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Elaborada por uma equipe de quase cem especialistas, incluindo acadêmicos, professores e pastores, a Bíblia de Estudo NAA é uma das mais completas Bíblias de Estudo já publicadas no Brasil. Ela complementa a leitura do texto bíblico na Nova Almeida Atualizada, uma tradução lançada em 2017 pela SBB, com o que há de melhor e mais recente no campo dos estudos teológicos e científicos sobre as Escrituras e seu contexto original. Resultado de uma profunda revisão da consagrada tradução Almeida Revista e Atualizada, a Nova Almeida Atualizada apresenta um texto clássico com uma linguagem atual, seguindo a norma padrão do português escrito e falado no Brasil. A associação desta tradução com estudos tão amplos e aprofundados sobre as Escrituras Sagradas faz da Bíblia de Estudo NAA uma obra imprescindível para todos aqueles que querem conhecer a Palavra de Deus e seus matizes históricos e sociais da maneira mais detalhada possível, sem abrir mão de precisão científica e rigor técnico. Recursos • Mais de 44,7 mil notas de estudo esclarecedoras • Mais de 200 mapas detalhados • Mais de 200 tabelas comparativas • Mais de 60 quadros temáticos • Artigos exclusivos sobre temas cruciais para o cristianismo do século 21 • Introdução aos livros e blocos de livros • Concordância bíblica • Esquemas explicativos, diagramas e ilustrações ÚNICA, COMPLETA E INDISPENSÁVEL. INTRODUÇÃO A BLOCOS DE LIVROS A Bíblia pode ser dividida em blocos: Pentateuco, Livros históri- cos, Livros Poéticos e Sapienciais, Livros Proféticos, Evangelhos e Cartas. Nesta Bíblia de Estudo NAA, cada bloco traz uma intro- dução, com dados como conteú- do, datação, composição, tema etc., a fim de contextualizar o gru- po de livros bíblicos que se inicia. como usar os recursos da Bíblia de estudo naa Introdução aos Livros Proféticos INTRODUÇÃO Os textos mesopotâmicos indicam que, muito antes de Israel entrar em Canaã, outros países ti- nham profetas. Esses textos dos vizinhos de Israel apontam que tais profetas alegavam interceder pelo povo aos deuses, falar pelos deuses, criticar as debilidades morais e éticas do povo em nome dos deuses, prever acontecimentos futuros através do conhecimento especial dado pelos deuses e de- nunciar os inimigos pelo poder dos deuses. Embo- ra a Bíblia afirme a crença em um só Deus, não em muitos deuses, ela basicamente retrata os profetas de Israel cumprindo as mesmas tarefas. Isso não é surpreendente se a noção de “profeta” for a de uma pessoa que falasse por um deus para o povo. O AT inclui três termos básicos para o conceito de “profeta”, dois dos quais têm uma conotação semelhante. Primeiro, em algumas ocasiões o AT usa os termos hozeh ou ro’eh. O primeiro significa “visionário”, enquanto o último significa “viden- te”. Essas palavras indicam que os profetas eram pessoas que podiam “prever” ou “ver” coisas que outros não podiam. Eles podiam “ver” ou “prever” detalhes sobre o presente, bem como o que Deus queria no futuro. Por exemplo, Saul esperava que o “vidente” Samuel soubesse para onde algumas ju- mentas perdidas haviam ido (1Sm 9.1-10). Samuel podia de fato “ver” para onde as jumentas tinham ido, mas também podia “prever” que Deus havia escolhido Saul para governar Israel (1Sm 9.15-17). Saul esperava pagar algo ao “vidente” pelo inconve- niente. Tais expectativas e a ganância de alguns in- divíduos intitulando -se profetas acabaram levando o povo a pensar que todos os videntes buscavam di- nheiro (veja Am 7.12). Em segundo lugar, o AT usa mais comumente a palavra nabi’ para “profeta”. As origens dessa pala- vra são incertas; talvez provenha de uma raiz que significa “anunciar”, o que poderia indicar que um profeta era aquele que anunciava ou declarava in- formações vitais. De qualquer forma, o profeta serve como porta -voz: em Êx 7.1 Moisés será como Deus para Faraó, enquanto Arão será seu profeta (isto é, seu porta -voz). Na verdade, os profetas israelitas alegavam declarar as palavras de Javé, o Deus de Is- rael, enquanto em outras terras os profetas diziam transmitir as palavras de outros deuses. Uma vez que tantos profetas estavam ativos e declaravam mensagens conflitantes, o povo tinha de determi- nar quem realmente falava por Deus e quem era um falso profeta. Os profetas abordavam tanto as questões futuras como as atuais, sendo as questões atuais a principal preocupação de suas mensagens. Eles anunciaram acontecimentos futuros, como a vinda do Messias e o Dia do Juízo Final, mas normalmente declaravam como o povo de Deus deveria viver à luz da aliança divina (veja a seguir). OS PROFETAS NA HISTÓRIA DE ISRAEL A Bíblia indica que profetas que serviam ao úni- co e verdadeiro Deus vivo existiam muito antes dos profetas escritores. Abraão (já em 2000 a.C.), Moisés (em 1450), Samuel (1050—1010), Natã (c. 1010—970), Elias e Eliseu (c. 860—850), e Hulda (627) são ape- nas algumas pessoas que de Gênesis a Salmos são chamadas de profetas. Por meio de Moisés, Deus revelou seus padrões para os profetas. De acordo com Dt 13.1-11, os pro- fetas de Israel nunca deviam ensinar o povo a servir INTRODUÇÃO A CADA LIVRO BÍBLICO Cada livro bíblico é precedido por uma ampla introdução, que traz informações importantes, como título, autor, data, propósito, disposição no bloco de livros a que pertence, estrutura, tema, assun- tos principais etc., e outros elemen- tos relevantes para a compreensão daquele livro, como mapas, tabelas de personagens etc. Ao final, há um esboço que traz uma estrutura re- sumida do livro. As divisões nessa estrutura estão detalhadas nas notas de esboço ao longo da Bíblia (destacadas com fundo colorido). Atos tem um caráter único entre os escritos do NT pelo fato de que seu propósito é registrar uma seleção da história da Igreja Primitiva pós- -ressurreição de Cristo. Ele é a segunda parte de uma obra de dois volumes, sendo o primeiro volu- me o Evangelho de Lucas. Ambos os livros são de- dicados a uma pessoa chamada Teófilo, e At 1.1 se refere explicitamente ao Evangelho de Lucas. Autor Tanto o Evangelho de Lucas quanto Atos são anônimos, mas as argumentações mais antigas os atribuem a Lucas. O nome “Lucas” aparece so- mente três vezes no NT: Cl 4.14; 2Tm 4.11; Fm 24. Todas as três referências estão nas cartas escritas por Paulo na prisão, e todas as três mencionam a presença de Lucas com Paulo. A mais antiga argumentação sobre a autoria de Lucas vem de Irineu, bispo de Lião na Gália, que escreve ao final do séc. 2 d.C. Ele atribui os livros a Lucas, colaborador de Paulo, e observa que as ocorrências de narrativa em primeira pessoa do plural (“nós”), nos últimos capítulos de Atos (começando em 16.10), indicam que o autor de Atos era um companheiro de Paulo e que estava presente com ele nestas ocasiões. Es- tas passagens na primeira pessoa do plural, em Atos, são a chave para a autoria do livro e do Evangelho de Lucas. A passagem de Cl 4.14 indica que Lucas era mé- dico; em vista disso, houve tentativas de apoio à autoria lucana com o argumento de que Lucas e Atos usam linguagem médica técnica. Isto não parece ser o caso, uma vez que Lucas aparente- mente evita a linguagem técnica para poder se comunicar de forma natural com seus leitores, embora sua descrição detalhada sobre as enfer- midades talvez reflita seu interesse como médico (cf. At 28.8). Além disso, todas as evidências exter- nas se referem a Lucas como autor. À exceção destas três referências no NT, nada mais se sabe ao certo sobre Lucas. Tradições anti- gas o ligam a Antioquia, mas isso provavelmente está baseado na referência, em At 13.1, a “Lúcio”, que é um nome latino. “Lucas” é um nome gre- go, e ambos os livros estão escritos em um exce- lente grego. Seu profundo conhecimento do AT pode indicar que Lucas era um temente a Deus convertido (um gentio que frequentava a sinago- ga judaica) ou um prosélito judeu (convertido), embora possa ter adquirido seu conhecimento bíblico depois de se tornarcristão. Data Alguns estudiosos datam Atos em c. 70 d.C. Isto parte do princípio de que Atos foi escrito depois do Evangelho de Lucas (At 1.1) e de que Lucas usou o Evangelho de Marcos como uma de suas fontes (Lc 1.1-2). (A tradição primitiva considera que o Evangelho de Marcos foi escrito após a morte de Pedro, que muito provavelmen- te ocorreu em meados dos anos 60.) Outros da- tam Atos nas décadas de 70 e 80. Eles sustentam que o propósito principal de Atos era fornecer um relato de como e onde o evangelho se espa- lhou, em vez de ser uma defesa do ministério de INTRODUÇÃO Atos dos Apóstolos 20.26 será reunido ao seu povo. Após a morte, a pessoa se reúne com os próprios parentes falecidos, de acordo com a crença do AT (veja nota 2Sm 12.23; a expressão também ocorre em Gn 25.8,17; 35.29; 49.33; Nm 20.24; Dt 32.50). 20.28 Moisés tirou as vestes sacerdotais de Arão e as pôs em Eleazar, o filho dele. A morte de Arão significava que seu filho deveria sucedê ‑lo como sumo sacerdote. A importância do sumo sacerdote como mediador supremo entre Deus e Israel é indicada por suas vestes: o ritual de vestir Eleazar com elas marca sua iniciação nesse alto cargo religioso. O livro de Hebreus faz muitas referências à superioridade do sumo sacerdócio de Cristo sobre Arão (ver Hb 4.14—10.18). 21.1‑3 Primeira vitória contra os cananeus. A missão de espionagem foi seguida pela morte dos espias e uma tentativa não autorizada de entrar em Canaã que terminou com a derrota de Israel em Horma (14.36‑45). No entanto, a morte de Arão por sua incredulidade é seguida da vitória em Horma. Isso marca o ponto da virada: a partir de agora, uma vitória após outra seguirá até que atinjam o Jordão, prontos para entrar na terra de Canaã. 21.1 Deve ‑se observar que esta batalha não foi uma iniciativa israelita; em vez disso, Israel respondeu a um ataque do rei cananeu de Arade. Isto ocorreu por causa de outros acontecimentos na Transjordânia (a área a leste do rio Jor‑ dão): Israel respondeu a ameaças; não provocou a guerra (veja vs. 21‑23,33‑35; 25.17‑18). Arade e Horma estavam no Neguebe do norte, mas é incerto de‑ terminar com quais sítios arqueológicos esses locais devem ser identificados. É surpreendente encontrar este relato definido como sendo no Neguebe, pois na última localização Israel estava contornando a fronteira oriental de Edom (20.21). Assim, muitas vezes é sugerido que o relato da vitória em Horma foi colocado fora da sequência cronológica a fim de destacar a mudança na sorte de Israel após a morte de Arão. (Alguns, no entanto, argumentam que esse episódio se encaixa perfeitamente na narrativa.) 21.2‑3 destruirei totalmente as suas cidades (v. 2). As cidades cananeias que resistem a Israel serão totalmente destruídas, de acordo com Dt 20.16‑18 (veja nota). Horma era o local onde essa política foi implementada pela primeira vez. Seu nome, “destruição”, comemora esse fato (Nm 21.3). 21.4‑9 A serpente de bronze. Um novo dia pode ter nascido, mas velhos hábitos não são erradicados. O povo mais uma vez reclama de sua comida, e são punidos: desta vez por cobras venenosas. Como antídoto, Moisés faz uma serpente de bronze, que curava qualquer um que olhasse para ela. 21.9 serpente de bronze. O termo hebraico traduzido por “bronze” também pode significar “cobre”. A área através da qual os israelitas estavam viajando tinha minas de cobre, e os arqueólogos encontraram uma cobra de cobre de 13 cm de comprimento em um santuário midianita em Timna; portanto, parece provável que se trate de cobre. A vermelhidão do cobre sugere expiação (veja 19.1‑10), assim, simbolicamente o material foi bem escolhido para esta ocasião. Jesus compara sua própria morte na cruz com a serpente levantada (Jo 3.14‑15). No tempo de Ezequias, rei de Judá (c. 715 a.C.), essa serpente de cobre tornou‑ ‑se um objeto de culto entre os israelitas e teve de ser destruída (2Rs 18.4). 21.10‑20 Através da Transjordânia. A passagem de Israel a leste do mar Morto, em volta de todo o território de Moabe, e através da terra dos amor‑ reus, é resumida nestes versículos. Muitos locais não podem ser definidos com precisão, mas a rota geral é clara. O território de Moabe se estendia desde o c Nm 33.38; Dt 10.6 a Nm 33.40 b Dt 2.1 c 1Co 10.9 d Jo 3.14‑16 NÚMEROS 20 — 21 274 A serpente de bronze 4 Então os israelitas partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, para rodear a terra de Edom. b Mas o povo se tor‑ nou impaciente no caminho 5 e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: — Por que vocês nos tiraram do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? Já estamos enjoados dessa comida ruim. 6 Então o Senhor mandou para o meio do povo cobras venenosas, que mordiam o povo; e morre‑ ram muitos do povo de Israel. c 7 Então o povo foi a Moisés e disse: — Nós pecamos, porque falamos contra o Senhor Deus e contra você. Ore ao Senhor, pe‑ dindo que tire de nós as cobras. Então Moisés orou pelo povo. 8 O Senhor disse a Moisés: — Faça uma serpente e coloque ‑a sobre uma haste. Quem for mordido e olhar para ela viverá. 9 Moisés fez uma serpente de bronze d e a pôs sobre uma haste. Quando alguém era mordido por alguma cobra, se olhava para a serpente de bronze, ficava curado. Jornadas dos israelitas 10 Então os filhos de Israel partiram e acam‑ param em Obote. 11 Depois, partiram de Obote e acamparam em Ijé ‑Abarim, no deserto que está diante de Moabe, para o nascente. 12 Dali, par‑ tiram e acamparam no vale de Zerede. 13 E, dali, 23 O Senhor disse a Moisés e a Arão no monte Hor, nos confins da terra de Edom: 24 — Arão será reunido ao seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, pois vocês foram rebeldes à minha palavra, nas águas de Meribá. 25 Chame Arão e Eleazar, o filho dele, e diga ‑lhes que subam o monte Hor. 26 Depois tire as vestes sacerdotais de Arão e coloque ‑as em Eleazar, o filho dele; porque Arão será reunido ao seu povo e ali morrerá. 27 Moisés fez como o Senhor lhe havia ordena‑ do. Subiram o monte Hor, diante dos olhos de toda a congregação. 28 Moisés tirou as vestes sacerdotais de Arão e as pôs em Eleazar, o filho dele. E Arão morreu c ali, no alto do monte. Depois disso Moi‑ sés e Eleazar desceram do monte. 29 Quando toda a congregação soube que Arão era morto, toda a casa de Israel chorou por Arão durante trinta dias. A derrota do rei de Arade 21 1 O rei cananeu de Arade, a que habitava no Neguebe, ouviu que Israel vinha pelo ca‑ minho de Atarim. Ele atacou os israelitas e levou alguns deles cativos. 2 Então Israel fez um voto ao Senhor, dizendo: — Se, de fato, entregares este povo nas minhas mãos, destruirei totalmente as suas cidades. 3 O Senhor ouviu o pedido de Israel e lhe entre‑ gou os cananeus. Os israelitas os destruíram total‑ mente, tanto eles como as suas cidades; e aquele lugar foi chamado de Horma. 20.26 será reunido ao seu povo. Após a morte, a pessoa se reúne com os próprios parentes falecidos, de acordo com a crença do AT (veja nota 2Sm 12.23; a expressão também ocorre em Gn 25.8,17; 35.29; 49.33; Nm 20.24; Dt 32.50). 20.28 Moisés tirou as vestes sacerdotais de Arão e as pôs em Eleazar, o filho dele. A morte de Arão significava que seu filho deveria sucedê ‑lo como sumo sacerdote. A importância do sumo sacerdote como mediador supremo entre Deus e Israel é indicada por suas vestes: o ritual de vestir Eleazar com elas marca sua iniciação nesse alto cargo religioso. O livro de Hebreus faz muitas referências à superioridade do sumo sacerdócio de Cristo sobre Arão (ver Hb 4.14—10.18). 21.1‑3 Primeira vitória contra os cananeus. A missão de espionagem foi seguida pela morte dos espias e uma tentativa não autorizada de entrar em Canaã que terminou com a derrota de Israel em Horma (14.36‑45). No entanto, a morte de Arão por sua incredulidade é seguida da vitória em Horma. Isso marca o ponto da virada: a partir de agora, uma vitória após outra seguirá até que atinjamo Jordão, prontos para entrar na terra de Canaã. 21.1 Deve ‑se observar que esta batalha não foi uma iniciativa israelita; em vez disso, Israel respondeu a um ataque do rei cananeu de Arade. Isto ocorreu por causa de outros acontecimentos na Transjordânia (a área a leste do rio Jor‑ dão): Israel respondeu a ameaças; não provocou a guerra (veja vs. 21‑23,33‑35; 25.17‑18). Arade e Horma estavam no Neguebe do norte, mas é incerto de‑ terminar com quais sítios arqueológicos esses locais devem ser identificados. É surpreendente encontrar este relato definido como sendo no Neguebe, pois na última localização Israel estava contornando a fronteira oriental de Edom (20.21). Assim, muitas vezes é sugerido que o relato da vitória em Horma foi colocado fora da sequência cronológica a fim de destacar a mudança na sorte de Israel após a morte de Arão. (Alguns, no entanto, argumentam que esse episódio se encaixa perfeitamente na narrativa.) 21.2‑3 destruirei totalmente as suas cidades (v. 2). As cidades cananeias que resistem a Israel serão totalmente destruídas, de acordo com Dt 20.16‑18 (veja nota). Horma era o local onde essa política foi implementada pela primeira vez. Seu nome, “destruição”, comemora esse fato (Nm 21.3). 21.4‑9 A serpente de bronze. Um novo dia pode ter nascido, mas velhos hábitos não são erradicados. O povo mais uma vez reclama de sua comida, e são punidos: desta vez por cobras venenosas. Como antídoto, Moisés faz uma serpente de bronze, que curava qualquer um que olhasse para ela. 21.9 serpente de bronze. O termo hebraico traduzido por “bronze” também pode significar “cobre”. A área através da qual os israelitas estavam viajando tinha minas de cobre, e os arqueólogos encontraram uma cobra de cobre de 13 cm de comprimento em um santuário midianita em Timna; portanto, parece provável que se trate de cobre. A vermelhidão do cobre sugere expiação (veja 19.1‑10), assim, simbolicamente o material foi bem escolhido para esta ocasião. Jesus compara sua própria morte na cruz com a serpente levantada (Jo 3.14‑15). No tempo de Ezequias, rei de Judá (c. 715 a.C.), essa serpente de cobre tornou‑ ‑se um objeto de culto entre os israelitas e teve de ser destruída (2Rs 18.4). 21.10‑20 Através da Transjordânia. A passagem de Israel a leste do mar Morto, em volta de todo o território de Moabe, e através da terra dos amor‑ reus, é resumida nestes versículos. Muitos locais não podem ser definidos com precisão, mas a rota geral é clara. O território de Moabe se estendia desde o c Nm 33.38; Dt 10.6 a Nm 33.40 b Dt 2.1 c 1Co 10.9 d Jo 3.14‑16 NÚMEROS 20 — 21 274 A serpente de bronze 4 Então os israelitas partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, para rodear a terra de Edom. b Mas o povo se tor‑ nou impaciente no caminho 5 e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: — Por que vocês nos tiraram do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? Já estamos enjoados dessa comida ruim. 6 Então o Senhor mandou para o meio do povo cobras venenosas, que mordiam o povo; e morre‑ ram muitos do povo de Israel. c 7 Então o povo foi a Moisés e disse: — Nós pecamos, porque falamos contra o Senhor Deus e contra você. Ore ao Senhor, pe‑ dindo que tire de nós as cobras. Então Moisés orou pelo povo. 8 O Senhor disse a Moisés: — Faça uma serpente e coloque ‑a sobre uma haste. Quem for mordido e olhar para ela viverá. 9 Moisés fez uma serpente de bronze d e a pôs sobre uma haste. Quando alguém era mordido por alguma cobra, se olhava para a serpente de bronze, ficava curado. Jornadas dos israelitas 10 Então os filhos de Israel partiram e acam‑ param em Obote. 11 Depois, partiram de Obote e acamparam em Ijé ‑Abarim, no deserto que está diante de Moabe, para o nascente. 12 Dali, par‑ tiram e acamparam no vale de Zerede. 13 E, dali, 23 O Senhor disse a Moisés e a Arão no monte Hor, nos confins da terra de Edom: 24 — Arão será reunido ao seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, pois vocês foram rebeldes à minha palavra, nas águas de Meribá. 25 Chame Arão e Eleazar, o filho dele, e diga ‑lhes que subam o monte Hor. 26 Depois tire as vestes sacerdotais de Arão e coloque ‑as em Eleazar, o filho dele; porque Arão será reunido ao seu povo e ali morrerá. 27 Moisés fez como o Senhor lhe havia ordena‑ do. Subiram o monte Hor, diante dos olhos de toda a congregação. 28 Moisés tirou as vestes sacerdotais de Arão e as pôs em Eleazar, o filho dele. E Arão morreu c ali, no alto do monte. Depois disso Moi‑ sés e Eleazar desceram do monte. 29 Quando toda a congregação soube que Arão era morto, toda a casa de Israel chorou por Arão durante trinta dias. A derrota do rei de Arade 21 1 O rei cananeu de Arade, a que habitava no Neguebe, ouviu que Israel vinha pelo ca‑ minho de Atarim. Ele atacou os israelitas e levou alguns deles cativos. 2 Então Israel fez um voto ao Senhor, dizendo: — Se, de fato, entregares este povo nas minhas mãos, destruirei totalmente as suas cidades. 3 O Senhor ouviu o pedido de Israel e lhe entre‑ gou os cananeus. Os israelitas os destruíram total‑ mente, tanto eles como as suas cidades; e aquele lugar foi chamado de Horma. Deus com sua criação, ou seja, seu representante: Adão representou a humanidade e o mundo, e as consequências de sua queda são repassadas a todos aqueles que ele representava. Isso fornece o modelo de compreensão cristã de como Jesus faz o seu tra‑ balho representativo, o qual trará consequências tanto para as pessoas que ele representa como tam‑ bém para toda a criação. Características literárias Como já foi mencionado, Gênesis é um livro histórico cuja história é apresentada em formas li‑ terárias. É uma antologia de diversas formas. Entre‑ tanto, essa narrativa é mais unificada que a maioria das antologias, pois todo o material enquadra ‑se no gênero de narrativa histórica. Essa história, porém, não está registrada como nos livros de história com os quais os leitores modernos estão familiarizados. Em vez disso, o livro de Gênesis é essencialmente uma coleção que pode ser chamada de histórias heroicas — contos focados num personagem cen‑ tral, com o qual o leitor é levado a simpatizar ‑se —, intercaladas por genealogias. Os três primeiros capítulos pertencem a um gênero conhecido como história das origens. Gênesis também tem afinida‑ des com o gênero épico, pelo relato da história do universo (caps. 1—11) e das origens da nação de Is‑ rael (caps. 12—50). Uma abordagem literária do livro de Gênesis requer que o leitor pense corretamente sobre o conceito literário contemporâneo de “herói”. Essa abordagem tem três princípios cruciais: (1) a vida real fornece os materiais para um herói, mas a ima‑ gem do herói é sempre o resultado de uma seleção e filtro de itens retirados de um conjunto maior de in‑ formações sobre uma pessoa; (2) certas culturas ce‑ lebram heróis como uma forma de codificar os seus próprios ideais, valores e virtudes; e (3) heróis literá‑ rios são representativos da cultura que os produziu e, em alguns aspectos, das pessoas em âmbito uni‑ versal. Os heróis dessas histórias nem sempre são “heroicos”: eles são simplesmente o centro humano das atenções na história; suas ações são ora corajo‑ sas, ora covardes; ora nobres, ora vulgares; ou (mais frequentemente) uma mistura complexa de todas essas características. À medida que a narrativa pros‑ segue, o leitor depara com as contingências — ou seja, alguns episódios poderiam ter sido diferentes, talvez até mesmo tenham realmente sido diferentes. O cuidado providencial de Deus para com seu povo usa as próprias imperfeições dos indivíduos para atingir o seu propósito. O público original, então, enxergava suas próprias situações permeadas com o propósito de Deus, aprendendo, assim, a abraçar a vida como um dom de Deus, trajetória para ser vi‑ vida sob sua direção. Um exemplo é quando o ser‑ vo toma Rebeca como esposa para Isaque (cap. 24). Qualquer um desses acontecimentospoderiam ter sido diferentes, mas, neste caso, Isaque e Rebeca nunca teriam se casado, ou talvez, conforme 24.3‑8, Isaque nunca teria se casado — assim, como as pro‑ messas feitas a Abraão teriam seu cumprimento? Mas Deus manteve sua promessa (ninguém é obri‑ gado a achar que tudo que o servo fez foi correto), e os primeiros leitores puderam aprender a se en‑ xergar debaixo do cuidado de Deus como resultado do que ocorrera. O leitor cristão moderno é também herdeiro e beneficiário dessa história. Os motivos de unificação literária incluem: (1) a caracterização de Deus e a história de suas relações com as pessoas; (2) o pecado da humanidade e os indivíduos pertencentes a ela; (3) a história do de‑ senrolar do plano de Deus para redimir um povo para si, apesar da desobediência deles; (4) a “his‑ tória de heróis” como gênero quase constante ao longo de todo o livro; (5) personagens, personagens, personagens: à medida que lê Gênesis, o leitor é le‑ vado a encontros com personagens inesquecíveis e suas histórias, além de lições sobre sabedoria e lou‑ cura, que podem ser aprendidas com eles. Esboço I. História primitiva (1.1—11.26) A. Deus cria e dispõe o céu e a Terra (1.1—2.3) B. Os primeiros habitantes da Terra (2.4—4.26) 1. O homem e a mulher no santuário do Éden (2.4‑25) GÊNESIS — INTRODUÇÃO 24 Depois de declarar que Deus é o Criador de todas as coisas (1.1), o foco do restante de Gn 1 (iniciando ‑se em 1.3) é principalmente sobre Deus trazendo as coisas à existência por sua palavra e organizando o que foi criado (“Ajuntem ‑se as águas debaixo dos céus num só lugar”; cf. 1.9), diferindo da maneira como a Terra foi criada inicialmente (1.1). Algumas características nos indicam isso. Por exemplo, a vegetação é mencionada no dia três, aparentemente antes da criação do sol, no dia quatro. (Os leitores interessados em comparar essa pas‑ sagem sob uma perspectiva científica moderna devem consultar a Introdução a Gênesis: “Gênesis e a ciência”.) Considerado em seu antigo contexto do Oriente Próximo, o texto de Gn 1 diz que Deus criou tudo; mas é também um relato de como Deus estruturou sua criação em uma complexidade ordenada. Nos três primeiros dias, o leitor é apresentado a dia, noite, céus, terra, mares — todos estes, e somente estes, nomeados especificamente por Deus. Do dia quatro ao seis, as três regiões distintas são preenchidas: o céu, com luzeiros e aves; os mares, com peixes; e a terra, com animais e répteis. Finalmente, Deus dá autoridade para os seres humanos, como seus vice ‑regentes, para governarem sobre todas essas criaturas vivas. Em Gn 1, é estabelecida uma hierarquia de autoridade. A humanidade está divinamente comissionada para governar as outras criaturas, em nome de Deus; o objetivo é que toda a Terra se torne o templo de Deus, o lugar da sua presença, e mostre a sua glória. 1.1 No princípio. Este versículo de abertura pode ser classificado como um resumo que introduz toda a passagem ou pode ser lido como primeiro aconte- cimento, a origem dos céus e da Terra (em algum momento antes do primeiro dia), incluindo a criação da matéria, do espaço e do tempo. Este segundo ponto de vista (a origem dos céus e da Terra) é confirmado pela afirmação dos autores do NT, segundo quem a criação se deu a partir do nada (Hb 11.3; Ap 4.11). Deus criou. Embora a palavra hebraica para “Deus”, ’Elohim, te‑ nha a sua forma no plural (possivelmente para expressar majestade), o verbo “criar” está flexionado no singular, indicando que Deus é classificado como um ser. O livro de Gênesis é consistentemente monoteísta na sua perspectiva, em contraste marcante com outros relatos antigos do Oriente Próximo sobre a criação. Há somente um Deus. O verbo hebraico bara (“criar”) é sempre usado no AT tendo Deus como sujeito; mesmo não sendo sempre utilizado para descrever a criação a partir do nada, reforça a soberania e o poder de Deus. os céus e a terra, aqui, expressa “tudo”. Isso significa, então, que a expressão “no princípio” se refere ao início de tudo. O texto indica que Deus criou tudo no universo, afirmando, assim, que tudo foi de fato criado ex nihilo (do latim, “do nada”). O efeito das palavras de abertura da Bíblia estabelece que Deus, em sua sabedoria inescrutável, em seu poder soberano e em sua majestade, é o Criador de todas as coisas que existem. 1.2 A descrição inicial da terra como um ambiente sem forma e vazio, uma frase repetida no AT apenas em Jr 4.23, sugere que não havia ordem nem conteúdo nela. A referência a trevas sobre a face do abismo indica au‑ sência de luz. Esse estado inicial será transformado pela atividade criadora de Deus: o Espírito de Deus se movia. Este comentário cria uma sensação de expectativa: algo estava prestes a acontecer. Não há razão para postular que houve um longo período entre 1.1 e 1.2, durante o qual a Terra era sem forma e vazia. Críticos estudiosos argumentam que a palavra “abismo” (hebr. tehom) é um remanescente da mitologia mesopotâmica do relato da criação chamado Enuma Elish. Marduque, ao criar o universo, também teve de vencer Tiamat, deusa do caos. Esses estudiosos acreditam que o Deus dos hebreus teve de vencer a divindade do caos, Tiamat, na forma de “abismo” (notar a semelhança entre as duas palavras: tehom e Tiamat). Há muitas razões linguísticas, no 1.1—11.26 História primitiva. Os primeiros onze capítulos do livro de Gê‑ nesis diferem dos seguintes. Os caps. 12—50 focam numa linhagem familiar principal com detalhes consideráveis, enquanto os caps. 1—11 poderiam ser descritos como uma avaliação do mundo antes de Abraão. Esses capítulos iniciais diferem não só em seu assunto do cap. 12 em diante, mas também porque não há paralelos reais para as histórias patriarcais em outras litera‑ turas. Em contraste com as histórias patriarcais, no entanto, existem outras fontes não bíblicas antigas sobre a criação e o dilúvio. A existência de tais histórias, entretanto, de maneira alguma desafia a autoridade ou a inspiração de Gênesis. Na verdade, os relatos não bíblicos apresentam nítido contraste com o relato bíblico, ajudando, assim, os leitores a apreciar a natureza e o caráter únicos dos relatos bíblicos da criação e do dilúvio. Em outras tradições literárias antigas, a criação é uma grande luta, frequentemente envolvendo conflitos entre deuses. O dilúvio foi enviado porque os deuses não supor‑ tavam o barulho feito pelos humanos, nem conseguiram controlá ‑lo. Por meio dessas histórias, o povo do mundo antigo aprendeu suas tradições sobre os deuses que adoravam e o modo de vida que deveriam seguir. As versões babilônicas das histórias da criação e do dilúvio foram escritas com o intuito de mostrar que a Babilônia era o centro do universo religioso e que sua civilização foi o apogeu da humanidade. Ao ler Gênesis, os leitores podem perceber que o livro é projetado para refutar essas versões. Há somente um Deus, cuja palavra é todo ‑poderosa. Ele só precisa falar, e o mundo passa a existir. O sol e a lua não são deuses por seu próprio direito, mas são criados por um Deus. Ele não precisa ser alimentado pelo homem, como os babilônios acreditavam estar fazendo ao oferecer sacrifícios; mas fornece o alimento para o homem. É o pecado humano, e não a ira divina, que provoca o dilúvio. O fato de a torre da Babilônia (Babel) não haver conseguido alcançar o céu se tornou um aviso de que o humano, em seu orgulho, não podia alcançar nem manipular Deus. Esses princípios, que surgem de forma tão clara em Gn 1—11, são ver‑ dades que têm continuidade ao longo de todo o restante das Escrituras. A unidade de Deus é fundamental para a teologia bíblica, assim como o seu poder supremo, o seu cuidado com a humanidade e o seu julgamento sobre o pecado. Pode não ser sempre óbvia a forma como esses capítulos se referem à geologia e à arqueologia; mas a sua mensagem teológica é muito clara. Lidos de acordo com o sentido segundo o qual foram escritos, eles fornecem as pressuposiçõesfundamentais do restante das Escrituras. Esses capítulos devem fazer o papel de lente para que os leitores se con‑ centrem nos pontos que o autor está apresentando e leiam o resto da Bíblia à luz deles. 1.1—2.3 Deus cria e dispõe o céu e a Terra. O livro de Gênesis se inicia com uma descrição majestosa de como Deus criou os céus e a Terra e, em seguida, como ele dispôs a Terra de modo que ela pudesse se tornar a sua morada. Estruturado em sete partes, cada uma marcada com frases fixas ou muito similares, todo o episódio exprime a imagem do Deus Todo ‑Poderoso e transcendente que define tudo com habilidade perfeita, em conformidade com a sua infinita vontade. A ênfase está principalmente em como Deus organiza ou elabora tudo. A estrutura da narrativa é a seguinte: depois de apresentar o cenário (1.1‑2), o autor descreve os seis dias de trabalho (1.3‑31) e o sétimo dia, o sábado de Deus (2.1‑3). Cada um dos seis dias de trabalho segue o mesmo padrão: começa com “disse Deus” e termina com “houve tarde e manhã”. a Sl 102.25; Ne 9.6; Is 42.5; At 17.24; Rm 1.20; Hb 11.3 2 A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas. A criação do Universo 1 1 No princípio, Deus criou os céus e a terra. a Gênesis TEXTO BÍBLICO Esta Bíblia de Estudo traz o texto bíblico na edição Nova Al- meida Atualizada, uma tradução clássica, fiel e, ao mesmo tempo, atual. Segue a divisão padrão de capítulos e versículos e traz subtí‑ tulos que ajudam o leitor a visua‑ lizar rapidamente o conteúdo das divisões/seções do texto. Nesta edição, o texto bíblico aparece disposto em duas colunas, com divisão por parágrafos. NOTAS DE ESTUDO Aparecem no rodapé das pági‑ nas, dispostas em duas colunas. Explicam termos ou frases do tex‑ to bíblico (grafados em destaque) ou fornecem informações varia‑ das sobre a Bíblia, como história, geografia, cultura, arqueologia, características literárias etc. Al‑ gumas notas trazem palavras transliteradas do hebraico, ara‑ maico ou grego. NOTAS DE ESBOÇO Essas notas especiais apare‑ cem em meio às notas de estudo, destacadas por um fundo colori‑ do. Referem‑se às seções do texto bíblico e trazem mais informa‑ ções sobre elas. como UsaR os RecURsos... xvi GENEALOGIAS: IDADE NA PATERNIDADE E IDADE NA MORTE Adão (5.3‑5) 130/930 Sete (5.6‑8) 105/912 Enoque (5.9‑11) 90/905 Cainã (5.12‑14) 70/910 Maalalel (5.15‑17) 65/895 Jarede (5.18‑20) 162/962 Enoque (5.21‑24) 65/365 Metusalém (5.25‑27) 187/969 Lameque (5.28‑31) 182/777 Noé (5.32; 9.29) 500/950 Sem (11.10‑11) 100/600 Arfaxade (11.12‑13) 35/438 Salá (11.14‑15) 30/433 Héber (11.16‑17) 34/464 Pelegue (11.18‑19) 30/239 Reú (11.20‑21) 32/239 Serugue (11.22‑23) 30/230 Naor (11.24‑25) 29/148 Tera (11.26‑32) 70/205 100 200 300 400 500 600 700 800 900 GÊNESIS 5 — 6 38 de Deus viram que as filhas dos homens eram boni‑ tas e tomaram para si mulheres, aquelas que, entre todas, mais lhes agradaram. 3 Então o Senhor disse: — O meu Espírito não agirá para sempre no ser humano, pois este é carnal; e os seus dias serão cen‑ to e vinte anos. 32 Noé tinha quinhentos anos de idade e gerou Sem, Cam e Jafé. A corrupção do gênero humano 6 1 Quando as pessoas começaram a se multiplicar sobre a face da terra e tiveram filhas, 2 os filhos 5.32 Embora este versículo dê a impressão de continuar o padrão genealógico usado nos vs. 3‑31, a nomeação dos três filhos, Sem, Cam e Jafé, finaliza a lista. Um final semelhante aparece na conclusão da genealogia de Sem em 11.10‑26. 6.1‑8 A malevolência da humanidade. A listagem bastante específica de descendentes no cap. 5 é imediatamente seguida por esta curta passagem que explica por que Deus enviou o dilúvio para punir toda a humanidade. Mas esta passagem termina reconhecendo que, em contraste com todos os outros, Noé (apresentado em 5.28‑32) encontra graça aos olhos de Deus. 6.1—8.22 O relato de um dilúvio, incluído na epopeia de Gilgamesh, foi en‑ contrado na literatura mesopotâmica. Ele apresenta muitas semelhanças com a narrativa bíblica. Certo homem chamado Utnapishtim construiu uma arca, carregou ‑a de animais e sobreviveu a uma chuva torrencial. A relação entre os dois relatos, se houver, é incerta, embora a aparente história de uma inunda‑ ção na Mesopotâmia dê algum apoio e confirmação para a historicidade do acontecimento bíblico. Ou seja, a existência de tais histórias em outras fontes indica que a Bíblia de fato preserva a memória de uma ocorrência importante, assim como a literatura mesopotâmica. Há também diferenças fundamentais entre o relato da Bíblia e o da Mesopotâmia, em particular no que diz respeito ao que teria motivado Deus, ou os deuses, a enviar o dilúvio. 6.1‑2 as pessoas começaram a se multiplicar. A temática da multiplica‑ ção é introduzida por Deus pela primeira vez em 1.28, onde é apresentada sob uma ótica muito positiva e vista como algo necessário para cumprir seus planos para a terra. A presente passagem, no entanto, revela que esta tarefa determinada por Deus leva ao aumento da maldade sobre a terra à proporção que a população se expande. Esse problema é exacerbado pela vida conjunta dos filhos de Deus e as filhas dos homens (6.2). A identidade de ambos os grupos é incerta, e várias proposições têm sido defendidas, embora nenhuma tenha ganhado apoio universal. Vários estudiosos propuseram que os “filhos de Deus” são: (1) anjos caídos (cf. Jó 1.6; alguns, no entanto, sugerem que isso contradiz Mc 12.25, embora a referência em Marcos seja anjos no céu; veja também 2Pe 2.4‑5; Jd 5‑6); ou (2) juízes ou reis humanos tirânicos (na linhagem ímpia de Lameque, possivelmente, endemoniados); ou (3) os segui‑ dores de Deus entre os descendentes masculinos de Sete (ou seja, a piedosa linhagem de Sete, mas que se casaram com as filhas ímpias de Caim). Embora seja difícil determinar qual dessas três visões possa estar correta, é evidente que o tipo de relação descrita aqui envolveu perversão sexual grave de alguma espécie, em que os “filhos de Deus” viram e com impunidade tomaram para si todas as mulheres (“filhas do homem”) que quiseram. A sequência aqui em Gn 6.2 (“viram… bonitas [boa]… tomaram”) é paralela à sequência da queda em 3.6 (“viu… boa… tomou”). Em ambos os casos, algo de bom na criação de Deus é usado em desobediência e rebelião pecaminosa contra Deus, resultando em consequências trágicas. Apenas Noé permanece longe desse pecado. (Veja nota 1Pe 3.19). 6.3 Deus anuncia que, devido à natureza imoral das pessoas, os seus dias serão cento e vinte anos. Há duas possíveis interpretações para esse número de anos: tanto que a vida dos seres humanos não excederia 120 anos, ou que a vinda do dilúvio seria antecipada em 120 anos. Enquanto a última interpretação é mais simples, a primeira interpretação é atraente, e seria verdadeira como uma generalização, embora alguns que viveram depois do dilúvio (por exemplo, Abraão) desfrutaram de uma vida de mais de 120 anos. TABELAS, GRÁFICOS E MAPAS Ao longo desta Bíblia, o leitor encontrará tabelas, gráficos e ma- pas nas próprias notas de estudo. Esses recursos tratam de temas relacionados ao texto bíblico das notas e servem para contextuali- zá-lo e sistematizar informações sobre ele. ILUSTRAÇÕES Presentes também ao longo das notas de estudo, ajudam a visualizar elementos como es- truturas físicas (templos, casas, construções), objetos e outros de- talhes culturais. AS VESTES SAGRADAS DO SUMO SACERDOTE A ilustração mostra as vestes sagradas usadas pelos sacerdotes (Êx 28; 39). A mitra de linho fino levava uma lâmina de ouro puro polido, na qual foi gravada a expressão, em hebraico, “Santidade ao Senhor”. A estola sacerdotal (uma peça de linho colorido sobre o tronco presa por um cinto habilmente tecido) tinha duas ombreiras, cada uma com uma pedra de ônix. O nome dos 12 filhos de Israel foram gravados sobre essas duas pedras. O tecido do peitoral do juízo tinhaquatro linhas, cada uma com três pedras preciosas. Cada uma dessas pedras tinha gravado o nome de uma das tribos de Israel. O peitoral também continha o Urim e o Tumim e era preso à estola sacerdotal por argolas e correntes de ouro. A sobrepeliz azul era usada sob a estola sacerdotal (Lv 8.7‑8); romãs de pano forravam a borda, onde se alternavam um sininho de ouro e uma romã. A túnica branca trançada e de linho fino provavelmente era presa pelo cinto bordado sob a sobrepeliz. 40.16‑33 Em correspondência com as declarações repetidas de que o povo fez tudo o que o Senhor ordenara a Moisés em relação à construção do tabernáculo e de seus itens (veja 39.1,5,7,21,26,29,31‑42), esta seção en‑ fatiza que, quando armou o tabernáculo, Moisés fez tudo segundo o Senhor lhe havia ordenado (40.16); e repete que tudo foi feito segundo o Senhor havia ordenado a Moisés (vs. 19,21,23,25,27,29,32‑33) e que ele acabou a obra (v. 33). A estrita obediência do povo aos mandamentos de Deus demonstrou seu arrependimento após o incidente do bezerro de ouro e tornou possível o cumprimento da promessa de Deus de habitar no meio deles (vs. 34‑38). 40.34‑38 A glória do Senhor. A repetição na narrativa destes versículos enfatiza que o Senhor está presente com toda a sua glória no meio do seu povo; o tabernáculo (vs. 34‑36,38) deveria ser a tenda do encontro (v. 34) onde a presença do Senhor foi representada pela nuvem (vs. 34‑38) e pelo fogo (v. 38), de modo que tudo, inclusive o povo, fosse santificado pela glória do Senhor (vs. 34‑35; veja nota 16.7) e para que se saiba que ele era o Deus de Israel, aquele que os tirara da terra do Egito a fim de que pudesse habitar no meio deles (veja 29.43‑46). Quando Salomão construiu o templo, “a glória encheu a casa do Senhor” (1Rs 8.10‑11, ecoando estes versículos). 187 ÊXODO 40 o Senhor havia ordenado a Moisés. 30 Pôs a bacia entre a tenda do encontro e o altar e a encheu de água, para se lavar. 31 Nela, Moisés, Arão e seus filhos lavavam as mãos e os pés, 32 quan‑ do entravam na tenda do encontro e quando se aproximavam do altar, segundo o Senhor havia ordenado a Moisés. 33 Levantou também o átrio ao redor do tabernáculo e do altar e pendurou o cortinado da porta do átrio. Assim Moisés aca‑ bou a obra. A nuvem cobre o tabernáculo Nm 9.15‑23 34 Então a nuvem cobriu a tenda do encon‑ tro, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo. 35 Moisés não podia entrar na tenda do encontro, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. 36 Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os fi‑ lhos de Israel seguiam adiante, em todas as suas jornadas; 37 se a nuvem, porém, não se levantava, não seguiam adiante, até o dia em que ela se le‑ vantava. 38 De dia, a nuvem do Senhor repousava sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas. unção lhes será por sacerdócio perpétuo de gera‑ ção em geração. O tabernáculo é armado 16 E Moisés fez tudo segundo o Senhor lhe havia ordenado. 17 No primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês, o tabernáculo foi armado. 18 Moisés ergueu o tabernáculo, pôs as suas bases, armou as suas tábuas, colocou nele as suas vigas superiores e levantou as suas co‑ lunas; 19 estendeu a tenda sobre o tabernáculo e pôs a cobertura da tenda por cima, segundo o Senhor havia ordenado a Moisés. 20 Pegou o testemunho e o pôs na arca, passou os cabos na arca e pôs o propiciatório em cima da arca. 21 Introduziu a arca no tabernáculo, pendurou o véu do cortinado e com ele cobriu a arca do testemunho, segundo o Senhor havia ordena‑ do a Moisés. 22 Pôs também a mesa na tenda do encontro, ao lado do tabernáculo, para o nor‑ te, fora do véu, 23 e sobre ela pôs em ordem os pães da proposição diante do Senhor, segundo o Senhor havia ordenado a Moisés. 24 Pôs tam‑ bém, na tenda do encontro, o candelabro diante da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul, 25 e preparou as lâmpadas diante do Senhor, segun‑ do o Senhor havia ordenado a Moisés. 26 Pôs o altar de ouro na tenda do encontro, diante do véu, 27 e acendeu sobre ele o incenso aromáti‑ co, segundo o Senhor havia ordenado a Moisés. 28 Pendurou também o cortinado da porta do ta‑ bernáculo, 29 pôs o altar do holocausto à porta do tabernáculo da tenda do encontro e ofereceu sobre ele holocausto e oferta de cereais, segundo xvii como UsaR os RecURsos... AS SETENTA SEMANAS DE DN 9 605 a.C. Exílio (Dn 1.1) Messias morre após 69 semanas (3 de abril de 33 d.C.) 586 Queda de Jerusalém 538 Decreto de Ciro (Ed 1) 458 Decreto de Artaxerxes (Ed 7) 445 Decreto de Artaxerxes (Ne 2.1,5) 164 Judas Macabeus purifica o templo; morte de Antíoco IV 26—33 d.C. Messias 70 Destruição de Jerusalém Arrebata- mento Segunda vinda Vi sã o m ac ab ei a 7 “semanas” + 62 “semanas” 70ª “semana” Vi sã o di sp en sa ci on al is ta 70 anos de cativeiro 7 “semanas” + 62 “semanas” (= 483 anos) Entrada triunfal (30 de março de 33 d.C.) “O grande parêntese” Abominação da desolação (Mt 24.15; 2Ts 2.4) 7 anos “70ª semana” 3½ anos 3½ anos O Anticristo faz aliança com judeus Vi sã o pr et er is ta 70 anos de cativeiro 7 “setes”+ 62 “setes” 70º “sete” Batismo de Jesus para ungir o Santo dos Santos Messias morre; confirmação da nova aliança Vi sã o fu tu ri st a 70 anos de cativeiro 7 “setes”+ 62 “setes” Messias morre; confirmação da nova aliança 70º “sete” Fim do sacrifício no “meio” da 70ª semana ascético por três semanas. Ele seguiu sem comer alimentos como carne nem consumiu vinho, e absteve ‑se das loções que tornavam a vida mais confortável num local seco, com clima desértico. 10.5‑6 Ao final do período de jejum de Daniel, ele recebeu a visão de um ser celestial, vestido de um homem vestido de linho, com um cinto de ouro puro. O corpo dele brilhava com uma luz interior, como o berilo, uma pedra preciosa cintilante, e seu rosto brilhava como um relâmpago, com olhos como tochas de fogo e os seus braços e os seus pés eram feito polido. a voz das suas palavras ecoava como o estrondo de uma multidão. No entanto, essa figura gloriosa foi incapaz de completar sua tarefa sem a ajuda de Miguel, um dos primeiros príncipes (v. 13), por isso é improvável que essa tenha sido uma manifestação física de Deus ou de Cristo. Mais provavelmente, ele é um dos assistentes angelicais de Deus, que refletem a glória de seu mestre (veja Ez 1; 10). A revelação da glória de Deus brilhando através dessa poderosa criatura foi esmagadora, derrubando Daniel no chão e fazendo seus companheiros correrem para se esconder. a Ez 9.2 b Ap 1.13; 15.6 c Ap 1.15 d Dn 7.28 e Dn 8.18 f Dn 9.23 Daniel 10 1494 7 Só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo nada viram, mas ficaram com muito medo, fugiram e se esconderam. 8 Assim, fiquei sozinho e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim. O meu rosto mudou de cor e se des‑ figurou, d e perdi as forças. 9 Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo essa voz, caí sem sentidos, com o rosto em terra. e 10 Eis que a mão de alguém tocou em mim, e me ajudou a ficar de joelhos, apoiado nas palmas das mãos. 11 Ele me disse: — Daniel, homem muito amado, f esteja atento fiquei de luto por três semanas. 3 Não comi nada que fosse saboroso, não provei carne nem vinho, e não me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas. 4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu na margem do grande rio Tigre, 5 le‑ vantei os olhos e vi um homem vestido de linho, a com um cinto de ouro puro de Ufaz na cintura. b 6 O seu corpo era como o berilo, o seu rosto parecia um relâmpago, os seus olhos eram como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido, c e a voz das suas palavras era como o barulho de uma multidão. GEDALIAS É ASSASSINADO 586 a.C. Depois do despovoamento total de Judá(com exceção dos mais pobres de seus habitantes, por exemplo), os babilônios colocaram um novo governador, Gedalias, em Mispa. Entre os novos oficiais de Gedalias estava Ismael, um membro da família real de Judá. O rei Baalis dos amonitas incitou Ismael a assassinar Gedalias em Mispa, e então ele matou muitos peregrinos de Siquém, Siló e Samaria e levou cativos para Gibeão. Outro líder chamado Joanã, no entanto, ultrapassou Ismael em Gibeão e libertou os cativos, mas Ismael escapou para Amom. Temendo o que os babilônios poderiam fazer em retaliação pelo assassinato de Gedalias, muitos cativos libertados fugiram para o Egito. 40.13‑14 Aparentemente, os ex ‑soldados (vs. 7‑9) gostaram de Ge‑ dalias, pois o advertiram de um complô contra sua vida envolvendo Baalis, rei dos filhos de Amom, e Ismael, um dos “capitães dos exércitos que estavam no campo” (vs. 7‑8), mas ele não lhes deu crédito. Os amonitas se opuseram à Babilônia (27.3) e, portanto, a Gedalias. O registro arqueológico confirma a existência de “Baalis, rei dos amonitas” no séc. 6 a.C. Um selo amonita dessa época diz: “Per‑ tencente a Baalis, rei dos amonitas”. Uma inscrição de Tel el ‑Umeiri na Jordânia, em uma impressão de selo de um funcionário da alta corte diz: “Milqom servo de Baalis.” 40.15‑16 Mais uma vez Joanã advertiu Gedalias da trama contra ele feita por Ismael (veja nota aos vs. 13‑14), desta vez recomendando um ataque a 2Rs 25.22‑24 1339 JeRemiaS 40 11 Da mesma forma, todos os judeus que estavam em Moabe, entre os filhos de Amom e em Edom e os que havia em todas aquelas terras ouviram que o rei da Babilônia havia deixa‑ do um remanescente em Judá e que havia nomea‑ do Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, como governador sobre eles. 12 Então todos esses judeus voltaram de todos os lugares para onde tinham sido dispersos e vieram à terra de Judá, para junto de Gedalias, em Mispa. E colheram vinho e frutas de verão em grande abundância. Ismael conspira contra Gedalias 13 Joanã, filho de Careá, e todos os comandantes dos exércitos que estavam no campo foram até Ge‑ dalias, em Mispa, 14 e lhe disseram: — Você sabia que Baalis, rei dos filhos de Amom, enviou Ismael, filho de Netanias, para matar você? Mas Gedalias, filho de Aicão, não lhes deu cré‑ dito. 15 Então Joanã, filho de Careá, disse a Geda‑ lias em segredo, em Mispa: no campo, eles e seus soldados, ouviram que o rei da Babilônia havia nomeado Ge‑ dalias, a filho de Aicão, como governador da terra, e que lhe havia confiado os homens, as mulheres, os meninos e os mais pobres da terra que não fo‑ ram levados ao exílio, para a Babilônia, 8 foram fa‑ lar com ele em Mispa. Esses capitães eram Ismael, filho de Netanias, Joanã e Jônatas, filhos de Careá, Seraías, filho de Tanumete, os filhos de Efai, o netofatita, Jezanias, filho do maacatita. Com eles estavam os seus soldados. 9 Gedalias, filho de Ai‑ cão, filho de Safã, jurou a esses capitães e aos seus soldados, dizendo: — Vocês não precisam ter medo dos oficiais dos caldeus. Fiquem na terra, sirvam o rei da Babilô‑ nia, e tudo irá bem com vocês. 10 Quanto a mim, eis que ficarei em Mispa, para estar às ordens dos caldeus que vierem a nós. Quanto a vocês, colham as uvas para o vinho, as frutas de verão e o azeite. Ponham tudo nas suas vasilhas e morem nas cida‑ des que vocês tomaram. R io Jo rd ão M a r M o rt o AMOM JUDÁ SAMARIA IDUMEIA DOR Siló Siquém Samaria Rabá Jericó Mispa Laquis Jerusalém Betel Mispa Gibeão Gibeá Micmás Jerusalém Belém Nobe Ramá Hebrom Gibeão Berseba Azeca Para o EGITO Ismael foge para Gibeão e Amom Os habitantes da Judeia fogem para o Egito para escapar da retaliação da Babilônia 0 20 30 km10 JS 1.1‑9 COMO SUMÁRIO DO LIVRO Item do “sumário” Correspondente “Prepare ‑se, agora, e passe este Jordão… entre na terra que eu vou dar aos filhos de Israel” (1.2‑5) Israel conquista Canaã (1.10—12.24) “você fará este povo herdar a terra” (1.6) A herança de Israel é distribuída (13.21) “seja forte e muito corajoso para que você tenha o cuidado de fazer segundo toda a Lei…” (1.7‑9) Renovação da aliança (caps. 22—24) PREPARAÇÃO PARA ENTRAR EM CANAÃ c. 1406/1220 a.C. Josué se preparou para entrar em Canaã enviando dois espias de Sitim para observar a terra e a cidade de Jericó. Os espias passaram a primeira noite em Jericó, na casa de Raabe, a prostituta. Ela escondeu os homens e mandou embora os soldados enviados pelo rei de Jericó para capturá ‑los. Depois de viajar para as montanhas e se esconder por três dias, os espias se dirigiram para o outro lado do rio Jordão para relatar a Josué em Sitim. Rio Jordão Mar Morto Jerusalém Jericó Gilgal Betel Ai? Sitim 0 5 10 km 1.12 Sobre as instruções de Moisés aos rubenitas, aos gaditas e à meia tribo de Manassés, veja Nm 32.6‑7,16‑18,28; Dt 3.18‑20. “Todo Israel” deveria ser envolvido na conquista. 1.13 Como a noção do AT de shalom (“paz”, “bem ‑estar”), descanso (hebr. nuakh) sugere a ausência de ameaça, o prazer da herança, a segurança dentro das fronteiras da terra, um estado de bem ‑estar geral. O descanso é normal‑ mente precedido de trabalho, como no relato da criação (Gn 2.2‑3) ou na celebração do sábado (Êx 20.8‑11; Dt 5.12‑15), ou até mesmo pela guerra (Js 21.44; 23.1). O autor de Hebreus usa estes versículos do AT juntos na ex‑ pectativa de um descanso espiritual presente e futuro (Hb 4) e incentiva seus leitores a esforçarem ‑se para “entrar naquele descanso” (Hb 4.11). 1.14 as mulheres de vocês… fiquem na terra. Só os homens deveriam participar de combates (cf. nota Jr 50.37). 1.17 Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a você. No antigo Oriente Próximo, uma mudança de liderança normalmente envolvia um compromisso de lealdade ao novo líder. cap. 2 Josué, os espias e Raabe. No cap. 1, Josué recebeu seu novo cargo. No cap. 2, ele começa a “assumir o comando”. As aventuras dos espias forne‑ cem o fio narrativo central em torno do qual o capítulo é escrito. Entretanto, tão ou mais importante é o fato de Raabe escapar do julgamento vindouro. 2.1 enviou… dois espias. O envio dos dois espias, para reunirem informa‑ ções sobre o território hostil, ressalta a habilidade de Josué como líder e sua c Dt 7.24 d Dt 31.6,8; Hb 13.5 e Dt 31.6‑7,23 f Dt 5.32 g Sl 1.1‑3 h Dt 29.9 i Nm 32.28‑32; Dt 3.18‑20; Js 22.1‑6 369 JOSUé 1 — 2 13 — Lembrem ‑se do que Moisés, servo do Senhor, ordenou a vocês, dizendo: “O Senhor, seu Deus, está dando descanso a vocês e lhes dará esta terra. 14 Que as mulheres de vocês, as crianças e o gado fiquem na terra que Moisés lhes deu des‑ te lado do Jordão. Mas vocês, todos os valentes, passarão armados na frente de seus irmãos e os ajudarão, 15 até que o Senhor conceda descanso aos irmãos de vocês, como deu descanso a vocês, e eles também tomem posse da terra que o Senhor, o Deus de vocês, lhes dá. Depois, vocês poderão voltar e tomar posse da terra que Moisés, servo do Senhor, lhes deu por herança deste lado do Jordão, para o nascente do sol.” i 16 Eles responderam a Josué: — Tudo o que você nos ordenou faremos e aonde quer que você nos enviar iremos. 17 Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a você; tão somente esteja com você o Senhor, seu Deus, como esteve com Moisés. 18 Todo homem que se rebelar contra as ordens que você der e não obede‑ cer às suas palavras em tudo o que você lhe ordenar será morto; tão somente seja forte e corajoso. Os espias e Raabe 2 1 Da localidade de Sitim, Josué, filho de Num, enviou secretamente dois espias, dizendo: — Vão e observem a terra e a cidade de Jericó. sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você. c Não o deixarei, nem o abandonarei. d 6 Seja forte e e corajoso, por‑ que você fará este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar aos pais deles. 7 Tão somente seja forte e muito corajoso para que você tenha o cuidado de fazer segundo toda a Lei que o meuservo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, f para que seja bem ‑sucedido por onde quer que você andar. 8 Não cesse de falar deste Li‑ vro da Lei; pelo contrário, medite nele dia e noite, g para que você tenha o cuidado de fazer segundo tudo o que nele está escrito; então você prosperará e será bem ‑sucedido. h 9 Não foi isso que eu orde‑ nei? Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fi‑ que assustado, porque o Senhor, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar. Preparação para atravessar o Jordão 10 Então Josué deu ordens aos chefes do povo, dizendo: 11 — Passem pelo meio do arraial e ordenem ao povo, dizendo: “Preparem a comida, porque, daqui a três dias, vocês vão atravessar este Jordão, para que entrem na terra que o Senhor, seu Deus, lhes dá para que tomem posse dela.” 12 Josué falou aos rubenitas, aos gaditas e à meia tribo de Manassés, dizendo: 4.34‑49 Resultados do segundo censo. Os levitas entre trinta e cinquenta anos totalizaram oito mil quinhentos e oitenta, pouco mais de um terço do total de 22 mil (3.39). Este capítulo mostra novamente os preparativos para a marcha até Canaã. Também sublinha mais uma vez a perigosa santidade de Deus: não se podia chegar a ele de qualquer maneira. Também é enfatizada a importância do ministério dos levitas, que tornavam possível o transporte do tabernáculo para a terra e guardava ‑o dos intrusos. 5.1—6.27 Limpeza do arraial. Em preparação para a marcha em direção à Terra Santa, o arraial de Israel devia ser limpo de toda a imundície. O conceito de impureza (isto é, o que repugna e aborrece a Deus) é muito importante na Bíblia, e suas características no AT são explicadas mais detalhadamente em Lv 11—16. (O NT mostra que algumas coisas rotuladas como impuras no período do AT — por exemplo, determinados gêneros alimentícios — foram assim designados por razões didáticas apenas até a vinda de Cristo, veja notas a Mc 7.19; At 15.1; 15.19‑21; Gl 2.11‑12; 4.10; 5.1). As impurezas variam em gra‑ vidade: leves (causadas por atos conjugais; Lv 15.18), moderadas (causadas por doenças de pele; Lv 13) e graves (desencadeadas por pecados como idolatria, adultério e homicídio). Uma impureza grave levou os cananeus a perder a terra, e o mesmo poderia acontecer com Israel (Lv 20.22‑23). Pessoas que estavam impuras eram proibidas de participar do culto, pois sua impureza poderia de alguma forma contaminar o tabernáculo, o que tornaria impossível que Deus habitasse ali. O Dia da Expiação foi concebido para limpar o tabernáculo uma vez por ano (Lv 16), a fim de assegurar a presença contínua de Deus com o seu povo. Estes regulamentos de Nm 5—6 são preventivos: pretendiam eliminar a impureza do arraial, para que o tabernáculo permanecesse puro e Deus ficasse com o seu povo durante a jornada para Canaã. O princípio de que somente o purificado pode pertencer ao Reino dos Céus é reafirmado em Ef 5.5; Ap 21.27; 22.14‑15. 5.1‑4 Exclusão dos impuros. Os impuros são excluídos dos acampamentos tribais no cap. 2 e deviam viver em lugares como cavernas ou tendas no deserto, separados do povo (cf. Lv 13.46; 2Rs 7.3). 5.2 leproso. As doenças de pele são descritas em Lv 13. algum morto. Para impureza causada por morte, veja Nm 19.11‑22. fluxo. Veja notas em Lv 15. NÚMEROS 4 — 5 248 filhos de Merari, segundo as suas famílias e se‑ gundo a casa de seus pais, 43 da idade de trinta anos para cima até os cinquenta, todo aquele que entrou neste serviço, para exercer algum encargo na tenda do encontro, 44 os que deles foram con‑ tados, segundo as suas famílias, foram três mil e duzentos. 45 São estes os que foram contados das famílias dos filhos de Merari, os quais Moisés e Arão contaram, segundo o mandado do Senhor, por Moisés. Número de todos os levitas 46 Todos os que foram contados dos levitas, con‑ tados por Moisés, Arão e os chefes de Israel, segun‑ do as suas famílias e segundo a casa de seus pais, 47 da idade de trinta anos para cima até os cinquen‑ ta, todos os que entraram para cumprir a tarefa do serviço e a de levarem cargas na tenda do encon‑ tro, 48 os que deles foram contados foram oito mil quinhentos e oitenta. 49 Segundo o mandado do Senhor, por Moisés, foram designados, cada um para o seu serviço e a sua carga; e deles foram con‑ tados, como o Senhor havia ordenado a Moisés. O leproso e o impuro são lançados fora do arraial 5 1 O Senhor disse a Moisés:2 — Ordene aos filhos de Israel que expulsem do arraial todo leproso, todo o que tiver um flu‑ xo e todo impuro por ter tocado em algum morto. 3 Tanto homem como mulher devem ser expulsos do arraial, para que não contaminem o arraial, no meio do qual eu habito. 4 Os filhos de Israel fizeram assim e os expul‑ saram do arraial. Como o Senhor havia falado a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. redor, as suas bases, as suas estacas e as suas cor‑ das, com todos os seus utensílios e com tudo o que pertence ao seu serviço; e vocês designarão, nome por nome, os objetos que eles devem levar. 33 Este é o encargo das famílias dos filhos de Merari, se‑ gundo todo o seu serviço, na tenda do encontro, sob a direção de Itamar, filho de Arão, o sacerdote. Número dos coatitas 34 Moisés, Arão e os chefes do povo contaram os filhos dos coatitas, segundo as suas famílias e se‑ gundo a casa de seus pais, 35 da idade de trinta anos para cima até os cinquenta, todo aquele que entrou neste serviço, para exercer algum encargo na ten‑ da do encontro. 36 Os que deles foram contados, se‑ gundo as suas famílias, foram dois mil setecentos e cinquenta. 37 São estes os que foram contados das famílias dos coatitas, todos os que serviam na ten‑ da do encontro, os quais Moisés e Arão contaram, segundo o mandado do Senhor, por Moisés. Número dos gersonitas 38 Os que foram contados dos filhos de Gérson, segundo as suas famílias e segundo a casa de seus pais, 39 da idade de trinta anos para cima até os cin‑ quenta, todo aquele que entrou neste serviço, para exercer algum encargo na tenda do encontro, 40 os que deles foram contados, segundo as suas famí‑ lias, segundo a casa de seus pais, foram dois mil seiscentos e trinta. 41 São estes os que foram con‑ tados das famílias dos filhos de Gérson, todos os que serviam na tenda do encontro, os quais Moisés e Arão contaram, segundo o mandado do Senhor. Número dos meraritas 42 Os que foram contados das famílias dos REFERÊNCIAS INTERNAS As notas de estudo muitas vezes remetem o leitor a outros recursos desta Bíblia, como intro- duções, gráficos, mapas e outras notas. Siga essas referências para se aprofundar no estudo que de- seja fazer. serpente, o que a narrativa já sugere ao dar ‑lhe a capacidade de falar e o teor vil de suas palavras. Embora este capítulo não deixe explícita a identificação da serpente como Satanás, essa identificação é legítima e vai claramente de encontro ao que João viu em Ap 12.9; 20.2. O tema da descendência da mulher inicia ‑se em Gn 4.25 com o nascimento de Sete; a partir daí, o restante do livro de Gênesis traça a linhagem dos descendentes de Sete observando que ela fatalmente desembocará em um rei por meio do qual todas as nações da terra serão abençoadas (veja na Introdução a Gênesis: “Resumo da história da salvação”). Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar. Alguns estudiosos sugerem que, ao dizer “você”, foca ‑se um descendente em parti‑ cular. Dentro do contexto bíblico geral, esta esperança se torna realidade em Jesus Cristo, que é claramente apresentado como o opositor de Satanás no NT (Hb 2.14; 1Jo 3.8; cf. Mt 12.29; Mc 1.24; Lc 10.18; Jo 12.31; 16.11; 1Co 15.24; Cl 2.15), sendo também ele mesmo ferido. 3.16 Como forma de punir a mulher por seu pecado de desobediência, Deus a sentencia a sofrer dor (hebr. ‘itstsabon) ao dar à luz. Isso atinge o cerne do caráter distintivo da mulher, já que era “a mãe de todos os seres humanos” (v. 20). O seu desejo será para o seu marido, e ele a governará.Estas palavras do Senhor indicam que haveria uma luta contínua entre a mulher e o homem para assumir a liderança no relacionamento conjugal. Tanto a relação de complementaridade entre marido e mulher como o papel de liderança do marido, ambos estabelecidos por Deus antes da queda, foram então profun‑ damente danificados e distorcidos pelo pecado. Isto especialmente toma a forma de desejo desordenado (por parte da esposa) e papel dominador (por parte do marido). O termo hebraico aqui traduzido como “desejo” (teshuqah) é raramente encontrado no AT. Mas aparece novamente em 4.7, em um co‑ municado que se aproxima bastante de 3.16, isto é, onde o Senhor diz a Caim, pouco antes de este último assassinar seu irmão: “O desejo dele [do pecado] será contra você, mas é necessário que você [Caim] o domine” (no que ele falha imediatamente, ao assassinar seu irmão, como visto em 4.8). Da mesma forma, o resultado do pecado original da rebelião de Adão e Eva contra Deus traz consequências desastrosas para a sua relação: (1) Eva terá o “desejo” pecador de se opor a Adão e afirmar a liderança sobre ele, revertendo o plano inicial de Deus para a liderança de Adão no casamento. Mas (2) Adão também vai abandonar o papel dado por Deus que ele tinha antes da queda: a função de líder, guarda e cuidador de sua esposa, substituindo ‑o por seu desejo distorcido e pecaminoso de “dominar” Eva. Assim, uma das mais trágicas consequências da rebelião de Adão e Eva contra Deus é um contínuo conflito prejudicial entre marido e mulher no casamento, impulsionado pelo comportamento pecador de ambos em oposição aos respectivos papéis e responsabilidades dados por Deus no casamento. (Veja as notas de Ef 5.21‑32 para o padrão do NT para o casamento fundado na obra redentora de Cristo.) 3.17‑19 A punição divina para o homem envolve seu relacionamento com a própria terra, da qual foi formado (veja nota 2.5‑7). Por haver comido o que fora proibido a ele, teria de batalhar para comer no futuro. Dada a abundância de alimento que Deus providenciou no jardim, este julgamento reflete uma reprovação de Deus. Adão deixaria de se beneficiar da abundância do jardim e teria que trabalhar na terra, da qual fora tomado (3.23; veja nota 2.8‑9). A punição não é o trabalho em si (cf. 2.15), mas sim as dificuldades e a frustração (ou seja, “dor”, itstsabon, cf. 3.16) que acompanham o trabalho do homem. Dizer que a terra é maldita (hebr. ’arar, v. 17) e que produzirá espinhos e ervas daninhas (v. 18) indica que a produtividade abundante que fora vista no Éden não será mais a mesma. Subjacente a este julgamento, há uma perturbação do relacionamento harmonioso que existia originalmente entre o ser humano e a natureza. 3.19 Além disso, o corpo do homem voltará à terra (v. 19), ou seja, ele vai morrer (o que não fazia parte da ordem criadora original; cf. Rm 5.12). Por isso, a Bíblia vislumbra um tempo em que a natureza será liberta das consequências do pecado humano — isto é, a natureza vai deixar de ser a arena da punição —, e que finalmente haverá pessoas glorificadas para gerenciá ‑la em todo o seu potencial (Rm 8.19‑22). 3.20‑21 As palavras do julgamento divino da serpente, da mulher e do homem são imediatamente seguidas por duas observações que no final transmitem uma sensação de esperança. Em primeiro lugar, o homem dá a sua mulher o nome de Eva (v. 20), que significa “doadora de vida”. Em segundo lugar, Deus veste o casal (v. 21). Embora esta ação confirme que o casal humano agora sente vergonha de sua nudez na presença de Deus, ela também sugere que Deus ainda se preocupava com suas criaturas. Pelo fato de Deus fornecer roupas para vestir Adão e Eva, exigindo, portanto, a morte de um animal para cobrir a nudez deles, muitos veem aqui um paralelo relacionado a (1) o sistema de sacrifícios de animais para expiar o pecado, mais tarde instituído por Deus por meio da liderança de Moisés em Israel, e (2) a eventual morte sacrificial de Cristo como expiação pelo pecado. 3.22‑24 O casal é expulso do jardim. Deus começa uma frase no v. 22 e aparentemente para sem terminá ‑la: que o homem viva eternamente (em sua condição pecaminosa) é um pensamento insuportável, e Deus não perde tempo em prevenir isso (“Por isso o Senhor Deus o expulsou do jardim do Éden”). A árvore da vida, então, provavelmente servia, de alguma forma, para confirmar uma pessoa na sua condição moral (cf. Pv 3.18; 11.30; 13.12; Ap 2.7; 22.2,14,19). De acordo com Gn 2.15, o homem foi colocado no jardim para trabalhar, manter e guardar esse lugar. Fora do jardim, o homem terá que trabalhar o solo, mas a tarefa de manter ou guardar o jardim é dada aos que‑ rubins (3.24). Ao permitir ‑se ser manipulado pela serpente, o casal falhou no cumprimento do seu dever sacerdotal de guardar o jardim. Consequentemente, o seu estado sacerdotal é removido quando ambos são colocados para fora do santuário. A posição dos querubins ao a leste do jardim é refletida no tabernáculo e no templo, onde querubins eram um componente importante na estrutura e no mobiliário (veja A arca da aliança, p. 163). cap. 4 Os filhos de Adão e Eva. Este capítulo mostra a humanidade mergu‑ lhando ainda mais em pecado: Caim assassina seu irmão, e seu descendente g Rm 16.20 h Gn 5.29; Rm 8.20‑22 i Jó 5.7; 14.1 j Sl 90.3; Ec 12.7 k Gn 2.9; Ap 22.14 GÊNESIS 3 — 4 34 por ser a mãe de todos os seres humanos. 21 O Senhor Deus fez roupas de peles, com as quais vestiu Adão e sua mulher. 22 Então o Senhor Deus disse: — Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal. É preciso im‑ pedir que estenda a mão, tome também da árvore da vida, k coma e viva eternamente. 23 Por isso o Senhor Deus o lançou fora do jar‑ dim do Éden, para cultivar a terra da qual havia sido tomado. 24 E, depois de lançar fora o homem, Deus colocou querubins a leste do jardim do Éden e uma espada flamejante que se movia em todas as direções, para guardar o caminho da árvore da vida. Caim e Abel 4 1 Adão teve relações com Eva, a sua mulher. Ela ficou grávida e deu à luz Caim. Então ela disse: e o descendente dela. Este lhe ferirá a cabe‑ ça, g e você lhe ferirá o calcanhar. 16 E à mulher ele disse: — Aumentarei em muito os seus sofri‑ mentos na gravidez; com dor você dará à luz filhos. O seu desejo será para o seu marido, e ele a governará. 17 E a Adão disse: — Por ter dado ouvidos à voz de sua mulher e comido da árvore que eu havia ordenado que não comesse, maldita é a terra h por sua causa; em fa‑ digas você obterá dela o sustento durante os dias de sua vida. i 18 Ela produzirá também espinhos e ervas daninhas, e você comerá a erva do campo. 19 No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, pois dela você foi formado; por‑ que você é pó, e ao pó voltará. j 20 E o homem deu à sua mulher o nome de Eva, A arqueologia e a confiabilidade do Antigo Testamento Definição de arqueologia A arqueologia pode ser definida como o estu- do sistemático dos restos materiais do comporta- mento humano no passado. Tais restos incluem documentos escritos e objetos da vida cotidiana preservados em uma condição frágil ou degra‑ dada. Na realidade, como o arqueólogo Stuart Piggott celebremente observou, a arqueologia é a “ciência do entulho”. De fato, os arqueólogos empregam tempo e esforços em amontoados de refugo antigo há tempo esquecidos: potes que‑ brados, construções destroçadas e documentos despedaçados. Propósito e objetivo da arqueologia O objetivo da arqueologia é descobrir, re‑ gistrar, observar e preservar os restos de anti‑ guidade que estavam enterrados e usá ‑los para ajudar a reconstruir a vida antiga. Na verdade, a arqueologia é apenas uma das inúmeras disci‑ plinas que contribuem para a compreensão dos tempos e modos antigos. Outros campos, como paleografia e epigrafia (o estudo de inscrições e sistemas de escrita antiga), história, linguística, numismática (o estudo de moedas) e literatura, também são utilizadospara recuperar a antigui‑ dade. A arqueologia pode pintar apenas parte do quadro; ela não é exaustiva. Por exemplo, o sítio arqueológico de Megido tem sido excessivamente escavado desde o final do séc. 19 e, não obstante, apenas uma porção dele foi descoberta. O que a arqueologia proporciona para a reconstrução da vida antiga em Megido é gradual e fragmentado. Não se pode esperar um quadro completo apenas por meio da arqueologia. A arqueologia nas terras bíblicas tem um pas‑ sado diversificado. Ela começou em meados do séc. 19, com pioneiros ocidentais que viajaram pela Palestina a cavalo, com uma bússola na mão, tentando identificar e marcar locais antigos do tempo da Bíblia. A escavação efetiva não come‑ çou até o final daquele século e, infelizmente, grande parte do trabalho se resumiu a uma caça ao tesouro. O objetivo era, muitas vezes, recupe‑ rar o máximo possível de relíquias valiosas no menor tempo possível. Os primeiros arqueólogos não hesitavam em usar pólvora para abrir uma pirâmide ou uma câmara funerária. Caçadores de múmias no Egito literalmente vadeavam por entre pilhas de caixões descartados para alcança‑ rem sua presa. Mas muita coisa mudou de lá para cá. Hoje a escavação é sistemática, científica e multidisciplinar. Grande parte da arqueologia nas terras da Bí‑ blia se concentra em locais que foram ocupados por centenas e até milhares de anos. O sítio ar‑ queológico de Megido tem vestígios ocupacionais que datam desde o período neolítico (c. 5.000 a.C.) até o período persa (sécs. 5 e 4 a.C.). Tais assenta‑ mentos são chamados de “tells” (proveniente da palavra árabe; cf. hebr. tel, “montão”, “outeiro”, Js 8.28; 11.13; Jr 30.18; 49.2), que são montes artifi‑ ciais. Os primeiros colonizadores chegavam a uma área e ali construíam geralmente por três razões: defesa, fonte de água segura e fonte de alimento confiável. Quando a primeira colonização era des‑ truída por qualquer que fosse o motivo, os cons‑ trutores posteriores geralmente construíam um novo assentamento diretamente sobre o escom‑ bro anterior. Após cada assentamento, o monte A arqueologia e a Bíblia Concordância Bíblica A ABA cf. PAI Mc 14.36 — Aba, Pai, tudo te é possível Rm 8.15 do qual clamamos: “Aba, Pai.” Gl 4.6 e esse Espírito clama: “Aba, Pai!” ABAIXAR Gn 43.28 E abaixaram a cabeça e se Êx 17.11 porém, ele abaixava a mão ABALAR cf. ESTREMECER Sl 16.8 não serei abalado. Sl 46.5 jamais será abalada. Pv 10.30 O justo nunca será abalado Mt 24.29 dos céus serão abalados. Hb 12.26 a voz dele abalou a terra ABANDONAR cf. DEIXAR, DESAMPARAR Dt 32.15 Ele abandonou a Deus, que o fez Js 1.5 nem o abandonarei. Pv 4.6 Não abandone a sabedoria Is 55.7 abandone o seu mau caminho Cl 3.8 Agora, porém, abandonem 1Pe 2.1 abandonem toda maldade ABATER cf. ABATIDO, DESANIMAR 2Sm 22.28 abates os orgulhosos. Sl 88.7 abates com todas as tuas ondas. Sl 102.23 Ele me abateu a força no Pv 29.23 do ser humano o abaterá Is 2.11 olhos arrogantes serão abatidos Is 10.33 e as mais altas serão abatidas. Os 6.5 os abati por meio dos profetas ABATIDO cf. ABATER Jó 5.11 Põe os abatidos num lugar alto e Sl 42.5 Por que você está abatida Sl 43.5 Por que você está abatida Pv 18.14 mas o espírito abatido Is 57.15 o contrito e abatido de espírito Is 66.2 para o aflito e abatido de ABEL Gn 4.2-10. Gn 4.8 Caim se levantou contra Abel Mt 23.35 Abel até o sangue de Zacarias Hb 11.4 Pela fé, Abel ofereceu a Deus um Hb 12.24 melhor do que o sangue de Abel. ABELHA Dt 1.44 abelhas e os derrotaram desde Jz 14.8 um enxame de abelhas com mel. Is 7.18 rios do Egito e às abelhas que se ABENÇOAR cf. BENDITO, FELIZ Gn 1.22 E Deus os abençoou, dizendo Gn 2.3 E Deus abençoou o sétimo dia e Gn 12.2 grande nação, e o abençoarei Gn 22.17 que certamente o abençoarei e Gn 27.4 para que eu coma e abençoe Gn 32.26 ir se você não me abençoar. Gn 49.25 que o abençoará com bênçãos Nm 6.24 Senhor os abençoe e os guarde; Nm 23.20 que recebi ordem para abençoar Dt 2.7 seu Deus, os abençoou em tudo como UsaR os RecURsos... xviii CABEÇALHO Aparece no alto da página, infor- mando o nome do livro e o número do capítulo naquela página. REFERÊNCIAS CRUZADAS São notas que indicam outras passagens na Bíblia que se rela- cionam a este texto específico, nas quais a mesma ideia aparece. São indicadas no texto por uma letra minúscula. ARTIGOS Uma seleção de artigos acom- panha essa Bíblia de Estudo, com temas úteis para uma maior com- preensão do contexto bíblico. CONCORDÂNCIA Este recurso oferece uma sele- ção dos termos e dos temas mais significativos do Antigo e do Novo Testamento, ordenados alfabeti- camente, e dos lugares mais im- portantes em que se encontram. Por meio dele podem ser pesqui- sados e estudados os principais assuntos da Bíblia. INTRODUÇÃO A BLOCO DE LIVROS Introdução aos Livros Históricos Os “Livros Históricos” do AT, que vêm após o Pen‑ tateuco, contam as seguintes histórias: (1) a entrada de Israel na Terra Prometida de Canaã sob o coman‑ do de Josué; (2) a vida de Israel na Terra sob os juí‑ zes e a transição para a monarquia; (3) a divisão da nação em dois reinos rivais (Israel e Judá) e a vida em ambos; (4) a queda e o exílio de cada reino; (5) a vida no exílio; e (6) o retorno de Judá do exílio. Esses livros abrangem cerca de mil anos de história, por isso não é de estranhar ‑se que a narrativa inclua muitos altos e baixos, voltas e mais voltas. No entanto, por tudo isso, o Deus que é o mesmo ontem, hoje e para sempre continua a ser o ponto principal de todos esses livros. A data da morte de Moisés é calculada voltando a partir de 1Rs 6.1, que estabelece que Salomão co‑ meçou a construir o templo 480 anos após o êxodo do Egito. A comparação da informação de 1Reis com os registros extrabíblicos indica que a construção do templo começou em 967 ou 966 a.C., a data do êxo‑ do, então, seria 1447 ou 1446 a.C., e a data da morte de Moisés, quarenta anos depois, seria 1407 ou 1406. Por outro lado, se então se encontra algum simbo‑ lismo no número 480 anos (p. ex., supondo que seja o período de 12 gerações, considerando cada gera‑ ção como sendo de quarenta anos), pode ‑se chegar a uma data para o êxodo de c. 1260 a.C. (que alguns acreditam que permite uma maior concordância com a história egípcia), resultando em uma data por volta de 1220 para a morte de Moisés. (Veja A data do êxodo, pp. 8‑9.) As outras datas são determinadas com um eleva‑ do grau de acerto. A história de Ester e Mardoqueu ocorreu no tempo de Assuero (Et 1.1), que reinou so‑ bre a Pérsia no período de 486—464 a.C. Deve ‑se notar que o Reino do Norte de Israel du‑ rou um pouco mais de duzentos anos (931—722 a.C.) e teve 19 reis. Todos os reis de Israel foram maus aos CRONOLOGIA DOS LIVROS HISTÓRICOS 1406 [ou 1220] a.C. Morte de Moisés; entrada de Israel em Canaã sob o comando de Josué [veja A data do êxodo, pp. 8-9] 1375 [ou 1210] Morte de Josué 1375—1055 [ou 1210— 1050/42/30] Período dos Juízes 1050/42/30— 1010 Reinado de Saul 1010—971 Reinado de Davi 971—931 Reinado de Salomão 931—722 Divisão do Reino (Israel): 19 reis 722 Destruição de Samaria (capital de Israel) pela Assíria; reassentamento de Israel 931—586 Divisão do Reino (Judá): 19 reis, 1 rainha 586 Destruição de Jerusalém e do templo de Babilônia; Judá exilado na Babilônia 586—538 O exílio de Judá em Babilônia 561 Libertação do rei Joaquim da prisão na Babilônia 539 Ciro II da Pérsia conquista Babilônia 538 Primeiro retorno dos judeus para Jerusalém sob Jesuá e Zorobabel 516 Conclusão da reconstrução do Templo 478 Ester e Mardoqueu ascendem na corte persa 458 Retorno de Esdras da Babilônia a Jerusalém 445 Retorno de Neemias da Babilônia a Jerusalém 445—? Reconstrução dos muros de Jerusalém 433 Visita de Neemias à Babilônia e regresso a Jerusalém olhos do Senhor, e houve vários assassinatos e mu‑ danças das famílias governantes. Em contraste, o Reino do Sul de Judá durou qua‑ se 350 anos (931—586 a.C.), com
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