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_AULA 1_FUNDAMENTOS DO COMPLIANCE

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Os Primeiros passos para
implantação de um programa
de compliance em empresas
privadas: como Implementar
e manter um Programa de
Compliance
Profª. MSc. CAMILA GAGLIARDI
By BusinessDictionary.com ::
PROCEDIMENTOS SISTEMÁTICOS instituídos por uma organização para garantir o
cumprimento das disposições dos regulamentos impostos por uma agência
governamental.
By Investopedia ::
Os programas internos e decisões políticas tomadas por uma empresa para atender aos padrões
estabelecidos pelas leis e regulamentos governamentais. Uma empresa costuma ter uma equipe de
conformidade que examina as regras estabelecidas por órgãos governamentais como a Securities and
Exchange Commission (SEC). A equipe de conformidade cria um PROGRAMA DE CONFORMIDADE QUE
ASSEGURA A EMPRESA SEGUIR AS REGRAS. O responsável pela conformidade é responsável por garantir
que o programa seja efetivamente implementado em toda a empresa.
Ou seja ::
Levar a Integridade aos processos/ ao dia-a-dia da empresa e dos colaboradores; auxiliando ...
na identificação dos objetivos, riscos e regulamentações aplicáveis, 
na definição dos meios‟,
na monitorização do todo e
na melhoria contínua.
O que é Programa de Compliance? Tudo?
Tone at the Top
7 Pilares
US Federal Sentencing Guidelines
Componentes
1. Normas e procedimentos 
2. Supervisão 
3. Educação e treinamento 
4. Auditoria e Monitoramento
5. Comunicação
6. Execução e Disciplina 
7. Resposta e Prevenção
Os 9 pilares de um programa de 
compliance
•Suporte da alta administração.
•Avaliação de riscos.
•Código de conduta e políticas de 
compliance.
•Controles internos.
•Treinamento e comunicação.
•Canais de denúncia.
•Investigações internas.
•Due diligence.
•Auditoria e monitoramento.
Pergunta #1
Em sua empresa é totalmente proibido a todos (gerentes e outros cargos de
confiança inclusive)
fracionar as férias?
Pergunta #2
E quando você está no banco de trás, você utiliza
Cinto de Segurança?
Para implementar um Programa de
Compliance
1o. Passo:: Tone at the Top
"O exemplo vem de cima"
Tone at the
Top
 Pressão por números
 Carreiras e a necessidade de resultados
de curto prazo
 “Pra inglês ver”
 Valor ao “Ter”
 Recessão
 ....
 Falta de vergonha em dizer que fez 
algo “esperto”
 “... mas o governo ...”
Obstáculos
Componentes/ Processo
Definir 
Comunicar
Monitorar 7 Pilares1. Normas e procedimentos 2. Supervisão 
3. Educação e treinamento 
4. Auditoria e Monitoramento
5. Comunicação
6. Execução e Disciplina 
7. Resposta e Prevenção
Componentes/ Processo
Definir
Responsável 
Código de Conduta
Práticas Comerciais
Política de Conflitos de Interesse
Política de relacionamento com terceiros
Política de relacionamento com agentes públicos
......
Componentes/ Processo
Comunicar
“Champion” na liderança 
Objetivos e Incentivos 
Treinamento
Disponibilidade da informação
Disponibilidade da liderança
....
Componentes/ Processo
Monitorar
Auditoria
Criação de Cases
....
Controles Internos são a melhor 
escolha aqui
Finanças e Auditoria Interna são
seus parceiros
Esse é o real desafio, pois não controlamos as mentes das pessoas
Exemplos precisam partir da empresa, diretores, e então de todos
Cada ação ou decisão, por mais simples que pareçam, são chave
Foque na definição de
objetivos realistas
Busque a medição do 
“como” além do “o que”
Responsabilidade de Todos
• DE: Legalista
 Os oficiais de Compliance „assinam embaixo‟levando à
• separação entre os riscos e as recompensas
 Muitos advogados, oficiais de compliance .... são
necessários
 Os oficiais de Compliance são „os‟responsáveis pela
integridade da empresa
 As atividades dos oficiais de Compliance focam em:
• Desenvolver políticas detalhadas
• Treinar e comunicar
• Investigar
• Realizar auditorias
• “Forçar” comportamentos
PARA: Por Valores
 Tom no Topo
 Todos somos responsáveis por Compliance. Riscos
(tomados de forma responsável) e recompensas são
inseparáveis
 Requer poucos recursos dedicados
 As atividades dos oficiais de Compliance focam em:
• Desenvolver valores e padrões
• Treinar e comunicar
• Integrar integridade no processo de decisões
• Prover aconselhamento
• Avaliar o status dos programas de integrigade
• Identificar e gerenciar problemas
Compliance e Ética
nas
Organizações
Compliance e Ética nas Organizações
Cuidado com o outro;
Opiniões com os melhores argumentos;
Nível elevado das discussões;
Sem interrupções não combinadas;
Escuta atenta;
Nada de irritação;
Somar ideais, marcando presença; 
Orgulho pelo resultado.
Para Iniciar os Trabalhos
DICAS PARA OBTER CONSENSO
Compliance e Ética nas Organizações
Para Iniciar os Trabalhos
MANTER A CONVERSA EM ALTO NÍVEL
• Conversa de VALOR
• Verdadeira 
Assertiva 
Literal 
Oportuna
Relevante
Compliance e Ética nas Organizações
Vem do verbo em inglês “to 
comply”, que significa 
“cumprir, executar, satisfazer, 
realizar o que lhe foi 
imposto”, ou seja, 
compliance é o dever de
cumprir, estar em 
conformidade e fazer 
cumprir regulamentos 
internos e externos impostos 
às atividades da instituição.
O Que Significa Compliance
Compliance e Ética nas Organizações
E o que significa
“ser e estar” em compliance?
Ser compliance
“Ser compliance” é conhecer as
normas da organização, seguir os 
procedimentos recomendados, 
agir em conformidade e sentir
quanto é fundamental a ética e a
idoneidade em todas as nossas 
atitudes.
Compliance
Compliance e Ética nas Organizações
Compliance
Estar em Compliance
“Estar em compliance”
é estar em conformidade com leis e
regulamentos internos e externos. 
“Ser e estar compliance” é, acima de 
tudo, uma obrigação individual de
cada colaborador dentro da instituição.
9
Compliance e Ética nas Organizações
Compliance Corporativa
Qual a efetiva
utilidade do
compliance?
Mitigar riscos (reputacionais e operacionais);
Evitar fraudes;
Reduzir custos;
Elevar a qualidade do serviço final;
Difundir os valores da empresa; e 
Aumentar a confiança do investidor.
Compliance e Ética nas Organizações
Alguns Efeitos Benéficos do Compliance
Eficaz
Compliance e Ética nas Organizações
A Lei Anticorrupção, também
conhecida como Lei da
Probidade Empresarial ou Lei da
Empresa Limpa
Lei n. 12.846/2013,
é o diploma que instituiu no País
a responsabilidade objetiva de
empresas e outras pessoas
jurídicas por atos lesivos
praticados contra a
Administração Pública, nacional
e estrangeira.
O Que é a Lei Anticorrupção?
A Lei Anticorrupção
Compliance e Ética nas Organizações
Compliance e Ética nas Organizações
O Autoengano
Autoengano
• Não tenho problemas com
tipo de coisa;
esse
• Na verdade, isso não tem a menor
importância. Todo mundo faz
assim;
• É único meio de fazer negocio
neste meio.
Compliance e Ética nas Organizações
Os Frutos do (Des)alinhamento
Sir Thomas Gresham
“Moeda ruim expulsa moeda boa”
Compliance e Ética nas Organizações
Capital Moral
“O Capital Moral é
como o dinheiro.
difícil de
ganhar, fácil de
perder.”
Compliance e Ética nas Organizações
Os indivíduos são movidos por princípios que reportam à sua formação de berço, às
suas heranças culturais, ao seu quadro de valores referencial.
É este composto de princípios, heranças e valores que definem sua consciência
como ser social.
Conduta Ética
Compliance e Ética nas Organizações
A palavra Ética é originada do grego ethos, 
que significa modo de ser, caráter. Através 
do latim mos (ou no plural mores), que 
significa costumes, derivou-se a palavra 
moral.
Tanto “ethos” (caráter) como “mos” 
(costume) indicam um tipo de 
comportamento propriamente humano 
que não é natural, o homem não nasce 
com ele como se fosse um instinto, mas 
que é “adquirido ou conquistado por 
hábito”
Afinal, o Que é Ética?
Compliance e Ética nas Organizações
Ética tem sido entendida como 
a ciência da conduta humana 
perante o ser e seus 
semelhantes.
Envolve estudos de aprovação
e desaprovação dos homens.
Encara a virtude como a prática 
dobem e esta como 
promotora da felicidade dos 
seres.
Definições
Compliance e Ética nas Organizações
As Três Componentes da Ética
Pergunta 1: É legal?
O termo legal não significa somente lei civil ou
penal; também significa o código de ética ou
normas de conduta de uma comunidade ou
grupo.
Pergunta 2: É Justo?
A decisão vai ser justa, ou será que favorecerá
descaradamente uma das partes no curto ou
longo prazo? Decisões assimétricas, ganha-perde,
acabam invariavelmente como situações ganha-
perde.
Pergunta 3: Você pode tomar esta 
decisão?
Está no meu nível de autonomia, vai além de
normas existentes? Como vou me sentir comigo
mesmo? Você gostaria que seus filhos ou netos
soubessem o que você fez?
Legal
Autonomia
e
Dever
Justo
Ético
Recursos Úteis
Associações locais de Compliance
ACFE – Association of Certified Fraud Examiners
www.acfe.com
SCCE – Society of Corporate Compliance and Ethics
www.corporatecompliance.org
“A Compliance & Ethics Program on a Dollar a Day: How small companies can have effective
programs”
ONU – The Fight Against Corruption (free training videos) 
http://demo.transformlearning.com/thefightagainstcorruption/
http://www.acfe.com/
http://www.corporatecompliance.org/
http://demo.transformlearning.com/thefightagainstcorruption/
Por que fazer compliance?
Para garantir segurança, proteção e transparência.
Para evitar, detectar e tratar qualquer desvio, irregularidade ou corrupção
que possa ocorrer, uma vez que os efeitos podem ser irreparáveis.
Para tornar compreendidas e respeitadas regras externas (leis, normas,
resoluções) e internas (códigos de conduta, políticas e manuais) são
respeitadas, se torna muito mais difícil a prática de atos de irregularidades e
corrupção.
Identificação de
Riscos
Avaliação de
Riscos
Mapas de ação e
mitigação
C. Conduta e
Políticas
Treinamentos
Jogos 
educativos
Campanhas de 
comunicação
Auditorias
Monitoramento
Punições
Como começar?
Padronização de processos
Uma organização que garante a adesão de
seus pares à conformidade tem a
possibilidade de implementar boas práticas
que, para serem implementadas
necessitam, prioritariamente, de processos
padronizados.
Existem muitas formas de se padronizar
processos, porém a mais assertiva é aquela
que encadeia o seguinte pensamento
lógico:
DE QUEM RECEBE > PARA QUEM ENTREGA
Como implantar?
A implantação do Compliance se realiza através de um programa que comprometa 
todos os colaboradores com a atitude de “fazer o certo”.
Mediante o compromisso de observância às leis anticorrupção e ao código de
conduta da Companhia.
O código de conduta é a lei da Companhia
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm), rege as
relações com seus colaboradores, prestadores de serviços e terceiros,
estabelecendo condutas a serem seguidas.
Quem pode ter?
O programa de Compliance se destina a todos os colaboradores e prestadores de
serviços.
A coordenação, gerência e diretoria possui a especial missão de atuar na
mitigação dos riscos e reduzir as circunstâncias que possam levar alguém a
cometer ilícitos e deixar de “fazer o certo”. É o tom que vem de cima – tone at the
top.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
Fases – Implementação de
Programa de Compliance
FASE 1 Expectativa 
Conclusão
Preliminar Atividades preliminares para Implantação de Programa.
• Elaboração de apresentação para alta administração;
• Propostas de texto para comunicações do presidente;
• Elaboração de primeira minuta de Programa de Compliance, 
para revisão interna;
• Reuniões na fase preliminar:
-Alinhamento: Programa e Apresentação para alta administração;
- Revisão de feedbacks da diretoria sobre ‘Apresentação’ e ajustes;
- Apresentação sobre Compliance e ‘Funcionamento do Programa’.
-Reunião para estruturação de ‘Mensagens do Presidente’ e 
estruturação do Passo a Passo do Programa de Compliance;
- Eventuais outras que se façam necessárias.
60 dias
FASE 2 Expectativa 
Conclusão
Identificação e avaliação de Cultura & de Riscos
• Avaliação de documentos que expressam a cultura da
organização, código e políticas existentes; (12h)
• Risk assessment - Identificação de áreas, de negócios e de
práticas com exposição a risco. Entrevistas com lideranças das
principais áreas da empresa; (30h)
• Checagem de adesão à cultura; (5h)
• Identificação de partes envolvidas na operação e principais
exposições com 3os - Avaliação de contratos com fornecedores,
prestadores de serviços e agentes públicos; (8h)
• Revisão de comitês, canal e ações relacionadas a Compliance;
(5h)
• Suporte para comunicações iniciais – fortalecimento de cultura e
informações gerais sobre Programa de Compliance. (5h)
60 a 90 dias
FASE 3 Expectativa 
Conclusão
Implementação e Estruturação de Prog. de Compliance
• Consolidação de riscos e apresentação de Matriz de Riscos;
• Elaboração de MAP (Managment Action Plan) Planos de Ação - para
regularizações e melhorias;
• Implementação de políticas, procedimentos e processos pendentes,
relacionados aos 5 riscos mais críticos. Ainda que não constem nos 5
principais riscos, haverá política específica sobre a utilização de dados
pessoais e sobre uso de imagens;
• Elaboração ou suporte em comunicações focadas em educação e
redução de riscos;
• Oito treinamentos: elaboração e apresentação para:
-times internos (treinamentos de 1,5h) e, se necessário,
-colaboradores externos (treinamento de 1,5h);
• Estabelecimento de comitês apropriados (Conduta, investigação, crise,
formação de ‘champions’).
• Treinamento para equipe de Compliance sobre gestão do Canal de
denúncia. Monitoramento e desenvolvimento de utilização de canal de
ética e de denúncia.
60 a 90 dias
Os benefícios do Compliance
A existência de um programa de compliance bem estruturado,
respaldado em mecanismos de controles internos eficazes, e alinhado
a boas práticas de governança corporativa, traz benefícios diversos
diretos e indiretos às empresas.
Em primeiro lugar, um programa de integridade efetivo reduz o risco de prejuízos derivados diretamente das
práticas de corrupção. É evidente que o incremento dos controles promove a redução de perdas econômicas que
decorrem da corrupção. A diminuição de contingências gera, na mesma proporção, a redução de despesas para o
seu respectivo saneamento, tais como honorários advocatívios, penalizações pecuniárias, etc. Compliance funciona,
neste particular, como um importante mecanismo redutor de custos empresariais.
Em segundo lugar, um programa de integridade efetivo pode trazer benefícios legais às empresas que porven-
tura se virem envolvidas em processos de responsabilização regulados pela Lei Anticorrupção. Desde que aten-
didos os parâmetros da legislação, um programa de integridade efetivo possibilita a atenuação de certas san-
ções, nos termos da Lei Anticorrupção e de sua regulamentação.
Por fim, empresas que possuam estruturas de compliance passam a ser percebidas de modo mais positivo pelo
mercado nacional e internacional, com ganhos de imagem corporativa e de oportunidades comerciais. O movi-
mento da busca por parceiros de negócio com altos padrões de ética e integridade é um caminho sem volta para as
empresas brasileiras. A conjuntura mercadológica nacional (e internacional) passa a exigir que as empresas sejam
não apenas reativas mas preventivas ao risco da corrupção. Um exemplo disso são as políticas empresaria- is de
grandes corporações multinacionais, que passam a recusar relações comerciais com empresas que não possuam
processos e programas de integridade alinhados às suas normas internas e às leis internacionais que normatizam
as relações comerciais em outros países (e.g. FCPA e UK Antibribery Act).
COMPLIANCEEFICAZ
Compliance não deve ser apenas uma estrutura simbólica.
Ele necessita ser eficaz para que produza todos os
benefícios que lhe estão associados. A eficácia do
Programa de Compliance relaciona-se não apenas às
características de sua estrutura e processos, mas à
capacitaçãoe independência dos agentes que o operarão.
Nenhuma empresa terá um Programa de Compliance eficaz se a sua alta gestão não o apoiar
integralmente com vistas a garantir a autonomia e independência que são indispensáveis à sua
atuação. O respaldo pela mais alta gestão da empresa (e.g. Conselho de Administração, Conselho de
Sócios/Acionistas, Comitê de Diretoria, etc.) deve apoiar a implantação e o funcionamento
independente da função de compliance, assim como sujeitar-se às rotinas e aos procedimentos
inerentes.
Comprometimento da alta gestão
A implantação de um Programa de Compliance não se faz apenas com o departamento de Compliance,
ou com a equipe de projeto a ele dedicado, mas com a participação de todos os colaboradores da
empresa. As áreas devem “abrir as portas” ao Compliance e auxiliar na identificação das fragilidades em
suas rotinas, para imple- mentação de processos robustos e bem estruturados que gerem resultados na
busca pela conformidade.
Envolvimento da empresa em todos os níveis
Ao proteger a empresa através da prevenção a riscos de conformidade, compliance protege também os
colabo- radores, os quais passam a ter um ambiente ético e com segurança legal para trabalharem. A partir
deste pressu- posto é que se deve alcançar o engajamento do time interno da empresa, para que atuem
continuamente na identificação de falhas nos processos, lacunas e inadequações que possam expor a
empresa a eventual não conformidade.
Com a cultura de compliance absorvida por todo time da empresa, em todos os níveis, surge o “empoderamen-
to” (empowerment) dos colaboradores, que passam a monitorar não apenas seus subordinados, mas também
seus pares e superiores, para garantir o integral respeito às normas internas.
Passa-se a considerar que as normas existem porque são essenciais para a empresa, e que devem ser respeitadas
por todos em todos os níveis de hierarquia.
Absorção da culturada conformidade
Empoderamento parasupervisão
Estratégia comercial
Mercado de atuação
Estrutura de governança
COMO IMPLANTAR UM PROGRAMA DE
COMPLIANCE INTEGRIDADE?
Diagnóstico
Precede à implementação do programa de Compliance Integridade uma avaliação bastante específica sobre as
características da empresa e um diagnóstico dos riscos envolvidos no seu funcionamento. A elaboração desse diag- nóstico
deverá considerar:
Estruturaorganizacional
A existência de uma estrutura organizacional bem definida, com as funções, responsabilidades e alçadas delimitadas,
considerando a premissa da segregação de funções para viabilizar os controles, é essencial para um programa de
Compliance Integridade.
Nesta etapa, será necessário avaliar o nível de exposição da empresa e de seus agentes a todos os riscos mapeados,
considerando-se o grau de probalidade x custos e prejuízos derivados da eventual materialização do risco. É a partir desta
análise que se definirá a robustez requerida dos elementos do Programa de Compliance Integridade.
Porte da empresa Nível de controles internos e mapeamento de processos
Histórico de contigências 
(judiciais, administrativas)
Estrutura regulatória a que se 
subordina
Nesta etapa deve ser definida a estrutura de compliance que a empresa pretende adotar, ou através de um departa-
mento específico ou a partir da criação das figuras dos “representantes de compliance” em áreas sensíveis. Não há um
modelo pré-estabelecido de uma estrutura ideal e a empresa deve definir uma que melhor se encaixar à sua realidade, de
acordo com seu porte e modelo de gestão.
É recomendável, no entanto, a composição de um Comitê de Compliance, órgão deliberativo não gestor, que atuará
como a interface entre a empresa e a sua mais alta gestão. Tal Comitê atuará como um orientador sobre gestão de
conflitos surgidos na empresa e análise de denúncias, e na manutenção dos processos de evolução e amadurecimen- to
do compliance da empresa.
Planejamento
Com o diagnóstico e a estrutura organizacional definidos, parte-se para o planejamento de implantação do programa de
Compliance Integridade. Este planejamento deverá observar um método cronológico para execução das etapas, uma vez
que algumas atividades necessitam do amadurecimento e absorção pela empresa antes de prosseguir para uma etapa
futura.
Um bom planejamento para a gestão do projeto é fundamental para o êxito do programa de Compliance Integridade.
Código de Conduta
O Código de Conduta é o primeiro documento que deve ser produzido para os fins do compliance. Ele será o
fundamento para todas as normas internas e veiculará as diretrizes para a condução e resolução de conflitos que
venham a surgir.
Sua adesão por todos os colaboradores da empresa deve ser obrigatória, devendo merecer divulgação pública,
alcan- çando todos os parceiros, clientes e fornecedores da empresa.
Questões essenciais que devem ser apresentadas em um Código de Conduta envolvem, entre outras:
Políticas essenciais
Na estruturação de um Programa de Compliance Integridade algumas Políticas devem ser definidas para
direcionar todos os fluxos e processos sensíveis no que tange à prevenção à corrupção e a proteção à livre
concorrência.
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De uma forma geral, o que se observa na maioria das empresas são Políticas relacionadas a:
▪Anticorrupção;
▪Proteção à livre concorrência;
▪Oferta e Recebimento de Brindes, Presentes, Entretenimento e Hospitalidade;
▪Doações;
▪Patrocínios;
▪Comercial;
▪Salários, Benefícios e Comissionamento;
▪Contratação de terceiros;
▪Fusões e aquisições.
Procedimentos de atividades sensíveis
Os Procedimentos de atividades sensíveis para defesa da Integridade são mecanismos essenciais de controles
internos que devem estar bastante estruturados para se evitar violações às leis, ao Código de Conduta e às
Políticas da empresa. Eles devem ser claros e objetivos, e devem apresentar especificamente os agentes de cada
atividade e as respectivas alçadas, observando sempre a segregação e delimitação de escopos e de funções.
O Programa de Compliance Integridade pressupõe a definição de procedimentos para atividades, tais como:
▪Movimentação de Numerário;
▪Adiantamentos;
▪Viagens e Hospitalidade;
▪Representação e Vendas;
▪Processos Concorrenciais;
▪Compras e Contratações;
▪Gestão de Conformidade de Fornecedores Sensíveis.
O Canal de denúncias é uma importante ferramenta de proteção da empresa, uma vez que
através dele violações a normas internas ou externas podem chegar ao conhecimento do
Comitê de Compliance, de forma expontânea. Embora a maioria das questões que chega por
essa via permite apenas gerar-se ações reativas (pois normalmente as violações já ocorreram), a
sua disponibilização ao público interno e externo também auxilia na prevenção de recorrên- cias
de inconformidades.
Tanto é relevante a disponbilização de um Canal para comunicação de denúncias de não
conformidades ou práticas indevidas que o próprio Decreto No. 8.420/15, regulamentador da Lei
Anticorrupção Brasileira, expressamente prevê a sua necessidade para a existência de um
programa de integridade consistente e efetivo.
Este canal deve ter seu uso estimulado pela empresa, através da garantia de proteção à
identidade do denunciante e da inviolabilidade do canal. Isto é, deve-se garantir que todas as
demandas levadas ao Canal de denúncias sejam registradas e efetivamente tratadas.
Canal de denúnicas
Regras de Conduta e os princípios do Programa de Compliance Integridade devem ser objeto
de contínua formação da equipe interna da empresa. Desde aintegração de novos
colaboradores, até eventos periódicos de reciclagem sobre Compliance e novos processos
necessitam estar na rotina do calendário da empresa.
Treinamento contínuo
O meio mais frequente para disponibilizar o Canal de denúncias é o serviço telefônico
gratuito com gravação de chamada e abertura de protoloco, mas mensagens via web
também podem ser adotadas e têm cada vez mais se revelado bastante eficazes para esse
fim.
19
Comunicação interna
Comunicação externa
O aculturamento dos colaboradores para seu engajamento ao Programa de Compliance
Integridade deve passar por uma contínua e eficaz comunicação interna.
Recomenda-se utilizar ferramentas de endomarketing para divulgar o Compliance e seus benefíci- os ao
público interno, tais como:
▪Identidade visual própria do Programa;
▪Eventos e palestras;
▪Concursos internos;
▪E-mails periódicos;
▪Posicionamento público de gestores.
Tão relevante quanto a comunicação à equipe interna da empresa é a sua divulgação ao
público externo. Fornecedores e clientes, bem como agentes externos ou representantes devem ser
alertados sobre regras e limites adotados pela empresa.
Recomenda-se para esta comunicação externa ações como:
▪Publicação do Código de Conduta no website da empresa;
▪Inclusão de disclaimers em documentos (v.g. propostas, assinaturas de e-mails);
▪Adoção de práticas de Relações Institucionais;
▪Disponibilização de cartilhas sobre o programa de integridade para fornecedores e parceiros.
Monitoramento de Conformidade
Uma etapa bastante relevante, sem a qual um Programa de Compliance Integridade
não gera seus efeitos, é o moni- toramento contínuo da adesão às normas de
controles internos da empresa.
Tal monitoramento deve ser acionado pelo Comitê de Compliance ou mesmo pelo
departamento de compliance, se for esta a estrutura adotada. Serviços de auditoria
interna ou externa poderão ser utilizados para suportar os trabalhos de
monitoramento.
Para as atividades de monitoramento, é necessário que a empresa possua
indicadores e uma agenda prévia de acompanhamento, buscando constatar
eventuais violações, fragilidades (gaps) de controles e até mesmo excessos desne-
cesários em controles implantados.
Investigações e gestão de consequências de violações
Acompanhamento de legislação
A ocorrência de denúncias ou indícios de violações deve desencadear um processo de
análise e investigação com o objetivo de apurar sua autoria, circunstâncias em que
ocorreram e os possíveis danos. Comprovada a violação, a instância responsável (ex.
Comitê de Compliance) deve deliberar sobre as ações a serem tomadas e implementar
as sanções aplicáveis, de acordo com as regras previamente definidas no Código de
Conduta ou nas políticas da empresa.
O acompanhamento contínuo de alterações de legislação é fundamental para que um
programa de compliance se mantenha relevante e efetivo. Mudanças regulatórias
podem alterar os riscos de conformidade aos quais a empresa está exposta e impactar
diretamente os processos e controles internos implantados, gerando não conformidades.
Bibliografia Básica
ASSI, Marcos. Compliance: como implementar. São Paulo: Trevisan, 2018.
BARALDI, Paulo. Gerenciamento de riscos empresariais: a gestão de oportunidades, a
avaliação de riscos e a criação de controles internos nas decisões empresariais. 3. ed.
Timburi: Cia do eBook, 2018.
CARVALHO, André Castro; BERTOCCELLI, Rodrigo de Pinho; ALVIM, Tiago Cripa. Manual de
compliance. São Paulo: GEN – Forense, 2019.
Bibliografia Complementar
ASSI, Marcos. Gestão de compliance e seus desafios. São Paulo: Saint Paul, 2013.
CANDELORO, Ana Paula P.; RIZZO, Maria Balbina Martins de; PINHO, Vinícius. Compliance
360º: riscos, estratégias, conflitos e vaidades no mundo corporativo. São Paulo: Trevisan
Editora Universitária, 2012.
COIMBRA, Marcelo de Aguiar; MANZI, Vanessa Alessi (Coord.). Manual de Compliance:
preservando a boa governança e a integridade das organizações. São Paulo: Atlas, 2010.
DON, Peppers; ROGERS, Martha. Confiança extrema: a honestidade como vantagem
competitiva. Tradução de Ricardo Bastos Vieira. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
VERÍSSIMO, Carla. Compliance: incentivo à adoção de medidas anticorrupção. São Paulo:
Saraiva, 2017.
Obrigada pela atenção!
CAMILA GAGLIARDI
camilag@msn.com
11 - 953496837
mailto:camilag@msn.com
	Os Primeiros passos para implantação de um programa de compliance em empresas privadas: como Implementar e manter um Programa de Compliance
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Comunicar
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Monitorar
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	O Que Significa Compliance
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	Compliance
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	A Lei Anticorrupção
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	Os Frutos do (Des)alinhamento
	Capital Moral
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	Definições
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	Recursos Úteis
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