Buscar

Andrógenos, Testosterona Estrogênio e progesterona

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. Testosterona
É o principal hormônio sexual masculino (mas também produzido por mulheres, em baixa quantidade) e faz parte de um grupo de hormônios chamados de androgênios.
A testosterona é secretada principalmente pelos testículos nos homens (7-8 vezes mais que a mulher) e, em menor concentração, pelos ovários das mulheres.
A testosterona desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de tecidos reprodutivos masculinos, como testículos e próstata, bem como a promoção de características sexuais secundárias, como o aumento da massa muscular, aumento e maturação dos ossos e o crescimento de pelos e cabelos corporais. Além disso, a testosterona tem papel fundamental no desejo e libido sexual em homens e mulheres.
a. Atuação:
I. Motivação: a testosterona atua no sistema nervoso, contribuindo com a produção de energia, capacidade de concentração e no humor.
II. Perda de massa óssea: por estar relacionado ao crescimento e desenvolvimento dos ossos, a testosterona pode influenciar na densidade óssea.
III. Crescimento dos pelos: a produção da testosterona inicia nos homens por volta dos 12 anos, representando a puberdade masculina, que estimula o crescimento dos pelos pelo corpo.
IV. Desejo sexual: este é um comportamento que mais está relacionado com a atuação da testosterona no organismo, visto que influencia no desejo sexual.
V. Desenvolvimento muscular: assim como no crescimento dos pelos, é na puberdade que os músculos se desenvolvem nos homens, visto que é o começo da produção deste hormônio. Porém, é entre os 20 e 30 anos que acontece o pico de testosterona no sangue.
b. Produção:
I. A produção da testosterona está relacionada aos hormônios LH e FSH. Eles são liberados pela hipófise e juntos exercem suas atividades ao nível dos testículos, local onde o LH atua nas células de Leydig estimulando a produção da testosterona.
II. O colesterol é o precursor da maioria dos hormônios sexuais, pois nas glândulas produtoras de hormônios ele sofre reações até se transformar em testosterona.
III. A produção da testosterona no organismo não se limita ao homem, a mulher também produz este hormônio, porém em quantidades menores, apresentando os mesmos benefícios e efeitos que ocorrem nos homens.
IV. Para manter a produção de testosterona, recomenda-se a prática de exercícios físicos com frequência, dormir bem e manter o peso corporal equilibrado.
b1. Alimentos que ajudam na produção da testosterona
I. Alimentos ricos em zinco: as principais fontes de zinco são de origem animal, ostras, camarão, carne bovina, frango, peixe e fígado. Também podem ser encontradas em legumes e tubérculos.
II. Alimentos ricos em vitamina D: as principais fontes de vitamina D são as carnes, peixes e frutos do mar, especialmente salmão, sardinha e marisco, além de derivados do leite e cogumelos.
III. Alimentos ricos em vitamina A: as principais fontes de vitamina A são a gema de ovo, óleos de peixe e fígado, mas também pode ser encontrada em vegetais e frutas, como cenoura, espinafre, manga e mamão.
c. Níveis Baixos:
I. Níveis de testosterona baixos associam-se a doenças, como uma doença conhecida por hipogonadismo. 
II. O hipogonadismo pode ser causado por um dano no testículo, um câncer na região, doenças hepáticas, diabetes tipo 2, obesidade e alterações hormonais (que podem acontecer, por exemplo, por um excesso do uso de anabolizantes)
III. A andropausa é uma situação caracterizada pela diminuição da produção de testosterona pelos homens, o que faz com que surjam sintomas semelhantes ao da menopausa nas mulheres, como alterações do humor, diminuição da libido, perda de massa muscular e cansaço excessivo, por exemplo.
IV. A andropausa é uma etapa normal do envelhecimento do homem, pode ser controlada através da reposição de testosterona através de remédios prescritos pelo endocrinologista ou urologista.
V. É importante que o homem adote hábitos saudáveis, como praticar atividade física de forma regular, dormir de 6 a 8 horas e ter uma alimentação equilibrada e variada, rica em alimentos que também possam aumentar os níveis de testosterona.
VI. A queda na produção de testosterona é observada desde os 30 anos, mas é a partir dos 40 que seus efeitos são mais aparentes.
2. Andrógenos
Os androgênios são um grupo de hormônios que facilitam a comunicação entre as células de todo o corpo. Algumas células possuem receptores androgênicos.
Hormônios criados a partir do colesterol, como os androgênios e o estrogênio, são conhecidos como hormônios esteróides.
Os androgênios são produzidos nas glândulas adenoides e nos ovários através da conversão do colesterol. Os tecidos muscular e adiposo também podem sintetizar a testosterona.
a. Atuação:
Os androgênios não afetam apenas a nossa saúde sexual; eles desempenham também um papel importante no nosso metabolismo, na sensibilidade à insulina e, possivelmente, na nossa composição corporal (quantidade e distribuição de gordura corporal e músculo).
Os androgênios também podem afetar a densidade óssea e a saúde cardiovascular em mulheres cis-gênero, e algumas pesquisas sugerem que os androgênios podem ter um impacto na função cerebral e no humor, mas para afirmar isso é necessária mais investigação.
O estrogênio mais "importante", o estradiol, é na verdade sintetizado a partir da testosterona por uma enzima chamada aromatase. Os androgênios também parecem afetar a função do endométrio (o revestimento do útero) e podem desempenhar um papel na preparação para uma potencial gravidez.
Provavelmente existe uma relação entre a libido (o desejo sexual) e os níveis de androgênios, mas a relação é complicada.
O androgênio mais conhecido é a testosterona, mas a diidrotestosterona (DHT) é o androgênio “mais forte”, pois tem o maior efeito sobre os receptores androgênicos.
Há também uma subclasse de moléculas, às vezes chamada de “pró-androgênios”, que só agem (muito ligeiramente) nos receptores androgênicos até serem convertidas em testosterona. Esta subclasse inclui o sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEA-S), entre outros.
b. Tipos de testosterona:
A testosterona total é a medida da quantidade de testosterona presente em uma amostra de sangue.
A testosterona livre é a medida de quanta testosterona não está ligada a outra molécula, seja a globulina - ligadora de hormônios sexuais (SHBG) ou a albumina.
A testosterona biodisponível é uma medida da testosterona livre e da testosterona ligada à albumina.
A testosterona biodisponível e a testosterona livre atuam de uma maneira diferente da testosterona SHBG.
Com base nos níveis dessas três medidas de testosterona, seu médico poderá tirar conclusões diferentes sobre a causa de seus sintomas. Se a sua testosterona total é normal, mas a sua testosterona livre é baixa, por exemplo, isso pode significar que você tem altos níveis de SHBG, o oposto de baixa testosterona.
Aqui estão os valores de referência para os níveis de testosterona e DHEA-S em amostras de sangue, que são usados para ajudar a diagnosticar alguns problemas reprodutivos (10,11).
· Níveis de androgênios entre a menarca e a menopausa
Normalmente, a quantidade de androgênios no nosso corpo diminui à medida que vamos envelhecendo.
· Testosterona total
· 12 a 16 anos: menos de 75 ng / dl
· 17 a 18 anos: 20 a 75 ng / dl
· > ou = 19 anos: 8-60 ng / dL (10)
· Testosterona livre
· Para pessoas entre os 15 e os 18 anos, os níveis de testosterona livre variam de <0,04 a 1,09 ng / dL.
· Depois dos 18 anos, o limite mínimo do intervalo normal é de 0,06 ng / dL. O limite superior da faixa normal é de 1,08 ng / dL para pessoas entre os 19 e os 24 anos, mas esse valor cai para 0,92 ng / dL aos 50 anos. Depois de uma pessoa atingir os 55 anos, o limite superior normal continua a diminuir.
· Testosterona biodisponível
· < ou = 19 anos: não estabelecido
· 20 a 50 anos: 0,8 a 10 ng / dl
· > 50 anos: não estabelecido
· DHEA-S - Sulfato de Desidroepiandrosterona
· 12 a 17 anos: 20 a 555 mcg / dl
· 19 a 30 anos: 45 a 380 mcg / dl
· 31 a 50 anos: 12 a 379 mcg / dL
·Pós-menopausa: 30-260 mcg / dl 
· Embora não seja um androgênio, alguém pode querer ter seus níveis de SHBG (globulina - ligadora de hormônios sexuais) testados no caso de estar preocupado com altos níveis de androgênios. Como mencionado acima, o nível SHBG está ligado à testosterona. Pode acontecer de os elevados níveis de testosterona não serem causados por um aumento na produção de testosterona, mas sim por baixos níveis de SHBG.
· Níveis de androgênios durante a gravidez
· Durante a gravidez, os níveis de testosterona total aumentam. Os níveis de testosterona também podem ser diferentes dependendo da parte do corpo. Os níveis de testosterona do sangue materno, do líquido amniótico e do cordão umbilical (provavelmente) não serão os mesmos.
· Além disso, o nível de testosterona no líquido amniótico (embora não no sangue materno) é maior quando uma pessoa está grávida de um feto do sexo masculino.
 3. Estrogênio 
O estrogênio é o hormônio sexual mais conhecido em mulheres e pessoas que menstruam. É feito de colesterol (um tipo de molécula de gordura) dentro do corpo.
Os hormônios facilitam a comunicação entre as células em todo o corpo. As células que possuem receptores para o estrogênio têm funções que são ativadas ou desativadas por ele. 
a. Funções:
O estrogênio é o principal hormônio responsável pelas características sexuais secundárias femininas, tais como o tamanho dos seios e o controle da ovulação.
A partir da puberdade, o estrogênio desempenha importante função no ciclo menstrual. Durante a menopausa ocorre a diminuição da liberação de estrogênio e progesterona, os principais hormônios femininos.
As principais funções do estrogênio são:
· Estimula o crescimento do endométrio do útero preparando-o para a fertilização;
· Regula a distribuição de gordura no corpo, contribuindo para as formas corporais femininas, como por exemplo da região do quadril;
· Desenvolvimento mamário;
· Crescimento de pelos pubianos;
· Estimula o desenvolvimento dos pequenos e grandes lábios da vulva.
b. Produção:
O estrogênio é produzido pelos ovários e placenta, e em menor quantidade pelas glândulas suprarrenais e testículos. Nas mulheres, a produção do estrogênio está intimamente relacionada com o ciclo menstrual.
O estrogênio não é um hormônio exclusivo de mulheres e pessoas que menstruam. Homens, mulheres trans, crianças e mulheres na pós-menopausa também têm estrogênio em seus corpos. Como essas pessoas não têm ovários que ativamente liberam óvulos todos os meses, seu estrogênio é produzido em outras áreas do corpo, como nos tecidos adiposos, ossos, pele, fígado e glândula adrenal. Em homens adultos, o estrogênio é produzido nos testículos.
A síntese de estrogênio é regulada por outros dois hormônios chamados de gonadotrofinas, o FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), secretados pela hipófise.
Na fase folicular, início do ciclo menstrual, ocorre liberação de FSH, o que irá promover o amadurecimento dos folículos ovarianos para permitir a ovulação. Com isso, o ovário aumenta a produção de estrogênio com objetivo de preparar o útero para uma possível gravidez.
Durante a fase ovulatória, o estrogênio estimula a liberação do hormônio LH pela hipófise, responsável por selecionar o óvulo mais maduro durante a ovulação. Em geral, isso ocorre até o 14° dia do ciclo menstrual.
A fase lútea é a última fase do ciclo e se inicia por volta dos 12 últimos dias, caracterizada pela predominância do hormônio progesterona. Até esse momento, as ações dos hormônios ainda estão voltadas para preparar o útero para a gravidez. Existe ainda a produção moderada de estrogênio.
Caso tenha ocorrido fecundação, os níveis de progesterona e estrogênio se mantêm elevados para garantir o revestimento do útero até a formação da placenta.
Se não houver fecundação, o folículo vai diminuindo no ovário e, consequentemente, os níveis de estrogênio e progesterona caem até que o revestimento do útero seja eliminado, dando origem a uma nova menstruação e reiniciando o ciclo.
c. Tipos:
O estrogênio é, na verdade, um termo que designa também outros compostos, os quais são denominados de hormônios esteróides.
Existem potencialmente quatro tipos de estrogênio nas mulheres:
I. Estradiol: Principal e mais importante hormônio sexual feminino é essencial para que a gravidez possa acontecer. Estima-se que possua mais de 300 funções no organismo feminino.
II. Estrona: Predominante em mulheres após a menopausa.
III. Estriol: Subproduto do metabolismo da estrona, sendo mais importante durante a gravidez
IV. Estetrol: Este tipo de estrogênio só é produzido durante a gravidez a partir do fígado do feto.
 d. Alterações:
A quantidade de estrógeno no corpo é medida pela quantidade de estradiol circulante no organismo através do exame de sangue. Os valores de referência desse exame variam de acordo com a idade e gênero da pessoa
Homens: 20,0 até 52,0 pg/mL
Mulheres:
A. Fase folicular: 1,3 a 266,0 pg/mL
B. Meio do ciclo menstrual: 49,0 a 450,0 pg/mL
C. Fase lútea: 26,0 a 165,0 pg/mL
D. Menopausa: 10 a 50,0 pg/mL
E. Menopausa tratada com reposição hormonal: 10,0 a 93,0 pg/mL
Elevado
Quando o estrógeno encontra-se elevado nas mulheres, pode causar ganho de peso, ciclo menstrual irregular, dificuldade para engravidar ou dor e inchaço frequente nas mamas.
Algumas situações que podem causar aumento do estrógeno em mulheres são:
· Puberdade precoce
· Síndrome dos ovários policísticos
· Tumor no ovário
· Tumor na glândula suprarrenal
· Gravidez.
Nos homens, o estrógeno aumentado pode causar disfunção erétil, diminuição da libido ou infertilidade, aumentar a coagulação do sangue, estreitar as artérias e aumentar o risco de doenças cardíacas e hipertensão, além de favorecer o desenvolvimento de mamas, chamada de ginecomastia masculina.
Baixo
O estrógeno pode apresentar valores mais baixos durante a menopausa, sendo que a maior parte do estrógeno passa a ser produzido somente pelas células de gordura do corpo e pela glândula suprarrenal, porém em pequenas quantidades. 
Outras situações que podem diminuir a quantidade de estrógeno produzido em mulheres são: 
· Insuficiência ovariana
· Menopausa precoce
· Síndrome de Turner
· Uso de anticoncepcionais orais
· Hipopituitarismo
· Hipogonadismo
· Gravidez ectópica
Nesses casos, os sintomas mais comuns são ondas de calor, cansaço excessivo, insônia, dor de cabeça, irritabilidade, diminuição do desejo sexual, secura vaginal, dificuldade de atenção ou diminuição da memória, que também são comuns na menopausa.
Além disso, o estrógeno baixo pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e causar osteoporose, principalmente na menopausa, sendo em alguns casos necessária a terapia de reposição hormonal.
Nos homens, o estrógeno baixo pode ocorrer por hipogonadismo ou hipopituitarismo e causar sintomas como retenção de líquidos no corpo, acúmulo de gordura abdominal, perda da densidade óssea, irritabilidade, depressão, ansiedade ou cansaço excessivo.
4. Progesterona
A progesterona, ao contrário do estrogênio, não exerce atividade sobre a determinação das características sexuais femininas.
Ela é fundamental nos processos de menstruação, fecundação, transporte e implantação do óvulo fertilizado, manutenção da gravidez e lactação.
A progesterona foi a base do desenvolvimento de anticoncepcionais orais, e, combinados com estrógenos, promove a inibição da ovulação, prevenindo a maturidade folicular, pois inibe a secreção de gonadotrofinas pela hipófise.
a. Produção:
Seu corpo usa o colesterol como o componente principal para fabricar a progesterona. A progesterona é produzida principalmente nos ovários pelo corpo lúteo, que é a área que se desenvolve depois que a ovulação acontece e o folículo em torno do óvulo se rompe. Parte da progesterona também é produzida pelas glândulas suprarrenais, que ficam em cima dos rins. Durante a gravidez, a placenta produz progesterona.
Os hormônios são pequenas moléculas produzidas pelas glândulas e que viajam pela corrente sanguínea até chegarema um órgão cujas células possuem receptores específicos para esse hormônio. A progesterona atinge e afeta o útero, a vagina, o colo do útero, as mamas e os testículos, bem como o cérebro, os vasos sanguíneos e os ossos
b. Níveis hormonais e ciclo menstrual:
O ciclo menstrual nada mais é do que um processo cíclico decorrente da secreção alternada de quatro principais hormônios: estrógeno e progesterona (secretados principalmente nos ovários), Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH), os dois últimos, secretados pela hipófise . A hipófise é uma glândula endócrina situada na sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do cérebro.
No início de cada ciclo, quando a menstruação ocorre, há liberação hipofisária de pequenas quantidades de FSH e LH (pequenos pulsos), que juntos provocam o crescimento e amadurecimento dos folículos ovarianos . O crescimento destes folículos induz o aumento da produção de estrógeno. Este é secretado em uma taxa crescente, estimulando a proliferação endometrial, e atingindo o seu pico aproximadamente na metade do ciclo.
A concentração alta de estrógeno inicialmente reduz o pulso de LH e FSH e, em seguida, provoca um aumento súbito – surto pré-ovulatório – destes dois hormônios, estimulando a ovulação (ruptura do folículo e liberação do óvulo). Após a ovulação, os elementos residuais do folículo rompido formam o desenvolvimento do corpo lúteo que secreta estrogênio e quantidades elevadas de progesterona com o objetivo de manter a gestação, até que a placenta possa assumir esta função.
· Ciclo menstrual normal, de 28 dias, mostrando as flutuações das concentrações hormonais sangüíneas (a) e (b) e os estágios de crescimento do folículo e do corpo lúteo (c), assim como as alterações do endométrio (d), no útero, durante o ciclo menstrual.
A: liberação pulsátil do LH e do FSH;
B: aumento da quantidade de estrógeno;
C: redução dos pulsos de LH e FSH;
D: surtos pré-ovulatórios de LH e FSH;
E: estrógeno e grandes quantidades de progesterona secretados devido à ovulação;
F: não havendo fecundação a concentração de estrógeno e progesterona caem.
Não havendo fecundação os níveis de progesterona e estrogênio caem, provocando a diminuição da produção de LH e FSH, de modo que o corpo lúteo regrida – fase luteínica - reduzindo por sua vez a produção de progesterona e estrogênio e fazendo com que o endométrio descama, ocorrendo a menstruação e dando início a um novo ciclo.
· Diagrama do ciclo menstrual, mostrando a secreção alternada dos principais hormônios envolvidos no processo: LH, FSH, progesterona e estrógeno, quando não ocorre fecundação.
A ovulação ocorre aproximadamente entre 10-12 horas após o pico de LH.De uma maneira geral, este período de tempo entre o pico de LH e a menstruação é de 14 dias. Considera-se período fértil (período em que a mulher está mais apta a engravidar) aquele que inicia três a quatro dias antes da ovulação e termina três a quatro dias após a ovulação. Normalmente, para fins de cálculos, considera-se o dia fértil (dia exato da ovulação) como sendo o 14º dia antes do início da menstruação seguinte.
Quando, durante o ciclo menstrual, ocorre a fecundação , o embrião atinge o útero e a placenta secreta um hormônio chamado de hCG – Human chorionic gonadotropin – que impede a degeneração do corpo lúteo. Este tem a função de manter a produção de progesterona e estrógeno, hormônios críticos para a manutenção da gestação. A produção ovariana destes hormônios inibe a produção hipofisária de LH e FSH, impedindo o estímulo de novos folículos ovarianos e, consequentemente, a ovulação durante todo o período da gestação. Há assim um bloqueio do ciclo menstrual. No final da gravidez o corpo lúteo se desintegra, diminui a quantidade de progesterona, provocando a contração do útero que facilita a expulsão do feto durante o parto. Após o parto um novo ciclo menstrual se inicia.
· Diagrama do ciclo menstrual, mostrando a secreção alternada dos principais hormônios envolvidos no processo: LH, FSH, progesterona e estrógeno, quando há fecundação.
Os hormônios gonadotróficos, LH e FSH, secretados na hipófise, são produzidos tanto no homem quanto na mulher, mas agindo naturalmente, sobre diferentes órgãos. Os hormônios sexuais, progesterona e estrógeno, secretados pelas respectivas glândulas sexuais (ovários, nas mulheres e testículos, nos homens), também são produzidos por ambos os sexos quando estimulados pelos hormônios gonadotróficos.
· Valores de referência da progesterona:
Início do período menstrual: 1 ng/mL ou inferior;
Antes da ovulação: inferior a 10 ng/mL;
7 a 10 dias depois da ovulação: superior a 10 ng/mL;
No meio do ciclo menstrual: 5 a 20 ng/mL;
Primeiro trimestre de gravidez: 11 a 90 ng/mL
Segundo trimestre de gravidez: 25 a 90 ng/mL;
Terceiro trimestre de gravidez: 42 a 48 ng/mL.
c. Progestagênios:
Os progestagênios são hormônios sintéticos criados a partir de progesterona ou testosterona que têm efeitos semelhantes aos da progesterona. São usados em todos os anticoncepcionais hormonais (de forma isolada ou em combinação com um estrogênio) e em alguns tratamentos hormonais da menopausa.
Como a estrutura química dos progestagênios é um pouco diferente da progesterona produzida pelo corpo, eles não são ideais para os receptores de progesterona. Os progestagênios podem se ligar a mais do que apenas os receptores de progesterona no organismo. Eles também podem se ligar a receptores de androgênios e estrogênios, causando efeitos colaterais associados a esses hormônios dependendo do progestagênio ativar ou bloquear o receptor.
Por exemplo, os progestagênios que ativam os receptores de androgênios podem causar efeitos colaterais como acne e hirsutismo (excesso de pelos) em algumas pessoas, sobretudo quando o método contraceptivo tem um nível baixo ou nenhum estrogênio. O método anticoncepcional hormonal (geralmente a pílula) também pode ser usado para tratar a acne e o hirsutismo. A reação em todas as pessoas não será a mesma, mas para algumas delas a formulação específica e o tipo de progestagênio serão importantes.
Às vezes a dose de progestagênio não é alta o suficiente ou a ligação entre o progestagênio e os receptores de progesterona não é forte o suficiente, causando sangramento ou manchas durante o uso de pílulas anticoncepcionais ativas (contendo hormônios) ou causando menstruações mais intensas. Às vezes, uma simples mudança na dose ou no tipo de método anticoncepcional pode melhorar esses efeitos colaterais. Pode nem sempre ser o progestagênio causando o problema. Em contraceptivos hormonais combinados, a dose de estrogênio também pode estar relacionada a certos efeitos colaterais.
· Anticoncepcionais hormonais combinados e progesterona:
Anticoncepcionais hormonais combinados, que incluem tanto uma forma de estrogênio quanto o progestagênio, impedem principalmente a gravidez, interrompendo a ovulação. Eles também ajudam a espessar o muco cervical .
I. A pílula e a progesterona
A progesterona é inibida em pessoas que tomam diversos anticoncepcionais orais combinados (COCs) (várias doses, tipos de progesterona e tratamentos), indicando que a ovulação normalmente não ocorre com esse método.
II. O adesivo e a progesterona:
Em um estudo, os níveis de progesterona em pessoas que usaram adesivos anticoncepcionais tiveram taxas mais baixas do que antes do uso do adesivo .O adesivo inibiu a ovulação em quase todos os ciclos em que foi usado corretamente.
III. O anel e a progesterona:
Em um estudo com 21 usuários do anel anticoncepcional, os níveis de progesterona foram consistentemente baixos (em média <0,63 ng/ml) porque nenhuma ovulação ocorreu durante dois meses de uso.
· Anticoncepcionais à base de somente progestagênio e a progesterona:
A ovulação ainda pode acontecer com o uso de alguns métodos contracepcionais a base de somente progestagênios. Isso significa que os níveis de progesterona ainda poderão aumentar e diminuir no padrão típico para as pessoas que não usam métodos anticoncepcionais hormonais. As taxasde ovulação entre esse grupo variam porque, apesar de todas conterem progestagênios, elas têm tipos e dosagens diferentes, além de entrarem no corpo por vias diferentes. Isso afeta a quantidade de progesterona que chega efetivamente à corrente sanguínea e ao cérebro para interromper a ovulação.
O fato da ovulação ocorrer com esses métodos não significa que o método anticoncepcional não está funcionando. Os métodos a base de somente progestagênio também funcionam de outras maneiras, por exemplo, com o espessamento do muco cervical para impedir que os espermatozóides atinjam o óvulo
I. O implante e a progesterona
A maioria dos usuários de implantes contraceptivos de etonogestrel não ovulam. Entre 16 pessoas que usam implantes de etonogestrel que foram acompanhados por até três anos, não houve ovulação detectada até depois de 30 meses de uso, quando 2 participantes do estudo mostraram aumento nos níveis de progesterona indicativos de ovulação. A ovulação pode ocorrer em uma minoria de pessoas após o uso prolongado do implante, uma vez que os níveis da medicação no corpo diminuem com o tempo.
II. DIUs hormonais e a progesterona
A ovulação é comum entre pessoas que usam DIUs hormonais. Em um pequeno estudo com 10 pessoas usando o DIU de 52 mg de levonorgestrel, quase metade dos ciclos estudados durante o primeiro ano de uso foi ovulatória, mas esse número aumenta com o tempo.
Em um estudo com 14 pessoas usando o DIU de 52 mg de levonorgestrel por 6 anos, a ovulação ocorreu em 79% dos ciclos, embora nove dos participantes do estudo não tivessem menstruações regulares. Independentemente de estarem menstruadas, os níveis de progesterona para essas 14 pessoas seguiram os padrões normais de progesterona durante o ciclo menstrual, com um pico nos dias 20 a 25, com valores máximos no intervalo normal.
Para pessoas que usam DIUs hormonais de dose mais baixa (tipos de 19,5 e 13,5 mg), a ovulação ocorre em quase todos os ciclos.
III. A injeção e a progesterona
A injeção ou injeção contraceptiva, que é uma medicação conhecida como injeção de acetato de medroxiprogesterona de depósito (DMPA), inibe a ovulação e, portanto, inibe a produção de progesterona ovariana.
O nível médio de progesterona para uma pessoa usando a injeção contraceptiva é de 0,40 ng/ml. Este nível é semelhante ao de uma pessoa que não está usando qualquer forma de contracepção hormonal e está na fase folicular (pré-ovulatória) de seu ciclo .
· Pílula à base de somente progestagênio (“minipílula”) e a progesterona:
Em um estudo com 43 pessoas tomando a minipílula contendo progesterona noretindrona, 60% tinham níveis baixos de progesterona sem o pico normal, demonstrando ausência de ovulação ou baixa produção de progesterona no corpo lúteo. Os restantes 40% das pessoas provavelmente ovularam desde que tiveram um pico de progesterona de pelo menos 5 ng/mL por um período mínimo de 5 dias, como pessoas que não estão usando um método anticoncepcional hormonal. A probabilidade de ovulação nesse grupo foi a mesma aos 2 meses e 6 meses de uso.
· Métodos baseados em progesterona e a monitorização da fertilidade
A temperatura corporal basal (TCB) é um indicador que as pessoas podem seguir ao usar um método baseado na monitorização da fertilidade (FAM) para contracepção. A progesterona provoca um aumento na TCB de cerca de 0,5ºF/0,3ºC a 1,0ºF/0,6ºC. Um aumento contínuo da TCB é um sinal de que a ovulação aconteceu.
· A progesterona e a pílula abortiva
A "pílula abortiva" (mifepristona) é uma medicação antiprogesterona, o que significa que ela se liga ao receptor da progesterona, mas não o ativa. Isso impede que a progesterona possa exercer seu efeito normal, que no caso da gravidez inicial é dar suporte para a implantação do embrião e impedir a contração do útero.
A mifepristona é usada junto com outra medicação chamada misoprostol para induzir abortos eletivos no primeiro trimestre, mas também para tratar abortos espontâneos.

Continue navegando