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INTRODUÇÃO
A regulação e provisão de profissionais de saúde é uma preocupação antiga
e cada vez mais crescente em diversos. Há um padrão que se repete que é a
grande diferença na relação médico/habitante com a distribuição territorial. Isso
pode ser atribuído, de forma geral, à baixa capacidade de atração e permanência
dos profissionais de saúde nas áreas rurais mais remotas, e em locais marcados
pelo empobrecimento das populações. Aliás, essa distribuição, em grande parte, é
definida pelo mercado.
No Brasil, a desigualdade na distribuição de trabalhadores é anterior à
implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). A provisão e fixação de médicos é
um problema latente em áreas mais desfavorecidas nas capitais e nas regiões mais
ricas do interior do Sul e Sudeste, além do litoral do Nordeste. (60% dos médicos
segundo esse censo estavam nas capitais)
O Decreto nº 7.508, de 2011, define a Atenção Básica deve sustentar "[...]
acesso universal, contínuo e de qualidade" e "a integralidade da atenção e do
cuidado"; Assim quando visualizamos esse problema ao nível da Atenção Primária à
Saúde (APS), o déficit de provimento tem contornos mais drásticos, pois a fluidez de
profissionais na rede e mesmo a falta deles criam barreiras para dois pontos cruciais
desse programa, respectivamente: A criação de vínculo e a Universalização do
Cuidado.
Em resposta a esse quadro, ao longo das últimas décadas, o SUS vem
sendo reestruturado com ações que priorizam a atenção básica, e iniciativas do
Estado brasileiro têm sido realizadas para o provimento emergencial de
profissionais de saúde.
Assim, diversas estratégias já foram criadas para tentar superar a crise de
provimento de profissionais da saúde, principalmente se orientando para suas
distribuições em áreas mais remotas. Essas estratégias podem abordar de maneira
geral mecanismo de políticas educacionais, com ampliação de vagas de graduação
e pós-graduação; políticas de regulação que envolvem a instituição de serviços
obrigatórios em áreas carentes e a abertura de vagas em municípios mais pobres;
incentivos monetários, que incluem aditivos nos salários dos médicos;
Dessa forma, esse trabalho vai fazer uma leitura geral das estratégias de
provimento atuais, em outras palavras, sobre as Políticas de Provimento na Atenção
Primária à Saúde: Programa Mais Médicos, Programa Médicos Pelo Brasil, e, a
nível de estratégia estadual no Espírito Santo, o Instituto Capixaba de Ensino,
Pesquisa e Inovação a Saúde (ICEPi). Frisando de cada programa as específicas
leituras da realidade que fomentaram a implantação, como se configuram e o seu
impacto.
1 Programa Mais Médicos
1.1 O que é
No que diz respeito ao programa Mais médicos, ele é uma política pública do
governo brasileiro que tem por objetivo suprir os déficits do recurso humano médico
no Sistema Único de Saúde, principalmente nas regiões mais vulneráveis do Brasil,
no âmbito da Atenção primária, sendo uma estratégia para viabilizar a garantia
mínima de pelo menos um profissional médico em cada município do país, além de
aumentar o número de cursos de medicina e fortalecer a Atenção Básica.
1.2 Breve histórico
Em 2011, depois da aprovação da Política Nacional de Atenção Básica (Pnab), a
Atenção Básica passou a ser prioridade de governo. Aí com relação aos números
nesse período o Brasil possuía apenas 1,8 médicos por mil habitantes, índice bem
menor do que em países vizinhos como Argentina que tinha 3,2. Além disso, o país
sofria com a distribuição desigual de médicos por regiões de modo que 22 estados
estavam abaixo da média nacional, sendo que havia municípios sem médicos ou
enfermeiros.
O governo federal, a partir desse diagnóstico, e atendendo as manifestações
populares a esse respeito junto à reivindicação da Frente Nacional de Prefeitos
instituiu o Programa Mais Médicos (PMM), convertido em lei em outubro de 2013
(Durante o governo Dilma), que a princípio não teve a adesão necessária de
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042019000100256&lng=en&nrm=iso
médicos brasileiros, de modo que a grande maioria dos participantes foi composta
de médicos cubanos.
1.3 Justificativa para criação
A principal justificativa para a criação do programa foi a constatação de que a
falta de profissionais médicos e déficits de acesso e qualidade na atenção básica
eram realidades vivenciadas no país e que dificultavam avanços no SUS. Nesse
cenário, o país contava com um número de médicos por habitantes abaixo da média
de países vizinhos, como o exemplo da Argentina que foi citado e grande
concentração desses profissionais nas regiões metropolitanas e de maior renda.
Como exemplo dessa realidade vale destacar que mais de 1.900 municípios
possuíam menos de 1 médico para cada 3.000 habitantes na atenção básica, esse
quadro de ausência de cobertura assistencial médica no Brasil foi fortemente
criticada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (Ministério da Saúde, 2017).
Dentro desse contexto, percebeu-se a necessidade da criação de um programa que
atendesse as demandas das áreas que sofriam com a escassez de assistência
médica.
1.4 Pilares do programa (Pâmela)
Os pilares do Programa Mais Médicos estão na ampliação da abrangência da
assistência médica e na melhoria da qualidade do serviço de atenção básica,
visando combater as desigualdades de acesso e garantir a universalidade do
serviço e das ações de saúde. Esses pilares se manifestam em três eixos de
atuação. O primeiro é o provimento emergencial, que é a provisão emergencial de
médicos em áreas vulneráveis, o segundo é o eixo da educação, que visa ampliar e
reformar os cursos de graduação em medicina e residências médicas no país, o
terceiro eixo é o da infraestrutura e tem como objetivo melhorar a infraestrutura da
Atenção Básica, por meio da construção de novas unidades básicas de saúde e
reforma e ampliação das unidades já existentes (Governo Federal, 2021).
1.5 Propostas e objetivos
Os principais objetivos do Programa Mais Médicos visavam, em linhas gerais,
diminuir a carência de assistência médica em municípios menores, áreas remotas e
distritos indígenas, através da ampliação da oferta na graduação e residência
médica, como também pelo provimento emergencial de médicos e
fortalecer a prestação de serviços de atenção básica, aprimorando a
formação médica no país e aperfeiçoando os médicos para a atuação nas políticas
públicas de saúde; bem como a construção, reforma e ampliação das Unidades
Básicas de Saúde (UBS)
1.6 Dinâmica do funcionamento
A dinâmica de ingresso no Programa Mais médicos (PMM) é realizada por
meio de dois mecanismos de oferta, sendo estes: por chamada pública e por
cooperação técnica profissional,
Através da chamada pública, os médicos têm a oportunidade de participação
do PMM regida por editais expedidos pelo Ministério da Saúde
Já em relação à cooperação técnica, os médicos formados em instituição
estrangeira têm acesso à participação no Projeto por recrutamento.
Após ingressar no PMM, o Programa Mais Médicos visava um projeto de
educação permanente para os médicos ingressantes, acompanhando-os
periodicamente por meio de instituições de ensino superior, que desenvolveriam
ações de supervisão acadêmica.
Mas antes de adentrar mais no assunto sobre a supervisão acadêmica, vou
explicar um pouco mais a respeito da educação permanente.
Bom, a educação permanente tem como objetivo nortear a formação e a
qualificação dos profissionais inseridos nos serviços públicos de saúde, com a
finalidade de transformar as práticas profissionais e a própria organização do
trabalho com base nas necessidades e dificuldades do sistema. E para ficar mais
claro, seria dizer que a educação permanente está centrada no cotidiano do
trabalho, articulada entre os diferentes atores e em uma perspectiva
multiprofissional e interdisciplinar, colocando o cotidiano do trabalho em saúde ou
até mesmoda formação em análise, partindo do pressuposto da aprendizagem
significativa que propicia reflexão pelos próprios profissionais, buscando soluções
em conjunto com a equipe para os problemas encontrados.
E é aí que a supervisão acadêmica entra no programa mais médicos em vista
da educação permanente, fazendo o acompanhamento periódico e sistemático aos
médicos participantes, fornecendo apoio pedagógico de forma presencial e a
distância.
Com a implementação da supervisão acadêmica previa-se ações de
fortalecimento da política de educação permanente, integrando o ensino-serviço, à
medida que o supervisor, que é um médico vinculado a uma instituição supervisora,
fornece apoio pedagógico para a consolidação das competências necessárias ao
desenvolvimento de ações e qualificação da atenção básica. Esse supervisor daria
a assistência in loco mensalmente, e a cada três meses seria realizado um encontro
presencial de forma coletiva com os atores participantes de PMM de uma
determinada região. E por último também poderia fornecer essa assistência por
meios de comunicação como whatsapp, internet e ligação.
e além da supervisão acadêmica, o médico também seria matriculado no
curso de especialização em atenção básica ofertado pelo UNASUS logo após seu
ingresso.
E é válido ressaltar que o período contratual dos médicos no PMM seria de 3
anos, mas caso o médico manifestasse interesse de continuar, o tempo de
permanência seria de novamente três anos.
e ai a gente tem aqui alguns dos principais assuntos mais abordados durante
a supervisão, a fim de que certas competências sejam enfatizadas no processo de
educação permanente, qualificando dessa forma os supervisionados a trabalharem
em uma unidade básica.
Agora, depois de falarmos do eixo de provimento emergencial, tem se
também o eixo de formação médica, em que foram estabelecidas novas diretrizes
curriculares nacionais para o curso de medicina, objetivando a atualização da
formação médica aos desafios da educação contemporânea, integração do
ensino-pesquisa-extensão e a formação do médico fundamentalmente dirigida para
as reais necessidades de saúde da população e do sistema de saúde.
Mas agora falando a respeito das residências médicas, o programa mais
médicos apontava a necessidade de mudança do modo de definir onde e quais
especialidades seriam abertas novas vagas de residência. Só que como as
informações relacionadas as atuações de médico especialistas eram poucas,
determinou-se então criar um cadastro nacional de especialistas, que permitiria
combinar esses registros, a fim de pactuar critérios para identificar a necessidade de
especialistas para cada região
e, por fim, quanto ao objetivo de melhoria na infraestrutura da unidades
básicas de saúde, até junho de 2015, o PMM financiou a execução e a conclusão de
21511 ubss, dentre as quais para a ampliação, construção, reforma, e até mesmo
UBSs fluviais.
1.7 Impacto na saúde da população
O PMM causou impactos positivos na saúde da população no sentido que aumentou
o acesso e a equidade nos serviços contribuindo para a permanência de equipes
completas em regiões de alta rotatividade profissional, como por exemplo locais
com população Quilombola.
Houve também um incremento necessário à expansão da Estratégia Saúde da
Família, observado pelo aumento na produção dos serviços e na produtividade das
equipes.
Também foi observado uma cobertura qualificada, uma vez que os profissionais
cumprem a carga horária preconizada, possuem formação para atuar na Atenção
Básica e estão em constante processo de aprendizagem em serviço.
E também contribuiu para a integralidade e longitudinalidade dos serviços,
demonstrados pelas práticas e ações em saúde na perspectiva da atenção integral
e uma concepção ampliada do processo saúde-doença.
1.8 Avanços e desafios (Ana Luíza)
Com relação aos avanços do Programa é possível destacar a melhoria nos
processos de trabalho por meio de uma maior integração do profissional, o que
ampliou a capacidade de diagnóstico dos problemas do território e trouxe mais
agilidade e continuidade no tratamento dos usuários.
Também houve uma melhora na organização e oferta dos serviços a grupos
populacionais específicos, como a comunidades indígenas, com destaque para o
conhecimento dos médicos sobre plantas medicinais e as visitas domiciliares com
uma visão mais holística.
Como desafios, foram feitas críticas no sentido de o PMM ser considerado como
uma resposta aos problemas estruturais do SUS, no sentido de que, respostas
temporárias como o PMM, não são suficientes para enfrentar problemas estruturais,
os quais exigem medidas estruturantes e de longo prazo, com maior disponibilidade
de recursos para a área da saúde como um todo, com investimento em
infraestrutura, recursos humanos, tecnologia, entre outros.
Outro desafio é o fato de o Brasil apresentar um contexto mais adverso que outros
países, pois, somado às desigualdades regionais de distribuição de médicos, está a
disputa acirrada com o setor privado. Além disso, com o PMM ficou evidente a
impossibilidade dos municípios implementarem a Atenção Básica com qualidade,
sustentabilidade e cobertura da população, porque somente com a interferência
direta do MS, foi possível contratar e fixar médicos ao SUS em curto tempo.
2 Médicos Pelo Brasil
2.1 O que é
O Programa Médicos pelo Brasil foi criado pelo governo Bolsonaro em agosto de
2019 em substituição ao Mais Médicos, criado no governo de Dilma Rousseff. Esse
novo programa também tem a finalidade prestar serviços médicos em locais de
difícil acesso ou alta vulnerabilidade.
Uma das principais novidades do Médicos pelo Brasil é a contratação dos
profissionais pelo regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela Agência
para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (ADAPS) e a exigência de
CRM para a contratação.
O programa também promete formar médicos especialistas em Medicina de Família
e Comunidade nas unidades pré-definidas, recebendo uma bolsa-formação de 12
mil reais mensais e gratificação para locais remotos.
Também serão contratados especialistas em Medicina de Família e Comunidade ou
de Clínica Médica para a função de Tutor Médico, com salários que variam de 18 a
31 mil reais.
2.2 Breve histórico
Em 2019 o governo prometeu 18 mil vagas para médicos. São sete mil vagas a
mais do que o Mais Médicos, de acordo com o Ministério da Saúde. Nesse período
o programa tem tido dificuldades de ocupar todas as vagas disponíveis, o que mina
o objetivo do programa. Com isso, o ciclo do Mais Médicos foi prorrogado.
2.3 Justificativa para criação
A justificativa para criação do programa Médicos pelo Brasil se deu pelo
contexto que se encontrava o país. Houve a instalação de uma crise no provimento
de médicos na APS consequente à retirada dos médicos cubanos do Programa
Mais Médicos e, por outro, por um grave quadro de agudização do
desfinanciamento do SUS, com uma dotação orçamentária, em 2019, inferior à do
ano de 2018.
2.4 Pilares do programa
Os pilares deste programa estão na maior oferta de médicos em municípios
onde há os maiores vazios assistenciais do Brasil, na formação de médicos
especialistas em medicina de família e comunidade por meio do Sistema Único de
Saúde e a prioridade para médicos brasileiros ao participarem do programa.
2.5 Propostas e objetivos
Assim como o seu antecessor, seu principal objetivo incentivo à carreira médica
para atuação na Atenção Primária à Saúde (APS).
Ele tem como foco principal o provimento de médicos, sem, no entanto, apresentar
outros elementos importantes para a fixação profissional.
No entanto, o Programa Médicos Pelo Brasil propõe algumas mudanças que
diferem do Programa Mais Médicos como: obrigatoriedade de registro no Conselho
Regional de Medicina para ingresso no programa; distribuição de vagas com
prioridade para as cidades pequenas e distantes; a contratação dos profissionais é
via Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)e ele também promove formação
qualificada em Medicina de Família e Comunidade (MFC), permitindo a titulação dos
médicos após dois anos.
2.6 Dinâmica do funcionamento
Então, o programa é implementado através da Agência para o Desenvolvimento da
Atenção Primária à Saúde (Adaps) que é uma figura jurídica privada sem fins
lucrativos criada pelo governo, e ela que vai contratar, por meio de processo seletivo
público, médicos com registro no CRM e tutores especialistas em MFC ou clínica
médica.
Esse processo seletivo incluirá curso de especialização com duração de dois anos e
ao final dele, o médico tem que realizar uma prova que o habilite ao título.
O que se espera com isso, a princípio, é que ocorra um rápido aumento do
quantidade de MFC’s no Brasil e que também aumente a demanda pela
especialidade, como forma de tornar ela mais comum no cotidiano da atenção à
saúde da população.
Esse curso de especialização é de sessenta horas semanais (40h assistenciais
somadas a 20h de atividades teóricas). Os médicos em formação são
supervisionados por um tutor clínico, com quem passarão uma semana a cada dois
meses em supervisão contínua.
Durante esse curso, o candidato recebe bolsa-formação e após aprovação na prova
de especialização ele seria contratado pelo regime CLT.
2.7 Impacto na saúde da população
Como é um programa recente, e considerando o cenário de Pandemia de
COVID-19, as ações do Programa Médicos pelo Brasil ainda não apresentam
resultados suficientes para realizar uma análise concreta de seus impactos na
saúde da população. Entretanto, algumas consequências podem ser previstas.
Os médicos que aderirem ao programa serão designados para uma ESF
específica, garantindo a oferta de serviços para a população mais vulnerável, e
assim tende a abranger uma maior parcela da população, diferentemente do
Programa Mais Médicos, em que o profissional era alocado de acordo com o
planejamento do gestor municipal.
Os médicos na contratação CLT terão um componente de pagamento por
desempenho, incentivando e recompensando a qualidade dos profissionais que
melhor atenderem a população, e assim, a qualidade dos serviços prestados à
população tende a melhorar.
Além disso, através da criação da Agência para o Desenvolvimento da
Atenção Primária à Saúde (ADAPS), o programa abre margem para a privatização
dos serviços de APS e do Sistema Único de Saúde como um todo já que abre
precedentes para a mercantilização da saúde, o que impactaria diretamente na
saúde da população.
2.8 Avanços e desafios
Como avanços do programa, temos:
A qualificação dos critérios de vulnerabilidade dos municípios utilizando uma
metodologia que priorizará as cidades mais distantes e com menor porte, distritos
indígenas, equipes ribeirinhas, fluviais e quilombolas para receber médicos em
todas as suas ESF.
O modelo de contratação dos médicos com a proposta de uma carreira
médica para atuação na APS. Além disso, o valor da remuneração superior ao PMM
e a diversificação desta em componentes fixos e outras variáveis são elementos
para atração de profissionais.
Entretanto, vários outros pontos do programa são desestimuladores, como a
inflexibilidade do contrato de trabalho que possui uma carga horária semanal
superior ao programa anterior e um suporte educacional que compreende apenas
os 2 primeiros anos de bolsa formação.
O PMB não apresenta nenhum elemento que desse seguimento ao
incentivo e financiamento da qualificação estrutural das UBS. Não se observa
também, medidas além do provimento imediato de médicos, como ações
relacionadas a abertura de faculdades de medicina e programas de residência
médica.
Além disso, o Programa Médicos pelo Brasil aposta na suficiência de médicos
brasileiros para preencher suas vagas, não contando com médicos estrangeiros em
seu planejamento, o que leva a um risco de manter a desassistência que já existe
em muitos municípios desde a saída dos cubanos.
3 Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde
(ICEPi)
3.1 O que é
O Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
caracteriza-se por uma instituição cujas atribuições englobam, dentre várias outras,
investimentos em inovação tecnológica e pesquisa científica, formação de
trabalhadores para o SUS e fortalecimento de gestões municipais a fim de ampliar o
acesso da sociedade. (SESA, 2021)
3.2 Breve histórico
O ICEPi surge por meio da Lei Complementar Estadual nº 909, de 26 de abril
de 2019, enquanto unidade administrativa da Secretaria de Estado de Saúde
(SESA). Caracteriza-se como “Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação nos
termos da Lei Federal nº 10.973, de 02 de dezembro de 2004, da Lei Complementar
Estadual nº 642, de 15 de outubro de 2012” e como “Escola de Governo em Saúde,
nos termos do § 2º do art. 39 da Constituição Federal” (Espírito Santo, 2019).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm
http://www3.al.es.gov.br/Arquivo/Documents/legislacao/html/lec6422012.html#lec642
http://www3.al.es.gov.br/Arquivo/Documents/legislacao/html/lec6422012.html#lec642
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
3.3 Justificativa para criação
O ICEPi foi criado em função da percepção da necessidade de aumentar a eficácia
e a qualidade dos serviços prestados pelo SUS no âmbito da Atenção Primária.
Para isso, ficou a cargo desse órgão a formação, o desenvolvimento de pessoal e a
pesquisa básica e aplicada.
Suas áreas de atuação estão relacionadas, como já foi dito, com a formação e o
desenvolvimento de mão-de-obra para o SUS, instituição de uma educação
permanente desses trabalhadores, ademais com a integração entre o ensino
ofertado, os serviços ofertados e a comunidade a qual será contemplada por esses
serviços.
O Instituto também foca no desenvolvimento de pesquisas científicas e inovação
tecnológica, com destaque no uso das tecnologias da informação no âmbito da
saúde. Para tal, ficou sob sua responsabilidade desenvolver programas de
concessão de Desenvolvimento Tecnológico e Estímulo à Inovação, Pesquisa
científica e tecnológica e de Formação; estimular o desenvolvimento e a gestão dos
sistemas informatizados dentro do estado a fim de usar as informações obtidas no
direcionamento do cuidado propriamente dito e também no delineamento de
estratégias de gestão. Em resumo, os incentivos devem focar no desenvolvimento e
na modernização de todo o complexo produtivo e do aparato tecnológico da APS,
fortalecendo toda a capacidade operacional, tecnológica e gerencial da SESA e das
Secretarias Municipais de Saúde.
A necessidade de regular o eixo ensino-serviço-comunidade com o fito de garantir a
qualidade do SUS está relacionada, em grande parte, à necessidade de estímulos à
incorporação de práticas em saúde referenciadas nas necessidades sociais,
ambientais, epidemiológicas, clínicas e de gestão do SUS; à elaboração de estudos
relacionados à força de trabalho para posterior diagnóstico das necessidades de
formações, aperfeiçoamentos e provimento de profissionais a fim de garantir o
devido funcionamento do sistema no estado e nos municípios; bem como a
pactuação de acordos de cooperação e intercâmbio com outros segmentos da
sociedade para garantir aquilo que compete ao ICEPi.
No caso das pactuações, uma que convém ser citada é a que foi instituída em 2019
entre o ICEPi e a Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH). Essa
aliança foca em uma maior integração entre os serviços prestados na APS e no
nível ambulatorial. Os campos focados nessa cooperação são: desenvolvimento de
projetos e atividades voltadas para a estimulação da formação e desenvolvimento
de trabalhadores para o SUS, desenvolvimento e difusão de tecnologia, pesquisa
científica e inovação tecnológica, planejamento e desenvolvimento institucional
abrangendo as áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação em saúde. Como
pode-se perceber, todas essas áreas já fazem parte do ideal do próprio ICEPi, mas
as cooperações são justamentepara fortalecer a busca por melhorias nos serviços
de saúde.
Em resumo, o ICEPi representa a necessidade da coesão entre diversas áreas a fim de
garantir um bom provimento na APS no SUS, principalmente através do eixo
ensino-serviço-comunidade com base no desenvolvimento científico, na incorporação e na
difusão do uso de tecnologias, com destaque para as tecnologias de informação e
comunicação e na inovação do próprio sistema.
3.4 Pilares do programa
Os pilares são, inovação, tecnologia e ciência.
3.5 Propostas e objetivos
De modo geral, o objetivo do ICEPi é reestruturar a atenção em saúde no
Estado, fortalecendo as gestões municipais e melhorando a qualificação do cuidado
em saúde para ampliar o acesso da população.
De modo mais específico, alguns objetivos são:
● desenvolver programas de formação em saúde (cursos de capacitação
e residências médicas);
● estimular a realização de pesquisas aplicadas ao SUS
● desenvolver infraestrutura tecnologia (sistemas informatizados e
bancos de dados);
● fortalecer a política de educação permanente;
● fazer uma análise da força de trabalho no SUS pra realizar provimento
e fixação de profissionais.
A proposta é pagar bolsas para cursos de aperfeiçoamento e especialização,
além de desenvolver outras atividades de ensino, pesquisa e extensão, com o
objetivo de ampliar a oferta de profissionais para prestar serviços na área da saúde.
3.6 Dinâmica do funcionamento
Portanto, uma competência importante do ICEPi é auxiliar nas áreas
de formação e desenvolvimento dos trabalhadores para o SUS.
Pensando nisso, sob coordenação do ICEPi, existem alguns
programas de formação, como o Programa de Qualificação da Atenção Primária à
Saúde (Qualifica APS), que para diminuir a carência de profissionais e aperfeiçoar a
formação desses profissionais do SUS, atuam da seguinte forma:
1. O ICEPi coordena o programa e oferta os cursos, e os municípios pagam as
bolsas de formação para os participantes.
2. É assinado um Termo de Adesão entre ICEPi e o município.
3. Os participantes serão selecionados por meio de editais e chamadas públicas.
Um ponto importante desse programa é o uso da estratégia de educação
permanente em saúde.
Educação Permanente em Saúde (EPS)
Aprendizagem cotidiana e coletiva no SUS.
O SUS é visto como uma escola, local onde você aprende diariamente e
sempre (por isso, PERMANENTE) e coletivamente (existe troca de saberes
entre os profissionais, existe interdisciplinaridade).
3.7 Impacto na saúde da população
3.8 Avanços e desafios
CONCLUSÃO
As estratégias de provimentos apontadas no decorrer do trabalho são
resultados de leituras específicas da realidade, mas que trabalham à favor, variando
em seus métodos de ação, no aumento de recursos humanos e distribuição
equânime deles território brasileiro e, no caso do ICEPI, estadual.
Entende-se, de início, que analisando os dados demográficos existe uma
urbanização da classe médica, que realmente tem origem no fato que os médicos
de hoje são, em sua maioria, filhos de classe média urbana, de profissionais liberais
urbanos. Portanto, várias têm sido as políticas que tentam promover convencimento
suficiente para que se busque fazer medicina fora do circuito urbano.
Mas é claro que a oferta de salários mais altos para áreas do interior não é
suficiente para um provimento efetivo com a fixação desejada. Aliás, as relações
para permanência residem em questões estruturais do trabalho, de articulação com
centro de ensinos onde se promova o aprimoramento e o incentivo continuado.
Assim, para vislumbrar mudanças governamentais nesse sentido seria adotado
medidas que transformassem as regiões com menores índices de provimento em
locais com recursos técnicos e científicos que seriam capazes de estimular os
médicos a exercer a profissão fora da região urbana.
E os programas atuais tentaram responder para esse fim. O Programa Mais
Médicos, por exemplo, atua dentro de duas diretrizes: a Formação para o SUS e o
Provimento Emergencial através do Projeto Mais Médicos pelo Brasil. No entanto,
embora os ótimos resultados dentro da Atenção Primária à Saúde apresentados no
corpo do trabalho, o vértice de estímulo para fixação de médicos brasileiros ficou
comprometido, para ser mais pontual, apenas 21% dos profissionais permanentes
eram representados por esse grupo. Isso trouxe a necessidade de trazer médicos
estrangeiros para o Brasil, representado majoritariamente por cubanos. Ou seja, o
PMM, em curto prazo, atuou com mecanismo emergencial de provimento, e, em
longo prazo, para manutenção e adequação da base de ensino e estrutural, a fim de
estimular a fixação e provimento .
Já o Programa Médicos Pelo Brasil se baseia no PMM para montar o seu
arcabouço de funcionamento e tenta superar problemas existentes no programa
anterior, focando principalmente no eixo de estímulo à fixação dos médicos
brasileiros, uma vez que se abstém da oferta de profissionais cubanos. Tais
estímulos estão na promoção de maior estabilidade laboral, por meio da CLT,
estipulando um plano de carreira no decorrer do tempo de serviço e com benefícios
de acordo com o desempenho da equipe. No que concerne à questão do
aprimoramento das estruturas da UBS e na qualificação e ampliação da base de
ensino de novos profissionais foi ausente na proposta do programa. No entanto, isso
pode ser entendido como uma proposta mais realista, sendo que as atribuições que
fogem do escopo de provimento estão sendo contempladas por outras políticas
(Wollman,2020).
O PMPB pode ter atendido aspecto que PMM poderia ter ousado mais, dando
maior atenção para categoria de apoio pessoal e profissional, que tem sua
importância afirmada por diversos autores, bem como influencia diretamente na
permanência do profissional.
Porém, outro ponto para reflexão e para tentar dimensionar o impacto que
pode provocar na saúde do Brasil seria a proposta de promover a residência em
Medicina de Família e Comunidade com uma bolsa quatro vezes mais alta,
permitindo a titulação após 2 anos e metodologia distinta do “padrão outro” do
programa de residência. Isso se configura como uma tentativa de escalonar a
formação de novos profissionais para conseguir suprir a demanda na APS, já que
das 3 mil vagas em programas de residência, dois terço são ociosas para essa
especialidade (Wollman,2020). O que realmente pode ser uma via de mão dupla,
uma vez que a qualidade do serviço realmente pode ser prejudicada.
Além disso, neste trabalho foi apresentado sobre a atuação do ICEPI, uma
ferramenta inovadora que se baseia no incentivo a pesquisa e desenvolvimento na
saúde do Espírito Santo, ou seja, ajusta as ações da Secretaria de Saúde do
Espírito Santo de forma mais eficiente e objetiva, avaliando as necessidade
específicas de cada área, atuando talvez em lacunas deixadas pelos programas
federais.
REFERÊNCIAS
1
Links mandados no grupo:
http://maismedicos.bvsalud.org/sobre/
1
http://maismedicos.bvsalud.org/sobre/
https://pesquisa.bvsalud.org/pmm/resource/pt/biblio-1104440
http://maismedicos.bvsalud.org/wp-content/uploads/2017/11/Vale_este_SUMULA-ICSAP-_el
isa-ok-1_revFulvioCristina.pdf
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2180/998
Outros links:
http://maismedicos.gov.br/conheca-programa
https://www.soulmedicina.com.br/noticia/121/medicos-pelo-brasil-nova-versao-do-programa-
mais-medicos/
https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/governo-cria-instituto-capixaba-de-ensino-pesquisa-
e-inovacao-em-saude-icepi
https://saude.es.gov.br/o-que-e
https://pesquisa.bvsalud.org/pmm/resource/pt/biblio-1104440
http://maismedicos.bvsalud.org/wp-content/uploads/2017/11/Vale_este_SUMULA-ICSAP-_elisa-ok-1_revFulvioCristina.pdf
http://maismedicos.bvsalud.org/wp-content/uploads/2017/11/Vale_este_SUMULA-ICSAP-_elisa-ok-1_revFulvioCristina.pdf
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/2180/998
http://maismedicos.gov.br/conheca-programa
https://www.soulmedicina.com.br/noticia/121/medicos-pelo-brasil-nova-versao-do-programa-mais-medicos/
https://www.soulmedicina.com.br/noticia/121/medicos-pelo-brasil-nova-versao-do-programa-mais-medicos/https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/governo-cria-instituto-capixaba-de-ensino-pesquisa-e-inovacao-em-saude-icepi
https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/governo-cria-instituto-capixaba-de-ensino-pesquisa-e-inovacao-em-saude-icepi
https://saude.es.gov.br/o-que-e

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