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Mecanismos e etiologia geral das lesões Agressões → Lesões PROCESSOS MOLECULARES Tudo começa nos processos moleculares. Estresse celular Redução da oferta de oxigênio e nutrientes Alteração de vias metabólicas de produção de energia Produção de radicais livres Agressão à macromoléculas (DNA, proteínas e lipídeos) ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS Reversíveis ou irreversíveis - De acordo com a duração, intensidade e natureza da agressão MECANISMOS DAS AGRESSÕES: hipóxia e anoxia Fenômenos caracterizados pela redução ou interrupção completa no fornecimento de oxigênio. São as causas mais comuns de alterações celulares, lesões e doenças. Hipóxia: redução no fornecimento de oxigênio. Anoxia: interrupção no fornecimento de oxigênio. Dependendo da intensidade e da duração do fenômeno, somada a suscetibilidade à privação de oxigênio e nutrientes, as células degeneram ou morrem. A redução no fornecimento de oxigênio promove respostas celulares adaptativas, chamadas de pré- condicionamento. Tem como objetivo modificar a forma como a célula usa o ATP, uma vez que ela tem menos oxigênio disponível à sua produção. »Lembre-se: o ATP é produzido por meio da fosforilação oxidativa, etapa dependente de oxigênio. Respostas adaptativas a hipóxia: pré-condicionamento Alterações na maneira em que as células utilizam energia ATP→ normalmente consumido em atividades de bombas iônicas e sínteses celulares As adaptações promovem: Aceleração da glicólise. ↑ da captação de glicose (aproveitar que ainda há um pouco de oxigênio para produzir o máximo de ATP). Inibição das vias de síntese de lipídeos e glicogênio (manter apenas as vias essências). Os mecanismos subjacentes às adaptações envolvem a ativação da transcrição de genes que produzem as proteínas e enzimas envolvidas nas vias favorecidas, aumentado a adaptação a hipóxia, e na repressão da transcrição de genes de produtos de vias que não são desejáveis. Lesões reversíveis induzidas por hipóxia Degenerações - Ocorrem devido à redução na síntese de ATP não compensada. Redução na atividade de bombas eletrolíticas dependentes de ATP Todas as células têm que manter a diferença de concentração, mais potássio dentro e mais sódio fora (se tiver muito sódio dentro a célula incha). O processo de retirar sódio é contra o gradiente de concentração, então isso gasta ATP, na hipóxia como tem menos ATP, essa bomba para de funcionar, fica com muito sódio dentro tornando a célula túrgida. →Consequências: Retenção de Na+ no citosol Aumento da osmolaridade →Lesão: degeneração hidrópica Alteração a permeabilidade a íons (Ca2+) Quando diminui o ATP, o cálcio sai das reservas para o citosol, lá em grande quantidade, ele se liga a proteínas do citoesqueleto, mudando a conformação das células. →Consequências: Saem dos depósitos para o citosol Ativam proteínas que desarranjam o citoesqueleto Oferta excessiva de acetil-CoA →Consequências: Mitocôndrias com cadeia respiratória parcialmente inativada →acúmulo de ace l- CoA Favorecimento do acúmulo de TG no citosol na forma de gotas* Esteatose *O acumulo de TG não é mais intenso pela resposta adaptativa precoce a hipóxia – redução da expressão de genes da síntese de AG. Lesões irreversíveis induzidas por hipóxia Se a hipóxia é persistente: Perturbações eletrolíticas e na síntese de proteínas e lipídeos passam a agredir membranas citoplasmáticas das organelas. Agravamento da condição da célula → alterações irreversíveis. Morte celular (necrose). As células diferem na resistência a hipóxia. Existem tempos diferentes para as lesões irreversíveis conforme o tipo de célula: Neurônios não resistem mais de 3min sem O2; Miócitos, podem resistir até 30min. MECANISMOS DAS AGRESSÕES: RADICAIS LIVRES O que são radicais livres? O radical livre é altamente reativo com lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. Essas associações promovem alterações estruturais nestas macromoléculas. Como surgem os radicais livres? Naturalmente existem radicais livres no corpo, Quando os elétrons do último orbital ficam desemparelhados (ganho ou perda). Naturalmente existem radicais livres no corpo, como em reações de oxidorredução envolvendo o oxigênio molecular (principal fonte de radicais livres nas células), como ocorre na respiração celular (mitocôndrias) e em outras reações normais do metabolismo celular (defesa, síntese e processamento de xenobióticos) Condições normais Eficiência no sistema de transporte de elétrons. Pouca disponibilidade de metais de transição no citosol. Mecanismos antioxidantes naturais (sistemas enzimáticos). Controle da produção e dos efeitos dos radicais livres. Impedimento do aparecimento de lesões. Há fatores que aumentam a produção de radicais e diminuem os mecanismos antioxidantes, isso se chama estresse oxidativo, que causam lesões. Agressões geram radicais livres que causam lesões – como metabolismo celular de substancias químicas, radiações ionizantes e a fumaça de cigarro Mecanismos de adaptação celulares no estresse oxidativo: Sistemas antioxidantes: - Superóxido-Dismutase (SOD), catalase. - Sistema antioxidante dependente de glutationa (GS). - Hidroperóxido fosfolipídeo glutationa-peroxidase. - Vitamina C, vitamina E. - Sistema da tiorredoxina. - Outras moléculas. Neutralização e minimização dos efeitos lesivos = equilíbrio. Estresse oxidativo Pode ter vários graus de intensidade Modula as respostas celulares Quando o estresse é mais brando a célula produz proteínas e moléculas que neutralizam e garantem a sobrevivência. Em alta intensidade aciona a morte celular. Respostas celulares ao estresse oxidativo → a vação de vias →Manutenção da homeostase celular: eliminação ou reparação de moléculas alvo do estresse oxidativo →Mecanismos adaptativos insuficientes: Lesões nas estruturas celulares (peroxidação de proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos) Aldeídos derivados da peroxidação lipídica favorecem a formação de adutos destes com proteínas diversas, alterando suas funções; proteínas do citoesqueleto podem se agrupar e precipitar, formando corpos hialinos; proteínas mal dobradas formam agregados que se precipitam (gerando estresse do RE). Ineficiência dos sistemas antioxidantes →respostas adaptativas celulares (estresse oxidativo) →repercussões Ação dos radicais livres nas moléculas: Lipídeos poli-insaturados Peroxidação em cadeia - Alteração dos lípides das membranas Repercussão: lesão das membranas celulares Proteínas Peroxidação de resíduos de aminoácidos - Alteração na mudança conformacional Repercussão: alteração de função ou indução da degradação Ácidos nucleicos Interação com T e G - Alteração na mudança conformacional Repercussão: quebras de molécula e favorecimento de mutações MECANISMOS DAS AGRESSÕES: ALTERAÇÕES EM ÁCIDOS NUCLEICOS Radiações ionizantes e não ionizantes Radicais livres Substâncias alquilantes Replicação: pareamento errado »Modificações geram o reconhecimento (proteínas especializadas*) que são responsáveis por checar constantemente. *Conjunto numeroso, codificadas por muitos genes: a) Genes de reparo de erros de pareamento b) Genes de reparo por excisão de nucleotídeos c)Genes de reparo de DNA lesado por radiação ionizante Defeitos em genes de reparo de erros de pareamento predispõe ao câncer; BRCA1 e BRCA2 são exemplos comuns de genes que atuam no reparo de DNA lesado por radiação ionizante Respostas: reparo da lesão ou indução de apoptose Quando o DNA é agredido ocorrem (1) reconhecimento da lesão por moléculas próprias; (2) parada do ciclo celular; (3) ativação dos mecanismos de reparo da lesão –se o defeito é corrigido, a célula continua no seu ciclo vital; (4) se o reparo não é possível, a célula é estimulada a entrar em apoptose;(5) quando há falha no reconhecimento da lesão ou impossibilidade de corrigir o defeito no DNA, a mutação resultante pode levar a célula a sofrer transformação neoplásica. Modificações Pouco extensas Reparáveis por excisão de nucleotídeos Não são acompanhadas de retardamento no ciclo celular Extensas Quebras de fita Disparam sinais para que haja parada do ciclo celular Checkpoint Momento onde há avaliação da integridade do DNA para continuidade do ciclo celular MECANISMOS DAS AGRESSÕES: ALTERAÇÕES EM PROTEÍNAS A integridade de células, tecidos, órgãos e sistemas dependem da integridade e do funcionamento das proteínas. Anormalidades proteicas (quantidade e/ou função) → inúmeras lesões e doenças. Deficiências enzimáticas e no metabolismo - Acúmulo de substrato. Anormalidades em proteínas contráteis- Doenças musculares (ex.: distrofias). Alteração na expressão de proteínas que controlam o ciclo celular – Neoplasias. Situações como: ✓Redução de ATP disponível (condição prévia de hipóxia, por exemplo) ✓Agressão por radicais livres ✓Baixa disponibilidade de carboidratos para glicação Essas situações podem levar ao mal dobramento de proteínas no RE. Algumas proteínas precisam de ajuda de outras proteínas. No RE, chaperonas (HSP) são responsáveis pela correção das falhas nos dobramentos. Quando a correção não é possível, e ela está mal dobrada, a proteína deve ser degradada, para reaproveitamento dos aminoácidos. Este processo normalmente ocorre em complexos enzimáticos chamados proteassomos. E se os mecanismos homeostáticos são insuficientes? – Estresse do RE Quando há estresse oxidativo de alta intensidade, hipóxia persistente, etc. Acúmulo das proteínas mal dobradas Agregados solúveis ou não → proteotoxicidade (tóxicas) → apoptose (morte celular). MECANISMOS DAS AGRESSÕES: RESPOSTA IMUNE Resposta imune Causa comum de lesões e doenças. Capacidade de agredir células e tecidos normais. Muitas doenças têm forte componente imunitário: Doenças infecciosas → supressão Doenças autoimunes → exacerbação Etiologia geral das lesões Grande parte das lesões resultam da interação entre o agressor e os mecanismos adaptativos e de defesa do organismo; ainda, é comum a associação entre os dois tipos de causas CAUSAS EXÓGENAS Ambiente físico: agentes físicos, químicos e biológicos. Desvios nutricionais. Ambiente social: pobreza, falta de habitação e exposição à problemas sanitários. CAUSAS ENDÓGENAS Ambiente fisiológico e bioquímico (aspectos moleculares e mecanismos de defesa) + emocional (psiquiátrico). Ambiente social: Pobreza →desemprego →transtornos emocionais. Em todas as condições, é indiscutível o papel que o patrimônio genético tem no aparecimento de doenças, pois cada indivíduo reage ao ambiente de modo particular, propriedade essa relacionada com a sua constituição genética. Por essa razão, não há doenças, mas sim doentes, já que um mesmo agente etiológico pode causar lesões e evoluir de modo distinto em diferentes pessoas AGENTES FÍSICOS (CAUSAS EXÓGENAS) Força mecânica Produz lesões pelo rompimento de estruturas celulares e teciduais Liberação de moléculas que induzem a resposta inflamatória para reparação tecidual Quando não há rompimento há distensão de membranas, que ativam mecanorreceptores para liberação de mediadores da resposta local. Lesões traumáticas (1) Abrasão ou ferida abrasiva - Arrancamento de células da epiderme por fricção ou esmagamento por instrumento mecânico. (2) Laceração, separação ou rasgo de tecidos - Forças ou impactos externos que podem lacerar músculos, tendões ou vísceras. (3) Contusão ou ferida contusa - Impacto passa da pele aos tecidos subjacentes, com ruptura de pequenos vasos, hemorragia e edema. (4) Incisão ou corte - Lesão produzida por ação de instrumento com borda afiada (5) Perfuração Produzida por instrumento pontiagudo, ferida mais profunda que extensa (6) Fratura - Ruptura de tecidos duros, como ósseo e cartilaginoso Variações da pressão ATM O organismo humano tem capacidade de se adaptar facilmente a pequenas variações de pressão atmosférica. Um indivíduo suporta melhor o aumento de pressão atmosférica do que a sua diminuição; redução de 50% da pressão atmosférica é suficiente para produzir manifestações graves. Condições hiperbáricas Grande pressão. Gases se dissolvem em maior quantidade no sangue e nos líquidos intra e extracelulares. Cuidado com a rápida descompressão - Gases dissolvidos formam bolhas - Êmbolos gasosos →obstruções. Síndrome da descompressão. Condições hipobáricas Diminuição da pressão ATM. Grandes altitudes. Redução da tensão de oxigênio nos alvéolos →hipóxia. →Indivíduos não adaptados: Vasoconstrição periférica →desvio do sangue para pulmões. Hipóxia leva a lesão do endotélio vascular →edemas (membros, face, pulmões e encéfalo) Processo adaptativo: aumento do hematócrito, do número de capilares (músculo, cérebro e miocárdio), número de mitocôndrias e de mioglobina. →Síndromes em não adaptados: (1) Doença aguda da altitude –acima de 3000m (2) Edema pulmonar e cerebral (3) Edema sistêmico Variação de temperatura Baixas temperaturas – ação local Lesões: dependem da rapidez da diminuição de temperatura e do congelamento da água dos tecidos → Tempos prolongados promovem: Vasoconstrição, oligoemia*, hipóxiae lesões degenerativas pela redução do fornecimento de O2. Lesão endotelial pela hipóxia, que causa edema. Anoxia. Necrose na extremidade do membro atingido, progressiva. Ausência de controle nervoso da vasomotricidade, agravando a hipóxia. Congelamento da água das células, causando morte célula. Baixas temperaturas – ação sistêmica Mecanismos adaptativos temporários = Maior produção de calor. Hipotermia (<35°C) Vasoconstrição periférica, palidez e redução do metabolismo de todos os órgãos. Causa de morte: falência cardiorrespiratória por inibição de centros bulbares que comandam respiração e circulação. Altas temperaturas - Ação local: queimaduras Gravidade: depende da extensão e profundidade → Mecanismos das lesões Liberação de mediadores que induzem a vasodilatação e exsudação de plasma para a lesão, causando edemas. Lesão da parede vascular -edema, hemorragia e trombose, resultando em isquemia e necrose. Ação sobre células: degeneração hidrópica e desnaturação proteica. → O que produzem as queimaduras extensas? Estado de choque Dor intensa Choque hipovolêmico pela perda de plasma na área queimada Diminuição do volume de sangue Resposta inflamatória sistêmica Muitos mediadores liberados na área atingida Complicações: infecções Altas temperaturas: efeitos sistêmicos Hipertermia (≥40°C) Vasodilatação periférica e sequestro de sangue na periferia →insuficiência circulatória periférica ou choque térmico clássico. Agravamento: sudorese profunda (↓ volume de plasma). Hipóxia → lesões no SNC → meningismo e convulsões. →Efeitos lesivos decorrem de: Disfunção elétrica dos tecidos (miocárdio, musculatura esquelética e tecido nervoso). Produção de calor, de acordo com a resistência do tecido. Dependem de: tipos de corrente; quantidade de corrente que passa pelo corpo; trajeto da corrente; duração da agressão; superfície de contato. Corrente elétrica Efeitos lesivos decorrem de: Disfunção elétrica dos tecidos (miocárdio, musculatura esquelética e tecido nervoso). Produção de calor, de acordo com a resistência do tecido. Dependem de: Tipo de corrente; quantidade de corrente que passa pelo corpo; trajeto da corrente; duração da agressão; superfície de contato Radiações Radiações são emissões de energia que se propagam como ondas eletromagnéticas ou como partículas. Classificadas de acordo com o comprimento deonda e frequência. Poder de penetração é inversamente proporcional ao comprimento de onda (raios X e gama). Radiações particuladas →originam-se pela aceleração de partículas subatômicas ou naturalmente pela decomposição de elementos radioativos. Radiações naturais → originam-se de elementos naturalmente radioativos (urânio, rádio, césio...) Mecanismos de lesão dos tecidos - Radiação ionizante → Ação direta sobre macromoléculas: proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos Quebras, novas ligações, ionização de radicais →ALTERAÇÕES DE FUNÇÕES →Ação indireta pela produção de radicais livres a partir da ionização da água Lesões decorrentes de radiação ionizante: Inalação ou ingestão de alimentos/poeira com partículas radioativas. Exposição a radiação com fins terapêuticos/diagnósticos. Contato acidental com artefatos nucleares (reatores, aparelhos de radioterapia). Bombas nucleares Luz solar Radiação infravermelha →calor →queimaduras. Ultravioleta (UV): potencialmente + lesivas UVA e UVB: ação aguda Hipertermia e queimaduras. Eritema, edemas, descamação e hiperpigmentação UVA e UVB: ação crônica Ação melanogênica –induzem pigmentação, fotossensibilização, envelhecimento precoce e causam lesões proliferativas (carcinomas e melanomas). Degenerações na epiderme e alterações no DNA. Lesões proliferativas benignas ou de malignidade variável. Relação radiação solar e câncer Carcinomas são mais frequentes em áreas expostas. Formação de dímeros no DNA (mutação). Correção por genes de reparo (falha →transmi do as células-filhas). Ruídos Ruídos fortes. Distúrbios de audição →perda progressiva da capacidade de distinguir sons de frequência mais alta. Ruídos →lesões nas células ciliadas do órgão de Corti (↓acuidade audi va) AGENTES BIOLÓGICOS (CAUSAS EXÓGENAS) Doenças infecciosas: vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos e artrópodes. Mecanismos das lesões Ação direta Invasão celular, proliferação e morte (efeito citopático) Substâncias tóxicas Liberadas pelos agentes infecciosos (exotoxinas de bactérias, por ex.) Endotoxinas Componentes estruturais ou substâncias armazenadas no agente e liberados após a sua morte ou desintegração. Ex: bactérias gram negativas. Reação inflamatória Ativação do sistema proteolítico de contato Integração ao genoma celular e alterações na síntese proteica Indução da resposta imune Celular/humoral, a partir do reconhecimento de antígenos Autoagressão Antígenos do invasor se aderem a estruturas/células Vírus 1) Entrada no organismo 2) Vencimento das barreiras naturais 3) Disseminação: Sangue/linfa/axonal/celular 4) Reconhecimento de receptores celulares específicos 5) Entrada nas células - Fagocitose, endocitose ou fusão à MP 6) Replicação do genoma viral e domínio dos mecanismos de síntese celulares 7) Montagem de novos vírus - Citoplasma 8) Saída e disseminação: Exocitose ou morte celular Mecanismos que produzem lesões nas infecções virais Ação direta Infecções abortivas: o vírus penetra na célula, mas não se replica, não causando lesões. Infecções persistentes: ocorre síntese e eliminação contínua do vírus, causando lesões celulares cumulativas que demoram a se expressar clinicamente (HIV). Infecções latentes: o vírus se incorpora ao genoma celular e fica quiescente até ser estimulado (herpes zoster). Infecções líticas: o vírus se prolifera e causa morte celular (HPV). Ação indireta São lesões mediadas por mecanismos imunitários, primordialmente pela resposta celular. Toda infecção viral ativa o sistema imunológico. Esse mecanismo pode gerar lesões. Bactérias Lesões por bactérias Dependem da patogenicidade Definida pela expressão de genes Fatores de virulência Relacionam-se à: Facilidade na invasão Inibição de fatores inespecíficos de defesa Inibição da resposta imune protetora Resistência a ação de fagócitos Produção de toxinas Infecção bacteriana - Mecanismos Produção de antibióticos (microbiota residente). Essas bactérias patogênicas podem liberar enzimas que facilitam a passagem e disseminação. Expressão de moléculas de adesão. Produção de proteases contra elementos do sistema imune. Mediadores de imunomodulação. Toxinas bacterianas Exotoxinas Proteínas sintetizadas e liberadas durante a fase exponencial de crescimento. Efeito citopático - Nomenclatura de acordo com o alvo (neuro/enterotoxina), com o mecanismo de ação e com o efeito biológico produzido. Endotoxinas LPS – lipopolissacarídeos (gram negativa) e peptidoglicanos (gram positiva) - Liberados após a desintegração da bactéria. Envolvidos na resposta inflamatória Gênese do choque séptico e coagulação intravascular disseminada. Mecanismos de ação das toxinas Morte celular por inibição de síntese proteica. Digestão das membranas celulares. Alterações moleculares que causam distúrbios funcionais graves. Modulação da resposta inflamatória. AGENTES QUÍMICOS Lesões Ação direta: Células e interstício. -Degenerações ou morte celular -Alterações de interstício -Modificação no genoma -Efeito carcinogênico – ex: toxinas de fungos. -Vida intrauterina – efeito teratogênico Ação indireta -Atuação como antígeno -Indução de resposta imune Efeitos Dependem: Dose. Vias de penetração e absorção. Transporte, armazenamento, metabolização e excreção. Particularidades do indivíduo: idade, gênero, estado de saúde, momento fisiológico. Efeitos Previsíveis: Dependem da dose Facilmente reproduzíveis Padrões de reação com as mesmas características em diferentes indivíduos Importante: idade, sexo, comorbidades e presença de outros agentes potencializadores. Efeitos Imprevisíveis Não tem relação direta com a dose. Dependem da indução da resposta imune – estão ligados aos fatores genéticos. Importante: via de administração. Produzem diferentes respostas nos indivíduos. Absorção Agente químico →Absorção → Membranas celulares Forma como o contato ocorre Cutânea Mucosa (digestiva, respiratória, urogenital). Parenteral (intradérmica, subcutânea, intramuscular ou intravenosa. A forma de absorção pode ser: Difusão simples Transporte ativo Transporte facilitado Isso depende da: Natureza da substância (peso molecular, estado físico-químico, solubilidade). Condições de local de contato com o organismo. Transporte e distribuição Circulação linfática → sanguínea. Dissolução no plasma (hidrossolúvel) ou conjugação com proteínas plasmáticas. Quanto maior a perfusão, maior a quantidade de substâncias recebidas. Armazenamento Algumas substâncias podem ficar depositadas ou armazenadas por períodos variáveis, de acordo com a quantidade de solvente para a substância ou precipitação (ex.: DDT no tecido adiposo; prata e mercúrio em membranas basais). Biotransformação (metabolização) Metabolismo que ocorre antes da excreção. ✓Objetivos: inativação e solubilização para excreção (entretanto, pode gerar metabólitos com maior potencial lesivo). Processos realizados pelos sistemas enzimáticos – No retículo endoplasmático liso, principalmente em células do fígado, enterócitos, epitélio brônquico e células renais. Reações de fase I Conversão de agentes apolares (insolúveis) em metabólitos polares (solúveis) por oxidação, redução ou hidrólise. Metabólitos: inativos ou mais ativos que o original (isso é bom quando é um fármaco, mas se for um metabólito ruim isso é pior). Reações de fase II Conjugação das substâncias ou seus metabólitos com um produto endógeno (carboidrato, grupos orgânios, etc.) para formação de um complexo solúvel de fácil excreção Influenciam a capacidade de biotransformação: Idade, % de água no organismo Fatores genéticos Indução de isoenzimas Excreção Forma nativa ou após biotransformação Rins (urina), trato digestivo, sistema biliar (fezes), via respiratória e pele Deposição no local em que são eliminadas Ex.: mercúrio e prata em membranas basais do rim e TGI AGENTES QUÍMICOS – POLUENTES AMBIENTAIS Natureza química diversa Efeitos biológicos variáveis Ar, solo, água, agricultura e alimentos Efeitos nocivos Sistema respiratório: alvo direto dos contaminantes inalados Proteção: capacidade de defesa contra poluentes do ar →sistema de remoção de partículas Poeiras Natureza mineral ou orgânica Inalação Lesões pulmonares Pneumoconioses Em ambiente ocupacional ou áreas urbanas – indústrias Depende de: Quantidade de pó retido Tamanho, densidade e forma da partícula Efeito dos demais poluentes do ar Poeiras inorgânicas: carvão, sílica Poeiras orgânicas: fibras de algodão, cânhamo Provenientes do tabagismo ou presentes no ambiente de trabalho. Solventes orgânicos Uso na indústria: colas, vernizes, removedores e tintas. Voláteis → inalação (acidental ou intencional– psicotrópico). - Tolueno: cola de sapateiro. Ingestão acidental. Água e solo Metais pesados Efluentes industriais → água e alimentos. Pesticidas Inseticidas, herbicidas, raticidas, fumigantes e fungicidas. - Objetivo: toxicidade para pragas (↓sele vidade). Uso indiscriminado → exposição da população e de trabalhadores. Contaminantes alimentares Naturais Países tropicais → armazenamento Sujeitos à contaminação por fungos que liberam toxinas, capazes de produzir lesões (umidade e temperatura locais). Ex.: aflatoxinas, ocratoxinas, tricotecenos, zearalenonas e ergolinas Aditivos alimentares-conservantes Processamento industrial → tratamento com aditivos que deixam resíduos Recomendações para uso com segurança AGENTES QUÍMICOS – SUBSTÂNCIAS DE USO ABUSIVO Medicamentos. Álcool. Estimulantes do SNC. Cocaína, anfetamina e seus derivados.
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