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Psicanálise exercício de aprimoramento sobre Melanie Klein

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Psicanálise – exercício de aprimoramento sobre Melanie Klein 
 
Questões: 
1. Descreva a técnica psicanalítica proposta por Klein. Quais são suas características 
principais? 
2. Como é sua proposta no trabalho com crianças? Qual a relação entre a técnica 
freudiana com adultos e a técnica que Klein propõe de psicanálise com crianças? 
3. Como Klein entende o conflito de forças pulsionais no bebê? Que importância ela 
atribui à agressividade? 
4. O que é o superego precoce? 
5. Descreva o que Melanie Klein chama de posição esquizoparanóide. Quais as 
angústias, tipo de relação de objeto e mecanismos de defesa próprios desta posição? 
6. O que é identificação projetiva? E como Klein trabalha com este fenômeno na clínica? 
7. Descreva o que Melanie Klein chama de posição depressiva. Quais as angústias, tipo 
de relação de objeto e mecanismos de defesa típicos desta organização? 
 
 
 
Gabarito/respostas: 
1. A proposta de Klein é um jogo infantil, atribuído como uma técnica do brincar e como seu 
método de análise de crianças. O objetivo da técnica kleiniana é analisar os conflitos e fantasias 
inconscientes da criança, para isso, tem como principais características: a criança expressa as 
mais profundas angústias e fantasias por meio da brincadeira, que é a forma como realiza a 
associação livre; o analista se engaja ativamente na fantasia que é proposta pela criança; o 
analista deve usar o linguajar da criança e; o analista não deve utilizar de influência moral ou 
educativa, mas ater-se apenas aos procedimentos psicanalíticos - compreender a mente do 
paciente e comunicar a ele o que ocorre nela. Além disso, para se alcançar o objetivo inicial, o 
método explora sistematicamente a transferência que ocorre durante a sessão. 
2. A proposta de Klein de trabalho com crianças é: por meio do brincar, compreender e 
interpretar as fantasias, os sentimentos, as ansiedades e as experiências expressas pela criança 
sobre seu mundo psíquico. 
A análise freudiana com adultos é uma técnica de associação livre com a utilização de 
palavras - redes simbólicas de representação mais elaboradas. Enquanto o atendimento com 
crianças, proposto por Klein, equivale à análise dos sonhos que Freud fazia com pacientes 
adultos. Portanto, a técnica do brincar de Klein é equivalente à associação livre, porém com a 
utilização de redes simbólicas de representação menos elaboradas, já que o atendimento era 
com crianças. 
 
3. O conflito psíquico de forças pulsionais, segundo Klein, se dá entre as pulsões de amor e 
de ódio - pulsão de vida e de morte, bem e mal, amor e destrutividade/agressividade - na relação 
com os objetos externos; diferentemente do que afirmava a psicanálise previamente - atribuindo 
o conflito entre pulsão sexual e defesas. A agressividade tem grande importância na obra 
kleiniana por ser a causa da angústia. As pulsões sádicas e agressivas se inscrevem na pulsão 
de morte, atuando no indivíduo, desde os primeiros momentos de seu desenvolvimento. A 
frustração é um elemento contribuidor para as pulsões agressivas. 
 
4. Para Freud, a criança só desenvolve o superego a partir dos 3 anos, com a introjeção das 
regras sociais impostas pelo Complexo de Édipo, todavia, contrapondo Freud, Klein propõe que 
o bebê desenvolve um superego precoce entre 2 e 3 anos. O superego precoce surge porque a 
violência do próprio indivíduo sofre um desvio contra si mesmo, deixando as próprias forças do 
id dispostas umas contra as outras, o que cria uma primeira forma de inibição da agressividade. 
 
5. A posição esquizoparanóide descrita por Klein é o processo primitivo que estrutura a 
organização da vida mental de um bebê nos seus 3 primeiros meses. 
O tipo de angústia dessa posição é persecutória: por ser um ego frágil, que não tolera sua 
própria força pulsional, não tem a capacidade de suportar os conflitos internos do amor versus 
destrutividade, por isso cinde o bem-mal, projetando a destrutividade/o mal que tem dentro de si 
no mundo externo. Contudo, essa projeção do mal faz o bebê criar um medo de retaliação de 
que o mal que ele projetou na realidade externa volte-se contra ele. 
O tipo de relação com o objeto é parcial: o bebê, por não suportar a dualidade interna, separa 
o mundo entre bem - satisfações, amor, prazer - e mal - destrutividade, ódio, frustrações. Essa 
separação ocorre por não compreender que o mesmo objeto que faz bem e causa prazer, é 
capaz de fazer mal e causar frustração, deixando, assim, de integrar o objeto, entendendo-o 
parcialmente. 
Os mecanismos de defesa da posição esquizoparanóide são: cisão do bem e do mal; 
projeção da destrutividade/do mal; identificação projetiva; idealização do objeto de prazer/amor. 
6. Identificação projetiva é um mecanismo de defesa da posição esquizoparanóide, na qual o 
ego é submetido a dependência do objeto externo. Quando o ego projeta para fora de si parte 
do self, fica fragilizado e enfraquecido, por isso fica sujeito a confusão de identificação e perda 
da diferença entre sujeito e objeto. Se a projeção for de aspectos bons, a dependência gira em 
torno da expectativa de recebê-los também, pelos objetos externos, nos quais os depositou. Em 
contrapartida, se a projeção for de aspectos maus, a dependência é atribuída ao controle e 
proteção da retaliação desses objetos externos, a fim de evitar a angústia persecutória. 
Para Klein, a principal função do analista é se deixar envolver pelo clima emocional da 
sessão, receber todas as projeções que o paciente fará sobre ele, ser muito sensível às 
manifestações transferenciais e contra-transferenciais, para, de todo esse suceder, extrair a 
estrutura básica - angústia que prevalece e mecanismo de defesa característicos da relação de 
objeto, nesse momento - que marca o ponto de urgência. 
7. A posição depressiva descrita por Klein determina a estrutura da organização psíquica do 
bebê a partir dos 3 e 6 meses de vida. 
O tipo de angústia dessa posição é depressiva: o ego do bebê, já mais fortalecido, é capaz 
de sentir culpa e preocupação diante do dano que causa ao objeto amado com suas pulsões 
agressivas. 
O tipo de relação com o objeto é total: o fortalecimento do ego do bebê torna-o capaz de 
suportar a dualidade pulsional sua e dos objetos externos, por isso consegue compreender que 
o objeto é integrado, e que ao mesmo tempo que causa prazer pode causar frustração. 
Os mecanismos de defesa são de característica maníaca: triunfo, controle onipotente e 
desprezo nas relações de objeto - há um engrandecimento do eu por não suportar o sentimento 
de culpa.

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