Buscar

MÓDULO 7 2 - AÇÕES COLETIVAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/15
MÓDULO 7
PARTE 2
DAS AÇÕES COLETIVAS[1]
 
 
1. HISTÓRICO
 
O marco histórico das ações coletivas no Brasil, data de 1985 quando da edição da Lei da Ação Civil Pública
(Lei n° 7.347/85), que se destinava a proteção do meio ambiente, do consumidor e aos bens de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, que veio a ser alargada com a edição do Código de Defesa
do Consumidor (Lei n° 8.078/90) que, inclusive, definiu quais seriam os interesses ou direitos coletivos,
dividindo-os em três categorias: difusos, coletivos e individuais homogêneos.
 Contudo é preciso deixar registrado que a primeira ação de caráter nitidamente coletiva foi a “ação
popular”, regulada pela Lei n° 4.717/65 que criou mecanismos para que o cidadão pudesse ingressar em juízo
contra a administração pública (federal, estadual ou municipal) visando defender o erário público. Nesse caso,
embora o autor popular fosse a juízo em nome próprio, o interesse que ele visava defender era de toda a
coletividade.
 É importante esclarecer que o Código de Defesa do Consumidor utilizou o termo “interesse” como
sinônimo de “direito”, e neste particular aspecto agiu corretamente, pois “a partir do momento em que
passam a ser amparados pelo direito, os ‘interesses’ assumem o mesmo status de ‘direitos’, desaparecendo
qualquer razão prática, e mesmo teórica, para a busca de uma diferenciação ontológica entre eles”[2] (ver
art. 81, do CDC)
 
2. INTERESSES OU DIREITOS DIFUSOS
 
 Interesses ou direitos difusos são aqueles transindividuais, também nominados de metaindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por uma circunstância de fato
(art. 81, par. ún, I), cujo exemplo mais marcante é o de propaganda enganosa, que divulgada por televisão,
atinge uma massa indeterminada de consumidores, sendo totalmente impossível identificar todas as pessoas
atingidas e, sem que se possa estabelecer entre elas uma relação-base.
 Neste caso, trata-se de direito que pertence a todos, logo indisponível, não podendo ser objeto de
transação por qualquer um dos indivíduos eventualmente atingido. Quer dizer, nenhum dos indivíduos
atingidos pode dispor desse direito que, embora possa ser seu, não o é exclusivamente, pois pertence a todos
indistintamente.
 
3. INTERESSES OU DIREITOS COLETIVOS
 
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/15
Quanto aos interesses ou direitos coletivos stricto sensu, o Código definiu como sendo, aqueles
transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre
si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base (art. 81, par. ún, II).
Assim como os interesses difusos, os coletivos são também direitos transindividuais e de natureza indivisível,
porém, diferentemente dos difusos, pertencem a um determinado grupo ou classe de pessoas, ligadas com a
parte contrária por uma relação jurídica de base. Ou seja, a diferença é que nos direitos coletivos os sujeitos
são determinados ou determináveis. Um exemplo, que bem pode ilustrar a questão, é a ação coletiva contra o
aumento abusivo das mensalidades de uma determinada escola, onde há uma coletividade de pessoas
atingidas, que se pode identificar, a partir do fato de que todas estão ligadas à mantenedora por uma relação
contratual pré-existente.
 
4. INTERSSES OU DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
 
Os interesses ou direitos individuais homogêneos são definidos pelo Código de defesa do Consumidor como
sendo aqueles decorrentes de uma origem comum (CDC, art. 81, par. ún, III).
Nelson Nery Junior ao explicitar os direitos individuais homogêneos afirma que “são direito individuais cujo
titular é perfeitamente identificável e cujo objeto é divisível e cindível”, afirmando ainda que “a grande
novidade trazida pelo CDC no particular foi permitir que esses direitos individuais pudessem ser defendidos
coletivamente em juízo”, pois “não se trata de pluralidade subjetiva de demandas (litisconsórcio), mas de
uma única demanda, coletiva, objetivando a tutela dos titulares dos direitos individuais homogêneos”.[3]
Há um caso historio que bem pode ilustrar a matéria, a explosão do Osasco Plaza Center, na cidade de
mesmo nome, ou mais recentemente, o acidente vitimando várias pessoas no rodeio de Jaguariúna, ambos
no Estado de São Paulo. Na verdade, trata-se de interesses individuais, que na sua soma são considerados
coletivos por ficção legal, permitindo uma tutela mais efetiva e uniforme, principalmente no que diz respeito à
coisa julgada.
 
5. INTERESSE PÚBLICO versus INTERESSES PRIVADO
 
 Aquela dicotomia entre o interesse público (do Estado) e o interesse privado (dos particulares), que já
foi muito presnete no passado, vem sendo gradativamente superada, principalmente a partir da edição da Lei
da Ação Civil Pública (Lei n° 7.347/85) e do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90), que
passaram a proteger uma nova categoria de interesses, situado numa posição intermediária entre o interesse
público e o interesse privado, chamado de interesses transindividuais ou coletivos nos quais se situam os
Direitos Difusos que inclui o Direito do Consumidor, o Direito Ambiental, o Direito do Patrimônio Histórico e
Cultural, do Patrimônio Público, dentre outros.
 Como leciona Ada Pellegri Grinover, “a tutela jurisdicional dos interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos representa (...), uma das conquistas mais expressivas do Direito brasileiro. Colocados a meio
caminho entre os interesses públicos e os privados, próprios de uma sociedade de massa e resultado de
conflitos de massa, carregados de relevância política e capazes de transformar conceitos jurídicos
estratificados, os interesses transindividuais têm uma clara dimensão social e configuram nova categoria
política e jurídica”.[4]
 
6. LEGITIMADOS PARA PROPOSITURA DA AÇÃO COLETIVA
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/15
 
Tratando-se da defesa coletiva, vamos verificar que o Código de Defesa do Consumidor criou uma legitimação
extraordinária dos órgãos elencados no art. 82, que poderão pleitear em nome próprio, direitos da
coletividade.
Assim, são legitimados o Ministério Público; a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; as
entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, mesmo aquelas que não tenham
personalidade jurídica, mas que tenham como finalidade à defesa dos interesses e direitos dos consumidores
e outros interesses difusos; e, as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam
entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos difusos.
 Com relação às associações, referidas no inciso IV do art. 82 acima referenciado, é de se fazer algumas
observações. Primeiro que é extremamente salutar esse permissivo, pois estimula a participação da sociedade
civil de forma organizada na defesa de seus próprios interesses. Segundo, que a exigência de pré-constituição
visa, em última análise, evitar fraude ou mesmo a criação de entidade de oportunidade desprovida de
qualquer compromisso mais sério. Contudo, esta exigência de pré-constituição pode ser dispensada pelo
magistrado quando ficar evidenciado a relevância do interesse social a ser protegido (art. 82, § 1°, do CDC).
Nesse particular aspecto, Rodolfo de Camargo Mancuso, embora reconhecendo ser a matéria controvertida,
afirma que “a natureza da tutela dos interesses difusos não parece exigir rigor formal na constituição dos
grupos que pretendem sustentá-los”, exemplificando com a situação de “iminência de um desastre ecológiconuma pequena comunidade (e não havendo associação constituída), não se pode exigir que o grupo de
habitantes interessados na defesa da natureza se apresente formalmente revestido de um aparato associativo
completo”, para depois indagar: “Sacrificar-se-ia o fundo, pela forma?”.[5]
 A legitimidade para a propositura das ações coletivas é concorrente, ou seja, qualquer um dos
legitimados poderá propor ações em defesa do consumidor. Quer dizer, não há exclusividade de quaisquer dos
órgãos ou entidades no tocante à legitimidade para propositura da ação civil pública visando compelir o
infrator a promover a devida reparação por danos, sendo certo que há legitimidade concorrente, já que a
iniciativa tomada por um daqueles legitimados não inibe que outro venha a participar da mesma ação, na
qualidade de litisconsórcio.[6]
 Dentre todos os legitimados, aquele que detém melhores condições de atuação é o Ministério Público
(Federal ou Estadual), que por destinação Constitucional deve ser o guardião dos interesses difusos da
sociedade (CF, art. 127), bem como o legitimado para a instauração do inquérito civil, como também para
propositura da ação civil pública para a defesa, dentre outros, dos interesses difusos e coletivos (CF, art. 129,
III), estendendo-se tal legitimidade, inclusive, às ações que visem a defesa do interesses individuais
homogêneos (CDC, art. 91).
 Por fim cumpre destacar que, embora o indivíduo não tenha legitimidade para propor ação coletiva,
pode nela ingressar, após a propositura, na qualidade de litisconsorte, podendo inclusive promover
individualmente a liquidação e execução de seus direitos. Segundo André Vitor de Freitas “a finalidade da
norma além de manifesta é louvável, pois busca facilitar a defesa e a satisfação dos interesses de
consumidores lesados. No entanto, parece confundir conceitos ao qualificar como litisconsorte alguém que
não tem legitimidade de agir, nem pode dar prosseguimento à ação caso o autor dela desista ou se demonstre
negligente em sua condução. Este posicionamento legislativo conflita diretamente com os ensinamentos
doutrinários tradicionais, e tem por conseqüência a (in)definição de quais atos o ingressante pode praticar,
com ou sem anuência dos demais litigantes que ocupam o mesmo pólo da ação”.[7]
 
7. EFEITOS DA SENTENÇA NAS AÇÕES COLETIVAS
 
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/15
 Cumpre esclarecer que o Código de Defesa do Consumidor inovou com relação aos efeitos da coisa
julgada, criando mecanismos de extensão desses efeitos, até mesmo para quem não fez parte do processo,
conforme veremos será visto a seguir.
 O Código de Defesa do Consumidor inovou com relação à matéria ao estender os limites
subjetivos da coisa julgada para além das partes envolvidas (art. 103).
 Rememore-se que o Código de Processo Civil estabelece que a sentença fará coisa
julgada entre as partes litigantes, não beneficiando nem prejudicando terceiros estranhos à
relação controvertida submetida a apreciação judicial (CPC, art. 506). Essa regra somente se
aplica aos direitos individuais, porquanto, em se tratando de direitos difusos, coletivos ou
individuais homogêneos, a eficácia da autoridade da coisa julgada pode ser erga omnes ou ultra
partes, conforme estabelecido nos inciso do já citado art. 103, do CDC.
 
7.1 Efeitos da coisa julgada quando envolver
interesses ou direitos difusos
 Primeiro aspecto que releva comentar é que na ação coletiva que trate de direitos ou
interesses difusos, assim entendidos aqueles transindividuais, de natureza indivisível, de que são
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por uma circunstância de fato (art. 81, I);, se a ação
for julgada procedente, sobre ela recairá o manto da coisa julgada, com efeito erga omnes,
atingindo as partes e toda a coletividade (art. 103, I, do CDC).
 O segundo aspecto a ser considerado é que se a ação for julgada improcedente, com
apreciação do seu mérito, a sentença também terá efeito erga omnes, não se podendo ajuizar
nova ação coletiva pelos mesmos fundamentos, porém tal efeito não prejudicará os interesses dos
membros da coletividade que poderão, individualmente, propor as ações pessoais em defesa de
seu próprio interesse, independentemente da rejeição da demanda coletiva (ver § 1°, do art. 103,
CDC). 
 Na terceira hipótese, se a ação for julgada improcedente, porém por falta de provas, a
sentença não se revestirá da autoridade de coisa julgada material, quer dizer, fará tão somente
coisa julgada formal, permitindo que qualquer legitimado (do art. 82), inclusive aquele que a
propôs, renove a ação com base nos mesmos fundamentos, porém só o poderá fazer se for
lastreado em novas provas.
 
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/15
7.2 Efeitos da coisa julgada na ação quando envolver interesses ou direitos coletivos
 Tratando-se das ações em defesa dos interesses coletivos, ou seja, os transindividuais
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica-base (art. 81, II), os limites subjetivos da coisa
julgada são os mesmos das ações que versem sobre interesses difusos, ressalvado o fato de que a
sentença somente estenderá seus efeitos aos membros da categoria ou da classe de que seja
objeto a decisão.
 Verifica-se que os efeitos são mais restritos porque recaem somente sobre os membros
daquele grupo, categoria ou classe (ultra partes) cujo legitimado represente, não atingindo toda a
coletividade (erga omnes). Cumpre esclarecer que, em face da indivisibilidade do objeto nos
interesses coletivos, se a ação for julgada procedente, a extensão dos efeitos da coisa julgada
poderá beneficiar até mesmo as pessoas que não mantenham nenhum vinculo associativo com o
legitimado, bastando que façam parte do mesmo grupo ou da categoria que a associação
representa.
 Aqui também, a coisa julgada negativa, ainda que com suficiência de provas, isto é, com
julgamento do mérito, não atinge os membros do grupo, ou seus sucessores, que poderão,
individualmente, propor ações em defesa de seus interesses individuais (art. 103, § 1°).
 Na eventualidade de resultado negativo por insuficiência de prova, os legitimados do art.
82 poderão ingressar novamente em juízo, propondo a mesma ação, desde que o façam embasado
em nova prova.
 Pelas peculiaridades do previsto neste inciso II, cumpre fazer um resumo:
a) se procedente a ação coletiva, seus efeitos atingem todos os entes legitimados e os titulares do
direito coletivo objeto da decisão;
b) se improcedente com apreciação do mérito, atinge somente os legitimados impedindo a
repropositura da mesma ação, sem prejuízo da propositura de ações para defesa dos interesses
individuais;
c) se improcedente por insuficiência de prova, os legitimados estão autorizados a ingressar
novamente com a mesma ação desde que com fundamento em prova nova, sem prejuízo de que os
membros do grupo possam interpor suas próprias ações individuais.
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/15
 
7.3 Efeitos da coisa julgada quando tratar-se de ação envolvendo interesses ou direitos individuais
homogêneos
 Tratando-se de ação coletiva em defesa dos interesses ou direitos individuais
homogêneos, assim entendidos aqueles decorrentes de origem comum (art. 81, III), a sentença
fará coisa julgada erga omnes somente se for procedente pedido.
 Esse é um aspecto interessante, porque a regra é extremamentebenéfica a todas as
vítimas do evento ou mesmo seus sucessores. Nesse caso, quem participou do processo como
litisconsorte, atendendo o chamado do art. 94, do CDC, ou mesmo quem dele não participou, serão
beneficiados pelo resultado positivo da ação. Significa dizer que as vítimas do evento, mesmo
aquelas que não tenham participado do processo de conhecimento, poderão propor a liquidação e
execução do julgado com base nos arts. 97 e seguintes da lei consumerista, bastando para tal
demonstrar a sua legitimidade ativa ad causunm.
 De outro lado, se ação for julgada improcedente, não fará coisa julgada erga omnes, mas
sim intra partes. Quer dizer, nesse caso, pouco importa se a improcedência da ação se deu por
falta de provas ou por qualquer outro motivo. Julgada improcedente a ação, ela fará coisa julgada
apenas para o autor coletivo e para aqueles que figuraram como litisconsorte, seja quem atendeu
ao edital previsto no art. 94, ou mesmo quem participou espontaneamente.
 Assim, quem não se habilitou como litisconsorte na ação coletiva julgada improcedente,
poderá propor ação individual por ressarcimentos dos danos eventualmente sofridos, devendo seu
pedido ser julgado livremente.
 
7.4 Conclusão
 Verifica-se assim que nas ações coletivas, previstas nos incisos I e II do parágrafo único do art.
81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
partes a que aludem o art. 103 do CDC, não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for
requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação
coletiva.
 Quer dizer que é perfeitamente possível a coexistência pacífica entre a ação coletiva e as
ações individuais eventualmente proposta com a mesma finalidade, de sorte que a propositura da
ação civil pública não induz litispendência em relação aos feitos individuais que tenham sido
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/15
ajuizados pelos interessados, até porque para que essa se configure, haveria a necessidade de
identidade de partes, de causa de pedir e do pedido. Isso, contudo, não impede que ocorra,
eventualmente, conexão (CPC, art. 55) ou continência (CPC, art. 56), conforme for o caso, com a
conseqüuente reunião dos processos para julgamento conjunto.
 
8. DA IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES COLETIVAS
 
 A importância das ações coletivas pode ser resumida no fato de que “previne a aplicação de decisões
diferenciadas, corrige injustiças e acelera os julgamentos, contribuindo para um funcionamento melhor do
sistema”.
 O Professor Rodolfo de Camargo Mancuso assinala, com muita propriedade, alguns aspectos no tocante
à importância das demandas coletivas, vejamos:
a. Permite o tratamento processual unitário da matéria controvertida, o que constitui a técnica adequada
nas demandas que envolvem interesses metaindividuais, pela própria natureza indivisível deste;
b. Previne a pulverização dos conflitos de massa em múltiplas ações individuais, as quais tumultuam o
ambiente judiciário, retardam a prestação jurisdicional, e, ao cabo, levam ao descrédito social no Poder
Judiciário;
c. Evita o paroxismo das decisões qualitativamente diversas sobre um mesmo assunto, ocorrência
incompatível com a garantia constitucional da isonomia, a qual deve se estender à norma judicada, e
não apenas restringir-se à norma legislada;
d. Oferece um parâmetro judicial apriorístico, útil para o equacionamento ou mesmo a prevenção de
conflitos plurissubjetivos, como aqueles que contrapõem contribuintes e Fisco; aposentados e
Previdência Social; poupadores e sistema bancário; servidores públicos e Estado; consumidores e
fornecedores;
e. Viabiliza a uniformização da jurisprudência, permitindo uma resposta judiciária homogênea, cuja
eficácia se expande ao longo da extensão e compreensão do interesse metaindividual considerado,
estabelecendo, assim, um confiável parâmetro judiciário para as demandas assemelhadas.[8]
 Percebe-se assim, que há uma tendência moderna ao fortalecimento dos direitos ditos coletivos,
partindo da premissa de que, se houver ações preventivas no plano da coletividade, poder-se-á promover a
prevenção dos danos individuais, de sorte a afirmar que caminhamos para a promoção de medidas que visem
muito mais o coletivo do que o individual.
 Essa consciência coletiva, ainda no dizer de Rodolfo de Camargo Mancuso seria uma “nova ‘ordem
coletiva’ emergente (que) aparece como o tertium genus desse processo, porque representa um ponto
intermédio entre o Estado e o indivíduo: menos do que aquele; mais do que este”.[9]
 Além do mais, há uma relevância social nas ações coletivas, pois pequenas lesões de ordem individual
podem não ser devidamente reprimidas tendo em vista que, mais das vezes, a ação individual vai se mostrar
“inapropriada, do ponto de vista econômico, para se pretender uma tutela jurisdicional adequada, bem como
o autor individual vê-se intimidado diante da grandeza da parte contrária em contraposição à sua pretensão
diminuta”.[10] Exemplificando, Ada Pellegrini Grinover aduz: “imagine-se o caso de um fabricante de óleo
combustível que esteja lesando os consumidores em quantidade bem pequena, insuficiente para motivar um
ou mais consumidores isoladamente a procurar a Justiça para reclamar reparação do prejuízo. Se ínfima a
lesão individual, não o será, certamente, a lesão na perspectiva coletiva, que poderá estar afetando milhões
de consumidores. Em casos assim, de dispersão muito grande de consumidores lesados e de insignificância da
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/15
lesão na perspectiva individual, haverá certamente relevância social na tutela coletiva, para que o fornecedor
seja obstado no prosseguimento da prática ilícita”.[11]
 Porisso nosso entendimento de que a possibilidade de promoção de ações coletivas na defesa dos
interesses dos consumidores é um importante e eficaz instrumento e pode cumprir também o papel de coibir
as atitudes, e exigir padrão ético e melhorias na qualidade de produtos e serviços, principalmente em face
dos grandes conglomerados que, diuturnamente, agridem e afrontam os interesses dos consumidores, seja
com propaganda enganosa, seja com medidas que impliquem fraude ou lesão aos interesses transindividuais.
 Pela importância do tema, há um projeto de lei na Câmara Federal visando dar maior celeridade aos
processos coletivos, considerando ser necessário dar prioridade de tramitação às ações coletivas, porque se
prestam a tutelar os interesses de um número muito grande de pessoas atingidas por eventual conduta ilegal,
buscando-se, assim, minorar o caos existente no sistema judiciário brasileiro, acelerando a atividade
judicante de sorte a melhor defender a cidadania na distribuição de justiça. Em outras palavras, é forçoso
reconhecer que a jurisdição coletiva apresenta-se como uma das grandes soluções para o crônico problema
da obstrução das vias jurisdicionais, pois tem a capacidade de convergir, em uma única relação processual,
uma enorme gama de interesses.[12]
 Cabe ainda destacar que visando a facilitação da defesa coletiva em juízo prevê nossa legislação que
nos processo coletivos não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
outras despesas (art. 87, do CDC).
 
 
 
 
 
 
 
[1] O texto foi extraído da obra do Prof. Nehemias Domingos de Melo, Da defesa
do consumidor em juízo, Editora Atlas, 2010.
[2] Kazuo Watanabe, Código comentados pelos autores do anteprojeto, p. 500.
[3] Código de Processo Civil e legislação extravagante em viror, p. 1394.
[4][4] A Ação Civil Pública Refém do Autoritarismo, Revista de Processo, vol. 96,
p. 28/36.[5] Interesses difusos, p. 194-195.
[6] José Geraldo Brito Filomeno, Manual de direitos do consumidor, cit. p. 379.
[7] André Vitor de Freitas, Litisconsórcio nas ações coletivas do CDC: inovações ou
erro de técnica legislativa. Disponível em <http://jusvi.com/artigos/1422>.
Acesso em 16.02.2009.
[8] Divergência Jurisprudencial e Súmula Vinculante, p. 366.
[9] Interesses difusos, cit., p. 35.
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/15
[10] Pedro Lenza, Teoria geral da ação civil pública, p. 91.
[11] A ação civil pública no STJ. Marcha do processo, p. 27 (apud:Pedro Lenza,
op. cit., p. 92).
[12] De autoria do Deputado Federal Carlos Humberto Mannato, Projeto de Lei nº
3945/2004.
Exercício 1:
O reconhecimento progressivo dos direitos difusos e coletivos fez com que estes
passassem a ter definição expressa pela legislação com a aprovação da Lei nº
8.078/1990, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor e fez inclusões
relacionadas na Lei nº 7.347/1985, que disciplina a Ação Civil Pública. Sobre a
definição desses direitos, assinale a afirmativa correta.
 
A)
Direitos difusos são equiparados aos direitos coletivos, por ocasião de sua
natureza coletiva, diferenciando-se no que se refere a sua indivisibilidade, que se
manifesta apenas nos primeiros. 
 
B)
Direitos difusos não são em hipótese alguma considerados direitos coletivos,
tendo por semelhança a transindividualidade e a titularidade de pessoas
determinadas por uma relação jurídica base.
 
C)
Direitos individuais homogêneos são considerados espécie de direitos coletivos,
diferenciados essencialmente pela possibilidade de os primeiros serem divisíveis
na liquidação de sentença que trate de seu reconhecimento e a respectiva
violação. 
 
D)
Direitos coletivos são transindividuais, tal qual os direitos difusos, de natureza
divisível, tendo por titulares pessoas determinadas ou indeterminadas, ligadas
entre si por uma circunstância de fato. 
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/15
 
E)
Direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos se confundem no que tange à
sua titularidade, que é determinada e é definida por uma circunstância de fato.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 2:
A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser
exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Para este fim, são
legitimados concorrentemente:
I) o Ministério Público.
II) as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que
sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e
direitos protegidos por este código.
III) qualquer associação legalmente constituída há, pelo menos, um ano
independente de sua finalidade institucional.
IV) a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
Assinale a alternativa em que toda(s) a(s) afirmativa(s) está(ão) CORRETA(S):
 
A)
I, II, III e IV.
 
B)
Apenas I.
 
C)
Apenas I, II e III.
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/15
 
D)
Apenas I e III.
 
E)
Apenas I, II e IV.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 3:
Sobre a coisa julgada das ações coletivas, tuteladas pela Lei no 8.078/90, é
correto afirmar que
 
A)
nas ações cujo objeto seja direito individual homogêneo, o efeito da coisa julgada
será erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
 
B)
se o objeto da ação coletiva for um direito coletivo stricto sensu, o efeito da coisa
julgada será erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para
beneficiar todas as vítimas e seus sucessores.
 
C)
sendo o objeto da causa um direito difuso, o efeito da coisa julgada será erga
omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/15
 
D)
sendo o objeto da ação coletiva um direito difuso, o efeito da coisa julgada será
ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo
improcedência por insuficiência de provas.
 
E)
se o objeto da ação coletiva for um direito individual homogêneo, o efeito da coisa
julgada será ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo
improcedência por insuficiência de provas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 4:
Com relação as ações coletivas, leia as propositura abaixo e assinale no quadro
resposta correta:
I) Interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos do Código de
Defesa do Consumidor, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
II) Interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos do Código de
Defesa do Consumidor, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica base.
III) Interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
 
 
A)
Apenas I está correta.
 
B)
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/15
Apenas II está correta.
 
C)
Apenas III está correta.
 
D)
Apenas I e III estão corretas.
 
E)
Todas estão corretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 5:
Nas ações coletivas de que trata o Código de Defesa do Consumidor, é correto
afirmar que
 
A)
não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas.
 
B)
os efeitos da sentença julgada procedente serão erga omnes, mas não
beneficiarão os sucessores das vítimas.
 
C)
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/15
induzem litispendência para ações individuais.
 
D)
a sentença julgada improcedente por falta de provas fará coisa julgada erga
omnes.
 
E)
não podem ser propostas no domicílio do autor.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 6:
Nas ações coletivas de que trata o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, é
correto afirmar que:
 
A)
A sentença faz coisa julgada intra partes, quando a hipótese versar sobre direitos
individuais difusos.
 
B)
Sendo o caso de interesses ou direitos difusos, na hipótese de improcedência por
insuficiência de provas, não há coisa julgada material, podendo, qualquer
prejudicado, intentar nova ação com os mesmos fundamentos, valendo-se de
novas provas.
 
C)
Quando for caso de interesses ou direitos difusos, a coisa julgada ocorre ultra
partes, mas limitada ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas.
25/08/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 15/15
 
D)
É erga omnes a coisa julgada quando for casode direitos individuais homogêneos
e sentença for de procedência, mas somente aproveita aquele que se habilitou até
o trânsito em julgado.
 
E)
A coisa julgada é julgada ultra partes, de modo excepcional, na hipótese do
grupo, categoria ou classe que não haja intervindo no curso do processo, intentar
ação concorrente com mesmo objeto e diversidade do pedido que trate de
interesse coletivo e homogêneo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Continue navegando