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Microbiologia Clínica Projeto de Prática: Vivência da Prática Biomédica Inaê Fernanda de Luccas Magalhães Lima 8064525 Rio Claro 2020 Peste negra A peste negra foi a forma epidêmica de peste que atingiu todo o continente europeu de 1347 a 1353. Acredita-se que a doença ocorreu na Ásia Central e foi traficada por mercadores genoveses na região da Crimeia. Como se expandiu para um grande território, foi considerada uma pandemia. Os relatos de quem viveu no período da peste descrevem o número de mortes pela doença e o desespero de pessoas que fugiram ou se isolaram para garantir sua sobrevivência. Acredita-se que esse surto tenha causado até 50 milhões de mortes. A peste negra é uma praga causada por Yersinia pestis e é uma doença encontrada em roedores. A bactéria é transmitida aos humanos por pulgas de ratos e, quando as pulgas ficam no corpo humano, ocorre a transmissão. Depois disso, os humanos podem contaminar outras pessoas por meio de secreções do corpo e do trato respiratório. Acredita-se que a praga tenha aparecido em algumas partes da Ásia Central, provavelmente na China. Ao longo da história, seus surtos foram registrados, como a Peste Justiniana, que ocorreu entre 541 e 544 e causou milhares de mortes em Constantinopla do Império Bizantino. No século 14, o surto começou na Horda de Ouro, especialmente na área atualmente correspondente ao sul da Rússia, e contatou europeus com Caffa na Crimeia. Na década de 1340, a cidade que antes era uma colônia de Gênova foi atacada pelo exército tártaro, que queria conquistá-la e se tornar um canato. Em 1346, o povo contaminou Caffa com sucesso e a disseminação da doença fez com que os genoveses fugissem da cidade. Portanto, esses genoveses estão infectados com esta doença onde quer que vão, Constantinopla, Sicília, Marselha e na península italiana. Entre 1347 e 1348, a doença se espalhou para essas áreas costeiras da Europa e para outras partes do continente. A pandemia de peste não afetou apenas o continente europeu, mas também existe na Ásia e na África. Em qualquer caso, devido à elevada taxa de mortalidade, a Europa sofreu gravemente com esta doença. As temperaturas mais altas são mais afetadas, mas há exceções. A má nutrição das pessoas mais pobres e a falta de estruturas de apoio aos enfermos contribuíram para que ocorressem milhares de mortes todos os dias. Diz-se que a infecção ocorreu mais rapidamente no mar, ou seja, por navios que navegavam no Mediterrâneo, mas a contaminação por inalação permitiu o desenvolvimento da doença. O fluxo de mercadores, soldados e peregrinos contribuiu para sua disseminação por terra, portanto, manter contato com o paciente leva à infecção. Esta transmissão também pode ocorrer pelo contato com secreções humanas (como saliva e sangue). Portanto, o corpo e as roupas do falecido também são agentes de poluição. Os médicos não sabiam a origem da doença (ou como resistir a ela), e muitos pensavam que era um castigo sagrado. Médicos e pastores foi o grupo que mais sofreu pois tinham contato direto com os pacientes. Uma vez determinada a propagação dessa forma, medidas de isolamento são tomadas. Pessoas com boas finanças fugiram das grandes cidades e se esconderam no campo. As pessoas nessas cidades tentavam se isolar de tudo, os médicos confeccionaram um traje de couro para evitar que as secreções dos pacientes penetrassem e infectassem suas roupas normais. As roupas especiais do médico também incluíam uma máscara em forma de bico com ervas aromáticas na boca. Devido ao elevado número de mortos, alguns locais decidiram colocar fogo aos cadáveres porque não havia como enterrar tantos cadáveres e o risco de contaminação pelo contacto era elevado. A doença também provocou profundas mudanças na ordem econômica da Europa medieval, pois havia escassez de trabalhadores de todos os tipos devido ao alto número de mortos. Além disso, em alguns lugares, as pessoas não cumpriam mais a lei, o que resultava no verdadeiro caos. A ordem política não existia mais em determinados lugares, porque as autoridades morreram ou porque não há gente suficiente para impô-la ao povo. De 1900 a 1907, a Peste Negra também eclodiu no Brasil. Em 1899, a cidade do Porto, em Portugal, foi atingida por esta doença, e é provável que os navios brasileiros que traçavam aqui trouxessem ratos e suas pulgas. O caso foi registrado em Santos (SP), mas a capital do Rio de Janeiro, foi a mais atingida. Além disso, a epidemia de febre amarela e varíola também se juntou à praga, tornando a situação caótica. Essas doenças só podem ser extintas por meio de medidas rígidas de saneamento básico, vacinação e higiene. No entanto, esses métodos foram usados muitas vezes sem o devido esclarecimento, e como consequência deu-se início a revolta da vacina em 1904. Conclusão Com o avanço da tecnologia e da ciência, principalmente nos campos da medicina e da saúde, a Peste Negra hoje não representa mais uma ameaça como no século XIV. No entanto, ainda há surtos epidêmicos de peste em todo o mundo: por exemplo, em Madagascar, a peste negra e a peste pneumonia eclodiram entre 2014 e 2017. O número de mortos não é comparável aos números do século 14 e à taxa de mortalidade (8,6% em Madagascar, 30% na Europa medieval). A peste bubônica foi devastadora por conta do fato de que na época da pandemia as cidades não tinham saneamento básico e as condições de higienes eram muita precárias, por isso atraia muitos animais e insetos. Além disso vale ressaltar que a medicina não era avançada o suficiente para combater a doença, e como consequência a peste negra fez com que um terço da população europeia viesse á óbito. Por tanto vale ressaltar que é primordial mantermos a higiene, o meio ambiente e o saneamento para evitar futuras doenças. Referências Bibliográficas 1. ÁVILA-PIRES, F.D., - Informe sobre el curso de ecologia en relación con la peste bubônica en el Peru. Informe OPS/OMS, Washington, D.C., 1969 2. ÁVU.A-PIRES, F.D., - Informe sobre ecologia y taxonomia de roedores en relación con la peste en el Peru. Ibid. 1973 3. BALTAZARD, M., - A continuidade da peste em focos persistentes. Fol. Atualid. S. Públ., 11:1 -13 (Trad.), Rio de Janeiro, 1964 4. BALTAZARD, M., - Viagem de estudo ao Brasil para a organização de um projeto de pesquisas sobre a peste. Rev. Brasil. Malar. Doen. Trop., XX:335- 370, 1968.
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