Buscar

Estudo de caso do projeto Moradias Infantis e o selo LEED de projeto sustentável

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TIRADENTES 
 
ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
DANIELLE FEITOSA SILVA 
EMYLY FERREIRA LIMA 
LETÍCIA LEAH SANTOS PEREIRA 
VERÔNICA CANDEIAS DOS SANTOS 
 
 
 
ANÁLISE DO PROJETO MORADIAS INFANTIS E CERTIFICAÇÃO A PARTIR 
DO SELO LEED 
 
 
 
 
 
 
 
Aracaju 
2020.2 
 
DANIELLE FEITOSA SILVA 
EMYLY FERREIRA LIMA 
LETÍCIA LEAH SANTOS PEREIRA 
VERÔNICA CANDEIAS DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO PROJETO MORADIAS INFANTIS E CERTIFICAÇÃO A PARTIR DO 
SELO LEED 
 
Medida de eficiência, elaborada como requisito 
para a avaliação parcial da AVI da disciplina 
Conforto Ambiental I, turma N01, orientada pelo 
Prof. Me. Leonardo Ribeiro Maia do Curso de 
Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
Tiradentes. 
 
 
Aracaju 
2020.2
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 4 
2 FICHA TÉCNICA 5 
3 MORADIAS INFANTIS CANUANÃ + FUNDAÇÃO BRADESCO 6 
3.1 PARTIDO DO PROJETO, ESCALAS, QUESTÕES SIMBÓLICAS E POÉTICAS 6 
3.2 INSERÇÃO DO PROJETO NO TERRITÓRIO PAISAGEM NATURAL 
E CONSTRUÍDA 7 
3.3 SISTEMAS ESTRUTURAIS 9 
3.4 MATERIAIS INSERIDOS NA REALIDADE SOCIOCULTURAL 13 
4 INTRODUÇÃO AO SELO ‘LEED’ 16 
5 ANÁLISE DA EDIFICAÇÃO À PARTIR DOS CRITÉRIOS DO SELO 22 
5.1 PONTOS COMUNS ENTRE O SELO E PARÂMETROS DE 
CONFORTO AMBIENTAL 22 
6 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DAS EXIGÊNCIAS DO SELO 25 
6.1 POSITIVOS 25 
6.1.1 AMBIENTAIS 25 
6.1.2 SOCIAIS 25 
6.1.3 ECONÔMICOS 25 
 6.2 NEGATIVOS 26 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 27 
REFERÊNCIAS BLIOGRÁFICAS 28 
 
 
 
4 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O professor e arquiteto Marcelo de Andrade (2001) coloca que “o conceito de 
desenvolvimento sustentável adquiriu nos dias atuais uma abrangência que corre o risco de 
banalizá-lo”. Ocorre que atualmente muito se discute sobre arquitetura sustentável, porém 
pouco se difunde de fato tudo o que o termo ‘sustentável’ engloba. Questionar para alguém hoje 
o que seria um projeto sustentável, é estar suscetível a receber ‘telhado verde’ como resposta. 
E não que esteja errado, contudo, ser sustentável vai muito além de colocar grama verde no 
telhado. 
A sustentabilidade está relacionada com questões sociais, energéticas e econômicas. Um 
projeto para ser considerado sustentável precisa ser ecologicamente correto, economicamente 
viável, socialmente justo e culturalmente diverso. E é justamente por esse motivo que existem 
os selos e certificações que classificam se uma edificação está de acordo com todos esses 
aspectos. 
O relatório apresentado busca fazer um estudo de caso do projeto Moradias Infantis, através 
de uma análise da edificação em consonância com a certificação do selo LEED. Levando em 
consideração a importância imprescindível de discutir a sustentabilidade dentro do âmbito da 
Arquitetura e Urbanismo, na busca de otimizar os recursos naturais de tal modo que se possa 
minimizar os impactos dos edifícios no meio ambiente e seus habitantes, principalmente no 
que condiz com os aspectos relevantes a construção civil. Visto que, os resíduos sólidos são um 
dos maiores responsáveis pela produção de lixo no mundo. 
O presente trabalho, traz a intenção de observar quais estratégias foram usadas no projeto e 
de que modo atendem aos critérios do selo. Vale ressaltar, que há diversas estratégias quanto 
essa questão, no entanto são pouco difundidas dentro do âmbito acadêmico e se minimiza a 
realidade de que cada dia mais os problemas ambientais afetam a qualidade de vida do homem 
e a urgência de que precisamos tomar consciência que os recursos naturais podem acabar e seu 
uso consciente é fundamental para manter uma vida de qualidade para as gerações futuras. 
O objetivo final do relatório é concluir se a edificação apresentada está apta a receber a 
certificação LEED de arquitetura sustentável. 
 
 
 
 
5 
 
2 FICHA TÉCNICA 
 
Os escritórios responsáveis pelo projeto Moradias Infantis, localizado na Fazenda Canuanã, 
TO (figura 1), foram Rosenbaum (Marcelo Rosenbaum e Adriana Benguela) e o Aleph Zero 
(Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes) com a execução realizada por Ita Construtora (Hélio 
Olga). O projeto teve início em 2015 e sua conclusão foi no ano de 2017, a área do terreno é de 
60.000 m² (figura 2), sendo a área construída de 23.344 m², o material predominante é MLC 
(Madeira Laminada Colada). Alguns diferenciais técnicos são: construção 
econômica, eficiência energética e sustentabilidade. 
 
 Figura 01: Localização. Figura 2: Implantação. 
 
 
 Fonte: Google maps, 2020. Fonte: ArchDaily Brasil, 2020. 
 
 
O projeto ganhou diversas premiações, sendo elas: 
● RIBA International Prize 2018; 
● American Architecture Prize 2017 – categoria Habitação Social; 
● Arch Daily – Building of The Year 2018; 
● 4º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel 2017; 
● 5º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – Habitat Sustentável – categoria 
Edificação Institucional e Melhor Projeto da Edição; 
● APCA 2017 – categoria Obra de arquitetura no Brasil; 
● Prêmio IBRAMEM A MATA 2018 – categoria Profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.architecture.com/awards-and-competitions-landing-page/awards/riba-international-prize
https://architectureprize.com/winners/index_a.php
https://boty.archdaily.com/us/2018?fbclid=IwAR28_rcYAazwwVVuMHTDl0Rb43qd9VKuEkryE0hYiaBhTZyjnYNS42qYkWI
https://www.institutotomieohtake.org.br/premios/premio-de-arquitetura-instituto-tomie-ohtake-akzonobel-1
http://www.premiosaintgobain.com.br/edicoes-anteriores
http://www.premiosaintgobain.com.br/edicoes-anteriores
https://www.facebook.com/AssociacaoPaulistadeCriticosdeArtes/posts/2024241284522791
https://www.facebook.com/premioibramemamata/posts/vencedores-do-pr%C3%AAmio-ibramem-amata-2018finalmente-temos-em-m%C3%A3os-a-lista-dos-proj/895699603941118/6 
 
3 MORADIAS INFANTIS CANUANÃ + FUNDAÇÃO BRADESCO 
 
O projeto Moradias Infantis Canuanã é uma escola rural em regime de internato mantida 
através de subsídios da Fundação Bradesco, construída em 2017. É um espaço que acolhe 
crianças e jovens entre 7 e 18 anos, oferecendo alojamento para aproximadamente 540 crianças 
e mais que isso, é um espaço que cumpre múltiplas funções: é casa, família, abrigo, laboratório 
e sala de aula. O lugar, na verdade, era uma antiga fazenda que foi adaptada para se tornar uma 
escola, então, alguns blocos são novos, como os blocos onde são realizadas as aulas e onde fica 
a casa de alguns professores. 
A arquitetura da escola remete que o trabalho realizado pelo profissional Arquiteto e 
Urbanista, pode sobretudo, ser uma ferramenta de transformação social. Eles trabalharam de 
perto com as crianças para identificar suas necessidades e desejos para a escola, na intenção de 
criar um ambiente que pudesse ser uma casa longe de casa, onde as crianças pudessem 
desenvolver um forte senso de individualidade e pertencimento em relação ao espaço. 
 
3.1 Partido do projeto escalas questões simbólicas e poéticas 
 
O ponto de partida deste projeto foi a mudança do conceito de alojamento para o 
conceito de morada, que fez com que toda a plasticidade do projeto estivesse imersa nas 
características do cerrado, a infinitude do céu e os saberes culturais da população. A proposta é 
aliar a materialidade à beleza do povo que lá habita, buscando um resgate cultural das técnicas 
construtivas locais, da beleza indígena e seus saberes, aliado à construção da noção de 
pertencimento, que se fez necessária para o desenvolvimento infantil e juvenil na escola de 
Canuanã. 
Ao se fazer uma análise mais espirituosa do projeto, quanto a sua composição, fica 
evidente que a edificação possui uma poética e semiótica de muita leveza com seus volumes, 
planos, superfícies, cheios e vazios, porosidades, transparências, tramas e ripados, plantas, 
sombras e brisas, são tão uniformes visualmente, que com a dinâmica com a cobertura emoldura 
um penetrável prisma na paisagem. A cobertura (figura 3) é de tamanha leveza que rememora 
uma pipa pronta para que os ventos que amenizam o calor dos trópicos ajudem as crianças a 
empinarem, mas ainda presa ao solo por pilares que não quebram essa leveza. 
 
 
 
7 
 
Figura 3: Perspectiva Moradias infantis. 
 
 
 
Disponível em: <http://rosenbaum.com.br/projetos/fundacaobradescocanuana/sobre-o-projeto/>. 
Acesso em: 22 set. 2020. 
 
3.2 Inserção do projeto no território Paisagem natural e construída 
 
Formoso do Araguaia, localiza-se a uma latitude 11°48'09" sul e a uma longitude 
49°31'42" oeste, estando a uma altitude de 240 metros. Sua população estimada em 2012 era 
de 18.369 habitantes. Já a edificação está localizada na zona rural do município de Formoso do 
Araguaia (figura 4), no estado do Tocantins. A Escola da Fazenda está inserida na maior 
extensão territorial que é parte da reserva Terra Indígena Parque do Araguaia, sob a 
responsabilidade da Funai. O território onde o projeto Moradias Infantis está inserido engloba 
três biomas: o cerrado, a floresta amazônica e o Pantanal. Tratando-se de parâmetros climáticos, 
há a predominância do clima tropical úmido e quente e possui área de 23.344 m². 
 
Figura 4: Mapa topográfico Formoso do Araguaia, altitude e relevo. 
 
 
 
Disponível em: <https://pt-br.topographic-map.com/maps/gi4l/Formoso-do-Araguaia/>. Acesso em: 23 set. 
2020. 
 
8 
 
Tal clima é caracterizado por apresentar chuvas durante o verão e estação seca no 
inverno. A temperatura média da cidade é de aproximadamente 24ºC, sendo a mínima de 15ºC 
em meses mais frios e a máxima de 35ºC entre os meses mais quentes. Além disso, como pode 
ser visto na figura 5, em meses como fevereiro, março, abril e dezembro, a cidade atinge uma 
média de umidade relativa superior a 80%. Já entre os meses de julho e agosto, essa média pode 
chegar a 35%. Vale ressaltar que a variação de temperatura noturna neste clima não é tão 
significativa, ou seja, não é suficiente para causar sensação de frio, mas pode proporcionar 
grande alívio térmico. 
 
Figura 5: Gráfico de umidade relativa em Formoso do Araguaia. 
 
 
 
 Fonte: projeteee.mma.gov.br 
 
Para a arquiteta Anésia Barros (2001), conhecer o clima de um lugar é fator de extrema 
importância na hora de projetar e construir espaços que permitam ao seu usuário condições de 
conforto. Entendendo como o clima do município de Formoso do Araguaia funciona, é possível 
adotar estratégias bioclimáticas para que esse nível de conforto seja atingido (figura 6). 
 
Figura 6: Estratégias bioclimáticas ideais para o município de Formoso do Araguaia. 
 
 
 
Disponível em: projeteee.mma.gov.br 
 
9 
 
Nos ambientes de clima tropical quente e úmido, a ventilação é um dos processos 
utilizados para promover o conforto térmico. Para isso, as aberturas precisam ser grandes o 
suficiente para permitir a ventilação nas horas do dia em que a temperatura externa for inferior 
à interna. Porém, é preciso que essas aberturas estejam protegidas da radiação solar direta. Por 
exemplo, a vegetação pode ser utilizada para criar sombra, desde que a mesma não se torne um 
obstáculo quanto a entrada de ar no ambiente. As construções não devem ter inércia muito alta, 
pois isso dificulta a saída do calor interno acumulado durante o dia. 
Em relação às coberturas, os materiais devem possuir inércia média. O ideal é que exista 
espaços de ar ventilado, permitindo que esse ar diminua o calor que atravessa as telhas, 
diminuindo assim o ganho de calor interno. Já as cores externas das construções devem ser 
preferencialmente claras, pois irão refletir mais a radiação solar. 
Na figura 7 é possível ver um exemplo de edificação presente no Estado de Tocantins, 
local onde o projeto Moradias Infantis foi inserido. A mesma foi utilizada como referência de 
arquitetura e cultura no momento da concepção do projeto. 
 
Figura 7: Arquitetura local usada como referência no projeto 
 
Fonte: rosenbaum.com.br 
 
3.3 Sistemas Estruturais 
 
Para a iniciação do projeto, foram necessários 14 dias de uma metodologia de 
comunicação em conjunto com as crianças. Elas se expressaram por meio de textos, desenhos 
(figura 8) e encenações desenvolvidos baseados no tema “O que faz de Canuanã minha casa?”. 
A propósito, a organização dos dormitórios em volta dos pátios partiu de um desejo comum 
entre as crianças, assim como a composição deles. 
 
10 
 
Figura 8: Desenho a mão feito pelas crianças. 
 
Disponível em: < https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/18.204/6809>. Acesso em 24 
set. 2020. 
 
 “Diferenciando-se do projeto antigo, as moradias não se localizam mais no centro da 
fazenda, deixando este para ambientes educacionais. A construção das duas vilas nas 
extremidades também teve como objetivo guiar o futuro crescimento da fazenda” 
(ARCHDAILY, 2017). Para trazer a ideia de lar e acolhimento, os arquitetos buscaram entender 
como as crianças ocupavam os espaços em suas casas e quais as suas necessidades (figura 9). 
 
Figura 9: Programa de Necessidades. 
 
Disponível em: 
<https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf>. 
Acesso em 24 set. 2020. 
 
O zoneamento manteve a ideia original da divisão dos dormitórios em dois blocos 
idênticos: um feminino e outro masculino. Além disso, visando o conforto e consequentemente 
uma melhora na condição de vida e desempenho escolar, o número de crianças em um 
dormitório foi reduzido para 6 e o número de unidades aumentou para 45. Localizados no 
primeiro pavimento (figura 10), os 9 retângulos de dormitórios foram distribuídos ao redor de 
3 pátios abertos. Com intuito de criar uma dinâmica entre os espaços íntimos e sociais, as portas 
e varandas dos dormitórios ficamligadas diretamente a estes pátios. 
 
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/18.204/6809
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf
11 
 
 Figura 10: Zoneamento do Primeiro Pavimento da Moradia. 
 
Disponível em: 
<https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf>. 
Acesso em 24 set. 2020. 
 
Cada pátio (figura 11) possui 25 metros de lado e são preenchidos com diversas 
vegetações nativas, criando um microclima resultante do encontro dos 3 biomas da região – 
Cerrado, Amazônia e Pantanal. O espaço promove a interação entre os jovens, tanto de forma 
educativa como social. 
Para Rosenbaum e Benguela (2018), “o espaço organiza as relações entre o público e o 
privado, criando espaços de convívio coletivo a natureza e o indivíduo, reconectando as 
crianças e os jovens às suas origens como humanidade, com ligação viva em seu ecossistema 
de entorno”. 
 
Figura 11 – Pátio sem cobertura e com vegetação nativa. 
 
Disponível em: https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/. Acesso em 24 set. 2020. 
 
“No segundo pavimento (figura 12), acima dos dormitórios, ficam os ambientes sociais, 
onde pode-se assistir televisão, participar de jogos, os espaços de leitura e os redários” 
(ARCHDAILY, 2017). O espaço é completamente vazado com divisórias de madeira à meia 
altura (figura 13), permitindo que a ventilação circule sem muitos obstáculos. 
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf
12 
 
 
 Figura 12: Zoneamento do 2º Pav. da Moradia. Figura 13: Divisórias vazadas de madeira. 
 
 
A cobertura (figura 14) é uma grande estrutura metálica composta por vigas apoiadas 
sobre 288 pilares com seção de 15 centímetros, possuindo somente uma água com inclinação 
de 5%. Seus beirais de 4 metros e sua estrutura de proteção suspensa, juntos criam um espaço 
de transição entre o interior e o exterior da edificação, dando o efeito de uma grande varanda 
com pé-direito atingindo até 8 metros de altura. Além de permitir a circulação da ventilação, a 
estrutura proporciona uma grande área de sombreamento e proteção contra chuvas, resposta 
direta ao clima típico da região. 
 
Figura 14: Cobertura metálica apoiada em pilares de madeira. 
 
Disponível em: </https://sustentarqui.com.br/moradias-infantis-projeto-brasileiro-ganha-o-premio-
internacional-riba//>. 
Acesso em 24 set. 2020. 
 
 O projeto possui simetria partindo de um eixo central (figura 15), ou seja, possui os 
mesmos elementos em cada lateral. Outro dado visível é o ritmo que a malha de pilares forma 
Disponível em: 
<https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunio
ns/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).p
df>. Acesso em 24 set. 2020. 
Disponível em: 
https://www.itaconstrutora.com.br/portfoli
o/fundacao-bradesco/. Acesso em 24 set. 
2020 
https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/
https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/
13 
 
(figura 16), seguindo linear do início ao fim da fachada. O projeto como um todo pode ser 
entendido visualmente como vários blocos unidos pelos pilares e cobertura, formando um 
grande retângulo. 
 
 Figura 15: Análise de simetria da edificação. Figura 16: Modulação de pilares 
 
 
3.4 Materiais inseridos na realidade sociocultural 
 
Pensando nas estratégias bioclimáticas indicadas para o clima tropical úmido e quente, 
os materiais foram escolhidos para trabalharem em conjunto com a natureza e não contra ela. 
Além disso, de acordo com o arquiteto Gustavo Utrabo (2019), foram levadas em conta “as 
técnicas construtivas locais, a demanda das crianças e o desafio de construir em um local tão 
remoto como Canuanã”. 
O projeto foi desenvolvido a partir de recursos locais, aliando estética contemporânea 
com técnicas tradicionais. Colocando elementos pré-fabricados e leves, em conjunto com 
materiais de maior massa. O principal material utilizado na edificação é a madeira laminada 
colada (MLC), totalizando mil metros cúbicos de estrutura produzida com madeira 100% de 
florestas de reflorestamento (figura 16), tecnologia com baixo impacto ambiental. Motivo que 
levou o projeto a conquistar o título de maior construção de madeira de eucalipto da América 
Latina em 2017. 
O material permite a fabricação de peças em grandes dimensões, além de uma rápida 
execução e montagem da estrutura, produzindo pouco lixo e materiais residuais durante a obra. 
 
 
 
 
Disponível em: 
<https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReun
ions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA
(1).pdf>. 
Acesso em 24 set. 2020. 
Disponível em: < 
https://www.academia.edu/39218005/ENTREG
A_FINAL_convertido>. Acesso em 24 set. 2020. 
 
14 
 
Figura 16: Processo de montagem da estrutura. 
 
Disponível em: https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/. Acesso 
em 24 set. 2020 
 
A vedação foi feita aplicando tijolos de adobe fabricados na obra, utilizando a terra da 
própria Fazenda Canuanã. Nas paredes das áreas de serviço voltadas para o exterior, alguns 
tijolos foram assentados em um ângulo de 45º (figura 17) gerando muxarabi, assim como 
aqueles observados em casas da região (figura 18). 
 
 Figura 17: Parede de adobe em Canuanã. Figura 18: Parede de argila das comunidades locais. 
 
 
Já as paredes dos dormitórios voltadas para o exterior formam uma antessala de cobogós 
(figura 19), permitindo a entrada de ventilação natural. Além disso, as paredes são mais grossas, 
fazendo com que a troca de temperatura com o exterior leve mais tempo, outra característica 
Disponível em: 
<http://rosenbaum.com.br/projetos/fundacaobradescocanuana/desenvolvimento/>. 
Acesso em 24 set. 2020 
https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/
http://rosenbaum.com.br/projetos/fundacaobradescocanuana/desenvolvimento/
15 
 
observada em construções típicas (figura 20). O piso de cimento queimado também se faz 
presente no projeto. 
 
 Figura 19: Dormitório da moradia infantil. Figura 20: Referência arquitetônica usada. 
 
 
Para fechar as referências buscadas na cultura da população de Canuanã, as portas dos 
dormitórios contêm painéis de palha de buriti trançada (figura 21), todas com gravuras 
inspiradas em pinturas corporais indígenas (figura 22). Mantendo assim o monocromatismo do 
projeto, conectando a edificação ao seu entorno. 
 
 Figura 21: Palha de buriti trançada. Figura 22: Pinturas indígenas usadas como referência. 
 
 
 
Disponível em: 
<http://rosenbaum.com.br/projetos/fundacaobradescocanuana/desenvolvimento/>. Acesso em 24 set. 2020. 
 
 
 
Disponível em: < 
https://archtrends.com/blog/premio-
internacional-riba/>. Acesso em 24 set. 2020 
Disponível em: 
<http://rosenbaum.com.br/projetos/fundacaobr
adescocanuana/desenvolvimento/>. Acesso em 
24 set. 2020. 
https://archtrends.com/blog/premio-internacional-riba/
https://archtrends.com/blog/premio-internacional-riba/
16 
 
4 INTRODUÇÃO AO SELO LEED 
 
 Leadership in Energy and Environmental Design ou LEED, tem o significado de 
liderança em energia e design ambiental. O LEED é um sistema de avaliação de 
sustentabilidade, criado na América do Norte em 1993 e utilizado em mais de 160 países para 
edificações que tem como objetivo incentivar a sustentabilidade em projetos, certificando que 
uma determinada edificação está comprometida com os princípios sustentáveis na construção 
civil, antes das obras, durante a sua execução e depois de sua conclusão. (SPITZCOVSKY, 
2012). 
 Na década de 1980 uniu-se ao USGBC e tiveram como meta priorizar um sistema de 
avaliação da sustentabilidade, através da ASTM (American Society of Testing and Materials), 
porém, esta ideia não obteve sucesso e foi abolida.Contudo, três anos depois foi criado um 
sistema independente onde foram analisados vários sistemas de avaliação, inclusive o sistema 
do BREEAM, foi aprovado o sistema LEED, com abordagem maior em aspectos energéticos, 
diferentemente do BREEAM, que dava maior peso a redução na emissão de CO2 
(HERNANDES, 2006). 
 Inicialmente o LEED foi inserido nos Estados Unidos como um programa piloto, lançado 
numa versão 1.0 que tinha como base elaborar um guia de referências para auxiliar os 
interessados. Esta versão, que era aplicada apenas a novas construções, mostrou limitações em 
relação aos seus critérios, então foi lançada a versão 2.0, no ano 2000. Que teve um aumento 
na quantidade de créditos disponíveis necessárias para atingir os níveis certificado, prata, ouro 
e platina. Também com modificações no guia de referência. Em 2002, a versão 2.1 trouxe o 
nome LEED-NC (Novas Construções), mas sem alterar os requisitos ou os níveis de 
certificação. Em 2004, foram lançadas novas versões específicas do LEED: LEED-EB 
(Existing Buildings, para edificações existentes), LEED-CI (Comercial Interior, para projetos 
de interiores comerciais) e LEED-CS (Core & Shell, para edificações com unidades 
comerciais). Houveram pequenas adaptações no conteúdo, esclarecimento de definições e 
atualização das normas, na versão 2.2, lançada em 2005 (HERNANDES, 2006). 
Com a evolução do LEED em 2009 uma nova versão v3 foi lançada, contendo um novo 
processo de desenvolvimento contínuo, onde uma nova versão online, que também, foi lançada 
e inserida como um programa de certificação de terceiros revisado. Houve um aumento da base 
de créditos para 100 pontos possíveis, além de 6 pontos adicionais para Inovações em Projetos, 
e 4 pontos adicionais para Prioridade Regional. Assim, os níveis de classificação ficaram com 
17 
 
os limites de créditos: Certificado entre 40 e 49 pontos; Prata entre 50 e 59 pontos; Ouro entre 
60 e 79 pontos; Platina para 80 pontos ou mais (Environment and Ecology, 2016). 
 Por fim, a última versão da certificação é a v4, que foi lançada internacionalmente em 
2013. Esta versão traz um foco maior nos materiais utilizados na construção e os impactos dos 
seus componentes, valorizando também a performance da edificação em relação a qualidade do 
ambiente interno para o seu ocupante, e esclarece a questão de eficiência no uso de água, 
considerando o consumo do edifício como um todo. Esta versão deu maior flexibilidade quanto 
aos tipos de projetos certificados, fazendo adaptações para novos setores de mercado, e também 
trouxe avanços no LEED online, disponibilizando os formulários e a biblioteca de créditos no 
seu endereço eletrônico (USGBC, 2016). 
Ocorreram mudanças técnicas e aumento de exigências nesta última versão, principalmente 
nas exigências em relação aos materiais, como por exemplo a necessidade da análise do ciclo 
de vida e identificação de compostos químicos tóxicos utilizados de acordo com Santos (2015), 
foram: 
 
• Análise das condições iniciais do terreno, antes do projeto; 
• Boa mobilidade urbana e prioridade ao transporte público no entorno da construção; 
• Redução do consumo de água para paisagismo em ao menos 30%; 
• Redução do consumo de água de hidrossanitários em ao menos 20%; 
• Desenvolvimento de um plano de gestão de resíduos durante a construção; 
• Coleta, armazenamento e disposição corretos de resíduos perigosos 
 
 A Certificação proporciona informações consideráveis, verificadas e comparáveis sobre 
os aspectos ambientais, de conforto e de saúde com a finalidade de facilitar a análise do grau 
de sustentabilidade de uma edificação específica. Por isso essa certificação funciona para todos 
os edifícios e pode ser aplicada a qualquer momento no empreendimento desde que atenda aos 
pré-requisitos e créditos. 
O Projeto que busca o selo LEED são analisados a partir dos pré-requisitos (práticas 
obrigatórias) e créditos (recomendações) à medida que são atendidos, garante a certificação a 
edificação conforme as tipologias da USGBC. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 Figura 23: Níveis de certificação do selo LEED. 
 
Disponível em <:https://sustentarqui.com.br/certificacao-leed-o-que-e-e-como-funciona>.. Acesso em 24 
set. 2020 
 
No Brasil, a indústria da construção civil tem grande participação no desenvolvimento 
econômico e social. Ao mesmo tempo, esse setor também é responsável por sérios impactos 
ambientais ligados ao consumo de recursos naturais, energia, poluição e geração de resíduos. 
Com isso o objetivo do LEED é diminuir esse impacto chegando a um determinado nível de 
sustentabilidade, além de possuir vantagens para o setor comercial devido a redução dos custos 
operacionais na obra, que por sua vez, torna-se um atrativo para vender ou alugar as edificações 
certificadas, consequentemente, gerando um ganho e um ponto positivo para o mercado 
comercial sustentável. (HERNANDES, DUARTE, 2007). 
 
Os níveis de certificação do LEED funcionam como uma espécie de checklist com alguns 
critérios a serem seguidos como: 
 
 • Localização e transporte 
 • Espaço sustentável 
 • Eficiência do uso da água 
 • Energia e atmosfera 
 • Materiais e recursos 
 • Qualidade do ambiente interno 
 • Inovação 
 • Prioridade regional 
 
Esses pré-requisitos levam em consideração as ações obrigatórias em 
qualquer empreendimento que busca a certificação, que por ter uma avaliação global em 
relação as fases do empreendimento, pode ocorrer uma certificação com alta pontuação numa 
fase, e em outra com menos critérios atendidos. (COSTA, MORAES, 2013). 
 
 O sistema LEED possui diferentes tipos de selo, no Brasil, trabalha-se com 9 tipos diferentes 
e é feita pelo Green Building Council Brasil (GBC Brasil, 2016a) e são determinados de acordo 
com a tipologia da edificação (figura 24): 
 
● LEED BD+C – para Novas Construções e Grandes Reformas 
https://sustentarqui.com.br/certificacao-leed-o-que-e-e-como-funciona/
19 
 
● LEED ID+C – para interiores 
● LEED O+M – para Operações e Manutenção 
● LEED ND – para Desenvolvimento de Bairros 
 
 
 
 
 
Figura 24: Tipologias das edificações exigidas pelo LEED. 
 
Disponível em: <https://sustentarqui.com.br/certificacao-leed-o-que-e-e-como-funciona/>. Acesso em 24 
set. 2020 
Os selos têm como função dar pesos diferentes para as dimensões avaliadas, através da 
quantidade de pontos que pode ser obtida em cada dimensão, conforme seus critérios: 
Na figura 25 são apresentados, em síntese, os 8 tipos de selo e a pontuação de cada dimensão 
nos diferentes tipos de selo LEED. Na figura 26 são apresentados os pesos relativos das 
dimensões dentro de cada tipo de selo. 
 
Figura 25: Síntese do selo LEED e suas pontuações. Figura 26: Peso avaliado em cada certificação LEED. 
 
 
A Estratégia é que cada selo atribua pesos de acordo com as tipologias das edificações: 
 
Disponível em: 
<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/
monopoli10018022.pdf >. 
Acesso em 24 set. 2020. 
Disponível em: 
<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/m
onopoli10018022.pdf >. Acesso em 24 set. 2020. 
https://sustentarqui.com.br/certificacao-leed-o-que-e-e-como-funciona/
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf
20 
 
• LEED New Construction & Major Renovation (LEED para Novas construções e Grandes 
Reformas) - para edificações que serão construídas ou que passarão por reformas que incluam 
sistema de ar condicionado, envoltória e realocação (GBC Brasil, 2016); 
• LEED Existing Buildings – Operation and Maintance (LEED para Edifícios Existentes- 
Operação e Manutenção) - voltado para a eficiênciada manutenção e operação da edificação 
existente, ajudando na maximização da eficiência e reduzindo custos e o impacto sobre o meio 
ambiente (GBC Brasil, 2016); 
• LEED for Commercial Interiors (LEED para Interiores Comerciais) - voltado para escritórios 
com alto desempenho, que ofereçam ambiente interno mais saudável, o que leva a um ganho 
na produtividade dos ocupantes, além de redução nos custos de operação e manutenção (GBC 
Brasil, 2016); 
• LEED Core & Shell (LEED para Envoltória e Estrutura Principal) - atende edificações com 
espaços internos que serão comercializados. A avaliação é feita para o espaço comum da 
edificação, o sistema de ar condicionado e estrutura principal, como elevadores, escadas e 
fachada. Não são considerados na avaliação detalhes de ocupação, como o mobiliário, por 
exemplo (GBC Brasil, 2016); 
• LEED Retail (LEED para Lojas de Varejo) - destinado a lojas de varejo, abrangendo suas 
características e necessidades, que diferem de uma edificação comercial. (GBC Brasil, 2016); 
O peso de cada dimensão do LEED para Novas Construções ou Grandes Reformas em Lojas 
de Varejo, é o mesmo do selo LEED Novas Construções e Grandes Reformas. 
O peso de cada dimensão do LEED para Interiores Comerciais em lojas de varejo, é o mesmo 
do selo LEED para Interiores Comerciais. 
• LEED for Schools (LEED para Escolas) - destinado para melhorar ambientes escolares, 
aumentando o conforto e saúde de alunos e do corpo docente. Também visa reduzir os custos 
de manutenção e operação do edifício, além de incentivar a criação de práticas de educação 
ambiental na escola (GBC Brasil, 2016); 
• LEED for Neighborhood Development (LEED para Desenvolvimento de Bairros) - voltado 
para espaços urbanos, que inclui ruas, casas, escritórios, shoppings, mercados e áreas públicas. 
Nestes espaços são integrados princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo 
sustentável e edificações verdes, através de diferentes tipos de edificações. O selo também 
incentiva o transporte público eficiente e alternativo e a criação de áreas de lazer de alta 
qualidade (GBC Brasil, 2016). 
 
21 
 
As dimensões avaliadas deste selo têm distribuição de pontos por dimensão avaliada 
diferentes apresentada na figura 27. 
 
 
Figura 27: Pontuações possíveis para cada dimensão avaliada no LEED ND. 
 
Disponível em: <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf >. Acesso em 24 set. 
2020. 
 
 LEED for Healthcare (LEED para Hospitais) - atende às necessidades específicas dos 
hospitais, que diferem das edificações comerciais. A certificação ajuda na criação de ambientes 
mais saudáveis e naturais, o que ajuda na recuperação de pacientes (GBC Brasil, 2016a) 
A pontuação para os requisitos e critérios de avaliação varia de acordo com a quantidade 
existente de nível de atendimento ao crédito, como no crédito de redução no uso de água, que 
concede 6 pontos para uma redução de 30%; 8 pontos para uma redução de 35% e 11 pontos 
para redução de 40%, na dimensão Uso racional da água, no LEED para Interiores Comerciais, 
por exemplo. (GBC Brasil, 2016a) 
Para atender o pré-requisito é necessário dedicar uma área (ou áreas) de fácil acesso 
para coleta com depósitos de materiais para reciclagem. Portanto, a coleta deve destinar, no 
mínimo, para papel, papelão, vidro, plástico e metais. Paralelo a isso, temos créditos para reuso 
do edifício e materiais, gestão de resíduo da construção, conteúdo reciclado, materiais regionais, 
materiais de rápida renovação e madeira certificada. 
No Brasil a prática dessa técnica é usada numa baixa escala, segundo BARROS (2012) 
em seu estudo, a maior dificuldade constatada em relação a esta dimensão é a falta de 
fornecedores e projetistas especializados na área e a burocracia excessivas da documentação 
necessária. Ainda segundo BARROS (2012), também são problemas para implementação de 
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf
22 
 
edifícios sustentáveis: a falta de treinamento e educação em projetos e construções sustentáveis, 
o alto custo inicial das opções para construção e o desinteresse por parte do mercado. 
A prática da reciclagem enfrenta um obstáculo que é a falta de cultura de reciclagem. 
Seja por partes das escolhas do cliente de construir ou das empresas construtoras, que deveriam 
buscar a redução das perdas e geração de resíduos através de métodos construtivos mais 
racionais; e o governo local, que deve fiscalizar geradores e resíduos, para evitar a destinação 
inapropriada ou ilegal destes (CORRÊA, 2009). 
O processo de obtenção do selo ocorre em 5 etapas de acordo com o GBC Brasil (GBC 
Brasil, 2016c) e está disponível no portal LEED Online, que de fato, dificulta a opção pela 
construção de edificações sustentáveis, por demandar um alto custo inicial, através de esforços 
para atender os requisitos de uma certificação e com o custo da própria certificação. 
 
 
5 ANÁLISE DA EDIFICAÇÃO A PARTIR DOS CRITÉRIOS DO SELO 
 
 Ainda que a edificação seja tomada como um exemplo pelo seu impacto de 
transformação social, a mesma ainda é insuficiente em alguns critérios ambientais avaliados 
pelo LEED, como mostra a tabela abaixo. 
 
Tabela 28: critérios do LEED e a edificação. 
 CRITÉRIOS PRESENTE DA EDIFICAÇÃO 
Espaço Sustentável Sim 
 Energia e Atmosfera Sim 
Materiais e Recursos Sim 
Qualidade ambiental interna Sim 
Localização e transportes - 
Inovação e Processos - 
Créditos de Prioridade Regional - 
Eficiência do uso da água - 
Fonte: Acervo dos autores, 2020. 
 
 
 
5.1 Pontos comuns entre o selo e parâmetros de conforto ambiental 
 
As escolhas dos materiais juntamente com as técnicas construtivas utilizadas 
possibilitam que a edificação se encaixe em alguns dos critérios avaliados pela certificação 
23 
 
LEED; são eles: energia e atmosfera, qualidade ambiental interna, espaço sustentável, e 
materiais e recursos. 
A energia e atmosfera, e a qualidade ambiental interna são alcançadas a partir de várias 
soluções aplicadas na edificação. Começando pelo térreo, as paredes grossas feitas com tijolos 
de adobe aprimorado, fazem com que a mesma demore mais tempo para trocar de temperatura 
com o ambiente externo, tornando o prédio até 7˚C mais fresco, sem necessidade de uso de ar 
condicionado. As aberturas feitas com tijolos em 45º em algumas paredes também contribuem 
para a entrada de ar nos espaços internos. O pátio central o qual integra uma vegetação nativa 
típica do cerrado, permite um maior conforto térmico promovendo a ventilação e a entrada de 
luz natural nos ambientes da edificação, agregando pontos positivos no critério espaço 
sustentável (figura 29). 
 
Figura 29: pátio interno 
 
Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-
rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018>. Acesso em 23 set. 2020. 
 
Em razão do segundo pavimento da edificação ser um andar todo vazado (figura 30), 
sem paredes e sem vidros, apenas com divisórias de madeira à meia altura, o ar consegue 
circular livremente nos ambientes internos tornando-os agradáveis e com uma vista livre para 
o pátio. A cobertura metálica (figura 31) também colabora para o conforto térmico, uma vez 
que a mesma é esbelta e cria uma grande sombra protegendo as paredes da incidência solar 
direta. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
24 
 
 Figura 30: Segundo pavimento. Figura 31: cobertura protegendo as paredes. 
 
 
 
 
A escolha do uso de materiais regionais como a palha trançada e os tijolos feitos com o 
solo do próprio local paraa construção da escola, agregam pontos positivos aos critérios de 
materiais e recursos; as lixeiras de coleta seletiva existentes na escola, mostram que houve uma 
preocupação com o descarte consciente de resíduos, e também agregam pontos a este mesmo 
critério. Mas a utilização da madeira laminada (figura 32) colada agrega pontos negativos em 
localização e transportes, uma vez que a mesma foi executada pela Ita Construtora, que se 
localiza em São Paulo, gerando uma maior necessidade do uso de meios de transporte para esse 
material. 
 
Figura 32: detalhamento da madeira laminada colada 
 
Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-
rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018>. Acesso em 23 set. 2020. 
 
 
 
 
Disponível em: 
<https://www.archdaily.com.br/br/906263/proj
eto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-
vence-o-premio-internacional-riba-2018>. 
Acesso em 23 set. 2020. 
Disponível em: 
<https://www.archdaily.com.br/br/906263/proj
eto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-
vence-o-premio-internacional-riba-2018>. 
Acesso em 23 set. 2020. 
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
https://www.archdaily.com.br/br/906263/projeto-dos-brasileiros-aleph-zero-e-rosenbaum-vence-o-premio-internacional-riba-2018
25 
 
6 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DAS EXIGÊNCIAS DO SELO 
 
 Genericamente, quando se fala na obtenção da certificação LEED apenas são lembrados 
dos seus benefícios ambientais, como a diminuição dos impactos gerados pelas edificações, no 
local em que estão inseridas. Mas vale salientar que, as exigências dos selos são muito mais 
complexas e acabam gerando pontos negativos também. 
 
5.1 Positivos 
Os pontos positivos das exigências vão muito mais além do que apenas ambientais, eles 
englobam também benefícios sociais e econômicos para a edificação e seu entorno. 
 
5.1.1 Ambientais 
Para o meio ambiente, o foco está na redução de impactos, fazendo-se necessária a 
utilização mínima de recursos naturais ou a utilização o mais racional possível, como a água; 
recomenda-se também, o uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental, a redução, 
o tratamento e o reuso dos resíduos gerados pela construção e operação; e pôr fim a mitigação 
dos efeitos das mudanças climática. 
 
5.1.2 Sociais 
Para os trabalhadores e ocupantes da edificação há um aumento da satisfação, do bem-
estar e da saúde, uma vez que, os ambientes foram projetados para promover o máximo de 
conforto possível. Há também, um aumento da segurança, da responsabilidade socioambiental 
e do senso de comunidade dos usuários. 
 
5.1.3 Econômicos 
 As vantagens econômicas estão na diminuição de custos operacionais, como as taxas de 
energia e de água; diminuição dos riscos regulatórios e da obsolescência, pelo fato de que essas 
edificações, em sua maioria, são mais modernas e possuem, um certo avanço tecnológico; e por 
fim há a valorização do imóvel para revenda ou arrendamento. 
 
 
 
 
 
26 
 
5.2 Negativos 
Os pontos negativos das exigências começam já na maior complexidade requerida pela 
construção e nos altos custos iniciais para a inserção de tecnologias sustentáveis no 
empreendimento, por exemplo: painéis solares fotovoltaicos, e posteriormente, a demora na 
recuperação desses custos. Há também, uma grande dificuldade para encontrar fornecedores 
especializados de insumos, logo, a dimensão Materiais e recursos torna-se uma das mais difíceis 
a se atender na certificação LEED. 
Outro ponto negativo é falta de acompanhamento dos processos sustentáveis após a 
construção da edificação, ou seja, se os equipamentos instalados com a finalidade de melhorar 
a eficiência energética não forem utilizados, o prédio perde a certificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Levando em conta tudo o que engloba ao ser falado sobre arquitetura sustentável, é preciso 
estar ciente de que o termo abrange muito mais do que só os aspectos ambientais. Portanto, 
quando usamos uma certificação para analisar se determinado projeto é sustentável ou não, essa 
avaliação vai além do que só a edificação. 
A certificação LEED reforça a necessidade de uma boa capacitação de profissionais para a 
criação de novas tecnologias, disseminação de boas práticas dentro no universo da construção, 
além de avaliar os impactos urbanos causados pelo projeto. 
Dito isso, é possível concluir que ao analisar o projeto Moradias Infantis Canuanã, apesar 
de possuir características sustentáveis quanto a utilização de materiais e impacto social. A 
edificação não atingiria a pontuação necessária para receber a certificação LEED de arquitetura 
sustentável. 
Tal motivo se dá por questões como o uso da Madeira Laminada Colada (MLC), que apesar 
de ser com madeira 100% de florestas de reflorestamento e tecnologia com baixo impacto 
ambiental, precisou ser obtida da Ita Construtora Ltda. A empresa fica no interior de São Paulo 
e precisou percorrer quase 1.600km para levar o material até a construção, indo contra o critério 
de Localização e Transporte que determina a ‘boa mobilidade urbana e prioridade ao transporte 
público no entorno da construção”. Outro ponto seria a falta de acompanhamento dos processos 
sustentáveis após a construção da edificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BOMFIM, Camila. Net, Disponível em: 
<https://issuu.com/camilabomfa/docs/estudos_de_caso__-_camila_bomf__>. Acesso em: 24 
set. 2020. 
 
BRAMBATTI, Alana. Centro de Educação e Cultura na Reserva Indígena do Ligeiro – 
Charrua/RS. Net, Escola. Disponível em: 
<https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAP
ANA(1).pdf >. Acesso em: 24 set. 2020. 
 
Certificação Leed. Net, Certificação. Disponível em: 
<https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/> Acesso em: 22 set. 2020. 
 
Certificação Leed. Net, Disponível em: <https://www.sienge.com.br/blog/certificacao-leed/ 
Acesso em: 24 set. 2020. 
 
Estudo de caso Canuanã. Net, Arquivo Disponível em: 
<https://www.passeidireto.com/arquivo/75748901/estudo-de-caso-canauana>. Acesso em: 23 
set. 2020. 
 
FROTA, Anésia; SCHIFFER, Sueli. Manual do conforto térmico. 5. ed. São Paulo: Studio 
Nobel, 2001. 
 
HARADA, Ana. Aleph Zero fala sobre a Escola da Fazenda Canuanã. Net, mar. 2018. 
Arquitetura. Disponível em: <https://casacor.abril.com.br/arquitetura/arquitetura-humana-na-
escola-da-fazenda-canuana-o-projeto-do-ano/>. Acesso em: 22 set. 2020. 
 
Moradias infantis. Net, Projeto. Disponível em: 
<https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/aleph-zero_/moradias-infantis/4647> 
Acesso em: 20 set. 2020. 
 
Moradias Infantis / Rosenbaum + Aleph Zero. Net, set 2017. ArchDaily Brasil. Disponível em: 
<https://www.archdaily.com.br/br/879961/moradias-infantis-rosenbaum-r-plus-aleph-
zero?ad_medium=gallery/ >. Acesso em: 20 set. 2020. 
 
Prêmio internacional RIBA. Net, Blog Disponível em: <https://archtrends.com/blog/premio-
internacional-riba/>. Acesso em: 24 set. 2020.Requisitos de pontuação leed. Net, Sustentabilidade. Disponível em: 
<https://www.santaluziamolduras.com.br/sustentabilidade/requesitos-de-pontuacao-leed> 
Acesso em: 22 set. 2020. 
 
 
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf
29 
 
ROMÉRO, Marcelo. É possível uma Arquitetura Sustentável?. São Paulo: Arlindo Philippi. 
P.535-544, 2016. 
 
ROSENBAUM, Marcelo. Fundação Bradesco Canuanã. Net, Projetos. Disponível em: 
<http://rosenbaum.com.br/projetos/fundacaobradescocanuana/sobre-o-projeto//>. Acesso em: 
21 set. 2020. 
 
SCHIMID, Aloísio. A ideia de conforto: reflexões sobre o ambiente construído. Curitiba: 
Pacto Ambiental, 2005. 
 
Selo sustentável e certificação LEED. Net, Disponível em: <https://sunergia.com.br/blog/selo-
sustentavel-certificacao-
leed/#:~:text=%E2%80%93%20Falta%20de%20acompanhamento%20dos%20processos,pod
em%20minar%20os%20resultados%20sustent%C3%A1veis. >. Acesso em: 24 set. 2020. 
Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/18.204/6809 
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPA
NA(1).pdf>. Acesso em: 24 set. 2020. 
 
UFRJ. Net, Disponível em: 
<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10018022.pdf>. Acesso em: 24 set. 
2020. 
 
Net, Disponível em: <https://www.tecnosilbr.com.br/o-que-e-a-certificacao-leed-e-como-
conseguir-
uma/#:~:text=Os%20crit%C3%A9rios%20da%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20dizem,Prior
idade%20Regio nal%20e%20Processo%20Integrativo. >. Acesso em: 24 set. 2020. 
 
UFS. Net, Disponível em: <https://ri.ufs.br/handle/riufs/11413>. Acesso em: 24 set. 2020. 
 
Net, Disponível em: 
<http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?tit=a_maior_construcao_de_madeira_de_eucali
pto_da_america_latina_fica_no_brasil_e_temos_muito_a_comemorar&id=12866>. Acesso 
em: 24 set. 2020. 
 
Fundação Bradesco. Net, Portifólio. Disponível em: 
<https://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/>. Acesso em: 24 set. 2020. 
 
Net, Disponível em: <https://www.cauto.gov.br/?p=10515>. Acesso em: 24 set. 2020. 
 
Net, Disponível em: <https://www.academia.edu/39218005/ENTREGA_FINAL_convertido>. 
Acesso em: 24 set. 2020. 
 
 
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf
https://www.imed.edu.br/Uploads/AlumniReunions/ALANA%20BRAMBATTI%20CHAPANA(1).pdf
https://www.academia.edu/39218005/ENTREGA_FINAL_convertido

Outros materiais