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1‐ Estudos Preliminares 2‐ Canteiro de Obras 3‐ Locação da Obra 4‐ Impermeabilização 5‐ Concreto 6‐ Fôrmas e Escoramentos 7‐ Alvenaria 8‐ Revestimento 9‐ Pintura 10‐ Esquadria 11‐ Cobertura 12‐ Orçamento: Conceitos Estudos Preliminares 1‐ Etapas do Desenvolvimento O processo de desenvolvimento das atividades técnicas do projeto de edificação pode ser dividido em partes sucessivas e, da mesma forma, em grau crescente de especificidade da seguinte forma: 1º) Levantamento (LV); 2º) Programa de Necessidades (PN); 3º) Estudo de Viabilidade (EV); 4º) Estudo Preliminar (EP); 5º) Anteprojeto (AP) e/ou Pré‐execução (PR); 6º) Projeto Legal (PL); 7º) Projeto Básico (PB); 8º) Projeto Executivo (PE). Levantamento: Etapa destinada à coleta das informações de referência que representem as condições preexistentes, de interesse para instruir a elaboração do projeto, podendo incluir os seguintes tipos de dados: ‐ Físicos: planialtimétricos, geológicos, climáticos, etc; ‐ Técnicos; ‐ Legais e Jurídicos; ‐ Sociais; ‐ Econômicos; ‐ Financeiros, entre outros. Programa de Necessidades: Reunião das necessidades sociais e funcionais de uma família ou dos moradores de uma casa. Serve de base para o desenvolvimento do projeto. Costuma ser uma lista com o nome de ambientes e espaços, seguido de características dos tamanhos, requisitos especiais, observações, etc. Estudos Preliminares: Etapa destinada à concepção e à representação do conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas, necessários à compreensão da configuração da edificação, podendo incluir soluções alternativas. Segundo a NBR 6492, é o estudo da viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado para sua apreciação e aprovação pelo cliente. Pode servir à consulta prévia para aprovação em órgãos governamentais. Anteprojeto e/ou Pré‐Execução: Etapa destinada à concepção e à representação das informações técnicas provisórias de detalhamento da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, necessárias ao inter‐relacionamento das atividades técnicas de projeto e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de custos e de prazos dos serviços de obra implicados. Uso permitido do edifício (plano diretor do município): a) residencial, b) comercial, c) industrial, d) recreativo, e) religioso, f) outros usos. Densidade populacional do edifício: a) avaliação para cada uso (plano diretor do município) e b) área construída prevista. Gabarito permitido (código de obras do município): a) altura do edifício; b) recuos (frente, fundo e laterais); c) coeficiente de ocupação do lote; e d) coeficiente de aproveitamento do lote. Elementos geográficos naturais do local: a) latitude; b) meridiano (orientação magnética); c) regime de ventos predominantes; d) regime pluvial; e) regime de temperatura. Os desenhos nessa fase podem ser esquemáticos, mas devem ser completos e definidos claramente, de modo a permitir uma avaliação de custo e de prazo. As peças apresentadas são plantas, cortes esquemáticos e elevação. Projeto Legal: Etapa destinada à representação das informações técnicas necessárias à análise e aprovação, pelas autoridades competentes, da concepção da edificação e de seus elementos e instalações, com base nas exigências legais (municipal, estadual, federal), e à obtenção do alvará ou das licenças e demais documentos indispensáveis para as atividades de construção. Projeto Básico (opcional): Etapa opcional destinada à concepção e à representação das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, ainda não completas ou definitivas, mas consideradas compatíveis com os projetos básicos das atividades técnicas necessárias e suficientes à licitação (contratação) dos serviços de obra correspondentes. Projeto Executivo: Etapa destinada à concepção e à representação final das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, completas, definitivas, necessárias e suficientes à licitação (contratação) e à execução dos serviços de obra correspondentes. 2‐ Obras Públicas As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: 1º) Projeto Básico; 2º) Projeto Executivo; 3º) Execução das obras e serviços. Projeto Básico ‐ conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução Projeto Executivo ‐ o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas ‐ ABNT; Canteiro de Obras Os canteiros de obra podem ser enquadrados dentro de um dos três seguintes tipos: restritos, amplos e longitudinais. Restrito é o mais comum em áreas urbanas, o canteiro de obras restrito costuma ter um formato retangular. Caracteriza‐se principalmente pela delimitação de uma área cercada por tapumes ou muros, com um portão que dá acesso ao local. Amplo, um bom exemplo é o levantamento de pontes, com as atividades da construção se estendendo por uma área não delimitada, ampla e com vários pontos de suporte logístico. Em geral, esses canteiros apresentam grandes máquinas e, durante vários momentos, há a necessidade de interagir com outras pessoas e entidades que não participam diretamente da obra, como prefeituras, polícia de trânsito e cidadãos comuns. Longitudinais — ou longos — podem ter características do tipo restrito ou amplo. A diferenciação se dá principalmente na complexidade da organização física, pois a movimentação no canteiro é mais difícil e as distâncias de percursos ficam maiores. Como exemplos, podemos citar a construção de rodovias, obras pluviais e sanitárias urbanas. Em geral, esse tipo de canteiro é estreito, dificultando o fluxo adequado de pessoas, equipamentos e materiais. Deverá ser providenciada a ligação de água e construído o abrigo para o cavalete e respectivo hidrômetro. Ouso da água é intensivo para preparar materiais no canteiro. Ela serve também para a higiene dos trabalhadores e deve ser disponível em abundância. Não existindo água, deve‐se providenciar abertura de poço de água, com os seguintes cuidados: Que seja o mais distante possível dos alicerces; O mais distante possível de fossas sépticas e de poços negro, isto é, nunca a menos de 15 metros dos mesmos; O local deve ser de pouco trânsito, ou seja, no fundo da obra, deixando‐se a frente para construção posterior da fossa séptica. A cisterna deve ser revestida com alvenaria de tijolos furados Deve‐se providenciar a ligação de energia. As instalações elétricas nos canteiros de obras são realizadas para ligar os equipamentos e iluminar o local da construção, sendo desfeitas após o término dos serviços. Mas precisam ser feitas de forma correta, para que sejam seguras. Antes do início da obra, é preciso saber que tipo de fio ou cabo deve ser usado, onde ficarão os quadros de força, quantas máquinas serão utilizadas e, ainda, quais as ampliações que serão feitas nas instalaçõeselétricas. Também deve haver uma preocupação de dar um destino aos esgotos gerados pela obra. Se não houver rede pública de coleta, serão então construídas fossas sépticas e sumidouros quando for o caso. Se for necessária a construção de fossas, estas devem ser esvaziadas ao final da obra e devidamente aterradas. Após a ligação das instalações hidráulicas e elétricas, deve‐se proceder com a construção do barracão para armazenamento dos matérias, seguido do fechamento do perímetro do terreno com uso de tapumes. Os canteiros de obras têm de dispor de: instalação sanitária: vestiário; alojamento (*); local de refeições; cozinha (quando houver preparo de refeições); lavanderia (*}; área de lazer (*);, ambulatório (quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais operários). O cumprimento do disposto nos itens assinalados com (*) é obrigatório nos canteiros onde houver trabalhadores alojados Instalação Sanitária: Entende‐se com a instalação sanitária o local destinado ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção. É proibida a utilização da instalação sanitária para outros fins que não aqueles previstos acima. A instalação sanitária deve: Ser mantida em perfeito estado de conservação e higiene, desprovida de odores, especialmente durante as jornadas de trabalho; Possuir paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira; Ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento não escorregadio; Não se ligar diretamente com os locais destinados a refeições; Ser independente para homens e mulheres, quando for o caso; Ter ventilação e iluminação apropriadas; Possuir instalação elétrica adequadamente protegida; Ter pe‐direito mínimo de 2,3 m ou respeitar o que determina o Código de Edificações do município da obra; Estar situada em local de fácil e seguro acesso, não sendo permitido o deslocamento superior a 150 m cio posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios. A instalação sanitária será constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório, na proporção de uni conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de um para cada grupo de 10 operários ou fração. Banheiro: 1 lavatório, 1 vaso sanitário e 1 mictório para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração; 1 chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração; O local destinado ao vaso sanitário deve ter área mínima de 1,0 m²; A área mínima destinada aos chuveiros deve ter 0,80 m²; Nos mictórios tipo calha, cada segmento de 0,60 m deve corresponder a um mictório tipo cuba. Vestiário: Em lodo canteiro de obras, haverá vestiário para troca de roupa dos trabalhadores que não residem no local. A situação do vestiário tem de ser próxima aos alojamentos e/ou na entrada da obra, sem ligação direta com o local destinado a refeições. Os vestiários necessitam: Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente Possuir piso cimentado, de madeira ou material equivalente Ter cobertura que os proteja contra as intempéries Possuir área de ventilação correspondente a 1/10 da área do piso, no mínimo Ter iluminação natural e/ou artificial Possuir armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado Ter pé‐direito mínimo de 2,5 m ou respeitar o que determina o Código de Edificações do município da obra Ser mantido em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza Possuir bancos cm número suficiente para atender aos usuários, com largura mínima de .10 cm. Alojamento: Os alojamentos do canteiro de obras devem: Ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente Possuir piso cimentado, de madeira o LI material equivalente Ter cobertura que os proteja das intempéries Possuir área de ventilação de, no mínimo, l/IO da área do piso Ler iluminação natural e/ou artificiai Possuir área mínima de 3 m² por módulo cama/armário, incluindo a área de circulação Ler pé‐direito mínimo de 2,5 m para camas simples e de 3 m para camas duplas Não estar situados em subsolos ou porões das edificações Possuir instalação elétrica adequadamente protegida É proibido o uso de três ou mais camas na mesma vertical E terminantemente proibido cozinhar e aquecer qualquer tipo de refeição dentro do alojamento. É obrigatório, no alojamento, o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores, por meio de bebedouros de jato inclinado, na proporção de 1 bebedouro para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração. Local para Refeições: Nos canteiros de obras é obrigatória a existência de abrigo adequado para refeições. O local para refeições precisa: Ler paredes que permitam o isolamento durante as refeições Possuir piso cimentado ou de outro material lavável Ler cobertura que o proteja das intempéries Possuir capacidade para garantir o atendimento de todos os operários no horário das refeições Ter ventilação e iluminação natural c/ou artificial Possuir lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior Ler mesas com tampo liso e lavável Possuir assentos em número suficiente para atender aos usuários Ter depósito, com lampa, para lixo Não estar situado em subsolos ou porões de edificação Não possuir comunicação direta com instalação sanitária Ter pé‐direito mínimo de 2.5 m ou respeitar o que determina o Código de Edificações do município da obra. Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não de cozinha, em todo canteiro de obras haverá local exclusivo para o aquecimento de refeições, dotado de equipamento adequado e seguro. É proibido preparar, aquecer e tomar refeições fora dos locais estabelecidos neste item. É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada c fresca, para os trabalhadores, por meio de bebedouro de jato inclinado (ou outro dispositivo equivalente), sendo proibido o uso de copos coletivos. É a proibição de sua localização em subsolos ou porões, como as demais áreas de vivência, e proibida e ligação direta com as instalações sanitárias. Cozinha (quando houver preparo de refeições): Quando houver cozinha no canteiro de obras, ela necessita: Possuir ventilação natural e/ou artificial que permita boa exaustão dos vapores Ter pé‐direito mínimo de 2,5 m ou respeitar o Código de Edificações do município da obra Possuir paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente Ter piso cimentado ou de outro material de fácil limpeza Possuir cobertura de material resistente ao fogo Ter iluminação natural e/ou artificial Possuir pia para lavar os alimentos e utensílios Ter instalação sanitária que não se comunique com a cozinha, de uso exclusivo dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições c utensílios, não podendo ser ligada a caixas de gordura Dispor de recipiente, com tampa, para coleta de lixo Possuir equipamento de refrigeração para preservação de alimentos Ficar adjacente ao local para refeições Ter instalação elétrica adequadamente protegida Quando utilizado gás liquefeito de petróleo (GLP), os bujões têm que ser instalados fora do ambiente de utilização, em área perfeitamente ventilada e coberta. Lavanderia: As áreas de vivência devem possuir local próprio, coberto, ventilado e iluminado para que o trabalhador alojado possa lavar, secar c passar suas roupas de uso pessoal. Esse local tem de ser dotado de Ianques individuais ou coletivos em número adequado. Ambulatório (primeiros socorros): As frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores devem ter um ambulatório.Área de Lazer: Nas áreas de vivência, precisam ser previstos locais para recreação dos operários alojados, podendo ser utilizado o abrigo de refeições para esse fim. (Exigido somente quando tiver trabalhadores alojados) Almoxarifado: O almoxarifado abriga as funções de armazenamento e controle de materiais e ferramentas, devendo situar‐se idealmente, próximo a três outros locais do canteiro, de acordo com a seguinte ordem de prioridades: ponto de descarga de caminhões, elevador de carga e escritório. Armazenamento: Cimento e Cal: devem ficar armazenados, protegidos do sol, da chuva e da umidade, em depósitos cobertos, arrumados sobre estrados de madeira sobre o contrapiso ou piso, afastados das paredes e do piso cerca de 10 centímetros. Pilhar no máximo com 10 sacos, podendo atingir 15 sacos se for por 15 dias. Quando a temperatura do cimento entregue superar 35°C, manter as pilhas com no máximo 5 sacos e afastadas pelo menos 50 cm umas das outras. Não misturar lotes e consumir em ordem cronológica de recebimento. No caso de absoluta impossibilidade de dispor‐se de locais abrigados, manter os sacos cobertos com lona impermeável e sobre estrado de madeira; Areia e Pedra: devem ser armazenadas em depósitos em forma de baias com fundo acimentado, separadas por divisórias de madeira, de acordo com as suas granulometrias. A declividade do solo na região das baias deve ser suficiente para que não haja acúmulo de água sob o material estocado. Caso as baias se localizem em local descoberto, sujeito a chuva e/ou queda de materiais, deve ser colocado um telheiro de zinco ou uma lona plástica sobre as mesmas Tijolos: são armazenados em área nivelada, arrumados em pilhas de quinhentas unidades. O estoque deve estar situado em local coberto ou então possuir cobertura com lona plástica, a fim de diminuir as variações dimensionais dos materiais; Madeiras: sempre que possível, são armazenadas em galpões cobertos e ventilados, tomando‐se o cuidado de colocar sob as pilhas espaçadores sobre o solo para evitar que a umidade atinja a madeira. Chapas devem ser protegidas contra intempéries. Ferros: O tempo adequado de armazenamento do aço depende do nível de agressividade do ambiente em que este se encontra. Em meios agressivos, o aço deve estar em galpões e coberto com lona plástica, sendo recomendável ainda pintar as barras com nata de cimento de baixa resistência ou cal. Em meios medianamente e fracamente agressivos, o aço deve ser coberto por lona plástica e sobre travessas de madeira. As barras devem ser separadas em compartimentos conforme diâmetro. Cerâmicas, azulejos, tubos e conexões: apesar de não serem materiais perecíveis, devem ser armazenados em locais cobertos e fechados (almoxarifado) por causa de seu alto custo e de sua fragilidade. Deve‐se tentar, na medida do possível, armazenar todos os materiais no subsolo, liberando o pavimento térreo para a locação exclusiva das instalações provisórias. Tipologia das Instalações Provisórias: Sistema tradicional racionalizado: representa um aperfeiçoamento dos barracos em chapa de compensado comumente utilizados, de forma a aumentar o seu reaproveitamento e facilitar a sua montagem e desmontagem. Contêineres: estrutura dos containers deve ser aterrada eletricamente, prevenindo contra a possibilidade de choques elétricos; containers originalmente usados no transporte e/ou acondicionamento de cargas devem ter um atestado de salubridade relativo a riscos químicos, biológicos e radioativos, com o nome e CNPJ da empresa responsável pela adaptação. Em que pese o relativo alto custo de aquisição e as dificuldades para manter um bom nível de conforto térmico, os containers apresentam diversas vantagens, tais como a rapidez no processo de montagem e desmontagem, reaproveitamento total da estrutura e a possibilidade de diversos arranjos internos. Anotações de Questões: Na implantação de um canteiro de obra, dentre os aspectos principais a serem considerados podemos incluir: a) a área disponível, os acessos possíveis, a magnitude da obra, a quantidade de trabalhadores b) a capacidade operacional da equipe e o porte da empresa construtora. c) a quantidade total de material a ser empregada na obra d) a quantidade total de empregados envolvidos em todas as etapas da obra e) a técnica executiva e o material em que esse canteiro será construído Explicação: Um canteiro de obra requer projeto específico, atendendo ao caráter dinâmico das atividades que se sucedem ao longo do tempo. A configuração de seu espaço se altera à medida que a obra avança, quando diferentes equipes, materiais e equipamentos vão sendo alocados. Toda essa logística, devidamente planejada, concorre para a conformidade da ação gerencial e para a consecução das metas do projeto, no tocante a prazo, custo e escopo. Numa obra, dentre as assertivas seguintes, são válidas somente: I ‐ os agregados podem ser armazenados em locais abertos, separados por granulometria; II ‐ o cimento deve ser estocado em ambiente coberto e aberto; III ‐ as tintas devem ser estocadas em local fechado e coberto; IV ‐ o almoxarifado deve ficar na parte externa do terreno, próximo à divisa; V— a bancada para dobramento e corte de armaduras deve ser mantida sem cobertura, Explicação: O armazenamento e estocagem dos materiais num canteiro de obra não pode ser negligenciado, sob pena de promover o seu desperdício (perda, extravio) ou a sua degeneração (tornando‐os impróprios para uso) e dificultar o adequado fluxo das tarefas executivas. Aliás, o bom planejamento de canteiro de obra, com a definição de seu lay‐out, com setores de depósito, atividades e convivência devidamente protegidos e dimensionados, além de exigência normativa, é fator determinante para o eficaz cumprimento das metas tanto de prazo quanto de custo e de qualidade de uma obra de construção civil. Assim, por exemplo, podemos relacionar algumas recomendações básicas; • todos os setores do canteiro devem ficar na área interna do terreno, devidamente sinalizados; • a área do canteiro tem que ser delimitada com barreira física (cerca, tapume, conforme o código municipal); • a localização do almoxarifado é estabelecida com base no critério de otimização do fluxo de materiais até o setor de beneficiamento/utilização; • os agregados (areia, brita) devem ser estocados conforme sua categoria (areia fina, areia média, areia grossa, brita 0, brita 1, brita 2). A princípio, podem ser mantidos em local aberto, no entanto, protegidos do risco de carreamento pela água de chuva; • o cimento deve ser estocado em ambiente fechado e coberto (seco e fresco), protegido do contato com a umidade do solo, respeitado o empilhamento máximo definido na embalagem (em geral, não devem ser empilhados mais do que 10 sacos de 50kg); • as tintas devem ser mantidas, também, em local fechado e coberto, em base lastreada de concreto que previna a oxidação da embalagem metálica; • os ferreiros devem ter bancada de trabalho (para corte e dobramento das armaduras) convenientemente protegida da insolação, isto é, deve ser coberta, porém instalada em local aberto para melhor conforto (ventilação). Convém esclarecer, ainda, que o bom planejamento deve permitir que cada insumo da obra esteja disponível ao seu tempo (nem muito antes, nem pouco depois). Não há necessidade, nem é conveniente, o estoque de material com larga antecedência (a menos que alguma circunstância ou contingência econômica o determine). Portanto, o ideal parece ser a adoção do princípio just‐in‐time ‐ isso, naprábca, porém, nem sempre é viável ou de fácil implementação. O gestor do canteiro de obras não pode esquecer, no entanto, de que a manutenção de grandes depósitos e tempos de permanência acarreta custo. Locação da Obra Os métodos mais utilizados são: Processo dos cavaletes. Processo da tábua corrida (gabarito) 1‐ Processo dos cavaletes Os alinhamentos são fixados por pregos cravados em cavaletes. Estes são constituídos de duas estacas cravadas no solo e uma travessa pregada sobre elas Devemos sempre que possível, evitar esse processo, pois não nos oferece grande segurança devido ao seu fácil deslocamento com batidas de carrinhos de mão, tropeços, etc. Após distribuídos os cavaletes, previamente alinhados conforme o projeto, linhas são esticadas para determinar o alinhamento do alicerce e em seguida inicia‐se a abertura das valas. 2‐ Processo da tábua corrida (gabarito) Para uma obra com poucos elementos a serem locados, a utilização de cavaletes estrategicamente colocados nos principais alinhamentos é o mais recomendado e em obras com diversos elementos a utilização de sarrafos de madeira ao longo da periferia da obra é a mais correta e segura. Este método se executa cravando‐se no solo cerca de 50cm, pontaletes ou varas de eucalipto a uma distância entre si de 1,50m e a 1,20m das paredes da futura construção Nos pontaletes serão pregadas tábuas na volta toda da construção (geralmente de 15 ou 20cm), em nível e aproximadamente 1,00m do piso. Pregos fincados nas tábuas com distâncias entre si iguais às interdistâncias entre os eixos da construção, todos identificados com letras e algarismos respectivos pintados na face vertical interna das tábuas, determinam os alinhamentos. Nos pregos são amarrados e esticados linhas ou arames, cada qual de um nome interligado ao de mesmo nome da tábua oposta. Em cada linha ou arame está materializado um eixo da construção. Este processo é o ideal. Métodos de Alinhamento: Método do Esquadro: Obras pequeno porte, baixa precisão. Método do Triangulo Retângulo: obras de médio porte, média precisão (3x4x5 ou 60x80x100) Método do Teodolito: usado em obras de grande porte, terrenos inclinados e/ou irregulares, 100% de precisão. Marcação dos Alinhamentos: Sobre os sarrafos, já em nível, deverão ser marcados os alinhamentos das peças construtivas, de acordo com o projeto, como mostra a Figura 2.5. Essas marcações poderão ser feitas com pregos ou por entalhes executados com serrote. É conveniente que seja marcado no lado do sarrafo o número do eixo correspondente àquela marcação. Uma marcação básica consiste em: Quando a distância entre os lados opostos de um gabarito é muito grande, são executados gabaritos intermediários. 3‐ Anotações de Questões Acerca da locação de obra, são válidas as seguintes assertivas: I ‐ deve preceder todas as demais atividades de campo referentes à obra; II ‐ em obras de médio ou grande porte, é prescindível o uso de equipamento óptico na etapa de locação; III ‐ em se tratando de edifício de projeção horizontal extensa, é admissível a utilização de cavaletes (em substituição ao gabarito de tábua corrida), como apoio à demarcação; IV ‐ gabaritos de tábua corrida somente sáo empregados, como apoio à demarcação, quando o terreno é plano ou quase plano; V ‐ os elementos do projeto de forma da estrutura são inicialmente demarcados pelo eixo, definindo‐se depois as faces. Explicação: A locação da obra somente pode ser realizada após a limpeza do terreno, devendo ser iniciada com a implantação de gabarito. Esse gabarito (preferencialmente de tábuas corridas e niveladas) deve contornar toda projeção do prédio; cavaletes, em substituição ao gabarito de tábua corrida, podem ser adotados quando a projeção horizontal é extensa. Em se tratando de obras de maior porte, a locação deve ser feita com a ajuda de instrumento óptico de boa precisão, como teodolito e nível. As marcações são orientadas pela prancha de formas do projeto de estrutura. Os elementos estruturais, desde a fundação, são locados a partir de seus eixos. Impermeabilização 1‐ Nomenclatura Usual Água de percolação: água que atua sobre superfícies, não exercendo pressão hidrostática superior a um quilo‐pascal. Água sob pressão negativa: água confinada ou não, que exerce pressão hidrostática de forma inversa à impermeabilização, como mostra a Figura 4.1. Água sob pressão positiva: Água confinada ou não, que exerce pressão hidrostática de forma direta na impermeabilização. Exemplo: Impermeabilização de caixas‐d’água. Condensação: ocorre pelo esfriamento de vapores ou de certo teor de umidade existente no ambiente. Fluido: corpo cujas moléculas são tão pouco aderentes entre si que deslizam umas sobre as outras, tomando a forma do recipiente que o contém (gases e líquidos). Estanque: elemento que impede a passagem de fluidos. Estanqueidade: propriedade de um elemento de impedir a penetração ou passagem de fluidos através de si. Impermeabilidade: propriedade de um produto de ser impermeável. É interessante lembrar que essa propriedade está diretamente associada à pressão limite do produto em suportar a condição de impermeabilidade. Infiltração: penetração de fluidos nas estruturas. Sistema de impermeabilização: conjunto de produtos e serviços destinados a tornar um elemento impermeável. Manta: produto impermeável, pré‐fabricado, de consistência elástica, à base de elastômeros PVC. Membrana: produto impermeabilizante, moldado no local, com ou sem estruturante. Armadura ou estruturante: elemento flexível, de forma plana, destinado a absorver esforços, conferindo resistência mecânica aos diferentes tipos de impermeabilização. 2‐ Classificação dos Impermeabilizantes Rigidos: Não apresentam a propriedade de trabalhar com a estrutura principal da edificação. São aditivos que atuam no sistema capilar, preenchem todos os vazios dos poros e impedem a percolação da água. São misturados aos concretos e às argamassas destinadas ao assentamento de elementos de alvenaria e revestimentos. O consumo de aditivo varia conforme a quantidade de aglomerante (cimento) Usos comuns: impermeabilização e vigas baldrames; impermeabilização de argamassas, concretos e revestimentos; tratamento de subsolo e tuneis; revestimento de piscinas e reservatórios. Semiflexíveis: São revestimentos impermeabilizantes constituídos de materiais que possuem dilatação e flexibilidade. Promovem a absorção de pequenas movimentações ou acomodações da estrutura e podem suportar pressões negativas e positivas. Normalmente são produtos bicomponentes, que se apresentam prontos para o uso, e que devem ser misturados energicamente antes da aplicação. Algumas marcas disponíveis no comércio podem ser aplicadas sobre umidade, porém em qualquer situação a superfície deverá estar livre de sujeira, pó, graxa, óleo ou outros elementos que podem prejudicar a aderência do impermeabilizante no substrato. Usos comuns: impermeabilização de superfícies de concreto, argamassa, alvenaria e aço; impermeabilização de lajes e terraços; revestimento de piscinas e reservatórios. Flexíveis: São os que possuem em sua composição materiais que modificam as características elásticas do produto, pois recebem adição de polímeros, elastômeros etc., podendo absorver considerável movimentação estrutural. Estes podem ser divididos em dois grupos: as emulsões e as mantas. Usos comuns: impermeabilização de lajes, banheiros, reservatórios e piscinas. Emulsões: São emulsões à base de elastômeros sintéticos e betumes emulsionadosou de base acrílica. Quando aplicados, a quente ou a frio, formam um filme impermeabilizante, elástico, e de elevada aderência. Esses materiais não devem ficar expostos ao tempo, pois por possuírem betume em sua composição não resistem aos raios ultravioleta. Para aumentar a vida útil desses materiais deve‐se proceder à execução de uma proteção mecânica sobre o produto aplicado. Mantas: Um tipo de impermeabilização flexível cada vez mais utilizado, pois garantem excelente tratamento, principalmente sobre lajes e coberturas, é a utilização de mantas asfálticas. Estas são fornecidas em rolos, com variada espessura, uma para cada tipo de finalidade ou solicitação. Classificação de Acordo com a NBR 9575/2010: Os tipos de impermeabilização são classificados segundo o material constituinte principal da camada impermeável. Cimentícios: argamassa com aditivo impermeabilizante; argamassa modificada com polímero; argamassa polimérica; cimento modificado com polímero. Asfálticos: membrana de asfalto modificado sem adição de polímero; membrana de asfalto elastomérico; membrana de emulsão asfáltica; manta asfáltica. Poliméricos: membranas elastoméricas; membrana de poliuretano, poliuréia, polímero, acrílica, etc. 3‐ Seleção O tipo adequado de impermeabilização a ser empregado na construção civil deve ser determinado segundo a solicitação imposta pelo fluido nas partes construtivas que requeiram estanqueidade. A solicitação pode ocorrer de quatro formas distintas, conforme a seguir: Imposta pela água de percolação; Imposta pela água de condensação; Imposta pela umidade do solo; Imposta pelo fluido sob pressão unilateral ou bi lateral. 4‐ Tipos de Impermeabilização Baldrames: aplicar argamassa impermeabilizante e moldar os canto de forma arredondada, após secagem, aplicar pintura betuminosa. Assentar pelo menos as quatro primeiras fiadas com argamassa impermeabilizante. Recomenda‐se, ainda, que a argamassa de revestimento externo seja impermeabilizada nos primeiros 50 cm acima do piso. Alvenarias: é muito comum vermos em alvenarias já revestidas e pintadas umidade ascendente oriunda de falta ou deficiência de impermeabilização. A primeira providência é retirar todo o emboço da alvenaria até uma altura de 1 metro acima do piso, preferencialmente nos dois lados da alvenaria. O ideal é também retirar o rodapé quando este existir. (não se aplica quando o piso apresenta sinais de umidade). Fachadas: aplicação de produtos hidrofugantes na pintura 5‐ Proteção Mecânica As impermeabilizações expostas a intempéries, principalmente as executadas à base de produtos derivados de petróleo, sofrem intensamente sob a ação dos raios ultravioleta oriundos da radiação solar e provocam ressecamento do material, e, com isso, perda da capacidade de elasticidade. Para resolver este problema é executada, sobre esses tipos de impermeabilização principalmente em calhas e lajes expostas às intempéries, uma camada de argamassa no taco 1:5 (cimento e areia) com, no mínimo, 2 cm de espessura, com a finalidade de evitar a exposição direta do revestimento aos raios solares. Argila expandida ou vermiculita são materiais comumente utilizados sobre a proteção mecânica com a finalidade de reduzir a incidência de calor sobre o sistema de impermeabilização. 6‐ Anotações de Questões Identifique uma combinação adequada, relacionando os elementos e locais de um edifício aos produtos recomendáveis para assegurar impermeabilização, prevenindo transtornos como infiltrações, eflorescências, desperdício de água ou a sua contaminação. 1 ‐ caixilhos; ( 5 ) manta asfalta pré‐moldada de poliéster; 2 ‐ fachada com revestimento cerâmico; ( 3 ) revestimento impermeabilizante flexível; 3 ‐ caixa de água elevada; ( 1 ) espuma expansiva de poliuretano; 4 ‐ caixa de água enterrada (subterrânea); ( 2 ) selante elástico à base de poliuretano; 5 ‐ lajes expostas; ( 6 ) impermeabilizante de pega ultrarrápida; 6 ‐ garagens e subsolos, com lençol ( 4 ) revestimento impermeabilizante de base acrílica. freático raso. Explicação: Um reservatório de água elevado (numa torre ou edifício) construído em concreto armado exibe uma dinâmica típica de estrutura flexível, notadamente devido às variações que sofre seja pelas mudanças de nível de água (enchimento e esvaziamento), seja pelo gradiente de temperatura a que está sujeito. Nesse caso, é recomendável o emprego de material impermeabilizante flexível, capaz de acompanhar, sem perda de estanqueidade, as deformações do reservatório. No caso de um reservatório de água enterrado, os cuidados devem ser ainda maiores, haja vista o risco potencial de contaminação pelo solo; além disso, a existência de vazamentos nem sempre é fácil de perceber logo de início ‐ uma alternativa de impermeabilização seria com material de base acrílica (polímero de metacrilato de metila). Uma laje de concreto exposta (em terraço, por exemplo) pode ser impermeabilizada com manta asfáltica estruturada com véu de poliéster ‐ essa manta é produzida a partir da modificação física do asfalto (material betuminoso) com uma mescla de polímeros, o que lhe confere aderência, resistência e durabilidade. Entre os procedimentos válidos preventivos ou corretivos dos efeitos da umidade em edificações, incluem‐se, exceto: a) executar as primeiras fiadas de alvenaria acima do piso ou calçada (próximo ao solo) com argamassa de cimento e areia acrescida com aditivos impermeabilizantes. b) executar o concreto de fundação com aditivo impermeabilizante. c) aplicar à parede revestimento impermeável até a altura mínima de 1,0m acima do solo. d) executar procedimento de rebaixamento do nível do lençol freático. e) em subsolo sob pressão freática, executar piso impermeabilizado. Concreto 1‐ Tipos de Concreto Concreto bombeável: De uso corrente nas obras de construção, com características de fluidez para poder, por meio de tubulações, atingir grandes distâncias, tanto na horizontal como na vertical. Normalmente é empregado em lugares de difícil acesso. Concreto leve: Com baixo peso específico, da ordem de 0,40 a 2 t/m3 e resistência de 10 a 20 MPa. Possui como agregados materiais leves, tais como o poliestireno expandido (Isopor ) e a vermiculita. Utilizado como elemento de vedação, rebaixo de lajes, nivelamento de pisos pouco solicitados, e inclusive como termoacústico. Concreto fluido: É autoadensável, que dispensa vibração. Indicado para concretagem de peças delgadas e peças com alta concentração de armadura de difícil adensamento. O aditivo utilizado para esse tipo de concreto é o “superplastificante”. Concreto de alta resistência: De resistência elevada, ou seja, acima de 50 MPa e obtido da adição de elementos tais como a microssílica e os aditivos plastificantes. Utilizado em obras marítimas, na recuperação de estruturas, em pisos de alta resistência, nas pistas de aeroportos, e em estruturas com grandes solicitações. Alta resistência inicial: Utilizado nesse concreto, o cimento com elevada resistência inicial destina‐se à confecção de peças protendidas e na indústria da pré‐construção, e em peças estruturais onde há a necessidade de um período menor para a desforma. Concreto com fibras de aço, plástico ou polipropileno: Tem maior resistência à tração, ao impacto, ao desgaste superficial e ao surgimentode fissuras. Concreto aditivado: Em sua composição recebe produtos químicos chamados aditivos, que possuem propriedades de melhorar algumas de suas características tais como: plasticidade, impermeabilidade, resistência, durabilidade e outras. Concreto rolado: Com baixo consumo de cimento e baixa trabalhabilidade, ou seja, com pouca água. Permite compactação por meio de rolos compressores com a finalidade de promover pavimentação ou sub‐bases. O concreto rolado tem sua utilização em pavimentação e substitui o asfalto comumente utilizado. Microconcreto ou “Grout”: Concreto com agregados de pequenos diâmetros (máximo de 4,8 mm) com adição de aditivos especiais que permitem fluidez e são autoadensáveis. É utilizado no preenchimento de vazios e juntas de blocos de alvenaria estrutural, bases de máquinas e de estruturas. Concreto projetado: Possui baixa trabalhabilidade, dosado com cimento, areia, pedrisco e aditivos. Suas características de aderência possibilitam reforço de lajes, revestimentos de túneis, galerias, paredes e pilares. Por sua alta aderência, não há necessidade da utilização de fôrmas. Concreto coloridos: Utilizado para causar melhor efeito arquitetônico a partir da adição de pigmentos à mistura. Concreto pesado: É aquele que utiliza agregados de elevado peso específico tais como: hematita, barita, magnetita, entre outros. Possui elevada resistência mecânica, durabilidade e capacidade de reter radiações. Utilizado também como contrapeso e lastro de equipamentos. Concreto com microssílica: É usado quando se tem necessidade de elevada resistência física e para ataques químicos, resultando em maior durabilidade. A microssílica é um aglomerante altamente reativo, que incorpora características especiais como resistências de 50 MPa até 200 MPa. Concreto resfriado/refrigerado: Executado a baixa temperatura, com a finalidade de controle de fissuração em peças de grande massa. Concreto convencional: De uso corrente na construção civil, com resistências de até 30 MPa. Concreto impermeável: Com consumo mínimo de 350 kg/m3, com uso de agregados miúdos e aditivos impermeabilizantes. A cura é importante para evitar o fissuramento por retração. Concreto aparente: Utilizado quando se deseja a execução de peças que não vão receber revestimento adicional, assim como o uso de fôrmas de madeira plastificadas ou metálicas é imprescindível, e o uso de aditivos plastificantes é altamente recomendável. Concreto celular: Trata‐se de concreto também considerado leve e sem função estrutural, que consiste no uso de aditivos incorporadores de ar, que criam minúsculas bolhas de ar na massa de concreto. É indicado para isolamento térmico em lajes de cobertura e terraços, enchimento de pisos e rebaixamento de lajes, fabricação de pré‐moldados etc. O concreto celular possui massa específica que varia de 500 kg/m3 a 1.800 kg/m3. Tempo de pega: compreende a evolução das propriedades mecânicas da pasta no início do processo de endurecimento, propriedades essencialmente físicas, consequente, entretanto, a um processo químico de hidratação. É definido como o momento em que a pasta adquire certa consistência que a torna imprópria a um trabalho A pega e o endurecimento constituem etapas do processo de solidificação dos aglomerantes presentes na argamassa e concretos. A pega é um processo químico (calor e reações) alterando os contituientes. O endurecimento é um processo físico (secagem e colagem) Cura: é denominado esse processo de endurecimento, toma‐o resistente e mais durável, quando bem realizada. 2‐ Componentes do Concreto Cimento: tipos de cimento: Brita: Deverá ser constituída de cascalho de granito ‐ gnaisses ou basalto, arestas bem vivas, bem graduados, limpos, isentas de argilas e de partes em decomposição – e de pedregulho (ou seixos rolados) que deve ser bastante duro e livre das mesmas impurezas que prejudicam a areia, e ter forma cúbica ou esférica. Quando o agregado graúdo tiver mais de 3% de pó de pedra deverá o mesmo ser lavado. Classificação: Areia: Deverá ser sílico‐quartzosa, de grãos inertes e resistentes, deve estar limpa e livre de impurezas, tais como: argila, raízes, folhas etc., e ser adquirida já lavada. Precauções devem ser tomadas quando da carga e do descarregamento para que não haja contaminação do material por elementos nocivos. Água: A água a ser utilizada no concreto deve ser limpa, sem barro, óleo, galhos, folhas e raízes, ou seja, água boa para o concreto é água boa para beber. Caso haja contaminação, a água deve ser descartada. Em caso de dúvidas, deve‐se coletar amostras para ensaios de qualidade. 3‐ Aditivos Plastificantes: ‐ Consumo: Peso do cimento (0,2% a 0,5% do peso do cimento) ‐ Características: ‐ Tornam o concreto mais plástico, pois reduzem o atrito dinâmico. ‐ Reduzem a quantidade de água. ‐ Permitem economia de até 15% no cimento. ‐ Reduzem a tensão superficial na água. ‐ Aumentam a trabalhabilidade do concreto. ‐ Facilitam o adensamento. ‐ Reduzem as fissuras. Retardadores de Pega: ‐ Consumo: Peso do cimento (0,2% a 0,5% do peso do cimento) ‐ Características: ‐ Retardam o tempo de início da pega do cimento podendo ser atingido, em situações controladas, em 4 horas. ‐ Agem como plastificantes. ‐ Reduzem a exsudação. ‐ Reduzem a permeabilidade. ‐ Aumentam a trabalhabilidade do concreto. ‐ Facilitam o adensamento. ‐ Reduzem as fissuras. ‐ Aumentam a resistência à tração e à compressão. Redutores de Água: ‐ Consumo: Peso do cimento ‐ Características: ‐ Redução do consumo de água para uma mesma plasticidade ‐ Aumentam a plasticidade para uma mesma quantidade de água ‐ Melhor trabalhabilidade ‐ Menor segregação ‐ Melhor condição de vibração e bombeamento ‐ Reduzem a temperatura do concreto massa ‐ Aumento da resistência mecânica Incorporadores de Ar: ‐ Consumo: Em função dos agregados ‐ Características: ‐ Aumentam o abatimento (slump‐test), substitui parte da água ‐ Produzem misturas mais coesivas. ‐ Reduzem segregação. ‐ Reduzem a exsudação. ‐ Diminui infiltração de água ‐ Permitem o uso de agregados malgraduados. ‐ Aumentam a trabalhabilidade do concreto. ‐ Usados em estruturas sujeitas a congelamento e degelo. ‐ Facilitam o adensamento. ‐ Reduzem as fissuras. ‐ Reduzem o peso do concreto. Aceleradores de Pega: ‐ Consumo: Peso do cimento (até 2% do peso do cimento) ‐ Características: ‐ Aumentam a velocidade de hidratação do cimento, diminuindo o tempo do início de pega. ‐ São empregados nos casos de selamento de vazamentos de água ‐ Elevam a resistência inicial do concreto. ‐ Produzem misturas mais coesivas. ‐ Reduzem a segregação. ‐ Reduzem a exsudação. ‐ Permitem o uso de agregados mal graduados. ‐ Aumentam a trabalhabilidade do concreto. Impermeabilizantes: ‐ Consumo: Peso do cimento ‐ Características: ‐ Aumentam a trabalhabilidade de argamassas e concretos. ‐ Reduzem a absorção capilar. ‐ Fixam um fator água/cimento abaixo de 0,5 l/kg. Expansores: ‐ Consumo: Peso do cimento (0,5% a 1,5% do peso do cimento) ‐ Características: ‐ Produzem expansão da pasta de cimento como compensação da retração. ‐ Aumentam a aderência nos enchimentos de bainhas dos cabos de concreto protendido para proteção das cordoalhas. ‐ Utilizados no encunhamento de argamassas e na recuperação de estruturas de concreto. ‐ Reduzem a absorção capilar. ‐ Fixam um fator água/cimento abaixo de 0,5 L/kg. Aditivos destinados a melhorar a trabalhabilidade doconcreto: ‐ Plastificantes redutores ‐ Incorporadores de ar ‐ Dispersantes ou fluidificantes Modificadores das resistências mecânicas: ‐ Redutores plastificantes Modificadores das resistências do concreto e condições especiais de exposição: ‐ Incorporadores de ar Modificadores de tempo de pega e endurecimento: ‐ Retardadores ‐ Aceleradores Impermeabilizantes: ‐ Repelente à absorção capilar ‐ Redutores de permeabilidade Expansores: ‐ Gerador de gás ‐ Estabilizantes de volume ‐ Geradores de espuma 4‐ Lançamento do Concreto O concreto deve ser lançado, assim que misturado, não sendo permitido intervalo superior a 30 min entre o amassamento e o lançamento. Não se admite o uso de concreto remisturado. Para se evitar a separação e incrustação da argamassa nas fôrmas e armaduras, o concreto, em peças muito delgadas, como muros, deve ser colocado através de canaletes de borracha ou tubos flexíveis, chamados de "trombas de elefante". A altura de lançamento, em concretagens comuns, deve ser, no máximo, igual a 2 m. Quando a altura é superior, como pilares, o concreto deve ser lançado por janelas abertas na parte lateral, que vão sendo fechadas à medida que avança o concreto. O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição final, não devendo fluir dentro das fôrmas. As camadas de lançamento devem ter altura igual a, aproximadamente, ¾ da altura do vibrador. 5‐ Plano de Concretagem – Juntas e Emendas Podemos reunir as juntas em dois tipos: Juntas propriamente ditas, que têm por fim permitir os deslocamentos da estrutura; Juntas de construção, feitas de acordo com as interrupções da execução. As juntas propriamente ditas são destinadas a permitir deslocamentos provindos de retrações, expansões e contrações devidas a variações de umidade e temperatura, bem como escorregamentos e empenamentos devidos às mesmas causas, e também de flexões causadas pelo carregamento ou condição do solo de fundação. As juntas de construção são utilizadas para simplificar a execução da estrutura. As juntas puramente de construção não são próprias para eliminar os ricos oriundos dos deslocamentos, sejam quais forem as causas. A junta de trabalho (emenda de concretagem) nunca deverá ser feita onde as tensões tangenciais sejam elevadas e onde não haja ferragem suficiente para absorvê‐las Se o concreto deve ser lançado em camadas sucessivas, a interrupção entre duas camadas dá origem a uma junta de construção horizontal. Quando não pudermos evitar a junta de construção, ou substituí‐la por junta efetiva, devemos tomar as precauções a seguir: Tornar a superfície do concreto antigo rugosa, mediante esfrega com escova de aço, jato de areia ou jato de água (se o concreto ainda está novo), de modo que o agregado miúdo e a camada de pasta sejam removidos, e o agregado graúdo fique aparente. No lançamento do concreto devem‐se tomar providências para que o acabamento da camada não torne a superfície lisa. A superfície deve ser perfeitamente limpa, livre de material solto, pó, etc. A limpeza pode ser feita por jato de água ou de ar comprimido, caso seja necessário. No caso de não ser utilizado jato de água, a superfície deve ser abundantemente molhada. Espalha‐se sobre o concreto uma camada de argamassa, de composição idêntica à que faz parte do concreto (traço da ordem de 1:3 e fator água‐cimento o mesmo do concreto). O concreto é lançado a seguir, misturando ambas as camadas no adensamento, se for concreto novo. As vigas deverão ser concretadas de uma só vez, caso não haja possibilidade, fazer as emendas à 45º A emenda deve ser feita a 1/4 do apoio, onde geralmente os esforços são menores. Devemos evitar as emendas nos apoios e no centro dos vãos, pois os momentos negativos e positivos, respectivamente, são máximos. Quando uma concretagem for interrompida por mais de três horas a sua retomada só poderá ser feita 72 horas ‐ após a interrupção; este cuidado é necessário para evitar que a vibração do concreto novo, transmitida pela armadura, prejudique o concreto em início de endurecimento. A superfície deve ser limpa, isenta de partículas soltas, e para maior garantia de aderência do concreto novo com o velho devemos: Retirar com ponteiro as partículas soltas Molhar bem a superfície e aplicar ou uma pasta de cimento ou um adesivo estrutural para preencher os vazios e garantir a aderência. O reinicio da concretagem deve ser feito preferêncialmente pelo sentido oposto. 6‐ Adensamento do Concreto Os processos de adensamento podem ser manuais, socamento ou apiloamento, e mecânicos, por meio de vibrações ou centrifugação. Além disso, podem‐se considerar processos especiais de adensamento, tais como a concretagem a vácuo, etc. O adensamento manual é o modo mais simples, consiste em facilitar a colocação do concreto na fôrma e entre as armaduras, mediante uma barra metálica, cilíndrica e fina, ou por meio de soquetes mais pesados. No caso da barra, esta deve atravessar a camada de concreto e penetrar parcialmente na inferior. A espessura das camadas não deve exceder a 20 cm. Esses processos só se aplicam a peças de pequena responsabilidade, pequena espessura e pouca armadura. A vibração permite também, além da desaeração, dar ao concreto uma maior fluidez, sem aumento da quantidade de água, e determina a ascensão à superfície do excesso da água de amassamento e da pasta de cimento. Com isso, são melhoradas sensivelmente todas as características do concreto: compacidade, resistência à compressão, impermeabilidade, aderência, retração e durabilidade. A aplicação de um vibrador deve ater‐se aos seguintes cuidados: As posições sucessivas devem estar a distâncias inferiores ou iguais ao raio de ação do vibrador; ou, seja, oito a dez vezes o diâmetro da agulha; O aparecimento de ligeira camada de argamassa na superfície do concreto, assim como 'a cessação quase completa de desprendimento de bolhas de ar, correspondem ao término do período útil de vibração; daí em diante, o efeito da vibração será negativo pela separação cada vez maior dos elementos da mistura, determinando heterogeneidade e segregação; As camadas de concreto lançadas devem ter altura inferior ao comprimento da ponta vibrante dos vibradores de imersão, a fim de homogeneizar perfeitamente o concreto em toda a altura da peça; A inserção da ponta vibrante no concreto deve ser rápida e sua retirada muito lenta, ambas com o aparelho em funcionamento. A retirada demasiado rápida ou com o vibrador desligado poderá deixar um vazio na massa de concreto; A ponta da agulha deverá penetrar na camada anteriormente vibrada, cerca de 10 cm a fim de assegurar uma perfeita adesão entre esta e a camada que está sendo depositada na fôrma. A centrifugação é particularmente interessante no caso de fabricação de elementos de revolução pré‐fabricados: postes, tubos, etc. 7‐ Anotações de Questões Com relação ao emprego do concreto armado na construção e aos procedimentos necessários à sua execução, é correto afirmar: a) os agregados podem ser medidos em volume ou em peso, indistintamente, desde que mantido o traço estabelecido. b) durante a concretagem, a armadura deve ficar em contato direto com a forma. c) aditivos para alteração das condições de pega somente podem ser empregados em concretos usinados. d) para peças de grandes vãos sujeitos a deformação, as formas serão dotadas de contraflecha. e) o transporte do concreto da betoneira ao ponto de lançamento na forma deve ser feito em carrinhos de mão com rodas de ferro. Explicação: A maneiracomo os agregados são medidos na confecção do concreto repercute no desvio‐ padrão do produto e deve ser considerado quando da definição da resistência de dosagem (a partir do fck estabelecido no projeto estrutural). Concreto com os materiais medidos em peso tende a apresentar resistência mais uniforme, isto é, menor desvio‐padrão no resultado de ruptura dos corpos de prova. Ademais, são diferentes as expressões do traço com os insumos medidos em peso e com os insumos medidos em volume (pois cada material tem um peso específico diferente). Constituem ações efetivas para reduzir a retração superficial do concreto, exceto: a) construção de barreiras contra o vento. b) lançamento do concreto durante os períodos mais frios (ou menos quentes) do dia. c) estocagem dos agregados à sombra, molhando‐os eventualmente. d) resfriamento da água de amassamento. e) adensamento enérgico do concreto. Explicação: É importante, então, que se adotem medidas mitigadoras da evaporação da água na superfície do concreto, seja baixando a temperatura do concreto durante os dias quentes, seja reduzindo a velocidade do vento que atinge a superfície do concreto, seja mantendo‐o úmido. Dentre essas ações, podemos citar: • resfriamento da água de amassamento; • estocagem dos agregados à sombra (se possível, molhando‐os); • lançamento do concreto nas horas de menor insolação; • construção de barreiras contra o vento que incide no concreto; • aplicação de cura química Destaca‐se, como um dos principais mecanismos promotores da retração a perda de água para evaporação em estado fresco ou endurecido. Por isso, especial atenção deve ser dedicada na determinação e controle do fator água‐cimento. A água em excesso não é consumida na reação de hidratação do cimento. Essa água (excedente) tende a evaporar‐se ocasionando esforços de contração na massa, o que, uma vez restringida, acarreta tensões de tração levando ao aparecimento (ou aumento) de fissuras. A cura do concreto consiste no conjunto de operações e procedimentos destinados a proteger a superfície dos elementos estruturais, prevenindo, sobretudo, a perda (ou evaporação precoce) da água de amassamento necessária à hidratação do cimento. Convém esclarecer que a cura do concreto não se presta para eliminar o efeito nocivo da água em excesso, mas preservar a água necessária. O efeito da fissuração no concreto armado tende a diminuir com: a) redução das quantidades de água e de agregado muito fino e utilização, tanto quanto possível, de armadura de menor diâmetro b) diminuição da armadura e aumento das quantidades de aglomerante, agregados e água c) elevação do fator água / cimento e utilização, tanto quanto possível, de armadura de maior diâmetro d) não molhagem das peças nos primeiros dias após a concretagem e diminuição da armadura e) diminuição da quantidade de agregados graúdo e miúdo e aumento da armadura Explicação: Armaduras (barras de aço) de menor diâmetro tendem a diminuir a abertura da fissuração. Isso pode ser atribuído à existência de uma maior superfície de contato (aderência) com o concreto, considerando‐se uma mesma área de seção transversal de armadura. A água em excesso quando evapora provoca retração, além de deixar o concreto mais poroso, o que prejudica a proteção da armadura. Agregado mais fino consome mais pasta de cimento. O aumento do consumo de aglomerante tende a acentuar a retração do concreto, podendo levar ao aparecimento de fissuras. Portanto, o emprego de concreto com menor fator água/cimento e com agregado não muito fino (pulverulento), associado a barras de aço de menor diâmetro, contribui para a prevenção ou limitação de fissuras. Sobre o tema lançamento, adensamento e cura do concreto, identifique as assertivas corretas: I — a cura de elementos estruturais de superfície deve ser feita até que se atinja o fck adotado no projeto estrutural; II ‐ no adensamento manual, a altura das camadas de concreto não deve ser inferior a 20cm; III ‐ concreto autoadensável não pode ser empregado quando o lançamento for submerso; IV ‐ em nenhuma hipótese, deve ser realizado o lançamento do concreto antes do início da pega; V — vibradores de imersão devem ser aplicados preferencial inclinados e em contato direto com a forma. Explicação: A NBR14931 estabelece os requisitos gerais para a execução de estruturas de concreto. No tocante ao lançamento, adensamento e cura do concreto, podemos destacar as seguintes prescrições normativas: • quando o lançamento for submerso, o estudo de dosagem deve prever um concreto autoadensável, coeso e plástico (com consumo de cimento Portland não inferior a 400kg/m3); • em nenhuma hipótese deve ser realizado o lançamento do concreto após o início da pega; • no adensamento manual, a altura das camadas de concreto não deve ultrapassar 20cm; • vibradores de imersão devem ser aplicados preferencialmente na posição vertical; não deve haver contato do vibrador com a forma; deve‐se vibrar o maior número possível de pontos ao longo da estrutura; a retirada do vibrador deve ser lenta; • elementos verticais de superfície devem ser curados até que atinjam fck (resistência característica à compressão) de, no mínimo, 15MPa. Adensamento manual é feito com apiloamento ou socamento Havendo necessidade de interrupção do processo de lançamento do concreto na execução de uma laje antes de concluído o preenchimento integral da fôrma, deve o engenheiro orientar o seguinte procedimento: a) interromper a concretagem nas regiões de maior densidade de armadura, adicionado grampos que garantam a adesão posterior. b) executar a junta de concretagem sempre sobre os apoios, com inclinação de 45°. c) aplicar nata de cimento moderadamente fluida sobre a área de contato, após a secagem, e antes do prosseguimento da concretagem. d) executar juntas de concretagem nas regiões de menores esforços estruturais, e o mais vertical possível. e) a concretagem pode ser interrompida em qualquer seção da estrutura, desde que a retomada dos trabalhos seja até 48 horas após a paralisação. Explicação: A parada de concretagem deve ser conhecida o priori, seguindo a programação de lançamentos parciais de concreto, de forma a assegurar que todas as etapas de transporte, lançamento e adensamento sejam adequadamente cumpridas, sem atropelos ou improvisos. A posição das juntas de concretagem deve ser definida no plano de concretagem, procurando‐ se identificar os locais em que são menores os esforços de cisalhamento, preferencialmente em posição normal aos esforços compressão. No caso de laje, uma indicação de parada seria a uma distância de cerca de 1/5 do vão, a partir dos apoios, onde os esforços de tração e compressão são praticamente nulos nesses elementos da estrutura. Cabe ressaltar, porém, que as juntas de concretagem devem, sempre que possível, ser previstas no projeto estrutural. Aconselha‐se a execução de junta quase vertical, para o que se pode empregar uma tábua que será removida na seqüência da concretagem. Juntas de concretagem muito inclinadas podem favorecer a desagregação do concreto, com a rolagem dos agregados maiores e mais pesados para a região inferior do elemento estrutural. O concreto deve ser bem adensado até a superfície da junta. Precauções devem ser tomadas para garantir a suficiente ligação do concreto já endurecido como o do novo trecho. Assim, antes do reinicio da concretagem, deve‐ se, dentre outros cuidados que se revelarem necessários, proceder a uma escovação e limpeza da superfície de contato, visando remover a nata que naturalmente se forma bem como algum fragmento solto ou mal aderido.Durante o lançamento do concreto, a norma preconiza que sejam tomadas precauções para manter a homogeneidade desse material na forma da peça estrutural. Sobre isso é correto afirmar: a) não há risco de segregação durante o transporte do concreto, mas apenas durante a fase de lançamento. b) cuidados maiores devem ser adotados quando forem concretadas peças baixas e estreitas, em que a altura de queda livre do concreto for inferior a 2m. c) em peças verticais e esbeltas (como paredes e pilares), é recomendável o lançamento do concreto em queda livre. d) o uso de funis, calhas e trombas na condução do concreto minimizam a segregação, em comparação ao lançamento em queda livre. e) sendo o concreto lançado próximo de sua posição definitiva agrava‐se o risco de incrustação de argamassa nas paredes das formas e nas armaduras. Explicação: • o concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição definitiva, evitando‐se incrustação de argamassa nas paredes das formas e nas armaduras; • devem ser tomadas precauções para manter a homogeneidade do concreto. No lançamento convencional, os caminhos não devem ter inclinação excessiva, de modo a prevenir a segregação decorrente do transporte; • o concreto deve ser lançado com técnica que elimine ou reduza significativamente a segregação entre seus componentes, observando‐se maiores cuidados quanto maiores forem a altura de lançamento e a densidade de armadura; • cuidados maiores são requeridos quando a altura de queda livre do concreto ultrapassar 2m, no caso de peças estreitas e altas, evitando‐se a segregação e falta de argamassa. Recomendam‐se, então, os seguintes cuidados: ‐ emprego de concreto com teor de argamassa e consistência adequados; ‐ lançamento inicial de argamassa com composição igual à da argamassa do concreto estrutural; ‐ uso de dispositivos que conduzam o concreto, minimizando a segregação (por exemplo: funis, calhas e trombas) Juntas de dilatação / movimentação são indicadas para prevenir a fissuração aleatória do concreto ou da argamassa. Sobre o tema, identifique as assertivas corretas: I ‐ seu dimensionamento deve levar em conta o coeficiente de dilatação do concreto e a variação de temperatura no ambiente; II ‐ podem ser empregados selantes elásticos à base de poliuretano; III ‐ em locais de maior amplitude térmica, a distância entre juntas sucessivas deve ser maior; IV ‐ o selante empregado não deve deformar‐se, a fim de não favorecer a movimentação das juntas; V ‐ devem as juntas ser executadas na peça de concreto preferencialmente por corte com serra após, pelo menos, 28 dias de idade, Analisadas as assertivas, devemos concluir que somente estão corretas: I ‐ aglomerantes são elementos ativos em argamassas e concretos; II ‐ aglomerantes hidráulicos são aqueles que se dissolvem na água; III ‐ a argila é exemplo de aglomerante hidráulico; IV ‐ o aglomerante tem a função de unir os grãos do agregado nas argamassas e concretos; V ‐ pega e endurecimento são etapas do processo de solidificação dos aglomerantes. Explicação: Os aglomerantes podem ser classificados em aéreos e hidráulicos, levando‐se em conta o processo de endurecimento. São aglomerantes aéreos aqueles que somente endurecem no ar; ou seja, não solidificam na presença de água ‐ suas argamassas dissolvem‐se na água. Nessa categoria estão a cal aérea, o gesso e o cimento magnesiano. Os aglomerantes hidráulicos, por outro lado, conseguem endurecer mesmo sob água, isso porque suas argamassas não se dissolvem na água ‐ são mais fortes do que os aglomerantes aéreos. Entre eles, estão o cimento portland, os cimentos metalúrgico e aluminoso, a cal hidráulica e os cimentos naturais. É possível, ainda, estabelecermos uma categorização dos aglomerantes entre ativos e inertes, conforme seu processo de endurecimento. A argila é um aglomerante inerte, pois endurece pela secagem (evaporação da água responsável pela sua plasticidade). Por outro lado, o cimento portland é um aglomerante ativo, pois o seu endurecimento ocorre após reação química. O aglomerante, ao ser misturado com água, forma a pasta, cujas funções são: • envolver e aglutinar os grãos do agregado; • preencher os vazios entre os grãos do agregado; • conferir trabalhabilidade à mistura enquanto úmida; • conferir impermeabilidade depois de seca; • contribuir para a resistência mecânica. Dentre os traços de concreto (em peso) seguintes, identifique aquele que apresenta maior consumo de cimento, considerando que estão sendo empregados os mesmos materiais: a) 1,00 : 2,50 : 3,80 ; a/c = 0,50 b) 1,00: 1,80: 3,30; a/c = 0,75 c) 1,00: 2,15: 3,30; a/c = 0,60 d) 1,00: 1,70: 2,90; a/c = 0,50 e) 1,00: 2,50: 3,80; a/c = 0,75 Explicação: O consumo de cimento depende da proporção entre o aglomerante e os agregados (miúdo e graúdo) e da relação água / cimento. Ao compararmos várias propostas de traços confeccionados com os mesmos ingredientes, devemos observar: • quanto maior a relação cimento / agregados, maior o consumo do aglomerante; • quanto maior o fator água / cimento, menor o consumo do aglomerante. Portanto, o traço retratado na alternativa d é o que deve apresentar maior consumo de cimento, considerando‐se um mesmo volume de concreto produzido (por exemplo, 1 m³). Analisadas as assertivas seguintes, referentes aos cimentos padronizados para emprego na construção civil, devemos concluir que somente estão corretas: I ‐ o CP‐ARI é um cimento de baixa resistência a agentes agressivos (cloretos) e de grande resistência à compressão no início da cura; II ‐ a classe do cimento, de acordo com a nomenclatura padrão adotada no Brasil, está relacionada à sua resistência à tração aos 28 dias, conforme ensaio normalizado; III ‐ o cimento portland branco é um cimento de baixa resistência a agentes agressivos (cloretos) e que gera, durante a cura, maior quantidade de calor de hidratação, em comparação com o cimento comum; IV ‐ o cimento portlandpozolânico é um cimento de menor resistência à compressão nos primeiros dias e maior resistência no final da cura, em comparação com o cimento comum; V ‐ o cimento portland comum (CP I) é resistente aos meios agressivos sulfatados. Analisadas as assertivas seguintes, acerca de cimento Portland resistente a sulfatos, devemos concluir que somente estão corretas: I ‐ o cimento Portland comum (CP I) pode, sob certas condições, ser considerado resistente a sulfatos; II ‐ meios sulfatados não são considerados agressivos ao concreto, mas somente às argamassas; III ‐ o contato do concreto com sulfatos pode resultar na perda de resistência e em fissuramento; IV ‐ cimentos Portland com a referência RS não podem ser empregados em concretos para estações de tratamento de água e esgotos; V ‐ cimento Portland pozolânico com 30% de materiais pozolânicos pode ser considerado resistente a sulfatos. Explicação: De acordo com a NBR 5737 (cimentos Portland resistentes a sulfatos), os cinco tipos básicos de cimento Portland (CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V‐ARI) podem ser considerados resistentes a sulfatos. Para isso, é necessário que se enquadrem em, pelo menos, uma das seguintes condições: • teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de, no máximo, 8% e 5% em massa, respectivamente; • cimentos do tipo alto‐forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada de alto‐ forno, em massa; • cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material pozolânico, em massa; • cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de obras que comprovem resistência aossulfatos. Analisadas as assertivas seguintes, devemos concluir que somente estão corretas: I — quanto mais fina, maior tende a ser o inchamento da areia; II ‐ quanto maior o módulo de finura, mais grosso o agregado; III — impurezas presentes na areia (por exemplo, a argila) não afetam a qualidade do concreto produzido com esse agregado; IV ‐ areias angulosas e ásperas ao tato produzem argamassas com maior coesão; V ‐ a resistência da areia deve ser sempre menor do que a da pasta da argamassa que a envolve. Explicação: Em geral, quanto mais fina a areia, maior o inchamento. O módulo de finura é um parâmetro adotado na análise granulométrica de agregados ‐ corresponde à soma das porcentagens retidas acumuladas (em massa) nas peneiras da série normal, dividida por 100. Quanto mais grosso o agregado, portanto, maior o módulo de finura. Para definir o seu possível aproveitamento na construção, seja na produção de argamassa ou concreto, seja para simples enchimento. A areia silicosa (quartzosa) é a de melhor desempenho. Uma das técnicas preliminares de avaliação da areia é tátil e visual. Preferencialmente, a areia deve ser angulosa e áspera quando esfregada entre os dedos; deve ser limpa (areias escurecidas sinalizam presença de partículas orgânicas ou barro). Por razões econômicas (a areia ocupa maior volume na argamassa e é mais barata do que o cimento), a resistência da areia deve ser superior à da pasta (aglomerante mais água) que a envolve. Caso contrário, a resistência da pasta (componente mais caro) não chega a ser totalmente aproveitada. Acerca da areia empregada como agregado miúdo na produção de argamassas e concretos, é correto afirmar: a) a presença de argila na areia melhora a qualidade das argamassas e concretos produzidos. b) o agregado miúdo é responsável pela maior contração da argamassa. c) o agregado miúdo é o principal responsável pela resistência à compressão dos concretos. d) a resistência à compressão das argamassas e concretos tende a ser maior quando se emprega agregado miúdo de granulometria uniforme. e) areia mais fina aumenta o consumo de cimento na produção das argamassas e concretos. Explicação: Agregados mais finos aumentam o consumo de cimento devido à maior superfície específica, o que demanda maior volume de pasta para envolvê‐los e aglutiná‐los. Numa argamassa, a areia separa os grãos do aglomerante ‐ isso favorece o endurecimento, diminui a contração e facilita o manuseio. Agregado de granulometria uniforme não traz benefícios em termos de resistência ao concreto ou argamassa produzidos. Areia com pequeno teor de argila (da ordem de até 5%) pode favorecer a argamassa em termos de plasticidade e impermeabilidade. No entanto, já na produção de concreto, agregados com a presença de mineral argiloso são nocivos A resistência à compressão do concreto não pode ser atribuída majoritariamente ao agregado miúdo. A parcela mais significativa do volume de concreto é ocupada pelo agregado graúdo. Uma boa gradação, tanto da areia quanto da brita (ou seixo), proporciona ao concreto melhor desempenho, maior trabalhabilidade e menor custo. A porcentagem ótima de agregado miúdo é função do diâmetro máximo do agregado graúdo ‐ quanto maior do diâmetro da brita (ou seixo), maior o consumo de areia. É, portanto, o trabalho conjunto dos agregados (miúdo e graúdo) devidamente aglutinados que irá conferir ao concreto os seus indicadores de resistência. Considere o traço em volume de concreto 1:2:3 (cimento, areia e brita) com fator água‐ cimento 0,63. O consumo de cimento para a produção de 100m3 de concreto é de, aproximadamente, em toneladas: Dados: massa específica aparente da areia: 1,46g/cm3 massa específica dos sólidos da areia: 2,62g/cm3 massa específica aparente da brita: 1,39g/cm3 massa específica dos sólidos da brita: 2,56g/cm3 massa específica aparente do cimento: 1,42g/cm3 massa específica dos sólidos do cimento: 3,10g/cm3 inchamento da areia: 28,0% O primeiro passo é converter o traço em volume para traço em massa. 1,42kg de cimento (1L de cimento) 2 x 1,46kg de areia = 2,92kg de areia (2L de areia) 3 x 1,39kg de brita = 4,17kg de brita (3L de brita) O traço em massa é, portanto: 1,42 : 2,92 : 4,17, equivalente a 1: 2 : 3 em volume. Para o cálculo do consumo C de cimento (por m3 de concreto), podemos empregar a seguinte fórmula Então, 343,96kg de cimento são consumidos na preparação de 1000L de concreto (1m3). Portanto, para prepararmos 100m3, serão gastos 34.396,00 kg de cimento (ou aproximadamente 688 sacos de 50kg), 100.436kg de areia (= 34.396x2,92), 143.431kg de brita (= 34.396x4,17) e 22.357kg de água (= 34.396x0,65). Sobre o slump test (ensaio de abatimento de tronco de cone) aplicável ao concreto, é correto afirmar, exceto: a) a medida da consistência obtida nesse teste serve, usualmente, como uma aproximação do grau de trabalhabilidade do concreto. b) não é aplicável a concretos muito secos nem a concretos pobres em agregados finos. c) a consistência é definida para o concreto, no processo de dosagem, em função do tamanho da peça, da disposição da armadura, e do modo de lançamento e adensamento. d) a consistência do concreto depende do fator água/cimento, da proporção agregado/ cimento e da composição granulométrica do agregado. e) o ajuste ou correção da consistência pode ser feito, simplesmente, aumentando ou diminuindo a quantidade de água de amassamento. Explicação: O campo de aplicação do ensaio de abatimento (slump test) é limitado. Concretos muito secos ou pobres em agregado miúdo tendem a desagregar‐se com a retirada da forma, em vez de abater‐ se. De acordo com a NBR 12655, devem ser realizados ensaios pelo abatimento do tronco de cone, ou de espalhamento e habilidade passante em fluxo livre, no caso de concreto autoadensável. Para o concreto preparado pelo construtor da obra, devem ser realizados ensaios de consistência sempre que ocorrerem alterações na umidade dos agregados e nas seguintes situações: Na primeira amassada do dia; Ao reiniciar o preparo após uma interrupção da jornada de concretagem de pelo menos 2h; Na troca de operadores; Cada vez que forem moldados corpos de prova. Para o concreto preparado por empresa de serviços de concretagem, devem ser realizados ensaios de consistência a cada betonada. Analisadas as assertivas seguintes, acerca dos ensaios não‐destrutivos disponíveis para a verificação do concreto armado, devemos concluir que somente estão corretas: I ‐ são sempre necessários e realizados após o primeiro ano de utilização da obra; II ‐ são recomendáveis, por exemplo, em casos de modificação no projeto, ocorrência de sinistros (incêndio) ou em obras que permaneceram paralisadas por longo tempo; III ‐ a esclerometria é baseada na extração de pequenas amostras do elemento estrutural para análise em laboratório; IV ‐ a homogeneidade do concreto pode ser avaliada através de ensaios baseados em ondas ultrassônicas; V ‐ a gamagrafia permite localizar fissuras internas na estrutura de concreto ou a má aderência do concreto às armaduras. Explicação: Somente são necessários quando as amostras colhidas durante a execução do concreto (no controle tecnológico sistemático) apresentarem parâmetros inferiores, incompatíveis com o projeto estrutural. A esclerometria constitui um método de dureza superficial para estimativa da resistência do concreto. A extração de pequenas amostras (corpos de prova) é, em alguns casos especiais, procedimento complementar à esclerometria. Dentre as anomalias detectáveis pela gamagrafia, destacam‐se:
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