: Hidralazina (anti- hipertensivo), verapamil. Características clínicas Características: Idade sexo, tensão arterial, calemia, achados de imagem. A depender disso, você vai separar o que é o quê. Adenoma produtor de aldosterona é mais frequente em mulheres do que em homens. Hiperplasia adrenal é mais frequente em homens. Na Hiperplasia adrenal, o nível de potássio é mais baixo do que no adenoma produtor de aldosterona, e quando comparado com o câncer (carcinoma adrenal) os níveis são similares. Achados de imagem. Na hiperplasia adrenal temos as adrenais normais ou aumentadas de tamanho/volume bilateralmente. No carcinoma adrenal temos tumor grande > 4cm. O uso de contraste ajuda a separar o que é tumor do que não é. Pacientes hipertensos suspeitos para hiperaldosteronismo primário (HAP) Pacientes com suspeita de HAP é dividido em 2 grandes grupos em relação aos exames: Primeiro é preciso fazer o teste de rastreamento para depois fazer o teste confirmatório. Teste de rastreamento → Relação aldosterona/atividade plasmática da renina (É o mais importante, preconizado nas literaturas). Maior sensibilidade de rastreamento. É preferível, deve ser colhido pela manhã e sem uso de medicamentos que afetam o eixo da renina. Se não puder suspender as medicações, existe uma coisa que pode ser feita: Se a relação estiver alta, mesmo na vigência de medicamentos (ex. anti-hipertensivos) pode acontecer que esses pacientes tenham diminuição da aldosterona (EX.IECA,
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