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Platelmintos: características e classificação

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Platelmintos
No filo dos platelmintos (Filo Platyhelminthes) existem habitantes de diversos tipos de ambientes e que possuem diversos tipos de formato de corpos, sendo os mais comuns o de tipo achatado e transparente encontrados em ambiente aquático. Atualmente são identificados 20.000 tipos diferentes de espécies em forma de parasitas e livres no meio ambiente.
- Locomoção:
A movimentação dos platelmintos é feita pela contração de músculos (que permitem a rotação e giro), pela fluidez do corpo parasitado (no caso de vermes) ou também por meio da natação.
- Sistema digestivo:
Partindo desde a alimentação herbívora à carnívora, os platelmintos possuem diversos tipos de alimentação. No caso dos vermes a alimentação ocorre de acordo com a parte do corpo do hospedeiro que estão. Os animais de vida livre se alimentam de pequenos organismos e vermes de pequeno porte.
As duas principais estruturas do sistema digestório são o sistema com uma boca e faringe que ligam diretamente ao intestino e o sistema com uma boca, faringe muscular e um pequeno esôfago, o qual é ligado ao ceco que contém células enzimáticas para ajudarem na absorção.
- Sistema excretor:
O sistema excretor é composto por uma cadeia de tubos, os quais levam todos os resíduos corporais internos para que ocorra a filtração destes nos nephridioporos. Após isso os resíduos são direcionados para os tubos excretores que os liberam para fora do corpo.
- Sistema nervoso:
O sistema nervoso dos platelmintos é formado dois gânglios na região da cabeça de onde saem cordões nervosos longitudinais dispostos ventralmente. Esses cordões são conectados por cordões nervosos transversais. Os platelmintos têm ocelos (órgãos utilizados para captar presença de luz) e células quimiorreceptoras na região da cabeça.
- Sistema circulatório:
Os platelmintos não têm sistema circulatório. Os nutrientes são distribuídos pelo corpo por difusão na maioria do casos apresenta um sistema que leva a distribuição de todo o fluído pelo corpo, levando dessa forma os nutrientes necessários para a sobrevivência.
- Sistema respiratório:
A troca gasosa dos platelmintos é feita pela pele. Eles conseguem sobreviver tanto em ambientes anaeróbios (sem oxigênio) quanto em ambientes aeróbios (com oxigênio). Em ambientes anaeróbios, eles produzem produtos finais como os ácidos graxos e lactato.
- Sistema reprodutor:
Conforme a classe em que estão inseridos a reprodução pode ser assexuada, quando um único indivíduo realiza a divisão de seu corpo para que um novo apareça. No caso dos platelmintos essa divisão é feita por partição transversal. Na reprodução sexuada, quando há troca de material genético, após a fecundação, a fêmea deposita seus ovos no intestino do animal hospedeiro (nesse caso os ovos saem nas fezes) ou no meio ambiente, e com o primeiro contato com um ambiente livre os ovos eclodem.
- Sistemática:
Dentro deste filo encontramos quatro classes:
Turbellaria (animais de vida livre e corpo achatado como as planárias): São animais de vida livre, possuem cílios para locomoção e um aspecto foliáceo. Um exemplo de representante desta classe é a planária.
São hermafroditas e fazem fecundação cruzada, a autofecundação é rara. Os dois indivíduos que estão acasalando ficam unidos pelos poros genitais. Cada um introduz o pênis na abertura genital do outro, trocam espermatozóides e se separam. Vários óvulos são fecundados e lançados para o exterior pelo poro genital. Os zigotos possuem uma cápsula protetora e vão eclodir planárias jovens, evidenciando um desenvolvimento direto.
As planárias possuem um grande poder de regeneração, e se reproduzem assexuadamente por fissão transversal. Se cortarmos uma planária em vários pedaços, cada um irá ser regenerar e dar origem a um novo indivíduo.
Trematoda (endoparasitas com corpo coberto por pele e com ventosas como, por exemplo, Schistosoma, causador da esquistossomose): São endo ou ectoparasitas. Possuem ventosas para fixação, uma na região oral, outra ventral. Possuem cutícula protetora na epiderme e não possuem cílios. São hermafroditas, mas o S. mansoni é dióico. A fêmea vive numa cavidade do macho chamada canal ginecóforo. Fazem fecundação cruzada e interna. Como representante hermafrodita temos a Fasciola hepatica, que parasita o fígado de carneiros e eventualmente o ser humano.
Cestoda (endoparasitas com corpo em forma de fita e uma cabeça com ventosas como a Taenia, causadora de doenças como a teníase e cisticercose): São endoparasitas de corpo alongado, representados pelas tênias. Não possuem cílios, o corpo é metamerizado e não possuem tubo digestivo, alimentando-se por difusão dos nutrientes pré-digeridos pelo hospedeiro.
As tênias podem atingir até 8 metros de comprimento. O corpo delas é dividido em três partes: Cabeça ou escólex, que possui ventosas para a fixação no hospedeiro. A Taenia solium apresenta ganchos e ventosas; pescoço ou colo, região mais afilada e estróbilo, responsável pelo crescimento do organismo. Aí estão as proglótides, estruturas que possuem sistemas reprodutores feminino e masculino, ou seja, são hermafroditas. Após a fecundação as proglótides cheias de ovos se desprendem e são eliminadas com as fezes.
Nematelmintos
No filo dos nematelmintos ou nematoides (Nematoda) estão os vermes cilíndricos. São animais de águas salgadas, doces e terrestres. Alguns são de vida livre e outros são parasitas de vertebrados e usando invertebrados como hospedeiros intermediários (usados somente para desenvolvimento, não causando doença).
- Estrutura corporal:
Nematelmintos têm corpo cilíndrico, não tem flagelos ou cílios, tem o corpo coberto por cutícula produzida pela hipoderme. Os músculos se contraem somente longitudinalmente. Os órgãos estão mergulhados na pseudocele que auxilia no sistema hidrostático.
- Sistema digestivo:
Os nematoides de vida livre se alimentam de bactérias, fungos, algas, pequenos anelídeos, plantas (causando danos à agricultura).
- Sistema excretor:
Por não ter cílios, os nematoides não possuem órgãos excretores. Sendo assim, a excreção é feita por glândulas que se abrem em um poro excretor. A principal excreta desses animais é a amônia.
- Sistema digestivo:
A boca é o órgão de entrada do sistema digestivo, seguindo pela faringe, intestino não muscular, reto e termina no ânus.
- Sistema respiratório:
Nematoides parasitas fazem respiração anaeróbica, porém suas larvas, geralmente de vida livre, fazem respiração aeróbica.
- Sistema nervoso:
O sistema nervoso é centralizado em volta da faringe constituído de um anel nervoso e gânglios. Também possuem um cordão nervoso dorsal e um ventral. Em volta da cabeça e na cauda há diversas papilas sensoriais. Anfídios é um complexo de órgãos nervosos dos animais de vida livre que abrem em cada lado da cabeça pelos poros anfidiais. Nos parasitas há os fasmídios que tem, praticamente, a mesma função dos anfídios.
- Sistema reprodutor:
Os nematoides são animais dioicos com os machos sendo menores que as fêmeas. Os órgãos copulatórios estão localizados na parte posterior de seus corpos. A fertilização é interna e o desenvolvimento dos animais de vida livre é direto (sai um juvenil do ovo), já os animais parasitas têm desenvolvimento indireto (sai uma larva do ovo) passando, neste caso, pelo interior de outros animais até completarem o desenvolvimento no adulto, os hospedeiros.
- Algumas espécies dos nematoides são muito conhecidas por serem parasitas de humanos e animais causando graves doenças:
Ascaris lumbricoides é o verme conhecida como lombriga. Este verme produz entre 200 mil ovos por dia que são liberados nas fezes dos seus hospedeiros. A infestação ocorre quando o ser humano entra em contato com os ovos do verme por causa da falta do saneamento básico. Essa doença pode causar uma grave pneumonia, pois o verme se aloja nos pulmões por um tempo rompendo os bronquíolos até ir para o intestino onde matura e põe os ovos. No intestino, pode causa bloqueio e perfuração.
A ancilostomose é uma doença causada tanto pelo Necator americanus quanto pelo Acylostoma duodenale.Esses animais cortam a mucosa intestinal do hospedeiro para se alimentar do sangue podendo causar profunda anemia. Os ovos saem com as fezes e “chocam” no chão liberando os juvenis que penetram a pele humana quando esta entra em contato com o solo.
Wuchereria bancrofti causa a filaríase, ou elefantíase. Esse verme penetra e vive no sistema linfático dos humanos obstruindo os vasos o que causa o inchaço do local da obstrução. A larva do verme é chamada de microfilária e é liberada dentro do próprio sistema linfático. Quando mosquitos do gênero Culex picam o homem, as larvas que estão nos vasos linfáticos superficiais são sugadas e dentro do mosquito se desenvolvem. A próxima picada do mosquito infecta o ser humano.

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