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Processo de envelhecimento: "Bohemia"

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Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
1 
 
PROBLEMA 01 – BOEMIA 
1. Definir o que é o envelhecimento. 
O envelhecimento não é caracterizado como um estado, mas sim como um processo de 
degradação progressiva e diferencial. Ele afeta todos os seres vivos, pois faz parte do curso 
natural da vida. É importante compreender que ele está presente nos níveis biológico, 
psicológico e sociológico e sua velocidade e gravidade variam de acordo esses níveis, bem 
como a cada indivíduo. 
Sabemos que a cronologia de todo homem é divido em três fases: fase de crescimento e 
desenvolvimento, fase reprodutiva e a senescência ou envelhecimento. A primeira fazer pode 
ser caracterizada com o crescimento e desenvolvimento dos órgãos e sistemas orgânicos que 
serão fundamentais no andamento da vida daquele ser. A segunda caracteriza-se pelo fazer 
de reprodução na tentativa de perpetuar a espécie, garantindo a sobrevivência e a 
evolução da mesma. A terceira, e última, caracteriza-se pelo declínio da capacidade 
funcional do organismo. 
Como foi dito acima que o processo de envelhecimento pode estar presentes em vários 
níveis em que envolvem a vida do ser humano, sendo eles biologicamente (envelhecimento 
orgânico com redução do funcionamento durante a vida e a perda da capacidade de 
autorregularão); na esfera social (papel funcional da pessoa perante a sociedade, 
englobando seus hábitos, história e cultura) e, por fim, a esfera psicológica (referente as 
competências comportamentais de cada pessoa, incluindo a sua inteligência, memória e 
motivação). 
Aproveitando que estamos falando do que é envelhecimento, cabe destacar que nos 
últimos anos há um importante fenômeno mundial chamado de envelhecimento 
demográfico o que está sendo responsável pela redução da população economicamente 
ativa (adultos jovens) que são importantes para a manutenção da economia de cada país. 
Nesse sentido, esta redefinição de estrutura etária exige políticas sociais que permitam fazer 
face à nova realidade demográfica, com um maior investimento na saúde, segurança social 
e, sobretudo, as questões que envolvem a previdência social. 
Como foi dito, a senescência é o processo natural que compromete os aspectos físicos e 
cognitivos do ser humano. Segundo a OMS, a terceira idade inicia entre os 60 e 65 anos. O 
envelhecimento está presente em vários níveis, sobretudo no fisiológico. O envelhecimento 
fisiológico é caracterizado pelo comprometimento homeostático de todas as funções 
biológicos. Embora haja o comprometimento das funções, isso não quer dizer que o indivíduo 
não consiga viver normalmente, porém ele apresenta dificuldades de manter a homeostase 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
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em situações de stress físico e emocional, podendo esses eventos culminarem em um 
processo patológico, na presença de declínio do sistema endócrino, nervoso e imunológico. 
2. Diferenciar senescência e senilidade. 
Há uma grande diferença entre os termos senilidade e senescência no âmbito teórico e 
também na vivência. Ambos são ligados ao envelhecimento, no entanto, são quadros com 
impactos muito diferentes sobre a saúde. A senescência abrange todas as alterações 
produzidas no organismo de um ser vivo – seja do reino animal ou vegetal – e que são 
diretamente relacionadas a sua evolução no tempo, sem nenhum mecanismo de doença 
reconhecido. 
Já a senilidade é um complemento da senescência no fenômeno do envelhecimento. O 
geriatra define como “condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida baseadas 
em mecanismos fisiopatológicos”. São, dessa forma, doenças que comprometem a 
qualidade de vida das pessoas, mas não são comuns a todas elas em uma mesma faixa 
etária. Assim são a perda hormonal no homem que impede a fertilidade, a osteoartrose, a 
depressão e o diabetes, entre outros comprometimentos. 
3. Estudar a avaliação da funcionalidade do idoso a partir da escala Katz e 
Lawton. 
 
 Capacidade Funcional 
A capacidade funcional de um idoso é definida como a sua aptidão para realizar uma 
determinada tarefa que permita o seu autocuidado e ter uma vida independente em seu 
meio. A funcionalidade então é determinada pelo seu grau de independência e 
dependência, sendo avaliada através de vários instrumentos, que nesses casos em 
específico, por meio de escalas. 
A fim de interpretar os resultados de cada escala é importante que tenhamos o 
conhecimento de quais são as atividades básicas da vida diária que são avaliadas e que 
apresentam variados graus de autocuidado. Elas são um conjunto de atividades 
fundamentais, tais como: tomar banho, vestir-se, promover higiene, transferir-se da cama para 
a cadeira, ter continência, capacidade de alimentar-se e deambular. Qualquer 
incapacidade na execução de cada uma dessas atividades já reflete algum grau de 
dependência apresentado por esse idoso, o que exige uma complexidade terapêutica e 
custo social e financeiro maior. 
 
 
 
 
As escalas são baseadas em informações dos pacientes e dos cuidadores e devem 
ser de rápida avaliação, podendo ser utilizada por todos os membros da equipe 
interdisciplinar. 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
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ESCALA DE KATZ 
A escala de Katz inclui a maioria das avaliações multidimensionais do idoso. Baseia-se na 
no entendimento que a perda funcional segue um padrão igual de declínio, sendo que 
primeiro perde a capacidade de tomar banhos, seguindo da incapacidade de se vestir, 
locomover-se e alimentar-se. Quando há a recuperação dessas funções ocorre de forma 
gradativa inversa. 
A escala foi elaborada no ano de 1963 para avaliar pacientes idosos internados. Ela foi 
posteriormente adaptada para ser utilizada em toda a comunidade, bem como apresenta 
adaptações transculturais para cada país, como no caso do Brasil. 
 
ESCALA DE LAWTON 
A escala de Lawton é bastante utilizada para avaliação das atividades básicas da vida 
diária. Ela foi desenvolvida para avaliação de idosos na comunidade em 1969. A pontuação 
máxima é 27, enquanto sua pontuação mínima é 9. Esses dois extremos retratam um ótimo 
grau de independência do idoso, enquanto o último retrata a alta dependência em diversas 
situações. É importante destacar que em algumas situações ela pode apresentar uma 
incapacidade de avaliar o idoso que não apresenta alguma habilidade, por exemplo, em 
cozinhar. Isso por si só prejudica a sua análise. Além disso, essa escala não é avaliada em 
nosso meio. 
 
 
Matheus dos Santos Correia 
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4. Estudar as alterações fisiológicas no processo de envelhecimento do 
sistema respiratório. 
Sabemos que no mundo estamos observando um grande percentual de idosos em várias 
populações. Sobre isso, os profissionais de saúde têm que compreender os aspectos que 
envolvem um envelhecimento normal do corpo humano, entendendo as alterações 
anatômicas, fisiológicas e imunológicas do sistema respiratório. Cabe ressaltar que a 
maturação pulmonar plena ocorre entre os 20 e 25 anos de idade, e após isso, é possível 
observar um declínio da funcionalidade do trato respiratório. 
 
 
O envelhecimento resulta em grandes modificações tanto na arquitetura quanto na 
função pulmonar, contribuindo para o aumento da frequência de pneumonia, aumento da 
probabilidade de hipóxia e redução do consumo máximo de oxigênio pela pessoa idosa. Os 
pulmões de uma pessoa idosa ocorrem um aumento do volume, bem como dos ductos e 
bronquíolos que se alargam e os alvéolos se tornam flácidos. A consequência é o aumento 
de ar nos ductos alveolares e diminuição do ar alveolar com piora da ventilação e perfusão. 
Matheus dos Santos Correia 
UniFG - Medicina 
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 Alterações na mecânica e funcionalidade do Sistema Respiratório 
A mecânica do sistema respiratório se dá pelo entendimento das fases de inspiração e 
expiração. Para tanto, temos que compreender os papeis dos músculos intercostais externos(inspiração elevando costela e diafragma) e os músculos intercostais internos (contração 
para reduzir o volume torácico). Eles são fundamentais no processo fisiológico da respiração. 
Em casos de dificuldade nesse mecanismo é possível observar a participação de outros 
grupos musculares como dos ombros e abdômen a fim de garantir a respiração do indivíduo. 
Com o envelhecimento é possível notar de forma mais frequente alterações no que diz 
respeito ao controle central da respiração (ponte e bulbo) e nos quimiorreceptores 
carotídeos e aórticos os quais apresentam uma capacidade reduzida de sensibilidade para 
detecção PCO2, PO2 e ao pH. Essas alterações reduzem a capacidade de adaptação ou 
homeostase de uma pessoa idosa quando submetida ao exercício físico. 
Ainda sobre a parte mecânica da respiração é importante salientar que com o passar do 
tempo os músculos, de uma forma geral, sofre um certo grau de sarcopenia o que reduz a 
capacidade da função pulmonar ao diminuir a força e a resistência da musculatura 
respiratória. Além disso, a partir dos 25 anos a quantidade de oxigênio que atravessa os 
alvéolos reduz, o tórax torna-se enrijecido, devido à calcificação das cartilagens costais e os 
pulmões ficam distendidos, por conta, da diminuição da capacidade de retornarem após a 
distensão da respiração. 
 
 
 
Sendo assim, ao perder a complacência ao envelhecer devido as alterações citadas da 
parede torácica é possível observar um processo de cifose e aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax, reduzindo a contração muscular do diafragma. 
Ainda sobre a mecânica do sistema respiratório é possível observar a perda de massa 
muscular com o passar da idade, particularmente das fibras de contração rápida (tipo II), 
diminuindo a capacidade de tensão muscular do diafragma. Além disso, há alterações nas 
junções neuromusculares com perda de neurônios motores periféricos com seletiva 
desnervação dessas fibras. Essas modificações culminam um maior trabalho muscular e gasto 
energético relacionado a respiração dos idoso. Estima-se que um homem de 60 anos de 
idade consuma 20% de energia a mais que um adulto jovem para a mesma atividade 
respiratória. 
A função mucociliar apresenta-se de forma lenta, prejudicando a limpeza do trato 
respiratório contra partículas inaladas, possibilitando a instalação de infecções. 
Sabemos que o surfactante é um líquido secretado pelos pneumócitos tipo II nas paredes 
alveolares. Essa substância faz com que os alvéolos apresentem uma tensão baixa o que 
Para entendermos esse mecanismo do sistema respiratório temos que ter noção do 
termo complacência o qual se traduz na capacidade de resistir às pressões se sofrer 
rupturas, sendo expresso na distensibilidade de um órgão preenchido por gás, por 
exemplo, o pulmão. 
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facilita a sua complacência. Nos idosos é possível observar que a sua produção está 
diminuída. Sendo assim, a sua deficiência pode causar colabação durante a expiração, 
participando, assim, na formação de atelectasias. Além disso, o surfactante apresenta um 
papel protetor, impedindo a entrada de partículas e aumentando a presença de 
macrófagos. Sua ausência pode causar redução nos mecanismos de defesa no trato 
respiratório. 
 Alterações imunológicas 
Os pulmões como sabemos compõe a maior superfície epitelial em órgãos humanos. 
Sendo assim, a sua exposição a vários microrganismos inalados é alta, por isso, esse trato 
apresenta um importante sistema de defesa contra esses invasores. Podemos citar a presença 
de mecanismos de limpeza não específicos: secreção brônquica, neutrófilos e macrófagos. 
Com o passar do tempo é possível observar que os macrófagos apresentam uma 
capacidade maior em liberar radicais livres em resposta aos estímulos esternos. Dessa 
maneira, há a formação de uma lesão proteolítica e oxidativa mediada pela perda desse 
controle de liberação de radicais livres. 
 
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5. Reconhecer as alterações fisiológicas no processo de envelhecimento do 
sistema imunológico. 
 As alterações imunológicas associadas ao envelhecimento, também chamada de 
imunossenescência, estão relacionadas com a perda da capacidade de resposta durante 
uma infecção, bem como pelo aumento da presneça de mediadores inflamatórios que 
traduzem a presença de doenças crônico-degenerativas. Isso implica no aumento da 
mortalidade e morbidade da população idosa por doenças infeciciosas, bem como por 
autoimunidade e neo plasias. Analisando esse cenário cabe destacar a importância do 
calendário vacinal específico para essa população ofertado pelo SUS. 
Para compreendermos as alterações é preciso retormar alguns conceitos para a 
compreensão da função imune. Esse sistema é composto por uma defesa genérica – 
imunidade inata – e por uma defesa específica – imunidade adaptativa. As células que 
compõe esse sistema são de linhagem linfoide (linfócitos T, B e NK) e mieloide (neutrófilos, 
eusonófilos, basófilos e monócitos). De forma geral, o sistema imune é um processo 
adaptativo que interagem com vários componentes dele mesmo e com o meio ambiente, a 
fim de assegurar a integridade do organismo. 
A função imune, como as demais funções, apresenta um importante declínio com o passar 
da idade o que permite o aumento da suscetibilidade a infecções, tumores e fenômenos 
autoimunes. Sobre isso, as células T é o principal componente desse sistema que sofre com os 
efeitos do envelhecimento. 
Com o avançar da idade é possível notar o aumento da proporção das células de 
memórias em relação as células virgenes o que traduz o amplo espectro de exposição no 
qual aquele organismo foi submetido, bem como a diminuição do potencial de reatiidade a 
novos antígenos. Podemos observar também a redução da atividade que ocorre no time no 
envelhecimento, podendo ela está associada com aumento do autoanticorposque 
observamos no indivíduos velho. A involução do timo, reduz a quantidade de linfócitos T, 
sobretudo a linhagem que assegura um importante equilibrio entre células normais e 
“anormais”, aumentando assim a chance de muitos fenômenos autoimunes. 
A maioria dos estudos aponta um declínio da intensidade dos linfócitos T em relação aos 
indivíduos mais velhos com os mais novos. Essa redução pode ser atribuída a prevalência de 
um linfócito T com fenótipo senescente. Sendo assim, esse linfócito acaba perdendo a 
capacidade replicativa, sendo ela dependente de vários aspectos como espécie, idade e 
conteúdo genético. 
Além da redução da funcionalidade das células de defesa é possível observarmos a 
alterações quanto a expressão de proteínas nesse processo, por exemplo, as citocinas. As 
interleucinas envolvidas no processo de defesa, em específico a IL-2, apresenta sua síntese 
prejudicada. Outra alteração envolvendo essa proteína é a redução da concentração de 
receptores para a mesma na superfície dos linfócitos T. 
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A ativação celular mediada pelas interleucinas pode ser modificada fazendo com que as 
células de defesa ao invés de liberar determinados fatores liberam outros fatores. Basta ver o 
aumento da IL-6 sendo a mesma relacionada com distúrbios inflamatórios crônicos com 
avançar da idade. Dessa forma, há uma perda da função celualr, modificação da 
habilidade em responder aos eventos de ativação e modificação da resposta aos eventos 
dessa ativação. 
A compreensão das modificações do sistema imune é controvérsia. As razões para tanta 
discordância na literatura remetem as diferenças inerentes à população estudada, sabendo 
que o processo de envelhecimento não é uniforme dentro de um mesmo grupo há ausência 
da inclusão de variáveis externas, tais como hábitos de vida e estresse. 
Uma característica interessante sobre o processo de envelhecimento no tocante ao 
sistema imunológico é a redução dostítulos de anticorpos para partículas estranhas, 
enquanto que por outro lado há o aumento dos autoanticorpos. Dessa maneira, há uma 
desregulação da resposta imune o que favorece o aparecimento de neoplasias nessa faixa 
etária. 
Existem algumas linhas de evidência sugerindo que modificações envolvendo as células T 
nativas, que diminuem, e as células T de memória, que parecem aumentadas, contribuiriam 
para a imunodeficiência da idade avançada. Ao diminuir a célula nativa, também ocorre 
uma diminuição no potencial de reação a novos antígenos. Além disso, o envelhecimento 
levaria a um declínio na proporção de células T capazes de produzir interleucina-2 (potente 
estimulador de proliferação). 
6. Determinar a epidemiologia, fisiopatologia, e quadro clínico das doenças 
mais prevalentes na população idosa relacionadas ao tabaco (DPOC e 
Câncer). 
 
 DPOC 
- Definição 
A doença pulmonar obstrutiva crônica é caracterizada por ser uma síndrome de obstrução 
crônica e difusa das vias aéreas inferiores de caráter irreversível e com destruição progressiva 
do parênquima pulmonar. Normalmente, os pacientes são classificados com bronquite 
obstrutiva crônica ou enfisema pulmonar os quais são os dois principais componentes das 
doenças, sendo ambos relacionados à exposição à fumaça do tabaco. 
A DPOC é uma doença evitável e tratável caracteriza pela limitação crônica e progressiva 
ao fluxo aéreo, associada a uma resposta inflamatória crônica e exacerbada nas vias 
respiratórias a partículas e gases. Ela normalmente está relacionada com indivíduos de meia-
idade ou idosos com história de tabagismo prévio. O estabelecimento de um diagnóstico 
precoce permite um tratamento adequado que possibilita a redução dos sintomas, a 
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frequência e a gravidade das exacerbações, podendo melhorar o status clínico e qualidade 
de vida do paciente. 
- Epidemiologia 
A DPOC apresenta uma prevalência aumentada nas últimas décadas, especialmente no 
sexo feminino associado ao aumento proporcional do tabagismo. Sua maior incidência 
ocorre em indivíduos adultos mais velhos na quinta ou sexta décadas de vida, principalmente 
no sexo masculino. A DPOC hoje representa a quarta causa de morte nas estatísticas do EUA. 
 
Alguns fatores de risco estão relacionados com o aparecimento de DPOC na população 
mundial. Dentre eles: 
a) O tabagismo representa o principal fator de risco associado ao aumento do DPOC na 
população, basta ver que 90% dos casos apresentam história tabágica positiva. As 
substâncias presente no tabaco causam uma série de alterações nas vias aéreas: (1) 
estimulação à secreção de muco resultando na hipertrofia das glândulas submucosas; 
(2) redução dos movimentos ciliar das células epiteliais; (3) ativação dos macrófagos 
teciduais na secreção de citocinas (IL-8) atraindo os neutrófilos; (4) ativação de 
neutrófilos induzindo a secreção de enzimas proteolíticas como a elastases; (5) inibição 
da atividade da alfa-1-antitripsina a qual é responsável por inibir fisiologicamente a 
elastase. 
b) A asma pode estar presente causando confusão no entendimento da DPOC. Sabe-se 
que a inflamação é encontrada tanto na bronquite, quanto na asma. Sendo assim, na 
asma há a inflamação dependente dos linfócitos T CD4, eosinófilos, basófilos e 
mastócitos, mas sem o aparecimento de fibrose. Enquanto que na bronquite 
observamos a inflamação dependente de linfócitos T CD8 citotóxicos, macrófagos e 
neutrófilos com a presença de fibrose. Desse modo, há um fenômeno denominado de 
remodelamento das vias aéreas, levando à obstrução progressiva através do 
mecanismo fibrogênico. 
c) O tabagismo passivo, poluição atmosférica extra e intradomiciliar (fogão à lenha) e 
exposição ocupacional à fumação são fatores de risco fundamentais para o 
desenvolvimento da DPOC. Sobre o tabagismo passivo podemos destacar que 
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crianças expostas ao tabagismo materno, inclusive durante a gestação apresentam 
crescimento pulmonar reduzida o que traduz em fator de ricos para a DPOC no futuro. 
d) A deficiência de alfa-1-antitripsina é a única forma de herança genética que predispõe 
ao aparecimento da DPOC. Pessoas que sofrem dessa alteração apresenta uma 
concentração reduzida de alfa-q-antitripsina, menor que 10% do valor normal, o que 
resulta na função exacerbada da elastase neutrófila – resultado do processo 
inflamatório – permitindo a degradação gradativamente do parênquima pulmonar. 
 
 
 
 
- Fisiopatologia 
Na fisiopatologia da DPOC podemos observar o que se denomina de desequilíbrio 
protease-antiprotease. O enfisema pulmonar é resultado desse desequilíbrio entre proteínas 
importantes e enzimas (proteinase 3, catepsina G e metaloproteinase MMP-12). O pulmão 
abriga as fibras contendo elastina é outras proteínas de matriz extracelular as quais são 
responsáveis por manter a integridade estrutural e elasticidade das paredes alveolares. Sendo 
assim, inflamações crônicas, por exemplo, resultantes do tabagismo, culminam com esse 
quadro, havendo assim a degradação da elastase e de outros componentes da matriz 
extracelular, como colágeno, proteoglicanas e fibronectina, resultando na modificação 
estrutural do parênquima pulmonar. As células inflamatórias liberam proteinases elastolíticas 
as quais são responsáveis pela destruição da matriz extracelular dos pulmões, resultando em 
morte celular (endotelial e epitelial), por meio de uma lesão oxidativa resultante da 
exposição à fumaça do cigarro e pela senescência. Associado a isso, podemos destacar que 
há um reparo ineficaz da elastina e de outros componentes da matriz extracelular o que 
permite alargamento dos espaços aéreos caracterizando assim a definição de enfisema 
pulmonar. 
O tabagismo é o principal fator desencadeador desse processo, pois os componentes da 
fumaça induzem a ativação da resposta inflamatória através de neutrófilos e macrófagos. 
Além disso, podemos observar, mais tardiamente, a presença de uma resposta humoral e 
celular mediadas tanto por linfócitos B, quanto por linfócitos T CD4+ e CD8+, mesmo após a 
cessação do tabagismo. 
Todo esse mecanismo descrito tornará os ductos das vias respiratórias inferiores estreitos 
resultado da hiperplasia e acúmulo de muco e fibrose. Há fatores de crescimento envolvidos 
no mecanismo, um importante é o fator de crescimento transformador beta (TGF-B), sendo 
que sua presença contribui para o aparecimento de fibrose, enquanto sua falta contribui 
para inflamação do parênquima e enfisema. 
 
Como o tabagismo é o principal fator dessa afecção é importante que nós como 
clínicos saibamos calcular os efeitos desse hábito no organismo. Para tanto, utilizamos a 
quantificação da carga tabágica com a multiplicação do número de maços por ano 
do hábito. Pacientes com DPOC apresenta em média 40 maços/ano. 
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- Manifestações clínicas 
A DPOC deve ser suspeita em todos os pacientes que apresentem sintomas respiratórios 
crônicos, sendo ela limitante das atividades diárias, principalmente, devido a dispneia. Desse 
modo, pacientes com essa síndrome apresentam tosse crônica, podendo preceder da 
dispneia e a obstrução do fluxo aéreo. A secreção de aspecto mucoide ou mucopurulento 
está presente, sendo de modo recorrente ou persistente. O paciente pode cursar com 
dispneia progressiva, podendo progredir até aos mínimos esforços. 
Seguindo a história clínica do paciente a queixa mais presente é a dispneia aos esforços. 
Ela passa por uma evolução progressiva com pioras agudas desencadeadas por infecções. 
Com o passar do tempo é desencadeada com níveis cada vez menores de esforços. Fatores 
como piora na mecânica diafragmática no decúbito e aumento da secreção brônquica 
pela hiperatividade vagal noturna acentuam esses sintomas. A tosse é o segundo sintoma 
mais comum,lembrando que acompanhado por expectoração, muitas vezes precede o 
quadro dispneico. A causa maior desses sintomas é o tabagismo além de aumentar a 
secreção glândular, ele destrói a motilidade ciliar desse trato respiratório, permitindo o 
acúmulo de muco. (Esse quadro de tosse com expectoração se assemelha com a bronquite 
crônica). 
Ao exame físico o paciente pode variar de acordo com o grau da doença. Nos estágios 
iniciais ela pode se apresentar forma normal, podendo apenas revelar um tempo expiratório 
maior ou sibilância às manobras de expiração forçada. Quando a doença está em um 
estágio avançado pode-se observar murmúrio vesicular diminuído, roncos e sibilos, 
alargamento do diâmetro anteroposterior do tórax (tórax em tonel), a adoção da posição 
sentada, uso de musculatura acessória para a respiração, retração paradoxal dos espaços 
intercostais durante a inspiração (sinal de Hoover), cianose, prolongamento do tempo 
expiratório, insuficiência ventricular direita. 
A respiração do paciente com DPOC chama atenção pela fase expiratória prolongada e 
com a presença de um esforço muscular maior com o auxílio da musculatura abdominal. (Os 
pacientes expiram como se estivesse soprando). Em situações mais avançadas é possível 
observar o que se chama de pletórico, um tom de pele avermelhado derivado da policetima 
rativa à hipoxemia crônica, sendo ela mediada pelo aumento da eritropoietina renal. A 
dessaturação da hemoglobina resulta na cianose. Logo haverá a mistura do tom 
avermelhado com o tom azulado da cianose. 
Além disso, o exame físico permite observar dois esteriotipos de pacientes: pink puffers 
(sopradores rosados) e os blue bloaters (sopradores azuis). O primeiro é caracterizado por um 
estereótipo enfisematoso. O paciente apresenta um tórax em túnel, normalmente, são 
magros e sem sinais de cor pulmonale. A ausculta pulmonar desse tipo de paciente revela 
diminuição acentuada do murmúrio vesicular sem ruídos adventícios. Por outro lado, os 
inchados azuis apresentam um esterótipo bronquítico grave. Apresentam um distúrbio mais 
grave da troca gasosa do que o enfisematoso puro, apresentando uma hipoxemia 
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significativa que resulta em cianose. Além disso, eles apresentam quadro de insuficiência 
ventricular direita e congestão sistêmica. Dessa forma, o corpo apresenta-se inchado 
(anasarca), geralmente são obesos e apresentam síndrome da apneia do sono. Na ausculta 
pulmonar apresenta uma rica prevalência de ruídos adventícios (sibilos, roncos e estertores). 
Com o avançar é possível notar presença do que denominamos de cor pulmonale 
caracterizado por uma hipóxia crônica com resposta de vasoconstricção das arteríolas 
pulmonares. Essa resposta é fisiológica e contribui para o desvio do fluxo sanguíneo. Quanto 
maior a hipóxia maior o grau de constrição dos vasos e, por conseguinte, surgimento da 
Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Além disso, é possível nota a presença de sintomas de 
insuficiência ventricular direita: (1) elevação da pressão venosa central, (2) congestão 
sistêmica; (3) baixo débito cardíaco, contribuindo para o cansaço do paciente. 
 
 
 Câncer de pulmão 
- Etiologia 
A principal causa do surgimento do câncer de pulmão é o tabagismo, cerca de 90% dos 
homens e 80% das mulheres que apresentam o câncer relatam que são ou foram tabagistas. 
A incidência como foi dita iniciou no começo do século XX com a pandemia do tabagismo, 
antes disso esse tipo de câncer era considerado uma coisa rara. O fato do tabagismo está 
associado ao surgimento do câncer deriva que a partir de sua combustão ocorre a liberação 
de mais de 4000 substâncias, dentre elas a nicotina (dependência) e hidrocarbonetos 
aromáticos que são importantes substâncias indutoras da gênese do câncer, devido sua 
capacidade de inibir a via apoptótica dessas células, tornando-as mais resistentes. 
Como o tabagismo é tão importante a gente como clínicos devemos calcular e saber 
interpretar o que significa a carga tabágica. Ela é o indicador utilizado na anamnese para 
classificar o risco do aparecimento de doenças associadas a esse hábito. A carga tabágica é 
calculada através do produto entre o número de cigarros fumados em um dia com o número 
de anos em que o indivíduo é fumante ativo. Uma carca tabágica maior que 20 circarros/ano 
já é um índice alto. É importante dizer que para o tabagismo não há um limite de segurança, 
sendo que a somente sua presença já potencializa o risco do aparecimento de CA no 
indivíduo. Os problemas do tabaco não só atingem os fumantes ativos, mas também 
acomete os fumantes passivos, sendo essa classe bastante importante, sendo composta 
geralmente por filhos e conjugue. Além deles, ex-tabagistas apresentam um rico mais elevado 
quando comparado com indivíduos que nunca fumaram. 
Além do tabagismo a doença obstrutiva pulmonar crônica, as pneumopatias fibrosantes e 
a exposição a outros agentes ambientais são possíveis etiologia para esse tipo de neoplasia. 
Os principais agentes exógenos são o radônio e o asbesto. O radônio está presente em locais 
A maioria dos pacientes com DPOC apresentam graus variados de bronquite obstrutiva 
crônica e enfisema, apresentando um quadro misto entre esses dois estereótipos. 
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que há presença de jadizas de urânio. O segundo está associado a uma potencialização dos 
efeitos causados pelo tabagismo (sinergismo). 
Os estudos atuais apontam que há um caráter hereditário nesse tipo de câncer, sendo que 
indivíduos podem apresentar uma predisposição genética. Desse modo, ao realizarmos a 
anamnese desse paciente, devemos procurar saber sobre a história familiar, principalmente, a 
dos parentes de primeiro grau. A predisposição genética é responsável por 10% dos casos de 
neoplasias de pulmão. 
A etiologia propriamente dita do CA de pulmão decorre muito semelhante às demais, ela 
depende a interação de fatores genéticos e epigenético, associados ao acúmulo de 
mutações que culminam no surgimento da neoplasia. Essas mutações encurtam o caminho 
para o surgimento do câncer, devido elas normalmente se apresentar aos genes 
relacionados ao reparo do DNA e ao metabolismo e ativação de oncogenes. 
Não só esses fatores, mas também a dieta e o grau de poluição da atmosfera podem estar 
relacionado com o aparecimento desse tipo de câncer. Quanto a dieta podemos dizer que 
uma ingesta rica em frutas aumenta a prevenção no surgimento de CA, devido ao aumento 
da circulação de antioxidantes importantes na redução da transformação neoplásica, 
enquanto a poluição aumenta a probabilidade de surgimento do CA de pulmão. 
- Apresentação clínica 
No câncer de pulmão geralmente quando os sintomas aparecem já indicam que a 
doença se encontra em um estado metastático ou avançado. Dentre esses sintomas a 
tosse é o mais comum, estando presentem em cerca de 75% dos casos, ela decorre da 
invasão do CA no epitélio brônquico, derrame pleural ou formação de cavitação. 
Portadores de DPOC já que já apresentam a tosse derivada da doença acentua ainda mais 
sua manifestação. A dispneia está presente em quase metade dos casos, sendo geralmente 
associada a uma obstrução de grandes vias aéreas, nessa situação a pneumonite e 
atelectasia são observadas. Derrame pleural pode ser observado derivado da progressão do 
tumor, normalmente eles quando são drenados, por meio de uma toracocentese, são 
rapidamente reacumulados. O derrame é resultado de um exsudado com predominância 
linfocítica que estará presente na citologia, sua maior positividade nesse exame está 
relacionada ao adenocarcinoma. Duas síndromes podem apresentar sintomas decorrentes 
dos tumores de pulmão: 
1. Síndrome de Pancoast-Tobias, ela deriva de pacientes que apresentam uma tumoração 
localizada no ápice. Os sintomas apresentados são dor no ombro ou na escápula ipsilateral 
e dor na distribuiçãodo nervo ulnar (parestesia e atrofia muscular distal). A destruição 
radiológica da primeira e segunda costela pode ser observada. Sua etiologia é o 
envolvimento das raízes nervosas C8 e T1 pela extensão pulmonar do tumor. O subtipo que 
apresenta maior frequência é o carcinoma epidermoide 52%, seguido dos carcinomas de 
grandes células 23% e o adenocarcinoma 23%. A ressonância magnética é o melhor exame 
para visualização, devido ela permitir cortes no plano coronal. 
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2. Síndrome da veia cava superior é causada pela compressão dessa veia realizada pela 
tumoração, sendo assim a tumoração deve se localizar no lado direito. A manifestação 
clínica é a presença de edema e congestão da face e extremidades superiores, circulação 
colateral visível na parte superior do tórax e turgência da jugular. O paciente pode 
apresentar síncope, tosse, cefaleia e ortopneia. O diagnóstico pode ser realizado pelo RX de 
tórax que vai evidenciar um mediastino mais alargado com a presença de uma massa 
tumoral na parte central e derrame pleural. Os homens entre 50 e 70 anos são mais 
afetados por essa síndrome, sendo ela ocasionada por tumores broncogênicos, 
principalmente o carcinoma de pequenas células, seguido dos linfomas não Hodgkins. Antes 
essa síndrome era caracterizada como uma emergência, no entanto hoje é possível ter um 
tempo hábil para a realização de uma confirmação citológica. Desse modo, a confirmação 
deve anteceder o tratamento, sendo ela realizada através de uma broncoscopia ou 
mediastinoscopia. As opções terapêuticas variam, sendo que para carcinomas de pequenas 
células é indicada a quimioterapia, enquanto para carcinomas de não pequenas células é 
indicada uma quimiorradioterapia. Em casos graves é permitida a implantação de um stent 
para promover um alívio da congestão causada antes do tratamento definitivo. 
Síndromes paraneoplásicas estão relacionadas com a manifestação clínica do paciente. 
Essa síndrome é ocasionada pela existência de um tumor. Ela apresenta uma característica 
importante de preceder os sinais e sintomas indicativos para o câncer, sendo assim, a partir 
dela podemos realizar um diagnóstico muito precoce, aumentando as chances de cura. O 
carcinoma de células pequenas é o subtipo mais comum por causar essa síndrome. Vale 
lembrar que seus distúrbios estão relacionados com a origem das células tumorais 
(neuroendócrina). As manifestações desse tipo de síndrome são: 
1. Hipercalcemia: as células tumorais têm a capacidade de secretar um polipeptídeo PTHrp 
o qual se assemelha muito com o paratormônio e estabelece o mesmo efeito (agonista), 
induz a atividades osteoclástica e impede a excreção renal do cálcio. 
2. Síndrome de Cushing: as células tumorais apresentam a capacidade de sintetizar 
ACTH e CRH. Os efeitos ocorrem de forma tão rápida que o corpo não estabelece uma 
resposta, neste caso o corpo se adapta rapidamente a essas mudanças: aumento da 
pressão arterial, hiperglicemia e alcalose metabólica hipocalêmica. Além disso, o 
paciente pode apresentar a fácie cushincoide. 
7. Entender as causas mais prevalentes de anemia no idoso. 
Anemia é uma síndrome clínica de origem multifatorial causada pela redução na massa 
circulante de hemácias (eritrócitos). É possível estimar a quantidade de hemácias através da 
concentração de hemoglobina (Hb), hematócrito (Ht) e contagem das hemácias 
(Hm)/amostra de sangue. A anemia normalmente costuma afetar os idosos, estando 
associada a várias afecções crônicas. Segundo a OMS, os níveis de hemoglobina menor que 
13 g/dl em homens e 12 g/dl em mulheres classificam a anemia. 
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De forma genérica a classificação das anemias em função da fisiopatologia: 1/3 de 
anemia por deficiência nutricional, 1/3 por doença renal crônica ou inflamação crônica e 1/3 
por causa inexplicada. Pessoas com idades mais avançadas apresentam alta incidência de 
anemia, sendo que há uma maior prevalência nos homens. Os dados de idosos que vivem 
em instituições de longa permanência apresentam um percentual de anemia de 48 a 63% do 
total. É importante compreendermos que a anemia não deve ser encarada como parte de 
envelhecimento normal, alguns estudos constatam a sua associação com o aumento do risco 
de morbimortalidade, piora do declínio físico e função cognitiva. 
 Causas de anemia no idoso 
1) A deficiência de ferro é a causa mais comum da anemia por efeito nutricional. Ela é 
caracterizada por microcítica e homocrômica e associada a outras comorbidades. As 
manifestações da deficiência de ferro ocorrem em vários estágios, a depender da 
depleção de ferro. O ferro orgânico encontra-se 2/3 ligado ao grupo heme e 1/3 
presente em estoque sob a forma de ferritina ou hemossiderina. Sua importância 
fisiológica é através da incorporação à protoporfirina a fim de compor o grupo heme. 
Cabe destacar da necessidade de repor 1 a 2g de ferro por dia. No idoso, a perda 
crônica de sangue pelo trato gastrointestinal é a forma mais comum para essa 
deficiência. Embora seja possível identificar a baixa absorção de ferro com a idade 
essa é a causa mais incomum de anemia. Além disso, o tratamento de anemia 
associada a doença renal crônica sob uso de eritropoietina pode gerar a redução dos 
estoques de ferro disponíveis. 
2) A deficiência de vitamina B12 (cobalamina) é a causa mais comum da anemia 
megaloblástica. Sua ausência contribui para redução da síntese de DNA. As alterações 
morfológicas da medula óssea e nas hemácias é revelado pelo gigantismo das células 
e evidências de retardamento da divisão celular. A vitamina B12 é importante para a 
conversão de propionil CoA a metilmalonil CoA e a succinil CoA para dar origem ao 
grupo heme. As causas de deficiência da vitamina B12 e do ácido fólico é geralmente 
relacionada com o alcoolismo. 
3) A doença renal crônica é importante causadora de anemia no idoso, sendo ela 
associada ao declínio da função renal (senescência) e sua relação com algumas 
comorbidades (ex: diabetes). É sabido que a função renal é caracterizada pela 
medição da filtração renal, sendo que há uma perda de 10% de sua capacidade por 
década de vida a partir dos 30 anos de idade, associado a isso, podemos ressaltar a 
presença de lesões renais. A DRC leva a diminuição de eritropoietina, deficiência de 
ferro (perda de sangue no trato gastrointestinal) supressão da medula pela uremia 
(redução da meia-vida), perda sanguínea e inflamação (aumento das citocinas 
inflamatórias). Ela pode ser oligossintomática/assintomática progressiva e insidiosa, 
sendo importante fechar seu diagnóstico de forma precoce. 
4) A anemia de doença crônica normalmente está associada a doenças inflamatórias 
agudas e crônicas, neoplasias, vasculites, atrite reumatoide e outros. Sua fisiopatologia 
está relacionada com a elevação das citocinas inflamatórias IL-1, TNF-alfa, IL-6, IFN-
gama as quais agem negativamente sobre a proliferação e diferenciação das células 
progenitoras na medula óssea. 
5) A anemia inexplicada não apresenta critérios específicos para sua classificação, 
podendo ser chamada também de anemia idiopática do idoso. Suas causas são 
pouco conhecidas, mas as hipóteses são relacionadas ao hipogonadismo (redução da 
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testosterona), produção inadequada de eritropoietina, defeitos na proliferação celular 
na medula óssea. 
8. Compreender a sexualidade na terceira idade. 
A sexualidade da pessoa idosa também deve integrar a avaliação da mesma. Estudos 
mostram que 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm vida sexual ativa 
após os 60 anos. A identificação de disfunção nessa área pode ser indicativa de problemas 
psicológicos, fisiológicos ou ambos. Muitas das alterações sexuais que ocorrem com o 
avançar da idade podem ser resolvidas com orientação e educação. Alguns problemascomuns também podem afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes, fadiga, medo de 
infarto, efeitos colaterais de fármacos e álcool. Embora a frequência e a intensidade da 
atividade sexual possam mudar ao longo da vida, problemas na capacidade de desfrutar 
prazer nas relações sexuais não devem ser considerados como parte normal do 
envelhecimento. Devem fazer parte da avaliação sistemática das pessoas idosas 
sexualmente ativas a investigação de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS. 
As mulheres após a menopausa, principalmente, após os 60 anos, normalmente 
apresentam algum desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal, devido às 
condições de hipoestrogenismo e, consequentemente, hipotrofia dos tecidos genitais. A 
utilização de um creme vaginal à base de estriol, 2ml, uma a duas vezes por semana, permite 
uma manutenção do trofismo do epitélio (mucosa), favorecendo uma melhoria nas 
condições genitais para o exercício pleno da sexualidade. Para o início de sua utilização, é 
necessário a realização dos exames preventivos para o câncer ginecológico e mamário, 
conforme protocolos vigentes, recomendados nessa faixa etária. 
A maioria das literaturas quando trazem o tem IST em idosos concentra as informações 
acerca do HIV/AIDS. É sabido que a epidemia de HIV e AIDS nas pessoas idosas tem emergido 
como um difícil problema de saúde pública. Esse tema trouxe à tona questões no campo de 
saúde a respeito da abordagem da sexualida, na investigação do uso de drogas e acesso 
aos serviços e insumos de prevenção, sobretudo na faixa etária idosa. 
Uma das principais causas que reforçam a prevalência desse tipo de doença nessa 
população é o desconhecimento, o preconceito e discriminação com o comportamento 
sexual dos idosos o qual ainda é visto como inadequado, imoral e anormal, até mesmo nos 
próprios idosos. A crença de que o avançar da idade e o declinar da atividade sexual 
estejam ligados pode contribuir para que essa situação seja negligenciada, prejudicando, 
assim, a qualidade de vida dessa população. 
Os profissionais de saúde, sobretudo os médicos, não valorizam as queixas sexuais dos 
idosos. Normalmente, eles preferem não tocar no assum, por medo de não saberem lidar com 
ele. Sendo assim, as pessoas idosas que ainda apresentam o desejo sexual experimentam por 
essa razão um sentimento de culpa e vergonha. Nesse sentido, a negligência quanto a 
atenção clínica a respeito da sexualidade dos idosos contribui para a prevalência também 
das ISTs nessa faixa etária, devido a não investigação das doenças através de testes rápidos 
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presentes na própria atenção básica. O principal problema da persistência das ISTs nesse 
público não é a prática sexual, mas sim todo o tabu que envolve esse tema. 
Mesmo sabendo que é de responsabilidade pública colocar à disposição das pessoas 
idosas os insumos necessários à adoção de práticas sexuais mais seguras, como o preservativo 
masculino, feminino e gel lubrificante, isso não é visto na prática de nossa sociedade. Dessa 
forma, é importante que haja uma qualificação dos profissionais de saúde quanto a essas 
questões, a fim de ofertar uma atenção integral ao idoso através dos insumos presentes, 
sobretudo, na atenção básica. É importante destacar que não somente o acesso aos insumos 
são importantes, mas o acolhimento e orientação desse público tem valor maior para reduzir 
esses indicadores de ISTs. 
9. Definir o Calendário vacinal do idoso. 
VACINAÇÃO DO IDOSO 
As doenças infecciosas são responsáveis por elevadas taxas de morbidade, hospitalização e 
letalidade da população idosa. Isso pode ser explicado pela menor reserva funcional e pelas 
alterações nos mecanismos de defesa próprios da imunossenescência. 
Para diminuir o risco de certas infeções graves e promover melhor qualidade de vida para 
essa população, os programas de imunização são ferramentas simples e de comprovado 
custo/benefício na prevenção e promoção de saúde do idoso 
• INFLUENZA (GRIPE) 
A vacina contra gripe (influenza) está indicada para todas as pessoas com 60 anos ou mais. 
Deve ser tomada todos os anos durante as campanhas de vacinação. A vacina deve ser 
aplicada anualmente, no período que precede o outono e o inverno. 
Deve ser administrada em dose única anual, por via subcutânea ou intramuscular, e pode ser 
aplicada simultaneamente com outras vacinas ou medicamentos, em diferentes sítios 
anatômicos. A vacinação dos grupos prioritários, incluindo os maiores de 60 anos, é 
fundamental como uma estratégia de prevenção e promoção de saúde, reduzindo a 
ocorrência da doença, internações e óbitos atribuíveis ao vírus influenza. 
 
A vacina é composta por vírus morto e fragmentado, o que permite boa tolerabilidade e 
segurança. Reações sistêmicas como mialgia, febre baixa, mal-estar geral e cefaleia, ou 
locais como dor, sensibilidade no local da injeção, eritema e enduração regridem 
espontaneamente em no máximo 48 h. 
A reação anafilática (eritema, angioedema, asma alérgica e anafilaxia) raramente acontece 
e resulta provavelmente de hipersensibilidade a alguns componentes da vacina, geralmente 
a proteínas residuais do ovo. 
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A vacinação deve ser adiada na presença de doença febril aguda moderada ou grave. 
Para pacientes com trombocitopenia ou qualquer distúrbio de coagulação, com risco de 
sangramento pela via intramuscular, deve-se considerar a via subcutânea. 
A vacina é contraindicada nos casos de reação anafilática prévia ou alergia grave 
relacionada com o ovo de galinha e seus derivados, assim como a qualquer componente da 
vacina. 
DT (DIFTERIA E TÉTANO) 
As pessoas com 60 anos ou mais que nunca foram vacinadas devem tomar 3 doses. É 
necessário tomar uma dose de reforço a cada 10 anos. A maior suscetibilidade da faixa 
etária geriátrica a essas infecções pode ser explicada pela diminuição da resposta 
imunológica própria do processo de envelhecimento. 
Assim, acredita-se que entre os idosos exista maior proporção de pessoas com título 
sorológico inadequado de anticorpos para proteção contra essas doenças. Além disso, no 
caso do tétano, o indivíduo idoso costuma apresentar maiores taxas de déficit psicomotor e 
de percepção do espaço, estando mais propenso a acidentes, dos quais poderão advir 
soluções de continuidade na pele, permitindo a exposição à bactéria. 
 
Após administração da vacina dT, podem ocorrer reações locais como dor, eritema e 
enduração. Febre e outras manifestações sistêmicas são menos comuns. Encefalopatia e 
convulsões não foram relatadas em idosos e foram relacionadas com o uso de vacinas de 
células inteiras e na faixa etária infantil. 
 
A vacina dever ser adiada no caso de doença febril aguda. No caso de reação anafilática 
prévia às vacinas ou a algum de seus componentes, a vacina tem contraindicação absoluta. 
PNEUMOCÓCICAS (VPC13) E (VPP23) 
A vacina contra pneumonia está indicada para pessoas com 60 anos ou mais. O 
pneumococo é uma das principais causas de pneumonia adquirida na comunidade em 
idosos e resulta em elevada morbimortalidade, mas nem sempre éacompanhada de 
bacteriemia. 
 
A única contraindicação formal é história de reação anafilática a dose anterior da vacina ou 
algum de seus componentes. No caso de síndrome febril aguda, a vacina pode ser adiada e, 
no caso de trombocitopenia grave, deve-se considerar a administração por via subcutânea. 
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Os eventos adversos mais comuns são os locais (dor, eritema), que regridem 
espontaneamente em curto intervalo de tempo. Febre ou reações mais graves são muito 
raras (anafilaxia, por exemplo). 
HERPES – ZÓSTER 
O herpes-zóster acomete geralmente adultos com mais de 50 anos, mais da metade das 
pessoas acometidas são idosas. 
A principal complicação do HZ é a neuralgia pós-herpética (NPH).Aproximadamente 10 a 
18% dos pacientes com HZ são acometidos pela NPH que interfere negativamente nas 
atividades de vida diária, piorando a qualidade de vida. Essa alta prevalência em idosos 
pode ser explicada pelo fato de que à medida que envelhecemos, ocorre o declínio 
fisiológico da imunidade celular, o que parece estar 
relacionado com o aumento da incidência e prevalência do HZ e da NPH, assim, a idade é o 
maior fator de risco para HZ. 
A vacina que atualmente está no mercado (ZostavaxTM) é feita de vírus vivo atenuado, 14 
vezes mais potente que a vacina contra a catapora. Esta vacina foi desenvolvida para evitar 
ou atenuar os sintomas do HZ. Aumenta significativamente a imunidade celular e humoral 
específica contra o VVZ e a aplicação é subcutânea, no músculo deltoide. É indicada, 
segundo a 
Sociedade Brasileira de Imunização, a partir dos 60 anos, dose única. A maior efetividade da 
vacina para a prevenção do HZ foi no grupo etário de 60 a 69 anos. 
 
Trata-se de uma vacina segura; os efeitos colaterais mais comuns foram eritema, dor e prurido 
no local da aplicação. 
É contraindicada em pessoas com histórico de hipersensibilidade a qualquer componente da 
vacina, incluindo a gelatina, reação anafilática a neomicina, estados de imunodeficiência 
primária adquirida, em vigência de tratamento com imunossupressores (incluindo elevadas 
doses de corticosteroides), tuberculose ativa não tratada e gestação. 
HEPATITE B 
A indicação de vacina contra hepatite B para idosos não é recomendação de rotina, porém 
as especificidades dessa faixa da população, como baixa imunidade, concomitância de 
doenças crônicas e internações hospitalares recidivantes, requerem que sua utilização, por 
vezes, seja considerada. 
A vacina dever ser administrada por via intramuscular (IM) em esquema de três doses, sendo 
a segunda 1 mês depois da primeira e a terceira 6 meses após a primeira (esquema 0-1-6 
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meses). Esquemas especiais de vacinação para a hepatite B são necessários para pacientes 
imunossuprimidos e renais crônicos: dose dobrada em quatro aplicações (esquema 0-1-2 a 6 
meses). 
HEPATITE A 
A maioria dos adultos e idosos em nosso país apresenta positividade sorológica para essa 
infecção. Aos 50 anos, são poucos os indivíduos que não tiveram ainda contato com o vírus. 
Assim sendo, para os idosos, a vacinação é indicada apenas para aqueles suscetíveis, com 
sorologia negativa para a doença. A vacina deve ser administrada IM em esquema de duas 
doses, com intervalo de 6 meses após a primeira (esquema 0 a 6 meses). 
FEBRE AMARELA 
A vacina contra febre amarela deve ser realizada em todos os residentes em área de risco e 
habitantes de outras regiões maiores de 9 meses de idade que se dirijam às áreas de risco. A 
vacina é realizada por via subcutânea em dose única, porém é importante a realização de 
dose de reforço a cada dez anos. 
Recomenda-se que a administração ocorra no mínimo dez dias antes da viagem. A vacina é 
composta por vírus vivo atenuado e já foram descritos efeitos adversos graves da vacina, 
sobretudo na população acima de 60 anos, fato esse não verificado no Brasil. 
TRÍPLICE VIRAL 
A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola não é recomendada de forma rotineira para 
idosos, uma vez que a maioria deles já é imune a essas doenças. Pode ser indicada em casos 
de surto ou caso o paciente tenha viagem programada para locais onde essas doenças são 
endêmicas. 
É considerado protegido o indivíduo que tenha recebido duas doses da vacina após 1 ano 
de idade, com intervalo mínimo de 1 mês entre elas. Está disponível em redes privadas e na 
rede pública apenas em situações especiais. 
MENINGOCÓCICA CONJUGADA 
A vacina contra meningite apresenta cobertura contra meningococo A, C, W135 e Y. São 
poucos os estudos na população idosa e não é uma vacina recomendada no calendário de 
rotina para idosos, devendo ser realizada apenas em situações de epidemia.

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