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Resumo da matéria
Psicologia Construtivista
Édy Carlos Monteiro
Pedagogia - UNIP
� Iniciemos apresentando como a Filosofia
trata a questão do conhecimento.
� Com base na pergunta: “como o homem
chega ao conhecimento?”, os filósofos (nesse
caso, conhecidos como epistemólogos)
partem de três explicações ou perspectivas
distintas.
� São elas: inatismo, empirismo e
interacionismo.
Noção de inteligência
� Em linhas gerais, segundo o Inatismo, a inteligência
é vista principalmente como resultante de nossa
carga genética e hereditária.
� Ou seja, como um dom, como algo que já estaria
predeterminado biologicamente quando nascemos.
� A inteligência, então, iria se manifestar à medida que
o sujeito crescesse, com base nos processos de
maturação orgânica, de modo que as influências do
meio seriam minimamente relevantes.
� Numa representação gráfica da relação entre o
sujeito do conhecimento e o objeto desse
conhecimento, seria: S → O, o que indica que o
conhecimento preexiste no sujeito e se manifesta
externamente.
Inatismo
� Já de acordo com o Empirismo, contrário à
concepção inatista, o foco recai especificamente
sobre as experiências e influências do ambiente em
relação aos sujeitos.
� Ou seja, nesse caso, os indivíduos nasceriam como
uma tábula rasa, como uma folha de papel em
branco, e sua inteligência seria resultante das
estimulações recebidas e das aprendizagens
realizadas no meio em que ele viver.
� Esse tipo de determinismo é conhecido positivismo
lógico e favoreceu o desenvolvimento das ciências.
� Seguindo a proposta de representar graficamente
essa relação, nesse caso, temos: S ← O, entendendo
que o conhecimento existe no meio e será
introjetado pelo sujeito.
Empirismo
� Piaget filia-se à terceira perspectiva – Interacionismo –, que
questiona as duas anteriores.
� Nesse caso, a inteligência é produto das sucessivas e infinitas
construções do sujeito sobre o ambiente, isto é, nem se trata de
uma maturação ou desenvolvimento puros nem de uma
aprendizagem dominante, mas de uma relação interdependente
entre ambos – desenvolvimento e aprendizagem.
� Aqui, tanto os aspectos constitucionais dos sujeitos terão valor
como o ambiente que envolve cada um de nós, mas sempre
tendo em mente que cada sujeito dará sentido às suas
experiências de modo único, construindo sua inteligência, a qual
se mantém num processo dinâmico, aberto e próprio de cada
indivíduo.
� Esquematicamente, temos, portanto, uma seta de mão dupla:
S ↔ O, indicando a constituição recíproca e as constantes trocas
entre os dois elementos.
Interacionismo
� O conhecimento não poderia ser concebido como algo
predeterminado nas estruturas internas do indivíduo, pois
que estas resultam de uma construção efetiva e contínua,
nem nos caracteres preexistentes do objeto, pois estes só
são conhecidos graças à mediação necessária destas
estruturas (PIAGET, 1970,1971, p. 7).
� O caráter dialético de toda relação entre o sujeito e os
objetos que ele busca conhecer: por um lado, suas
manifestações materiais ou mentais o aproximam
naturalmente desses objetos por abordagens sucessivas e
progressivas, mas, por outro lado, cada vez que ele se
aproxima há um recuo parcial do objeto pelo fato de cada
novo ato de conhecimento levantar novos problemas
(PIAGET, 1980,1996, p. 198).
Construtivismo
� Epistemologia genética: área de pesquisa
elaborada por Piaget que estuda o
desenvolvimento do pensamento da criança até
a chegada ao raciocínio adulto (lógico-científico).
� Piaget pretendeu compreender como se
desenvolvem não só os conhecimentos, como
também a capacidade de conhecer.
� A perspectiva genética enfatiza sua visão
processual, atento às origens e à evolução da
inteligência humana, o que difere de uma ênfase
no aspecto genético no sentido de
biologicamente herdado, hereditário.
Epistemologia genética
� Esquema: unidade estrutural básica de
pensamento ou ação que, enquanto estrutura,
pode mudar e adaptar-se.
� De acordo com Piaget, a criança nasce com um
equipamento biológico hereditário e, a partir da
interação com o meio, irá construir estruturas
mentais – esquemas – expressos como ações
motoras e estratégias mentais utilizadas para
solucionar problemas durante o funcionamento
cognitivo.
� Os esquemas são unidades estruturais móveis
que se modificam e adaptam, enriquecendo com
isso tanto o repertório comportamental como a
vida mental do indivíduo (RAPPAPORT, 1981).
Esquema
� Assimilação: tentativa do sujeito de
solucionar uma determinada situação,
utilizando uma estrutura mental já formada,
ou seja, a nova situação é assimilada a um
sistema já pronto.
� Exemplo: no momento em que a criança
construiu o conhecimento de “subir escadas”
irá utilizar esse conhecimento em todas as
situações (escada de sua casa, escada da
escola, escada da casa da tia etc.).
Assimilação
� Acomodação: tentativa do sujeito de solucionar uma
determinada situação, modificando as estruturas antigas e
construindo novas maneiras de agir para dominar uma
situação nova em que os conhecimentos antigos são
insuficientes para compreendê-las.
� Exemplo: a criança já sabe subir escadas, mas nunca
subiu uma escada rolante (objeto semelhante ao primeiro,
mas com novos elementos que a criança desconhece).
� Nessa situação, ela tentará (por assimilação) agir como
fazia antes, solucionar uma situação nova com base nas
estruturas antigas, mas não obterá sucesso.
� Então, construirá novas formas de agir, isto é, irá
modificar suas estruturas antigas para poder dominar
uma nova situação – a isso Piaget denominou acomodação.
Acomodação
� Adaptação: o principal papel da inteligência humana é
favorecer a adaptação do organismo (no caso, dos seres
humanos) ao meio (seja físico, seja social). Essa adaptação
está estreitamente ligada à articulação dos dois
mecanismos descritos anteriormente – assimilação e
acomodação.
� Dessa forma, uma pessoa está em estado de equilíbrio em
relação ao meio quando possui os esquemas necessários
para enfrentar uma determinada situação, o que lhe
permite certa adaptação (que, como veremos a seguir,
será sempre transitória).
� O processo de adaptação é, portanto, dinâmico e envolve,
a todo o momento, tanto a assimilação como acomodação,
possibilitando o desenvolvimento cognitivo e permitindo
ao sujeito maior competência e habilidade para lidar com
as situações do cotidiano.
Adaptação
� Conflito cognitivo: na busca vital por conhecimento, o
sujeito tem necessidade de trocas constantes de
informações com o meio, o qual lhe propõe
inevitavelmente novidades.
� Essas situações, consideradas por Piaget como desafios
ou situações-problema, provocam curiosidade e interesse,
colocando o sujeito em estado de desequilíbrio e
desadaptação, ou, dito de outro modo, gerando um
conflito cognitivo: “O que é isso? Deixa-me ver? Explica-me
o que é isso?”.
� Vale ressaltar, portanto, que esse conflito é positivo e
funciona como motor do desenvolvimento da inteligência.
� Como é motivado, muitas vezes, pelo questionamento
feito por outra pessoa, Piaget também recorreu ao termo
conflito sócio-cognitivo para chamar a atenção à dimensão
interpessoal do conflito.
Conflito cognitivo
� Equilibração majorante: concluindo, o
desenvolvimento do sujeito em uma
perspectiva piagetiana é caracterizado por
um processo de organização das estruturas
cognitivas em um sistema interdependente,
aberto e dinâmico, que possibilita ao sujeito
uma adaptação à realidade.
� Esse processo de busca de equilíbrio, mas
nunca atingindo uma forma final e completa,
é chamado por Piaget de processo de
equilibração majorante.
Equilibração majorante
� Abstração empírica: esse conceito trata da base do
conhecimento humano: a abstração.
� Ou seja, todo conhecimento é extraído das ações ou
reflexões do sujeito (como a criança) sobre o mundo,
sendo transformado por ele de algum modo.
� No caso da abstração empírica, ele consisteem
depreender uma propriedade daquilo que é
observado pelo sujeito.
� Nesse caso, trata-se de uma propriedade, de uma
característica própria dos objetos, como o peso, a
textura ou a cor.
� Essa forma de abstração pode também tratar das
propriedades das ações, como a força ou a direção.
Abstração empírica
� Abstração reflexionante: já no caso dessa outra forma de abstração,
ocorre algo diferente. Aqui, Piaget chama a atenção para que, além das
características dos objetos, a criança também cria e introduz relações
entre os objetos.
� Por exemplo, quando compara o tamanho de dois objetos, como dois
carrinhos, a relação “maior que/menor que” não está nem no carrinho A
nem no B: ela é criada pela criança ao relacioná-los.
� Se ela não relacionasse esses objetos, a relação entre eles não existiria.
� O conhecimento adquirido pela criança nessa situação é o conhecimento
lógico-matemático, porque a forma como ela relacionou (coordenou)
esses objetos depende de sua ação sobre eles e não de algo próprio,
intrínseco a eles.
� Ações de contar, classificar, agrupar objetos, são mais alguns exemplos
de abstração reflexiva ou reflexionante.
� Portanto, enquanto o conhecimento físico é abstraído dos próprios
objetos (abstração empírica), o conhecimento lógico-matemático, ao
contrário, é abstraído da coordenação das ações que o sujeito exerce
sobre os objetos (abstração reflexionante).
Abstração reflexionante
� Período de 0 a 2 anos, que corresponde ao
Período sensório-motor
No início da vida, o bebê vive um primeiro
momento dominado pela presença das
técnicas reflexas, ou seja, de impulsos
instintivos elementares, ligados, por exemplo,
à alimentação e às emoções primárias
(espécies de reflexos afetivos), próximas ao
sistema fisiológico (por exemplo, o medo
ligado à perda de equilíbrio e mudanças
bruscas).
A importância da
afetividade
� Período de 2 a 7 anos, que corresponde ao Período pré-
operatório
Nessa fase, conhecida como primeira infância, uma grande
evolução da afetividade consiste nos afetos intuitivos e ocorrerá
baseada em três novidades afetivas essenciais:
1) Consolidação dos sentimentos interindividuais (afeições,
simpatias e antipatias) ligados à socialização das ações.
2) Aparição de sentimentos normativos (relação adulto-criança).
Aqui o foco incide sobre o sentimento de respeito unilateral,
reservado a pessoas mais velhas e/ou consideradas superiores
a si.
3) Regularizações de valores e interesses (ligadas ao pensamento
intuitivo em geral). O interesse é o prolongamento da
necessidade, ou seja, é a orientação própria a todo ato de
assimilação mental, o que vincula o sujeito ao objeto de seu
conhecimento.
A importância da
afetividade
� Período dos 7 aos 12 anos, que corresponde ao Período operatório concreto
Esse período se concentra na consolidação dos afetos normativos, que
correspondem a dois elementos centrais: a vontade e o respeito mútuo.
Nessa fase, a criança torna-se capaz de tomar decisões com base na vontade, ou na
força de vontade, o que para Piaget corresponde ao verdadeiro equivalente afetivo
das operações da razão. Ela se torna necessária quando há conflito entre tendências,
consistindo o ato de vontade em fazer triunfar uma tendência superior e fraca sobre
outra, inferior e forte, por exemplo, se uma criança está com vontade de jogar bola
com os colegas, mas precisa estudar para uma prova. Jogar bola consiste em uma
tendência inferior e forte (pois envolve uma satisfação mais imediata e com menor
esforço), enquanto estudar para a prova é superior e fraca, pois envolve ganhos mais
importantes, ainda que mais distantes no tempo e, portanto, mais fracos. A criança
precisará, por meio de sua vontade, abrir mão da primeira tendência em favor de
outra. Nas palavras do autor:
“Mas a vontade não é, de nenhum modo, a própria energia a serviço desta ou daquela
tendência. É uma regulação da energia, o que é bem diferente, e uma regulação que
favorece certas tendências em favor de outras” (PIAGET, 2003, p. 56).
A importância da
afetividade
� Período da adolescência, a partir dos 12 anos, que corresponde
ao Período operatório formal
A partir da adolescência, as construções anteriores se fortalecerão,
ganhando em extensão (aplicando-se a contextos os mais
variados) e profundidade (argumentação, justificativas).
Ou seja, Piaget defende que, com as conquistas típicas da
adolescência, baseadas no pensamento hipotético-dedutivo e
formal, cada vez mais o indivíduo será capaz de refletir, ponderar,
julgar situações de forma mais complexa e profunda.
Isso, no entanto, não se dará de uma hora para outra, mas se
estenderá por toda a juventude e vida adulta.
E aqui o papel das relações sociais e interpessoais será de extrema
relevância, no sentido de permitir e incentivar esse
desenvolvimento ou, por outro lado, de dificultar ou mesmo
impedi-lo.
A importância da
afetividade
� Vimos como estas construções sucessivas consistem em
descentralização do ponto de vista, imediato e egocêntrico, para
situá-lo em coordenação mais ampla de relações e noções, de
maneira que cada novo agrupamento terminal integre a
atividade própria, adaptando-a a uma realidade mais global.
Paralelamente a esta elaboração intelectual, viu-se a afetividade
libertar-se pouco a pouco do eu para submeter-se, graças à
reciprocidade e à coordenação dos valores, às leis da
cooperação (PIAGET, 2003, p. 64).
� É a afetividade que atribui valor às atividades e lhes regula a
energia. Mas a afetividade não é nada sem a inteligência, que lhe
fornece meios e esclarece fins (PIAGET, 2003, p. 65).
� Na realidade, a tendência mais profunda de toda a atividade
humana é a marcha para o equilíbrio. E a razão – que exprime as
formas superiores deste equilíbrio – reúne nela a inteligência e a
afetividade (PIAGET, 2003, p. 65).
A importância da
afetividade
� O desenvolvimento do ser humano está subordinado a
dois grupos de fatores:
1. os fatores de hereditariedade e adaptação biológicas,
dos quais depende a evolução do sistema nervoso e dos
mecanismos psíquicos elementares.
2. os fatores de transmissão ou de interação sociais, que
intervêm desde o berço e desempenham um papel de
progressiva importância, durante todo o crescimento, na
constituição dos comportamentos e da vida mental.
Falar de um direito à educação é, pois, em primeiro lugar,
reconhecer o papel indispensável dos fatores sociais na
própria formação do indivíduo (PIAGET, 1998, p. 29 – grifos
nossos).
O papel da interação social
� O bebê nasce com atos e ações reflexas, inatas e automáticas (sucção,
preensão) e é, no início,
um sujeito passivo que constrói esquemas simples que funcionam
isoladamente de maneira circular e repetitiva (pegar, olhar, bater, sugar).
� Durante esse período (do nascimento até aproximadamente 2 anos), irá
desenvolver comportamentos voluntários e conscientes, encadear ações
para um determinado fim, tornando-se um sujeito ativo (domínio e
variação das ações). Os esquemas passam a ser complexos com
invenção e criação de ações (pegar, ouvir, olhar/ouvir, pegar, olhar/
levantar, andar, pegar, sugar).
� Piaget afirma que esses comportamentos são atos inteligentes e que é
no período sensório-motor que ocorre o nascimento da inteligência da
criança.
� Sendo assim, o processo de adaptação da criança no estádio sensório-
motor é marcado pela assimilação, que ocorre de três formas:
• assimilação funcional – repetição do esquema;
• assimilação generalizada – utilização do esquema em diferentes
situações.;
• assimilação recognitiva – reconhecimento dos esquemas.
Estádio sensório-motor (0 a 2
anos)
Estádio sensório-motor
� No estádio pré-operacional, a criança evolui de um
funcionamento basicamente sensório-motor,
expresso por meio de ações, para um modo
conceitual e representacional.
� Assim, esse período é marcado pela passagem da
inteligência sensório-motora ou prática para a
inteligência representativa, a criançase torna apta
para representar objetos e eventos.
� Isso ocorre porque, a partir dos 2 anos, a criança
passa a ter uma função de pensamento, chamada de
função simbólica ou semiótica, que possibilita a
representação de um objeto ausente (significante)
por meio de um significado, que pode ser expresso
de várias maneiras.
Estádio pré-operatório (2 a 6
anos)
� Imitação diferida
É a capacidade da criança para representar
mentalmente (recordar) um comportamento imitado na
ausência do modelo. A criança faz imitação de objetos
e eventos, depois de sua ocorrência, longe da situação
ou do objeto imitado.
� Jogo simbólico
É quando a criança constrói símbolos que representam
qualquer coisa que ela deseja, isso quer dizer que
pode dirigir-se ao mundo real por meio de símbolos,
gestos e jogos de simulação. Embora tenha um caráter
imitativo, é também uma forma de autoexpressão,
uma vez que não é dirigida ao outro, apenas a si
mesma.
Estádio pré-operatório (2 a 6
anos)
� Desenho ou imagem gráfica
As primeiras formas do desenho não são
imitativas do real, mas um jogo de exercício no
qual a criança se diverte rabiscando a parede, o
chão ou o papel em movimentos amplos e
repetitivos.
� Imagem mental
São representações internas (símbolos) de objetos
ou experiências perceptivas passadas, por meio
de imagens mentais (imitação interiorizada).
Estádio pré-operatório (2 a 6
anos)
� Linguagem falada
Por volta dos 2 anos, a criança começa a utilizar as palavras
faladas para representar objetos, são as evocações verbais de
acontecimentos não atuais. Por exemplo: quando uma criança diz
“au-au”, já sem ver o cachorro, há a representação verbal, a
imitação e a imagem mental. Assim, ela utiliza palavras faladas
como símbolos ao invés de gestos ou objetos.
� Essa forma de representação simbólica permite o
desenvolvimento cognitivo na criança porque possibilita:
• o intercâmbio com as pessoas e, portanto, a socialização;
• a internalização da palavra e o aparecimento do pensamento;
• a internalização da ação que, de perceptiva e motora, passa a
ser representativa (conceitual).
Estádio pré-operatório (2 a 6
anos)
Estádio pré-operatório (2 a 6
anos)
� A característica principal desse estádio é que o
pensamento deixa de ser pré-lógico e passa a
ser operatório, ou seja, a criança tem a
capacidade cognitiva de coordenar diferentes
pontos de vista de maneira lógica, expressando
ações cognitivas mais elaboradas.
� No entanto, embora tenha essa possibilidade de
maior expressão do pensamento, para poder
utilizá-lo de maneira lógica, é necessário o
manuseio e a observação de objetos concretos.
� Isso porque lidar com ideias puramente
abstratas e hipotéticas será uma aquisição do
estádio seguinte, das operações formais.
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
� Condutas e socialização
Seguindo a divisão anterior, do ponto de vista das
condutas e da socialização, observaremos um aumento
da concentração individual, o que favorecerá o
aumento da colaboração efetiva, e vice-versa, uma vez
que elas são complementares e resultam das mesmas
causas.
� Pensamento operatório
Em termos gerais, a marca desse estádio será o
declínio da causalidade movida pela atividade própria,
com novas formas de relação causa-efeito, sustentadas
pela descentração e pela objetividade.
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
� As operações racionais
Estamos falando da evolução do pensamento da criança
neste terceiro estádio e, para isso, é essencial que você
compreenda o sentido do termo “operação”, no vocabulário
de Piaget. De forma sintética, podemos dizer que uma
operação é uma ação interiorizada e reversível.
1. As intuições reúnem-se em esquemas de conjunto, ao
mesmo tempo passíveis de composição e revisão (elas
não são mais unidades isoladas, mas formam grupos).
2. Duas ações do mesmo gênero tornam-se operatórias
logo que puderem compor uma terceira, do mesmo
gênero, e que possam ser invertidas.
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
� Afetividade, vontade e sentimentos morais
A conquista da coerência e da não contradição
são paralelas à construção da cooperação no
plano social, que subordina o eu às leis de
reciprocidade.
E essa moral de cooperação é superior, do
ponto de vista social e democrático (horizonte
da teoria piagetiana), à moral de submissão,
pois se baseia em uma lógica para a nova
organização de valores.
Estádio operatório concreto (7 a 11 anos)
� A partir desse estádio, é capaz de discutir sobre valores
morais dos pais, construir seus próprios valores,
adquirindo autonomia, é capaz de levantar hipóteses e
expressar proposições para depois testá-las e refletir
sobre seus próprios pensamentos, buscando justificativas
lógicas para seus julgamentos.
� Isso o levará à construção de autonomia e identidade.
� Dessa forma, temos a passagem da lógica indutiva para a
lógica dedutiva.
� O sujeito tem a capacidade cognitiva de pensar a partir de
um princípio geral e chegar à antecipação de uma
experiência (caminhar do geral para o particular – G → P).
É o raciocínio mais difícil e sofisticado, pois libera o
pensamento do concreto e passa a trabalhar com ideias
(pura abstração).
Estádio operatório formal (12 a 15
anos)
� O pensamento formal é, portanto, hipotético-dedutivo, ou
seja, capaz de tirar conclusões a partir de puras hipóteses,
com base na lógica e não na existência real do problema
em si.
� Um pensamento hipotético-dedutivo pode ser expresso
pela proposição “se… ⇒ então…”.
� O sujeito utiliza esse tipo de raciocínio no cotidiano para
pensar os fatos da realidade e resolver situações-
problema que geram conflito cognitivo e desadaptação.
� Trata-se do pensamento proposicional que é capaz de
refletir não
� só sobre objetos, mas sobre proposições (criações
abstratas).
� Uma reflexão (pensamento) de segundo grau (ou
potência). “O pensamento concreto é a representação de
uma ação possível, e o formal é a representação de uma
representação de ações possíveis” (PIAGET, 2003, p. 60).
Operações abstratas: o pensamento
formal
(Enade 2008). A professora afirmou que a baleia é
um mamífero. Inconformado, Pedro argumentou:
“Mamífero é vaca, gato, cachorro, cujos filhotes
mamam. A baleia vive dentro d’água, tem
nadadeiras, é um peixe”. A maioria dos colegas
concordou com Pedro, mas todos começaram a
mudar de ideia ao assistir a um filme em que
apareciam baleias pequenas sendo amamentadas.
Pedro começou a perceber que morar fora d’água
não é algo que defina os mamíferos, e que ter
rabo de peixe, nadadeiras e morar na água não
são características apenas dos peixes.
Questão 1
A aprendizagem de Pedro foi gerada, segundo a
teoria piagetiana, pelo processo de:
Desequilíbrio, por conflito cognitivo, e
acomodação do novo conhecimento ao anterior.
Justificativa: esse é o processo pelo qual Piaget
demonstra a construção do conhecimento: a nova
informação gera desequilíbrio cognitivo, que leva
à acomodação ou ao reequilíbrio após a aquisição
do
novo conhecimento.
Questão 1
(Enade 2008). Observe a ilustração abaixo.
Questão 2
A fala do menino permite os comentários a seguir.
I - Quando o menino diz “e vão quatro”, utiliza-se de um mecanismo que
não reflete o valor posicional do algarismo, realizando a operação de
forma mecânica.
II - Expressões como “e vão quatro” ou “desce um” estão relacionadas à
“troca” que ocorre na base 10, no sistema de numeração decimal, no
entendimento de sua estrutura lógico-matemática.
III - O ensino de regras destituídas de significados pode estar na origem
das dificuldades apresentadas por crianças, ao tentarem utilizar os
algoritmos na resolução de problemas.
IV - A compreensão do valor posicional de um algarismo é favorecida
quando a criança opera com materiais concretos em que pode agrupar
elementos de dez em dez ou de cem em cem, por exemplo.
São corretas as afirmativas:
E) I, II, III e IV.
Questão 2
Análise das afirmativas
I) Afirmativacorreta.
Justificativa: algumas operações matemáticas são memorizadas ou decoradas
em o devido entendimento do aluno sobre as quantidades representadas no
exercício.
II) Afirmativa correta.
Justificativa: quando a criança diz o “vão”, significa sair da casa da unidade e ir
para a casa da dezena, ou centena, se for o caso.
III) Afirmativa correta.
Justificativa: é necessário que, ao ensinar a Matemática, o professor estabeleça
ma relação entre a Matemática intuitiva e a dedutiva, ou seja, apele para os
conhecimentos de mundo do aluno, baseados na lógica infantil.
IV) Afirmativa correta.
Justificativa: é necessário, para o bom entendimento dos valores matemáticos,
que as crianças os relacionem com valores concretos.
Questão 2
Analisando a
resposta de Júlia e
considerando o
modelo
epistemológico
sugerido em sua
resposta assinale a
alternativa
correspondente.
b. Empirismo.
ATIVIDADE TELEAULA I
Marina joga sua boneca para cima e a mesma
cai para fora da grade de um pequeno portão,
em cima do tapete, a uma distância que ela
não consegue alcançar, então ela puxa o
tapete, alcança a boneca e pela primeira vez
resolve o problema sozinha.
Como explicar o comportamento de Marina a
luz da teoria de Piaget?
e. Conduta de suporte.
ATIVIDADE TELEAULA I
Marina joga sua boneca para cima e a mesma cai para fora da
grade de um pequeno portão, em cima do tapete, a uma distância
que ela não consegue alcançar, então ela puxa o tapete, alcança a
boneca e pela primeira vez resolve o problema sozinha.
Como explicar o comportamento de Marina a luz da teoria de
Piaget?
e. Conduta de suporte.
Justificativa:
� Estádio Sensório Motor.
5º. Subestádio: Reação Circular Terciária.
Condutas inteligentes – suporte.
A criança cria (inventa) novas formas de ação para atingir um fim
(acomodação). É uma criança com maior capacidade para
diversificar e controlar suas ações.
ATIVIDADE TELEAULA I
Pedro, de 6 meses, vai comer fruta (maçã) pela primeira vez.
Quando é colocada a colher em sua boca ele a suga, como se fosse
a mamadeira. Na segunda colherada vai experimentando outras
formas, no final da fruta, já modificou o jeito de pegar o alimento. 
Segunda a teoria piagetiana, como pode ser explicada esta ação de
Pedro?
c. Adaptação.
Justificativa:
Processo de Adaptação.
Pedro, de 6 meses vai comer fruta (maçã) pela primeira vez.
Quando é colocada a colher em sua boca ele a suga, como 
se fosse a mamadeira.
Assimilação.
Na segunda colherada vai experimentando outras formas, no final 
da fruta, já modificou o jeito de pegar o alimento. Acomodação.
ATIVIDADE TELEAULA I
Qual o estádio do desenvolvimento cognitivo
em que ocorre a emergência da capacidade da
criança de estabelecer relações e coordenar
pontos de vista diferentes  (próprios e de
outrem) e de integrá-los de modo lógico e
coerente?
c. Estádio Operatório Concreto.
Justificativa: Estádio Operatório Concreto.
Idade 7 a 11 anos.
ATIVIDADE TELEAULA I
A epistemologia genética de Jean Piaget está pautada
na epistemologia (assinale a alternativa correta):
d. Interacionista.
Comentário: interacionista ou construtivista - a teoria
do desenvolvimento cognitivo ou da inteligência de
Piaget está pautada nos pressupostos epistemológicos
do interacionismo ou construtivismo, superando
algumas teorias clássicas como o racionalismo (inatista
ou apriorista) e o empirismo.
No interacionismo, a origem do conhecimento
depende tanto de fatores endógenos como exógenos.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Assinale a afirmativa correta sobre a vida e a obra de Jean Piaget:
d. Trabalhou no laboratório de Alfred Binet investigando o
desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes
psicométricos.
Comentário: trabalhou no laboratório de Alfred Binet investigando
o desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes
psicométricos. As demais alternativas não representam dados da
vida e da obra de Piaget. Publicou seu primeiro trabalho e foi
convidado a trabalhar no Museu de História Natural quando tinha
10 anos. Piaget não cursou Medicina, sua formação foi em Biologia,
Filosofia e Psicologia. É contemporânea a Freud embora nunca
tenha sido seu aluno; casou-se com sua assistente e teve três
filhos que são citados em seus estudos.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia com atenção a situação e assinale a alternativa correta:
Pepe de 11 meses de idade brinca com o pai que se esconde embaixo de
um lençol; o menino retira o lençol que esconde seu pai e fica feliz,
encontra o pai, fixando o olhar atento sobre ele. De acordo com a teoria de
Piaget, Pepe está construindo que noção?
e. Noção de objeto permanente.
Comentário: noção de objeto permanente - 4º subestádio (8 a 12 meses) –
formação da inteligência sensório-motora, ou seja, aplicação de meios já
conhecidos para resolver situações novas; a criança já é capaz de variar,
coordenar, generalizar diferentes ações ou meios para atingir um fim.
Existe a intenção e o desejo (objetivo), no entanto, não cria meios novos
para atingir um fim, utilizará apenas os meios conhecidos. Não existe
planejamento, apenas o estímulo do meio. Prova piagetiana – a criança
constrói a noção de objeto permanente, busca o objeto que é tirado de seu
campo visual, presenciando o momento em que é escondido. No entanto,
se escondido uma segunda vez em outro local (sob sua vista), irá procurar
no primeiro lugar novamente – repetição do que deu certo.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Ana está na cozinha com seu irmão. Eles possuem um único pedaço
de lasanha para ser dividido entre eles. A lasanha chega à mesa
cortada em quatro pedaços iguais. Então, o irmão lhe pergunta: Ana,
você quer a metade ou prefere ficar com dois quartos? Ana fica
olhando certo tempo para a lasanha e depois de pensar lhe
responde: parece-me ser a mesma coisa. Acho que tanto faz você
me dar metade da lasanha ou dois quartos.
Considerando a resposta de Ana, é correto afirmar que:
d. Ana apresenta a possibilidade de pensar com lógica sobre
problemas reais, mostrando compreender a equivalência das frações.
Comentário: Ana consegue compreender a equivalência das frações
após refletir e observar. Apresenta capacidade de pensar
logicamente sobre problemas reais / concretos, porque se encontra
no estádio operatório sendo capaz de estabelecer relações lógicas
entre eventos.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Marina caminha distraidamente pela sala quando
esbarra na cortina e grita de susto. Sua mãe lhe
pergunta: O que foi Marina! E ela responde: - É essa
cortina boba que entrou na minha frente! Qual a
característica do pensamento apresentada por Marina?
c. Animismo.
Comentário: animismo é a atribuição de vida e
intencionalidade a seres inanimados, o sujeito está no
estádio pré-operatório (2 a 6 anos) e por ter um
pensamento egocêntrico e centrado atribui vida a seres
e objetos que não têm vida humana, por isso conversa
com a cortina como se a mesma pudesse ouvi-la.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Pedro está na cozinha de sua casa e pede à Maria uma banana que
está na fruteira. Maria lhe responde que ainda não pode comer a
banana porque está verde. Algum tempo depois, Maria oferece a
Pedro um abacate que está maduro. Pedro indignado responde:
mas o abacate é verde! Eu não posso comer! Qual a característica
do pensamento apresentado por Pedro?
d. Pensamento sincrético.
Comentário: sincretismo explica um evento com outro que não
tem relação lógica com a questão. Ex.: o balão caiu porque é
vermelho. No pensamento sincrético, o sujeito faz generalizações
indevidas. Ex.: a fruta está verde, não pode comer, portanto, não
come frutas de cor verde; costuma falar “eu comi, eu bebi, eu fazi”.
O sujeito está no estádio pré-operatório (2 a 6 anos) e tem um
pensamento pré-lógico.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Safiraestá alegremente brincando com sua bolinha, a qual rola
para trás do sofá. Safira fica com uma expressão de choro, mas
não procura pela bolinha. Considerando o comportamento de
Safira, é possível afirmar que:
b. A ausência do esquema de permanência do objeto pode ser a
condição pela qual Safira não procura pela bolinha.
Comentário: estádio sensório-motor - 4º subestádio (8 a 12 meses)
– formação da inteligência sensório-motora, ou seja, aplicação de
meios já conhecidos para resolver situações novas; a criança já é
capaz de variar, coordenar, generalizar diferentes ações ou meios
para atingir um fim. Existe a intenção e o desejo (objetivo), no
entanto, não cria meios novos para atingir um fim, utilizará apenas
os meios conhecidos. Não existe planejamento, apenas o estímulo
do meio. Prova piagetiana: a criança constrói a noção de objeto
permanente, busca o objeto que é tirado de seu campo visual,
presenciando o momento em que é escondido.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Leia o fragmento e responda à questão:
Um menino de cerca de três anos brinca sozinho no chão da
sala com massinha. A mãe passa pela sala e percebe que
seu filho está falando sozinho enquanto aperta a massinha,
enrola, divide, faz formas etc.
De acordo com as características do desenvolvimento do
pensamento, assinale a alternativa correta:
c. O menino utiliza o solilóquio como auxiliar de sua ação.
Comentário: solilóquio ou linguagem egocêntrica é aquela
que não necessita de um interlocutor, pois não tem a
função de comunicação, que entre crianças origina o
monólogo coletivo – as crianças estão juntas, brincando,
conversando, mas não há um diálogo efetivo entre elas,
característico do estádio pré-operatório.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Para Piaget, o desenvolvimento do pensamento
ocorre a partir (assinale a alternativa correta):
e. Das estruturas cognitivas lógicas.
Comentário: para Piaget, o desenvolvimento do
pensamento ocorre a partir das estruturas
cognitivas lógicas, da interação do sujeito com o
objeto, portanto, do repertório endógeno do
sujeito (desenvolvimento) e das situações do meio
(aprendizagem); isso permitirá o desenvolvimento
das estruturas cognitivas lógicas. Portanto, não é
somente herdado ou aprendido.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
Podemos afirmar que ________________ é a tentativa do sujeito em
solucionar uma determinada situação, modificando as estruturas antigas e
construindo novas maneiras de agir para dominar uma situação nova em
que os conhecimentos antigos são insuficientes para compreendê-las.
b. Acomodação.
Comentário: acomodação é a tentativa do sujeito em solucionar uma
determinada situação, modificando as estruturas antigas e construindo
novas maneiras de agir para dominar uma situação nova em que os
conhecimentos antigos são insuficientes para compreendê-las. Exemplo: a
criança já sabe subir escadas, mas nunca subiu uma escada rolante (objeto
semelhante ao primeiro, mas com novos elementos que a criança
desconhece). Nessa situação, a criança tentará (por assimilação) agir como
fazia antes, solucionar uma situação nova com base nas estruturas antigas,
mas não obterá sucesso. Então, construirá novas formas de agir, isto é, irá
modificar suas estruturas antigas para poder dominar uma nova situação –
a isso Piaget denominou acomodação.
QUESTIONÁRIO UNIDADE I
� O modelo piagetiano de investigação da inteligência é chamado de método clínico
ou método crítico e se manteve constante durante todo o tempo em que foi
utilizado por Piaget em suas investigações, embora tenham ocorrido certos
aperfeiçoamentos.Vinh-Bang (apud VISCA, 1997) apresenta quatro etapas de
desenvolvimento no método clínico piagetiano:
• 1ª etapa: Elaboração do método (1920-1930) – observação pura e método da
conversação.
• 2ª etapa: Observação clínica (1930-1940) – decorre da observação que Piaget faz
de seus filhos no estádio sensório-motor e início do pré-operatório, indicando o valor
da observação como método de investigação em crianças pré-verbais.
• 3ª etapa: Formalização (1940-1955) – método misto, porque renuncia ao método
da conversação pura e simples para adotar o método crítico, em que utiliza as contra-
argumentações verbais e as deformações nos objetos apresentados à criança com a
fnalidade de investigar o pensamento lógico subjacente.
• 4ª etapa: Recentes (desde 1955) – o método clínico, que antes era utilizado apenas
com interesse epistemológico, a partir desse momento passa a ser empregado com
finalidade psicológica e psicopedagógica por uma equipe de especialistas de
diferentes áreas em Genebra. Isso permitiu não um novo modo de interrogar, mas
novos tipos de perguntas.
Método clínico
� Alfred Binet nasceu em 8 de julho de 1857 (em Nice)
e faleceu em 28 de outubro de 1911 em Paris.
Psicólogo e pedagogo renomado, pelos estudos da
inteligência pela psicometria, foi o primeiro a
elaborar testes psicométricos para avaliação – o
Quociente Intelectual (QI).
� O primeiro teste de inteligência, em uma perspectiva
psicométrica, elaborado por Binet e seu colega,
também francês, Theodore Simon (1872-1961) foi
em 1905. Esse teste, de caráter verbal e em grau
crescente de dificuldade, visava obter a quantificação
da inteligência por meio de uma escala, o Quociente
Intelectual (QI) do indivíduo. Ao longo dos anos,
surgiram outros testes na tentativa de aperfeiçoar os
critérios de medição da inteligência.
Abordagem psicométrica
� O objetivo, na abordagem psicogenética, é investigar
a forma como o sujeito pensa e resolve determinadas
situações que lhe são apresentadas. O controle está
no entendimento das respostas e instruções
(controle psicológico), em vez da padronização das
mesmas e das situações externas (controle
fisicalista).
� O investigador, nessa perspectiva, está interessado
em compreender o processo que leva um sujeito a
esta ou àquela resposta.
� Para isso, deve ter amplo conhecimento da teoria
piagetiana, que irá nortear as perguntas que serão
feitas durante a aplicação das provas, bem como a
maneira como serão avaliadas as respostas dadas
pela criança.
Abordagem psicogenética
� Para que esses procedimentos sejam concretizados, é
necessário que o experimentador utilize três tipos de
perguntas características no método clínico-crítico:
• Perguntas de exploração: o objetivo é fazer aforar a
noção cuja existência e estruturação se quer comprovar.
• Perguntas de justificação: que centram o sujeito sobre as
razões do estado atual do objeto e nas explicações
concernentes a sua produção e à legitimação de seu ponto
de vista.
• Perguntas de contra-argumentação: o objetivo é
estabelecer se as aquisições da criança são ou não estáveis
e qual o grau de equilíbrio de suas ações ante os problemas,
bem como apreender sua atividade lógica profunda.
Procedimentos do
experimentador
� O bom experimentador deve, efetivamente,
reunir duas qualidades muitas vezes
incompatíveis: saber observar, ou seja, deixar a
criança falar, não desviar nada, não esgotar nada
e, ao mesmo tempo, saber buscar algo de
preciso, ter a cada instante uma hipótese de
trabalho, uma teoria, verdadeira ou falsa, para
controlar.
� É preciso ter-se ensinado o método clínico para
compreender a verdadeira dificuldade.
� Ou os alunos que se iniciam sugerem à criança
tudo aquilo que desejam descobrir, ou não
sugerem nada, pois não buscam nada e,
portanto, também não encontram nada.
Procedimentos do
experimentador
� Sendo assim, Piaget propõe níveis de desenvolvimento ao avaliar
as respostas dadas pelas crianças durante o método clínico:
• Nível I – corresponde àquele em que a criança não resolve o
problema, nem sequer o entende, ou, então, responde
erroneamente, mas com convicção.
• Nível II – corresponde ao conflito, ambivalência, dúvida, em que
a criança oscila em suas respostas, apresentando flutuações.
Percebe o erro somente depois de o ter cometido, não sendo
capaz de antecipá-lo, por isso as ações da criança se baseiamem
ensaio e erro, na tentativa, na solução empírica.
• Nível III – corresponde àquele em que a criança apresenta uma
solução suficiente à questão e à compreensão do problema como é
colocado. Os erros podem ocorrer, mas o que muda é a maneira
como sujeito lida com eles: podem ser antecipados, neutralizados,
pré-corrigidos ou compensados.
Respostas e reações
� Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos
Provas operatórias
� Conservação da quantidade de matéria
Provas operatórias
� Conservação de
quantidade de
líquidos
Provas
operatória
s
� Conservação de comprimento
Provas operatórias
� O juízo moral na criança (1932) – desenvolvimento moral
Para Piaget, o jogo tem importância fundamental na construção
das regras pela criança, pois permite ao sujeito a descentralização,
essencial à autonomia. E esse é o tema central desse livro,
bastante original na época, pois, além de estudar a gênese da
moralidade na criança, estudou esse tema indo a campo,
entrevistando e observando como as crianças jogavam. Nele,
Piaget apresenta inúmeros exemplos que fundamentam um dos
princípios da sua teoria: que a ação precede a tomada de
consciência dessa ação pelo sujeito. Isso nos jogos fica bastante
evidente: aprender a jogar um jogo não depende de que antes
você saiba como jogar, ao contrário, aprende-se jogando! E,
mesmo assim, nem sempre tomamos consciência de como são
nossas estratégias no jogo, mesmo quando já jogamos
suficientemente bem.
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
� A formação do símbolo na criança (1945) –
desenvolvimento cognitivo
No terreno do jogo e da imitação, pode-se
acompanhar de maneira contínua a passagem da
assimilação e da acomodação sensório-motoras –
os dois processos que nos pareceram essenciais
na constituição das formas primitivas e pré-
verbais da inteligência – para a assimilação e
acomodação mentais que caracterizam os inícios
da representação (PIAGET, 1945,1990, p. 11).
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
� As formas elementares da dialética (1980) – dialética e equilibração
Nesse terceiro livro, escrito já no final da vida de Piaget, encontramos em
cada capítulo análises empíricas de jogos específicos (como jogo de
xadrez simplificado e jogo das boas perguntas), mas com o enfoque
comum: ilustrar o trabalho dinâmico e dialético da nossa inteligência, ou
seja, detalhar como se dá o mecanismo de equilibração cognitiva. Entre os
três livros comentados, esse talvez seja o mais complexo, pois se
fundamenta em toda a obra do autor e numa análise cognitiva mais
profunda.
Ele tem inspirado muitas pesquisas na área da Psicologia do
Desenvolvimento e da Educação. Dentre eles, podemos destacar um livro,
organizado pelo Prof. Lino de Macedo, Jogo, psicologia e educação: teoria
e pesquisas (2009). Nele, você encontra relatos de diferentes pesquisas,
muitas delas realizadas em contexto educacional, diretamente com alunos
ou mesmo com professores, e que propõem reflexões e mesmo atividades
práticas úteis ao cotidiano docente.
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
� Como vimos, Piaget apresenta em seus estudos
três grandes tipos de estruturas que
caracterizam os jogos infantis, acrescentando
uma quarta – os jogos de construção –, que
formam os temas específicos das quatro partes
que compõem este capítulo da Unidade II:
• Jogo de exercício → Estádio sensório-motor (0-2
anos)
• Jogo simbólico → Estádio pré-operatório (2-6
anos)
• Jogos de construção → Transição
• Jogo de regra → Estádio operatório (7-15 anos)
O JOGO EM UMA PERSPECTIVA PSICOGENÉTICA
a) Um menino, que se chama Jean, está em seu
quarto. É chamado para jantar. Entra na sala para
comer. Mas atrás da porta há uma cadeira. Sobre a
cadeira há uma bandeja com 15 xícaras. Jean não
pode saber que há tudo isso atrás da porta. Entra:
a porta bate na bandeja, e, bumba!, as 15 xícaras
se quebram.
b) Era uma vez um menino chamado Henri. Um dia
em que sua mãe estava ausente, foi pegar doces
no armário. Subiu numa cadeira e estendeu o braço.
Mas os doces estavam muito no alto e ele não pode
alcançá-los para comer. Entretanto, tentando
apanhá-los, esbarrou numa xícara. A xícara caiu e
se quebrou.
Exemplo de dilema moral elaborado por Piaget
(1932/1994)
� Ao perguntar para várias crianças se um sujeito errou mais do
que o outro, até por volta dos 7 anos, elas irão dizer que quem
quebrou mais xícaras – Jean – foi quem errou mais, julgando o
erro (ou a regra que define o que é errado) pela quantidade do
dano material. Esse tipo de argumento se baseia na
responsabilidade objetiva, ou seja, na análise dos aspectos
objetivos da situação (no caso, a quantidade de xícaras
quebradas).
� As crianças, a partir dos 8/9 anos, irão julgar o erro/a regra pela
intencionalidade do sujeito ao cometer determinado ato.
� No caso, a segunda criança (Henri) estaria mais errada, pois
demonstrou a intenção de desobedecer à mãe, ainda que o dano
material (quantidade de xícaras) tenha sido bem menor.
� A partir dessa idade, as crianças serão capazes de analisar que,
no primeiro caso, embora tenham sido quebradas mais xícaras,
não houve uma má intenção na ação do sujeito, o prejuízo
ocorreu sem intenção (“sem querer”).
Exemplo de dilema moral elaborado por Piaget
(1932/1994)
� Anomia (0 a 2 anos)
Não existe consciência da regra pela criança. Existe a
repetição e a formação de hábitos, que servirão de base
para a compreensão e o exercício futuro das regras.
Obviamente, as regras fazem parte da vida da criança/bebê
de maneira indireta, pois elas são observadas e seguidas
pelos adultos que cuidam dela.
� Heteronomia (2 a 6 anos)
Aqui, já começa a existir consciência da regra, embora a
criança seja governada pelo outro, por uma autoridade
externa. Assim, ela vive uma condição de respeito unilateral:
um manda e o outro obedece, e esse respeito se baseia no
medo da dor física e dor moral (perder o amor do outro, a
quem se admira, por exemplo).
Desenvolvimento moral
� Semiautonomia (7 a 11 anos)
Início da autonomia moral, mas a criança ainda depende das regras do meio para
organizar-se, já aparecem características de autonomia, mas são mais instáveis e
frágeis.
� Autonomia (12 a 15 anos)
Construção da autonomia moral: o indivíduo obedece à regra, busca formas de
adequá-la às suas necessidades sem modificá-la, ou ele próprio flexibiliza seus
interesses, pois valoriza a adesão e o sentido das regras para as relações humanas.
Por ser capaz de avaliar as situações (com base no pensamento operatório formal), a
criança/adolescente assume a responsabilidade de suas escolhas: se escolher não
cumprir a regra, assumirá as consequências não se esquivando ou culpando ao outro.
Uma mudança central será na qualidade das relações de respeito, que se baseiam no
respeito mútuo (reciprocidade): respeito por cooperação, as regras são obedecidas
por ambos, pois há a compreensão de seu significado na relação. Aqui é interessante
destacar que as regras não são mais consideradas sagradas ou imutáveis (o que
víamos na heteronomia), mas são fruto de consensos, de modo que podem ser
modificadas mediante acordos entre as partes (o que fica muito evidente nos grupos
de crianças dessa idade, que modificam regras dos jogos e criam variações).
Desenvolvimento moral
� De acordo com Piaget, ao final do estádio sensório-motor (por volta
dos 2 anos), surge na criança uma capacidade cognitiva de
representação – um significado por meio de um significante –, e o
meio que utiliza para isso pode ser a linguagem, o jogo simbólico, a
imitação, a imagem mental e o desenho.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA
PSICOGENÉTICA
� Realismo fortuito
O desenho, para Luquet, é um conjunto de
traços feitos intencionalmente para
representar um objeto real. No entanto, no
início, não existe essa intenção de fazer uma
imagem, o desenho é resultado da livre
exploração que a criança faz sobre os
materiais. Munida de vários acessórios e dos
movimentosde sua mão, realiza marcas
acidentais no papel, uma obra involuntária,
que reconhece como sendo sua, resultado de
sua atividade, à qual não atribui significado. A
criança limita-se a fazer traços aleatórios no
papel sem qualquer objetivo ou significação,
manipula e explora os materiais, e no grafismo
é o olho que segue a mão e não as marcas
impressas no papel.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA
PSICOGENÉTICA
� Realismo malsucedido
Na segunda fase de evolução do desenho infantil,
a criança desenha com a intenção realista (LUQUET,
1927) de representar, mas encontra dois
obstáculos que dificultam a representação da
realidade: um de ordem física (LUQUET, 1927) ou
gráfica, que consiste em coordenar seus
movimentos motores para dar ao traçado o
aspecto do objeto desenhado; e o outro de ordem
psíquica (LUQUET, 1927), que consiste na falta de
atenção da criança para desenhar pormenores.
Por causa desses obstáculos, o desenho infantil
nessa fase é marcado por sucessos e fracassos;
por isso, Luquet o chamou de “réalisme manqué
ou l’incapacité synthétique” (1927, p. 151-155),
uma fase de imperfeição geral do desenho, que se
inicia geralmente entre 3 e 4 anos.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA
PSICOGENÉTICA
� Realismo intelectual
Por volta dos 4 anos, inicia-se o principal
estágio, que irá estender-se até por volta dos
8/9 anos. Essa fase se caracteriza pela
superação da incapacidade sintética e, por isso,
a criança passa a desenhar de maneira realista,
isto é, desenha os pormenores do objeto,
levando em consideração as suas relações
recíprocas, o conjunto.
Em outras palavras, o que caracteriza essa fase
do realismo chamado por Luquet de intelectual
(LUQUET, 1927, p. 165) “é a concepção infantil
de que para que o desenho seja parecido deve
conter todos os elementos visíveis e invisíveis
do objeto do ponto de vista do sujeito,
buscando a sua exemplaridade”.
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA
PSICOGENÉTICA
� Realismo visual
Na última fase de evolução do desenho infantil, que se
inicia por volta dos 8/9 anos, uma série de fatores
levam a criança a abandonar o realismo intelectual e a
adotar o realismo visual como forma de representação
gráfica.
O desenho infantil, para ser plenamente realista na
fase do realismo visual, deve representar o objeto da
forma como é visualmente percebido. As contradições
e a insuficiência do realismo intelectual em relação a
isso levam a criança a abandonar os procedimentos
utilizados na etapa anterior.
Por isso, no lugar da transparência, ela utiliza a
opacidade (LUQUET, 1927), que consiste em suprimir
os pormenores que são objetivamente invisíveis no
objeto representado; e, no lugar do rebatimento e do
plano, utiliza a perspectiva, que consiste na
modificação do aspecto da silhueta de um objeto ou de
pormenores vistos de frente.
O resultado disso é o abandono da exemplaridade.
Para Luquet, há uma submissão da criança às leis da
realidade, com perda da espontaneidade ao desenhar,
diminuindo a produção artística (figuração adequada
do real).
O DESENHO EM UMA PERSPECTIVA
PSICOGENÉTICA
O desenho segundo
Lowenfeld
(Enade 2005). Na figura abaixo, de Francesco Tonucci, a
professora reage ao “erro” do aluno de forma contundente,
desvalorizando o seu raciocínio analógico. O erro e sua
correção tiveram, ao longo do tempo, diferentes abordagens
relacionadas a concepções e reflexões sobre a avaliação da
aprendizagem.
Questão 1
O procedimento docente que caracteriza uma concepção
mediadora e construtivista de avaliação é:
C) analisar as várias manifestações dos alunos em situações de
aprendizagem, considerando suas hipóteses, para exercer uma
ação educativa.
Justificativa: o mais importante é verificar as hipóteses
construídas pelo aluno para chegar à resposta do que a
resposta em si. No caso do erro, o professor, em vez de apontá-
lo simplesmente, contribui com o aluno, à medida que o ajuda
a pensar sobre o problema, possibilitando torná-lo um erro
observável ao aluno.
Questão 1
(Enade 2005). Na aula de Biologia, em uma escola de Ensino Médio, ao trabalhar
um determinado assunto a partir do livro didático adotado, o professor é
interpelado por um aluno sobre a atualidade daquela matéria. O aluno explicou
que, tendo acessado o site de uma universidade pela internet, leu que havia
novos conhecimentos sobre o conteúdo em pauta, contrariando o que estava no
livro.
Diante da situação, o professor, que sempre tivera posturas que valorizam a
produção e a construção de conhecimentos pelos alunos, deve:
A) incentivar a turma a pesquisar sobre o assunto para avaliar as novas
informações trazidas pelo aluno, deslocando a discussão para uma próxima aula.
Justificativa: na sociedade atual, a informação está disseminada pelas novas
tecnologias, as inovações na área da ciência e do conhecimento ocorrem
em grande velocidade e o professor já não é mais aquele que “sabe tudo”. O
professor deve assumir a postura de um facilitador e não mais de detentor do
conhecimento. Portanto, cabe a ele criar situações-problema, incentivar a
pesquisa e o comportamento autônomo do aluno e as ideias de
autoaprendizagem, sendo que a educação é um processo contínuo, inclusive
para ele, professor de construção do conhecimento.
Questão 2
� A menina de 9 anos e o menino de 5 anos
apresentam a noção de conservação de quantidades?
a. Somente a menina de 9 anos
Justificativa:
A menina de 9 anos encontra-se no estádio operatório
apresenta a noção de conservação de quantidades, por
isso resolve a situação dessa maneira.
O menino de 5 anos encontra-se no estádio pré-
operatório e não apresenta a noção de conservação de
quantidade.
Pensamento intuitivo / pré-lógico.
ATIVIDADE TELEAULA II
� Está incorreto em relação ao método
piagetiano:
e. avalia as respostas quantitativamente
Justificativa: Não avalia as respostas
quantitativamente, mas sim qualitativamente.
ATIVIDADE TELEAULA II
� Observe o desenho e indique em que fase do
grafismo se encontra:
�
De acordo com Luquet o desenho observado
anteriormente apresenta características da fase:
c. Realismo Intelectual
ATIVIDADE TELEAULA II
� Segundo Piaget, esta escola está promovendo o desenvolvimento
da moralidade de:
d. Heteronomia
Justificativa:
A escola reforça a heteronomia natural das crianças. outros
prejuízos cognitivos.
Para Piaget, ao contrário, o objetivo que deve ser perseguido pela
escola é a construção da autonomia intelectual dos alunos,
baseada em um pensamento crítico e investigativo e em relações
de intercâmbio e cooperação entre os colegas.
Ainda que evolutivamente, como descrevemos anteriormente, a
criança a princípio viva uma condição de heteronomia, esta deve
servir de base, de transição para a de autonomia, que seria a
verdadeira meta da educação nas sociedades democráticas.
ATIVIDADE TELEAULA II
Analise a situação a seguir e responda à questão:
Sobre o método clínico apresentado por Piaget, você e uma professora conversam
sobre quais as atividades mais indicadas e qual deveria ser a postura do
experimentador ou do aplicador ao trabalhar com o método piagetiano. Para tanto, a
psicóloga e a professora decidem analisar um relato, descrito na literatura, sobre o
papel do experimentador. A atividade desenvolvida referia-se à inclusão de classes e
trabalhava com frutas (4 maçãs e 8 bananas). No decorrer da atividade, a profissional
indagou a criança da seguinte forma: ao agrupar todas as frutas, pergunta à criança
“Você não acha que há mais bananas do que frutas nesta cesta?”. A criança
respondeu: Acho. Por quê? E a criança não consegue responder.
A partir dos estudos realizados nessa disciplina, assinale a alternativa correta:
d. A situação descrita revela um problema na aplicação das provas, relacionado à
prática de induzir as respostas desejadas pelo pesquisador.
Comentário: a situação descrita revela um problema na aplicação das provas,
relacionado à prática de induzir as respostasdesejadas pelo pesquisador, uma vez
que a profissional ao indagar a criança, procurou induzir a resposta correta,
indicando sua falta de preparo, mas ainda muito diferente de uma avaliação
psicométrica. As provas piagetianas podem ser aplicadas utilizando-se diferentes
materiais. Não é necessário saber a idade do sujeito para poder avaliar suas
respostas.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da seguinte
frase: O jogo simbólico é _________e surge _______.
a. O jogo simbólico é uma forma de transformar o real em função dos
desejos e surge na segunda infância (2-6 anos).
 
Comentário: o jogo simbólico é uma forma de transformar o real em
função dos desejos e surge na segunda infância. 
Jogo simbólico: estádio pré-operatório (2-6 anos) - as crianças adquirem a
noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças
jogos de faz de conta. De acordo com Piaget, a função desse tipo de
atividade lúdica, “é satisfazer o eu por meio de uma transformação do real
em função dos seus desejos”. Em outras palavras, o jogo simbólico tem
como função assimilar as relações predominantes no meio ambiente e
também é uma maneira de autoexpressão. O jogo de faz de conta
possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos,
medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. É a fase das
brincadeiras de boneca, casinha, escolinha, personagens, super-heróis etc.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Considere o desenho a seguir e responda:
Tendo em conta o referencial sobre o desenvolvimento do desenho infantil
oferecido por Piaget e Luquet, é correto afirmar que o desenho tem
característica da fase:
c. Realismo intelectual.
Comentário: Luquet chama de realismo intelectual - a criança desenha de
maneira realista, isto é, desenha os pormenores do objeto, levando em
consideração as suas relações recíprocas, o conjunto. Para Lowenfeld é a
fase esquemática em que a criança desenha linha de base dando maior
coordenação aos elementos desenhados, cometendo exageros e omissões.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia com atenção a situação a seguir e responda à questão:
Em uma escola particular está havendo uma reunião para se definir um procedimento
único quanto às estratégias que deverão ser utilizadas no sentido de se estabelecer
limites para o comportamento dos alunos. Várias são as ideias apresentadas para se
encaminhar à questão. Vamos supor que você seja psicólogo nessa escola, qual seria
sua orientação a partir da teoria piagetiana?
d. A obediência obtida através de relações de coação, do respeito unilateral, é uma
falsa disciplina que contribui de modo negativo para a formação do caráter do
indivíduo, que embota a consciência e a inteligência, que impede o desenvolvimento
das potencialidades humanas e a construção de uma sociedade verdadeiramente
democrática.
Comentário: a obediência obtida através de relações de coação, do respeito unilateral,
é uma falsa disciplina que contribui de modo negativo para a formação do caráter do
indivíduo, que embota a consciência e a inteligência, que impede o desenvolvimento
das potencialidades humanas e a construção de uma sociedade verdadeiramente
democrática. De acordo com Piaget, a disciplina precisa ser construída pelo sujeito
para que tenha significado a partir da obediência obtida através de relações de
reciprocidade, do respeito mútuo.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
A mãe de um menino de 3 anos despeja a mesma quantidade de
suco em dois copos de formatos diferentes. Seu filho escolhe o
que é mais estreito e fino, em que o líquido atinge um nível mais
alto, por acreditar que contém mais suco. 
De acordo com o desenvolvimento do pensamento lógico,
podemos afirmar que nessa situação existe (assinale a correta):
e. Pensamento intuitivo com primazia da percepção.
Comentário: pensamento intuitivo com primazia da percepção:
próprio da criança no estádio pré-operatório (2 – 6 anos), em que
não apresenta a noção de conservação de quantidade, por isso
quando há o deslocamento do mesmo líquido em recipientes
diferentes a criança acredita que se alterou a quantidade desse
líquido.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
João e Carlos estão brincando de dominó e demonstram estar
bastante concentrados e sem nenhuma preocupação em vencer.
Eles jogam alegremente sem se darem conta que cada um segue
suas próprias regras. Considerando a evolução do comportamento
moral na criança, podemos afirmar que os meninos encontram-se
no estágio da:
b. Heteronomia.
Comentário: heteronomia - como eles jogam alegremente sem se
darem conta que cada um segue suas próprias regras, pressupõe
que ainda não compreendem nos jogos de regra a existência de
parceiros e um conjunto de obrigações (regras), o que lhe confere
um caráter eminentemente social (próprio de crianças no estádio
operatório - autonomia moral).
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Marcos está na escolinha brincando com seis carrinhos e quatro motos.
Nessa brincadeira, ele é o dono do posto de gasolina e está “abastecendo”
os brinquedos. Chega o momento do lanche e a sua professora lhe pede
para guardar os brinquedos. Nesse momento, a professora pergunta a ele: -
Marcos, você tem mais carrinhos ou mais motos? Marcos lhe responde: -
Tenho mais carrinhos, olha! A professora pergunta: - Você tem mais
carrinhos, mais motos ou mais brinquedos? Então, Marcos lhe responde: -
Eu tenho mais carrinhos, você não está vendo!
Em relação à avaliação do pensamento a partir da aplicação das provas
operatórias, podemos dizer que Marcos apresenta:
e. Pensamento transdutivo e não possui noção de inclusão de classes.
Comentário: Marcos não faz inclusão de classes, não consegue perceber
que carrinhos e motos pertencem à classe dos brinquedos. Também utiliza
o jogo simbólico como forma de interação com os objetos, outra
característica do estádio pré-operatório (2 a 6 anos).
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Maria Olvídia é professora do primário e tem percebido que alguns de seus alunos
respondem imediatamente às suas perguntas, mas simplesmente repetem os
conceitos, não os compreendem de fato, de tal forma que parecem verdadeiros
“papagaios”. Outros alunos, ao contrário, respondem tão imediatamente quanto os
primeiros, mas percebe-se que realmente entenderam e os conceitos já estão
completamente assimilados.
Segundo a teoria piagetiana, podemos afirmar que:
a. O primeiro grupo revela crença sugerida e o segundo revela crença espontânea.
Comentário: o primeiro grupo revela crença sugerida quando a criança busca
simplesmente contentar o examinador, sem considerar sua própria reflexão. A
pergunta não é da criança ou não lhe interessa, por isso responde na perspectiva do
examinador e não na sua própria. O segundo grupo revela crença espontânea
quando a criança não tem necessidade de raciocinar para responder à questão, mas
pode dar uma resposta imediata porque já foi formulada ou é formulável. Há,
portanto, crença espontânea quando a questão não é nova para a criança e quando a
resposta é fruto de uma reflexão anterior e original. Não é o caso de uma crença
desencadeada, uma vez que nesta há necessidade de interrogatório.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Maria está brincando com sete rosas e quatro margaridas.
Nesse momento, sua mãe lhe pergunta: - Maria, você tem
mais rosas, mais margaridas ou mais flores? Maria pensa
um pouco, conta, observa e lhe pergunta: - Rosas e
margaridas são flores? – A mãe responde: - Sim, rosas e
margaridas são flores. Maria responde: então, eu tenho mais
flores.
Qual é o estádio de desenvolvimento no qual se encontra a
personagem Maria?
c. Operações concretas.
Comentário: operações concretas - Maria apresenta a noção
de inclusão de classes, compreende que rosas e margaridasestão na classe de flores, por isso responde corretamente.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Leia o fragmento a seguir e responda à questão:
Uma psicóloga atende uma mãe muito confusa em como estabelecer os
limites em seus filhos. Esta afirma que após assistir um programa de TV,
na qual uma profissional orienta os pais na educação dos filhos, decidiu
colocar nas paredes de sua casa um conjunto de regras que os filhos,
gêmeos, de 8 anos devem seguir. As regras são: escovar os dentes após as
refeições! Não bater ou chutar o irmão! Não maltratar a ajudante! Não
correr pela casa! Quando as crianças desrespeitam as regras, são punidas
e devem ficar sem brincar. 
De acordo com a teoria de Piaget, quais são as consequências da punição
na conduta moral do sujeito?
b. As mesmas reforçam a heteronomia natural da criança, principalmente
pela imposição de regras.
Comentário: as mesmas reforçam a heteronomia natural da criança,
principalmente pela imposição de regras, pois não há possibilidade de
compreensão das regras e construção do significado das mesmas.
QUESTIONÁRIO UNIDADE II

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