Buscar

Aspectos Econômicos A Expansão Comercial e Sentido Colonização do Brasil

Prévia do material em texto

Aspectos Econômicos que antecederam o “Descobrimento do Brasil”
FEB I
Prof. Evandro
2020.1
A expansão e crise da economia açucareira
Aula 11 FEB 1
Mônica Yukie Kuwahara
1
O Brasil no contexto do “Descobrimento”
 A “descoberta” do Brasil foi consequência da expansão marítima portuguesa.
A “descoberta” foi casual ou intencional. 
Os portugueses estavam interessados em dominar o comércio de especiarias nas índias, ampliar os mercados consumidores de manufaturados europeus e conquistar áreas produtoras de matérias-primas, metais preciosos e produtos agrícolas tropicais.
2
Aspectos Econômicos que antecederam o “Descobrimento do Brasil”
Cruzadas;
Renascimento Comercial
Transição do Feudalismo para o capitalismo;
Grandes Navegações (comércio marítimo);
Mercantilismo;
Colonialismo.
3
. A expansão comercial portuguesa e o sentido da colonização do Brasil
O estudo da Formação Econômica é o modo como a produção historicamente ficou definido como à atuação das forças produtivas. 
As formações econômicas não são eternas. 
Após surgir em determinadas condições históricas, cada formação se desenvolve em consequência do progresso das forças produtivas para ceder lugar a outra formação, mais moderna.
4
A Formação Econômica do Brasil é o processo como estabeleceu, formou e consolidou a produção e a distribuição da riqueza produzida pela economia brasileira em suas diferentes fases.
A formação da economia brasileira se deu, desde seu início, pelo que se convencionou chamar de ciclos econômicos.
5
Aula 11 
Mônica Yukie Kuwahara
6
O Brasil surge na história do ocidente dentro dos quadros do Antigo Sistema Colonial da era Mercantilista. 
O nosso primeiro esforço de explicação da realidade brasileira consistirá no entendimento das motivações europeias que levaram a formação daquele sistema colonial específico e historicamente datado.
A economia colonial é a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial.
7
As origens de vários problemas econômicos e sociais em diversos países que foram colônias de exploração, está no funcionamento desse modelo.
O colonialismo extraiu e retirou da colônia brasileira riquezas naturais, além de atrasar o desenvolvimento estrutural e a organização política. Para alguns autores essas consequências perduram até hoje.
“Herança Colonial”
8
9
Colonialismo
A expansão europeia do século XV e XVI tem o colonialismo como componente central, as relações de produção, acumulação primitiva e demais processos históricos tornaram o capitalismo possível como “modo de produção”.
Colonização é o ato de colonizar, ou seja, quando pessoas de um determinado país ou região se deslocam para outra região (desabitada ou com nativos) para habitar ou explorar. 
Colonialismo – é um conjunto de práticas econômicas, políticas, sociais e culturais em que a região colonizada perde sua autonomia, mantendo uma relação de dependência com a metrópole.
10
O colonialismo só beneficiava a Metrópole, pois havia uma grande dependência da colônia em relação à metrópole que era legitimada pelo o pacto colonial. 
O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só poderia comercializar com a metrópole.
A economia colonial brasileira era integrada ao processo mundial de expansão do capitalismo mercantil. 
11
O colonialismo era baseada no monopólio colonial: 
Portugal tinha a exclusividade do comércio com a colônia que era especializado e dirigido ao mercado externo. 
Internamente tem caráter predatório sobre os recursos naturais. 
A produção era centrada nos elementos fundamentais da economia colonial:
latifúndio, 
monocultura, 
mão de obra escrava e 
voltada para o mercado externo. 
12
Características da Economia Colonial 
A função da economia colonial era servir aos interesses da metrópole;
A produção econômica do Brasil foi organizada para atender ao mercado externo; 
Conforme o pacto colonial, o Brasil tinha de se dedicar à atividade extrativa ou à agricultura tropical;
Era proibido ao Brasil concorrer com Portugal;
A colônia só podia produzir o que a Metrópole não tinha condições de produzir. 
13
O funcionamento do Antigo 
Sistema Colonial
O sistema colonial, na prática, representa a subserviência da colônia aos interesses comerciais da metrópole, que foi institucionalizada por meio do “exclusivo metropolitano”, a determinação do que será produzido pela colônia deriva dessa subserviência: 
A produção colonial estará concentrada em produtos tropicais para atender a demanda europeia, além dos metais preciosos (ótica mercantilista). 
14
Além de determinar o que será produzido, o sistema colonial determina também o modo como se produzirá. 
Embora represente a expansão do modelo comercial europeu pelo mundo, consistindo na expansão da economia de mercado, entre colônia e metrópole não se tratava de um comércio como outro qualquer, mas de um comércio cuja finalidade é oferecer à metrópole o mais elevado lucro possível. 
Para tanto, não bastava produzir apenas o que tivesse vazão assegurada no mercado europeu, seria necessário reduzir ao máximo os custos da produção. 
15
Essa necessidade levará ao estabelecimento de formas compulsórias de trabalho dentro das colônias europeias - escravismo. 
Por questões religiosas e culturais, à população indígena, recebeu “proteção dos jesuítas” 
O caráter altamente lucrativo do tráfico negreiro.
16
Essas repercussões internas do sistema colonial, segundo Caio Prado Júnior: 
“sistema colonial”, não no sentido restrito do regime de colônia, de subordinação política e administrativa à metrópole; mas no de conjunto de caracteres e elementos econômicos, sociais e políticos que constituirão a colonização do Brasil.
17
Pacto Colonial
O Pacto Colonial, ou Exclusivo Comercial Metropolitano:
Era um sistema de leis e normas que as metrópoles impunham às suas colônias durante o período colonial, ou seja: 
As metrópoles eram os países que se beneficiavam dos produtos e da atividade econômica de seus territórios coloniais.
18
O exclusivo metropolitano define a produção colonial, ao passo que monopoliza tanto a colocação dessa produção no mercado externo quanto o que será oferecido no mercado interno das colônias. 
A um só tempo, fica definido também o modo como essa produção acontecerá, o tipo de trabalho aplicado nela (trabalho compulsório), no caso do Brasil, trabalho escravo africano. 
Tudo isso deve servir ao desenvolvimento da metrópole (profundas transformações).
19
Internamente às colônias, o trabalho compulsório organizava uma sociedade com uma elevadíssima concentração de renda e, em decorrência disso, com uma limitação a seu mercado interno. 
A exploração que era feita no território colonial resultava em capitais que se iam acumular nas metrópoles europeias.
Na Inglaterra acontecerá, a canalização desse capital acumulado para um conjunto de processos que levarão o modo de produção capitalista a um novo estágio de seu desenvolvimento, estágio no qual, razoavelmente amadurecido, ele poderá consolidar-se e continuar a expandir-se segundo sua própria lógica. 
Esse conjunto de processos ficará conhecido como Revolução Industrial que desde o início, emaranham-se no sistema colonial e no mercantilismo. 
20
21
22
23
Economia Colonial
24
Herança Colonial
O processo de colonização iniciado pelos portugueses no início do século XVI foi determinante no desenvolvimento econômico e social do Brasil. 
Estando o país na condição de colônia, o impacto das decisões tomadas pela corte portuguesa era direto, e depois, quando nação independente, os laços históricos costurados entre colônia e metrópole deixaram sua herança no desenvolvimento do Brasil.
25
Para Caio Prado Jr., o caráter colonial se manteve após a independência do Brasil, que continuava dependente economicamente do mercado europeu.
Ele destaca os elementos essenciais da vida material da colônia, que eram: a grande lavoura, a monocultura e o trabalho escravo.
Elementos estes que delinearam os contornoseconômicos, sociais e geográficos da sociedade colonial que permaneceram direta ou indiretamente até o presente.
26
Sentido da Colonização do Brasil
Segundo Prado Jr. (1969), aquele sentido é o de uma colônia destinada a fornecer ao comércio europeu alguns gêneros tropicais ou minerais de grande importância, onde a nossa economia se subordina inteiramente a este fim, isto é, se organizará e funcionará para produzir e exportar os gêneros primários, os pioneiros da formação econômica do Brasil. Na verdade, tudo marcado para amparar e tornar possível a realização da evolução. 
27
O “sentido da colonização” determina a estrutura da economia colonial, seja pela função que a colônia deve preencher como parte da expansão comercial europeia, seja pela motivação do colono português que se dispôs à aventura colonial. 
28
Esta dupla forma de exploração – colonial e escravista – permite entender o limitado desenvolvimento da economia colonial: 
Por um lado, a exploração colonial desvia para a metrópole os capitais que poderiam ser investidos na transformação da economia colonial. 
Por outro lado, a presença do trabalho escravo também limita as transformações: 
29
Bloqueia a possibilidade de inversões tecnológicas – o escravo mantém-se em níveis de cultura infra-humana para que não desperte a sua condição humana, não sendo apto a assimilar processos tecnológicos mais adiantados; 
Pela falta de capitais disponíveis, a estrutura escravista impedia o aumento de produtividade, uma vez que não reinveste em escala crescente, apenas repõe e agrega poucos limites à produção. 
A limitada transformação da economia colonial está vinculada ao próprio “sentido da colonização”, ou seja, produzir mercadorias “tropicais” para o comércio europeu – que determina a estrutura da economia colonial na grande propriedade, na monocultura e no trabalho escravo”. 
30

Mais conteúdos dessa disciplina