Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
fi nanças corporativas e valor ALEXANDRE ASSAF NETO SÉTIMA EDIÇÃO Finanças Corporativas e valor 4a Prova 4a Prova Para alguns livros é disponibilizado Material Complementar e/ou de Apoio no site da editora. Verifique se há material disponível para este livro em atlas.com.br atlas.com.br alexandre assaF neto Finanças Corporativas e valor 7ª Edição SÃO PAULO EDITORA ATLAS S.A. – 2014 © 2002 by Editora Atlas S.A. 1. ed. 2003; 2. ed. 2005; 3. ed. 2007; 4. ed. 2009; 5. ed. 2010; 6. ed. 2012; 7. ed. 2014 Capa: Leonardo Hermano Composição: Lino-Jato Editoração Gráfica Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Assaf Neto, Alexandre Finanças corporativas e valor / Alexandre Assaf Neto. – 7. ed. – São Paulo : Atlas, 2014. Bibliografia. ISBN 978-85-224-9090-5 ISBN 978-85-224-9091-2 (PDF) 1. Administração financeira 2. Empresas – Finanças 3. Valor I. Título. 02-4746 CDD-658.15 Índice para catálogo sistemático: 1. Finanças corporativas : Administração financeira 658.15 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Editora Atlas S.A. Rua Conselheiro Nébias, 1384 (Campos Elísios) 01203-904 São Paulo (SP) Tel.: (011) 3357-9144 www.atlas.com.br A Anita, com quem aprendi as coisas simples da vida, porém as mais difíceis de entender, meu reconhecimento eterno. Sumário Prefácio, xxvii Apresentação, xxix Apresentação da sétima edição, xxxi Parte I Fundamentos de administração financeira, 1 1 Introdução às Finanças Corporativas 1.1 Evolução da administração financeira, 4 1.2 Responsabilidades contemporâneas da administração financeira, 9 1.3 Dinâmica das decisões financeiras, 11 1.3.1 Relação risco e retorno em finanças, 13 1.3.2 Interdependência econômica e financeira, 14 1.4 Decisões financeiras em ambiente de inflação, 15 1.5 Administração financeira e objetivo da empresa, 17 1.5.1 Medição do objetivo da empresa, 19 1.5.2 Ambiente financeiro e valor da empresa, 21 1.5.3 Responsabilidade social, 23 1.5.4 Objetivo da empresa e os conflitos com a sociedade, 25 1.5.5 Objetivo da empresa em outras economias, 26 1.6 Concentração de capital, 26 1.7 Dinâmica das decisões financeiras no Brasil, 29 viii Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto 2 Teoria de Finanças e Finanças Comportamentais 2.1 Propriedade e administração, 33 2.2 Teoria de agência, 36 2.2.1 Assimetria de informações, 39 2.3 Fundamentos sociais da empresa, 40 2.3.1 Responsabilidade Social, 41 2.3.2 Transparência, 42 2.3.3 Governança Corporativa, 43 2.4 Teoria da utilidade, 46 2.5 Finanças comportamentais, 49 3 Cálculo Financeiro e Aplicações 3.1 Juros simples, 55 3.1.1 Taxa nominal e taxa proporcional, 56 3.2 Juros compostos: capital, 57 3.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva, 59 3.3 Juros compostos: série de pagamentos ou recebimentos, 61 3.3.1 Séries de pagamentos ou recebimentos não uniformes, 62 3.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes, 63 3.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento, 64 3.3.4 Anuidades perpétuas, 65 3.4 Conceitos básicos de taxa interna de retorno (IRR), 66 3.4.1 Taxa média de retorno (ou de custo), 67 3.5 Capitalização contínua, 68 3.5.1 Taxa de juros instantânea, 70 3.5.2 Capitalização contínua e taxa efetiva, 70 3.6 Representatividade dos dados financeiros em ambientes inflacionários, 71 3.7 Taxa de Desvalorização da Moeda (TDM), 73 3.8 Taxa real, 74 3.8.1 Operações com rendimentos pós-fixados, 75 4 Ambiente Financeiro Brasileiro 4.1 Sistema Financeiro Nacional (SFN), 79 4.2 Ativos financeiros, 81 4.3 Mercado de ações, 82 4.3.1 Bolsa de Valores, 83 4.4 Mercados financeiros, 84 4.4.1 Funções e importância dos mercados financeiros, 86 4.5 Taxas de juros, 87 4.5.1 Taxa livre de risco, 90 4.5.2 Taxas de juros livres de risco no Brasil, 91 4.5.3 Curva de rendimento, 93 4.6 Arbitragem e mercado eficiente, 94 4.7 Mercado eficiente, 95 Sumário ix 4.7.1 Tipos de Eficiência de Mercado, 98 4.8 Custo de oportunidade, 99 Parte II Interpretação e análise das demonstrações financeiras brasileiras, 101 5 Estrutura das demonstrações contábeis brasileiras 5.1 Demonstrações contábeis, 103 5.2 Balanço patrimonial, 104 5.2.1 Ativo circulante, 105 5.2.2 Ativo realizável a longo prazo, 107 5.2.3 Ativo permanente, 107 5.2.4 Passivo exigível, 108 5.2.5 Patrimônio líquido, 108 5.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, 110 5.4 Demonstração do resultado do exercício, 110 5.4.1 Receita líquida, 111 5.4.2 Custo dos produtos e serviços vendidos, 111 5.4.3 Resultado operacional e resultados antes dos impostos, 112 5.4.4 Provisão para o Imposto de Renda, 112 5.4.5 Lucro líquido do exercício, 114 5.5 Notas explicativas, 114 5.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), 115 5.7 Demonstração do Valor Adicionado (DVA), 116 5.8 Parecer da auditoria independente, 117 5.9 Comentários finais e demonstrações publicadas, 117 6 Análise das Demonstrações Financeiras 6.1 Aspectos básicos, 120 6.2 Índices econômico-financeiros de análise, 122 6.2.1 Indicadores de liquidez, 122 6.2.2 Indicadores de atividade, 124 6.2.3 Indicadores de endividamento e estrutura, 126 6.2.4 Indicadores de rentabilidade, 128 6.2.5 Indicadores de análise de ações, 130 6.2.6 Alguns cuidados no manuseio dos indicadores, 131 6.3 Diagramas de indicadores de desempenho, 131 6.3.1 Decomposição do Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), 132 6.3.2 Decomposição do Retorno sobre o Ativo (ROA), 133 6.3.3 Decomposição do Retorno sobre o Investimento (ROI), 134 x Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto Parte III Lucro e valor agregado, 137 7 Desempenho Operacional e Alavancagem Financeira 7.1 Resultado operacional no Brasil, 139 7.1.1 Ajustes no cálculo do genuíno resultado operacional, 141 7.2 Alguns conceitos básicos, 142 7.2.1 Retorno do investimento se tudo for financiado com capital próprio, 143 7.2.2 Retorno do investimento se 50% fossem financiados com recursos de terceiros, 143 7.2.3 Conceitos fundamentais, 143 7.2.4 Grau de alavancagem financeira, 144 7.2.5 GAF em outro exemplo, 146 7.2.6 Risco financeiro empresarial, 147 7.3 Efeito do Imposto de Renda, 147 7.3.1 Lucro operacional amplo e restrito e o Imposto de Renda, 150 7.4 Alavancagem financeira, GAF e prazos de amortização dos passivos, 152 7.5 Capital investido no negócio – ROI, ROCE e ROIC, 153 7.6 Alavancagem financeira na inflação brasileira, 156 7.6.1 Demonstrações corrigidas pela inflação, 157 7.7 Comentários adicionais sobre a alavancagem financeira no Brasil, 159 7.7.1 Passivos exigíveis sem encargos financeiros, 159 7.7.2 Reciprocidade bancária, 159 7.7.3 Duplicatas descontadas e outros itens especiais, 160 7.7.4 Ações preferenciais no Brasil, 160 7.8 Problema da base de cálculo, 161 7.9 Uma avaliação com base no lucro operacional e no lucro líquido, 163 7.10 Aplicação prática do desempenho operacional com base no ROI e ROA, 164 7.10.1 Informações essenciais: balanços e resultados, 166 7.10.2 Avaliação do desempenho com base no investimento líquido – ROI, 166 7.10.3 Avaliação do desempenho com base no ativo total – ROA, 167 8 Gestão Baseada no Valor 8.1 Custo de oportunidade e criação de valor, 171 8.1.1 Valor para o acionista, 174 8.2 Modelo de gestão baseada no valor, 175 8.2.1 Capacidades diferenciadoras, 177 8.2.2 Estratégias financeiras, 178 8.2.3 Uma ilustração do conflito valor versus lucro, 180 8.3 Valor econômico agregado, 181 8.3.1 Ilustração de cálculo do VEA, 183 8.4 Medida de valor para o acionista, 184 8.5 Avaliação do desempenho pelo MVA, 185 Sumário xi 8.6 O VEA para divisões, 188 8.7 Conclusões, 189 9 Medidas de Criação de Valor 9.1 Valor econômico agregado e demonstrativos financeiros, 192 9.2 Medidas de valor de demonstrativos financeiros, 195 9.2.1 Cálculo do resultado operacional ajustado, 197 9.2.2 Valor econômico agregado, 198 9.2.3 Avaliação do VEA, 200 9.2.4 Valor da riqueza criada, 202 9.3 Medidas de valor para o acionista e variáveis de mercado, 203 9.3.1 Valor criado ao acionista (VCA), 206 9.3.2 Ajustes no patrimônio líquido do mercado, 207 9.4 Recompra de ações e criação de valor, 209 9.5 Valor Econômico Futuro (EFV), 210 9.5.1 Exemplo ilustrativo de cálculo e análise do EFV, 211 9.5.2 Algumas conclusões, 212 Parte IV Risco, retorno e custo de oportunidade, 215 10 Risco e Retorno 10.1 Fundamentos de probabilidade e medidas estatísticas, 219 10.1.1 Medidas estatísticas de risco e retorno, 220 10.1.2 Coeficiente de variação (CV), 223 10.2 Risco e retorno esperados, 225 10.2.1 Relação risco, retorno e investidor, 229 10.2.2 Mapas de curvas de indiferença, 231 10.3 Retorno esperado de um portfólio, 233 10.4 Risco na estrutura de uma carteira de ativos, 235 10.4.1 Diversificação do risco, 237 10.5 Gestão de portfólio e classes de ativos, 240 10.5.1 Risco-retorno das classes de ativos, 242 11 Teoria do Portfólio 11.1 Risco de uma carteira, 244 11.1.1 Exemplo ilustrativo: efeitos da correlação sobre o risco do portfólio, 247 11.1.2 Exemplo ilustrativo: determinação do retorno esperado e risco de um portfólio, 248 11.2 Ativos com correlação nula, 250 11.3 Conjunto de combinações de carteiras, 251 11.4 Fronteira eficiente, 255 Apêndice: Covariância e correlação, 258 xii Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto 12 Modelo de Precificação de Ativos e Custo de Oportunidade 12.1 Reta do mercado de capitais, 266 12.1.1 Escolha da carteira mais atraente, 270 12.1.2 Ilustração da reta do mercado de capitais, 272 12.2 Reta característica, 275 12.2.1 Coeficiente Alfa, 276 12.2.2 Coeficiente Beta: risco sistemático, 277 12.2.3 Risco não sistemático, 278 12.3 Mensuração do risco sistemático, 278 12.3.1 Interpretação do risco sistemático na reta característica, 281 12.4 Retorno exigido e o Alfa de Jensen, 282 12.5 Coeficiente de determinação (R2), 285 12.6 Reta do mercado de títulos (SML), 287 12.6.1 SML em contexto de inflação, 289 12.6.2 Exemplo ilustrativo, 289 12.7 Aplicações do CAPM, 291 13 Modelos Multifatoriais 13.1 Teoria de precificação por arbitragem, 295 13.1.1 Risco específico e risco geral, 296 13.1.2 Modelos de multifatores e o APT, 297 13.1.3 Uma aplicação prática do APT, 302 13.2 Fatores de risco, 303 13.2.1 Modelo de Fama e French, 303 13.2.2 Metodologia de cálculo do modelo de Fama e French, 304 14 Alavancagem Operacional e Risco Sistemático 14.1 Custos e despesas fixos e variáveis, 306 14.1.1 Unidade de tempo na classificação dos custos, 307 14.1.2 Representação gráfica, 308 14.2 Ponto de equilíbrio, 309 14.2.1 Margem de contribuição, 311 14.2.2 Formulações do ponto de equilíbrio, 311 14.3 Pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro, 312 14.4 Alavancagem operacional, 314 14.5 Riscos operacionais derivados da alavancagem operacional, 316 14.5.1 Risco operacional e tamanho do GAO, 316 14.5.2 Risco e alterações nos custos e despesas fixos, 318 14.5.3 Risco e alterações nos custos e despesas variáveis, 319 14.5.4 Determinação do que é fixo e do que é variável e unidade de tempo, 319 15 Gestão de Riscos – Derivativos 15.1 Mercado de derivativos, 322 15.2 Mercado a termo, 323 15.3 Mercado futuro, 323 15.3.1 Convergência entre os preços a vista e futuro, 326 Sumário xiii 15.4 Mercado futuro de taxa de juros no Brasil, 327 15.4.1 Taxas de juros esperadas de contratos futuros, 327 15.4.2 Proteção no futuro de dólar, 329 15.5 Arbitragem, 330 15.5.1 Arbitragem com moeda estrangeira, 331 15.6 Swaps, 332 15.6.1 Exemplo de swap: PÓS × PRÉ, 333 15.6.2 Exemplo de swap: PRÉ × PÓS, 334 15.6.3 Exemplo de swap: dólar e taxa pré, 334 15.7 Hedge, 335 15.8 Opções, 336 15.8.1 Negócios com Opções de Compra – CALL, 338 15.8.2 Opções dentro, fora e no dinheiro, 343 Parte V Decisões Financeiras de Longo Prazo, 345 16 Decisões de Investimentos e Dimensionamento dos Fluxos de Caixa 16.1 Origens das propostas de investimentos, 348 16.1.1 Ampliação (expansão) do volume de atividade, 348 16.1.2 Reposição e modernização de ativos fixos, 349 16.1.3 Arrendamento ou aquisição, 349 16.1.4 Outras origens, 349 16.2 Tipos de investimento, 350 16.2.1 Investimentos economicamente independentes, 350 16.2.2 Investimentos com restrição orçamentária, 350 16.2.3 Investimentos economicamente dependentes, 351 16.2.4 Investimentos mutuamente excludentes, 351 16.2.5 Investimentos com dependência estatística, 351 16.3 Formação das taxas de juros no mercado, 352 16.3.1 Taxas de juros, empresas e governo, 353 16.4 Maturidade e taxa de juros, 355 16.4.1 Teoria das expectativas, 355 16.4.2 Taxa de preferência pela liquidez, 356 16.4.3 Teoria da segmentação de mercado, 357 16.5 Relevância dos fluxos de caixa nas decisões de investimentos, 358 16.6 Fluxos de caixa incrementais, 359 16.6.1 Desembolso ou investimento inicial, 359 16.6.2 Receitas operacionais, 360 16.6.3 Custos e despesas operacionais, 360 16.6.4 Despesas não desembolsáveis e Imposto de Renda, 360 16.6.5 Vendas de ativos, 361 16.7 Resultados colaterais e implícitos das decisões de investimento, 361 16.7.1 Custo de oportunidade de recursos internos, 361 xiv Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto 16.7.2 Custos irrecuperáveis (custos perdidos ou sunk costs), 362 16.7.3 Sinergia de projetos, 363 16.8 Mensuração dos fluxos de caixa para as decisões de investimento, 363 16.9 Exemplo de projeção mais completa dos fluxos de caixa, 365 16.9.1 1ª Situação: o investimento é financiado integralmente por recursos próprios, 367 16.9.2 2ª Situação: o investimento é financiado por recursos próprios e re- cursos de terceiros, 369 16.10 Influência da inflação nas decisões de investimento, 370 16.10.1 Um exemplo abrangente de mensuração do fluxo de caixa em in- flação, 370 16.10.2 Projeção dos resultados e dos fluxos operacionais de caixa, 371 17 Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos 17.1 Métodos de análise de investimentos, 374 17.2 Períodos de payback, 374 17.2.1 Restrições do método de payback, 376 17.3 Taxa interna de retorno (IRR), 378 17.3.1 IRR em projetos de investimento não convencionais, 381 17.3.2 Pressuposto básico da IRR, 384 17.3.3 Taxa Interna de Retorno Modificada (MIRR), 387 17.4 Valor presente líquido (NPV), 388 17.4.1 Pressuposto do reinvestimento no método do NPV, 390 17.5 Índice de lucratividade (IL), 391 18 Dinâmica dos Métodos de Avaliação de Investimentos 18.1 Análise comparativa dos métodos para um único investimento, 393 18.2 Extensões ao perfil dos métodos do NPV e IRR, 396 18.3 Decisões conflitantes, 397 18.3.1 Escala dos investimentos, 397 18.3.2 Distribuição dos fluxos de caixa no tempo, 400 18.4 Algumas conclusões, 402 18.4.1 Projetos com diferentes escalas e mesma riqueza gerada, 403 18.5 Decisões de investimento sob restrição de capital, 405 18.5.1 Aplicação prática, 406 18.6 Projetos com vidas desiguais, 407 18.6.1 Custos equivalentes, 409 18.6.2 Limitações, 409 18.7 O ROI e o método do fluxo de caixa descontado, 410 18.8 CFROI – Cash flow return on investment, 412 18.8.1 Cálculo do CFROI, 412 18.8.2 CFROI para um único período, 414 18.8.3 Avaliação de projetos existentes, 415 18.8.4 Carteira de projetos existentes, 417 Sumário xv 19 Decisões de Investimento em Condições de Risco 19.1 Risco de um projeto isolado, 419 19.1.1 Análise de sensibilidade, 419 19.1.2 Avaliação de cenários, 421 19.1.3 Análise do ponto de equilíbrio, 422 19.2 Valor esperado e independência dos fluxos de caixa, 424 19.2.1 Probabilidades de eventos independentes, 426 19.2.2 Uso da curva normal em fluxos de caixa independentes, 427 19.3 Fluxos de caixa dependentes no tempo, 428 19.4 Árvores de decisão, 431 19.4.1 Identificação de valores na árvore de decisão, 433 19.4.2 Solução do problema de decisão sequencial, 434 19.5 Projetos de investimento no contexto de carteiras, 435 19.5.1 Risco do investimento usando CAPM, 436 19.5.2 Modelo de avaliação do beta de um investimento, 437 19.6 Valor de abandono, 440 19.6.1 Avaliação de uma opção de abandono, 442 20 Opções e Finanças de Empresas 20.1 Precificação de opções, 446 20.2 Modelo Binomial, 446 20.2.1 Modelo binomial de um período, 447 20.2.2 Modelo binomial para mais de um período, 448 20.2.3 Exemplo ilustrativo – cálculo do valor da opção pelo modelo bino- mial, 449 20.3 Modelo de Black-Scholes, 452 20.4 Opções e projetos de investimentos de empresas, 455 20.4.1 Caso de uma decisão de investimento avaliada pelo modelo de op- ções, 457 20.4.2 Caso de um novo investimento como uma opção de compra, 458 21 Custo de Capital e Criação de Valor 21.1 Custo de capital de terceiros, 463 21.1.1 Custo da dívida a valor de mercado, 465 21.2 Custo de capital próprio, 467 21.2.1 Custo dos lucros retidos e de novas emissões de capital, 470 21.2.2 Determinação do custo de capital próprio no Brasil com o uso do CAPM, 470 21.2.3 Custo de capital por benchmarking e inflação, 474 21.2.4 Volatilidade do mercado acionário, 474 21.3 Beta para empresas alavancadas, 477 21.3.1 Coeficiente Beta para empresas brasileiras, 480 21.4 Custo total de capital, 481 21.4.1 Ponderações baseadas em valores contábeis, valores de mercado e de uma estrutura meta, 483 21.4.2 Usos e limitações do custo médio ponderado de capital, 484 21.5 Desmembramento dos fluxos de caixa e do custo de capital, 486 xvi Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto 21.6 Criação de valor, 490 21.6.1 Mensuração do valor econômico criado, 491 21.6.2 Valor agregado pelo mercado, 493 22 Fontes de Financiamento a Longo Prazo no Brasil 22.1 Financiamento por meio de recursos próprios, 496 22.1.1 Empresa emitente, 496 22.1.2 Instituição financeira intermediadora, 497 22.1.3 Mercado primário e secundário, 498 22.2 Principais critérios de análise de ações, 498 22.3 Valor das ações, 499 22.3.1 Avaliação de ações fora do contexto de uma carteira, 499 22.4 Custo do capital próprio, 503 22.5 Tipos de dívidas das empresas – dívidas corporativas, 504 22.6 Financiamento de empresas no Brasil, 505 22.6.1 O crédito no Brasil, 506 22.6.2 Financiamentos através do BNDES, 507 22.7 Financiamento por recursos de terceiros, 508 22.7.1 Financiamento de capital de giro, 510 22.7.2 Repasse de recursos internos – Finame, 511 22.7.3 Repasse de recursos externos, 514 22.7.4 Subscrição de debêntures, 516 22.7.5 Arrendamento mercantil – Leasing financeiro, 517 23 Estrutura de Capital – Fundamentos e Aplicações 23.1 Teoria convencional, 520 23.2 Estrutura de capital pelo enfoque do lucro operacional, 522 23.3 Teoria de Modigliani – Miller (MM) sem impostos, 523 23.3.1 Proposições de MM num mundo sem impostos, 525 23.3.2 Arbitragem de Modigliani e Miller, 527 23.3.3 Formulações de MM sem impostos, 529 23.4 Proposições de MM num mundo com impostos, 530 23.4.1 Resumo das Proposições de MM, 534 23.5 Estrutura de capital no Brasil, 536 23.5.1 Presença de diferentes custos de captação no mercado, 538 23.5.2 Principais conclusões, 539 23.6 Avaliação do nível de endividamento, 540 23.6.1 Aplicação prática, 543 23.7 Avaliação da estrutura de capital no Brasil, 545 24 Dificuldades Financeiras, Endividamento e Avaliação 24.1 Dificuldades financeiras, 549 24.1.1 Custos de dificuldades financeiras – diretos, 551 24.1.2 Custos de dificuldades financeiras – indiretos, 552 24.1.3 Custos de agency, 553 24.1.4 Reestruturação financeira, 554 24.1.5 Dificuldades financeiras e estrutura de capital, 554 Sumário xvii 24.2 Por que usar capital próprio quando o capital de terceiros é mais barato, 555 24.3 Aquisições alavancadas – Leveraged Buyout (LBO), 559 24.4 Estrutura de capital e modelo Pecking Order, 561 24.5 Valor presente ajustado, 564 24.5.1 Um confronto entre o APV e o WACC, 566 24.5.2 Avaliando um investimento pelo APV, 568 24.5.3 Cálculo do APV identificando vários efeitos colaterais, 569 24.5.4 APV e WACC em Decisões de Investimentos, 571 25 Decisões de Dividendos 25.1 Aspectos básicos da política de dividendos, 575 25.2 Relevância e irrelevância dos dividendos, 578 25.3 Outros aspectos a serem considerados na fixação de uma política de divi- dendos, 581 25.3.1 Alternativas de investimento, 581 25.3.2 Liquidez, 582 25.3.3 Acesso a fontes externas de financiamento, 582 25.3.4 Inflação, 582 25.3.5 Efeito clientela, 583 25.3.6 Teoria da Sinalização, 583 25.3.7 Teoria da Relevância dos Dividendos, 584 25.3.8 Teoria Residual, 584 25.4 Conflito de agentes e dividendos, 585 25.5 Caixa disponível para dividendos, 586 25.5.1 Fluxo de caixa disponível e dividendos, 587 25.6 Prática legal da distribuição de dividendos no Brasil, 589 25.6.1 Lei das Sociedades por Ações e dividendo preferencial, 589 25.6.2 Pagamento do dividendo preferencial, 590 25.6.3 Dividendo mínimo obrigatório, 590 25.6.4 Um exemplo, 592 25.7 Bonificações, 593 25.7.1 Preço de mercado da ação após a bonificação, 595 25.7.2 Desdobramento (split) e reagrupamento de ações, 596 25.7.3 Valor dos direitos de subscrição, 597 25.8 Juros sobre capital próprio na legislação brasileira, 600 25.8.1 Cálculo dos juros sobre o capital próprio, 600 Parte VI Administração financeira a curto prazo, 605 26 Capital de Giro 26.1 Vários conceitos, 608 26.1.1 Capital de Giro (CG) ou Capital Circulante (CC), 608 26.1.2 Capital de Giro Líquido (CGL) ou Capital Circulante Líquido (CCL), 610 xviii Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto 26.1.3 Capital de Giro Próprio (CGP), 612 26.1.4 Ciclos operacionais, 613 26.2 Características do capital de giro em economias com inflação, 614 26.3 Investimento em capital de giro, 620 26.4 Financiamento do capital de giro, 623 26.4.1 Comportamento das taxas de juros a curto e a longo prazos, 623 26.4.2 Dilema risco-retorno na composição de financiamento, 624 26.4.3 Abordagem para o financiamento do capital de giro, 626 26.5 Necessidade de investimento em capital de giro, 629 26.5.1 Capital Circulante Líquido (CCL) e Necessidade de Investimento em Giro (NIG), 631 26.5.2 Financiamento do giro em situação de expansão do volume de ati- vidades, 633 27 Administração de Caixa 27.1 Razões da demanda de moeda e manutenção de caixa, 635 27.2 Ciclo de caixa e controle de seu saldo, 637 27.2.1 Uso do float, 640 27.2.2 Saldo mínimo de caixa, 640 27.3 Modelos de administração de caixa, 642 27.3.1 Modelo do lote econômico, 642 27.3.2 Modelo de Miller e Orr, 646 27.4 Dilema da administração de caixa em inflação, 648 27.5 Projeção de necessidades de caixa – Orçamento de caixa, 649 27.5.1 Exemplo ilustrativo: projeção de caixa da Companhia PME, 650 27.5.2 Projeção de caixa em valores históricos, 650 27.5.3 Projeção de caixa em moeda constante, 652 27.5.4 Outra fórmula de cálculos – em UMC, 654 28 Administração de Valores a Receber 28.1 Avaliação do risco de crédito, 655 28.2 Elementos de uma política geral de crédito, 657 28.2.1 Análise dos padrões de crédito, 658 28.2.2 Prazo de concessão de crédito, 658 28.2.3 Descontos financeiros por pagamentos antecipados, 658 28.2.4 Políticas de cobrança, 659 28.3 Principais medidas financeiras de uma política de crédito, 660 28.3.1 Despesas com devedores duvidosos, 660 28.3.2 Despesas gerais de crédito, 660 28.3.3 Despesas de cobranças, 660 28.3.4 Custo do investimento marginal em valores a receber, 660 28.4 Influências de uma política de crédito sobre as medidas financeiras, 661 28.5 Exemplo ilustrativo: Cia. Geral, 663 28.5.1 Processo de análise, 664 28.5.2 Custo do investimento adicional (marginal), 665 28.5.3 Critério de decisão, 668 Sumário xix 28.5.4 Alterações nos custos e despesas, 669 28.5.5 Influência da inflação e financiamento do investimento marginal, 670 28.6 Medidas de controle, 671 28.6.1 Aging de valores a receber, 671 28.6.2 Dias de Vendas a Receber (DVR), 672 28.6.3 O DVR e a classificação dos valores a receber, 673 28.6.4 Análise das variações no saldo de valores a receber, 674 29 Administração de Estoques 29.1 Aspectos básicos dos estoques, 677 29.2 Principais características dos estoques diante de variações nos índices de preços, 681 29.3 Decisões de antecipação de compras, 682 29.3.1 Compra a vista e venda a vista, 684 29.3.2 Compra a vista e venda a prazo, 685 29.3.3 Compra a prazo e venda a vista, 686 29.3.4 Compra a prazo e venda a prazo, 688 29.3.5 Decisões de compra supondo vendas a vista, 690 29.3.6 Decisões de compra supondo vendas a prazo, 693 29.3.7 Ilustração de um critério de compra mais lucrativo, 694 29.4 Investimentos em estoques como forma de redução dos custos de produção, 696 29.5 Controle dos estoques: curva ABC, 696 29.5.1 Construção da curva ABC, 698 29.6 Modelos de análise e controle dos estoques, 700 29.6.1 Custos associados aos estoques, 701 29.6.2 Representação gráfica dos custos dos estoques, 702 29.6.3 Uma ilustração do lote econômico, 703 29.6.4 Modelo de lote econômico do pedido, 703 29.6.5 Expressões matemáticas do lote econômico, 705 29.6.6 Condições de incerteza e estoque de segurança, 706 Parte VII Avaliação, 709 30 Avaliação de Empresas 30.1 Métodos patrimoniais e critérios de mensuração de ativos, 712 30.1.1 Ganhos e perdas nos valores de reposição, 715 30.2 Métodos de avaliação econômica de empresas, 720 30.3 Método de Fluxo de Caixa Descontado (FCD), 722 30.3.1 Formulações do método do FCD, 723 30.4 Desmembramento do modelo do DCF, 725 30.5 Fusões e aquisições, 727 xx Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto 31 Metodologia de Avaliação e Fluxo de Caixa Descontado 31.1 Fluxos de caixa, 730 31.2 Taxa de desconto (taxa mínima de atratividade), 734 31.3 Horizonte de tempo das projeções, 736 31.4 Determinação do valor de mercado, 738 31.5 Fluxos de caixa na avaliação da perpetuidade de empresas, 742 31.5.1 Composição da taxa de crescimento (g), 744 31.5.2 Formulações do valor da perpetuidade, 746 31.5.3 Agregação e destruição de valor, 747 31.5.4 Alterações na taxa de crescimento, 748 31.5.5 Empresas com mesma taxa de crescimento e valores diferentes, 749 31.5.6 O uso do WACC na avaliação da empresa, 751 32 O Valor da Empresa e o Modelo do Lucro em Excesso 32.1 Comparações entre o VEA e o valor presente líquido (NPV), 754 32.2 MVA e valor da empresa, 756 32.2.1 Limitações do MVA como medida de desempenho, 758 32.3 Valor econômico agregado e o fluxo de caixa operacional disponível (FCOD), 760 32.4 Valor econômico agregado e o fluxo de caixa disponível ao acionista (FCFE), 763 Glossário, 767 Bibliografia, 781 Índice remissivo, 785 Lista de Abreviaturas e Siglas APEs – Associações de Poupanças e Empréstimo APT – Arbitrage Pricing Theory APV – Adjust Present Value (Valor Presente Ajustado) BACEN – Banco Central do Brasil BM&FBovespa – Bolsa de Mercadorias e Futuros da Bovespa BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CALL – Opção de Compra CAPEX – Capital Expenditures (Dispêndios de Capital) CAPM – Capital Asset Pricing Model (Modelo de Precificação de Ativos) C-Bond – Capitalization Bond CC – Capital Circulante CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro CCL – Capital Circulante Líquido CDB – Certificado de Depósito Bancário CDC – Crédito Direto ao Consumidor CF – Coeficiente de Financiamento CFROI – Cash Flow Return on Investment (Taxa de Retorno Base Caixa) CG – Capital de Giro CGL – Capital de Giro Líquido CGP – Capital de Giro Próprio CM – Correção Monetária CML – Capital Market Line (Linha do Mercado de Capitais) CMN – Conselho Monetário Nacional CMVV – Custo da Mercadoria Vendida Adquirida a Vista CMVP – Custo da Mercadoria Vendida Adquirida a Prazo CS – Contribuição Social CV – Coeficiente de Variação CVM – Comissão de Valores Mobiliários DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa DI – Depósito Interfinanceiro DND – Despesas Não Desembolsáveis xxii Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto DVA – Demonstração do Valor Adicionado DVR – Dias de Valores a Receber DOAR – Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos EBIT – Earning Before Interest and Taxes (Lucro Antes dos Juros e Impostos) EFV – Economic Future Value (Valor Futuro Agregado) FC – Fluxo de Caixa FCD – Fluxo de Caixa Descontado FCO – Fluxo de Caixa Operacional FCFE – Free Cash Flow to Equity FCOD – Fluxo de Caixa Operacional Disponível (Free Operating Cash Flow) GAF – Grau de Alavancagem Financeira GAO – Grau de Alavancagem Operacional Ibovespa – Índice da Bolsa de Valores de São Paulo ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICV – Índice de Custo de Vida IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado IGP-di – Índice Geral de Preços – disponibilidade interna IL – Índice de Lucratividade INCC – Índice Nacional de Construção Civil INF – Inflação INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor IOF – Imposto sobre Operações Financeiras IPA – Índice de Preços por Atacado IRR – Internal Rate of Return (Taxa Interna de Retorno) IR – Alíquota de Imposto de Renda JSCP – Juros sobre Capital Próprio LAJI – Lucro Antes dos Juros e Impostos Lair – Lucro Antes do Imposto de Renda LBO – Leveraged Buyout (Aquisições Alavancadas) LOP – Lucro Operacional LPA – Lucro por Ação MIRR – Modified Internal Rate of Return (Taxa Interna de Retorno Modificada) MM – Modigliani-Miller MVA – Market Value Added (Valor Agregado pelo Mercado) NIG – Necessidade de Investimento em Giro NOM – Taxa Nominal de Juros NOPAT – Net Operating Profit After Taxes (Lucro Operacional Líquido IR) NPV – Net Presente Value (Valor Presente Líquido) Nyse – New York Stock Exchange PIB – Produto Interno Bruto P/L – Índice Preço/Lucro PL – Patrimônio Líquido PMAM – Prazo Médio de Armazenagem de Mercadorias PMAT – Prazo Médio de Armazenagem Total PMC – Prazo Médio de Cobrança PMEMP – Prazo Médio de Estocagem de Matérias-primas PMF – Prazo Médio de Fabricação PMPF – Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores PMV – Prazo Médio de Venda PU – Preço Unitário PUT – Opção de Venda PVV – Preço de Venda a Vista PVP – Preço de Venda a Prazo ROA – Return on Assets (Retorno dos Ativos) ROE – Return on Equity (Retorno do Patrimônio Líquido) ROI – Return on Investment (Retorno do Investimento) RROI – Residual ROI (ROI Residual) SAC – Sistema de Amortização Constante SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia SCFI – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento SFN – Sistema Financeiro Nacional SML – Security Market Line (Linha do Mercado de Títulos) SVA – Shareholder Value Added (Valor Criado ao Acionista) T-Bond – Treasury Bond (Obrigação do Tesouro) TDM – Taxa de Desvalorização da Moeda TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo UMC – Unidade Monetária de Poder Aquisitivo Constante VC – Variação Cambial VCA – Valor Criado ao Acionista VEA – Valor Econômico Agregado (Economic Value Added) VR – Valor Residual VRG – Valor Residual Garantido WACC – Weighted Average Cost of Capital (Custo Médio Ponderado de Capital) Lista de Abreviaturas e Siglas xxiii Lista de Símbolos α – Coeficiente Alfa β – Coeficiente Beta b – Taxa de reinvestimento βu – Beta não alavancado βL – Beta alavancado C – Capital (Principal) CORR (ρ) – Coeficiente de correlação COV – Covariância D – Dividendos D – Taxa de desconto “por fora” DF – Valor (em $) do desconto “por fora” DP (σ) – Desvio-padrão e – Número constante (2,7182818284...) E (R) – Retorno esperado FV – Future Value (Valor Futuro) g – Taxa de crescimento I – Taxa instantânea de juros i – Taxa de juros iq – Taxa de juros equivalente J – Valor (em $) dos juros de uma operação Ke – Custo de oportunidade do capital próprio Ki – Custo da dívida Ko – Custo do capital próprio sem dívidas LN – Logaritmo Natural M – Montante acumulado n – Número de períodos N – Valor nominal P – Passivo PL – Patrimônio líquido PMT – Payments (Prestações) P0 – Preço de Aquisição da Ação xxvi Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto PN – Preço da Ação na Data n PV – Present Value (Valor Presente) q – Número de partes do intervalo de tempo considerado r – Taxa real de juro R2 – Coeficiente de determinação Rf – Risk Free (Taxa Livre de Risco) RM – Retorno da carteira de mercado RROI – Residual Return on Investment (retorno sobre investimento residual) SD – Standard deviation (desvio-padrão) tg – Tangente VAR (σ2) – Variância preFáCio O Prof. Alexandre Assaf Neto brinda-nos com mais uma excelente obra. Tive a honra de dividir com ele, entre diversos outros trabalhos e projetos, a elaboração de Administração financeira: as finanças das empresas sob condições in- flacionárias no meio da década de 80, época de altíssimas taxas de inflação, num trabalho que consideramos pioneiro no Brasil ao tratar de finanças em circuns- tâncias tão especiais. Portanto, já conhecia sua capacidade como pesquisador e autor, o que me fez não sentir qualquer surpresa ao analisar o presente Finanças corporativas e valor. Todavia, é necessário ressaltar a enorme evolução daquele primeiro livro até este, não só em termos técnicos, mas também didáticos. E, apesar das baixas ta- xas inflacionárias mais recentes (quando comparadas às de então), é importante notar a constante preocupação do Autor em chamar a atenção para seus efeitos nos diversos tipos de análise empreendidos. Portanto, temos aqui um dos raros casos de um autor preocupado não só em acompanhar o que existe de mais mo- derno no mundo, mas de efetuar a devida adaptação a nossas condições tupini- quins (e mostrar no que os estrangeiros erram ao não dar a devida consideração à perda da capacidade aquisitiva de suas moedas). Sua preocupação com a maximização do aproveitamento do leitor brasilei- ro, estudante, professor ou profissional na empresa vê-se desde o início quando alerta para as falhas da legislação contábil que eliminou a atualização monetária das demonstrações contábeis e as consequências disso desde a análise da alavan- cagem financeira até sua influência na avaliação da empresa, ou quando discute a figura fiscal dos juros sobre o capital próprio e sua carga tributária escondida nas demonstrações financeiras. A incursão do autor pela gestão baseada no valor e nas medidas de sua cria- ção (do valor), pelas técnicas de mensuração do custo do capital próprio, ou pe- los métodos de avaliação de investimentos, caracteriza-se, como é de seu perfil, xxviii Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto não só pela adequada exposição e descrição, mas também pela crítica dos diver- sos instrumentos (o que, na realidade, ocorre ao longo de toda a obra). Descrição essa e crítica muito interessante, por exemplo, na discussão da estrutura de ca- pital, aclarando os debates entre a teoria convencional e a de Modigliani-Miller. Enfim, não vamos alongar-nos, porque o importante é que o leitor invista seu tempo no estudo do que o Prof. Assaf tem a apresentar-nos. Parabéns a ele e parabéns a você, leitor, que vai poder usufruir deste belo material. Prof. Eliseu Martins apresentação Em 1984 foi lançado, em coautoria com o Prof. Eliseu Martins, da Univer- sidade de São Paulo, o livro Administração financeira pela Editora Atlas. A obra tinha por objetivo apresentar o conteúdo das finanças empresariais adaptado a nossa realidade de mercado, tratando dos problemas especificamente brasileiros. Nessa época, aliada a nossos desequilíbrios conjunturais, convivíamos com uma inflação bastante elevada, a qual comprometia todo e qualquer modelo concebi- do em ambientes econômicos mais estáveis. O livro inovou ao tratar dos principais aspectos que relacionam as finanças à inflação, oferecendo uma visão válida para todos nós, brasileiros, tanto do ponto de vista prático, como do ponto de vista teórico. Com a estabilização monetária ocorrida em nossa economia a partir de 1995, a inflação, ainda que presente em reduzida escala nas decisões empresariais, deixou de figurar como a maior preocupação das finanças corporativas no Brasil. Outras características típicas de nosso ambiente econômico ganharam maior des- taque, tais como nossa baixa oferta de crédito, principalmente de longo prazo, as altas taxas de juros, aspectos criticáveis da legislação fiscal e societária brasileira, política de dividendos e a figura dos juros sobre o capital próprio, desequilíbrios na estrutura de capital das empresas brasileiras, para citar algumas. Portanto, o objetivo do livro, sem ignorar por completo a inflação, passou a priorizar o estudo das Finanças Corporativas dentro de nosso contexto econômico. Um enfoque especial do livro é o tratamento dispensado à mensuração do valor gerado aos acionistas pelas decisões financeiras e a seus direcionadores de valor. Como se propunha na edição de 1984, ainda, o grande objetivo do livro não foi reinventar a administração financeira, mas enfocá-la sob o prisma de quem é obrigado a conhecê-la dentro da realidade brasileira e com as informações ge- radas a partir de um modelo de gestão baseada no valor. Para melhor aprovei- tamento de quem se inicia nessa área, são também oferecidas no livro as ideias xxx Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto básicas de como são geridas as finanças das empresas no contexto dos objetivos assinalados. Alguns capítulos, com pequenas atualizações, são provenientes da edição ori- ginal de 1984. Nesse caso, incluem-se os Capítulos 3 e 4, que tratam do cálculo financeiro, o Capítulo 5, dedicado ao estudo das demonstrações financeiras no Brasil, o Capítulo 7, que aborda o desempenho operacional e a alavancagem fi- nanceira, e o Capítulo 22, que descreve as principais fontes de financiamento a longo prazo no Brasil. Outras partes do livro sofreram alterações mais profundas em seu conteúdo, de forma a adequá-lo à nova realidade econômica e a considerar, também, a evolução conceitual apresentada por seus respectivos assuntos. Nesse segmento, devem ser citados os Capítulos 5 e 6, que dedicam-se à análise das demonstra- ções financeiras no Brasil, os Capítulos 16, 17, 18 e 19, que desenvolvem toda a metodologia e os instrumentos de análise de projetos de investimentos, os Capí- tulos 21 e 23, que tratam, respectivamente, do custo e da estrutura de capital das empresas brasileiras, o Capítulo 25, que enfoca as decisões de dividendos, e toda a Parte VI, voltada para a administração financeira de curto prazo. Por outro lado, foram desenvolvidos diversos capítulos inéditos no livro, de forma a atender a seus objetivos propostos. Incluem-se como novidades o Capítu- lo 1, que dedica-se ao estudo conceitual da Administração Financeira, o Capítulo 4, que apresenta uma visão do ambiente financeiro brasileiro, os Capítulos 8 e 9, que apresentam a base conceitual da gestão baseada no valor, os Capítulos 10, 11 e 12, que tratam da moderna visão de risco, retorno e custo de oportunidade, o Capítulo 16, que estuda as decisões de investimentos em condições de risco, e os Capítulos 30 e 31, voltados à avaliação econômica de empresas. Prevê-se que em edições posteriores algumas partes sejam mais bem expla- nadas, outras, eventualmente ampliadas, tudo dependendo das críticas e comen- tários que desde já gostaríamos de solicitar a todos os leitores, quer profissionais, quer professores, quer alunos; retorno esse pelo qual desde já agradecemos. Elaboramos exercícios que podem ser acessados pelo público em geral atra- vés do site: <www.EditoraAtlas.com.br>. Os professores adotantes, mediante cadastro e senha fornecida pela editora, poderão dispor do manual do mestre e apresentações em PowerPoint, através do site: <www.EditoraAtlas.com.br>. Presto, por meio deste livro, minhas homenagens ao Prof. Eliseu Martins, por sua contribuição ao estudo da Contabilidade, Controladoria e Finanças no Brasil. Muitos dos modelos adotados em nossa realidade são inspirados em seus trabalhos originais. Agradeço ao Prof. Maurício Ribeiro do Valle, da Universidade de São Paulo, pela revisão técnica efetuada na 1ª edição deste livro. Deve ser ressaltado que toda imperfeição eventualmente ainda presente em seu conteúdo é de inteira responsabilidade do autor. Alexandre Assaf Neto Ribeirão Preto, SP, janeiro de 2003 <assaf@terra.com.br> apresentação da sétima edição A elaboração da 7ª edição do livro Finanças corporativas e valor foi motivada principalmente pela sua crescente aceitação e adoção em cursos de Graduação e Pós-Graduação, e também por profissionais financeiros de mercado. Desde o seu lançamento em 2003, a demanda pelo livro vem crescendo com consistência e diversos comentários incentivadores vêm sendo enviados ao autor e à Editora Atlas. A preocupação constante foi de identificar as principais críticas dos leito- res, principalmente no que se refere ao conteúdo da matéria, em sua extensão e profundidade, e também na forma como os temas são desenvolvidos. Esta 7ª edição, ainda, completa a série de livros de Finanças voltados a aten- der diferentes expectativas e níveis dos leitores. Os livros que compõem a série, em ordem crescente, de profundidade e extensão, são: Fundamentos de adminis- tração financeira, Curso de administração financeira (3ª edição lançada em 2014), Finanças corporativas e valor e, mais recentemente (2014), Valuation – Métricas de Valor e Avaliação de Empresas. Nesta 7ª edição foi efetuada uma ampla revisão de todo o conteúdo do livro, envolvendo digitação, cálculos, redação, tabelas, quadros e figuras. Da mesma forma, preocupou-se em tornar seu conteúdo mais fácil para o entendimento, através de demonstrações de alguns cálculos e desenvolvimentos de exemplos e ilustrações. Diversos capítulos, ainda, sofreram ampliações, principalmente em temas modernos e relevantes das Finanças Corporativas e Valor, como Teoria de Agen- tes, Eficiência de Mercado, Dificuldades Financeiras, Assimetria de Informações, Risco etc. O objetivo principal de elaboração de uma nova edição é o de aperfeiçoar cada vez mais o livro, introduzindo em seu conteúdo os principais avanços das Finanças Corporativas, apresentar formas mais didáticas de expor a matéria e, xxxii Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto também, aproximar sempre os conceitos e técnicas de Finanças da realidade bra- sileira. Importante: apesar de todos os nossos esforços e dedicação na revisão e atualização deste livro, eventuais erros de digitação e impressão podem ainda persistir, assim como diferentes interpretações nos diversos conceitos desenvolvi- dos. Agradecemos aos leitores toda comunicação de eventuais falhas encontradas e apresentamos, desde já, nossas desculpas. Alexandre Assaf Neto Abril de 2014 Parte I Fundamentos de administração FinanCeira O desenvolvimento dos conceitos e modelos contemporâneos das Finanças Corporativas, notadamente quando inseridas em economias em desenvolvimento como a brasileira, requer, previamente a seu estudo, o conhecimento básico do campo de atuação das finanças, domínio dos cálculos financeiros como instru- mento de apoio ao processo empresarial de tomada de decisões e uma visão geral do ambiente financeiro brasileiro. Nesse contexto é que se justifica a inclusão desta primeira parte do livro; ela aborda, com a profundidade necessária para aplicações nos vários segmentos das Finanças Corporativas, quatro grandes tópicos. O Capítulo 1 dedica-se ao estudo conceitual da Administração Financeira, envolvendo em seu escopo funções financeiras das empresas, seleção de seu ob- jetivo, valor da empresa, as grandes decisões financeiras tomadas e sua dinâmica no Brasil. O Capítulo 2 destaca a influência da psicologia no comportamento dos investidores, a atitude dos agentes e a racionalidade das decisões. São des- tacados no capítulo as finanças comportamentais e também os fatores sociais presentes no estudo das finanças. O Capítulo 3, dentro de uma abordagem mais prática, centra seus estudos nos vários conceitos e formulações básicos do Cálculo Financeiro. São estudados juros simples e compostos, formulações e cálculos financeiros, tipos de taxas de juros e conversões entre si, como taxa nominal, proporcional, equivalente e efe- tiva, fluxos de caixa, coeficientes de financiamento e introdução à taxa interna de retorno. O capítulo abrange também os indicadores de inflação de nossa economia, cálculos em ambiente de inflação, taxa real, operações pré e pós-fixadas e varia- ção cambial. 2 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto O Capítulo 4 objetiva apresentar uma visão geral do ambiente financeiro bra- sileiro, introduzindo importantes conhecimentos sobre o sistema financeiro nacio- nal, instituições financeiras e ativos financeiros no Brasil, formação das taxas de juros e medidas de risco. Todos esses conhecimentos serão bastante utilizados nos vários capítulos posteriores deste livro. 1 introdução às Finanças Corporativas Como praticamente toda a ciência, as finanças corporativas incorporaram em seu escopo as grandes evoluções do mundo contemporâneo. Seus métodos de avaliação e conteúdo conceitual assumiram um caráter bem mais abrangente, elevando sua importância para as empresas. O administrador financeiro, por seu lado, passou a ser mais exigido, identificando uma necessidade de especialização e atualização cada vez maiores. A crescente complexidade do mundo dos negócios determinou, ainda, que o responsável pela área financeira desenvolvesse uma visão mais integrativa da empresa e de seu relacionamento com o ambiente externo. O conhecimento res- trito às técnicas e os instrumentos da administração financeira já se mostram insuficientes no atual mundo dos negócios, necessitando o executivo de maior sensibilidade relativa a outros valores e informações estratégicos. O processo de tomada de decisões reflete a essência do conceito de Adminis- tração. Reconhecidamente, administrar é decidir, e a continuidade de qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua vez, são tomadas com base em dados e informações viabilizados pela Contabilidade, levantados do comportamento do mercado e do desempenho interno da empresa. Esse processo decisorial básico ao sucesso de toda empresa vem assumindo complexidade e riscos cada vez maiores na economia brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência de poupança de longo prazo, intervenções nas regras de mercado da economia, comportamento das taxas de in- flação, desafios do crescimento da economia, entre outros aspectos, vêm exigindo uma capacidade mais questionadora e analítica das unidades decisórias. Conceitos financeiros consagrados em outros ambientes econômicos costumam encontrar enormes dificuldades de adaptação em nossa realidade empresarial, demandando um conjunto de ajustes e reflexões nem sempre seguidos pelo mercado. 4 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto O que é a administração financeira? Qual sua importância para as corpo- rações? Como são tomadas as decisões financeiras? Como as características da economia brasileira podem limitar os instrumentos financeiros mais tradicionais? A resposta a essas e outras questões pertinentes constitui a preocupação central deste capítulo introdutório ao estudo das finanças corporativas. 1.1 Evolução da administração financeira As finanças das empresas, em seus primórdios consideradas como parte do estudo das Ciências Econômicas, vêm descrevendo ao longo do tempo um processo consistente de evolução conceitual e técnica. Principalmente a partir dos anos 20 do século XX, já entendida como uma área independente de estu- do, as finanças das empresas são motivadas a evoluir de maneira a atender à crescente complexidade assumida pelos negócios e operações de mercado. Nos dias atuais, a área financeira passou de uma postura mais conservadora e de absoluta aceitação dos fatos para uma posição bem mais questionadora e re- veladora dos fenômenos financeiros. São fundamentais no contexto moderno a identificação e o entendimento das causas de determinado comportamento operacional, e não somente a mensuração dos valores registrados e dos efeitos produzidos pelos fatos financeiros. Até a crise econômica mundial de 1929/1930, observava-se uma predomi- nância dos aspectos externos das empresas, conhecida como abordagem tradi- cional. A função financeira até então preconizada centrava-se preferencialmente nos instrumentos e procedimentos do mercado financeiro voltados à captação de recursos. As principais preocupações do administrador financeiro fixavam-se em seus vários fornecedores de capital – acionistas, banqueiros e poupadores em geral, basicamente – e nas formas e práticas disponíveis de levantamento de recursos. Posteriormente a esse período, as diversas atividades de natureza repetitiva e sistemática que caracterizavam a administração financeira sofreram fortes in- fluências das teorias administrativas que começavam a surgir na época, enuncia- das principalmente por Taylor, Fayol e Ford. Diante desses novos procedimentos administrativos e convivendo ainda com resultados operacionais pouco promis- sores, as empresas passaram a direcionar grande parte de suas preocupações para seus aspectos internos, voltados para o aperfeiçoamento e o desenvolvi- mento de sua estrutura organizacional. Esse enfoque, de caráter mais administrativo, foi reforçado com a depressão econômica ocorrida em 1929/1930, tornando o estudo das finanças corporativas também preocupado com a liquidez e solvência das empresas. O aperfeiçoamento e o desenvolvimento da estrutura organizacional seriam o suporte imprescindível para as corporações e uma preocupação anterior a qualquer influência externa ao ambiente da administração. Da década de 40 até meados dos anos 50, as finanças voltaram a enfocar as empresas com base em decisões externas, estudando-as do ponto de vista de um emprestador (aplicador) de recursos, sem atribuir maior destaque às decisões de organização interna. Introdução às Finanças Corporativas 5 Na década de 50, contudo, foi dada ênfase destacada aos investimentos em- presariais e geração de riqueza. Essa visão surgiu basicamente como consequên- cia da Teoria Geral de Keynes, a qual preconizava o investimento agregado como a preocupação central das nações e das corporações. Nesse contexto, as finanças corporativas passaram a preocupar-se tanto com a alocação mais eficiente de re- cursos, como com a seleção mais adequada de suas fontes de financiamento. Dois importantes conceitos financeiros foram desenvolvidos nesse ambiente: retorno do investimento e custo de capital, destacando a interdependência das decisões financeiras, conforme serão abordados em capítulos seguintes. Em outras palavras, a administração financeira passou a incluir em seu hori- zonte de estudo teórico e prático as questões pertinentes aos ativos e passivos dos balanços das empresas, assumindo uma definição bem mais abrangente. O uso mais generalizado de computadores, principalmente a partir da dé- cada de 60, permitiu que as finanças tratassem melhor as informações, e suge- rissem modelos mais sofisticados para a tomada de decisões. O que se convenciona denominar de moderna teoria de finanças tem seu início marcado pelas proposições de Franco Modigliani e Merton Miller, que abordam a irrelevância da estrutura de capital e dividendos sobre o valor de mercado da empresa. Essas teorias foram desenvolvidas nas décadas de 50 e 60 e laureadas com prêmio Nobel em 1985 (Modigliani) e 1990 (Miller). As proposições de irrelevância representam as bases da moderna teoria de finanças, principalmente pela rigorosa contribuição oferecida à reflexão da lógica econômica do processo de tomada de decisões financeiras das corporações. As discussões dessas ideias estendem-se até os dias atuais, principalmente relacio- nadas aos pressupostos assumidos nos modelos de avaliação. Os trabalhos de Modigliani e Miller apresentados em 1958 e 1961 per- mitiram que as finanças desenvolvessem diversos questionamentos teóricos, principalmente sobre a influência do endividamento e da política de dividen- dos sobre o valor da empresa. A partir do início da década de 90, por outro lado, a grande evolução da teoria de finanças priorizou outro importante segmento de estudo: gestão de risco. A adoção pelas empresas de estratégias que envolvem derivativos, opções, swaps, hedges etc. acelerou-se bastante nos anos 90, tornando as finanças cor- porativas mais instrumentalizadas a operar no contexto de conflito entre risco e retorno. Como resposta à grande volatilidade apresentada pelos principais indicado- res econômicos e financeiros de mercado, como juros, câmbio, cotações de papéis e preços de mercadorias etc., o mercado financeiro desenvolveu metodologias e sofisticados modelos de avaliação de risco, logo absorvidos pelas corporações em seu processo de gestão e tomada de decisões. É importante destacar que a moderna gestão de risco começou a desenvol- ver-se a partir da Teoria do Portfólio, inicialmente apresentada por Markowitz1 1 MARKOWITZ, Harry M. Portfolio selection. New York: John Wiley, 1959. 6 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto e estendida por Sharpe, Fama e Lintner,2 entre outros importantes trabalhos. A teoria, em essência, expõe que o risco de um ativo deve ser avaliado com base em sua contribuição ao risco total de um portfólio de ativos, e não de maneira isolada. Na administração financeira, a teoria formulada orienta que um inves- timento deve ser avaliado por sua contribuição aos resultados de risco e retorno produzidos por ampla (diversificada) carteira de ativos. Não deve predominar na gestão de uma empresa maior preocupação com o desempenho isolado de um ativo, mas com o reflexo que determinada decisão promove sobre toda a empresa (portfólio). É importante destacar que a década de 90 priorizou também formulações de estratégias financeiras voltadas à criação de valor econômico. Neste período, também, iniciou-se a globalização das finanças, incentivada pela integração da economia mundial. As empresas passaram a atuar com uma visão mais ampla, avaliando oportunidades financeiras fora de suas fronteiras territoriais. Outros modelos teóricos surgiram posteriormente, promovendo importan- tes contribuições ao estudo do risco nas finanças corporativas. Nessa linha, citam-se, entre outros, a Arbitrage Pricing Theory (APT) e o modelo de opções de Black-Scholes.3 O processo de globalização tornou as economias mundiais mais interdepen- dentes e elevou os riscos de mercado. As operações financeiras assumiram maior complexidade e reforçaram a necessidade das empresas em procurarem posições protetoras e aperfeiçoarem sua gestão de riscos. Essa preocupação com o risco trouxe novos e importantes instrumentos e conceitos de controle, com Value at Risk (VaR), de Philippe Jorion em 1996 (Risk: measuring the risk in value-at-risk – Financial Analysis Journal). O VaR destaca a perda máxima esperada dentro de certo intervalo de confiança e certo período de tempo. Diante ainda dos diversos escândalos financeiros ocorridos no mundo, foi dado maior destaque a adoção de Governança Corporativa pelas empresas. Nesse ambiente surgiram importantes questionamentos de ética empresarial, transparência e entre as organizações e seus stakeholders. Temas abordando a responsabilidade social e sustentabilidade vêm ganhando importância nas modernas finanças, definindo mais claramente a atuação e responsabilidades das empresas. É importante acrescentar que toda política social e ambiental adotadas como respostas às várias demandas dos stakeholders somente se justificam se trouxerem alguma contribuição positiva no valor de mercado da empresa. Qualquer política adotada pela empresa somente tem sentido se agregar valor econômico para seus acionistas, aqueles que assumem a maior parcela do risco do investimento. É o conceito capitalista de se remunerar o capital de risco, atraindo investidores que assumem todos os riscos e incertezas do negócio e que gerarão, em consequência, 2 Ver FAMA, Eugene F.; MILLER, Merton M. The theory of finance. New York: Holt Rinehart and Winston, 1992; SHARPE, William F. Capital asset prices: a theory of market equilibrium under conditions of risk. Journal of Finance, Sept. 1964; LINTNER, John. Security prices, risk and maximal gains from diversification. Journal of Finance, 1965. 3 Ver ROSS, Stephen A. The arbitrage theory of capital asset pricing. Journal of Economic Theory, Dec. 1976; BLACK, Fischer; SCHOLES, Myron. The pricing of options and corporate liabilities. Journal of Political Economy, May/June 1973. Introdução às Finanças Corporativas 7 benefícios a toda a sociedade e stakeholders. O objetivo da empresa é o de maxi- mizar a riqueza de seus acionistas, e não de todos os seus stakeholders. Uma empresa pode ser vista como uma distribuidora de fluxos de caixa ge- rados com base nas decisões financeiras tomadas a partir de orientações de um modelo de gestão adotado. Stakeholders são todos os agentes que atuam em uma organização e apre- sentam alguma capacidade de participar de seus esforços no sentido de atin- gir os objetivos traçados. De forma resumida, stakeholder é todo indivíduo (ou grupo de pessoas) que pode influenciar os objetivos de uma empresa, e também ser influenciado por suas decisões. Exemplos de stakeholders: acionistas (controladores e minoritários), em- pregados, credores, fornecedores, clientes, consumidores, governo etc. A evolução das Finanças no século XXI deu-se principalmente através da in- trodução de modelos matemáticos sofisticados para subsidiar as decisões finan- ceiras das empresas. Deve ser dado destaque, ainda, a uma nova área de estudos denominado de “Finanças Comportamentais”, que trouxe conceitos da Psicologia para as decisões em ambiente de incerteza. A Moderna Teoria de Finanças A denominada Moderna Teoria de Finanças revelou-se a partir da década de 1950, lastreada em diversos estudos de Finanças Corporativas e Gestão de Portfólio e Risco. O foco das finanças passou de normativo para um enfoque de pesquisa positiva, questionadora dos resultados, onde são analisados os efeitos das decisões financeiras sobre o valor da empresa. As decisões financeiras, na moderna teoria de finanças, são tomadas a par- tir de uma base teórica positiva, onde são avaliadas as possíveis consequências para o objetivo de agregação de valor. Toda ação deve ser analisada a partir de sua contribuição ao objetivo da empresa, como a decisão pode alterar a sua relação risco-retorno. São destacados a seguir os principais modelos financeiros desenvolvidos a partir da década de 1950 e que constituem a “Moderna Teoria de Finanças”. Formulações de Modigliani e Miller – Os autores propuseram, a partir de um famoso trabalho publicado em 1958 (The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment – The American Economic Review), a in- dependência do valor de uma empresa de sua estrutura de capital. A essência da concepção dos autores é que o valor de uma empresa é determinado pela sua capacidade em gerar benefícios futuros esperados de caixa. Ou seja, a qualidade de seus ativos, e não a forma como ela se encontra financiada, é que produz a valorização da empresa. Embora essa proposição não possa ser integralmente comprovada no mundo real, a teoria trouxe importantes contribuições para a avaliação de uma estrutura de capital adequada para as empresas. Por estrutura de capital 8 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto ótima entende-se aquela que minimiza o custo total de capital e, em conse- quência, maximiza o valor da empresa. Franco Modigliani e Merton Miller são considerados por diversos autores como os fundadores da Moderna Teoria de Finanças. Modigliani e Miller dis- cutiram a lógica econômica no processo de tomada de decisões financeiras, e trouxeram ainda importantes questionamentos sobre o endividamento e a política de dividendos das empresas. Teoria ou Hipótese de Mercado Eficiente – Descreve a eficiência do mercado em incorporar imediatamente toda nova informação nos preços dos ativos. Segundo essa teoria não há espaço para ganhos anormais, dado que os preços de mercado devem refletir as expectativas e avaliações de todos os investido- res. Não há papéis subavaliados no mercado e todos os investidores teriam as mesmas chances de ganho. Em outras palavras, se o mercado é eficiente o preço de um ativo deve refletir o valor presente das expectativas futuras de geração de benefícios de caixa. O trabalho original de Eficiência de Mercado (Efficient Capital Markets: a Review of Theory and Empirical Work – The Journal of Finance) foi apresentado por Eugene Fama em 1970. Teoria do Portfólio (Portfolio Theory) – Avalia a construção de uma cartei- ra ótima de ativos a partir da relação risco e retorno, procurando maximizar a utilidade esperada do investidor. A teoria do portfólio prioriza a contribuição de cada decisão de investimento para o desempenho da carteira, não atribuin- do maior destaque à análise individual. A seleção eficiente de um conjunto de investimentos é aquela que oferece o maior retorno para um certo nível de risco, ou a que apura o menor risco para um dado retorno esperado. O modelo de portfólio foi proposto por Harry Markowitz, em 1952, no artigo Portfolio Selection, publicado no The Journal of Political Economy. Modelo de Precificação de Ativos (CAPM – Capital Asset Pricing Model) – Modelo que precifica ativos com base no retorno e risco esperado. Todo investimento de maior risco deve oferecer remuneração mais elevada, sendo o retorno esperado igual a uma taxa de juro livre de risco mais um prêmio pelo risco. O modelo ampliou o conhecimento de risco, introduzindo importantes contribuições. Permitiu ainda identificar o risco de forma mais simples que a proposta por Markowitz, segmentando em duas partes: risco sistemático e risco diversificável (não sistemático). Após o CAPM outros modelos mais completos e sofisticados foram publi- cados, como o Arbitrage Pricing Theory de Stephen Ross. A base do CAPM foi publicada por William Sharpe em 1964 no artigo A Theory of Market Equilibrium Under Conditions of Risk – The Journal of Finance. Teoria de Opções (Option Pricing Theory) – Modelo que objetiva expressar o prêmio de uma opção, refletindo as cotações esperadas no ativo-objeto. Esta teoria tem inúmeras aplicações nas Finanças, sendo aplicadas na avaliação de empresas, decisões de investimentos, decisões de abandono, avaliação de ações etc. Introdução às Finanças Corporativas 9 O trabalho The Pricing of Options and Corporate Liabilities, apresen- tado por Black F. e M. Scholes no Journal of Political Economy, divulgou inicialmente os conceitos básicos de precificação de opções e aplicou a teoria de opções na avaliação de empresas. Teoria de Agência (Agency Theory) – Esta teoria avalia os conflitos nas relações contratuais entre agentes: acionistas e gestores, acionistas e credores etc. O trabalho inicial e base da teoria – Theory of the Firm: Managerial Behavior, Agency Costs and Ownership Structure – foi apresentado em 1984 por Michael Jensen e William Meckling no Journal of Financial Economics. 1.2 Responsabilidades contemporâneas da administração financeira A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que obje- tiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Nesse contexto, a administração financeira envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto com a realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, assu- mindo uma definição de maior amplitude. A administração financeira insere-se num campo de atuação bastante abran- gente e crescentemente complexo, exigindo maior conhecimento técnico e sensi- bilidade no trato de seus diversos instrumentos. A própria evolução da área financeira imprimiu no administrador uma ne- cessidade maior de visualizar toda a empresa, realçando suas estratégias de com- petitividade, continuidade e crescimento futuro. Em verdade, o administrador financeiro no contexto atual não pode assumir posições menos envolventes de centrar suas preocupações unicamente nos mecanismos de captação de fundos e aplicações na atividade da empresa. Deve, outrossim, gerenciar esses recursos de forma a manter a saúde financeira e econômica da empresa e lograr ainda alcan- çar suas metas estabelecidas. Essas responsabilidades são mais intensas ainda nos últimos tempos, quando se têm observado, entre outros fenômenos, períodos de escassez de capital no mercado e encarecimento das taxas de juros. Inúmeros projetos atraentes em certas épocas são inviabilizados em outras diante do acentuado crescimento do custo dos passivos, exigindo cuidados especiais no uso e interpretação dos mode- los financeiros. Em verdade, as decisões de levantamento e aplicação de recursos requerem nos tempos atuais maior nível de conhecimento e especialização do ad- ministrador financeiro, além de uma visão estratégica e de sinergia com relação ao futuro dos negócios. Diante da crescente complexidade que o mercado e os negócios vêm apresen- tando, o administrador financeiro hoje não pode ater-se exclusivamente aos mo- 10 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto delos mais teóricos e restritivos de solução dos problemas, sendo indispensável munir-se de uma visão crítica mais acurada e global da empresa. Suas atividades tornam-se mais importantes, assumindo maiores níveis de responsabilidade, pre- vendo-se grandes desafios para o futuro. Em suma, a administração financeira tem demonstrado ao longo do tempo notável evolução conceitual e prática. De uma posição inicial menos ambiciosa, em que se distinguia um posicionamento mais descritivo dos fenômenos finan- ceiros, a área financeira tem apresentado no mundo contemporâneo uma postura mais questionadora e reveladora em relação ao comportamento do mercado em geral e ao processo de tomada de decisões empresariais. Esse posicionamento tem contribuído bastante para o fornecimento de explicações mais lógicas e com- pletas dos vários fenômenos financeiros, tornando mais evidente sua compreen- são e ampliando sobremaneira sua esfera de atuação e importância. Pesquisas em Finanças Os estudos de Finanças indicam duas grandes linhas de pesquisa: Finan- ças Corporativas (Corporate Finance) e Precificação de Ativos (Asset Pricing). Uma empresa é vista como uma unidade tomadora de decisões, as quais podem ser identificadas na estrutura de um balanço patrimonial. Os ativos da empresa encontram-se distribuídos do lado esquerdo do demonstrativo, classificados em circulantes e não circulantes. Representam todas as aplica- ções de recursos realizadas (decisões de investimentos). Para realizar esses in- vestimentos a empresa deve procurar fontes de financiamento, as quais são classificadas do lado direito do balanço, e identificadas segundo suas origens: recursos próprios e recursos de terceiros (decisões de financiamentos). Nesse conjunto de decisões financeiras interdependentes (investimentos e financiamentos), a empresa deve procurar, em essência, selecionar alterna- tivas de investimentos que produzam liquidez e retorno e, ao mesmo tempo, fontes de financiamentos que viabilizem os desembolsos de caixa previstos e ofereçam o menor custo de capital. A partir dessas questões centrais, algumas decisões estratégicas surgem visualizadas a partir dos balanços patrimoniais: – qual o nível mínimo de liquidez a ser mantido (capital de giro líquido). Gestão de ativos de curto prazo; – investimentos de longo prazo que devem ser realizados, coerentes com a natureza e necessidades do negócio (ativos fixos produtivos); – estrutura de financiamento envolvendo a proporção ideal de dívidas e recursos próprios (passivo e patrimônio líquido). Uma empresa cria valor econômico quando sua administração for capaz de tomar decisões de investimentos capazes de promover uma geração de caixa maior que seu custo de oportunidade, e também quando seus finan- ciamentos produzirem mais caixa que os seus custos contratados. Em outras palavras, uma empresa deve criar mais caixa em suas decisões financeiras que suas necessidades expressas pelas expectativas de retorno de credores e acionistas. A linha de estudos denominada de asset pricing vem dedicando grande atenção para as medidas de risco e retorno de carteiras de investimentos Introdução às Finanças Corporativas 11 (Teoria de Portfólio de Markowitz) e ao risco dos ativos em relação ao risco do mercado (Modelo de Precificação de Ativos – CAPM de Sharpe). Nesse ambiente, junto com outras propostas de gestão de risco e avaliação, des- taca-se ainda a teoria do mercado eficiente estabelecida por Eugene Fama, a qual defende que nenhum investimento é capaz de gerar retornos acima do mercado, sendo os ativos negociados pelos seus preços de equilíbrio (fair value). O cálculo do distress cost (custo de descontinuidade), conforme proposto a partir do conflito de agentes (teoria desenvolvida por Michael Jensen), ofe- receu novas interpretações ao modelo de estrutura de capital apresentado por Modigliani e Miller (MM). Segundo MM uma empresa aumenta seu valor de mercado pela presença de maior alavancagem (relação Passivo e Patrimônio Líquido) dedutibilidade fiscal dos encargos financeiros. Essa proposta leva a concluir que uma empresa é levada a maximizar sua dívida para maximizar seu valor. Outros trabalhos revelaram, ao contrário, que uma empresa não pode se endividar indefinidamente. O risco da falência e a elevação de seus custos de descontinuidade (distress cost) gerados pelo endividamento mais alto podem reduzir o valor da empresa. Ao se admitir que os stakeholders são movidos pelo objetivo de maximizar suas utilidades, é de se esperar que os diversos agentes não irão produzir necessariamente atitudes que atendam aos interes- ses fundamentais dos acionistas (principal). 1.3 Dinâmica das decisões financeiras Dentro do ambiente empresarial, a administração financeira volta-se basica- mente para as seguintes funções: a) planejamento financeiro, o qual procura evidenciar as necessidades de expansão da empresa, assim como identificar eventuais desajustes futuros. Por meio do planejamento, ainda, é possível ao administrador financei- ro selecionar, com maior margem de segurança, os ativos mais rentá- veis e condizentes com os negócios da empresa, de forma a estabelecer mais satisfatória rentabilidade sobre os investimentos; b) controle financeiro, o qual se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa. Análises de desvios que venham a ocorrer entre os resultados previstos e realizados, assim como propos- tas de medidas corretivas necessárias, são algumas das funções básicas da controladoria financeira; c) administração de ativos, que deve perseguir a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos investimentos empresariais, e proceder a um gerenciamento eficiente de seus valores. A administração dos ativos acompanha também as defasagens que podem ocorrer entre en- 12 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto tradas e saídas de dinheiro de caixa, o que é geralmente associado à gestão do capital de giro; d) administração de passivos, que se volta para a aquisição de fundos (financiamento) e o gerenciamento de sua composição, procurando definir a estrutura mais adequada em termos de liquidez, redução de seus custos e risco financeiro. Ao basear-se nas funções financeiras enunciadas, qualquer que seja a na- tureza de sua atividade operacional, uma empresa é avaliada como tomadora de duas grandes decisões financeiras: decisão de investimento – aplicações de recursos – e decisão de financiamento – captações de recursos. Uma terceira decisão que envolve a alocação do resultado líquido da empre- sa, também conhecida por decisão de dividendos, é geralmente incluída na área de financiamento por representar, em última análise, uma alternativa de finan- ciar suas atividades. Dividendo é uma decisão que envolve, fundamentalmente, a distribuição de parte dos lucros aos acionistas, ou o custo de oportunidade de manter esses valores retidos, visando lastrear seus negócios. As decisões financeiras são tomadas pelas empresas de forma contínua e inevi- tável. A decisão de investimento, considerada como a mais importante de todas, envolve todo o processo de identificação, avaliação e seleção das alternativas de aplicações de recursos na expectativa de se auferirem benefícios econômicos futuros. Por não se ter certeza da realização futura de lucros, a decisão de inves- timento envolve risco, devendo ser avaliada em termos da relação risco-retorno. As decisões de investimento criam valor e, portanto, mostram-se economica- mente atraentes quando o retorno esperado da alternativa exceder a taxa de re- torno exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas). É importante destacar que essas decisões inserem-se no âmbito do planejamento estratégico da empresa, e são reflexo de planos futuros traçados para a condução dos negócios. Refletem, em outras palavras, um compromisso com a continuidade do empreen- dimento. As decisões de financiamento, por outro lado, preocupam-se principalmente com a escolha das melhores ofertas de recursos e a melhor proporção a ser man- tida entre capital de terceiros e capital próprio. O objetivo central dessa decisão envolve a determinação da melhor estrutura de financiamento da empresa, de maneira a preservar sua capacidade de pagamento e dispor de fundos com custos reduzidos em relação ao retorno que se espera apurar de suas aplicações. Na prática, as empresas têm a sua disposição variadas fontes de captação, tais como fornecedores, instituições financeiras, acionistas etc., as quais apresentam diferentes condições de custo, amortizações, prazos e garantias exigidas. Essas condições devem ser combinadas de forma a adequar o passivo às características de rentabilidade e liquidez das aplicações desses recursos. Essas duas grandes áreas de decisão das empresas devem apresentar-se de maneira bastante integradas entre si. Enquanto as decisões de financiamento descrevem as taxas de retorno exigidas pelos detentores de capital, as oportuni- dades de investimento centram suas principais avaliações nos retornos espera- dos. Estabelecem-se, em essência, um portfólio de oferta de fundos disponíveis para investimento e outro de alternativas de aplicação desses valores, devendo ocorrer, para a atratividade do negócio, uma taxa de retorno esperada superior ao custo do financiamento. Introdução às Finanças Corporativas 13 A integração descrita entre as áreas de decisão ocorre inclusive com a política de dividendos. Uma decisão de reter os lucros para reinvestimento implica neces- sariamente uma avaliação de que o retorno gerado pela empresa supera o ganho que o acionista poderia obter na hipótese de dispor de seus lucros. Logo, a rea- plicação dos lucros empresariais pode somente ser justificada quando o retorno prometido pelos negócios superar as taxas oferecidas por outras oportunidades equivalentes de investimento. Nesse inter-relacionamento das decisões de inves- timento e de dividendos, é interessante observar que as oportunidades de aplica- ções de fundos dos investidores (pessoas físicas) não coincidem necessariamente com as alternativas de investimentos disponíveis às empresas. Por outro lado, a inter-relação das decisões de financiamento com a de divi- dendos verifica-se pela opção da empresa em manter maior ou menor volume de capital próprio financiando seus investimentos. Em verdade, a decisão de distri- buição ou não de lucros é uma decisão de financiamento mediante capital próprio, ao reter resultados, ou mediante capital de terceiros, ao distribuir resultados. 1.3.1 Relação risco e retorno em finanças O risco é um custo sempre presente nos negócios, devendo, por conseguinte, ser quantificado. Em Finanças, o risco pode ser entendido como uma medida de incerteza associada aos retornos esperados de uma decisão de investimento. Dois importantes fatores determinam influências sobre o grau de risco de um ativo: volatilidade dos retornos e maturidade. A volatilidade exprime a frequência de flutuações verificadas em um fluxo de retornos e resultados futuros. Por exemplo, a sequência de taxas de retornos anuais do ativo A de, respectivamente, 8,9%, 8,7% e 8,6%, apresenta-se menos volátil (menor risco) que os resultados apresentados pelo ativo B, com taxas anuais de 8,2%, 10,0% e 14,4%, cuja flutuação é bem maior. Outro fator determinante do risco é a maturidade do ativo, ou seja, o seu prazo de vencimento. Todo aplicador atribui maior valor ao dinheiro disponível hoje, do que em alguma data futura. Quando um investimento é realizado sem- pre existe o risco de o aplicador não recuperar o capital aplicado. E quanto maior se apresentar o seu prazo de recuperação financeira, mais alto se apresenta o risco da alternativa, devendo o investidor ser adequadamente remunerado pela incerteza. Todo investimento deve recompensar os riscos oferecidos. Desta forma, a remuneração pelo risco total de uma decisão financeira é composta de uma taxa livre de risco, prometida por toda a aplicação que garante o retorno prometido, mais uma recompensa pelo risco assumido, ou seja: Risco Total = Taxa Livre de Risco + Prêmio pelo Risco Ao se assumir que a remuneração prometida por um título público seja considerada como sem risco (ou risco mínimo), as taxas oferecidas por todas as demais aplicações que excedem à taxa do título público podem ser interpreta- das como um prêmio pelo risco. Toda decisão financeira racional é formada com base na análise da relação de risco e retorno. Os investimentos não costumam oferecer certeza com relação aos seus resultados futuros, podendo gerar altos e baixos retornos. Quando os 14 Finanças Corporativas e Valor • Assaf Neto resultados não flutuarem muito, entende-se que a decisão apresenta baixo risco. Por exemplo, aplicações em títulos de renda fixa costumam produzir retornos mais estáveis e previsíveis que os retornos em ações, sendo por isso admitidos como de mais baixo risco. Por outro lado, aplicações em ativos com retornos incertos, mais voláteis, são admitidas como menos seguras, assumindo maior grau de risco. Para um mesmo nível de risco, o investidor racional seleciona a alternativa de investimento de maior retorno esperado. De outra forma, se dois ou mais in- vestimentos apresentarem o mesmo retorno esperado, a escolha será para aquele que oferecer a menor volatilidade. Não há como se esperar altos retornos de ativos de baixo risco. Maior grau de risco deve oferecer maior retorno ao investidor, de maneira a recompensá-lo do negócio mais arriscado. Ao procurar melhores ganhos, o investidor deve incorrer em maior risco. A relação entre o risco e retorno é proporcional, devendo sempre ser oferecida uma compensação adicional pelo maior risco. 1.3.2 Interdependência econômica e financeira Todo o arcabouço conceitual das decisões financeiras, conforme descrito, tem sua avaliação fundamentada nos resultados operacionais apurados pelas empre- sas. Efetivamente, é por meio do desempenho operacional que é discutida a via- bilidade econômica de um empreendimento; o lucro operacional define, mais precisamente, os limites de remuneração das fontes de capital da empresa; as decisões de investimento são avaliadas, de maneira incremental, com base em valores operacionais de caixa; e assim por diante. O resultado operacional, entendido como o gerado exclusivamente pelos ati- vos, quantifica o retorno produzido pelas decisões
Compartilhar