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BEATRIZ PAZZINI – MED 103 AULA 2 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM TÉCNICAS RADIOLÓGICAS DO TÓRAX Radiografia de tórax • Método diagnóstico mais utilizado; • Geralmente é o 1° exame de imagem; • Baixo custo; • Amplamente disponível; Incidência radiológica Na radiografia de tórax podemos usar várias incidências radiológicas, que são as posições que o paciente vai ficar em relação a mesa de raio X. − O nome da incidência segue a Direção e sentido dos feixes de raios X − Ou seja, uma incidência em PA significa que o feixe vai entrar na parede posterior do tórax e sair pela anterior. − A incidência AB o paciente está de frente para o raio x, os feixes vão entrar pela parede anterior e sair pela posterior. → Regra geral na radiologia sugere que são necessárias no mínimo duas incidências feitas o mais próximo possível de 90° entre si para a maioria dos procedimentos radiológicos. → A realização de duas incidências permite: − Diferenciar estruturas anatômicas sobrepostas − Melhorar localização de lesões ou corpos estranhos − Determinar alinhamento de fraturas. Por exemplo, nesse raio x, vemos uma estrutura radiopaca mas não sabemos onde está, mas quando olha em perfil sabe que ela está na topografia do hilo pulmonar, provavelmente isso é um linfonodo calcificado no hilo pulmonar. Incidências: • Incidência de rotina (básica) − São comumente feitas em todos os pacientes que podem cooperar totalmente − PA e perfil. • Incidências complementares − Realizadas para melhor demonstrar parte anatômicas específicas, ou em determinadas condições patológicas, ou que podem ser necessárias para pacientes que não conseguem cooperar completamente. Distância padrão: entre o tubo de raio x e o filme é de 180cm. 1. Incidência póstero-anterior (PA) − O raio entra na superfície posterior do tórax e sai na anterior. − O raio incide perpendicular ao plano coronal do corpo e paralelo ao plano sagital. OBS: É muito importante avaliar o posicionamento das escapulas. Temos que tentar ao máximo retira-las da parte posterior para não haver uma sobreposição de estruturas. Isso permite uma melhor avaliação do parênquima pulmonar. 2. Incidência lateral (perfil) − Deve incluir um termo de qualificação da posição como posição lateral esquerda ou direita (direita apenas quando solicitado). − Rotineiramente é feito o perfil esquerdo, na qual é o lado esquerdo que fica em contato com o chassi. − Quando é feito em perfil direito? Normalmente quando há algo no lado direito. 3. Incidência ântero-posterior (AP) − O raio entra na superfície anterior e sai posterior ao tórax. − Só se realiza essa incidência em casos especiais, quando o paciente não consegue ficar na posição ortostática. Crianças, pacientes desacordados, etc. AP no leito Na incidência em AP a sombra cardíaca apresenta um AUMENTO em relação à projeção PA devido à difusão de feixes de raios X. por isso só deve ser feito em caso de impossibilidade de o paciente ir até a radiografia. PA x AP no leito Fica mais branco pois não tem ar suficiente dentro. Pulmão hipoexpandido. A bolinha amarela libera os feixes de raio X. o vermelho na direita é o chassi. O branco é o coração. Na primeira imagem o coração faz uma sombra do tamanho do verde. Na segunda imagem a mesma coisa, uma sombra muito maior, por isso o coração fica aumentado quando é feito em AP no leito. 4. AP em decúbito lateral (laurell) − Utilizada principalmente no contexto de derrame pleural de menores volumes, quando pode ser difícil sua avaliação e diagnóstico nas incidências básicas de PA e perfil − Muito utilizada, também, para diferenciar derrame pleural de espessamento pleural. − Sempre com o paciente deitado do lado que suspeita-se do derrame. 5. Incidências oblíquas − Deve incluir um termo de qualificação descrevendo a posição do corpo como OAD (obliquo anterior direita), OAE (obliquo anterior esquerda), OPD (obliquo posterior direita) e OPE (oblíquo posterior esquerdo). − Pode ser utilizada para melhor localização ou caracterizações de lesões parcialmente encobertas por outras estruturas. 6. AP lordótica ou APicolordótica. − realizada como estudo complementar, principalmente para estudo de alterações nos ápices pulmonares. − Ela tira a sobreposição das clavículas na região do ápice pulmonar. Considerações técnicas. ✓ A aquisição adequada da radiografia de tórax é mais difícil que a de outras partes do corpo devido ao contraste produzido pelas diversidades de tecidos existentes: espaço aéreo, alvéolos, estruturas ósseas. ✓ Exposição correta permite visualizar: − Vasos periféricos; − Campos pulmonares; − Margens paraespinhais; − Hemidiafragma esquerdo (atrás do coração) ✓ Uma superexposição aos raios x produz uma imagem mais penetrada, que favorece a visualização da coluna dorsal, estruturas do mediastino, área retrocardíaca e tubos nasogástricos ou endotraqueais. − Pequenos nódulos ou estruturas vasculares pulmonares não são visualizados. ❖ HIPERPENETRADA ✓ Quando ocorre uma exposição reduzida aos raios x, a imagem torna-se mais clara e dificulta a interpretação. − A vascularização pulmonar fica mais proeminente e pode induzir a uma percepção de infiltrados generalizados, quando em realidade não estão presentes. − Além disso, os detalhes do mediastino, o espaço retrocardíaca ou a coluna dorsal ficam prejudicados. − Não passa feixes o suficiente. ❖ HIPOPENETRADA. Masculino X feminino Outro ponto que devemos estra atentos é a presença, ou não, do tec. Mamário. • A principal diferença nas radiografias é a quantidade de tecido mamário, que pode interferir na interpretação da projeção de PA ou AP. • O tecido mamário absorve boa parte da radiação, resultando em um aspecto mais esbranquiçado da imagem atrás das mamas, e um padrão vascular pulmonar mais proeminente. • Um problema comum de interpretação radiológica é a ocorrência de mastectomia unilateral, que resultará em densidade pulmonar assimétrica. − É necessário saber se a paciente fez ou não. Segundo caso não tem tecido mamário a esquerda. Fica mais preto no lado sem o tecido mamário, mas isso não quer dizer que o parênquima pulmonar está comprometido. • O campo pulmonar atrás da mastectomia estrará mais escuro que o contralateral, o qual poderá ser interpretado erroneamente como infiltrado pulmonar. Outro ponto são os mamilos • Os mamilos podem apresentar uma imagem semelhante a um nódulo bem definido nas bases pulmonares, na exposição em AP ou PA • Contudo, essas imagens não apresentarão correspondência na radiografia em projeção lateral (perfil) Análise radiográfica do tórax Relembrando: radiografia do tórax é o exame mais solicitado, tem baixo custo, é acessível e consegue avaliar diversos tecidos. Qualidade da radiografia • Confirmar a incidência PA ou AP? A PA tem maior nitidez dos campos pulmonares, das margens do mediastino e menor magnificação de estruturas, como a do coração. Já o AP é feito normalmente em pacientes debilitados, em decúbito dorsal ou sentado, onde temos pior avaliação do parênquima, magnificação do coração e um diafragma mais elevado. • Orientação − Identificação: devemos ficar atentos, é feita por datas, siglas e sempre deve se encontrar no campo superior direito do paciente. − Isso serve para orientar a posição da imagem também. Há casos de pacientes com destrocardia, como é o caso desse. • Alinhamento − Extremidades mediais das clavículas devem estar equidistantes em relação ao processo espinhoso vertebral. − Avaliar a distância entre as superfícies mediais da clavícula e o processo espinhoso. Ambos os lados precisam ter mais ou menos a mesma distância. • Exposição − No 1° caso temos uma imagem muito penetrada que vai conseguir visualizar toda a coluna por trás da área cardíaca e os vasos pulmonares ficamenegrecidas. − No 2° caso temos uma imagem pouco penetrada. A coluna está toda branca mal visualizada e os vasos pulmonares ficam muito evidentes. Ambas estão erradas. essa é a adequada. • Inspiração − Devemos ver 10 arcos costais posteriores, começando acima do diafragma ou 6 a 7 arcos costais anteriores terminando acima do diafragma − Os arcos posteriores são mais horizontalizados E as anteriores são mais verticalizadas. − A má inspiração pode levar a uma área cardíaca aumentada e prejudica avaliação do parênquima pulmonar. • Centralização − Simetria entre as clavículas: estão alinhadas? Precisa ver o início do úmero também. − Simetria entre as escapulas Avaliação da radiografia • Avaliação de partes moles e abdome superior Isso é enfisema subcutâneo. Provavelmente foi fazer um acesso venoso central e entrou ar. Alteração abaixo do diafragma. Provavelmente perfurou uma alça intestinal e o gás subiu e formou um pneumoperitoneo, que é gás em cima do fígado. • Avaliação do arcabouço ósseo: costelas, coluna, clavículas, escapula e úmero. − Seguir os arcos costais pra ver se estão íntegros Isso são calos ósseos, ou seja, esse paciente sofreu uma fratura e está se recuperando. • Avaliação das hemicúpulas diafragmáticas, seios costofrênicos e cardiofrênicos Seio costofrênico esquerdo apagado, ele tem derrame pleural, tem líquido acumulado ali. • Avaliação do mediastino − Índice cardio-torácico: A + B / C < 0,5 (A+B dividido por C) − A: maior diâmetro do coração do lado direito − B: maior diâmetro do coração do lado esquerdo − C: tamanho do tórax. → Em crianças: Alteração comum e fisiológica. É o timo da criança. É uma imagem em vela de barco. • Avaliação da traqueia e hilos pulmonares • Avaliação da pleura e fissuras Avaliação das fissuras é mais fácil de avaliar em perfil • Avaliação do parênquima pulmonar − Sempre avaliar ele por um todo. − Região retroesternal e retrocardiaca são mais escuras. Avaliação sistemática 1. Identificação 2. História clínica 3. Qualidade da radiografia (incidência, orientação, alinhamento, exposição, inspiração e centralização) 4. Analisar partes moles e abdome superior 5. Analisar arcabouço ósseo 6. Analisar hemicúpulas diafragmáticas e seios costofrênicos 7. Analisar mediastino 8. Analisar traqueia e hilos pulmonares 9. Analisar pleura e fissuras 10. Analisar o parênquima pulmonar. A B C D E -> a. AIRWAYS • Traqueia (centrada? Desvio contra/ipsilateral) • Pulmões (nódulos, opacidades, hiper transparência) • Brônquios (posição/orientação) • Pleura (derrame, seios costofrênicos, cardiofrenicos, simetria) b. BONES • Fraturas • Tumores c. CIRCULATION • Coração (índice cardiotorácico) • Mediastino (alargamento do mediastino) • Vasos (olhar aorta e tronco pulmonar) d. DIAFRAGMA • Hérnia • Elevação do diafragma • Olhar andar superior do abdome e. EXTERNO • Cateter • Marcapasso • Tubo traqueal e posição • Corpo estranho