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Bíblia de Estudo NAA

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Elaborada por uma equipe de quase cem especialistas, incluindo 
acadêmicos, professores e pastores, a Bíblia de Estudo NAA é uma das mais 
completas Bíblias de Estudo já publicadas no Brasil. Ela complementa a 
leitura do texto bíblico na Nova Almeida Atualizada, uma tradução lançada 
em 2017 pela SBB, com o que há de melhor e mais recente no campo dos 
estudos teológicos e científicos sobre as Escrituras e seu contexto original. 
 Resultado de uma profunda revisão da consagrada tradução Almeida 
Revista e Atualizada, a Nova Almeida Atualizada apresenta um texto clássico 
com uma linguagem atual, seguindo a norma padrão do português escrito e 
falado no Brasil.
 A associação desta tradução com estudos tão amplos e aprofundados 
sobre as Escrituras Sagradas faz da Bíblia de Estudo NAA uma obra 
imprescindível para todos aqueles que querem conhecer a Palavra de Deus 
e seus matizes históricos e sociais da maneira mais detalhada possível, sem 
abrir mão de precisão científica e rigor técnico. 
Recursos
• Mais de 44,7 mil notas de estudo esclarecedoras
• Mais de 200 mapas detalhados
• Mais de 200 tabelas comparativas
• Mais de 60 quadros temáticos
• Artigos exclusivos sobre temas cruciais para o 
cristianismo do século 21
• Introdução aos livros e blocos de livros
• Concordância bíblica
• Esquemas explicativos, diagramas e ilustrações
ÚNICA, COMPLETA
E INDISPENSÁVEL.
INTRODUÇÃO A BLOCOS 
DE LIVROS
A Bíblia pode ser dividida em 
blocos: Pentateuco, Livros históri-
cos, Livros Poéticos e Sapienciais, 
Livros Proféticos, Evangelhos e 
Cartas. Nesta Bíblia de Estudo 
NAA, cada bloco traz uma intro-
dução, com dados como conteú-
do, datação, composição, tema 
etc., a fim de contextualizar o gru-
po de livros bíblicos que se inicia. 
como usar os recursos 
da Bíblia de estudo naa
Introdução 
aos Livros Proféticos
INTRODUÇÃO
Os textos mesopotâmicos indicam que, muito 
antes de Israel entrar em Canaã, outros países ti-
nham profetas. Esses textos dos vizinhos de Israel 
apontam que tais profetas alegavam interceder 
pelo povo aos deuses, falar pelos deuses, criticar 
as debilidades morais e éticas do povo em nome 
dos deuses, prever acontecimentos futuros através 
do conhecimento especial dado pelos deuses e de-
nunciar os inimigos pelo poder dos deuses. Embo-
ra a Bíblia afirme a crença em um só Deus, não em 
muitos deuses, ela basicamente retrata os profetas 
de Israel cumprindo as mesmas tarefas. Isso não é 
surpreendente se a noção de “profeta” for a de uma 
pessoa que falasse por um deus para o povo.
O AT inclui três termos básicos para o conceito 
de “profeta”, dois dos quais têm uma conotação 
semelhante. Primeiro, em algumas ocasiões o AT 
usa os termos hozeh ou ro’eh. O primeiro significa 
“visionário”, enquanto o último significa “viden-
te”. Essas palavras indicam que os profetas eram 
pessoas que podiam “prever” ou “ver” coisas que 
outros não podiam. Eles podiam “ver” ou “prever” 
detalhes sobre o presente, bem como o que Deus 
queria no futuro. Por exemplo, Saul esperava que o 
“vidente” Samuel soubesse para onde algumas ju-
mentas perdidas haviam ido (1Sm 9.1-10). Samuel 
podia de fato “ver” para onde as jumentas tinham 
ido, mas também podia “prever” que Deus havia 
escolhido Saul para governar Israel (1Sm 9.15-17). 
Saul esperava pagar algo ao “vidente” pelo inconve-
niente. Tais expectativas e a ganância de alguns in-
divíduos intitulando -se profetas acabaram levando 
o povo a pensar que todos os videntes buscavam di-
nheiro (veja Am 7.12).
Em segundo lugar, o AT usa mais comumente a 
palavra nabi’ para “profeta”. As origens dessa pala-
vra são incertas; talvez provenha de uma raiz que 
significa “anunciar”, o que poderia indicar que um 
profeta era aquele que anunciava ou declarava in-
formações vitais. De qualquer forma, o profeta serve 
como porta -voz: em Êx 7.1 Moisés será como Deus 
para Faraó, enquanto Arão será seu profeta (isto é, 
seu porta -voz). Na verdade, os profetas israelitas 
alegavam declarar as palavras de Javé, o Deus de Is-
rael, enquanto em outras terras os profetas diziam 
transmitir as palavras de outros deuses. Uma vez 
que tantos profetas estavam ativos e declaravam 
mensagens conflitantes, o povo tinha de determi-
nar quem realmente falava por Deus e quem era um 
falso profeta.
Os profetas abordavam tanto as questões futuras 
como as atuais, sendo as questões atuais a principal 
preocupação de suas mensagens. Eles anunciaram 
acontecimentos futuros, como a vinda do Messias e 
o Dia do Juízo Final, mas normalmente declaravam 
como o povo de Deus deveria viver à luz da aliança 
divina (veja a seguir).
OS PROFETAS NA HISTÓRIA DE ISRAEL
A Bíblia indica que profetas que serviam ao úni-
co e verdadeiro Deus vivo existiam muito antes dos 
profetas escritores. Abraão (já em 2000 a.C.), Moisés 
(em 1450), Samuel (1050—1010), Natã (c. 1010—970), 
Elias e Eliseu (c. 860—850), e Hulda (627) são ape-
nas algumas pessoas que de Gênesis a Salmos são 
chamadas de profetas.
Por meio de Moisés, Deus revelou seus padrões 
para os profetas. De acordo com Dt 13.1-11, os pro-
fetas de Israel nunca deviam ensinar o povo a servir 
INTRODUÇÃO A CADA 
LIVRO BÍBLICO
Cada livro bíblico é precedido 
por uma ampla introdução, que 
traz informações importantes, 
como título, autor, data, propósito, 
disposição no bloco de livros a que 
pertence, estrutura, tema, assun-
tos principais etc., e outros elemen-
tos relevantes para a compreensão 
daquele livro, como mapas, tabelas 
de personagens etc. Ao final, há um 
esboço que traz uma estrutura re-
sumida do livro. As divisões nessa 
estrutura estão detalhadas nas 
notas de esboço ao longo da Bíblia 
(destacadas com fundo colorido).
Atos tem um caráter único entre os escritos 
do NT pelo fato de que seu propósito é registrar 
uma seleção da história da Igreja Primitiva pós-
-ressurreição de Cristo. Ele é a segunda parte de 
uma obra de dois volumes, sendo o primeiro volu-
me o Evangelho de Lucas. Ambos os livros são de-
dicados a uma pessoa chamada Teófilo, e At 1.1 se 
refere explicitamente ao Evangelho de Lucas.
Autor
Tanto o Evangelho de Lucas quanto Atos são 
anônimos, mas as argumentações mais antigas 
os atribuem a Lucas. O nome “Lucas” aparece so-
mente três vezes no NT: Cl 4.14; 2Tm 4.11; Fm 24. 
Todas as três referências estão nas cartas escritas 
por Paulo na prisão, e todas as três mencionam a 
presença de Lucas com Paulo.
A mais antiga argumentação sobre a autoria 
de Lucas vem de Irineu, bispo de Lião na Gália, 
que escreve ao final do séc. 2 d.C. Ele atribui os 
livros a Lucas, colaborador de Paulo, e observa 
que as ocorrências de narrativa em primeira 
pessoa do plural (“nós”), nos últimos capítulos 
de Atos (começando em 16.10), indicam que o 
autor de Atos era um companheiro de Paulo e 
que estava presente com ele nestas ocasiões. Es-
tas passagens na primeira pessoa do plural, em 
Atos, são a chave para a autoria do livro e do 
Evangelho de Lucas.
A passagem de Cl 4.14 indica que Lucas era mé-
dico; em vista disso, houve tentativas de apoio à 
autoria lucana com o argumento de que Lucas e 
Atos usam linguagem médica técnica. Isto não 
parece ser o caso, uma vez que Lucas aparente-
mente evita a linguagem técnica para poder se 
comunicar de forma natural com seus leitores, 
embora sua descrição detalhada sobre as enfer-
midades talvez reflita seu interesse como médico 
(cf. At 28.8). Além disso, todas as evidências exter-
nas se referem a Lucas como autor.
À exceção destas três referências no NT, nada 
mais se sabe ao certo sobre Lucas. Tradições anti-
gas o ligam a Antioquia, mas isso provavelmente 
está baseado na referência, em At 13.1, a “Lúcio”, 
que é um nome latino. “Lucas” é um nome gre-
go, e ambos os livros estão escritos em um exce-
lente grego. Seu profundo conhecimento do AT 
pode indicar que Lucas era um temente a Deus 
convertido (um gentio que frequentava a sinago-
ga judaica) ou um prosélito judeu (convertido), 
embora possa ter adquirido seu conhecimento 
bíblico depois de se tornarcristão.
Data
Alguns estudiosos datam Atos em c. 70 d.C. 
Isto parte do princípio de que Atos foi escrito 
depois do Evangelho de Lucas (At 1.1) e de que 
Lucas usou o Evangelho de Marcos como uma 
de suas fontes (Lc 1.1-2). (A tradição primitiva 
considera que o Evangelho de Marcos foi escrito 
após a morte de Pedro, que muito provavelmen-
te ocorreu em meados dos anos 60.) Outros da-
tam Atos nas décadas de 70 e 80. Eles sustentam 
que o propósito principal de Atos era fornecer 
um relato de como e onde o evangelho se espa-
lhou, em vez de ser uma defesa do ministério de 
INTRODUÇÃO
Atos
dos Apóstolos
20.26 será reunido ao seu povo. Após a morte, a pessoa se reúne com 
os próprios parentes falecidos, de acordo com a crença do AT (veja nota 
2Sm 12.23; a expressão também ocorre em Gn 25.8,17; 35.29; 49.33; 
Nm 20.24; Dt 32.50).
20.28 Moisés tirou as vestes sacerdotais de Arão e as pôs em Eleazar, o 
filho dele. A morte de Arão significava que seu filho deveria sucedê ‑lo como 
sumo sacerdote. A importância do sumo sacerdote como mediador supremo 
entre Deus e Israel é indicada por suas vestes: o ritual de vestir Eleazar com 
elas marca sua iniciação nesse alto cargo religioso. O livro de Hebreus faz 
muitas referências à superioridade do sumo sacerdócio de Cristo sobre Arão 
(ver Hb 4.14—10.18).
21.1‑3 Primeira vitória contra os cananeus. A missão de espionagem foi 
seguida pela morte dos espias e uma tentativa não autorizada de entrar em 
Canaã que terminou com a derrota de Israel em Horma (14.36‑45). No entanto, 
a morte de Arão por sua incredulidade é seguida da vitória em Horma. Isso 
marca o ponto da virada: a partir de agora, uma vitória após outra seguirá até 
que atinjam o Jordão, prontos para entrar na terra de Canaã.
21.1 Deve ‑se observar que esta batalha não foi uma iniciativa israelita; em vez 
disso, Israel respondeu a um ataque do rei cananeu de Arade. Isto ocorreu 
por causa de outros acontecimentos na Transjordânia (a área a leste do rio Jor‑
dão): Israel respondeu a ameaças; não provocou a guerra (veja vs. 21‑23,33‑35; 
25.17‑18). Arade e Horma estavam no Neguebe do norte, mas é incerto de‑
terminar com quais sítios arqueológicos esses locais devem ser identificados. 
É surpreendente encontrar este relato definido como sendo no Neguebe, pois 
na última localização Israel estava contornando a fronteira oriental de Edom 
(20.21). Assim, muitas vezes é sugerido que o relato da vitória em Horma foi 
colocado fora da sequência cronológica a fim de destacar a mudança na sorte 
de Israel após a morte de Arão. (Alguns, no entanto, argumentam que esse 
episódio se encaixa perfeitamente na narrativa.)
21.2‑3 destruirei totalmente as suas cidades (v. 2). As cidades cananeias 
que resistem a Israel serão totalmente destruídas, de acordo com Dt 20.16‑18 
(veja nota). Horma era o local onde essa política foi implementada pela primeira 
vez. Seu nome, “destruição”, comemora esse fato (Nm 21.3).
21.4‑9 A serpente de bronze. Um novo dia pode ter nascido, mas velhos 
hábitos não são erradicados. O povo mais uma vez reclama de sua comida, e 
são punidos: desta vez por cobras venenosas. Como antídoto, Moisés faz uma 
serpente de bronze, que curava qualquer um que olhasse para ela.
21.9 serpente de bronze. O termo hebraico traduzido por “bronze” também 
pode significar “cobre”. A área através da qual os israelitas estavam viajando 
tinha minas de cobre, e os arqueólogos encontraram uma cobra de cobre de 
13 cm de comprimento em um santuário midianita em Timna; portanto, parece 
provável que se trate de cobre. A vermelhidão do cobre sugere expiação (veja 
19.1‑10), assim, simbolicamente o material foi bem escolhido para esta ocasião. 
Jesus compara sua própria morte na cruz com a serpente levantada (Jo 3.14‑15). 
No tempo de Ezequias, rei de Judá (c. 715 a.C.), essa serpente de cobre tornou‑
‑se um objeto de culto entre os israelitas e teve de ser destruída (2Rs 18.4).
21.10‑20 Através da Transjordânia. A passagem de Israel a leste do mar 
Morto, em volta de todo o território de Moabe, e através da terra dos amor‑
reus, é resumida nestes versículos. Muitos locais não podem ser definidos com 
precisão, mas a rota geral é clara. O território de Moabe se estendia desde o 
c Nm 33.38; Dt 10.6
a Nm 33.40 
b Dt 2.1 
c 1Co 10.9 
d Jo 3.14‑16
NÚMEROS 20 — 21 274 
A serpente de bronze
 4 Então os israelitas partiram do monte 
Hor, pelo caminho do mar Vermelho, para 
rodear a terra de Edom. b Mas o povo se tor‑
nou impaciente no caminho 5 e falou contra 
Deus e contra Moisés, dizendo:
 — Por que vocês nos tiraram do Egito, para que 
morramos neste deserto, onde não há pão nem 
água? Já estamos enjoados dessa comida ruim.
 6 Então o Senhor mandou para o meio do povo 
cobras venenosas, que mordiam o povo; e morre‑
ram muitos do povo de Israel. c 7 Então o povo foi a 
Moisés e disse:
 — Nós pecamos, porque falamos contra o 
Senhor Deus e contra você. Ore ao Senhor, pe‑
dindo que tire de nós as cobras.
 Então Moisés orou pelo povo. 8 O Senhor disse 
a Moisés:
 — Faça uma serpente e coloque ‑a sobre uma 
haste. Quem for mordido e olhar para ela viverá.
 9 Moisés fez uma serpente de bronze d e a pôs 
sobre uma haste. Quando alguém era mordido por 
alguma cobra, se olhava para a serpente de bronze, 
ficava curado.
Jornadas dos israelitas
 10 Então os filhos de Israel partiram e acam‑
param em Obote. 11 Depois, partiram de Obote e 
acamparam em Ijé ‑Abarim, no deserto que está 
diante de Moabe, para o nascente. 12 Dali, par‑
tiram e acamparam no vale de Zerede. 13 E, dali, 
23 O Senhor disse a Moisés e a Arão no 
monte Hor, nos confins da terra de Edom:
 24 — Arão será reunido ao seu povo, 
porque não entrará na terra que dei aos 
filhos de Israel, pois vocês foram rebeldes 
à minha palavra, nas águas de Meribá. 25 Chame 
Arão e Eleazar, o filho dele, e diga ‑lhes que subam 
o monte Hor. 26 Depois tire as vestes sacerdotais de 
Arão e coloque ‑as em Eleazar, o filho dele; porque 
Arão será reunido ao seu povo e ali morrerá.
 27 Moisés fez como o Senhor lhe havia ordena‑
do. Subiram o monte Hor, diante dos olhos de toda 
a congregação. 28 Moisés tirou as vestes sacerdotais 
de Arão e as pôs em Eleazar, o filho dele. E Arão 
morreu c ali, no alto do monte. Depois disso Moi‑
sés e Eleazar desceram do monte. 29 Quando toda a 
congregação soube que Arão era morto, toda a casa 
de Israel chorou por Arão durante trinta dias.
A derrota do rei de Arade
21 1 O rei cananeu de Arade, a que habitava no Neguebe, ouviu que Israel vinha pelo ca‑
minho de Atarim. Ele atacou os israelitas e levou 
alguns deles cativos. 2 Então Israel fez um voto ao 
Senhor, dizendo:
 — Se, de fato, entregares este povo nas minhas 
mãos, destruirei totalmente as suas cidades.
 3 O Senhor ouviu o pedido de Israel e lhe entre‑
gou os cananeus. Os israelitas os destruíram total‑
mente, tanto eles como as suas cidades; e aquele 
lugar foi chamado de Horma.
20.26 será reunido ao seu povo. Após a morte, a pessoa se reúne com 
os próprios parentes falecidos, de acordo com a crença do AT (veja nota 
2Sm 12.23; a expressão também ocorre em Gn 25.8,17; 35.29; 49.33; 
Nm 20.24; Dt 32.50).
20.28 Moisés tirou as vestes sacerdotais de Arão e as pôs em Eleazar, o 
filho dele. A morte de Arão significava que seu filho deveria sucedê ‑lo como 
sumo sacerdote. A importância do sumo sacerdote como mediador supremo 
entre Deus e Israel é indicada por suas vestes: o ritual de vestir Eleazar com 
elas marca sua iniciação nesse alto cargo religioso. O livro de Hebreus faz 
muitas referências à superioridade do sumo sacerdócio de Cristo sobre Arão 
(ver Hb 4.14—10.18).
21.1‑3 Primeira vitória contra os cananeus. A missão de espionagem foi 
seguida pela morte dos espias e uma tentativa não autorizada de entrar em 
Canaã que terminou com a derrota de Israel em Horma (14.36‑45). No entanto, 
a morte de Arão por sua incredulidade é seguida da vitória em Horma. Isso 
marca o ponto da virada: a partir de agora, uma vitória após outra seguirá até 
que atinjamo Jordão, prontos para entrar na terra de Canaã.
21.1 Deve ‑se observar que esta batalha não foi uma iniciativa israelita; em vez 
disso, Israel respondeu a um ataque do rei cananeu de Arade. Isto ocorreu 
por causa de outros acontecimentos na Transjordânia (a área a leste do rio Jor‑
dão): Israel respondeu a ameaças; não provocou a guerra (veja vs. 21‑23,33‑35; 
25.17‑18). Arade e Horma estavam no Neguebe do norte, mas é incerto de‑
terminar com quais sítios arqueológicos esses locais devem ser identificados. 
É surpreendente encontrar este relato definido como sendo no Neguebe, pois 
na última localização Israel estava contornando a fronteira oriental de Edom 
(20.21). Assim, muitas vezes é sugerido que o relato da vitória em Horma foi 
colocado fora da sequência cronológica a fim de destacar a mudança na sorte 
de Israel após a morte de Arão. (Alguns, no entanto, argumentam que esse 
episódio se encaixa perfeitamente na narrativa.)
21.2‑3 destruirei totalmente as suas cidades (v. 2). As cidades cananeias 
que resistem a Israel serão totalmente destruídas, de acordo com Dt 20.16‑18 
(veja nota). Horma era o local onde essa política foi implementada pela primeira 
vez. Seu nome, “destruição”, comemora esse fato (Nm 21.3).
21.4‑9 A serpente de bronze. Um novo dia pode ter nascido, mas velhos 
hábitos não são erradicados. O povo mais uma vez reclama de sua comida, e 
são punidos: desta vez por cobras venenosas. Como antídoto, Moisés faz uma 
serpente de bronze, que curava qualquer um que olhasse para ela.
21.9 serpente de bronze. O termo hebraico traduzido por “bronze” também 
pode significar “cobre”. A área através da qual os israelitas estavam viajando 
tinha minas de cobre, e os arqueólogos encontraram uma cobra de cobre de 
13 cm de comprimento em um santuário midianita em Timna; portanto, parece 
provável que se trate de cobre. A vermelhidão do cobre sugere expiação (veja 
19.1‑10), assim, simbolicamente o material foi bem escolhido para esta ocasião. 
Jesus compara sua própria morte na cruz com a serpente levantada (Jo 3.14‑15). 
No tempo de Ezequias, rei de Judá (c. 715 a.C.), essa serpente de cobre tornou‑
‑se um objeto de culto entre os israelitas e teve de ser destruída (2Rs 18.4).
21.10‑20 Através da Transjordânia. A passagem de Israel a leste do mar 
Morto, em volta de todo o território de Moabe, e através da terra dos amor‑
reus, é resumida nestes versículos. Muitos locais não podem ser definidos com 
precisão, mas a rota geral é clara. O território de Moabe se estendia desde o 
c Nm 33.38; Dt 10.6
a Nm 33.40 
b Dt 2.1 
c 1Co 10.9 
d Jo 3.14‑16
NÚMEROS 20 — 21 274 
A serpente de bronze
 4 Então os israelitas partiram do monte 
Hor, pelo caminho do mar Vermelho, para 
rodear a terra de Edom. b Mas o povo se tor‑
nou impaciente no caminho 5 e falou contra 
Deus e contra Moisés, dizendo:
 — Por que vocês nos tiraram do Egito, para que 
morramos neste deserto, onde não há pão nem 
água? Já estamos enjoados dessa comida ruim.
 6 Então o Senhor mandou para o meio do povo 
cobras venenosas, que mordiam o povo; e morre‑
ram muitos do povo de Israel. c 7 Então o povo foi a 
Moisés e disse:
 — Nós pecamos, porque falamos contra o 
Senhor Deus e contra você. Ore ao Senhor, pe‑
dindo que tire de nós as cobras.
 Então Moisés orou pelo povo. 8 O Senhor disse 
a Moisés:
 — Faça uma serpente e coloque ‑a sobre uma 
haste. Quem for mordido e olhar para ela viverá.
 9 Moisés fez uma serpente de bronze d e a pôs 
sobre uma haste. Quando alguém era mordido por 
alguma cobra, se olhava para a serpente de bronze, 
ficava curado.
Jornadas dos israelitas
 10 Então os filhos de Israel partiram e acam‑
param em Obote. 11 Depois, partiram de Obote e 
acamparam em Ijé ‑Abarim, no deserto que está 
diante de Moabe, para o nascente. 12 Dali, par‑
tiram e acamparam no vale de Zerede. 13 E, dali, 
23 O Senhor disse a Moisés e a Arão no 
monte Hor, nos confins da terra de Edom:
 24 — Arão será reunido ao seu povo, 
porque não entrará na terra que dei aos 
filhos de Israel, pois vocês foram rebeldes 
à minha palavra, nas águas de Meribá. 25 Chame 
Arão e Eleazar, o filho dele, e diga ‑lhes que subam 
o monte Hor. 26 Depois tire as vestes sacerdotais de 
Arão e coloque ‑as em Eleazar, o filho dele; porque 
Arão será reunido ao seu povo e ali morrerá.
 27 Moisés fez como o Senhor lhe havia ordena‑
do. Subiram o monte Hor, diante dos olhos de toda 
a congregação. 28 Moisés tirou as vestes sacerdotais 
de Arão e as pôs em Eleazar, o filho dele. E Arão 
morreu c ali, no alto do monte. Depois disso Moi‑
sés e Eleazar desceram do monte. 29 Quando toda a 
congregação soube que Arão era morto, toda a casa 
de Israel chorou por Arão durante trinta dias.
A derrota do rei de Arade
21 1 O rei cananeu de Arade, a que habitava no Neguebe, ouviu que Israel vinha pelo ca‑
minho de Atarim. Ele atacou os israelitas e levou 
alguns deles cativos. 2 Então Israel fez um voto ao 
Senhor, dizendo:
 — Se, de fato, entregares este povo nas minhas 
mãos, destruirei totalmente as suas cidades.
 3 O Senhor ouviu o pedido de Israel e lhe entre‑
gou os cananeus. Os israelitas os destruíram total‑
mente, tanto eles como as suas cidades; e aquele 
lugar foi chamado de Horma.
Deus com sua criação, ou seja, seu representante: 
Adão representou a humanidade e o mundo, e as 
consequências de sua queda são repassadas a todos 
aqueles que ele representava. Isso fornece o modelo 
de compreensão cristã de como Jesus faz o seu tra‑
balho representativo, o qual trará consequências 
tanto para as pessoas que ele representa como tam‑
bém para toda a criação.
Características literárias
Como já foi mencionado, Gênesis é um livro 
histórico cuja história é apresentada em formas li‑
terárias. É uma antologia de diversas formas. Entre‑
tanto, essa narrativa é mais unificada que a maioria 
das antologias, pois todo o material enquadra ‑se no 
gênero de narrativa histórica. Essa história, porém, 
não está registrada como nos livros de história com 
os quais os leitores modernos estão familiarizados. 
Em vez disso, o livro de Gênesis é essencialmente 
uma coleção que pode ser chamada de histórias 
heroicas — contos focados num personagem cen‑
tral, com o qual o leitor é levado a simpatizar ‑se 
—, intercaladas por genealogias. Os três primeiros 
capítulos pertencem a um gênero conhecido como 
história das origens. Gênesis também tem afinida‑
des com o gênero épico, pelo relato da história do 
universo (caps. 1—11) e das origens da nação de Is‑
rael (caps. 12—50).
Uma abordagem literária do livro de Gênesis 
requer que o leitor pense corretamente sobre o 
conceito literário contemporâneo de “herói”. Essa 
abordagem tem três princípios cruciais: (1) a vida 
real fornece os materiais para um herói, mas a ima‑
gem do herói é sempre o resultado de uma seleção e 
filtro de itens retirados de um conjunto maior de in‑
formações sobre uma pessoa; (2) certas culturas ce‑
lebram heróis como uma forma de codificar os seus 
próprios ideais, valores e virtudes; e (3) heróis literá‑
rios são representativos da cultura que os produziu 
e, em alguns aspectos, das pessoas em âmbito uni‑
versal. Os heróis dessas histórias nem sempre são 
“heroicos”: eles são simplesmente o centro humano 
das atenções na história; suas ações são ora corajo‑
sas, ora covardes; ora nobres, ora vulgares; ou (mais 
frequentemente) uma mistura complexa de todas 
essas características. À medida que a narrativa pros‑
segue, o leitor depara com as contingências — ou 
seja, alguns episódios poderiam ter sido diferentes, 
talvez até mesmo tenham realmente sido diferentes. 
O cuidado providencial de Deus para com seu povo 
usa as próprias imperfeições dos indivíduos para 
atingir o seu propósito. O público original, então, 
enxergava suas próprias situações permeadas com 
o propósito de Deus, aprendendo, assim, a abraçar 
a vida como um dom de Deus, trajetória para ser vi‑
vida sob sua direção. Um exemplo é quando o ser‑
vo toma Rebeca como esposa para Isaque (cap. 24). 
Qualquer um desses acontecimentospoderiam ter 
sido diferentes, mas, neste caso, Isaque e Rebeca 
nunca teriam se casado, ou talvez, conforme 24.3‑8, 
Isaque nunca teria se casado — assim, como as pro‑
messas feitas a Abraão teriam seu cumprimento? 
Mas Deus manteve sua promessa (ninguém é obri‑
gado a achar que tudo que o servo fez foi correto), 
e os primeiros leitores puderam aprender a se en‑
xergar debaixo do cuidado de Deus como resultado 
do que ocorrera. O leitor cristão moderno é também 
herdeiro e beneficiário dessa história.
Os motivos de unificação literária incluem: (1) a 
caracterização de Deus e a história de suas relações 
com as pessoas; (2) o pecado da humanidade e os 
indivíduos pertencentes a ela; (3) a história do de‑
senrolar do plano de Deus para redimir um povo 
para si, apesar da desobediência deles; (4) a “his‑
tória de heróis” como gênero quase constante ao 
longo de todo o livro; (5) personagens, personagens, 
personagens: à medida que lê Gênesis, o leitor é le‑
vado a encontros com personagens inesquecíveis e 
suas histórias, além de lições sobre sabedoria e lou‑
cura, que podem ser aprendidas com eles.
Esboço
 I. História primitiva (1.1—11.26)
 A. Deus cria e dispõe o céu e a Terra (1.1—2.3)
 B. Os primeiros habitantes da Terra (2.4—4.26)
 1. O homem e a mulher no santuário do Éden (2.4‑25)
GÊNESIS — INTRODUÇÃO 24 
Depois de declarar que Deus é o Criador de todas as coisas (1.1), o foco do 
restante de Gn 1 (iniciando ‑se em 1.3) é principalmente sobre Deus trazendo as 
coisas à existência por sua palavra e organizando o que foi criado (“Ajuntem ‑se 
as águas debaixo dos céus num só lugar”; cf. 1.9), diferindo da maneira como 
a Terra foi criada inicialmente (1.1). Algumas características nos indicam isso. 
Por exemplo, a vegetação é mencionada no dia três, aparentemente antes da 
criação do sol, no dia quatro. (Os leitores interessados em comparar essa pas‑
sagem sob uma perspectiva científica moderna devem consultar a Introdução a 
Gênesis: “Gênesis e a ciência”.) Considerado em seu antigo contexto do Oriente 
Próximo, o texto de Gn 1 diz que Deus criou tudo; mas é também um relato de 
como Deus estruturou sua criação em uma complexidade ordenada. Nos três 
primeiros dias, o leitor é apresentado a dia, noite, céus, terra, mares — todos 
estes, e somente estes, nomeados especificamente por Deus. Do dia quatro 
ao seis, as três regiões distintas são preenchidas: o céu, com luzeiros e aves; 
os mares, com peixes; e a terra, com animais e répteis. Finalmente, Deus dá 
autoridade para os seres humanos, como seus vice ‑regentes, para governarem 
sobre todas essas criaturas vivas. Em Gn 1, é estabelecida uma hierarquia de 
autoridade. A humanidade está divinamente comissionada para governar as 
outras criaturas, em nome de Deus; o objetivo é que toda a Terra se torne o 
templo de Deus, o lugar da sua presença, e mostre a sua glória.
1.1 No princípio. Este versículo de abertura pode ser classificado como um 
resumo que introduz toda a passagem ou pode ser lido como primeiro aconte-
cimento, a origem dos céus e da Terra (em algum momento antes do primeiro 
dia), incluindo a criação da matéria, do espaço e do tempo. Este segundo 
ponto de vista (a origem dos céus e da Terra) é confirmado pela afirmação 
dos autores do NT, segundo quem a criação se deu a partir do nada (Hb 11.3; 
Ap 4.11). Deus criou. Embora a palavra hebraica para “Deus”, ’Elohim, te‑
nha a sua forma no plural (possivelmente para expressar majestade), o verbo 
“criar” está flexionado no singular, indicando que Deus é classificado como 
um ser. O livro de Gênesis é consistentemente monoteísta na sua perspectiva, 
em contraste marcante com outros relatos antigos do Oriente Próximo sobre 
a criação. Há somente um Deus. O verbo hebraico bara (“criar”) é sempre 
usado no AT tendo Deus como sujeito; mesmo não sendo sempre utilizado 
para descrever a criação a partir do nada, reforça a soberania e o poder de 
Deus. os céus e a terra, aqui, expressa “tudo”. Isso significa, então, que a 
expressão “no princípio” se refere ao início de tudo. O texto indica que Deus 
criou tudo no universo, afirmando, assim, que tudo foi de fato criado ex nihilo 
(do latim, “do nada”). O efeito das palavras de abertura da Bíblia estabelece 
que Deus, em sua sabedoria inescrutável, em seu poder soberano e em sua 
majestade, é o Criador de todas as coisas que existem.
1.2 A descrição inicial da terra como um ambiente sem forma e vazio, uma 
frase repetida no AT apenas em Jr 4.23, sugere que não havia ordem nem 
conteúdo nela. A referência a trevas sobre a face do abismo indica au‑
sência de luz. Esse estado inicial será transformado pela atividade criadora de 
Deus: o Espírito de Deus se movia. Este comentário cria uma sensação de 
expectativa: algo estava prestes a acontecer. Não há razão para postular que 
houve um longo período entre 1.1 e 1.2, durante o qual a Terra era sem forma 
e vazia. Críticos estudiosos argumentam que a palavra “abismo” (hebr. tehom) 
é um remanescente da mitologia mesopotâmica do relato da criação chamado 
Enuma Elish. Marduque, ao criar o universo, também teve de vencer Tiamat, 
deusa do caos. Esses estudiosos acreditam que o Deus dos hebreus teve de 
vencer a divindade do caos, Tiamat, na forma de “abismo” (notar a semelhança 
entre as duas palavras: tehom e Tiamat). Há muitas razões linguísticas, no 
1.1—11.26 História primitiva. Os primeiros onze capítulos do livro de Gê‑
nesis diferem dos seguintes. Os caps. 12—50 focam numa linhagem familiar 
principal com detalhes consideráveis, enquanto os caps. 1—11 poderiam ser 
descritos como uma avaliação do mundo antes de Abraão. Esses capítulos 
iniciais diferem não só em seu assunto do cap. 12 em diante, mas também 
porque não há paralelos reais para as histórias patriarcais em outras litera‑
turas. Em contraste com as histórias patriarcais, no entanto, existem outras 
fontes não bíblicas antigas sobre a criação e o dilúvio. A existência de tais 
histórias, entretanto, de maneira alguma desafia a autoridade ou a inspiração 
de Gênesis. Na verdade, os relatos não bíblicos apresentam nítido contraste 
com o relato bíblico, ajudando, assim, os leitores a apreciar a natureza e o 
caráter únicos dos relatos bíblicos da criação e do dilúvio. Em outras tradições 
literárias antigas, a criação é uma grande luta, frequentemente envolvendo 
conflitos entre deuses. O dilúvio foi enviado porque os deuses não supor‑
tavam o barulho feito pelos humanos, nem conseguiram controlá ‑lo. Por 
meio dessas histórias, o povo do mundo antigo aprendeu suas tradições 
sobre os deuses que adoravam e o modo de vida que deveriam seguir. As 
versões babilônicas das histórias da criação e do dilúvio foram escritas com 
o intuito de mostrar que a Babilônia era o centro do universo religioso e 
que sua civilização foi o apogeu da humanidade.
Ao ler Gênesis, os leitores podem perceber que o livro é projetado para 
refutar essas versões. Há somente um Deus, cuja palavra é todo ‑poderosa. 
Ele só precisa falar, e o mundo passa a existir. O sol e a lua não são deuses 
por seu próprio direito, mas são criados por um Deus. Ele não precisa ser 
alimentado pelo homem, como os babilônios acreditavam estar fazendo 
ao oferecer sacrifícios; mas fornece o alimento para o homem. É o pecado 
humano, e não a ira divina, que provoca o dilúvio. O fato de a torre da 
Babilônia (Babel) não haver conseguido alcançar o céu se tornou um aviso 
de que o humano, em seu orgulho, não podia alcançar nem manipular Deus.
Esses princípios, que surgem de forma tão clara em Gn 1—11, são ver‑
dades que têm continuidade ao longo de todo o restante das Escrituras. 
A unidade de Deus é fundamental para a teologia bíblica, assim como o 
seu poder supremo, o seu cuidado com a humanidade e o seu julgamento 
sobre o pecado. Pode não ser sempre óbvia a forma como esses capítulos 
se referem à geologia e à arqueologia; mas a sua mensagem teológica é 
muito clara. Lidos de acordo com o sentido segundo o qual foram escritos, 
eles fornecem as pressuposiçõesfundamentais do restante das Escrituras. 
Esses capítulos devem fazer o papel de lente para que os leitores se con‑
centrem nos pontos que o autor está apresentando e leiam o resto da 
Bíblia à luz deles.
1.1—2.3 Deus cria e dispõe o céu e a Terra. O livro de Gênesis se inicia 
com uma descrição majestosa de como Deus criou os céus e a Terra e, em 
seguida, como ele dispôs a Terra de modo que ela pudesse se tornar a sua 
morada. Estruturado em sete partes, cada uma marcada com frases fixas ou 
muito similares, todo o episódio exprime a imagem do Deus Todo ‑Poderoso e 
transcendente que define tudo com habilidade perfeita, em conformidade com 
a sua infinita vontade. A ênfase está principalmente em como Deus organiza 
ou elabora tudo. A estrutura da narrativa é a seguinte: depois de apresentar o 
cenário (1.1‑2), o autor descreve os seis dias de trabalho (1.3‑31) e o sétimo dia, 
o sábado de Deus (2.1‑3). Cada um dos seis dias de trabalho segue o mesmo 
padrão: começa com “disse Deus” e termina com “houve tarde e manhã”. 
a Sl 102.25; Ne 9.6; 
Is 42.5; At 17.24; 
Rm 1.20; Hb 11.3 
 2 A terra era sem forma e vazia; havia 
trevas sobre a face do abismo, e o Espírito 
de Deus se movia sobre as águas.
A criação do Universo
1 1 No princípio, Deus criou os céus e a terra. a
Gênesis
TEXTO BÍBLICO
Esta Bíblia de Estudo traz o 
texto bíblico na edição Nova Al-
meida Atualizada, uma tradução 
clássica, fiel e, ao mesmo tempo, 
atual. Segue a divisão padrão de 
capítulos e versículos e traz subtí‑
tulos que ajudam o leitor a visua‑
lizar rapidamente o conteúdo das 
divisões/seções do texto. Nesta 
edição, o texto bíblico aparece 
disposto em duas colunas, com 
divisão por parágrafos.
NOTAS DE ESTUDO
Aparecem no rodapé das pági‑
nas, dispostas em duas colunas. 
Explicam termos ou frases do tex‑
to bíblico (grafados em destaque) 
ou fornecem informações varia‑
das sobre a Bíblia, como história, 
geografia, cultura, arqueologia, 
características literárias etc. Al‑
gumas notas trazem palavras 
transliteradas do hebraico, ara‑
maico ou grego.
NOTAS DE ESBOÇO
Essas notas especiais apare‑
cem em meio às notas de estudo, 
destacadas por um fundo colori‑
do. Referem‑se às seções do texto 
bíblico e trazem mais informa‑
ções sobre elas.
como UsaR os RecURsos... xvi 
GENEALOGIAS: IDADE NA PATERNIDADE E IDADE NA MORTE
Adão (5.3‑5) 130/930
Sete (5.6‑8) 105/912
Enoque (5.9‑11) 90/905
Cainã (5.12‑14) 70/910
Maalalel (5.15‑17) 65/895
Jarede (5.18‑20) 162/962
Enoque (5.21‑24) 65/365
Metusalém (5.25‑27) 187/969
Lameque (5.28‑31) 182/777
Noé (5.32; 9.29) 500/950
Sem (11.10‑11) 100/600
Arfaxade (11.12‑13) 35/438
Salá (11.14‑15) 30/433
Héber (11.16‑17) 34/464
Pelegue (11.18‑19) 30/239
Reú (11.20‑21) 32/239
Serugue (11.22‑23) 30/230
Naor (11.24‑25) 29/148
Tera (11.26‑32) 70/205
100 200 300 400 500 600 700 800 900
GÊNESIS 5 — 6 38 
de Deus viram que as filhas dos homens eram boni‑
tas e tomaram para si mulheres, aquelas que, entre 
todas, mais lhes agradaram. 3 Então o Senhor disse:
 — O meu Espírito não agirá para sempre no ser 
humano, pois este é carnal; e os seus dias serão cen‑
to e vinte anos.
 32 Noé tinha quinhentos anos de idade e gerou 
Sem, Cam e Jafé.
A corrupção do gênero humano
6 1 Quando as pessoas começaram a se multiplicar sobre a face da terra e tiveram filhas, 2 os filhos 
5.32 Embora este versículo dê a impressão de continuar o padrão genealógico 
usado nos vs. 3‑31, a nomeação dos três filhos, Sem, Cam e Jafé, finaliza a lista. 
Um final semelhante aparece na conclusão da genealogia de Sem em 11.10‑26.
6.1‑8 A malevolência da humanidade. A listagem bastante específica de 
descendentes no cap. 5 é imediatamente seguida por esta curta passagem que 
explica por que Deus enviou o dilúvio para punir toda a humanidade. Mas esta 
passagem termina reconhecendo que, em contraste com todos os outros, Noé 
(apresentado em 5.28‑32) encontra graça aos olhos de Deus.
6.1—8.22 O relato de um dilúvio, incluído na epopeia de Gilgamesh, foi en‑
contrado na literatura mesopotâmica. Ele apresenta muitas semelhanças com 
a narrativa bíblica. Certo homem chamado Utnapishtim construiu uma arca, 
carregou ‑a de animais e sobreviveu a uma chuva torrencial. A relação entre os 
dois relatos, se houver, é incerta, embora a aparente história de uma inunda‑
ção na Mesopotâmia dê algum apoio e confirmação para a historicidade do 
acontecimento bíblico. Ou seja, a existência de tais histórias em outras fontes 
indica que a Bíblia de fato preserva a memória de uma ocorrência importante, 
assim como a literatura mesopotâmica. Há também diferenças fundamentais 
entre o relato da Bíblia e o da Mesopotâmia, em particular no que diz respeito 
ao que teria motivado Deus, ou os deuses, a enviar o dilúvio.
6.1‑2 as pessoas começaram a se multiplicar. A temática da multiplica‑
ção é introduzida por Deus pela primeira vez em 1.28, onde é apresentada 
sob uma ótica muito positiva e vista como algo necessário para cumprir seus 
planos para a terra. A presente passagem, no entanto, revela que esta tarefa 
determinada por Deus leva ao aumento da maldade sobre a terra à proporção 
que a população se expande. Esse problema é exacerbado pela vida conjunta 
dos filhos de Deus e as filhas dos homens (6.2). A identidade de ambos os 
grupos é incerta, e várias proposições têm sido defendidas, embora nenhuma 
tenha ganhado apoio universal. Vários estudiosos propuseram que os “filhos 
de Deus” são: (1) anjos caídos (cf. Jó 1.6; alguns, no entanto, sugerem que 
isso contradiz Mc 12.25, embora a referência em Marcos seja anjos no céu; 
veja também 2Pe 2.4‑5; Jd 5‑6); ou (2) juízes ou reis humanos tirânicos (na 
linhagem ímpia de Lameque, possivelmente, endemoniados); ou (3) os segui‑
dores de Deus entre os descendentes masculinos de Sete (ou seja, a piedosa 
linhagem de Sete, mas que se casaram com as filhas ímpias de Caim). Embora 
seja difícil determinar qual dessas três visões possa estar correta, é evidente 
que o tipo de relação descrita aqui envolveu perversão sexual grave de alguma 
espécie, em que os “filhos de Deus” viram e com impunidade tomaram 
para si todas as mulheres (“filhas do homem”) que quiseram. A sequência 
aqui em Gn 6.2 (“viram… bonitas [boa]… tomaram”) é paralela à sequência 
da queda em 3.6 (“viu… boa… tomou”). Em ambos os casos, algo de bom 
na criação de Deus é usado em desobediência e rebelião pecaminosa contra 
Deus, resultando em consequências trágicas. Apenas Noé permanece longe 
desse pecado. (Veja nota 1Pe 3.19).
6.3 Deus anuncia que, devido à natureza imoral das pessoas, os seus dias 
serão cento e vinte anos. Há duas possíveis interpretações para esse número 
de anos: tanto que a vida dos seres humanos não excederia 120 anos, ou que a 
vinda do dilúvio seria antecipada em 120 anos. Enquanto a última interpretação 
é mais simples, a primeira interpretação é atraente, e seria verdadeira como 
uma generalização, embora alguns que viveram depois do dilúvio (por exemplo, 
Abraão) desfrutaram de uma vida de mais de 120 anos.
TABELAS, GRÁFICOS 
E MAPAS
Ao longo desta Bíblia, o leitor 
encontrará tabelas, gráficos e ma-
pas nas próprias notas de estudo. 
Esses recursos tratam de temas 
relacionados ao texto bíblico das 
notas e servem para contextuali-
zá-lo e sistematizar informações 
sobre ele.
ILUSTRAÇÕES 
Presentes também ao longo 
das notas de estudo, ajudam a 
visualizar elementos como es-
truturas físicas (templos, casas, 
construções), objetos e outros de-
talhes culturais.
AS VESTES SAGRADAS DO SUMO SACERDOTE
A ilustração mostra as vestes sagradas 
usadas pelos sacerdotes (Êx 28; 39).
A mitra de linho fino levava uma 
lâmina de ouro puro polido, na qual 
foi gravada a expressão, em hebraico, 
“Santidade ao Senhor”.
A estola sacerdotal (uma peça de 
linho colorido sobre o tronco presa 
por um cinto habilmente tecido) 
tinha duas ombreiras, cada uma 
com uma pedra de ônix. O nome 
dos 12 filhos de Israel foram gravados 
sobre essas duas pedras. O tecido 
do peitoral do juízo tinhaquatro 
linhas, cada uma com três pedras 
preciosas. Cada uma dessas pedras 
tinha gravado o nome de uma das 
tribos de Israel. O peitoral também 
continha o Urim e o Tumim 
e era preso à estola sacerdotal 
por argolas e correntes de ouro. 
A sobrepeliz azul era usada sob 
a estola sacerdotal (Lv 8.7‑8); 
romãs de pano forravam a borda, 
onde se alternavam um sininho 
de ouro e uma romã. A túnica 
branca trançada e de linho fino 
provavelmente era presa pelo 
cinto bordado sob a sobrepeliz.
40.16‑33 Em correspondência com as declarações repetidas de que o povo 
fez tudo o que o Senhor ordenara a Moisés em relação à construção do 
tabernáculo e de seus itens (veja 39.1,5,7,21,26,29,31‑42), esta seção en‑
fatiza que, quando armou o tabernáculo, Moisés fez tudo segundo o 
Senhor lhe havia ordenado (40.16); e repete que tudo foi feito segundo 
o Senhor havia ordenado a Moisés (vs. 19,21,23,25,27,29,32‑33) e que 
ele acabou a obra (v. 33). A estrita obediência do povo aos mandamentos 
de Deus demonstrou seu arrependimento após o incidente do bezerro de 
ouro e tornou possível o cumprimento da promessa de Deus de habitar no 
meio deles (vs. 34‑38).
40.34‑38 A glória do Senhor. A repetição na narrativa destes versículos 
enfatiza que o Senhor está presente com toda a sua glória no meio do seu 
povo; o tabernáculo (vs. 34‑36,38) deveria ser a tenda do encontro (v. 34) 
onde a presença do Senhor foi representada pela nuvem (vs. 34‑38) e 
pelo fogo (v. 38), de modo que tudo, inclusive o povo, fosse santificado 
pela glória do Senhor (vs. 34‑35; veja nota 16.7) e para que se saiba 
que ele era o Deus de Israel, aquele que os tirara da terra do Egito a fim 
de que pudesse habitar no meio deles (veja 29.43‑46). Quando Salomão 
construiu o templo, “a glória encheu a casa do Senhor” (1Rs 8.10‑11, 
ecoando estes versículos).
 187 ÊXODO 40
o Senhor havia ordenado a Moisés. 30 Pôs a bacia 
entre a tenda do encontro e o altar e a encheu 
de água, para se lavar. 31 Nela, Moisés, Arão e 
seus filhos lavavam as mãos e os pés, 32 quan‑
do entravam na tenda do encontro e quando se 
aproximavam do altar, segundo o Senhor havia 
ordenado a Moisés. 33 Levantou também o átrio 
ao redor do tabernáculo e do altar e pendurou o 
cortinado da porta do átrio. Assim Moisés aca‑
bou a obra.
A nuvem cobre o tabernáculo Nm 9.15‑23
 34 Então a nuvem cobriu a tenda do encon‑
tro, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo. 
35 Moisés não podia entrar na tenda do encontro, 
porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória 
do Senhor enchia o tabernáculo. 36 Quando a 
nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os fi‑
lhos de Israel seguiam adiante, em todas as suas 
jornadas; 37 se a nuvem, porém, não se levantava, 
não seguiam adiante, até o dia em que ela se le‑
vantava. 38 De dia, a nuvem do Senhor repousava 
sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, 
à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas 
jornadas.
unção lhes será por sacerdócio perpétuo de gera‑
ção em geração.
O tabernáculo é armado
 16 E Moisés fez tudo segundo o Senhor lhe 
havia ordenado. 17 No primeiro mês do segundo 
ano, no primeiro dia do mês, o tabernáculo foi 
armado. 18 Moisés ergueu o tabernáculo, pôs as 
suas bases, armou as suas tábuas, colocou nele 
as suas vigas superiores e levantou as suas co‑
lunas; 19 estendeu a tenda sobre o tabernáculo 
e pôs a cobertura da tenda por cima, segundo 
o Senhor havia ordenado a Moisés. 20 Pegou 
o testemunho e o pôs na arca, passou os cabos 
na arca e pôs o propiciatório em cima da arca. 
21 Introduziu a arca no tabernáculo, pendurou 
o véu do cortinado e com ele cobriu a arca do 
testemunho, segundo o Senhor havia ordena‑
do a Moisés. 22 Pôs também a mesa na tenda do 
encontro, ao lado do tabernáculo, para o nor‑
te, fora do véu, 23 e sobre ela pôs em ordem os 
pães da proposição diante do Senhor, segundo 
o Senhor havia ordenado a Moisés. 24 Pôs tam‑
bém, na tenda do encontro, o candelabro diante 
da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul, 25 e 
preparou as lâmpadas diante do Senhor, segun‑
do o Senhor havia ordenado a Moisés. 26 Pôs o 
altar de ouro na tenda do encontro, diante do 
véu, 27 e acendeu sobre ele o incenso aromáti‑
co, segundo o Senhor havia ordenado a Moisés. 
28 Pendurou também o cortinado da porta do ta‑
bernáculo, 29 pôs o altar do holocausto à porta 
do tabernáculo da tenda do encontro e ofereceu 
sobre ele holocausto e oferta de cereais, segundo 
 xvii como UsaR os RecURsos...
AS SETENTA SEMANAS DE DN 9
605 a.C.
Exílio
(Dn 1.1)
Messias morre 
após 69 semanas
(3 de abril de 33 d.C.)
586
Queda de 
Jerusalém
538
Decreto 
de Ciro
(Ed 1)
458
Decreto de 
Artaxerxes
(Ed 7)
445
Decreto de 
Artaxerxes
(Ne 2.1,5)
164
Judas Macabeus 
purifica 
o templo; 
morte de 
Antíoco IV
26—33 d.C.
Messias
70
Destruição de 
Jerusalém
Arrebata-
mento
Segunda 
vinda
Vi
sã
o 
 
m
ac
ab
ei
a
7 “semanas” + 62 “semanas” 70ª “semana”
Vi
sã
o 
 
di
sp
en
sa
ci
on
al
is
ta
70 anos de cativeiro 7 “semanas” + 62 “semanas” (= 483 anos)
Entrada triunfal
(30 de março de 33 d.C.)
“O grande parêntese”
Abominação 
 da desolação
(Mt 24.15; 2Ts 2.4)
7 anos
“70ª semana”
3½ anos 3½ anos
O Anticristo faz 
aliança com judeus
Vi
sã
o 
 
pr
et
er
is
ta 70 anos de cativeiro 7 “setes”+ 62 “setes” 70º “sete”
Batismo de Jesus 
para ungir o Santo 
dos Santos
Messias morre; 
confirmação 
da nova aliança
Vi
sã
o 
 
fu
tu
ri
st
a 70 anos de cativeiro 7 “setes”+ 62 “setes”
Messias morre; 
confirmação da 
nova aliança
70º “sete”
Fim do sacrifício 
no “meio” 
da 70ª semana
ascético por três semanas. Ele seguiu sem comer alimentos como carne nem 
consumiu vinho, e absteve ‑se das loções que tornavam a vida mais confortável 
num local seco, com clima desértico.
10.5‑6 Ao final do período de jejum de Daniel, ele recebeu a visão de um ser 
celestial, vestido de um homem vestido de linho, com um cinto de ouro 
puro. O corpo dele brilhava com uma luz interior, como o berilo, uma pedra 
preciosa cintilante, e seu rosto brilhava como um relâmpago, com olhos como 
tochas de fogo e os seus braços e os seus pés eram feito polido. a voz das 
suas palavras ecoava como o estrondo de uma multidão. No entanto, essa 
figura gloriosa foi incapaz de completar sua tarefa sem a ajuda de Miguel, um 
dos primeiros príncipes (v. 13), por isso é improvável que essa tenha sido uma 
manifestação física de Deus ou de Cristo. Mais provavelmente, ele é um dos 
assistentes angelicais de Deus, que refletem a glória de seu mestre (veja Ez 1; 
10). A revelação da glória de Deus brilhando através dessa poderosa criatura 
foi esmagadora, derrubando Daniel no chão e fazendo seus companheiros 
correrem para se esconder.
a Ez 9.2 b Ap 1.13; 
15.6 c Ap 1.15 
d Dn 7.28 
e Dn 8.18 
f Dn 9.23 
Daniel 10 1494 
 7 Só eu, Daniel, tive aquela visão. Os 
homens que estavam comigo nada viram, 
mas ficaram com muito medo, fugiram e 
se esconderam. 8 Assim, fiquei sozinho e 
contemplei esta grande visão, e não restou 
força em mim. O meu rosto mudou de cor e se des‑
figurou, d e perdi as forças. 9 Contudo, ouvi a voz 
das suas palavras; e, ouvindo essa voz, caí sem 
sentidos, com o rosto em terra. e
 10 Eis que a mão de alguém tocou em mim, e me 
ajudou a ficar de joelhos, apoiado nas palmas das 
mãos. 11 Ele me disse:
 — Daniel, homem muito amado, f esteja atento 
fiquei de luto por três semanas. 3 Não comi 
nada que fosse saboroso, não provei carne 
nem vinho, e não me ungi com óleo algum, 
até que passaram as três semanas.
 4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, 
estando eu na margem do grande rio Tigre, 5 le‑
vantei os olhos e vi um homem vestido de linho, a 
com um cinto de ouro puro de Ufaz na cintura. b 
6 O seu corpo era como o berilo, o seu rosto parecia 
um relâmpago, os seus olhos eram como tochas de 
fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como 
bronze polido, c e a voz das suas palavras era como 
o barulho de uma multidão.
GEDALIAS É ASSASSINADO
586 a.C.
Depois do despovoamento total de Judá(com exceção 
dos mais pobres de seus habitantes, por exemplo), 
os babilônios colocaram um novo governador, 
Gedalias, em Mispa. Entre os novos oficiais de 
Gedalias estava Ismael, um membro da família real 
de Judá. O rei Baalis dos amonitas incitou Ismael a 
assassinar Gedalias em Mispa, e então ele matou 
muitos peregrinos de Siquém, Siló e Samaria e levou 
cativos para Gibeão. Outro líder chamado Joanã, no 
entanto, ultrapassou Ismael em Gibeão e libertou os 
cativos, mas Ismael escapou para Amom. Temendo o 
que os babilônios poderiam fazer em retaliação pelo 
assassinato de Gedalias, muitos cativos libertados 
fugiram para o Egito.
40.13‑14 Aparentemente, os ex ‑soldados (vs. 7‑9) gostaram de Ge‑
dalias, pois o advertiram de um complô contra sua vida envolvendo 
Baalis, rei dos filhos de Amom, e Ismael, um dos “capitães dos 
exércitos que estavam no campo” (vs. 7‑8), mas ele não lhes deu 
crédito. Os amonitas se opuseram à Babilônia (27.3) e, portanto, a 
Gedalias. O registro arqueológico confirma a existência de “Baalis, rei 
dos amonitas” no séc. 6 a.C. Um selo amonita dessa época diz: “Per‑
tencente a Baalis, rei dos amonitas”. Uma inscrição de Tel el ‑Umeiri na 
Jordânia, em uma impressão de selo de um funcionário da alta corte 
diz: “Milqom servo de Baalis.”
40.15‑16 Mais uma vez Joanã advertiu Gedalias da trama contra ele feita 
por Ismael (veja nota aos vs. 13‑14), desta vez recomendando um ataque 
a 2Rs 25.22‑24
 1339 JeRemiaS 40
 11 Da mesma forma, todos os judeus 
que estavam em Moabe, entre os filhos de 
Amom e em Edom e os que havia em todas aquelas 
terras ouviram que o rei da Babilônia havia deixa‑
do um remanescente em Judá e que havia nomea‑
do Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, como 
governador sobre eles. 12 Então todos esses judeus 
voltaram de todos os lugares para onde tinham sido 
dispersos e vieram à terra de Judá, para junto de 
Gedalias, em Mispa. E colheram vinho e frutas de 
verão em grande abundância.
Ismael conspira contra Gedalias
 13 Joanã, filho de Careá, e todos os comandantes 
dos exércitos que estavam no campo foram até Ge‑
dalias, em Mispa, 14 e lhe disseram:
 — Você sabia que Baalis, rei dos filhos de Amom, 
enviou Ismael, filho de Netanias, para matar você?
 Mas Gedalias, filho de Aicão, não lhes deu cré‑
dito. 15 Então Joanã, filho de Careá, disse a Geda‑
lias em segredo, em Mispa:
no campo, eles e seus soldados, ouviram 
que o rei da Babilônia havia nomeado Ge‑
dalias, a filho de Aicão, como governador da terra, 
e que lhe havia confiado os homens, as mulheres, 
os meninos e os mais pobres da terra que não fo‑
ram levados ao exílio, para a Babilônia, 8 foram fa‑
lar com ele em Mispa. Esses capitães eram Ismael, 
filho de Netanias, Joanã e Jônatas, filhos de Careá, 
Seraías, filho de Tanumete, os filhos de Efai, o 
netofatita, Jezanias, filho do maacatita. Com eles 
estavam os seus soldados. 9 Gedalias, filho de Ai‑
cão, filho de Safã, jurou a esses capitães e aos seus 
soldados, dizendo:
 — Vocês não precisam ter medo dos oficiais dos 
caldeus. Fiquem na terra, sirvam o rei da Babilô‑
nia, e tudo irá bem com vocês. 10 Quanto a mim, 
eis que ficarei em Mispa, para estar às ordens dos 
caldeus que vierem a nós. Quanto a vocês, colham 
as uvas para o vinho, as frutas de verão e o azeite. 
Ponham tudo nas suas vasilhas e morem nas cida‑
des que vocês tomaram.
R
io
 Jo
rd
ão
M
a
r 
M
o
rt
o
AMOM
JUDÁ
SAMARIA
IDUMEIA
DOR
Siló
Siquém
Samaria
Rabá
Jericó
Mispa
Laquis
Jerusalém
Betel
Mispa
Gibeão
Gibeá
Micmás
Jerusalém
Belém
Nobe
Ramá
Hebrom
Gibeão
Berseba
Azeca
Para o EGITO
Ismael foge para Gibeão e Amom
Os habitantes da Judeia fogem 
para o Egito para escapar 
da retaliação da Babilônia
0 20 30 km10
JS 1.1‑9 COMO SUMÁRIO DO LIVRO
Item do “sumário” Correspondente
“Prepare ‑se, agora, e passe este 
Jordão… entre na terra que eu vou 
dar aos filhos de Israel” (1.2‑5) 
Israel conquista Canaã 
(1.10—12.24)
“você fará este povo herdar 
a terra” (1.6) 
A herança de Israel é distribuída 
(13.21)
“seja forte e muito corajoso 
para que você tenha 
o cuidado de fazer segundo 
toda a Lei…” (1.7‑9) 
Renovação da aliança 
(caps. 22—24)
PREPARAÇÃO PARA 
ENTRAR EM CANAÃ
c. 1406/1220 a.C.
Josué se preparou para 
entrar em Canaã enviando 
dois espias de Sitim 
para observar a terra e a 
cidade de Jericó. Os espias 
passaram a primeira noite 
em Jericó, na casa de 
Raabe, a prostituta. Ela escondeu os homens e mandou embora os 
soldados enviados pelo rei de Jericó para capturá ‑los. Depois de viajar 
para as montanhas e se esconder por três dias, os espias se dirigiram 
para o outro lado do rio Jordão para relatar a Josué em Sitim.
Rio
Jordão
Mar
Morto
Jerusalém
Jericó Gilgal
Betel
Ai?
Sitim
0 5 10 km
1.12 Sobre as instruções de Moisés aos rubenitas, aos gaditas e à meia 
tribo de Manassés, veja Nm 32.6‑7,16‑18,28; Dt 3.18‑20. “Todo Israel” deveria 
ser envolvido na conquista.
1.13 Como a noção do AT de shalom (“paz”, “bem ‑estar”), descanso (hebr. 
nuakh) sugere a ausência de ameaça, o prazer da herança, a segurança dentro 
das fronteiras da terra, um estado de bem ‑estar geral. O descanso é normal‑
mente precedido de trabalho, como no relato da criação (Gn 2.2‑3) ou na 
celebração do sábado (Êx 20.8‑11; Dt 5.12‑15), ou até mesmo pela guerra 
(Js 21.44; 23.1). O autor de Hebreus usa estes versículos do AT juntos na ex‑
pectativa de um descanso espiritual presente e futuro (Hb 4) e incentiva seus 
leitores a esforçarem ‑se para “entrar naquele descanso” (Hb 4.11).
1.14 as mulheres de vocês… fiquem na terra. Só os homens deveriam 
participar de combates (cf. nota Jr 50.37).
1.17 Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a você. 
No antigo Oriente Próximo, uma mudança de liderança normalmente envolvia 
um compromisso de lealdade ao novo líder.
cap. 2 Josué, os espias e Raabe. No cap. 1, Josué recebeu seu novo cargo. 
No cap. 2, ele começa a “assumir o comando”. As aventuras dos espias forne‑
cem o fio narrativo central em torno do qual o capítulo é escrito. Entretanto, 
tão ou mais importante é o fato de Raabe escapar do julgamento vindouro.
2.1 enviou… dois espias. O envio dos dois espias, para reunirem informa‑
ções sobre o território hostil, ressalta a habilidade de Josué como líder e sua 
c Dt 7.24 
d Dt 31.6,8; Hb 13.5 
e Dt 31.6‑7,23 
f Dt 5.32 g Sl 1.1‑3 
h Dt 29.9 
i Nm 32.28‑32; 
Dt 3.18‑20; Js 22.1‑6
 369 JOSUé 1 — 2
 13 — Lembrem ‑se do que Moisés, servo 
do Senhor, ordenou a vocês, dizendo: “O 
Senhor, seu Deus, está dando descanso 
a vocês e lhes dará esta terra. 14 Que as 
mulheres de vocês, as crianças e o gado 
fiquem na terra que Moisés lhes deu des‑
te lado do Jordão. Mas vocês, todos os valentes, 
passarão armados na frente de seus irmãos e os 
ajudarão, 15 até que o Senhor conceda descanso 
aos irmãos de vocês, como deu descanso a vocês, e 
eles também tomem posse da terra que o Senhor, 
o Deus de vocês, lhes dá. Depois, vocês poderão 
voltar e tomar posse da terra que Moisés, servo do 
Senhor, lhes deu por herança deste lado do Jordão, 
para o nascente do sol.” i
 16 Eles responderam a Josué:
 — Tudo o que você nos ordenou faremos e aonde 
quer que você nos enviar iremos. 17 Como em tudo 
obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a você; 
tão somente esteja com você o Senhor, seu Deus, 
como esteve com Moisés. 18 Todo homem que se 
rebelar contra as ordens que você der e não obede‑
cer às suas palavras em tudo o que você lhe ordenar 
será morto; tão somente seja forte e corajoso.
Os espias e Raabe
2 1 Da localidade de Sitim, Josué, filho de Num, enviou secretamente dois espias, dizendo:
 — Vão e observem a terra e a cidade de Jericó.
sua vida. Assim como estive com Moisés, 
estarei com você. c Não o deixarei, nem o 
abandonarei. d 6 Seja forte e e corajoso, por‑
que você fará este povo herdar a terra que, 
sob juramento, prometi dar aos pais deles. 
7 Tão somente seja forte e muito corajoso 
para que você tenha o cuidado de fazer segundo 
toda a Lei que o meuservo Moisés lhe ordenou. 
Não se desvie dela, nem para a direita nem para a 
esquerda, f para que seja bem ‑sucedido por onde 
quer que você andar. 8 Não cesse de falar deste Li‑
vro da Lei; pelo contrário, medite nele dia e noite, g 
para que você tenha o cuidado de fazer segundo 
tudo o que nele está escrito; então você prosperará 
e será bem ‑sucedido. h 9 Não foi isso que eu orde‑
nei? Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fi‑
que assustado, porque o Senhor, seu Deus, estará 
com você por onde quer que você andar.
Preparação para atravessar o Jordão
 10 Então Josué deu ordens aos chefes do povo, 
dizendo:
 11 — Passem pelo meio do arraial e ordenem ao 
povo, dizendo: “Preparem a comida, porque, daqui 
a três dias, vocês vão atravessar este Jordão, para 
que entrem na terra que o Senhor, seu Deus, lhes 
dá para que tomem posse dela.”
 12 Josué falou aos rubenitas, aos gaditas e à meia 
tribo de Manassés, dizendo:
4.34‑49 Resultados do segundo censo. Os levitas entre trinta e cinquenta 
anos totalizaram oito mil quinhentos e oitenta, pouco mais de um terço do 
total de 22 mil (3.39). Este capítulo mostra novamente os preparativos para a 
marcha até Canaã. Também sublinha mais uma vez a perigosa santidade de 
Deus: não se podia chegar a ele de qualquer maneira. Também é enfatizada a 
importância do ministério dos levitas, que tornavam possível o transporte do 
tabernáculo para a terra e guardava ‑o dos intrusos.
5.1—6.27 Limpeza do arraial. Em preparação para a marcha em direção à 
Terra Santa, o arraial de Israel devia ser limpo de toda a imundície. O conceito 
de impureza (isto é, o que repugna e aborrece a Deus) é muito importante 
na Bíblia, e suas características no AT são explicadas mais detalhadamente 
em Lv 11—16. (O NT mostra que algumas coisas rotuladas como impuras no 
período do AT — por exemplo, determinados gêneros alimentícios — foram 
assim designados por razões didáticas apenas até a vinda de Cristo, veja notas a 
Mc 7.19; At 15.1; 15.19‑21; Gl 2.11‑12; 4.10; 5.1). As impurezas variam em gra‑
vidade: leves (causadas por atos conjugais; Lv 15.18), moderadas (causadas por 
doenças de pele; Lv 13) e graves (desencadeadas por pecados como idolatria, 
adultério e homicídio). Uma impureza grave levou os cananeus a perder a terra, 
e o mesmo poderia acontecer com Israel (Lv 20.22‑23). Pessoas que estavam 
impuras eram proibidas de participar do culto, pois sua impureza poderia de 
alguma forma contaminar o tabernáculo, o que tornaria impossível que Deus 
habitasse ali. O Dia da Expiação foi concebido para limpar o tabernáculo uma 
vez por ano (Lv 16), a fim de assegurar a presença contínua de Deus com 
o seu povo. Estes regulamentos de Nm 5—6 são preventivos: pretendiam 
eliminar a impureza do arraial, para que o tabernáculo permanecesse puro e 
Deus ficasse com o seu povo durante a jornada para Canaã. O princípio de 
que somente o purificado pode pertencer ao Reino dos Céus é reafirmado em 
Ef 5.5; Ap 21.27; 22.14‑15.
5.1‑4 Exclusão dos impuros. Os impuros são excluídos dos acampamentos 
tribais no cap. 2 e deviam viver em lugares como cavernas ou tendas no deserto, 
separados do povo (cf. Lv 13.46; 2Rs 7.3).
5.2 leproso. As doenças de pele são descritas em Lv 13. algum morto. 
Para impureza causada por morte, veja Nm 19.11‑22. fluxo. Veja notas 
em Lv 15.
NÚMEROS 4 — 5 248 
filhos de Merari, segundo as suas famílias e se‑
gundo a casa de seus pais, 43 da idade de trinta 
anos para cima até os cinquenta, todo aquele que 
entrou neste serviço, para exercer algum encargo 
na tenda do encontro, 44 os que deles foram con‑
tados, segundo as suas famílias, foram três mil e 
duzentos. 45 São estes os que foram contados das 
famílias dos filhos de Merari, os quais Moisés e 
Arão contaram, segundo o mandado do Senhor, 
por Moisés.
Número de todos os levitas
 46 Todos os que foram contados dos levitas, con‑
tados por Moisés, Arão e os chefes de Israel, segun‑
do as suas famílias e segundo a casa de seus pais, 
47 da idade de trinta anos para cima até os cinquen‑
ta, todos os que entraram para cumprir a tarefa do 
serviço e a de levarem cargas na tenda do encon‑
tro, 48 os que deles foram contados foram oito mil 
quinhentos e oitenta. 49 Segundo o mandado do 
Senhor, por Moisés, foram designados, cada um 
para o seu serviço e a sua carga; e deles foram con‑
tados, como o Senhor havia ordenado a Moisés.
O leproso e o impuro são lançados 
fora do arraial
5 1 O Senhor disse a Moisés:2 — Ordene aos filhos de Israel que expulsem 
do arraial todo leproso, todo o que tiver um flu‑
xo e todo impuro por ter tocado em algum morto. 
3 Tanto homem como mulher devem ser expulsos 
do arraial, para que não contaminem o arraial, no 
meio do qual eu habito.
 4 Os filhos de Israel fizeram assim e os expul‑
saram do arraial. Como o Senhor havia falado a 
Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
redor, as suas bases, as suas estacas e as suas cor‑
das, com todos os seus utensílios e com tudo o que 
pertence ao seu serviço; e vocês designarão, nome 
por nome, os objetos que eles devem levar. 33 Este 
é o encargo das famílias dos filhos de Merari, se‑
gundo todo o seu serviço, na tenda do encontro, 
sob a direção de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.
Número dos coatitas
 34 Moisés, Arão e os chefes do povo contaram os 
filhos dos coatitas, segundo as suas famílias e se‑
gundo a casa de seus pais, 35 da idade de trinta anos 
para cima até os cinquenta, todo aquele que entrou 
neste serviço, para exercer algum encargo na ten‑
da do encontro. 36 Os que deles foram contados, se‑
gundo as suas famílias, foram dois mil setecentos 
e cinquenta. 37 São estes os que foram contados das 
famílias dos coatitas, todos os que serviam na ten‑
da do encontro, os quais Moisés e Arão contaram, 
segundo o mandado do Senhor, por Moisés.
Número dos gersonitas
 38 Os que foram contados dos filhos de Gérson, 
segundo as suas famílias e segundo a casa de seus 
pais, 39 da idade de trinta anos para cima até os cin‑
quenta, todo aquele que entrou neste serviço, para 
exercer algum encargo na tenda do encontro, 40 os 
que deles foram contados, segundo as suas famí‑
lias, segundo a casa de seus pais, foram dois mil 
seiscentos e trinta. 41 São estes os que foram con‑
tados das famílias dos filhos de Gérson, todos os 
que serviam na tenda do encontro, os quais Moisés 
e Arão contaram, segundo o mandado do Senhor.
Número dos meraritas
 42 Os que foram contados das famílias dos 
REFERÊNCIAS INTERNAS
As notas de estudo muitas 
vezes remetem o leitor a outros 
recursos desta Bíblia, como intro-
duções, gráficos, mapas e outras 
notas. Siga essas referências para 
se aprofundar no estudo que de-
seja fazer. 
serpente, o que a narrativa já sugere ao dar ‑lhe a capacidade de falar e o teor 
vil de suas palavras. Embora este capítulo não deixe explícita a identificação 
da serpente como Satanás, essa identificação é legítima e vai claramente de 
encontro ao que João viu em Ap 12.9; 20.2. O tema da descendência da 
mulher inicia ‑se em Gn 4.25 com o nascimento de Sete; a partir daí, o restante 
do livro de Gênesis traça a linhagem dos descendentes de Sete observando que 
ela fatalmente desembocará em um rei por meio do qual todas as nações da 
terra serão abençoadas (veja na Introdução a Gênesis: “Resumo da história da 
salvação”). Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar. Alguns 
estudiosos sugerem que, ao dizer “você”, foca ‑se um descendente em parti‑
cular. Dentro do contexto bíblico geral, esta esperança se torna realidade em 
Jesus Cristo, que é claramente apresentado como o opositor de Satanás no NT 
(Hb 2.14; 1Jo 3.8; cf. Mt 12.29; Mc 1.24; Lc 10.18; Jo 12.31; 16.11; 1Co 15.24; 
Cl 2.15), sendo também ele mesmo ferido.
3.16 Como forma de punir a mulher por seu pecado de desobediência, Deus 
a sentencia a sofrer dor (hebr. ‘itstsabon) ao dar à luz. Isso atinge o cerne do 
caráter distintivo da mulher, já que era “a mãe de todos os seres humanos” 
(v. 20). O seu desejo será para o seu marido, e ele a governará.Estas 
palavras do Senhor indicam que haveria uma luta contínua entre a mulher e o 
homem para assumir a liderança no relacionamento conjugal. Tanto a relação 
de complementaridade entre marido e mulher como o papel de liderança do 
marido, ambos estabelecidos por Deus antes da queda, foram então profun‑
damente danificados e distorcidos pelo pecado. Isto especialmente toma a 
forma de desejo desordenado (por parte da esposa) e papel dominador (por 
parte do marido). O termo hebraico aqui traduzido como “desejo” (teshuqah) 
é raramente encontrado no AT. Mas aparece novamente em 4.7, em um co‑
municado que se aproxima bastante de 3.16, isto é, onde o Senhor diz a Caim, 
pouco antes de este último assassinar seu irmão: “O desejo dele [do pecado] 
será contra você, mas é necessário que você [Caim] o domine” (no que ele falha 
imediatamente, ao assassinar seu irmão, como visto em 4.8). Da mesma forma, 
o resultado do pecado original da rebelião de Adão e Eva contra Deus traz 
consequências desastrosas para a sua relação: (1) Eva terá o “desejo” pecador 
de se opor a Adão e afirmar a liderança sobre ele, revertendo o plano inicial 
de Deus para a liderança de Adão no casamento. Mas (2) Adão também vai 
abandonar o papel dado por Deus que ele tinha antes da queda: a função de 
líder, guarda e cuidador de sua esposa, substituindo ‑o por seu desejo distorcido 
e pecaminoso de “dominar” Eva. Assim, uma das mais trágicas consequências 
da rebelião de Adão e Eva contra Deus é um contínuo conflito prejudicial entre 
marido e mulher no casamento, impulsionado pelo comportamento pecador 
de ambos em oposição aos respectivos papéis e responsabilidades dados por 
Deus no casamento. (Veja as notas de Ef 5.21‑32 para o padrão do NT para o 
casamento fundado na obra redentora de Cristo.)
3.17‑19 A punição divina para o homem envolve seu relacionamento com a 
própria terra, da qual foi formado (veja nota 2.5‑7). Por haver comido o que 
fora proibido a ele, teria de batalhar para comer no futuro. Dada a abundância 
de alimento que Deus providenciou no jardim, este julgamento reflete uma 
reprovação de Deus. Adão deixaria de se beneficiar da abundância do jardim 
e teria que trabalhar na terra, da qual fora tomado (3.23; veja nota 2.8‑9). A 
punição não é o trabalho em si (cf. 2.15), mas sim as dificuldades e a frustração 
(ou seja, “dor”, itstsabon, cf. 3.16) que acompanham o trabalho do homem. 
Dizer que a terra é maldita (hebr. ’arar, v. 17) e que produzirá espinhos 
e ervas daninhas (v. 18) indica que a produtividade abundante que fora 
vista no Éden não será mais a mesma. Subjacente a este julgamento, há uma 
perturbação do relacionamento harmonioso que existia originalmente entre 
o ser humano e a natureza.
3.19 Além disso, o corpo do homem voltará à terra (v. 19), ou seja, ele vai 
morrer (o que não fazia parte da ordem criadora original; cf. Rm 5.12). Por isso, 
a Bíblia vislumbra um tempo em que a natureza será liberta das consequências 
do pecado humano — isto é, a natureza vai deixar de ser a arena da punição 
—, e que finalmente haverá pessoas glorificadas para gerenciá ‑la em todo o 
seu potencial (Rm 8.19‑22).
3.20‑21 As palavras do julgamento divino da serpente, da mulher e do homem 
são imediatamente seguidas por duas observações que no final transmitem 
uma sensação de esperança. Em primeiro lugar, o homem dá a sua mulher 
o nome de Eva (v. 20), que significa “doadora de vida”. Em segundo lugar, 
Deus veste o casal (v. 21). Embora esta ação confirme que o casal humano 
agora sente vergonha de sua nudez na presença de Deus, ela também sugere 
que Deus ainda se preocupava com suas criaturas. Pelo fato de Deus fornecer 
roupas para vestir Adão e Eva, exigindo, portanto, a morte de um animal para 
cobrir a nudez deles, muitos veem aqui um paralelo relacionado a (1) o sistema 
de sacrifícios de animais para expiar o pecado, mais tarde instituído por Deus 
por meio da liderança de Moisés em Israel, e (2) a eventual morte sacrificial de 
Cristo como expiação pelo pecado.
3.22‑24 O casal é expulso do jardim. Deus começa uma frase no v. 22 e 
aparentemente para sem terminá ‑la: que o homem viva eternamente (em 
sua condição pecaminosa) é um pensamento insuportável, e Deus não perde 
tempo em prevenir isso (“Por isso o Senhor Deus o expulsou do jardim do 
Éden”). A árvore da vida, então, provavelmente servia, de alguma forma, 
para confirmar uma pessoa na sua condição moral (cf. Pv 3.18; 11.30; 13.12; 
Ap 2.7; 22.2,14,19). De acordo com Gn 2.15, o homem foi colocado no jardim 
para trabalhar, manter e guardar esse lugar. Fora do jardim, o homem terá que 
trabalhar o solo, mas a tarefa de manter ou guardar o jardim é dada aos que‑
rubins (3.24). Ao permitir ‑se ser manipulado pela serpente, o casal falhou no 
cumprimento do seu dever sacerdotal de guardar o jardim. Consequentemente, 
o seu estado sacerdotal é removido quando ambos são colocados para fora 
do santuário. A posição dos querubins ao a leste do jardim é refletida no 
tabernáculo e no templo, onde querubins eram um componente importante 
na estrutura e no mobiliário (veja A arca da aliança, p. 163).
cap. 4 Os filhos de Adão e Eva. Este capítulo mostra a humanidade mergu‑
lhando ainda mais em pecado: Caim assassina seu irmão, e seu descendente 
g Rm 16.20 
h Gn 5.29; 
Rm 8.20‑22 
i Jó 5.7; 14.1 
j Sl 90.3; Ec 12.7 
k Gn 2.9; Ap 22.14
GÊNESIS 3 — 4 34 
por ser a mãe de todos os seres humanos. 
21 O Senhor Deus fez roupas de peles, com 
as quais vestiu Adão e sua mulher.
 22 Então o Senhor Deus disse:
 — Eis que o homem se tornou como um 
de nós, conhecedor do bem e do mal. É preciso im‑
pedir que estenda a mão, tome também da árvore 
da vida, k coma e viva eternamente.
 23 Por isso o Senhor Deus o lançou fora do jar‑
dim do Éden, para cultivar a terra da qual havia 
sido tomado. 24 E, depois de lançar fora o homem, 
Deus colocou querubins a leste do jardim do Éden 
e uma espada flamejante que se movia em todas as 
direções, para guardar o caminho da árvore da vida.
Caim e Abel
4 1 Adão teve relações com Eva, a sua mulher. Ela ficou grávida e deu à luz Caim. Então ela disse:
e o descendente dela. Este lhe ferirá a cabe‑
ça, g e você lhe ferirá o calcanhar.
 16 E à mulher ele disse:
 — Aumentarei em muito os seus sofri‑
mentos na gravidez; com dor você dará à 
luz filhos. O seu desejo será para o seu marido, e 
ele a governará.
 17 E a Adão disse:
 — Por ter dado ouvidos à voz de sua mulher e 
comido da árvore que eu havia ordenado que não 
comesse, maldita é a terra h por sua causa; em fa‑
digas você obterá dela o sustento durante os dias 
de sua vida. i 18 Ela produzirá também espinhos e 
ervas daninhas, e você comerá a erva do campo. 
19 No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até 
que volte à terra, pois dela você foi formado; por‑
que você é pó, e ao pó voltará. j
 20 E o homem deu à sua mulher o nome de Eva, 
A arqueologia e a confiabilidade do Antigo Testamento
Definição de arqueologia
A arqueologia pode ser definida como o estu-
do sistemático dos restos materiais do comporta-
mento humano no passado. Tais restos incluem 
documentos escritos e objetos da vida cotidiana 
preservados em uma condição frágil ou degra‑
dada. Na realidade, como o arqueólogo Stuart 
Piggott celebremente observou, a arqueologia 
é a “ciência do entulho”. De fato, os arqueólogos 
empregam tempo e esforços em amontoados de 
refugo antigo há tempo esquecidos: potes que‑
brados, construções destroçadas e documentos 
despedaçados.
Propósito e objetivo da arqueologia
O objetivo da arqueologia é descobrir, re‑
gistrar, observar e preservar os restos de anti‑
guidade que estavam enterrados e usá ‑los para 
ajudar a reconstruir a vida antiga. Na verdade, 
a arqueologia é apenas uma das inúmeras disci‑
plinas que contribuem para a compreensão dos 
tempos e modos antigos. Outros campos, como 
paleografia e epigrafia (o estudo de inscrições e 
sistemas de escrita antiga), história, linguística, 
numismática (o estudo de moedas) e literatura, 
também são utilizadospara recuperar a antigui‑
dade. A arqueologia pode pintar apenas parte do 
quadro; ela não é exaustiva. Por exemplo, o sítio 
arqueológico de Megido tem sido excessivamente 
escavado desde o final do séc. 19 e, não obstante, 
apenas uma porção dele foi descoberta. O que a 
arqueologia proporciona para a reconstrução da 
vida antiga em Megido é gradual e fragmentado. 
Não se pode esperar um quadro completo apenas 
por meio da arqueologia.
A arqueologia nas terras bíblicas tem um pas‑
sado diversificado. Ela começou em meados do 
séc. 19, com pioneiros ocidentais que viajaram 
pela Palestina a cavalo, com uma bússola na mão, 
tentando identificar e marcar locais antigos do 
tempo da Bíblia. A escavação efetiva não come‑
çou até o final daquele século e, infelizmente, 
grande parte do trabalho se resumiu a uma caça 
ao tesouro. O objetivo era, muitas vezes, recupe‑
rar o máximo possível de relíquias valiosas no 
menor tempo possível. Os primeiros arqueólogos 
não hesitavam em usar pólvora para abrir uma 
pirâmide ou uma câmara funerária. Caçadores 
de múmias no Egito literalmente vadeavam por 
entre pilhas de caixões descartados para alcança‑
rem sua presa. Mas muita coisa mudou de lá para 
cá. Hoje a escavação é sistemática, científica e 
multidisciplinar.
Grande parte da arqueologia nas terras da Bí‑
blia se concentra em locais que foram ocupados 
por centenas e até milhares de anos. O sítio ar‑
queológico de Megido tem vestígios ocupacionais 
que datam desde o período neolítico (c. 5.000 a.C.) 
até o período persa (sécs. 5 e 4 a.C.). Tais assenta‑
mentos são chamados de “tells” (proveniente da 
palavra árabe; cf. hebr. tel, “montão”, “outeiro”, 
Js 8.28; 11.13; Jr 30.18; 49.2), que são montes artifi‑
ciais. Os primeiros colonizadores chegavam a uma 
área e ali construíam geralmente por três razões: 
defesa, fonte de água segura e fonte de alimento 
confiável. Quando a primeira colonização era des‑
truída por qualquer que fosse o motivo, os cons‑
trutores posteriores geralmente construíam um 
novo assentamento diretamente sobre o escom‑
bro anterior. Após cada assentamento, o monte 
A arqueologia e a Bíblia
Concordância Bíblica
A
ABA
cf. PAI
Mc 14.36 — Aba, Pai, tudo te é possível
Rm 8.15 do qual clamamos: “Aba, Pai.”
Gl 4.6 e esse Espírito clama: “Aba, Pai!”
ABAIXAR
Gn 43.28 E abaixaram a cabeça e se
Êx 17.11 porém, ele abaixava a mão
ABALAR
cf. ESTREMECER
Sl 16.8 não serei abalado.
Sl 46.5 jamais será abalada.
Pv 10.30 O justo nunca será abalado
Mt 24.29 dos céus serão abalados.
Hb 12.26 a voz dele abalou a terra
ABANDONAR
cf. DEIXAR, DESAMPARAR
Dt 32.15 Ele abandonou a Deus, que o fez
Js 1.5 nem o abandonarei.
Pv 4.6 Não abandone a sabedoria
Is 55.7 abandone o seu mau caminho
Cl 3.8 Agora, porém, abandonem
1Pe 2.1 abandonem toda maldade
ABATER
cf. ABATIDO, DESANIMAR
2Sm 22.28 abates os orgulhosos.
Sl 88.7 abates com todas as tuas ondas.
Sl 102.23 Ele me abateu a força no
Pv 29.23 do ser humano o abaterá
Is 2.11 olhos arrogantes serão abatidos
Is 10.33 e as mais altas serão abatidas.
Os 6.5 os abati por meio dos profetas
ABATIDO
cf. ABATER
Jó 5.11 Põe os abatidos num lugar alto e
Sl 42.5 Por que você está abatida
Sl 43.5 Por que você está abatida
Pv 18.14 mas o espírito abatido
Is 57.15 o contrito e abatido de espírito
Is 66.2 para o aflito e abatido de
ABEL
Gn 4.2-10.
Gn 4.8 Caim se levantou contra Abel
Mt 23.35 Abel até o sangue de Zacarias
Hb 11.4 Pela fé, Abel ofereceu a Deus um
Hb 12.24 melhor do que o sangue de Abel.
ABELHA
Dt 1.44 abelhas e os derrotaram desde
Jz 14.8 um enxame de abelhas com mel.
Is 7.18 rios do Egito e às abelhas que se
ABENÇOAR
cf. BENDITO, FELIZ
Gn 1.22 E Deus os abençoou, dizendo
Gn 2.3 E Deus abençoou o sétimo dia e
Gn 12.2 grande nação, e o abençoarei
Gn 22.17 que certamente o abençoarei e
Gn 27.4 para que eu coma e abençoe
Gn 32.26 ir se você não me abençoar.
Gn 49.25 que o abençoará com bênçãos
Nm 6.24 Senhor os abençoe e os guarde;
Nm 23.20 que recebi ordem para abençoar
Dt 2.7 seu Deus, os abençoou em tudo
como UsaR os RecURsos... xviii 
CABEÇALHO
Aparece no alto da página, infor-
mando o nome do livro e o número 
do capítulo naquela página.
REFERÊNCIAS CRUZADAS
São notas que indicam outras 
passagens na Bíblia que se rela-
cionam a este texto específico, 
nas quais a mesma ideia aparece. 
São indicadas no texto por uma 
letra minúscula.
ARTIGOS
Uma seleção de artigos acom-
panha essa Bíblia de Estudo, com 
temas úteis para uma maior com-
preensão do contexto bíblico. 
CONCORDÂNCIA
Este recurso oferece uma sele-
ção dos termos e dos temas mais 
significativos do Antigo e do Novo 
Testamento, ordenados alfabeti-
camente, e dos lugares mais im-
portantes em que se encontram. 
Por meio dele podem ser pesqui-
sados e estudados os principais 
assuntos da Bíblia.
INTRODUÇÃO A 
BLOCO DE LIVROS
Introdução 
aos Livros Históricos
Os “Livros Históricos” do AT, que vêm após o Pen‑
tateuco, contam as seguintes histórias: (1) a entrada 
de Israel na Terra Prometida de Canaã sob o coman‑
do de Josué; (2) a vida de Israel na Terra sob os juí‑
zes e a transição para a monarquia; (3) a divisão da 
nação em dois reinos rivais (Israel e Judá) e a vida em 
ambos; (4) a queda e o exílio de cada reino; (5) a vida 
no exílio; e (6) o retorno de Judá do exílio. Esses livros 
abrangem cerca de mil anos de história, por isso não 
é de estranhar ‑se que a narrativa inclua muitos altos e 
baixos, voltas e mais voltas. No entanto, por tudo isso, 
o Deus que é o mesmo ontem, hoje e para sempre 
continua a ser o ponto principal de todos esses livros.
A data da morte de Moisés é calculada voltando 
a partir de 1Rs 6.1, que estabelece que Salomão co‑
meçou a construir o templo 480 anos após o êxodo 
do Egito. A comparação da informação de 1Reis com 
os registros extrabíblicos indica que a construção do 
templo começou em 967 ou 966 a.C., a data do êxo‑
do, então, seria 1447 ou 1446 a.C., e a data da morte 
de Moisés, quarenta anos depois, seria 1407 ou 1406. 
Por outro lado, se então se encontra algum simbo‑
lismo no número 480 anos (p. ex., supondo que seja 
o período de 12 gerações, considerando cada gera‑
ção como sendo de quarenta anos), pode ‑se chegar 
a uma data para o êxodo de c. 1260 a.C. (que alguns 
acreditam que permite uma maior concordância 
com a história egípcia), resultando em uma data por 
volta de 1220 para a morte de Moisés. (Veja A data do 
êxodo, pp. 8‑9.)
As outras datas são determinadas com um eleva‑
do grau de acerto. A história de Ester e Mardoqueu 
ocorreu no tempo de Assuero (Et 1.1), que reinou so‑
bre a Pérsia no período de 486—464 a.C.
Deve ‑se notar que o Reino do Norte de Israel du‑
rou um pouco mais de duzentos anos (931—722 a.C.) 
e teve 19 reis. Todos os reis de Israel foram maus aos 
CRONOLOGIA DOS LIVROS HISTÓRICOS
1406 [ou 1220] a.C. Morte de Moisés; entrada de Israel em Canaã 
sob o comando de Josué [veja A data do êxodo, 
pp. 8-9]
1375 [ou 1210] Morte de Josué
1375—1055 
[ou 1210—
1050/42/30] 
Período dos Juízes
1050/42/30—
1010 
Reinado de Saul
1010—971 Reinado de Davi
971—931 Reinado de Salomão
931—722 Divisão do Reino (Israel): 19 reis
722 Destruição de Samaria (capital de Israel) pela 
Assíria; reassentamento de Israel
931—586 Divisão do Reino (Judá): 19 reis, 1 rainha
586 Destruição de Jerusalém e do templo de Babilônia; 
Judá exilado na Babilônia
586—538 O exílio de Judá em Babilônia
561 Libertação do rei Joaquim da prisão na Babilônia
539 Ciro II da Pérsia conquista Babilônia
538 Primeiro retorno dos judeus para Jerusalém 
sob Jesuá e Zorobabel
516 Conclusão da reconstrução do Templo
478 Ester e Mardoqueu ascendem na corte persa
458 Retorno de Esdras da Babilônia a Jerusalém
445 Retorno de Neemias da Babilônia a Jerusalém
445—? Reconstrução dos muros de Jerusalém
433 Visita de Neemias à Babilônia 
e regresso a Jerusalém
olhos do Senhor, e houve vários assassinatos e mu‑
danças das famílias governantes.
Em contraste, o Reino do Sul de Judá durou qua‑
se 350 anos (931—586 a.C.), com

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