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PROCESSO ADMINISTRATIVO - Direito Administrativo

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processo administrativo 
• Conjunto de atos solenes, voltados ao alcance de uma finalidade, submetendo-se ao 
princípio do devido processo legal, especialmente ao contraditório e à ampla defesa. 
• Tratamento normativo 
o Não possui sistema único de regulamentação, cabendo a cada ente federado 
dispor de normas processuais no âmbito administrativo 
o Âmbito federal → lei 9.784/99 – Administração Pública Direta e Indireta e à 
atividade administrativa do Poder Legislativo e Poder Judiciário 
• Princípios: 
o Art. 2º, lei 9.784/99: princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência → rol exemplificativo, 
podendo ser complementado por outros princípios constitucionais. 
▪ Devido processo legal (art. 5º, LIV, CF) → garantir o cumprimento das 
exigências legais 
▪ Publicidade → direito das partes e interessados conhecerem os atos 
processuais, tendo ciência antes e depois da realização deles (art. 37, 
CF; art 2º, V, lei 9.784/99; art. 5º, XXXIII e XXXIV, CF – direito de 
informação e certidão) 
• Nem todo processo administrativo é público. Ex: PAD, é sigiloso, 
só é público depois de acabado. 
▪ Oficialidade → início de ofício os processos, não sendo necessária a 
provocação de terceiros, como ocorre no processo judicial. A condução 
do processo ocorre de ofício, fundada na verdade real (art 2º, XII, 
§único, lei 9.784/99 e art 2º, NCPC) 
• Princípio específico do processo administrativo 
• Se refere tanto ao início do processo quanto à sua condução. 
• Processo administrativo não é angular como o processo judicial 
(autor – juiz – réu), é um processo bilateral (Estado juiz – parte). 
Ao mesmo tempo em que o Estado é parte, também é juiz. 
Então, ele tem o dever de, em várias situações, agir de ofício 
para iniciar e dar andamento ao processo, independentemente 
de provocação. O próprio Estado pode diligenciar na produção 
de provas. 
▪ Informalismo procedimental → confere à Administração 
discricionariedade diretiva, não sendo os atos processuais rigidamente 
dispostos em lei. Ausência de forma sistematizada. 
• Administração tem uma certa margem de análise de 
conveniência e oportunidade para realizar os atos 
administrativos. 
• Quando a lei exige uma formalidade específica, a administração 
deve cumpri-la. Entretanto, se a lei não exige formalidade 
específica, a administração tem certa liberdade para praticar os 
atos que considere mais adequados à situação. 
• Processo deve seguir uma forma simples, que garanta a 
compreensão de todas as partes. Mas, ao mesmo tempo, deve 
 
 
garantir ao administrado adequado grau de certeza, de 
segurança jurídica, não podendo existir surpresas dentro do 
processo. 
▪ Verdade material → não só ao que está no processo se atém a comissão 
processante, podendo diligenciar atos e determinar a produção de 
provas em busca da verdade material (real), ultrapassando a verdade 
formal, garantindo a ampla defesa e o contraditório. A atuação em 
busca da verdade material é limitada ao âmbito processual, como no 
processo judicial clássico. 
• Próprio estado pode diligenciar na produção de provas, sem 
necessidade de provocação, não se atendo às provas que estão 
contidas no processo. Mas uma vez diligenciado, tudo deve 
estar no âmbito do processo. 
• A jurisprudência tem aceitado o uso da prova emprestada, 
desde que regularmente produzida. Emprestada tanto de 
outros processos administrativos quanto de processos judiciais. 
o Prova sigilosa necessita de autorização judicial para que 
seja realizada e emprestada. Administração é 
responsável pela manutenção do sigilo dessa prova. 
• A prova ilícita e decorrentes dela não tem sido aceitas pelos 
Tribunais, vigorando a teoria dos frutos da árvore envenenada. 
• Admite-se a teoria da desconsideração da pessoa jurídica no 
âmbito da atuação administrativa, a fim de responsabilizar 
pessoas físicas que se utilizam de pessoas jurídicas para 
cometer ilícitos. 
• Quebra do sigilo bancário → necessário autorização judicial, 
conforme disposto no §1º do art. 3º da LC 105/2001. 
▪ Motivação → o administrador-julgador deve fundamentar a decisão, 
explicitando os pressupostos de fato e de direito que o conduziram ao 
resultado final (§único, VI e VII, art. 2º da lei 9.784/99) 
• Sempre que a decisão trouxer limites ao uso de algum direito 
ou interesse precisa ser motivada. 
• Sempre que for uma decisão discricionária do Estado esta deve 
ser motivada. 
▪ Moralidade → atuação dos julgadores conforme padrões éticos de 
moralidade, decoro e boa-fé. Ampliado a todos os interessados 
processuais, já que o processo administrativo visa o interesse público, 
que deve ser perseguido por todos (§único, IV, art. 2º, lei 9.784/99) 
• Características especiais do processo administrativo (lei 9.784/99) 
o Instrumentos democráticos e acautelatórios 
▪ Quando presente risco iminente, a Administração Pública pode, 
motivadamente, de forma discricionária, estabelecer providências 
acautelatórias sem ouvir a parte interessada (inaudita altera pars) – art. 
45, lei 9.784/99. Essas medidas são: a realização de audiências públicas 
e de consultas públicas. 
• Audiência pública → considerando a relevância da questão, 
debates sobre a matéria do processo (art. 32, lei 9.784/99) 
 
 
o Quem comparece à audiência pública tem o direito de 
receber da administração resposta fundamentada aos 
questionamentos feitos, ainda que seja comum a todas 
as alegações substancialmente iguais (reposta padrão) 
o O simples comparecimento à audiência pública e a 
realização de perguntas não conferem ao indivíduo a 
condição de interessado no processo. 
• Consulta pública → destinada para situações que envolvam 
interesse geral, mediante: 1. Despacho motivado, abre-se 
período de consulta publica para manifestação de terceiros, 
antes da decisão do pedido, 2. Desde que não represente 
prejuízo para a parte interessada (art. 31, lei 9.784/99) 
o Publicidade → tanto a audiência pública quando a 
consulta pública devem ser divulgadas em meios 
oficiais, garantindo o acesso aos autos, fixando-se 
prazo para oferecimento de alegações escritas. 
• Motivação da decisão → art. 50, lei 9.784/99 
o É obrigatória a motivação nas decisões que: 
▪ Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses 
▪ Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções 
▪ Decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública 
▪ Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório 
▪ Decidam recursos administrativos 
▪ Decorram de reexame de ofício 
▪ Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem 
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais 
▪ Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo 
▪ Esse rol não é taxativo, existem outras situações que exigem motivação 
da decisão 
o Requisitos da motivação: 
▪ Explícita, clara e congruente, podendo remeter a fundamentos de 
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, nesse 
caso, serão parte integrante do ato (fundamentação per relacionem, AI 
738982, AgR) 
• Recursos administrativos 
o Ao menos um recurso hierárquico, limitado a no máximo três instâncias 
administrativas, salvo disposição de lei especial em contrário. 
o O recurso deve apresentar os motivos de legalidade e de mérito pelos quais se 
está impugnando determinada decisão 
o Dirigido à autoridade que proferiu a decisão, abrindo a possibilidade de 
reconsideração Mantida a decisão, encaminhado à autoridade 
hierarquicamente superior (recurso hierárquico) 
o A autoridade que decide e aquela a quem o recurso hierárquico é dirigido não 
podem ser a mesma pessoa, ainda que ocupem cargos distintos. 
o Regras dos recursos administrativos: 
▪ Não cabe exigência de caução 
 
 
▪ Tem efeito meramente devolutivo, ou seja, a decisão impugnadatem 
execução imediata (autoexecutoriedade dos atos administrativos) 
▪ Prazo de 10 dias, em regra, da publicação do ato 
▪ Prazo de 30 dias (de acordo com a lei geral) para decidir o recurso pela 
autoridade decisória. É possível a prorrogação fundamentada desse 
prazo. 
▪ Se intempestivo ou interposto por parte ilegítima a Administração 
conhece do conteúdo do recurso fundado na autotutela administrativa. 
Pode, inclusive, alterar sua decisão com base nas informações 
conhecidas. 
▪ Recurso de revisão/revisão de ofício pela Administração → pode ser 
feito a qualquer tempo, quando a decisão a ser revista aplique alguma 
sanção. 
• A revisão advém de fatos novos ou circunstâncias relevantes 
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
• Não cabe agravamento da decisão no recurso de revisão (art. 
65, lei 9.784/99) 
• A revisão é aplicável inclusive caso se trate de uma situação de 
prescrição administrativa. 
o Limites da reforma da decisão 
▪ O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, 
modificar, ........ art. 65, lei 9.784/99 
▪ Cabe reformatio in pejus, seja por circunstâncias de legalidade seja por 
circunstâncias de interesse público. Necessário anterior cientificação e 
alegações da parte prejudicada (§único, art. 64, lei 9.784/99) 
▪ Se a autoridade identificar que a decisão precisa ser modificada mas o 
processo já saiu do âmbito de competência dela, deve encaminhar para 
a autoridade competente que deve decidir no prazo de 30 dias 
▪ Decisão administrativa que contrariar súmula vinculante: além do 
recurso administrativo, é passível de reclamação no STF. 
• Caso a reclamação seja procedente no STF que identificou que 
de fato houve violação a súmula vinculante, o tribunal deve dar 
ciência à autoridade prolatora da decisão e ao órgão 
competente para o julgamento do recurso, para adequar as 
futuras decisões, em casos semelhantes, sob pena de 
responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e 
penal (art. 64-B, lei 9.784/99) 
• Coisa julgada administrativa 
o A coisa julgada administrativa não é imutável. Ela pode ser revista pelo poder 
judiciário e pela própria administração em recurso de revisão. 
o Mas, no âmbito administrativo, excluída a hipótese de recurso de revisão, há 
uma vedação à Administração de rever suas próprias decisões me nome da 
segurança jurídica → imutabilidade relativa. 
 
 
 
 
 
Diferenciação entre os processos administrativos e judicial 
Judicial Administrativo 
Exercício da função jurisdicional Exercício da função administrativa 
De regra, existência de conflito de interesses. Pode haver ou não conflito de interesses 
Relação, no mínimo, trilateral, angular Relação bilateral, interessado x Estado, ou 
com o mesmo interesse ou com interesses 
distintos, no caso do processo punitivo. O 
Estado, ao mesmo tempo que é parte, 
também é julgador. 
Decisão qualificada pelo trânsito em julgado, 
decisão imodificável 
A decisão é modificável. Cabe ser revista pelo 
Poder Judiciário e pela Administração em 
recurso de revista 
Iniciado por provocação das partes Iniciado de ofício pela Administração ou por 
requerimento/denúncia do interessado 
De regra, limita-se à verdade formal, não 
podendo ir além do que consta no processo 
Busca a verdade material, fazendo com que a 
própria Administração diligencie e determine 
a realização de provas. 
 
• Rito processual administrativo - lei 9.784/99 
o Início → de ofício ou por provocação do administrado 
▪ Requerimento ou denúncia não anônimas ou apócrifas → necessária a 
identidade do interessado e o domicílio para o recebimento de 
comunicados e eventual penalização em ilícito penal. Exceção: PAD, 
Súmula 611, STJ 
 
▪ Requerimento deve ser escrito ou, se oral, reduzido a termo, contendo: 
órgão ou autoridade administrativa a que se dirige, apresentação dos 
pedidos, fatos e fundamentos, data e assinatura. 
▪ Preenchidos esses requisitos mínimos, a Administração está proibida de 
não receber o requerimento imotivadamente. 
• Se não receber, deve orientar o administrado do que está 
faltando, oportunizando a ele suprir os defeitos do 
requerimento. 
o Legitimados 
▪ Pessoas físicas ou jurídicas titulares de direitos ou interesses individuais 
ou no exercício do direito de representação 
▪ Aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses 
que possam ser afetados pela decisão a ser adotada 
▪ Organizações e associações representativas, no tocante a direitos e 
interesses coletivos 
▪ Pessoas ou associações legalmente constituídas quanto a direitos ou 
interesses difusos 
o Instrução probatória 
Súmula 611 - Desde que devidamente motivada e com amparo em 
investigação ou sindicância, é permitida a instauração de processo 
administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face 
do poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27611%27).sub.#TIT1TEMA0
http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27611%27).sub.#TIT1TEMA0
http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27611%27).sub.#TIT1TEMA0
http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27611%27).sub.#TIT1TEMA0
 
 
▪ Provas → podem ser requeridas ou realizadas de ofício pela 
Administração 
• Só poderão ser recusadas se ilícitas, impertinentes, 
desnecessárias ou protelatórias, mediante decisão 
fundamentada. 
• Inadmissível provas obtidas por meios ilícitos e as decorrentes 
destas 
• A intimação da produção da prova ou diligências deve ser 
realizada no prazo de 3 dias antes da realização delas. 
• Lei 9.784/99 proíbe que acusado escute o depoimento de 
coacusado. Entretanto, a jurisprudência já autoriza, como 
elemento de ampla defesa, que um acusado acompanhe e 
escute o interrogatório ou depoimento de coacusado (HC 
0012971-70.2015.4.03.0000/SP) 
o Manifestação das partes 
▪ Vem depois da instrução probatória, que é quando a Administração dá 
ciência à parte da produção das provas 
▪ Prazo de 10 dias a contar dessa citação, podendo requerer novas 
provas, impugnar as produzidas e defender-se 
• Se houver mais de um acusado o prazo é comum de 20 dias 
▪ Ou produz-se provas, se requeridas e deferidas, ou passa-se para a 
confecção de relatório conclusivo 
o Manifestação do órgão jurídico 
▪ Se houve só defesa, sem requerimento de produção de provas, o 
processo volta para a comissão julgadora, para que ela elabore o 
relatório conclusivo. Relatório deve ser conclusivo, tem que trazer a 
resposta para a questão, devidamente fundamentado. 
▪ Depois de realizado o relatório, o processo é encaminhado para a 
assessoria jurídica da entidade, que vai fazer uma verificação de 
legalidade e legitimidade do processo. 
• O prazo para essa análise é de 15 dias, salvo norma especial ou 
comprovada necessidade de maior prazo. 
o Decisão final 
▪ Depois da manifestação do órgão jurídico acerca da legalidade e 
legitimidade do processo, ele é encaminhado para a autoridade 
competente para julgamento. 
• O prazo para a decisão é, em regra, 30 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
INSTAURAÇÃO 
De ofício ou a requerimento da 
parte. 
Notificados os interessados. 
INQUÉRITO 
1. Instrução probatória 
2. Defesa do interessado 
3. Relatório conclusivo 
4. Encaminhamento para o 
órgão jurídico 
DECISÃO DA AUTORIDADE 
COMPETENTE 
Deve ser motivada 
RECURSO 
Encaminhado inicialmente à autoridade 
decisória, possibilitando reconsideração. 
Caso mantenha a decisão, encaminha 
para autoridade superior. 
Prazo de 10 dias – efeito devolutivo 
DECISÃO DA AUTORIDADE 
SUPERIOR 
Garantia de ao menos uma 
instância recursal hierárquica e no 
máximo três. 
Pode agravar a sanção 
 
RECURSO DE REVISTA 
A requerimento ou de ofício 
A qualquer tempo, desde que fundado em 
fato novo ou fato antigo que não podia ser 
conhecido na época, a decisão condenatóriapode ser revista. 
Não pode agravar a sanção. 
 
 
• Processo administrativo disciplinar 
o Verificação de cometimento de ilícito pelo agente público e eventual sanção 
o Fundamenta-se no sistema disciplinar e hierárquico, relacionado à função do 
agente público. 
o No âmbito federal, é regido pela lei 8.112/90. Mas no âmbito estadual e 
municipal, pode existir norma que disponha de modo diferente. 
o Até a publicação, é sigiloso 
o Processo administrativo disciplinar propriamente dito (PAD) → art. 148, lei 
8.112/90 
▪ Processo ordinário, tem por finalidade verificar se houve alguma 
infração funcional do servidor público e punir. 
▪ Prazo de 60 dias para ser realizado, podendo ser prorrogado por mais 
60 dias (+20d para a decisão – STF entende que o prazo para julgamento 
está fora do prazo de 60d + prorrogação) 
▪ Descumprimento do prazo não gera anulação do PAD, mas mera 
irregularidade. 
▪ Meio pelo qual necessariamente precisa passar a investigação para que 
haja demissão ou suspensão por mais de 30 dias do servidor público. 
▪ Deve ser oportunizado o contraditório e a ampla defesa. 
▪ Instauração do PAD interrompe a prescrição do ilícito até a conclusão 
do respectivo PAD. 
o Sindicância 
▪ Procedimento sumário, voltado a verificar atos infracionais do servidor 
público que gere uma aplicação de penalidade de advertência ou de 
suspensão por até 30 dias. Deve ser oportunizado o contraditório e a 
ampla defesa. 
• Prazo de 30 dias, prorrogável por mais 30d (+20d para decisão 
– STF entende que o prazo para julgamento está fora do prazo 
de 60d + prorrogação) 
▪ Também existe o sentido de sindicância como fase instrutória, 
investigação prévia, preparatória, anterior à abertura do PAD. Nesse 
caso, não precisa de contraditório e de ampla defesa. 
o Procedimento (comum ao PAD e à sindicância) 
▪ Início → de ofício ou por provocação 
▪ Como é um processo da Administração Pública, haverá a constituição 
de comissão, mas existe o entendimento de que os atos apuratórios e 
investigatórios, podem ser delegados. Entretanto, o ato de julgar é uma 
competência que não pode ser delegada. 
▪ Instauração → publicação por autoridade competente do ato (portaria) 
que constituir a comissão (investigado) 
• Administração analisou a denúncia e verificou que de fato é 
uma situação que precisa ser investigada, instaurando, assim, o 
processo administrativo. 
• A autoridade competente vai publicar uma portaria 
instaurando o processo e constituindo a comissão que vai 
investigará e conduzirá o processo administrativo. 
• Constituição da comissão julgadora: 
o Conduz o processo e a dilação probatória 
 
 
o Formada por três servidores designados pela 
autoridade competente 
o Presidente deve ser ocupante de cargo efetivo superior 
ou de mesmo nível do investigado ou ter nível de 
escolaridade igual ou superior ao do investigado 
o Impedidos: cônjuge, companheiro ou parente do 
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau do investigado. 
o Solenidade: reuniões registradas em atas, detalhando 
as deliberações adotadas. As reuniões acontecem em 
caráter reservado e devem ser reduzidas a termo (art. 
150, lei 8.112/90) → corroborar com a condição de 
sigilo do PAD. 
 
 
 
 
 
• A partir da instauração há um investigado (não é acusado 
ainda). Na primeira reunião da comissão, esta decidirá pelo 
encaminhamento de uma notificação ao investigado 
informando-o que está fazendo uma investigação com base nos 
elementos constantes na portaria, que será encaminhada junto 
com a notificação. 
▪ Inquérito administrativo 
• Instrução → pessoa ainda é investigada. Acompanha a 
produção de provas, sendo notificado até 3 dias antes. No final, 
é feita a indiciação (feita por ato de indiciação), que indicará a 
materialidade e a autoria. Depois disso, o interessado é citado 
e passa a ser indiciado. 
o Os autos da sindicância integram o PAD quando: (I) for 
meio investigatório; (II) da sindicância se concluir por 
uma penalidade mais grave. 
o Produção de provas pode ser feita de ofício 
(oficialidade). Podem ser realizados: 
▪ Tomada de depoimentos 
▪ Acareações 
▪ Investigações e diligências cabíveis 
▪ Quando necessário, pode recorrer a técnicos e 
peritos. 
o Testemunha → depoimento por escrito (só para 
autoridades: art. 221, CPP – Presidente e vice da 
República, presidentes do Senado, da Câmara dos 
Deputados e do STF) ou oral, reduzido a termo. 
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com 
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo 
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da administração. 
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das 
comissões terão caráter reservado. 
 
 
 
▪ Se for um servidor, deve ser expedido 
mandado pelo presidente da comissão para 
comunicação ao chefe da repartição. 
▪ É possível que a testemunha consulte 
apontamentos durante o seu depoimento. 
 
 
o Interrogatório do investigado → último ato da 
instrução probatória 
▪ A comissão pode chamar o investigado 
novamente para outro interrogatório 
▪ Se há suspeita de insanidade mental do 
investigado, a comissão pode propor à 
autoridade competente para instaurar um 
procedimento (próprio, apartado do PAD) em 
que haja a submissão do investigado a exame 
por junta médica oficial com ao menos um 
médico psiquiatra. 
o Indiciação → após a instrução, conclui-se ou não da 
infração disciplinar. Se positiva, o servidor é indiciado, 
com a especificação dos fatos a ele imputado e as 
respectivas provas. Então, cita-se o indiciado para 
apresentação de defesa. 
 
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e 
reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha 
trazê-lo por escrito. 
§ 1o As testemunhas serão inquiridas 
separadamente. 
§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou 
que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os 
depoentes. 
 
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a 
indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele 
imputados e das respectivas provas. 
§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo 
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no 
prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo 
na repartição. 
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e 
de 20 (vinte) dias. 
§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, 
para diligências reputadas indispensáveis. 
§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na 
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data 
declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que 
fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. 
 
 
 
• Defesa → prazo de 10 dias a partir da citação. Se for mais de 
um indiciado, o prazo é comum de 20 dias. 
o Se o réu estiver em local incerto e não sabido, há 
citação por edital, com o prazo de defesa de 15 dias. 
o Regularmente citado e não apresentar defesa, é 
considerado revel → a autoridade instauradora do 
processo designa um servidor como defensor dativo, 
que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou 
de mesmo nível ou ter nível de escolaridade igual ou 
superior ao do indiciado. 
o Na defesa, é possível que o indiciado peça novas provas 
(que podem ser recusadas de forma motivada se forem 
impertinentes, protelatórias, desnecessárias, etc.), 
impugne as provas já produzidas e pode se defender 
estritamente. 
o Após o prazo para defesa, a comissão julgadora 
apresenta o relatório. 
• Relatório → caráter conclusivo, deve se manifestar acerca da 
inocência ou da responsabilidade, recomendando assim o 
arquivamento ou a aplicação de sanção. 
o No relatório deve ser indicado o dispositivo legal ou 
regulamentar transgredido, as circunstâncias 
agravantes e atenuantes, a sanção devida e as razões. 
o Esse ato finaliza as atividades da comissão processante 
e a segunda faseprocessual (inquérito administrativo) 
o Concluído o relatório, este é mandado para o órgão 
jurídico da entidade, que analisa a legalidade e 
legitimidade do processo. 
o A atuação da comissão processante acaba com a 
apresentação do relatório final. 
▪ Julgamento → prazo de 20d, sendo possível a prorrogação 
• Inicia-se com a remissão do relatório final da comissão, com 
parecer jurídico, para a autoridade competente. 
• Autoridade competente para julgar também faz uma análise de 
legalidade e legitimidade do processo. Se for anular parte do 
processo, ele é retomado a partir de onde foi anulado. Se for 
anular todo o processo, é constituída nova comissão para 
refazer o processo. 
• Pode ser per relacionem, ou seja, remeter os fundamentos ao 
relatório da comissão processante. 
• Pode contrariar o relatório da comissão processante se este for 
contrário às provas constantes no processo. Essa decisão 
contrária ao relatório deve ser devidamente fundamentada. 
Súmula Vinculante 5. A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não 
ofende a Constituição. 
 
 
• Descumprimento do prazo de 20d para o julgamento é mera 
irregularidade. Se há prescrição, há responsabilização do 
servidor (civil, penal e administrativa) 
• Se a penalidade a ser aplicada for superior à competência da 
autoridade que instaurou o processo, ela encaminhará à 
autoridade competente, que decidirá no mesmo prazo. 
• Se durante o processo for apurado atos possíveis de serem 
classificados como crime, deve-se dar ciência ao MP através de 
encaminhamento dos autos para análise. 
• Se foi decidido pela inocência, arquiva-se o processo 
administrativo. 
o Servidor que responde a processo administrativo disciplinar, a partir do 
momento que ele for indiciado, ele não pode exonerado nem aposentado 
voluntariamente. Esses atos só são possíveis após a conclusão do processo e 
após eventual cumprimento da penalidade. 
▪ Pena de demissão: se o servidor já foi exonerado, converte-se em 
demissão. Se era ocupante de cargo em comissão e foi exonerado, 
também se converte em destituição. Se já aposentado, é cassada a 
aposentadoria do servidor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTAURAÇÃO 
A autoridade competente publica a 
portaria que constitui a comissão 
A comissão processante é constituída por 
três servidores estáveis, designados pela 
autoridade competente 
- Respeito ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório 
- O investigado tem direito de acompanhar a instrução, 
pessoalmente ou por procurador 
- O relatório deve ser conclusivo, pelo arquivamento ou pela 
aplicação de pena. Se for também ilícito penal, os autos devem ser 
remetidos ao MP 
INQUÉRITO ADMINISTRATIVO 
Compreende a instrução, defesa e 
relatório. Essa fase é conduzida pela 
comissão processante. 
A autoridade cometente acata ao relatório, aplicando a 
pena ou determinando o arquivamento. Ou, se ao 
contrário dos autos, decide motivadamente, reduzindo a 
pena, agravando-a, ou decidindo pelo arquivamento 
JULGAMENTO 
O processo retorna para a autoridade que 
o instaurou com a publicação da portaria 
 
 
o Processo sumário de acumulação de cargo → é um processo disciplinar pois 
versa sobre uma infração disciplinar prevista na CF que é a acumulação de 
cargos (salvo as exceções contidas na CF, respeitado o teto salarial e a 
compatibilidade de horários) 
▪ A autoridade que tiver ciência do fato notificará o servidor, por 
intermédio de sua chefia imediata, para que ele apresente no prazo 
improrrogável de 10 dias a opção do cargo no qual ele queira 
permanecer. 
▪ Mantendo-se inerte, a autoridade competente instaurará 
procedimento sumário para apuração da falta e regularização imediata 
▪ Esse ato de escolha, se configurada boa-fé do servidor, constituir-se-á 
em pedido de exoneração do cargo não escolhido. 
▪ Esse processo tem o prazo de 30d prorrogável por mais 15d. 
▪ O procedimento sumário constitui-se das mesmas fases do processo 
administrativo, com algumas peculiaridades: 
• Instauração 
o Também é feita por portaria, mas a comissão 
constituída é composta por dois servidores estáveis 
o No ato da instauração, já deve ser indicado autoria 
(nome e matricula do servidor) e a materialidade da 
infração → já há a indiciação, com a citação do acusado 
para que ele se defenda 
▪ A discussão é sobre a legalidade da acumulação 
dos cargos, pois a acumulação em si já está 
provada. 
o Não tem dilação probatória pois a situação já se 
encontra identificada e provada desde o início, sendo a 
discussão somente acerca da legalidade da situação. 
• Defesa 
o A citação é pessoal ou por chefia imediata para 
defender-se por documento escrito no prazo de 5 dias, 
sendo garantido o direito a vista no processo. 
o Após a defesa, a comissão faz o relatório conclusivo, 
sendo remetido à autoridade competente após parecer 
jurídico. 
• Julgamento 
o Se a autoridade competente conclui pela acumulação 
ilegal e provada a má-fé, será aplicada a pena de 
demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou 
funções públicas em regime de acumulação ilegal, 
hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação 
serão comunicados. 
o Verdade sabida e termo de declarações → dois procedimentos (não é processo, 
não tem ampla defesa nem contraditório) que os tribunais hoje consideram 
inconstitucionais, justamente porque não estão presentes as garantias 
constitucionais. 
▪ Verdade sabida → caberia quando: 
 
 
• A infração disciplinar é conhecida diretamente pela autoridade 
competente para punir, como um caso de insubordinação. 
• O ato é de conhecimento público, como uma notícia 
televisionada, por exemplo. 
• Por tal forma de acesso à informação a penalização do servidor 
seria realizada sem o processo administrativo, já que se trata de 
uma verdade sabida. 
▪ Termo de declarações → meio pelo qual o agente confessaria a prática 
de alguma falta administrativa, submetendo-se à penalidade. Com esse 
termo, a administração puniria o servidor sem o processo 
administrativo. 
▪ Ambas as formas hoje não são mais aceitas no Direito brasileiro em 
virtude da clara violação dos princípios constitucionais do devido 
processo, ampla defesa e contraditório. 
o Prescrição da ação disciplinar → art. 142, lei 8.112/90 
▪ Se a falta descrita na lei administrativa também for um ilícito penal, 
aplica-se o prazo prescricional da lei criminal (é preciso inquérito policial 
ou ação judicial aberta) 
▪ Interrompe a prescrição a abertura de sindicância ou instauração de 
PAD, mantendo-se interrompida até a decisão final no processo 
proferida por autoridade competente quando, então, volta a correr. 
▪ Após a decisão, reinicia o prazo do zero → STF, MS 23299/SP, 
06/03/2002: “a instauração do PAD federal interrompe a prescrição a 
qual recomeça a fluir, por inteiro, depois de transcorrido o prazo de 140 
dias, contados da referida instauração”. (140 dias são os 60d, mais a 
prorrogação de 60d mais os 20d para julgamento) 
 
 
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: 
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. 
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou 
conhecido. 
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações 
disciplinares capituladas também como crime. 
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar 
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade 
competente. 
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do 
dia em que cessar a interrupção.

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