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Mineração e economia no Brasil

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IMPACTO ECONÔMICO E SOCIAL 
A mineração no Brasil é um amparo financeiro e econômico para o país por ser 
uma importante fonte de renda. Isso se dá principalmente em função do potencial do solo 
nacional, caracterizado por seu diferencial e riqueza. Dessa forma, a mineração se torna 
um dos setores básicos da economia brasileira. 
Alguns cinco fatores que justificam essa importância da mineração na economia 
do país: 
 Equilíbrio econômico: a atividade de extração de minérios equilibra os 
índices de crescimento nacionais. Um exemplo disso é o superávit (quando 
a exportação de produtos é maior que a importação) na balança comercial 
em 2017. Por trás desse resultado está a mineração, sendo o minério de 
ferro uma das principais commodities que o Brasil exporta. 
 Influência histórica: a mineração atrai muitos investimentos e tem bom 
retorno financeiro. Esse potencial do setor já era visível desde o período 
do Brasil colonial, em que a extração de minérios foi responsável pelo 
equilíbrio econômico e geração de riquezas. Isso gerou como 
consequência uma boa visão do país para os estrangeiros, pois durante o 
século XVII, o país recebeu várias expedições em busca de metais 
valiosos. 
 Relação com fenômenos sociais: a extração de minérios está relacionada 
com os fenômenos sociais e tem vínculo com diversas questões de 
crescimento e desenvolvimento para o país. Durante o período colonial, a 
mineração gerou lucro tanto para outros países quanto para o Brasil, pois 
com a riqueza trazida, surgiu uma nova classe consumidora, denominada 
classe média. 
 Influência no PIB nacional: a mineração é responsável por quase 5% do 
PIB nacional e é capaz de oferecer produtos para outros ramos da indústria 
como siderúrgicas, metalúrgicas, fertilizantes e petroquímicas. Com isso, 
muitas iniciativas governamentais têm foco no investimento e 
modernização do setor mineral, o que resulta em um crescimento rápido 
desse segmento, gerando retornos significativos para a economia do país. 
 Geração de empregos: a mineração contribui para a criação de empregos 
diretos e também indiretos, pois oferece matéria prima para outros tipos 
de indústria. Essa relação indireta torna a extração de minérios uma das 
principais fontes de geração de empregos. 
VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS 
O Brasil é um dos quatro integrantes do grupo “BRICs” (Brasil, Rússia, Índia e 
China) e é amplamente reconhecido como uma economia de mercado emergente de 
grande sucesso. Durante a década de 1990, o país passou por um período de instabilidade 
macroeconômica, situação que se modificou com o passar dos anos, com diminuição das 
taxas de desemprego, baixos déficits orçamentários e grandes entradas de capital 
estrangeiro. Esse retorna à estabilidade tanto política quanto econômica, contribuiu como 
incentivo aos investimentos em novos projetos de mineração. 
Pensando nesse contexto macroeconômico, as variáveis que são usadas para medir 
a economia do país são o Produto Interno Bruto (PIB) e o Produto Nacional Bruto (PNB). 
O PIB é o valor total da produção de bens finais e serviços gerados dentro dos limites 
geográficos de uma economia, ou seja, é a renda gerada pela produção dentro do país 
durante um determinado período de tempo. Já o PNB, é o valor total de renda recebida 
pelos residentes dentro do país e os residentes estrangeiros num determinado período de 
tempo. Quando se trata de mercado externo, outra variável que surge é a Renda Líquida 
de Fatores Externos (RLFE), que é a renda derivada do mercado externo, tanto por 
importações quanto exportações. Dessa forma, a renda que pertence ao país, que inclui a 
renda recebida pelas empresas nacionais domésticas e empresas nacionais no exterior e 
exclui a renda enviada para o exterior pelas empresas localizadas no Brasil, será a PNB. 
A PNB pode ser entendida, então, como a soma do PIB e da RLFE. 
A riqueza de recursos naturais do Brasil, combinada à prosperidade dos setores de 
produção e serviços, permitiu ao país alcançar taxas de crescimento impressionantes nos 
últimos 10 anos. Houve uma certa aceleração do crescimento da produção total da 
mineração a partir de 2000 e, de acordo com dados fornecidos pelo IBRAM, apontam 
para um aumento de menor de US$ 10 bilhões do valor da produção em 2000 para cerca 
de US$ 50 bilhões em 2011. Esse resultado se dá em função dos preços mundiais que 
foram favoráveis, principalmente para o minério de ferro, mas também devido ao 
vigoroso crescimento nos níveis de produção. Esse crescimento acelerado da produção 
gerou uma mudança importante em algumas das contribuições da mineração para a 
microeconomia. 
Portanto, é evidente a contribuição da mineração de forma decisiva para essa 
virada da balança externa brasileira, de uma posição negativa durante a década de 1990, 
para o valor positivo nos últimos anos. A contribuição crescente das exportações da 
mineração foi preponderante nesse contexto, em que os minerais cresceram até responder 
por 33% do total de exportações do Brasil em 2010, sendo que em 1995 era cerca de 22%. 
A principal mudança se deu na participação dos minérios de ferro nas exportações totais, 
que saltou de 6,3% em 1995 para 16,7% em 2010. Outra mudança foi a ampliação da 
participação dos combustíveis. 
A crescente participação das exportações de minerais permitiu ao setor financiar 
grande parte da balança comercial brasileira. A contribuição líquida da mineração para 
essa balança nos últimos anos mostra um superávit constante. Assim, fica claro que as 
exportações foram as principais razões de melhorias macroeconômicas do Brasil 
conquistadas. 
O setor mineral contribui para a arrecadação de impostos por meio de uma ampla 
gama de medidas fiscais. Foi feito um estudo que revelou ao menos 12 impostos e 
encargos ficais aplicados à mineração pelas administrações tributárias abaixo do nível 
federal. A contribuição fiscal geral do setor da mineração respondeu entre 1 e 2% das 
receitas fiscais públicas total em 2010 e 2011. Os pagamentos de impostos da mineração 
foram equivalentes a 14,2 e 16,6% da produção bruta da mineração. 
Um dos principais impostos cobrados é o CFEM, Compensação Financeira pela 
Exploração de Recursos Minerais, que é uma contraprestação paga pelo aproveitamento 
econômico desses recursos minerais. O fato gerador da Compensação Financeira é a saída 
por venda do produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou outros depósitos 
minerais. E, ainda, a utilização, a transformação industrial do produto mineral ou mesmo 
o seu consumo pela empresa que está minerando. O CFEM é calculado sobre o valor do 
faturamento líquido (receita comercial excluído custos e tributos) obtido devido à venda 
do produto mineral. Dessa forma, existe uma alta correlação entre o valor arrecadado pela 
CFEM e os preços dos minérios no mercado. Sendo que as alíquotas arrecadadas variam 
de acordo com a substância mineral e são pagas mensalmente. Os recursos arrecadados 
são distribuídos em 12% para a União (DNPM e IBAMA); 23% para o Estado onde foi 
extraída a substância mineral; 65% para o município produtor. A CFEM constitui apenas 
uma pequena parcela dos impostos gerais cobrados da mineração no Brasil, sendo as 
receitas da CFEM em 2011 de cerca de R$ 1,5 bilhão (US$ 800 milhões), que representam 
1,7% do valor da produção total de minerais no Brasil. 
As contribuições macroeconômicas do setor mineral brasileiro geralmente são 
grandes, mas não se estendem às suas contribuições ao PIB. Apesar do crescimento 
recente, a contribuição dos minerais para o PIB total ainda representa um baixo percentual 
em comparação com a contribuição do setor de mineração para as exportações e o 
investimento em grande medida. Isso indica que a mineração nos últimos anos se tornou 
uma fonte relativamente importante da produção e geração de renda totais do país. Mas 
não desponta como uma contribuição muito grande para o PIB.Portanto, embora apresentem grandes proporções em termos monetários, as 
contribuições macroeconômicas em termos relativos ainda são pequenas, com exceção da 
contribuição expressiva da mineração para a rentabilidade das exportações totais do 
Brasil. Mesmo assim, a mineração é um elemento importante e crescente da 
macroeconomia brasileira. O crescimento do setor da mineração ajudou no 
desenvolvimento da economia e a reduzir a pobreza em regiões mais carente do Brasil. 
Dessa forma, a mineração se configura entre vários setores que sustentaram o crescente 
desempenho econômico do país no nível nacional, e também em áreas como a de 
exportações, onde se constitui um setor de destaque. 
O Plano de Mineração Nacional 2030 prevê um aumento no processo de 
mineração brasileira de até cinco vezes. Em realidade, a principal consequência dessa 
aposta do Estado no setor da mineração, é o reforço da dependência externa da economia 
nacional, que a torna vulnerável às oscilações de processos de desenvolvimento 
econômico externos. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
CNM. Estudos Técnicos CNM- Confederação Nacional de Municípios. Volume 5. 
Brasília: CNM, 2012. 
IBRAM. O setor de mineração no Brasil: fortalecimento institucional para o 
desenvolvimento sustentável. Londres, Reino Unido: ICMM- Conselho Internacional de 
Mineração e Metais, 2013.

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