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A Sociologia da Dominação 
 
Iremos falar sobre a Sociologia da Dominação de Weber. Vamos lembrar da Unidade da 
Alemanha feita em 1871. As diferentes partes dispersas que a formaram eram ordens 
tradicionais, principados, ducados e grãos-ducados, e partes industrializadas, com fortes 
tradições militares. Formou-se então o que em pouco tempo representou para os alemães 
a diversidade normal, rotineira, legitimada, consentida na tradição da sociedade rural com 
seus nobres e na racionalidade da vida parlamentar, que se instalara na ordem racional-
legal do II Reich, um exemplo de monarquia constitucional. 
 
Passaram anos de desenvolvimento industrial e militar. A Alemanha procurou lugar entre 
as grandes potências líderes do mundo, colonialistas, imperialistas, disputando comando e 
influência sobre o mundo não industrializado, não desenvolvido. Vieram as crises 
internacionais, a corrida armamentista e a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi levada 
a pedir armistício e não perdeu a guerra nos campos de batalha. O país teve colapso de 
abastecimento, não pôde prosseguir lutando, logo em seguida veio o tratado de Versalhes, 
que foi feito de modo a punir a Alemanha. 
 
A Alemanha passou a ser vista por seu povo como um país que não vivia em rotina diária, 
em momento considerado normal. O país possuía uma imensa dívida de guerra; perda de 
territórios; exército com número limitado de soldados; marinha com navios de baixa 
tonelagem; aviação de guerra proibido; perda da liderança internacional; dificuldades 
financeiras, passando por uma hiperinflação; e capital em Weimar, cidade de pequena 
população, para evitar grandes manifestações políticas. 
 
Para o povo alemão, a Alemanha estava em momento extraordinário. Para seu povo era 
preciso voltar às suas condições consideradas normais, rotineiras. Havia essa missão, mas 
só um portador de qualidades extraordinárias de corpo e de espírito, um possuidor de 
carisma, poderia assumi-la e cumpri-la. 
 
Vários foram os que se apresentaram para essa missão, da maioria ninguém lembra. Não 
inspiraram a ninguém que tivesse esse dom sobrenatural, não acessível a todos e que os 
homens tendem a pensar que existe e que esteja em alguém, um dom que ninguém 
mostra possuir por meio de procuração passada por Deus. É um dom que os homens 
supõem que o líder que venham a aceitar possa ter, mas só acreditarão que ele tenha de 
fato, se cumprir a missão, ou se começar a cumprir a missão, se assim fizer será 
considerado um caso à parte entre os homens. Não terá os títulos que dão aos homens em 
rotina diária, ele é extraordinário, nada de rotineiro lhe serve. Foi o que ocorreu com Hitler. 
Nem presidente nem rei do III Reich: Führer. 
 
O sucesso inicial obtido com a recuperação do capitalismo na época da Grande Depressão 
dos anos 30, seu rompimento com o Tratado de Versalhes, a recuperação das armas 
alemãs e as vitórias iniciais na Segunda Guerra Mundial o consolidaram como líder 
carismático. O resto foi a tragédia provocada por esse sucesso. 
 
Hitler não tinha carisma, a maior parte do povo alemão acreditou que havia uma missão 
para um líder extraordinário. O povo alemão julgou que Hitler era o líder extraordinário para 
essa missão, essa é a razão de dizermos que Hitler foi um líder carismático.

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