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APOSTILAFINAL_2

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Prévia do material em texto

REPRODUÇÃO E VENDA PROIBIDA 
Esse material faz parte do curso da Academia de Libras. É 
estritamente proibido sua reprodução na internet ou em qualquer 
outro meio. Somente a empresa detentora possui os direitos de 
reprodução e venda desse material. 
 
 
 
O que é Libras? 
 
LIBRAS significa Língua Brasileira de Sinais. Utilizada pela 
comunidade surda, ela possibilita a interação entre surdo-surdo e 
surdo-ouvinte. 
Diferente do que muitas pessoas pensam, essa língua não se trata 
de simples mímicas. Ela é composta por sinais próprios da LIBRAS 
que devem ser respeitados por todos. Ou seja, consiste em um 
padrão específico de linguagem com regras próprias. 
A Língua Brasileira de Sinais não é universal, já que cada país 
possui sua própria língua. Esses são alguns exemplos: 
• ASL – Língua de Sinais Americana; 
• LSC – Língua de Sinais Chilena; 
• LSF – Língua de Sinais Francesa. 
Por mais que a Língua Brasileira de Sinais seja usada 
exclusivamente no Brasil, dentro do nosso país há uma variação 
linguística de região para região, o que reflete na comunicação 
cotidiana das pessoas pertencentes à comunidade surda. Exemplo 
dessa variação: Mandioca, macaxeira e aipim. 
 
 
 
Datilologia em Libras 
 
Alfabeto Manual 
O alfabeto manual é utilizado para executar letra por letra em 
algumas situações. Esse processo é chamado de datilologia. Ela é 
usada somente em situações pontuais, tais como a digitação de 
nomes próprios, títulos de livros, filmes, peças de teatro, 
pesquisas etc. A maioria das palavras possui seu sinal próprio. 
 
 
 
 
 
Números em Libras 
Os números são divididos em números cardinais e ordinais. Os 
cardinais representam quantidade (0, 1, 2, 3, 4, 5...). Na LIBRAS, a 
maioria dos números são representados com as costas das mãos 
viradas para frente. Quando estivermos nos referindo a dinheiro, 
temos que acrescentar a letra R após o número. 
Os números ordinais indicam ordem e posição. Na LIBRAS, para 
indicar um número ordinal, é preciso sinalizar o número 
juntamente com um movimento trêmulo. 
Para representar os números ORDINAIS (Posição), basta realizar o 
sinal do número e fazer um leve movimento para os lados com a 
mão que sinaliza. 
 
 
 
 
Conhecendo a Surdez 
 
 
 
Estabelecimentos que possuem o símbolo da surdez de forma 
visível indicam que o local oferece serviço especializado para 
surdos, o que em muitos casos inclui a disponibilização de um 
intérprete de LIBRAS. No caso de veículos que apresentam esse 
símbolo, isso significa que o condutor é surdo. 
 
O que é Surdez? 
A surdez é uma deficiência auditiva que acomete as pessoas desde 
o nascimento ou é adquirida no decorrer da vida. Em ambos os 
casos, a perda auditiva pode ser parcial ou total. 
 
 
O Desenvolvimento do Ouvido (Embriológico) 
 
O desenvolvimento do ouvido ocorre nos primeiros dias de vida 
intrauterina, sendo que na 6ª semana de gestação o ouvido já está 
praticamente formado. O feto consegue perceber todos os sons 
do corpo da mãe e escuta até mesmo a batida do coração dela. No 
caso de sons externos, os bebês também conseguem escutá-los. 
Inclusive, eles são capazes de desenvolver uma memória auditiva 
quando ouvem a canção de ninar que os pais cantam. Ao ouvirem 
esse som, os bebês respondem com expressões faciais e uma 
movimentação da cabeça. 
 
 
 
 
Graus da Surdez 
 
Para saber qual o grau de surdez de determinada pessoa é preciso 
realizar um exame chamado audiometria. 
Os graus de surdez são divididos em: 
• Surdez leve: é uma perda auditiva de até 40 dB. Ainda que 
esse grau de surdez impeça a percepção perfeita de todos os 
fonemas da palavra, ele não provoca dificuldades mais 
graves quanto ao desenvolvimento da linguagem. No 
entanto, é importante frisar que, nos casos de surdez leve, é 
possível que ocorra algum problema articulatório ou 
dificuldades nos processos de leitura e/ou escrita. 
• Surdez moderada: consiste na perda auditiva que fica entre 
40 e 70 dB. Os limites da audição se encontram no nível de 
percepção da palavra, sendo necessário uma voz de certa 
intensidade para que as palavras sejam claramente 
percebidas. 
• Surdez severa apresenta perda auditiva entre 70 e 90 dB. 
• Surdez profunda apresenta perda auditiva superior a 90 dB. 
 
 
 
 
Fatores que podem causar a surdez durante a gestação 
 
➢ Incompatibilidade sanguínea; 
➢ Idade da gestante; 
➢ Fatores hereditários; 
➢ Intervalo gestacional muito curto entre uma gravidez e 
outra; 
➢ Carências alimentares na mãe; 
➢ Exposição à radiação; 
➢ Eclampsia; 
➢ Uso de drogas; 
➢ Doenças infectocontagiosas; 
➢ Bebês prematuros; 
➢ Falta de oxigênio no cérebro; 
➢ Fórceps; 
➢ Baixo peso; 
➢ Infecção hospitalar; 
➢ Convulsões; 
➢ Meningite; 
➢ Otite; 
➢ Sarampo; 
➢ Traumatismo craniano; 
➢ Perda auditiva por ruídos. 
 
 
Sinais de Cores 
Sinal de Cor 
(deve ser adicionado antes do sinal de cada cor específica) 
 
 
Azul 
 
 
 
 
Branco
 
Preto
 
 
Verde
 
 
Vermelho
 
 
 
 
Sinais para Apresentação Pessoal 
 
Assim como ocorre na comunicação verbal, é comum que todas 
as pessoas tenham nomes e até mesmo apelidos. Em LIBRAS, é 
atribuído um sinal para cada pessoa, sendo ele definido de acordo 
com uma característica física e própria de cada um. O sinal deve 
ser designado por um surdo e, uma vez atribuído, não pode mais 
ser alterado. Será por esse sinal que você será conhecido 
(chamado) pelo surdo. 
 
Pronomes 
 
Eu = mão direcionada a si mesma 
 
Você = indicador 
direcionado ao receptor 
 
 
Ele = indicador direcionado para a 
pessoa ou para o lado (caso ela não 
esteja presente) 
 
 
Nós = sinal circular com o dedo 
indicador apontando para cima 
 
 
Vocês = apontando para as pessoas. 
Caso sejam duas, três ou quatro 
pessoas, direcione a mão para elas, 
colocando a palpa da mão para cima 
e fazendo o sinal do número (1, 2, 3 
ou 4). 
 
 
Eles = indicador direcionando para 
as pessoas ou para pontos ao lado 
(caso elas não estejam presentes) 
 
 
 
 
 
Sinais de Cumprimentos/ Saudações 
 
Oi = A origem do sinal "oi" é a letra 
O e a letra I juntos. Movimentação 
da mão da esquerda para a 
direita. 
 
 
 
 
Tudo bem? 
 
 
Bom dia 
 
 
Boa tarde 
 
 
 
 
Boa noite 
 
 
 
Obrigada 
 
 
De nada 
 
 
 
 
 
Cinco Parâmetros da Libras 
 
A LIBRAS possui uma gramática própria e apresenta cinco 
parâmetros de acordo com o contexto dessa língua. O objetivo é 
padronizar a comunicação e facilitar o aprendizado. Vejamos 
quais são esses parâmetros. 
 
1 – Configuração de mãos (CM): são formas elaboradas pelas 
mãos, sendo que elas podem ou não fazer parte da datilologia. O 
uso de uma ou duas mãos vai depender de cada sinal ou situação. 
 
 
 
 
 
 
2 – Ponto de 
Articulação (PA): é o local 
no espaço onde é realizado 
o sinal. Por exemplo, o 
sinal elaborado pode ser 
feito acima da cabeça ou 
na altura da cintura. 
O ponto de articulação é muito importante na comunicação e 
deve ser respeitado, já que ele pode interferir no sentido do sinal. 
Caso o local seja irrelevante para o sentido do sinal, dizemos que 
o ponto de articulação é “neutro”. Nesse caso, o sinal pode ser 
feito à frente do corpo, por exemplo. 
 
 
3 – Movimento (M): Não 
são todos os sinais de 
Libras que possuem 
movimento. Quando essa 
ausência de movimento 
ocorre, chamamos o sinal 
de “estático”. 
Porém, em alguns sinais, os movimentos são obrigatórios, nos 
quais observa-se o deslocamento das mãos no espaço. 
 
 
4 – Expressão facial ou corporal (EF/C): Esse parâmetro pode 
mudar todo o sentido de um diálogo. Exatamente por isso é 
preciso dar atenção a essas expressões. As expressões faciais mais 
comuns são de raiva, tristeza, medo, espanto, alegria e timidez. 
 
 
 
 
5 – Orientação/direção (O 
ou D): Os sinais de Libras têm 
umadireção com relação aos 
parâmetros já mencionados. 
Trata-se da direção que o 
sinal terá para ser executado. 
 
 
 
Exemplo de parâmetro aplicados em sinais: 
 
Sinal de Liquidificador: 
Configuração das mãos: Mão em “D”, palma 
para a dentro. 
Ponto de Articulação: À frente do corpo. 
Movimento: Circular. 
Orientação: Sentido horário. 
Expressão facial: Assoprando. 
 
 
 
 
Surdo x Deficiente Auditivo 
 
O termo surdo é usado para uma pessoa que já nasceu com a 
surdez. Já o deficiente auditivo é aquele que adquiriu a surdez 
após o nascimento, no decorrer de sua vida, podendo ser essa 
surdez parcial ou total. 
Há pessoas que nascem ouvintes e logo nos primeiros anos de 
vida, por algum motivo ficam surdas. Como essa pessoa perdeu a 
audição muito nova, não irá conseguir se comunicar verbalmente, 
tendo que aprender a desenvolver a língua dos sinais. Para esse 
tipo de pessoa, a melhor forma de referir-se a ela, seria surdo e 
não deficiente auditivo. 
Há casos de a pessoa nascer ouvinte e em determinado momento 
da vida adulta, ficar surda. Portanto ela aprendeu a falar, estudou 
em escola de ouvinte, aprendeu a língua portuguesa, conviveu 
com ouvintes. Não ia ser muito eficiente aprender a língua dos 
sinais. A melhor maneira de essa pessoa se comunicar seria 
através da leitura labial, já que é uma pessoa oralizada. Portanto, 
a melhor maneira de referir-se a ela, seria deficiente auditivo. 
 
 
 
Sinais de Calendário: 
Amanhã 
 
 
Antes 
 
 
 
Ano 
 
 
Hora 
 
 
 
 
Feriado 
 
 
Depois 
 
 
Dia 
 
 
Mês 
 
 
 
 
 
Surdos Oralizados 
 
Devido à perda da capacidade auditiva, os surdos não conseguem 
desenvolver a linguagem oral. Ainda que eles possam escutar 
algum tipo de ruído, os sons não são identificados. Por este 
motivo, eles não aprendem a falar. Mesmo que eles não 
apresentem qualquer problema quanto à voz, uma pessoa surda 
não consegue desenvolver a fala pelo fato de não conseguir ouvir. 
No entanto, há muitos surdos que são oralizados e que também 
aprenderam a leitura labial. Esses fatores tornam possível a 
realização de uma comunicação classificada como oralizada. 
O fato de os surdos oralizados conseguirem se comunicar e 
fazerem a leitura labial faz com que eles sejam confundidos com 
ouvintes ou com deficientes auditivos que apresentam grau 
menos de surdez. Os surdos que conseguem ser oralizados 
normalmente são: 
➢ Surdos que possuem resíduos auditivos; 
➢ Surdos que fazem tratamento desde cedo com o 
fonoaudiólogo. 
 
 
 
 
 
• Métodos para Oralização 
➢ Treinamento sensorial; 
➢ Leitura Orofacial; 
➢ Treino Fonoarticulatório; 
➢ Treinamento auditivo; 
➢ Desenvolvimento da linguagem; 
➢ Taoma. 
A leitura orofacial ou leitura labial consiste numa técnica em que 
as palavras emitidas são interpretadas mediante observação dos 
movimentos labiais. 
Essas são as dificuldades da leitura labial: 
➢ Iluminação baixa; 
➢ Distância; 
➢ Má articulação na fala; 
➢ Fonemas semelhantes; 
➢ Uso de barbas; 
➢ Movimentação da cabeça; 
➢ Regionalismos. 
 
 
 
Aparelhos Auditivos 
 
Os primeiros aparelhos auditivos utilizados pelos surdos não 
possuíam nenhum 
tipo de tecnologia. 
Eles eram feitos de 
metais, chifres de 
animais, conchas do 
mar e demais itens. 
Com o passar do 
tempo e a dedicação de muitos profissionais, foram sendo 
desenvolvidos aparelhos modernos e diferenciados. Atualmente, 
os aparelhos auditivos agregam diversas tecnologias com o 
objetivo de oferecer melhores condições às pessoas que 
apresentam perda auditiva. 
Os aparelhos auditivos atuam na amplificação de todos os sons do 
ambiente. Isso significa que o uso desse aparelho não faz do surdo 
um ouvinte e também não possibilita que as pessoas surdas 
passem a ouvir todos os sons com qualidade. O papel do aparelho 
é amplificar o som para facilitar a orientação dos surdos. 
Nos casos de surdos que apresentam grau menor de perda 
auditiva, por meio do uso do aparelho é possível ouvir a voz e ter 
uma conversa por meio da fala. No entanto, em graus mais graves 
 
de surdez o aparelho auditivo apenas ajuda o surdo a ter noções 
básicas quanto ao ambiente, tais como a percepção de sons como 
buzinas e trovões. 
No início, o uso do aparelho auditivo pode causar desconforto. 
Entretanto, com o passar do tempo é possível adaptar-se 
totalmente e utilizá-lo de forma natural no dia a dia. 
Com o avanço da tecnologia, são disponibilizados diversos tipos 
de aparelhos que apresentam preços variáveis. Há aparelhos à 
prova d’agua, com conexão à internet, entre outros recursos. Por 
meio do SUS e de forma totalmente gratuita, as pessoas surdas 
podem solicitar o aparelho auditivo. No entanto, vale frisar que a 
manutenção do aparelho fica sob a responsabilidade do usuário. 
 
 
Implante Coclear 
 
Diferente do aparelho auditivo, o implante coclear não possui a 
função de aumentar os sons do ambiente ou vozes. Ele atua como 
um estimulador elétrico capaz de captar o som, transformá-lo em 
estímulo elétrico e ativar o nervo auditivo. 
Esse implante possui uma parte interna, que é inserida por meio 
de cirurgia, e uma externa, que é colocada na orelha e presa à 
parte interna. Esse vínculo da parte interna com a externa é feito 
por um ímã que está contido em ambas as partes do aparelho. 
O implante coclear também é conhecido por ouvido biônico, já 
que o objetivo dele é substituir as funções das células do ouvido 
interno de pessoas que apresentam surdez profunda. A cirurgia 
dura em torno de duas horas e pode ser realizada a partir dos 6 
meses de vida. 
Nos casos de surdez profunda, o mais indicado é que o surdo 
utilize o implante coclear. Atualmente, estima-se que no mundo 
todo exista cerca de 100 mil pessoas que possuem esse implante. 
Ainda que o implante coclear não proporcione uma audição 
totalmente normal, os surdos que optam por esse recurso podem 
ter maior facilidade de desenvolver a oralidade. Entretanto, é 
 
preciso frisar que o desenvolvimento da oralidade depende de 
diversos fatores. 
No caso de pessoas que receberam esse implante ainda bebês, a 
facilidade quanto ao desenvolvimento da oralidade aumenta, já 
que a criança irá crescer tendo contato com os sons. A cirurgia de 
implante coclear pode ser realizada por meio da rede pública, 
privada e também por convênios de saúde (caso tenha cobertura 
para cirurgia, o convênio é obrigado a cobrir o implante coclear). 
Mesmo depois de receber o implante, a pessoa não deixa de ser 
considerada como surda. Logo, todos os direitos relacionados a 
essa condição são mantidos. 
 
Fonte: Direito de Ouvir 
 
 
Expressões Faciais 
 
As expressões faciais são fundamentais na LIBRAS. Pelo fato de 
essa linguagem ser totalmente visual, o pensamento que está 
sendo decodificado por meio dos sinais e da expressão é 
totalmente captado. Por esse motivo, em alguns tipos de sinais, a 
expressão facial é obrigatória. Esse fator é fundamental para que 
o surdo possa compreender todo o contexto do conteúdo que 
está sendo transmitido. 
Para o surdo, a emoção é captada por meio das expressões faciais. 
Dessa forma, o mesmo sinal pode ter uma compreensão 
totalmente diferente de acordo com a expressão facial utilizada. 
 
 
 
 
A primeira expressão acima (à esquerda), diz respeito a um 
ambiente onde deve se fazer silêncio ou falar em um tom mais 
baixo. A segunda imagem (à direita), refere-se a alguém nervoso 
e possui o mesmo sentido de “calar a boca”. 
A expressão corporal também é muito utilizada para explicar 
determinada situação. No entanto, é preciso respeitar o espaço e 
evitar determinados incômodos. 
 
 
 
Gramática e Libras 
 
É preciso entender que a Língua Brasileira de Sinais se difere 
totalmente da Língua Portuguesa. Ou seja, uma independe da 
outra. Desse modo, o recomendado é que o surdo aprendaprimeiro a Libras. Depois de adquirir esse conhecimento é possível 
aprender a Língua Portuguesa. 
No português fazemos uso dos artigos O, A, OS, AS. Já na Libras 
não há utilização de artigos. Tanto no plural quanto no singular, a 
Libras emprega expressão facial, sinais e o espaço neutro para 
fazer a demonstração do que na Língua Portuguesa corresponde 
aos artigos. Para expressar intensidade é utilizada uma expressão 
facial com a finalidade de indicar, por exemplo, se a pessoa é 
muito bonita ou se está com muita fome. 
No caso das conjunções, as mais usadas em LIBRAS são: mas, e, 
pois, também, ou, antes, que, porque, como e se. Cada uma delas 
possui o próprio sinal. 
Como podemos perceber, a Língua Brasileira de Sinais se difere 
totalmente do português, já que ela requer o uso de várias partes 
do corpo, o que inclui a expressão facial. 
A Língua Portuguesa para o surdo deve ser considerada como uma 
segunda língua. Tanto nas escolas quanto nas faculdades é 
 
primordial que os professores tenham consciência de que o 
português do aluno surdo é bastante diferente da língua 
portuguesa. Logo, é preciso que os professores tenham cautela e 
compreensão com relação a determinados fatores que fazem 
parte do aprendizado dos alunos. 
 
 
 
Verbos 
 
Na Libras não existe conjugação verbal. Não há sinais diferentes 
para passado, presente e futuro. O mesmo sinal é usado para 
todos os tempos verbais. Exemplo: há um sinal único para as 
palavras brincar, brinquei, brinco e brincarei. 
 
Verbos Direcionais 
Os verbos direcionais são aqueles que possuem a marca de 
concordância. Eles servem para indicar a direção do movimento, 
demonstrando o ponto inicial e final. Exemplo: avisar, abençoar, 
ajudar, ensinar etc. 
 
 
 
 
Exemplos de verbos direcionais: 
 
 Respeitar 
 Acusar 
 Perguntar 
 Paquerar 
 Beijar 
 Abandonar 
 Chamar 
 Cuidar 
 
 Enganar 
 Aconselhar 
 Ofender 
 Olhar 
 Prejudicar 
 Telefonar 
 Xingar 
 Influenciar 
 
 Escolher 
 Responder 
 Apoiar 
 Pedir 
 
 
 
 
Verbos não direcionais 
São os verbos simples, que não apresentam marca de 
concordância. No caso de frases, não há direcionamento do verbo 
para a pessoa e ele aparece no infinitivo. Exemplo: brincar, 
trabalhar, estudar, comer etc. 
 
Exemplos de verbos não-direcionais: 
 Brincar 
 Trabalhar 
 Estudar 
 Comer 
 Pensar 
 Entender 
 Gostar 
 Duvidar 
 Odiar 
 Saber 
 Conversar 
 
 
 
 
Verbos afirmativos e negativos 
Para fazer a indicação de um verbo afirmativo ou negativo, é 
preciso que ela venha acompanhada de uma expressão facial que 
deve variar de acordo com o contexto. 
Exemplos de verbos afirmativos e negativos: 
 Entendeu – Não entendeu 
 Gostar – Não gostar 
 Poder – Não poder 
 Precisar – Não precisar 
 Querer – Não querer 
 Saber – Não saber 
 Ter – Não ter 
 
Verbos com contexto 
São os verbos nos quais é realizado o sinal de acordo com o 
contexto da conversa. Além do verbo geral, esse mesmo verbo 
pode ser representado de forma diferente para se encaixar no 
contexto do assunto. 
 
Formação de sinais 
Quando se aprende Libras, é importante ter em mente o básico 
sobre a formação dos sinais. Com esse conhecimento, é possível 
interpretar os sinais que você não sabe exatamente o significado, 
mas que acabam sendo compreendidos com base no contexto da 
conversa. 
Assim como ocorre no português, na Libras existe uma série de 
sinais que são derivados e compostos. Dessa forma, um sinal com 
um significado específico pode ser formado a partir da junção de 
outros dois sinais. Eles são chamados de sinais compostos. 
 
Exemplos de Sinais Compostos: 
Casa + Estudar = Escola 
 
 
 
 
Casa + Cruz = Igreja 
 
 
Outros exemplos: 
Remédio + dor de cabeça = Analgésico 
Sala + estudar = Sala de aula 
Maçã + Vários = Frutas 
Leão + Vários = Animais 
 
 
 
História do Surdo 
 
Acreditamos que a história sempre nos faz refletir e entender os 
fatos atuais. Isso significa que o presente não está deslocado do 
passado. Falar sobre a história dos surdos não é tão fácil, já que 
ela é repleta de idas e vindas, proibições e permissões. 
Na antiguidade, cada país e cada região tinha uma concepção 
diferente sobre o surdo. 
Para os antigos gregos e romanos, o surdo não era considerado 
humano. Eles diziam que a fala era o resultado do pensamento. 
Logo, na interpretação deles, o fato de o surdo não falar 
significava que ele não pensava. E se ele não pensava, não poderia 
ser considerado humano. 
No Egito, os surdos eram adorados como se fossem deuses e 
serviam de mediadores entre os deuses e os faraós, sendo 
temidos e respeitados pela população. Na época do povo hebreu, 
mais precisamente nas leis hebraicas, aparecem pela primeira vez 
importantes referências aos surdos. 
Aristóteles afirmou que considerava o ouvido o órgão mais 
importante para a educação, já que a capacidade de ouvir torna 
possível o aprendizado e a aquisição de conhecimento. Esta 
 
afirmação contribuiu ainda mais para que o surdo fosse visto 
como uma pessoa incapaz de receber qualquer tipo de instrução. 
A igreja discriminava as pessoas com deficiência, pois acreditava 
e pregava que, Deus sendo perfeito, tudo o que Ele criou é 
perfeito. Logo, as pessoas que ocupam a posição de filhas Dele 
deveriam ter a imagem e semelhança de Deus. Este era o 
pensamento dominante da igreja nos séculos passados. Portanto, 
seguindo essa concepção, as pessoas que não se enquadravam 
nesse padrão de perfeição não eram consideradas filhas de Deus. 
Dessa forma, os deficientes eram colocados à margem da 
sociedade por não serem considerados humanas. 
 
 
Congresso de Milão 
 
O Congresso de Milão, realizado entre os dias 6 e 11 de setembro 
de 1880, foi uma conferência internacional de educadores 
de surdos. Depois de diversas deliberações, esse congresso 
declarou que a educação oralista era mais apropriada que a língua 
gestual. A partir dessa declaração, foi aprovada uma resolução 
que dava preferência ao uso da língua oral nas escolas que 
ofereciam educação para surdos. 
Por meio de uma votação, esse congresso proibiu oficialmente o 
uso da língua de sinais na educação de surdos. Essa proibição 
abrangia o mundo todo. 
 
Resoluções do Congresso de Milão 
1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à 
língua gestual; (160 votos a favor e 4 contra) 
2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, 
afeta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura 
deve ser preferida; (150 votos a favor e 16 contra) 
3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam 
educação; (Votação a favor no total). 
4. O método mais adequado para os surdos se apropriarem da fala é o intuitivo 
(primeiro a fala, depois a escrita); a gramática deve ser ensinada por meio de exemplos 
 
práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com 
palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo; (Aprovada em 11/09/1880). 
5. Os educadores de surdos do método oralista devem aplicar-se na elaboração de 
obras específicas desta matéria; (Aprovada em 11/09/1880). 
6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esquecerão o 
conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com 
pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática; (Aprovada em 
11/09/1880). 
7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-
10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola por um período mínimo de 7-
8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos simultâneo; (Aprovada 
11/09/1880). 
8. Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, devem ser 
reunidas as crianças surdasrecém-admitidas nas escolas, onde devem ser instruídas 
por meio da fala; essas mesmas crianças devem estar separadas das crianças mais 
avançadas, que já receberam educação gestual, a fim de que não sejam influenciadas; 
os alunos antigos também devem ser ensinados segundo este novo sistema oral. 
(Aprovada 11/09/1880). 
Fonte: Brief History of the Deaf in the World 
 
 
 
Classificadores e Marcadores 
 
Sinais icônicos são sinais representados por meio de 
características reais. Por exemplo: sinal de “carro” e sinal de 
“telefone”. 
 
 
Sinal de Computador: 
 
Sinal classificador de computador 
no contexto de utilizá-lo: 
 
 
Classificadores e marcadores são informações visuais que 
dependem dos classificadores e marcadores para que possamos 
transmitir com maior fidelidade a situação que está ocorrendo. 
 
 
Classificadores 
Os classificadores permitem tornar mais claro e compreensível o 
significado do que se deseja transmitir na conversação. 
 
Exemplo de classificador: 
Sinal de carro: 
 
Sinal de Carros parados: 
 
 
Os classificadores também podem ocorrer nos verbos. Por 
exemplo, ainda que o verbo “beber” possua seu próprio sinal, 
dependendo da situação, ele pode ser modificado com o objetivo 
de transmitir o sentido de forma mais real em relação ao contexto. 
 
 
 
Marcadores: 
Por ser visual, a comunicação em Libras precisa realizar marcações 
no espaço. A finalidade dessas marcações é criar as imagens na 
mente de quem observa os sinais. Dessa maneira, os marcadores 
são pontos no espaço que são estabelecidos para estruturar 
elementos de forma. 
Exemplo de marcador apontando onde está localizado um 
elemento em relação a um carro: 
 
Sinal de rua: 
 
 
Sinal de rua com marcador para 
construir uma cena visual 
 
 
Estabelecendo Pontos Visuais 
Pelo fato de a Língua Brasileira de Sinais ter uma estrutura 
completamente visual, ela é organizada no espaço frente ao 
corpo, sendo que todas as relações gramaticais devem ser 
estabelecidas visualmente nesse espaço. 
 
Na Libras, precisamos estabelecer pontos para dizer quem é quem 
e o que é o quê. Isso pode ser feito com os dedos ou com o corpo. 
Esse fator é importantíssimo para a narração de situações, 
histórias ou explicações sobre um fato ocorrido. É por isso que em 
diversos momentos usa-se essa estrutura para um diálogo em 
Libras. Enquanto os ouvintes conseguem escutar e imaginar a 
cena, no caso dos surdos é preciso que a cena seja descrita 
visualmente. 
 
 
Soletração Rítmica 
 
São sinais da Libras que parecem ser sinais. Ainda que eles 
adquiram formas e ritmos, eles consistem apenas na soletração 
das letras. 
Exemplos de sinais soletrados – soletração rítmica 
Sinal de “o” + Sinal de “i” = Oi! 
 
Outros sinais rítmicos: 
 Oba 
 Sal 
 Ou 
 Gol 
 Si 
 Aff 
 Ar 
 Ok 
 Ovo 
 Babaca 
 Nunca 
 Bar 
 Vovó 
 Vovô 
 
 Suco 
 Vai 
 Sol 
 Maio 
 DVD 
 
 
Escrita de Libras – SignWriting 
 
O SignWriting é um sistema de escrita das línguas de sinais. 
Abaixo, você pode consultar o básico com relação ao significado 
dos símbolos na escrita em Libras: 
 
 
 
 
 
 
Símbolos das Letras do Alfabeto: 
 
 
Símbolos dos Dedos: 
 
 
 
 
Exemplos de Expressões faciais: 
 
 
 
Libras no Brasil 
 
Em meados de 1855, o professor francês Hernest Huet, que era 
surdo, veio ao Brasil e apresentou ao imperador Dom Pedro II um 
relatório com a proposta de fundar uma escola para surdos no 
Brasil. À época, Huet era diretor de um instituto de surdos na 
França, sendo bastante reconhecido por seu trabalho. 
O governo imperial apoiou a iniciativa de Huet e acompanhou de 
perto todo o processo de criação da primeira escola para surdos 
no Brasil. 
Dessa forma, em 1857 foi criado o Instituto Nacional de Educação 
de Surdos – INES. Inicialmente, nesse instituto eram aceitos 
somente surdos do sexo masculino. 
Em 1931 foi criado o externato feminino com oficinas de costura 
e bordado. Com isso, o INES consolida o seu papel 
profissionalizante. No ano de 1951, houve a criação do primeiro 
curso para professores que atuavam ou desejavam atuar na área 
da surdez. 
Uma das atribuições regimentais do INES é subsidiar a formulação 
da Política Nacional de Educação de Surdos, em conformidade 
com a Portaria do Ministério da Educação e Cultura – MEC nº 323, 
de 08 de abril de 2009, publicada no Diário Oficial da União de 09 
 
de abril de 2009, e com o Decreto nº 7.690, de 02 de março de 
2012, publicado no Diário Oficial da União de 06 de março de 
2012. 
Hoje, o INES é reconhecido pelo MEC como centro de referência 
nacional na área da surdez. Mais que educação, o instituto 
desenvolve atividades de âmbito geral, atuando também na 
formulação de políticas públicas e apoiando a sua implementação 
nas esferas públicas. 
No Brasil, o Dia Nacional do Surdo é comemorado em 26 de 
setembro. A data criada em 2008 contribui para alertar a 
sociedade quanto as barreiras de acessibilidade que ainda afetam 
os portadores de deficiência auditiva. 
Segundo dados do Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mais de 45 
milhões de brasileiros apresentam alguma deficiência. 
Cerca de 9,7 milhões declararam ter deficiência auditiva, sendo 
que a deficiência auditiva severa foi declarada por mais de 2,1 
milhões de pessoas. Dessas, 344,2 mil são surdas e 1,7 milhão de 
pessoas têm grande dificuldade de ouvir. 
 
 
 
Onomatopeias e Português Sinalizado 
 
Onomatopeia é o uso de vocábulos para representar um som de 
forma literal. Ela é formada sempre que uma palavra escrita 
reproduz um tipo de som. Por exemplo: o “tic tac” de um relógio 
ou o “boooom” de uma explosão. Na Libras, a onomatopeia é 
formada visualmente por meio da movimentação das mãos e da 
expressão facial. 
Exemplo do sinal de tempestade, onde a expressão facial sinaliza 
o barulho: 
 
Português sinalizado é uma prática em Libras que confunde o 
entendimento do surdo. Ainda que seja uma forma incorreta de 
executar a Língua Brasileira de Sinais, ela é muito comum entre os 
iniciantes em Libras, que acabam adotando essa prática sem 
perceber. O português sinalizado consiste em “traduzir” para 
Libras palavra por palavra de uma frase sem se importar com o 
real significado da mensagem e do contexto. O português 
sinalizado sempre deve ser evitado. 
 
 
 
Surdo cego 
 
A surdo-cegueira é a combinação de perda da visão e da audição, 
afetando significativamente a capacidade de comunicação e 
locomoção de uma pessoa. 
A surdo-cegueira não se trata apenas de uma pessoa surda que 
não pode ver, ou uma pessoa cega que não consegue ouvir. As 
duas deficiências juntas aumentam os efeitos de cada uma, já que 
nossos sentidos são interdependentes. 
Pessoas de todas as idades podem ter uma deficiência da visão e 
da audição ao mesmo tempo. No entanto, a maioria das pessoas 
surdo-cegas possuem algum nível de visão e audição. As pessoas 
podem apresentar tais condições em decorrência de problemas 
de nascença ou é possível que adquiram esse tipo de deficiência 
no decorrer da vida. 
 
 
 
Surdo-Cegueira congênita 
 
Quando a surdo-cegueira acompanha a pessoa desde seu 
nascimento, essa condição é chamada de surdo-cegueira 
congênita. Nesse caso, o desenvolvimento da comunicação é 
extremamente difícil e requer muita habilidade e paciência. 
O surgimento da surdo-cegueira congênita pode ter como causa 
diversos fatores, entre eles: 
 
- Problemas associados ao nascimento prematuro (nascimento 
antes de 37 semanas de gravidez); 
- Uma infecção adquirida durante a gravidez, tais como rubéola 
(sarampo alemão), toxoplasmose ou citomegalovírus (CMV); 
- Condições genéticas, tais como a síndrome 
CHARGE ou síndrome de Down; 
- Paralisia cerebral. Trata-se de um problema que afeta o cérebroe o sistema nervoso, afetando principalmente os movimentos do 
corpo e capacidade de coordenação; 
- Síndrome do alcoolismo fetal. Este problema é provocado pelo 
consumo de álcool durante a gravidez. 
 
 
 
 
Surdo-cegueira adquirida 
 
Na maioria dos casos, a surdo-cegueira se desenvolve no decorrer 
da vida. Isso significa que uma pessoa com surdo-cegueira 
adquirida pode nascer sem qualquer tipo de problema de visão ou 
audição. No entanto, é possível que durante a vida essa pessoa 
venha a apresentar perda parcial ou total desses dois sentidos. Da 
mesma forma, alguém pode nascer com um problema de audição 
ou visão, e depois vir a perder o outro sentido de maneira total ou 
parcial. 
 
Os problemas que podem causar a surdo-cegueira adquirida 
incluem: 
 
- Perda auditiva relacionada à idade; 
- Síndrome de Usher. Trata-se de uma condição genética que afeta 
a audição, visão e equilíbrio; 
- Problemas oculares associados ao aumento da idade, tais como 
a degeneração macular, catarata e glaucoma; 
- Retinopatia diabética. Consiste numa complicação do diabetes 
na qual as células que alinham a parte de trás do olho são 
danificadas em decorrência dos altos níveis de açúcar no sangue; 
- Danos cerebrais, tais como meningite, encefalite, acidente 
vascular cerebral ou lesão cerebral grave. 
 
Comunicação do Surdo-Cego 
 
A comunicação do surdo-cego ocorre por meio de três métodos: 
 Libras Tátil: As interpretações dos sinais da Libras são feitas 
por meio do toque das mãos. 
 Comunicação Háptica (Grafestesia): Letras, símbolos e 
sinais diversos são realizados por meio do contato com a pele, nas 
costas do surdo-cego, por exemplo. 
 Tadoma: Consiste em colocar a mão no rosto do 
interlocutor, repousando o polegar na boca do falante e os dedos 
ao longo do queixo, com o intuito de sentir o movimento dos 
lábios, queixo e vibração das cordas vocais. 
 
 
 
Língua, Linguagem e Leis 
 
A linguagem é uma forma de expressão na qual não existem 
regras. Entretanto, por meio dela é possível compreender a 
mensagem expressada. 
Já a língua consiste em um conjunto específico de códigos e 
palavras diversas que é desenvolvido com base nas regras pré-
definidas do idioma, permitindo que a mensagem passe do 
interlocutor para o receptor de modo claro. 
A partir desse conceito de língua e linguagem, no ano de 2002 a 
Libras foi reconhecida como uma língua oficial do Brasil, já que ela 
apresenta suas próprias regras e estrutura gramatical. A lei que 
tornou possível esse reconhecimento da Libras foi a de número 
10.436/2002. 
 
 
Leis Nacionais no Contexto da Surdez 
 
Lei nº 7.853/89 - Crime de recusar matrículas 
Integração social. Define como crime recusar, suspender, adiar, 
cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de 
sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele 
público ou privado. 
 “Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência 
e sua integração social. Define como crime recusar, suspender, 
adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por 
causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, 
seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de 
um a quatro anos de prisão, mais multa”. 
LEI nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010 
Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua 
Brasileira de Sinais - LIBRAS. 
Lei que regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e 
Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. 
O tradutor e intérprete terá competência para realizar a 
interpretação das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou 
consecutiva, adquirindo proficiência em tradução e interpretação 
da Libras e da Língua Portuguesa. 
 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua 
Brasileira de Sinais - LIBRAS. 
Art. 2o O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretação das 2 (duas) 
línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e 
interpretação da Libras e da Língua Portuguesa. 
Art. 3o (VETADO) 
Art. 4o A formação profissional do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, 
em nível médio, deve ser realizada por meio de: 
I - cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os credenciou; 
II - cursos de extensão universitária; e 
III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e 
instituições credenciadas por Secretarias de Educação. 
Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por 
organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o 
certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III. 
Art. 5o Até o dia 22 de dezembro de 2015, a União, diretamente ou por intermédio de 
credenciadas, promoverá, anualmente, o exame nacional de proficiência em Tradução e 
Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. 
Parágrafo único. O exame de proficiência em Tradução e Interpretação de Libras - 
Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento 
dessa função, constituída por docentes surdos, linguistas e tradutores e intérpretes de 
Libras de instituições de educação superior. 
Art. 6o São atribuições do tradutor e intérprete, no exercício de suas competências: 
 
I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos-cegos, 
surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa; 
II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as atividades didático-
pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis fundamental, 
médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares; 
III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos concursos 
públicos; 
IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das instituições de 
ensino e repartições públicas; e 
V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou 
policiais. 
Art. 7o O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, zelando pelos valores 
éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à cultura do surdo e, em especial: 
I - pela honestidade e discrição, protegendo o direito de sigilo da informação recebida; 
II - pela atuação livre de preconceito de origem, raça, credo religioso, idade, sexo ou 
orientação sexual ou gênero; 
III - pela imparcialidade e fidelidade aos conteúdos que lhe couber traduzir; 
IV - pelas posturas e condutas adequadas aos ambientes que frequentar por causa do 
exercício profissional; 
V - pela solidariedade e consciência de que o direito de expressão é um direito social, 
independentemente da condição social e econômica daqueles que dele necessitem; 
VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda. 
Art. 8o (VETADO) 
Art. 9o (VETADO) 
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 1º de setembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
 
LEI nº 10.436, DE 24 DE ABRIL, DE 2002 – Reconhecendo a Libras como língua oficial 
De acordo com a LEI nº 10.436, DE 24 DE ABRIL, DE 2002, a Língua Brasileira de Sinais – 
Libras, foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA e dispõe dos seguintes tópicos: 
 
Art. 1º- É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira 
de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. 
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de 
comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com 
estrutura gramatical própria,constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias 
e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
 
Art. 2º- Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas 
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão 
da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização 
corrente das comunidades surdas do Brasil. 
Art. 3º- As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de 
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores 
de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. 
Art. 4°- O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais 
e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação 
Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino 
da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. 
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade 
escrita da língua portuguesa. 
Art. 5º- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 24 de abril de 2002; 181° da Independência e 114° da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Paulo Renato Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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