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REPRODUÇÃO E VENDA PROIBIDA Esse material faz parte do curso da Academia de Libras. É estritamente proibido sua reprodução na internet ou em qualquer outro meio. Somente a empresa detentora possui os direitos de reprodução e venda desse material. O que é Libras? LIBRAS significa Língua Brasileira de Sinais. Utilizada pela comunidade surda, ela possibilita a interação entre surdo-surdo e surdo-ouvinte. Diferente do que muitas pessoas pensam, essa língua não se trata de simples mímicas. Ela é composta por sinais próprios da LIBRAS que devem ser respeitados por todos. Ou seja, consiste em um padrão específico de linguagem com regras próprias. A Língua Brasileira de Sinais não é universal, já que cada país possui sua própria língua. Esses são alguns exemplos: • ASL – Língua de Sinais Americana; • LSC – Língua de Sinais Chilena; • LSF – Língua de Sinais Francesa. Por mais que a Língua Brasileira de Sinais seja usada exclusivamente no Brasil, dentro do nosso país há uma variação linguística de região para região, o que reflete na comunicação cotidiana das pessoas pertencentes à comunidade surda. Exemplo dessa variação: Mandioca, macaxeira e aipim. Datilologia em Libras Alfabeto Manual O alfabeto manual é utilizado para executar letra por letra em algumas situações. Esse processo é chamado de datilologia. Ela é usada somente em situações pontuais, tais como a digitação de nomes próprios, títulos de livros, filmes, peças de teatro, pesquisas etc. A maioria das palavras possui seu sinal próprio. Números em Libras Os números são divididos em números cardinais e ordinais. Os cardinais representam quantidade (0, 1, 2, 3, 4, 5...). Na LIBRAS, a maioria dos números são representados com as costas das mãos viradas para frente. Quando estivermos nos referindo a dinheiro, temos que acrescentar a letra R após o número. Os números ordinais indicam ordem e posição. Na LIBRAS, para indicar um número ordinal, é preciso sinalizar o número juntamente com um movimento trêmulo. Para representar os números ORDINAIS (Posição), basta realizar o sinal do número e fazer um leve movimento para os lados com a mão que sinaliza. Conhecendo a Surdez Estabelecimentos que possuem o símbolo da surdez de forma visível indicam que o local oferece serviço especializado para surdos, o que em muitos casos inclui a disponibilização de um intérprete de LIBRAS. No caso de veículos que apresentam esse símbolo, isso significa que o condutor é surdo. O que é Surdez? A surdez é uma deficiência auditiva que acomete as pessoas desde o nascimento ou é adquirida no decorrer da vida. Em ambos os casos, a perda auditiva pode ser parcial ou total. O Desenvolvimento do Ouvido (Embriológico) O desenvolvimento do ouvido ocorre nos primeiros dias de vida intrauterina, sendo que na 6ª semana de gestação o ouvido já está praticamente formado. O feto consegue perceber todos os sons do corpo da mãe e escuta até mesmo a batida do coração dela. No caso de sons externos, os bebês também conseguem escutá-los. Inclusive, eles são capazes de desenvolver uma memória auditiva quando ouvem a canção de ninar que os pais cantam. Ao ouvirem esse som, os bebês respondem com expressões faciais e uma movimentação da cabeça. Graus da Surdez Para saber qual o grau de surdez de determinada pessoa é preciso realizar um exame chamado audiometria. Os graus de surdez são divididos em: • Surdez leve: é uma perda auditiva de até 40 dB. Ainda que esse grau de surdez impeça a percepção perfeita de todos os fonemas da palavra, ele não provoca dificuldades mais graves quanto ao desenvolvimento da linguagem. No entanto, é importante frisar que, nos casos de surdez leve, é possível que ocorra algum problema articulatório ou dificuldades nos processos de leitura e/ou escrita. • Surdez moderada: consiste na perda auditiva que fica entre 40 e 70 dB. Os limites da audição se encontram no nível de percepção da palavra, sendo necessário uma voz de certa intensidade para que as palavras sejam claramente percebidas. • Surdez severa apresenta perda auditiva entre 70 e 90 dB. • Surdez profunda apresenta perda auditiva superior a 90 dB. Fatores que podem causar a surdez durante a gestação ➢ Incompatibilidade sanguínea; ➢ Idade da gestante; ➢ Fatores hereditários; ➢ Intervalo gestacional muito curto entre uma gravidez e outra; ➢ Carências alimentares na mãe; ➢ Exposição à radiação; ➢ Eclampsia; ➢ Uso de drogas; ➢ Doenças infectocontagiosas; ➢ Bebês prematuros; ➢ Falta de oxigênio no cérebro; ➢ Fórceps; ➢ Baixo peso; ➢ Infecção hospitalar; ➢ Convulsões; ➢ Meningite; ➢ Otite; ➢ Sarampo; ➢ Traumatismo craniano; ➢ Perda auditiva por ruídos. Sinais de Cores Sinal de Cor (deve ser adicionado antes do sinal de cada cor específica) Azul Branco Preto Verde Vermelho Sinais para Apresentação Pessoal Assim como ocorre na comunicação verbal, é comum que todas as pessoas tenham nomes e até mesmo apelidos. Em LIBRAS, é atribuído um sinal para cada pessoa, sendo ele definido de acordo com uma característica física e própria de cada um. O sinal deve ser designado por um surdo e, uma vez atribuído, não pode mais ser alterado. Será por esse sinal que você será conhecido (chamado) pelo surdo. Pronomes Eu = mão direcionada a si mesma Você = indicador direcionado ao receptor Ele = indicador direcionado para a pessoa ou para o lado (caso ela não esteja presente) Nós = sinal circular com o dedo indicador apontando para cima Vocês = apontando para as pessoas. Caso sejam duas, três ou quatro pessoas, direcione a mão para elas, colocando a palpa da mão para cima e fazendo o sinal do número (1, 2, 3 ou 4). Eles = indicador direcionando para as pessoas ou para pontos ao lado (caso elas não estejam presentes) Sinais de Cumprimentos/ Saudações Oi = A origem do sinal "oi" é a letra O e a letra I juntos. Movimentação da mão da esquerda para a direita. Tudo bem? Bom dia Boa tarde Boa noite Obrigada De nada Cinco Parâmetros da Libras A LIBRAS possui uma gramática própria e apresenta cinco parâmetros de acordo com o contexto dessa língua. O objetivo é padronizar a comunicação e facilitar o aprendizado. Vejamos quais são esses parâmetros. 1 – Configuração de mãos (CM): são formas elaboradas pelas mãos, sendo que elas podem ou não fazer parte da datilologia. O uso de uma ou duas mãos vai depender de cada sinal ou situação. 2 – Ponto de Articulação (PA): é o local no espaço onde é realizado o sinal. Por exemplo, o sinal elaborado pode ser feito acima da cabeça ou na altura da cintura. O ponto de articulação é muito importante na comunicação e deve ser respeitado, já que ele pode interferir no sentido do sinal. Caso o local seja irrelevante para o sentido do sinal, dizemos que o ponto de articulação é “neutro”. Nesse caso, o sinal pode ser feito à frente do corpo, por exemplo. 3 – Movimento (M): Não são todos os sinais de Libras que possuem movimento. Quando essa ausência de movimento ocorre, chamamos o sinal de “estático”. Porém, em alguns sinais, os movimentos são obrigatórios, nos quais observa-se o deslocamento das mãos no espaço. 4 – Expressão facial ou corporal (EF/C): Esse parâmetro pode mudar todo o sentido de um diálogo. Exatamente por isso é preciso dar atenção a essas expressões. As expressões faciais mais comuns são de raiva, tristeza, medo, espanto, alegria e timidez. 5 – Orientação/direção (O ou D): Os sinais de Libras têm umadireção com relação aos parâmetros já mencionados. Trata-se da direção que o sinal terá para ser executado. Exemplo de parâmetro aplicados em sinais: Sinal de Liquidificador: Configuração das mãos: Mão em “D”, palma para a dentro. Ponto de Articulação: À frente do corpo. Movimento: Circular. Orientação: Sentido horário. Expressão facial: Assoprando. Surdo x Deficiente Auditivo O termo surdo é usado para uma pessoa que já nasceu com a surdez. Já o deficiente auditivo é aquele que adquiriu a surdez após o nascimento, no decorrer de sua vida, podendo ser essa surdez parcial ou total. Há pessoas que nascem ouvintes e logo nos primeiros anos de vida, por algum motivo ficam surdas. Como essa pessoa perdeu a audição muito nova, não irá conseguir se comunicar verbalmente, tendo que aprender a desenvolver a língua dos sinais. Para esse tipo de pessoa, a melhor forma de referir-se a ela, seria surdo e não deficiente auditivo. Há casos de a pessoa nascer ouvinte e em determinado momento da vida adulta, ficar surda. Portanto ela aprendeu a falar, estudou em escola de ouvinte, aprendeu a língua portuguesa, conviveu com ouvintes. Não ia ser muito eficiente aprender a língua dos sinais. A melhor maneira de essa pessoa se comunicar seria através da leitura labial, já que é uma pessoa oralizada. Portanto, a melhor maneira de referir-se a ela, seria deficiente auditivo. Sinais de Calendário: Amanhã Antes Ano Hora Feriado Depois Dia Mês Surdos Oralizados Devido à perda da capacidade auditiva, os surdos não conseguem desenvolver a linguagem oral. Ainda que eles possam escutar algum tipo de ruído, os sons não são identificados. Por este motivo, eles não aprendem a falar. Mesmo que eles não apresentem qualquer problema quanto à voz, uma pessoa surda não consegue desenvolver a fala pelo fato de não conseguir ouvir. No entanto, há muitos surdos que são oralizados e que também aprenderam a leitura labial. Esses fatores tornam possível a realização de uma comunicação classificada como oralizada. O fato de os surdos oralizados conseguirem se comunicar e fazerem a leitura labial faz com que eles sejam confundidos com ouvintes ou com deficientes auditivos que apresentam grau menos de surdez. Os surdos que conseguem ser oralizados normalmente são: ➢ Surdos que possuem resíduos auditivos; ➢ Surdos que fazem tratamento desde cedo com o fonoaudiólogo. • Métodos para Oralização ➢ Treinamento sensorial; ➢ Leitura Orofacial; ➢ Treino Fonoarticulatório; ➢ Treinamento auditivo; ➢ Desenvolvimento da linguagem; ➢ Taoma. A leitura orofacial ou leitura labial consiste numa técnica em que as palavras emitidas são interpretadas mediante observação dos movimentos labiais. Essas são as dificuldades da leitura labial: ➢ Iluminação baixa; ➢ Distância; ➢ Má articulação na fala; ➢ Fonemas semelhantes; ➢ Uso de barbas; ➢ Movimentação da cabeça; ➢ Regionalismos. Aparelhos Auditivos Os primeiros aparelhos auditivos utilizados pelos surdos não possuíam nenhum tipo de tecnologia. Eles eram feitos de metais, chifres de animais, conchas do mar e demais itens. Com o passar do tempo e a dedicação de muitos profissionais, foram sendo desenvolvidos aparelhos modernos e diferenciados. Atualmente, os aparelhos auditivos agregam diversas tecnologias com o objetivo de oferecer melhores condições às pessoas que apresentam perda auditiva. Os aparelhos auditivos atuam na amplificação de todos os sons do ambiente. Isso significa que o uso desse aparelho não faz do surdo um ouvinte e também não possibilita que as pessoas surdas passem a ouvir todos os sons com qualidade. O papel do aparelho é amplificar o som para facilitar a orientação dos surdos. Nos casos de surdos que apresentam grau menor de perda auditiva, por meio do uso do aparelho é possível ouvir a voz e ter uma conversa por meio da fala. No entanto, em graus mais graves de surdez o aparelho auditivo apenas ajuda o surdo a ter noções básicas quanto ao ambiente, tais como a percepção de sons como buzinas e trovões. No início, o uso do aparelho auditivo pode causar desconforto. Entretanto, com o passar do tempo é possível adaptar-se totalmente e utilizá-lo de forma natural no dia a dia. Com o avanço da tecnologia, são disponibilizados diversos tipos de aparelhos que apresentam preços variáveis. Há aparelhos à prova d’agua, com conexão à internet, entre outros recursos. Por meio do SUS e de forma totalmente gratuita, as pessoas surdas podem solicitar o aparelho auditivo. No entanto, vale frisar que a manutenção do aparelho fica sob a responsabilidade do usuário. Implante Coclear Diferente do aparelho auditivo, o implante coclear não possui a função de aumentar os sons do ambiente ou vozes. Ele atua como um estimulador elétrico capaz de captar o som, transformá-lo em estímulo elétrico e ativar o nervo auditivo. Esse implante possui uma parte interna, que é inserida por meio de cirurgia, e uma externa, que é colocada na orelha e presa à parte interna. Esse vínculo da parte interna com a externa é feito por um ímã que está contido em ambas as partes do aparelho. O implante coclear também é conhecido por ouvido biônico, já que o objetivo dele é substituir as funções das células do ouvido interno de pessoas que apresentam surdez profunda. A cirurgia dura em torno de duas horas e pode ser realizada a partir dos 6 meses de vida. Nos casos de surdez profunda, o mais indicado é que o surdo utilize o implante coclear. Atualmente, estima-se que no mundo todo exista cerca de 100 mil pessoas que possuem esse implante. Ainda que o implante coclear não proporcione uma audição totalmente normal, os surdos que optam por esse recurso podem ter maior facilidade de desenvolver a oralidade. Entretanto, é preciso frisar que o desenvolvimento da oralidade depende de diversos fatores. No caso de pessoas que receberam esse implante ainda bebês, a facilidade quanto ao desenvolvimento da oralidade aumenta, já que a criança irá crescer tendo contato com os sons. A cirurgia de implante coclear pode ser realizada por meio da rede pública, privada e também por convênios de saúde (caso tenha cobertura para cirurgia, o convênio é obrigado a cobrir o implante coclear). Mesmo depois de receber o implante, a pessoa não deixa de ser considerada como surda. Logo, todos os direitos relacionados a essa condição são mantidos. Fonte: Direito de Ouvir Expressões Faciais As expressões faciais são fundamentais na LIBRAS. Pelo fato de essa linguagem ser totalmente visual, o pensamento que está sendo decodificado por meio dos sinais e da expressão é totalmente captado. Por esse motivo, em alguns tipos de sinais, a expressão facial é obrigatória. Esse fator é fundamental para que o surdo possa compreender todo o contexto do conteúdo que está sendo transmitido. Para o surdo, a emoção é captada por meio das expressões faciais. Dessa forma, o mesmo sinal pode ter uma compreensão totalmente diferente de acordo com a expressão facial utilizada. A primeira expressão acima (à esquerda), diz respeito a um ambiente onde deve se fazer silêncio ou falar em um tom mais baixo. A segunda imagem (à direita), refere-se a alguém nervoso e possui o mesmo sentido de “calar a boca”. A expressão corporal também é muito utilizada para explicar determinada situação. No entanto, é preciso respeitar o espaço e evitar determinados incômodos. Gramática e Libras É preciso entender que a Língua Brasileira de Sinais se difere totalmente da Língua Portuguesa. Ou seja, uma independe da outra. Desse modo, o recomendado é que o surdo aprendaprimeiro a Libras. Depois de adquirir esse conhecimento é possível aprender a Língua Portuguesa. No português fazemos uso dos artigos O, A, OS, AS. Já na Libras não há utilização de artigos. Tanto no plural quanto no singular, a Libras emprega expressão facial, sinais e o espaço neutro para fazer a demonstração do que na Língua Portuguesa corresponde aos artigos. Para expressar intensidade é utilizada uma expressão facial com a finalidade de indicar, por exemplo, se a pessoa é muito bonita ou se está com muita fome. No caso das conjunções, as mais usadas em LIBRAS são: mas, e, pois, também, ou, antes, que, porque, como e se. Cada uma delas possui o próprio sinal. Como podemos perceber, a Língua Brasileira de Sinais se difere totalmente do português, já que ela requer o uso de várias partes do corpo, o que inclui a expressão facial. A Língua Portuguesa para o surdo deve ser considerada como uma segunda língua. Tanto nas escolas quanto nas faculdades é primordial que os professores tenham consciência de que o português do aluno surdo é bastante diferente da língua portuguesa. Logo, é preciso que os professores tenham cautela e compreensão com relação a determinados fatores que fazem parte do aprendizado dos alunos. Verbos Na Libras não existe conjugação verbal. Não há sinais diferentes para passado, presente e futuro. O mesmo sinal é usado para todos os tempos verbais. Exemplo: há um sinal único para as palavras brincar, brinquei, brinco e brincarei. Verbos Direcionais Os verbos direcionais são aqueles que possuem a marca de concordância. Eles servem para indicar a direção do movimento, demonstrando o ponto inicial e final. Exemplo: avisar, abençoar, ajudar, ensinar etc. Exemplos de verbos direcionais: Respeitar Acusar Perguntar Paquerar Beijar Abandonar Chamar Cuidar Enganar Aconselhar Ofender Olhar Prejudicar Telefonar Xingar Influenciar Escolher Responder Apoiar Pedir Verbos não direcionais São os verbos simples, que não apresentam marca de concordância. No caso de frases, não há direcionamento do verbo para a pessoa e ele aparece no infinitivo. Exemplo: brincar, trabalhar, estudar, comer etc. Exemplos de verbos não-direcionais: Brincar Trabalhar Estudar Comer Pensar Entender Gostar Duvidar Odiar Saber Conversar Verbos afirmativos e negativos Para fazer a indicação de um verbo afirmativo ou negativo, é preciso que ela venha acompanhada de uma expressão facial que deve variar de acordo com o contexto. Exemplos de verbos afirmativos e negativos: Entendeu – Não entendeu Gostar – Não gostar Poder – Não poder Precisar – Não precisar Querer – Não querer Saber – Não saber Ter – Não ter Verbos com contexto São os verbos nos quais é realizado o sinal de acordo com o contexto da conversa. Além do verbo geral, esse mesmo verbo pode ser representado de forma diferente para se encaixar no contexto do assunto. Formação de sinais Quando se aprende Libras, é importante ter em mente o básico sobre a formação dos sinais. Com esse conhecimento, é possível interpretar os sinais que você não sabe exatamente o significado, mas que acabam sendo compreendidos com base no contexto da conversa. Assim como ocorre no português, na Libras existe uma série de sinais que são derivados e compostos. Dessa forma, um sinal com um significado específico pode ser formado a partir da junção de outros dois sinais. Eles são chamados de sinais compostos. Exemplos de Sinais Compostos: Casa + Estudar = Escola Casa + Cruz = Igreja Outros exemplos: Remédio + dor de cabeça = Analgésico Sala + estudar = Sala de aula Maçã + Vários = Frutas Leão + Vários = Animais História do Surdo Acreditamos que a história sempre nos faz refletir e entender os fatos atuais. Isso significa que o presente não está deslocado do passado. Falar sobre a história dos surdos não é tão fácil, já que ela é repleta de idas e vindas, proibições e permissões. Na antiguidade, cada país e cada região tinha uma concepção diferente sobre o surdo. Para os antigos gregos e romanos, o surdo não era considerado humano. Eles diziam que a fala era o resultado do pensamento. Logo, na interpretação deles, o fato de o surdo não falar significava que ele não pensava. E se ele não pensava, não poderia ser considerado humano. No Egito, os surdos eram adorados como se fossem deuses e serviam de mediadores entre os deuses e os faraós, sendo temidos e respeitados pela população. Na época do povo hebreu, mais precisamente nas leis hebraicas, aparecem pela primeira vez importantes referências aos surdos. Aristóteles afirmou que considerava o ouvido o órgão mais importante para a educação, já que a capacidade de ouvir torna possível o aprendizado e a aquisição de conhecimento. Esta afirmação contribuiu ainda mais para que o surdo fosse visto como uma pessoa incapaz de receber qualquer tipo de instrução. A igreja discriminava as pessoas com deficiência, pois acreditava e pregava que, Deus sendo perfeito, tudo o que Ele criou é perfeito. Logo, as pessoas que ocupam a posição de filhas Dele deveriam ter a imagem e semelhança de Deus. Este era o pensamento dominante da igreja nos séculos passados. Portanto, seguindo essa concepção, as pessoas que não se enquadravam nesse padrão de perfeição não eram consideradas filhas de Deus. Dessa forma, os deficientes eram colocados à margem da sociedade por não serem considerados humanas. Congresso de Milão O Congresso de Milão, realizado entre os dias 6 e 11 de setembro de 1880, foi uma conferência internacional de educadores de surdos. Depois de diversas deliberações, esse congresso declarou que a educação oralista era mais apropriada que a língua gestual. A partir dessa declaração, foi aprovada uma resolução que dava preferência ao uso da língua oral nas escolas que ofereciam educação para surdos. Por meio de uma votação, esse congresso proibiu oficialmente o uso da língua de sinais na educação de surdos. Essa proibição abrangia o mundo todo. Resoluções do Congresso de Milão 1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual; (160 votos a favor e 4 contra) 2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afeta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida; (150 votos a favor e 16 contra) 3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação; (Votação a favor no total). 4. O método mais adequado para os surdos se apropriarem da fala é o intuitivo (primeiro a fala, depois a escrita); a gramática deve ser ensinada por meio de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo; (Aprovada em 11/09/1880). 5. Os educadores de surdos do método oralista devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria; (Aprovada em 11/09/1880). 6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esquecerão o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática; (Aprovada em 11/09/1880). 7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8- 10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola por um período mínimo de 7- 8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos simultâneo; (Aprovada 11/09/1880). 8. Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, devem ser reunidas as crianças surdasrecém-admitidas nas escolas, onde devem ser instruídas por meio da fala; essas mesmas crianças devem estar separadas das crianças mais avançadas, que já receberam educação gestual, a fim de que não sejam influenciadas; os alunos antigos também devem ser ensinados segundo este novo sistema oral. (Aprovada 11/09/1880). Fonte: Brief History of the Deaf in the World Classificadores e Marcadores Sinais icônicos são sinais representados por meio de características reais. Por exemplo: sinal de “carro” e sinal de “telefone”. Sinal de Computador: Sinal classificador de computador no contexto de utilizá-lo: Classificadores e marcadores são informações visuais que dependem dos classificadores e marcadores para que possamos transmitir com maior fidelidade a situação que está ocorrendo. Classificadores Os classificadores permitem tornar mais claro e compreensível o significado do que se deseja transmitir na conversação. Exemplo de classificador: Sinal de carro: Sinal de Carros parados: Os classificadores também podem ocorrer nos verbos. Por exemplo, ainda que o verbo “beber” possua seu próprio sinal, dependendo da situação, ele pode ser modificado com o objetivo de transmitir o sentido de forma mais real em relação ao contexto. Marcadores: Por ser visual, a comunicação em Libras precisa realizar marcações no espaço. A finalidade dessas marcações é criar as imagens na mente de quem observa os sinais. Dessa maneira, os marcadores são pontos no espaço que são estabelecidos para estruturar elementos de forma. Exemplo de marcador apontando onde está localizado um elemento em relação a um carro: Sinal de rua: Sinal de rua com marcador para construir uma cena visual Estabelecendo Pontos Visuais Pelo fato de a Língua Brasileira de Sinais ter uma estrutura completamente visual, ela é organizada no espaço frente ao corpo, sendo que todas as relações gramaticais devem ser estabelecidas visualmente nesse espaço. Na Libras, precisamos estabelecer pontos para dizer quem é quem e o que é o quê. Isso pode ser feito com os dedos ou com o corpo. Esse fator é importantíssimo para a narração de situações, histórias ou explicações sobre um fato ocorrido. É por isso que em diversos momentos usa-se essa estrutura para um diálogo em Libras. Enquanto os ouvintes conseguem escutar e imaginar a cena, no caso dos surdos é preciso que a cena seja descrita visualmente. Soletração Rítmica São sinais da Libras que parecem ser sinais. Ainda que eles adquiram formas e ritmos, eles consistem apenas na soletração das letras. Exemplos de sinais soletrados – soletração rítmica Sinal de “o” + Sinal de “i” = Oi! Outros sinais rítmicos: Oba Sal Ou Gol Si Aff Ar Ok Ovo Babaca Nunca Bar Vovó Vovô Suco Vai Sol Maio DVD Escrita de Libras – SignWriting O SignWriting é um sistema de escrita das línguas de sinais. Abaixo, você pode consultar o básico com relação ao significado dos símbolos na escrita em Libras: Símbolos das Letras do Alfabeto: Símbolos dos Dedos: Exemplos de Expressões faciais: Libras no Brasil Em meados de 1855, o professor francês Hernest Huet, que era surdo, veio ao Brasil e apresentou ao imperador Dom Pedro II um relatório com a proposta de fundar uma escola para surdos no Brasil. À época, Huet era diretor de um instituto de surdos na França, sendo bastante reconhecido por seu trabalho. O governo imperial apoiou a iniciativa de Huet e acompanhou de perto todo o processo de criação da primeira escola para surdos no Brasil. Dessa forma, em 1857 foi criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Inicialmente, nesse instituto eram aceitos somente surdos do sexo masculino. Em 1931 foi criado o externato feminino com oficinas de costura e bordado. Com isso, o INES consolida o seu papel profissionalizante. No ano de 1951, houve a criação do primeiro curso para professores que atuavam ou desejavam atuar na área da surdez. Uma das atribuições regimentais do INES é subsidiar a formulação da Política Nacional de Educação de Surdos, em conformidade com a Portaria do Ministério da Educação e Cultura – MEC nº 323, de 08 de abril de 2009, publicada no Diário Oficial da União de 09 de abril de 2009, e com o Decreto nº 7.690, de 02 de março de 2012, publicado no Diário Oficial da União de 06 de março de 2012. Hoje, o INES é reconhecido pelo MEC como centro de referência nacional na área da surdez. Mais que educação, o instituto desenvolve atividades de âmbito geral, atuando também na formulação de políticas públicas e apoiando a sua implementação nas esferas públicas. No Brasil, o Dia Nacional do Surdo é comemorado em 26 de setembro. A data criada em 2008 contribui para alertar a sociedade quanto as barreiras de acessibilidade que ainda afetam os portadores de deficiência auditiva. Segundo dados do Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mais de 45 milhões de brasileiros apresentam alguma deficiência. Cerca de 9,7 milhões declararam ter deficiência auditiva, sendo que a deficiência auditiva severa foi declarada por mais de 2,1 milhões de pessoas. Dessas, 344,2 mil são surdas e 1,7 milhão de pessoas têm grande dificuldade de ouvir. Onomatopeias e Português Sinalizado Onomatopeia é o uso de vocábulos para representar um som de forma literal. Ela é formada sempre que uma palavra escrita reproduz um tipo de som. Por exemplo: o “tic tac” de um relógio ou o “boooom” de uma explosão. Na Libras, a onomatopeia é formada visualmente por meio da movimentação das mãos e da expressão facial. Exemplo do sinal de tempestade, onde a expressão facial sinaliza o barulho: Português sinalizado é uma prática em Libras que confunde o entendimento do surdo. Ainda que seja uma forma incorreta de executar a Língua Brasileira de Sinais, ela é muito comum entre os iniciantes em Libras, que acabam adotando essa prática sem perceber. O português sinalizado consiste em “traduzir” para Libras palavra por palavra de uma frase sem se importar com o real significado da mensagem e do contexto. O português sinalizado sempre deve ser evitado. Surdo cego A surdo-cegueira é a combinação de perda da visão e da audição, afetando significativamente a capacidade de comunicação e locomoção de uma pessoa. A surdo-cegueira não se trata apenas de uma pessoa surda que não pode ver, ou uma pessoa cega que não consegue ouvir. As duas deficiências juntas aumentam os efeitos de cada uma, já que nossos sentidos são interdependentes. Pessoas de todas as idades podem ter uma deficiência da visão e da audição ao mesmo tempo. No entanto, a maioria das pessoas surdo-cegas possuem algum nível de visão e audição. As pessoas podem apresentar tais condições em decorrência de problemas de nascença ou é possível que adquiram esse tipo de deficiência no decorrer da vida. Surdo-Cegueira congênita Quando a surdo-cegueira acompanha a pessoa desde seu nascimento, essa condição é chamada de surdo-cegueira congênita. Nesse caso, o desenvolvimento da comunicação é extremamente difícil e requer muita habilidade e paciência. O surgimento da surdo-cegueira congênita pode ter como causa diversos fatores, entre eles: - Problemas associados ao nascimento prematuro (nascimento antes de 37 semanas de gravidez); - Uma infecção adquirida durante a gravidez, tais como rubéola (sarampo alemão), toxoplasmose ou citomegalovírus (CMV); - Condições genéticas, tais como a síndrome CHARGE ou síndrome de Down; - Paralisia cerebral. Trata-se de um problema que afeta o cérebroe o sistema nervoso, afetando principalmente os movimentos do corpo e capacidade de coordenação; - Síndrome do alcoolismo fetal. Este problema é provocado pelo consumo de álcool durante a gravidez. Surdo-cegueira adquirida Na maioria dos casos, a surdo-cegueira se desenvolve no decorrer da vida. Isso significa que uma pessoa com surdo-cegueira adquirida pode nascer sem qualquer tipo de problema de visão ou audição. No entanto, é possível que durante a vida essa pessoa venha a apresentar perda parcial ou total desses dois sentidos. Da mesma forma, alguém pode nascer com um problema de audição ou visão, e depois vir a perder o outro sentido de maneira total ou parcial. Os problemas que podem causar a surdo-cegueira adquirida incluem: - Perda auditiva relacionada à idade; - Síndrome de Usher. Trata-se de uma condição genética que afeta a audição, visão e equilíbrio; - Problemas oculares associados ao aumento da idade, tais como a degeneração macular, catarata e glaucoma; - Retinopatia diabética. Consiste numa complicação do diabetes na qual as células que alinham a parte de trás do olho são danificadas em decorrência dos altos níveis de açúcar no sangue; - Danos cerebrais, tais como meningite, encefalite, acidente vascular cerebral ou lesão cerebral grave. Comunicação do Surdo-Cego A comunicação do surdo-cego ocorre por meio de três métodos: Libras Tátil: As interpretações dos sinais da Libras são feitas por meio do toque das mãos. Comunicação Háptica (Grafestesia): Letras, símbolos e sinais diversos são realizados por meio do contato com a pele, nas costas do surdo-cego, por exemplo. Tadoma: Consiste em colocar a mão no rosto do interlocutor, repousando o polegar na boca do falante e os dedos ao longo do queixo, com o intuito de sentir o movimento dos lábios, queixo e vibração das cordas vocais. Língua, Linguagem e Leis A linguagem é uma forma de expressão na qual não existem regras. Entretanto, por meio dela é possível compreender a mensagem expressada. Já a língua consiste em um conjunto específico de códigos e palavras diversas que é desenvolvido com base nas regras pré- definidas do idioma, permitindo que a mensagem passe do interlocutor para o receptor de modo claro. A partir desse conceito de língua e linguagem, no ano de 2002 a Libras foi reconhecida como uma língua oficial do Brasil, já que ela apresenta suas próprias regras e estrutura gramatical. A lei que tornou possível esse reconhecimento da Libras foi a de número 10.436/2002. Leis Nacionais no Contexto da Surdez Lei nº 7.853/89 - Crime de recusar matrículas Integração social. Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. “Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social. Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa”. LEI nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010 Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Lei que regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. O tradutor e intérprete terá competência para realizar a interpretação das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva, adquirindo proficiência em tradução e interpretação da Libras e da Língua Portuguesa. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Art. 2o O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretação das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e interpretação da Libras e da Língua Portuguesa. Art. 3o (VETADO) Art. 4o A formação profissional do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de: I - cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os credenciou; II - cursos de extensão universitária; e III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por Secretarias de Educação. Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III. Art. 5o Até o dia 22 de dezembro de 2015, a União, diretamente ou por intermédio de credenciadas, promoverá, anualmente, o exame nacional de proficiência em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. Parágrafo único. O exame de proficiência em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, linguistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior. Art. 6o São atribuições do tradutor e intérprete, no exercício de suas competências: I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos-cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa; II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as atividades didático- pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares; III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos concursos públicos; IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das instituições de ensino e repartições públicas; e V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais. Art. 7o O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, zelando pelos valores éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à cultura do surdo e, em especial: I - pela honestidade e discrição, protegendo o direito de sigilo da informação recebida; II - pela atuação livre de preconceito de origem, raça, credo religioso, idade, sexo ou orientação sexual ou gênero; III - pela imparcialidade e fidelidade aos conteúdos que lhe couber traduzir; IV - pelas posturas e condutas adequadas aos ambientes que frequentar por causa do exercício profissional; V - pela solidariedade e consciência de que o direito de expressão é um direito social, independentemente da condição social e econômica daqueles que dele necessitem; VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda. Art. 8o (VETADO) Art. 9o (VETADO) Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 1º de setembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA LEI nº 10.436, DE 24 DE ABRIL, DE 2002 – Reconhecendo a Libras como língua oficial De acordo com a LEI nº 10.436, DE 24 DE ABRIL, DE 2002, a Língua Brasileira de Sinais – Libras, foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA e dispõe dos seguintes tópicos: Art. 1º- É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria,constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Art. 2º- Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. Art. 3º- As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. Art. 4°- O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. Art. 5º- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de abril de 2002; 181° da Independência e 114° da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza Imagens: smartkids.com.br, Wikipédia.com.br, pixabay.com, Editores Academia de Libras ACADEMIA DE LIBRAS Versão 2.0
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