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Mecanismos e etiologia geral das lesões

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Mecanismos e etiologia geral das lesões 
Agressões → Lesões 
PROCESSOS MOLECULARES 
Tudo começa nos processos moleculares. 
Estresse celular 
Redução da oferta de oxigênio e nutrientes 
Alteração de vias metabólicas de produção de energia 
Produção de radicais livres 
Agressão à macromoléculas (DNA, proteínas e 
lipídeos) 
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS 
Reversíveis ou irreversíveis - De acordo com a 
duração, intensidade e natureza da agressão 
MECANISMOS DAS AGRESSÕES: hipóxia e anoxia 
Fenômenos caracterizados pela redução ou 
interrupção completa no fornecimento de oxigênio. 
São as causas mais comuns de alterações celulares, 
lesões e doenças. 
Hipóxia: redução no fornecimento de oxigênio. 
Anoxia: interrupção no fornecimento de oxigênio. 
Dependendo da intensidade e da duração do 
fenômeno, somada a suscetibilidade à privação de 
oxigênio e nutrientes, as células degeneram ou 
morrem. 
A redução no fornecimento de oxigênio promove 
respostas celulares adaptativas, chamadas de pré-
condicionamento. 
Tem como objetivo modificar a forma como a célula 
usa o ATP, uma vez que ela tem menos oxigênio 
disponível à sua produção. 
»Lembre-se: o ATP é produzido por meio da 
fosforilação oxidativa, etapa dependente de oxigênio. 
Respostas adaptativas a hipóxia: pré-condicionamento 
Alterações na maneira em que as células utilizam 
energia 
ATP→ normalmente consumido em atividades de 
bombas iônicas e sínteses celulares 
As adaptações promovem: 
 Aceleração da glicólise. 
 ↑ da captação de glicose (aproveitar que 
ainda há um pouco de oxigênio para produzir 
o máximo de ATP). 
 Inibição das vias de síntese de lipídeos e 
glicogênio (manter apenas as vias essências). 
Os mecanismos subjacentes às adaptações envolvem 
a ativação da transcrição de genes que produzem as 
proteínas e enzimas envolvidas nas vias favorecidas, 
aumentado a adaptação a hipóxia, e na repressão da 
transcrição de genes de produtos de vias que não são 
desejáveis. 
Lesões reversíveis induzidas por hipóxia 
Degenerações - Ocorrem devido à redução na síntese 
de ATP não compensada. 
Redução na atividade de bombas eletrolíticas 
dependentes de ATP 
Todas as células têm que manter a diferença de 
concentração, mais potássio dentro e mais sódio fora 
(se tiver muito sódio dentro a célula incha). O 
processo de retirar sódio é contra o gradiente de 
concentração, então isso gasta ATP, na hipóxia como 
tem menos ATP, essa bomba para de funcionar, fica 
com muito sódio dentro tornando a célula túrgida. 
→Consequências: 
 Retenção de Na+ no citosol 
 Aumento da osmolaridade 
→Lesão: degeneração hidrópica 
Alteração a permeabilidade a íons (Ca2+) 
Quando diminui o ATP, o cálcio sai das reservas para o 
citosol, lá em grande quantidade, ele se liga a 
proteínas do citoesqueleto, mudando a conformação 
das células. 
→Consequências: 
 Saem dos depósitos para o citosol 
 Ativam proteínas que desarranjam o 
citoesqueleto 
Oferta excessiva de acetil-CoA 
→Consequências: 
 Mitocôndrias com cadeia respiratória 
parcialmente inativada →acúmulo de ace l-
CoA 
 Favorecimento do acúmulo de TG no citosol 
na forma de gotas* Esteatose 
*O acumulo de TG não é mais intenso pela resposta 
adaptativa precoce a hipóxia – redução da expressão 
de genes da síntese de AG. 
Lesões irreversíveis induzidas por hipóxia 
Se a hipóxia é persistente: 
 Perturbações eletrolíticas e na síntese de 
proteínas e lipídeos passam a agredir 
membranas citoplasmáticas das organelas. 
 Agravamento da condição da célula → 
alterações irreversíveis. 
 Morte celular (necrose). 
As células diferem na resistência a hipóxia. 
Existem tempos diferentes para as lesões irreversíveis 
conforme o tipo de célula: 
 Neurônios não resistem mais de 3min sem 
O2; 
 Miócitos, podem resistir até 30min. 
MECANISMOS DAS AGRESSÕES: RADICAIS LIVRES 
O que são radicais livres? 
 
O radical livre é altamente reativo com lipídeos, 
proteínas e ácidos nucleicos. 
Essas associações promovem alterações estruturais 
nestas macromoléculas. 
Como surgem os radicais livres? 
Naturalmente existem radicais livres no corpo, 
Quando os elétrons do último orbital ficam 
desemparelhados (ganho ou perda). 
Naturalmente existem radicais livres no corpo, como 
em reações de oxidorredução envolvendo o oxigênio 
molecular (principal fonte de radicais livres nas 
células), como ocorre na respiração celular 
(mitocôndrias) e em outras reações normais do 
metabolismo celular (defesa, síntese e processamento 
de xenobióticos) 
Condições normais 
Eficiência no sistema de transporte de elétrons. 
Pouca disponibilidade de metais de transição no 
citosol. 
Mecanismos antioxidantes naturais (sistemas 
enzimáticos). 
Controle da produção e dos efeitos dos radicais livres. 
Impedimento do aparecimento de lesões. 
Há fatores que aumentam a produção de radicais e 
diminuem os mecanismos antioxidantes, isso se 
chama estresse oxidativo, que causam lesões. 
Agressões geram radicais livres que causam lesões – 
como metabolismo celular de substancias químicas, 
radiações ionizantes e a fumaça de cigarro 
Mecanismos de adaptação celulares no estresse 
oxidativo: 
 Sistemas antioxidantes: 
- Superóxido-Dismutase (SOD), catalase. 
- Sistema antioxidante dependente de glutationa (GS). 
- Hidroperóxido fosfolipídeo glutationa-peroxidase. 
- Vitamina C, vitamina E. 
- Sistema da tiorredoxina. 
- Outras moléculas. 
Neutralização e minimização dos efeitos lesivos = 
equilíbrio. 
Estresse oxidativo 
Pode ter vários graus de intensidade 
Modula as respostas celulares 
 
Quando o estresse é mais brando a célula produz 
proteínas e moléculas que neutralizam e garantem a 
sobrevivência. 
Em alta intensidade aciona a morte celular. 
Respostas celulares ao estresse oxidativo → a vação 
de vias 
→Manutenção da homeostase celular: eliminação ou 
reparação de moléculas alvo do estresse oxidativo 
→Mecanismos adaptativos insuficientes: Lesões nas 
estruturas celulares (peroxidação de proteínas, 
lipídeos e ácidos nucleicos) 
Aldeídos derivados da peroxidação lipídica favorecem 
a formação de adutos destes com proteínas diversas, 
alterando suas funções; proteínas do citoesqueleto 
podem se agrupar e precipitar, formando corpos 
hialinos; proteínas mal dobradas formam agregados 
que se precipitam (gerando estresse do RE). 
Ineficiência dos sistemas antioxidantes →respostas 
adaptativas celulares (estresse oxidativo) 
→repercussões 
Ação dos radicais livres nas moléculas: 
 Lipídeos poli-insaturados 
Peroxidação em cadeia - Alteração dos lípides das 
membranas 
Repercussão: lesão das membranas celulares 
 Proteínas 
Peroxidação de resíduos de aminoácidos - Alteração 
na mudança conformacional 
Repercussão: alteração de função ou indução da 
degradação 
 Ácidos nucleicos 
Interação com T e G - Alteração na mudança 
conformacional 
Repercussão: quebras de molécula e favorecimento 
de mutações 
MECANISMOS DAS AGRESSÕES: ALTERAÇÕES EM 
ÁCIDOS NUCLEICOS 
 Radiações ionizantes e não ionizantes 
 Radicais livres 
 Substâncias alquilantes 
 Replicação: pareamento errado 
 
»Modificações geram o reconhecimento (proteínas 
especializadas*) que são responsáveis por checar 
constantemente. 
*Conjunto numeroso, codificadas por muitos genes: 
a) Genes de reparo de erros de pareamento 
b) Genes de reparo por excisão de nucleotídeos 
c)Genes de reparo de DNA lesado por radiação 
ionizante 
 
Defeitos em genes de reparo de erros de pareamento 
predispõe ao câncer; BRCA1 e BRCA2 são exemplos 
comuns de genes que atuam no reparo de DNA lesado 
por radiação ionizante 
Respostas: reparo da lesão ou indução de apoptose 
Quando o DNA é agredido ocorrem 
(1) reconhecimento da lesão por moléculas próprias; 
(2) parada do ciclo celular; 
(3) ativação dos mecanismos de reparo da lesão –se o 
defeito é corrigido, a célula continua no seu ciclo vital; 
(4) se o reparo não é possível, a célula é estimulada a 
entrar em apoptose;(5) quando há falha no reconhecimento da lesão ou 
impossibilidade de corrigir o defeito no DNA, a 
mutação resultante pode levar a célula a sofrer 
transformação neoplásica. 
Modificações 
Pouco extensas 
 Reparáveis por excisão de nucleotídeos 
 Não são acompanhadas de retardamento no 
ciclo celular 
Extensas 
 Quebras de fita 
 Disparam sinais para que haja parada do ciclo 
celular 
Checkpoint 
 Momento onde há avaliação da integridade 
do DNA para continuidade do ciclo celular 
MECANISMOS DAS AGRESSÕES: ALTERAÇÕES EM 
PROTEÍNAS 
A integridade de células, tecidos, órgãos e sistemas 
dependem da integridade e do funcionamento das 
proteínas. 
Anormalidades proteicas (quantidade e/ou função) → 
inúmeras lesões e doenças. 
 Deficiências enzimáticas e no metabolismo - 
Acúmulo de substrato. 
 Anormalidades em proteínas contráteis- 
Doenças musculares (ex.: distrofias). 
 Alteração na expressão de proteínas que 
controlam o ciclo celular – Neoplasias. 
Situações como: 
✓Redução de ATP disponível (condição prévia de 
hipóxia, por exemplo) 
✓Agressão por radicais livres 
✓Baixa disponibilidade de carboidratos para glicação 
Essas situações podem levar ao mal dobramento de 
proteínas no RE. 
Algumas proteínas precisam de ajuda de outras 
proteínas. 
No RE, chaperonas (HSP) são responsáveis pela 
correção das falhas nos dobramentos. 
Quando a correção não é possível, e ela está mal 
dobrada, a proteína deve ser degradada, para 
reaproveitamento dos aminoácidos. 
Este processo normalmente ocorre em complexos 
enzimáticos chamados proteassomos. 
E se os mecanismos homeostáticos são insuficientes? 
– Estresse do RE 
Quando há estresse oxidativo de alta intensidade, 
hipóxia persistente, etc. 
 Acúmulo das proteínas mal dobradas 
 Agregados solúveis ou não → 
proteotoxicidade (tóxicas) → apoptose (morte 
celular). 
 
MECANISMOS DAS AGRESSÕES: RESPOSTA IMUNE 
 
Resposta imune 
 Causa comum de lesões e doenças. 
 Capacidade de agredir células e tecidos 
normais. 
Muitas doenças têm forte componente imunitário: 
Doenças infecciosas → supressão 
Doenças autoimunes → exacerbação 
 
Etiologia geral das lesões 
Grande parte das lesões resultam da interação entre o 
agressor e os mecanismos adaptativos e de defesa do 
organismo; ainda, é comum a associação entre os dois 
tipos de causas 
CAUSAS EXÓGENAS 
 Ambiente físico: agentes físicos, químicos e 
biológicos. 
 Desvios nutricionais. 
 Ambiente social: pobreza, falta de habitação e 
exposição à problemas sanitários. 
CAUSAS ENDÓGENAS 
 Ambiente fisiológico e bioquímico (aspectos 
moleculares e mecanismos de defesa) + 
emocional (psiquiátrico). 
 Ambiente social: Pobreza →desemprego 
→transtornos emocionais. 
Em todas as condições, é indiscutível o papel que o 
patrimônio genético tem no aparecimento de 
doenças, pois cada indivíduo reage ao ambiente de 
modo particular, propriedade essa relacionada com a 
sua constituição genética. Por essa razão, não há 
doenças, mas sim doentes, já que um mesmo agente 
etiológico pode causar lesões e evoluir de modo 
distinto em diferentes pessoas 
AGENTES FÍSICOS (CAUSAS EXÓGENAS) 
Força mecânica 
Produz lesões pelo rompimento de estruturas 
celulares e teciduais 
Liberação de moléculas que induzem a resposta 
inflamatória para reparação tecidual 
Quando não há rompimento há distensão de 
membranas, que ativam mecanorreceptores para 
liberação de mediadores da resposta local. 
Lesões traumáticas 
(1) Abrasão ou ferida abrasiva - Arrancamento de 
células da epiderme por fricção ou 
esmagamento por instrumento mecânico. 
(2) Laceração, separação ou rasgo de tecidos -
Forças ou impactos externos que podem 
lacerar músculos, tendões ou vísceras. 
(3) Contusão ou ferida contusa - Impacto passa 
da pele aos tecidos subjacentes, com ruptura 
de pequenos vasos, hemorragia e edema. 
(4) Incisão ou corte - Lesão produzida por ação de 
instrumento com borda afiada 
(5) Perfuração Produzida por instrumento 
pontiagudo, ferida mais profunda que extensa 
(6) Fratura - Ruptura de tecidos duros, como 
ósseo e cartilaginoso 
Variações da pressão ATM 
O organismo humano tem capacidade de se adaptar 
facilmente a pequenas variações de pressão 
atmosférica. 
Um indivíduo suporta melhor o aumento de pressão 
atmosférica do que a sua diminuição; redução de 50% 
da pressão atmosférica é suficiente para produzir 
manifestações graves. 
Condições hiperbáricas 
 Grande pressão. 
 Gases se dissolvem em maior quantidade no 
sangue e nos líquidos intra e extracelulares. 
 Cuidado com a rápida descompressão - Gases 
dissolvidos formam bolhas - Êmbolos gasosos 
→obstruções. 
 Síndrome da descompressão. 
Condições hipobáricas 
 Diminuição da pressão ATM. 
 Grandes altitudes. 
 Redução da tensão de oxigênio nos alvéolos 
→hipóxia. 
→Indivíduos não adaptados: 
Vasoconstrição periférica →desvio do sangue para 
pulmões. 
Hipóxia leva a lesão do endotélio vascular →edemas 
(membros, face, pulmões e encéfalo) 
Processo adaptativo: aumento do hematócrito, do 
número de capilares (músculo, cérebro e miocárdio), 
número de mitocôndrias e de mioglobina. 
→Síndromes em não adaptados: 
(1) Doença aguda da altitude –acima de 3000m 
(2) Edema pulmonar e cerebral 
(3) Edema sistêmico 
Variação de temperatura 
Baixas temperaturas – ação local 
Lesões: dependem da rapidez da diminuição de 
temperatura e do congelamento da água dos tecidos 
→ Tempos prolongados promovem: 
 Vasoconstrição, oligoemia*, hipóxiae lesões 
degenerativas pela redução do fornecimento 
de O2. 
 Lesão endotelial pela hipóxia, que causa 
edema. 
 Anoxia. 
 Necrose na extremidade do membro atingido, 
progressiva. 
 Ausência de controle nervoso da 
vasomotricidade, agravando a hipóxia. 
 Congelamento da água das células, causando 
morte célula. 
Baixas temperaturas – ação sistêmica 
Mecanismos adaptativos temporários = Maior 
produção de calor. 
Hipotermia (<35°C) 
Vasoconstrição periférica, palidez e redução do 
metabolismo de todos os órgãos. 
Causa de morte: falência cardiorrespiratória por 
inibição de centros bulbares que comandam 
respiração e circulação. 
Altas temperaturas - Ação local: queimaduras 
 
Gravidade: depende da extensão e profundidade 
→ Mecanismos das lesões 
 Liberação de mediadores que induzem a 
vasodilatação e exsudação de plasma para a 
lesão, causando edemas. 
 Lesão da parede vascular -edema, hemorragia 
e trombose, resultando em isquemia e 
necrose. 
 Ação sobre células: degeneração hidrópica e 
desnaturação proteica. 
→ O que produzem as queimaduras extensas? 
 Estado de choque 
 Dor intensa 
 Choque hipovolêmico pela perda de plasma 
na área queimada 
 Diminuição do volume de sangue 
 Resposta inflamatória sistêmica 
 Muitos mediadores liberados na área atingida 
 Complicações: infecções 
Altas temperaturas: efeitos sistêmicos 
Hipertermia (≥40°C) 
Vasodilatação periférica e sequestro de sangue na 
periferia →insuficiência circulatória periférica ou 
choque térmico clássico. 
Agravamento: sudorese profunda (↓ volume de 
plasma). 
Hipóxia → lesões no SNC → meningismo e convulsões. 
→Efeitos lesivos decorrem de: 
 Disfunção elétrica dos tecidos (miocárdio, 
musculatura esquelética e tecido nervoso). 
 Produção de calor, de acordo com a 
resistência do tecido. 
Dependem de: tipos de corrente; quantidade de 
corrente que passa pelo corpo; trajeto da corrente; 
duração da agressão; superfície de contato. 
Corrente elétrica 
Efeitos lesivos decorrem de: 
 Disfunção elétrica dos tecidos (miocárdio, 
musculatura esquelética e tecido nervoso). 
 Produção de calor, de acordo com a 
resistência do tecido. 
Dependem de: 
 Tipo de corrente; quantidade de corrente que 
passa pelo corpo; trajeto da corrente; 
duração da agressão; superfície de contato 
Radiações 
Radiações são emissões de energia que se propagam 
como ondas eletromagnéticas ou como partículas. 
Classificadas de acordo com o comprimento deonda e 
frequência. 
Poder de penetração é inversamente proporcional ao 
comprimento de onda (raios X e gama). 
 Radiações particuladas →originam-se pela 
aceleração de partículas subatômicas ou 
naturalmente pela decomposição de 
elementos radioativos. 
 Radiações naturais → originam-se de 
elementos naturalmente radioativos (urânio, 
rádio, césio...) 
Mecanismos de lesão dos tecidos - Radiação ionizante 
→ Ação direta sobre macromoléculas: proteínas, 
lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos 
 Quebras, novas ligações, ionização de radicais 
→ALTERAÇÕES DE FUNÇÕES 
→Ação indireta pela produção de radicais livres a 
partir da ionização da água 
Lesões decorrentes de radiação ionizante: 
 Inalação ou ingestão de alimentos/poeira com 
partículas radioativas. 
 Exposição a radiação com fins 
terapêuticos/diagnósticos. 
 Contato acidental com artefatos nucleares 
(reatores, aparelhos de radioterapia). 
 Bombas nucleares 
 
 
Luz solar 
Radiação infravermelha →calor →queimaduras. 
Ultravioleta (UV): potencialmente + lesivas 
UVA e UVB: ação aguda 
 Hipertermia e queimaduras. 
 Eritema, edemas, descamação e 
hiperpigmentação 
UVA e UVB: ação crônica 
 Ação melanogênica –induzem pigmentação, 
fotossensibilização, envelhecimento precoce e 
causam lesões proliferativas (carcinomas e 
melanomas). 
 Degenerações na epiderme e alterações no 
DNA. 
 Lesões proliferativas benignas ou de 
malignidade variável. 
Relação radiação solar e câncer 
Carcinomas são mais frequentes em áreas expostas. 
Formação de dímeros no DNA (mutação). 
Correção por genes de reparo (falha →transmi do as 
células-filhas). 
Ruídos 
Ruídos fortes. 
Distúrbios de audição →perda progressiva da 
capacidade de distinguir sons de frequência mais alta. 
Ruídos →lesões nas células ciliadas do órgão de Corti 
(↓acuidade audi va) 
AGENTES BIOLÓGICOS (CAUSAS EXÓGENAS) 
Doenças infecciosas: vírus, bactérias, fungos, 
protozoários, helmintos e artrópodes. 
Mecanismos das lesões 
 Ação direta 
Invasão celular, proliferação e morte (efeito 
citopático) 
 Substâncias tóxicas 
Liberadas pelos agentes infecciosos (exotoxinas de 
bactérias, por ex.) 
 Endotoxinas 
Componentes estruturais ou substâncias armazenadas 
no agente e liberados após a sua morte ou 
desintegração. Ex: bactérias gram negativas. 
 Reação inflamatória 
Ativação do sistema proteolítico de contato 
 Integração ao genoma celular e alterações na 
síntese proteica 
 Indução da resposta imune 
Celular/humoral, a partir do reconhecimento de 
antígenos 
 Autoagressão 
Antígenos do invasor se aderem a estruturas/células 
Vírus 
1) Entrada no organismo 
2) Vencimento das barreiras naturais 
3) Disseminação: Sangue/linfa/axonal/celular 
4) Reconhecimento de receptores celulares 
específicos 
5) Entrada nas células - Fagocitose, endocitose 
ou fusão à MP 
6) Replicação do genoma viral e domínio dos 
mecanismos de síntese celulares 
7) Montagem de novos vírus - Citoplasma 
8) Saída e disseminação: Exocitose ou morte 
celular 
Mecanismos que produzem lesões nas infecções virais 
Ação direta 
 Infecções abortivas: o vírus penetra na célula, 
mas não se replica, não causando lesões. 
 Infecções persistentes: ocorre síntese e 
eliminação contínua do vírus, causando lesões 
celulares cumulativas que demoram a se 
expressar clinicamente (HIV). 
 Infecções latentes: o vírus se incorpora ao 
genoma celular e fica quiescente até ser 
estimulado (herpes zoster). 
 Infecções líticas: o vírus se prolifera e causa 
morte celular (HPV). 
 
Ação indireta 
 São lesões mediadas por mecanismos 
imunitários, primordialmente pela resposta 
celular. 
 Toda infecção viral ativa o sistema 
imunológico. Esse mecanismo pode gerar 
lesões. 
Bactérias 
 Lesões por bactérias 
 Dependem da patogenicidade 
 Definida pela expressão de genes 
 Fatores de virulência 
 Relacionam-se à: 
Facilidade na invasão 
Inibição de fatores inespecíficos de defesa 
Inibição da resposta imune protetora 
Resistência a ação de fagócitos 
Produção de toxinas 
Infecção bacteriana - Mecanismos 
 Produção de antibióticos (microbiota 
residente). 
 Essas bactérias patogênicas podem liberar 
enzimas que facilitam a passagem e 
disseminação. 
 Expressão de moléculas de adesão. 
 Produção de proteases contra elementos do 
sistema imune. 
 Mediadores de imunomodulação. 
Toxinas bacterianas 
 Exotoxinas 
Proteínas sintetizadas e liberadas durante a fase 
exponencial de crescimento. 
Efeito citopático - Nomenclatura de acordo com o alvo 
(neuro/enterotoxina), com o mecanismo de ação e 
com o efeito biológico produzido. 
 Endotoxinas 
LPS – lipopolissacarídeos (gram negativa) e 
peptidoglicanos (gram positiva) - Liberados após a 
desintegração da bactéria. 
Envolvidos na resposta inflamatória Gênese do 
choque séptico e coagulação intravascular 
disseminada. 
Mecanismos de ação das toxinas 
 Morte celular por inibição de síntese proteica. 
 Digestão das membranas celulares. 
 Alterações moleculares que causam distúrbios 
funcionais graves. 
 Modulação da resposta inflamatória. 
AGENTES QUÍMICOS 
Lesões 
 Ação direta: Células e interstício. 
-Degenerações ou morte celular 
-Alterações de interstício 
-Modificação no genoma 
-Efeito carcinogênico – ex: toxinas de fungos. 
-Vida intrauterina – efeito teratogênico 
 Ação indireta 
-Atuação como antígeno 
-Indução de resposta imune 
Efeitos 
Dependem: 
 Dose. 
 Vias de penetração e absorção. 
 Transporte, armazenamento, metabolização e 
excreção. 
 Particularidades do indivíduo: idade, gênero, 
estado de saúde, momento fisiológico. 
Efeitos Previsíveis: 
 Dependem da dose 
 Facilmente reproduzíveis 
 Padrões de reação com as mesmas 
características em diferentes indivíduos 
 Importante: idade, sexo, comorbidades e 
presença de outros agentes potencializadores. 
Efeitos Imprevisíveis 
 Não tem relação direta com a dose. 
 Dependem da indução da resposta imune –
estão ligados aos fatores genéticos. 
 Importante: via de administração. 
 Produzem diferentes respostas nos 
indivíduos. 
Absorção 
Agente químico →Absorção → Membranas celulares 
Forma como o contato ocorre 
 Cutânea 
 Mucosa (digestiva, respiratória, urogenital). 
 Parenteral (intradérmica, subcutânea, 
intramuscular ou intravenosa. 
A forma de absorção pode ser: 
 Difusão simples 
 Transporte ativo 
 Transporte facilitado 
Isso depende da: 
 Natureza da substância (peso molecular, 
estado físico-químico, solubilidade). 
 Condições de local de contato com o 
organismo. 
Transporte e distribuição 
Circulação linfática → sanguínea. 
Dissolução no plasma (hidrossolúvel) ou conjugação 
com proteínas plasmáticas. 
Quanto maior a perfusão, maior a quantidade de 
substâncias recebidas. 
Armazenamento 
Algumas substâncias podem ficar depositadas ou 
armazenadas por períodos variáveis, de acordo com a 
quantidade de solvente para a substância ou 
precipitação (ex.: DDT no tecido adiposo; prata e 
mercúrio em membranas basais). 
Biotransformação (metabolização) 
Metabolismo que ocorre antes da excreção. 
✓Objetivos: inativação e solubilização para excreção 
(entretanto, pode gerar metabólitos com maior 
potencial lesivo). 
Processos realizados pelos sistemas enzimáticos – 
No retículo endoplasmático liso, principalmente em 
células do fígado, enterócitos, epitélio brônquico e 
células renais. 
Reações de fase I 
Conversão de agentes apolares (insolúveis) em 
metabólitos polares (solúveis) por oxidação, redução 
ou hidrólise. 
Metabólitos: inativos ou mais ativos que o original 
(isso é bom quando é um fármaco, mas se for um 
metabólito ruim isso é pior). 
Reações de fase II 
Conjugação das substâncias ou seus metabólitos com 
um produto endógeno (carboidrato, grupos orgânios, 
etc.) para formação de um complexo solúvel de fácil 
excreção 
Influenciam a capacidade de biotransformação: 
 Idade, % de água no organismo 
 Fatores genéticos Indução de isoenzimas 
Excreção 
Forma nativa ou após biotransformação 
Rins (urina), trato digestivo, sistema biliar (fezes), via 
respiratória e pele 
Deposição no local em que são eliminadas 
Ex.: mercúrio e prata em membranas basais do rim e 
TGI 
AGENTES QUÍMICOS – POLUENTES AMBIENTAIS 
Natureza química diversa 
Efeitos biológicos variáveis 
Ar, solo, água, agricultura e alimentos 
 
Efeitos nocivos 
Sistema respiratório: alvo direto dos contaminantes 
inalados 
Proteção: capacidade de defesa contra poluentes do 
ar →sistema de remoção de partículas 
 
 
Poeiras 
Natureza mineral ou orgânica 
Inalação 
 Lesões pulmonares 
 Pneumoconioses 
Em ambiente ocupacional ou áreas urbanas –
indústrias 
Depende de: 
 Quantidade de pó retido 
 Tamanho, densidade e forma da partícula 
 Efeito dos demais poluentes do ar 
Poeiras inorgânicas: carvão, sílica 
Poeiras orgânicas: fibras de algodão, cânhamo 
Provenientes do tabagismo ou presentes no ambiente 
de trabalho. 
Solventes orgânicos 
 Uso na indústria: colas, vernizes, removedores 
e tintas. 
 Voláteis → inalação (acidental ou intencional–
psicotrópico). 
- Tolueno: cola de sapateiro. 
 Ingestão acidental. 
 
Água e solo 
Metais pesados 
 Efluentes industriais → água e alimentos. 
Pesticidas 
 Inseticidas, herbicidas, raticidas, fumigantes e 
fungicidas. 
- Objetivo: toxicidade para pragas (↓sele vidade). 
 Uso indiscriminado → exposição da população 
e de trabalhadores. 
 
Contaminantes alimentares 
 Naturais 
Países tropicais → armazenamento 
Sujeitos à contaminação por fungos que liberam 
toxinas, capazes de produzir lesões (umidade e 
temperatura locais). 
Ex.: aflatoxinas, ocratoxinas, tricotecenos, 
zearalenonas e ergolinas 
 Aditivos alimentares-conservantes 
Processamento industrial → tratamento com aditivos 
que deixam resíduos 
Recomendações para uso com segurança 
 
AGENTES QUÍMICOS – SUBSTÂNCIAS DE USO ABUSIVO 
 Medicamentos. 
 Álcool. 
 Estimulantes do SNC. 
 Cocaína, anfetamina e seus derivados.

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