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Período Liberal Democrático no Brasil 1945-1964 1945 1964 Presidentes do Brasil no período Reorganização Política PSDPTB UDN Defendia princípios liberais em defesa dos interesses dos grandes proprietários de terra e da indústria aliada ao capital estrangeiro. Remanescentes da máquina do Estado Novo (ex-interventores estaduais e membros da burocracia estatal de Vargas). Membros da estrutura sindical criada por Vargas. Atraia as camadas populares satisfeitas com a obra social e trabalhista do Estado Novo Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) Venceu com 55% (3,2 milhões) dos votos na coligação PTB-PSD Adotou uma política econômica antagônica a de Vargas: • Liberalismo, permitindo a entrada de capital estrangeiro e deixando o desenvolvimento do país nas mãos da iniciativa privada; • Incentivo à importação de bens de consumo não duráveis, muitos dos quais já produzidos no país; • Alinhamento aos EUA e rompimento das relações diplomáticas com a URSS, colocando o PCB na ilegalidade (1947) e cassando seus deputados eleitos. Aumento da inflação e do desemprego. Como o valor do salário mínimo permaneceu inalterado, o poder aquisitivo da classe trabalhadora caiu. Esgotamento das reservas nacionais de moeda estrangeira acumuladas durante a guerra em virtude do grande volume de importação de produtos estadunidenses. Desaceleração no crescimento da indústria nacional Aumento da dívida externa Manifestações, descontentamento coletivo e greves Manifestantes vão às ruas de São Paulo protestar contra a decisão do governo de colocar o PCB na ilegalidade. Naquelas eleições o PCB recebeu 500 mil votos, o que rendeu 15 membros na Assembleia Constituinte e um senador, Luís Carlos Prestes. 1947 • Poder Executivo exercido pelo Presidente da República, eleito pelo povo para um mandato de cinco anos; • Poder Legislativo constituído pelo Senado Federal e Câmara dos Deputados, eleitos pelo povo; • Poder Judiciário formado por tribunais federais de cada estado e pelo Supremo Tribunal Federal; • Autonomia política e administrativa para os estados; • Voto secreto e universal (excluindo-se os analfabetos); • Limitação ao direito de greve; • Resquícios de corporativismo sindical; • Instituição de pesadas indenizações prévias em dinheiro aos proprietários rurais no caso de desapropriação (obstáculos à reforma agrária). A Constituição de 1946 Nacionalismo x Liberalismo Projeto LiberalProjeto Nacionalista Segundo este projeto, países como o Brasil tinham um desenvolvimento industrial recente, por isso contavam com reservas de capital escassas. Não teriam condições de promover o desenvolvimento por conta própria, sendo necessário recorrer ao capital internacional. Como este estava disponível em grande volume, isso garantiria um desenvolvimento acelerado e a transferência paulatina de capitais e tecnologias ao Brasil, além de garantir a geração de empregos. Este projeto rejeitava a abertura da economia ao capital estrangeiro por considerá-lo sujeito a limitações. Jamais um país do centro da economia mundial capitalista aceitaria transferir recursos para um país periférico, como o Brasil, a ponto de transformá-lo em um concorrente. Além disso, o endividamento externo era desaconselhável, e acreditar que as multinacionais transfeririam tecnologia de ponta para o país seria ingenuidade. A alternativa era recorrer ao capital nacional para promover o desenvolvimento econômico autônomo do país por meio do Estado. No exército, um grupo de oficiais ligados à Escola Superior de Guerra (ESG), criada em 1949, rejeitava o nacionalismo. De acordo com esse grupo, liderado pelo então major Golbery do Couto e Silva, em um mundo marcado pela bipolarização entre Estados Unidos e União Soviética, não existiam mais fronteiras nacionais, mas sim “ideológicas”. O Brasil deveria assumir seu papel no bloco ocidental-capitalista e, com ele, aceitar as decorrências econômicas desse alinhamento. As forças armadas no período Ao mesmo tempo, o nacionalismo econômico era visto por alguns oficiais como uma necessidade, e essa postura tinha longa tradição nas Forças Armadas, desde o velho florianismo, passando pelos tenentistas das décadas de 1920 e 1930. As Forças Armadas, portanto, aparentemente estavam divididas. Entretanto, em nome da unidade da instituição, o corpo de oficiais estava quase sempre disposto a seguir a orientação dos comandantes, desprezando convicções pessoais. Getúlio Vargas (1951-1954) Ao mesmo tempo, falava às camadas populares em tons nacionalistas. Venceu com 48% (3,8 milhões) dos votos pela coligação PTB-PSD. Sua política econômica pode ser resumida no discurso ao Congresso em 1951, onde prometia: “facilitar o investimento de capitais privados estrangeiros, sobretudo em associação com os nacionais, uma vez que não ferissem os interesses políticos fundamentais do nosso país”. Foco na defesa das riquezas nacionais através de investimentos em setores estratégicos (infraestrutura e energia). Petrobras (1953) “O petróleo é nosso!” Monopólio do refino e da exploração do petróleo João Goulart – Ministro do Trabalho (1954) Brasil: Variação anual da inflação 100% Greve dos 300 mil – SP (1953) Fonte: G1 http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/02/veja-evolucao-do-salario-minimo-desde-sua-criacao-ha-70-anos.html Para os militares signatários do manifesto, além de alimentar a inflação, o aumento de 100% do salário mínimo significava um desprestígio para as Forças Armadas, e "uma aberrante subversão de todos os valores profissionais", uma vez que sua equiparação ao salário de um oficial graduado estancaria "qualquer possibilidade de recrutamento, para o Exército, de seus quadros inferiores". Tal desprestígio, argumentavam eles, funcionaria também como elemento facilitador da ação dos comunistas. Manifesto dos Coronéis (1954) Apesar de ter cedido à demissão de Goulart, o presidente não conseguiu acalmar a oposição, que na época tinha como centro a UDN e como líder Carlos Lacerda. Culto e irônico, além de brilhante orador, Lacerda, por meio de seu jornal, Tribuna da Imprensa, fazia críticas contra o presidente e denunciava a “esquerdização” do Brasil e a corrupção no Executivo. No dia 5 de agosto de 1954, Lacerda foi ferido em um atentado no qual morreu seu guarda-costas, Rubens Florentino Vaz, major da Força Aérea. As investigações que se seguiram levaram a Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio e mandante do crime. O envolvimento de Fortunato incriminava o presidente, por muitos considerado o verdadeiro mentor do atentado. O suicídio de Getúlio Vargas 24 de agosto de 1954 Impediu um golpe de Estado liderado pela UDN Café Filho (1954-1955) Enquanto vice de Vargas, adotava uma postura de oposição. Após a morte do ex-presidente, assumiu o governo adotando posturas liberais. Carlos Luz (3 dias) Nereu Ramos 2 meses e 21 dias Lacerda não aceitou o resultado das eleições e propôs abertamente um golpe militar para que o país não fosse entregue a “comunistas” e “corruptos”. Seu jornal, Tribuna da Imprensa, publicou um documento falso, a Carta Brandi, na tentativa de provar o envolvimento de Jango com a importação ilegal de armas para equipar milícias operárias. Diante da iminência de um golpe para impedir a posse de JK, o general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra e, portanto, comandante do exército, se antecipou aos golpistas, ordenando ele mesmo um contragolpe preventivo. Henrique Teixeira Lott Juscelino Kubitschek (1956-1961) 2. Transporte Slogan: Cinquenta anos em cinco. Plano de Metas (31) 1. Energia 3. Indústria 4. Educação 5. Alimentação 70% Política Nacional Desenvolvimentista Meta-síntese: construção de Brasília Usina Hidrelétrica de Furnas (MG), iniciada em 1958 Linha de produção de automóveis Volkswagen (SP) Desenvolvimento econômicoindustrial: bens duráveis Multinacionais Poder aquisitivo da classe média PIB: 7% ao ano Renda per capta: 4x a média da América Latina Produção industrial: 80% Anos Dourados Para quem? Crescimento da dívida externa Aumento da desigualdade social Aumento do custo de vida (alcançando 40% em 1959) Crescimento da desigualdade econômica regional Aumento das correntes migratórias: NE/SE Crescimento das favelas e dos bairros periféricos A construção de Brasília (1956-1960: 41 meses) Thiago Freitas Brasília Retrofuturista Thiago Freitas Brasília Retrofuturista Interiorização da capital Desenvolvimento do centro do país Integração das regiões brasileiras Rede Rodoviária do Brasil (2019) Rede Ferroviária do Brasil (2016) Jânio Quadros (1961-1961) Na política externa, retomou relações diplomáticas com a URSS e China, e se posicionou contra os bloqueios econômicos de Cuba. Venceu com 48% (6 milhões) dos votos, sendo o primeiro presidenciável eleito pela UDN e a maior votação absoluta até então. Foi eleito com um discurso vago de combate à corrupção, se vestindo e agindo como “homem do povo”. Durante seu mandato assumiu uma postura independente: Na economia, não era nacionalista, nem liberal; Tentava encobrir sua falta de projetos com medidas altamente polêmicas e moralistas: Proibiu as brigas de galo Proibiu o uso de biquínis nos concursos televisionados Proibiu o uso de lança-perfumes nos carnavais Condecorou Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais importante medalha nacional Renúncia Tentativa de autogolpe? João Goulart (1961-1964) Jango em Viagem diplomática à China Renúncia de Jânio Quadros Ranieri Mazzilli Presidente da Câmara Governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola (PTB) Voz da Legalidade Barricadas em Porto Alegre (1961) O Parlamentarismo Plebiscito em 1965 para continuidade ou não do sistema Tancredo Neves Brochado da Rocha Hermes Lima 09/1961 – 01/1963 Presidencialismo O Plano Trienal • Combater a Inflação (54,8% em 1962) • Promover Reformas Sociais (Reformas de Base) para melhorar a distribuição de renda e o crescimento econômico do país: ➢ Reforma Agrária (distribuição de terras improdutivas a trabalhadores em condições de produzir); ➢ Reforma Política (direito de voto aos analfabetos e militares de baixa patente); ➢ Nacionalização de empresas concessionárias de serviços públicos; ➢ Reforma Tributária (tributação progressiva de acordo com a renda); ➢ Reforma Financeira (diminuir a porcentagem de remessa de lucros para o exterior); ➢ Reforma Universitária (ampliação do número de vagas nas Universidades) UNE – União Nacional dos Estudantes Ligas Camponesas CGT - Comando Geral dos Trabalhadores Comício da Central do Brasil (13/03/1964) Marcha da Família com Deus pela Liberdade (19/03/1964) Olympio Mourão Filho
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