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TCC_Carga_De_1RM

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Universidade 
Estadual de Londrina 
 
 
 
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE 
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO 
ACSM (2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS 
SÉRIES DE SEIS A 12 REPETIÇÕES COM 80% DA 
CARGA DE 1RM? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Thiago Bonanato da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LONDRINA – PARANÁ 
2011
 
 
THIAGO BONANATO DA SILVA 
 
 
É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO 
ACSM (2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS 
SÉRIES DE OITO A 12 REPETIÇÕES COM 80% DA 
CARGA DE 1RM? 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito 
parcial para a Conclusão do Curso de 
Bacharelado em Educação Física do 
Centro de Educação Física e Esporte da 
Universidade Estadual de Londrina. 
 
 
 
 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
 
Londrina, ____ de____________ de 20__ 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, por sempre me dar força... 
E a minha família por sempre me apoiar... 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao Prof. Ms. Orientador Ademar Avelar, braço amigo de todas as etapas deste 
trabalho. 
A minha família, pela confiança e motivação. 
Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada. 
Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de 
nossas vidas. 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Ama-se mais o que se conquista com esforço” 
Benjamin Disraeli 
 
SILVA, Thiago Bonanato. É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO ACSM 
(2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS SÉRIES DE OITO A 12 REPETIÇÕES 
COM 80% DA CARGA DE 1RM? 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de 
Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. 
Universidade Estadual de Londrina, 2011. 
 
RESUMO 
A prescrição de carga para o treinamento com pesos (TP), por meio da utilização de 
valores percentuais do teste de uma repetição máxima (1RM) vem sendo 
amplamente utilizada na literatura, inclusive sendo incorporada as recentes 
recomendações propostas pelo ACSM (2009). Porém, apesar de vários estudos 
publicados relatarem a prescrição em seus programas de treinamento a partir de 
percentuais de 1RM, em geral 80%, são insuficientes os dados publicados que 
poderiam elucidar se a recomendação proposta pelo ACSM (2009) sobre 
intensidade (80% de 1RM) e volume (três séries de 6-12 repetições) para o 
desenvolvimento de força e hipertrofia muscular, são passíveis de serem alcançadas 
por mulheres, principalmente aquelas que não praticam TP. Assim, o objetivo deste 
estudo foi verificar se a uma intensidade de 80% de 1RM, mulheres sem experiência 
prévia em TP conseguem manter o número de repetições dentro das 
recomendações do ACSM (2009). Participaram deste estudo 28 mulheres (20,18 ± 
2,94 anos; 165,34 ± 5,82 cm; 21,27 ± 2,78 kg/m2) sem experiência prévia em TP. O 
teste de 1RM foi aplicado nos exercícios supino em banco horizontal, agachamento 
no smith e rosca direta de bíceps, na ordem respectiva. Após um intervalo de 48 
horas, foi realizado um teste de repetições máximas nos mesmos exercícios e ordem 
do teste de 1RM. Neste teste as participantes tiveram que realizar quatro séries 
máximas com uma carga de 80% daquela encontrada no teste de 1RM. Em todos os 
exercícios investigados as participantes conseguiram manter o número de repetições 
recomendados pelo ACSM somente na primeira série. Com base nos resultados 
podemos concluir que aparentemente mulheres sem experiência prévia em TP não 
conseguem manter o número de repetições preconizados pelas recomendações do 
ACSM (2009) a uma intensidade de 80% de 1RM. 
 
Palavras-chave: Treinamento com pesos; Uma repetição máxima (1RM); número 
de repetições máximas;. 
 
SILVA, Thiago Bonanato. É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO ACSM 
(2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS SÉRIES DE OITO A 12 REPETIÇÕES 
COM 80% DA CARGA DE 1RM? 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de 
Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. 
Universidade Estadual de Londrina, 2011. 
 
ABSTRACT 
The prescription charge for the weight training (WT), through the use of percentage 
values of the one repetition maximum (1RM) has been widely used in the literature, 
including being incorporated recent recommendations proposed by the ACSM 
(2009). However, despite several published studies reporting the prescription in their 
training programs from the percentage of 1RM, 80% in general, are insufficient 
published data that could elucidate the recommendation proposed by the ACSM 
(2009) on intensity (80% 1RM) and volume (three sets of 6-12 repetitions) for the 
development of strength and muscle hypertrophy are likely to be achieved by women, 
especially those who do not TP. The objective of this study was to examine whether 
an intensity of 80% of 1RM, women with no previous experience in TP can keep the 
number of repetitions within the recommendations of the ACSM (2009). The study 
included 28 women (20.18 ± 2.94 years, 165.34 ± 5.82 cm, 21.27 ± 2.78 kg/m2) 
without previous experience in PD. The 1RM test was applied to the exercise bench 
press, squat in the smith and arm curl, in its order. After an interval of 48 hours, a test 
was performed for maximum repetitions in the same order of exercises and 1RM test. 
In this test participants had to perform four sets with a maximum load of 80% of that 
found in the 1RM test. In all exercises investigated the participants managed to keep 
the number of repeats by the ACSM recommended only in first grade. Based on the 
results we can conclude that apparently women with no prior experience in labor can 
not keep the number of repetitions of the recommendations advocated by the ACSM 
(2009) at an intensity of 80% of 1RM. 
 
Keywords: Weight training, 1RM, maximum number of repetitions, resistance to 
fatigue. 
 
 
 
 
 1 
SUMÁRIO 
 RESUMO v 
 ABSTRACT vi 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 08 
2 Objetivos....................................................................................................... 09 
2.1 Objetivo Geral................................................................................................ 09 
2,2 Objetivo Específico........................................................................................ 09 
3 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................... 10 
4 MÉTODOS...................................................................................................... 12 
4.1 Amostra ......................................................................................................... 12 
4.2 Antropometria ................................................................................................ 12 
4.3 Avaliação da Força........................................................................................ 13 
4.4 Teste de Resistência da Força ...................................................................... 13 
4.5 Análise Estatística........................................................................................... 14 
5 RESULTADOS................................................................................................ 15 
6 DISCUSSÃO .................................................................................................. 17 
7 CONCLISÃO.................................................................................................... 19 
 REFERÊNCIAS............................................................................................... 20 
 ANEXO I ......................................................................................................... 23 
 
 8 
1 INTRODUÇÃO 
O treinamento com pesos (TP), se tornou uma modalidade deexercício 
físico muito praticado na atualidade, isso se deve ao fato dessa prática promover 
inúmeros benefícios, como: modificações morfológicas, neuromusculares, 
fisiológicas e o aumento da força muscular devido às adaptações neurais e 
hipertrofia muscular (DIAS et al., 2005; OKANO et al.; 2008). Algumas variáveis 
devem ser consideradas na montagem de um programa de TP como o número de 
repetições, número de séries, intervalo entre séries e exercícios, ordem dos 
exercícios, freqüência semanal, amplitude do movimento e a intensidade do 
exercício (AZEVEDO et al., 2007; RHEA et al., 2003). 
Por ser uma das mais importantes, dentre estas variáveis, a intensidade 
tem ganhado um amplo destaque na literatura especializada da área (SHIMANO et 
al., 2006). Aparentemente os efeitos do TP estão diretamente relacionados com a 
intensidade do treino, porém a forma como a intensidade, especificamente no TP, é 
determinada ainda é passível de muitas discussões. 
Geralmente a intensidade no TP é baseada nos valores percentuais do 
teste de uma repetição máxima (1RM). O teste de 1RM é frequentemente utilizado 
como uma maneira de diagnosticar a força muscular, mas também, seu resultado 
pode ser utilizado como parâmetro para a prescrição e monitoramento do 
treinamento (ACSM, 2009; MARTEKO; SANTOS, 2009; FLECK; KRAEMER, 2004). 
O teste de 1RM é determinado como a quantidade máxima de peso que pode ser 
levantada, num determinado exercício, em apenas uma única repetição (SILVA et 
al., 2002; DIAS et al., 2005). 
O American College of Sports Medicine (ACSM, 2009) tem apontado que 
na intensidade de esforço para ganhos de hipertrofia e força (6-12 repetições 
máximas) a carga de treinamento deve variar de 60% a 80% de 1RM, sendo que 
frequentemente é relatado em diversos estudos a prescrição utilizando uma 
intensidade correspondente a 80% de 1RM (CHAGAS; BARBOSA; LIMA, 2005; 
SHIMANO et al., 2006; SIMÃO et al., 2007). Vale ressaltar que esta recomendação 
diferencia-se somente de acordo com a experiência do indivíduo com o TP (iniciante, 
intermediário e avançado), não levando em consideração fatores que teoricamente 
poderiam influenciar no desempenho do indivíduo, como a composição corporal, o 
grupamento muscular envolvido no exercício, assim como o gênero do indivíduo. 
 9 
Como a grande maioria dos estudos envolvendo TP disponíveis na 
literatura utiliza homens, em geral treinados, em suas amostras, são insuficientes 
dados publicados que poderiam elucidar se a recomendação proposta pelo ACSM 
(2009) sobre intensidade (80% de 1RM) e volume (três séries de 6-12 repetições) 
para o desenvolvimento de força e hipertrofia muscular, são passíveis de serem 
alcançadas por mulheres, principalmente aquelas que não praticam TP. 
 
 
2 Objetivos 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
Verificar se a uma intensidade de 80% de 1RM, mulheres sem experiência prévia em 
TP conseguem manter o número de repetições dentro das recomendações do 
ACSM (2009). 
 
2.2 Objetivos Específicos 
 
• Verificar se o grupo muscular (exercícios diferentes) envolvido pode 
alterar a resistência a fadiga na mesma intensidade de esforço; 
 
 
 10 
3 REVISÂO DE LITERATURA 
 
No TP, a prescrição da intensidade é frequentemente realizada através 
dos métodos de percentuais de 1RM, onde as cargas do treinamento são prescritas 
utilizando os percentuais de carga máxima de cada indivíduo. Segundo as 
recomendações da ACSM para o aumento de força a intensidade do treinamento 
deve ser acima de 80% de 1RM e o número de repetições máximas deve variar 
entre seis a 12 repetições (ACSM, 2009). No entanto, o número de repetições 
máximas em um determinado percentual de 1RM, pode variar de acordo com o nível 
de treinamento dos sujeitos e os exercícios utilizados (CHAGAS; BARBOSA; LIMA, 
2005; HOEGER et al., 1987). 
Hoeger et al. (1987), realizaram um estudo verificando que em um 
percentual de 80% de 1RM homens treinados em força, realizaram em média 12 
repetições no exercício supino, com a mesma intensidade no exercício leg press 
realizaram uma média de 19 repetições. Apesar dos exercícios serem realizados na 
mesma intensidade, ocorreu adaptações diferentes em cada um deles. O exercício 
de supino foi executado em uma zona de repetições que promovem a hipertrofia 
muscular, enquanto no leg press a zona de repetições provem a resistência 
muscular localizada. 
Em outro estudo, Hoeger et al. (1990) compararam pessoas treinadas 
e destreinadas, de ambos os sexos, compararam o número de repetições máximas 
realizadas com 40%, 60% e 80% de 1RM, em sete exercícios diferentes para 
membros superiores e inferiores. Foram verificadas diferenças significativas no 
número de repetições máximas para o mesmo percentual de 1RM entre os 
exercícios, para homens treinados e destreinados e também para as mulheres 
treinadas e destreinadas. 
 Já Shimano et al. (2006), verificaram algumas variações entre os 
diferentes exercícios no número máximo de repetições realizados com o mesmo 
percentual de 1RM. Neste estudo sujeitos treinados e destreinados, realizaram 
repetições máximas em percentuais de 60%, 80% e 90% de 1RM. Diferentemente 
do estudo de Hoeger et al. (1990) o número de repetições máximas não foi 
influenciado pelo nível de treinamento dos sujeitos, já no exercício de agachamento 
foi realizado um número maior de repetições que os outros exercícios em todos os 
percentuais. Isto se deve ao fato de no exercício de agachamento, uma maior massa 
 11 
muscular esta envolvida na execução do exercício, segundo os autores, a 
capacidade de alternar o recrutamento das unidades motoras devido à elevada 
quantidade de ativação em exercícios multiarticulares foi o que possibilitou esse 
maior numero de repetições. 
No estudo realizado por Chagas, Barbosa e lima (2005), avaliando o 
número de repetições máximas que homens e mulheres treinados realizam nos 
percentuais de 40% e 80% de 1RM, no exercício supino e leg press, fazendo o 
controle da velocidade de execução, foi observado que homens treinados realizaram 
no exercício supino, no percentual de 40 % de 1RM, uma média de 17 repetições 
máximas. No percentual de 80% de 1RM, no exercício supino foi realizada uma 
média de quatro repetições máximas. Esses dados são bem diferentes quando 
comparados com os do estudo de Hoeger et al. (1990), os homens realizaram uma 
média de 38 repetições máximas no percentual de 40% e no percentual de 80% foi 
realizado uma média de 12 repetições máximas. Essa diferença nos resultados pode 
ser explicada pelo fato de que no estudo de Chagas, Barbosa e Lima (2005), a 
velocidade de execução foi controlada em seis segundos na fase concêntrica e seis 
segundos na fase excêntrica, isso pode ter contribuído para a diferença no número 
de repetições máximas dos dois estudos. 
Em outro estudo, Simão, Poly e Lemos (2004) avaliaram o número de 
repetições máximas realizadas no percentual de 80% de 1RM, em homens 
treinados, nos exercícios para os grupos musculares superiores e inferiores, os 
sujeitos foram testados no exercício de supino horizontal, agachamento e puxada 
alta frente. Foi observado que no exercício agachamento, os sujeitos realizaram uma 
média de 20 repetições. Esses dados vão de encontro ao estudo de Hoeger et al. 
(1990), apesar do exercicio leg press, utilizado por Hoeger et al. (1990) ser diferente 
do agachamento, a uma similaridade dos grupamentos musculares e articulações, 
isso pode ter contribuído para os resultados terem se aproximados. 
 
 12 
4 MÉTODOS 
 
4.1 Amostras 
 
A amostra foi composta por vinte oito mulheres, estudantes 
universitárias da Universidade Estadual de Londrina, que participaram do estudo 
voluntariamente. 
Como critérios iniciais de inclusão, elas deveriam ter idade entre 18 e 
30 anos e não poderiam ser classificadas como fisicamente ativas (atividade física 
regular > 2 vezes na semana) durante os últimosseis meses. Além disso, foram 
excluídas do estudo aquelas participantes usuárias de esteróides anabólicos ou 
suplementos alimentares e aquelas portadoras de lesões que comprometam a 
prática do exercício. 
Após receberem as informações e esclarecimentos sobre os 
procedimentos aos quais seriam submetidas, foi solicitado que todas as participantes 
assinem o termo de consentimento livre e esclarecido. Vale ressaltar que este 
estudo faz parte de um estudo maior que foi submetido e aprovado pelo comitê de 
ética em pesquisa da Universidade Estadual de Londrina e está de acordo com a 
resolução 196/96 sobre pesquisa em seres humanos. 
 
4.2 Antropometria 
 
A massa corporal (MC) foi obtida por meio de uma balança de 
plataforma digital, da marca Filizola, com carga máxima de 150Kg e resolução de 0,1 
kg. A estatura (EST) foi medida em um estadiômetro de madeira, com resolução de 
0,1 cm, de acordo com as recomendações de Gordon et al. (1982). Para a 
realização das medidas todas as participantes estavam descalças e vestindo apenas 
shorts e top. 
Após a coleta da MC e EST o índice de massa corporal (IMC) foi 
calculado pela divisão da MC pelo quadrado da estatura em metros (kg/m2). 
 
 
 
 
 13 
4.3 Avaliação da força 
 
Para avaliação da força máxima, foi empregado o teste de 1RM. Para 
tanto, com intervalo de 72 horas entre cada teste. O teste de 1-RM foi realizado em 
três exercícios para diferentes grupos musculares. A ordem dos exercícios 
executados foi a seguinte: supino em banco horizontal, agachamento no smith e 
rosca direta de bíceps. Os avaliados realizaram uma série de seis a 10 repetições, 
no próprio aparelho, com 50% da carga estimada para a primeira tentativa do teste 
como aquecimento. 
Após o aquecimento, houve um intervalo de dois minutos e os testes 
foram iniciados. Cada avaliada teve três tentativas. Elas foram orientadas a 
realizarem duas repetições e, quando não conseguiram realizar sequer uma 
repetição, a carga foi diminuída e, nos casos em que foi possível realizar duas 
repetições, a carga foi aumentada para a próxima tentativa, após um intervalo de 
recuperação de 3 a 5 minutos. 
Uma terceira tentativa foi realizada nos mesmos moldes das tentativas 
anteriores. O tempo de intervalo entre os exercícios foi de três a cinco minutos, a 
forma de execução foi padronizada e constantemente monitorada. A carga de 1RM 
foi aquela em que a avaliada realizou apenas uma repetição. Todas as participantes 
foram submetidas a quatro sessões de testes de 1RM. 
 
4.4 Teste de resistência de força 
 
Foi realizado um teste de resistência de força após 48 horas do término 
da última sessão dos testes de 1-RM. A ordem e os exercícios utilizados para o teste 
de resistência de força foi a mesma do teste de 1RM. O protocolo de teste consistiu 
na realização de quatro séries em cada exercício com 80% da carga obtida no teste 
de 1RM, até a voluntária exaustão. As avaliadas executaram uma série de seis a 10 
repetições como aquecimento no próprio aparelho a ser utilizado no teste com 50% 
da carga que foi utilizada no teste. Após dois minutos de intervalo, as avaliadas 
foram instruídas a realizarem o maior número de repetições máximas (RM) em cada 
série. Houve um intervalo de descanso entre as séries de dois minutos. O intervalo 
entre cada exercício foi de três a cinco minutos. 
 
 14 
4.5 Análise Estatística 
 
Inicialmente foi verificada a distribuição dos dados mediante o teste de 
Shapiro-Wilk. Após a confirmação da distribuição paramétrica dos dados as 
informações relativas a caracterização da amostra foram descritas em valores de 
média, desvio-padrão, mínimo e máximo. As informações quanto ao número de 
repetições realizadas em cada série de cada exercício estão expostas em valores 
médios e desvio-padrão. Todas as informações foram tratadas no software SPSS 
versão 17.0. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
5 Resultados 
 
Resultados 
A tabela 1 apresenta os dados de caracterização da amostra. 
Tabela 1 - Características iniciais das 28 participantes do estudo. 
 Média Desvio-Padrão Mínimo Máximo 
IDADE (anos) 20,18 2,94 17,00 30,00 
ESTATURA (cm) 165,34 5,82 157,00 178,50 
IMC (kg/m2) 21,27 2,78 16,36 28,86 
%GORD 23,75 4,44 12,97 32,40 
 
As figuras 1, 2 e 3 apresentam o desempenho no teste de resistência 
de força (80% de 1-RM) nos exercícios, supino em banco horizontal, agachamento e 
rosca direta de bíceps, respectivamente. 
 
 
Figura 1 – Desempenho no exercício supino em banco horizontal (n=28). 
 
 
Na Figura 1 estão apresentados os resultados referente ao exercício Supino em 
banco horizontal, na primeira série do exercício foram realizadas oito repetições, 
mas nas séries subseqüentes as participantes não conseguiram manter um 
desempenho, havendo um declínio no número de repetições. Na Figura 2 estão 
expressos os resultados do exercício Agachamento no smith, as participantes 
conseguiram realizar nove repetições na primeira série, de acordo com o 
preconizado pelo ACSM (2009), porem o desempenho também não foi mantido ao 
longo das séries. Na Figura 3 estão expressos os resultados do exercício Rosca 
direta de bíceps, nesse exercício as participantes também não conseguiram manter 
o desempenho em todas as séries. 
 16 
 
Figura 2 – Desempenho no exercício agachamento (n=28). 
 
 
 
Figura 3 – Desempenho no exercício rosca direta de bíceps (n=28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
6 Discussão 
 
As recomendações para o aumento de força e hipertrofia, são de que o 
percentual de 1RM seja sempre superior a 60% de 1RM, na maioria dos estudos é 
utilizada uma intensidade de 80% de 1RM, sendo possível realizar entre oito a 12RM 
para iniciante e intermediários (ACSM, 2009). Estudos vêm indicando algumas 
limitações para a prescrição do TP baseando-se nesses percentuais de 1RM, sendo 
que o numero de repetições máximas podem variar a partir do grupo muscular, 
exercício utilizado e gênero. 
Simão et al. (2002) demonstraram em seu estudo, que o número de 
repetições variam de acordo com o exercício para o mesmo percentual de 1RM, 
essa diferença pode ser explicada pelo fato das características das articulações 
envolvidas, tamanho dos grupos musculares e nível de treinamento do praticante, 
podendo influenciar na realização do exercício. 
No presente estudo utilizamos uma intensidade considerada elevada 
(80% de 1RM), porém que está inserida nas recentes recomendações do ACSM 
(2009). Dessa forma, os indivíduos conseguiram realizar o número de repetições (6-
12) preconizadas pelo ACSM somente na primeira série de cada exercício. Nas 
demais séries, em todos os três exercícios, as participantes apresentaram uma 
incapacidade de manter o desempenho desejado dentro da intensidade proposta. 
Em nosso estudo foi possível realizar uma média de oito RM no 
exercício supino horizontal na primeira série. O resultado deste estudo corrobora 
com o estudo de Hoeger et al. (1990), onde foi possível realizar em média 10RM no 
exercício supino horizontal. A diferença no nosso estudo foi que as participantes não 
conseguiram manter as recomendações nas séries subseqüentes. 
No presente estudo foi verificado que as mulheres realizaram uma 
média de nove RM no exercício agachamento. No estudo de Chagas, Barbosa e 
Lima (2005), foram realizadas no exercício leg press uma média de sete RM, 
conseguindo manter as recomendações da ACSM. Apesar do leg press e 
agachamento serem exercícios diferentes eles tem o mesmo padrão motor e 
envolvem a mesma porção muscular. Já no estudo realizado por Hoeger et al. 
(1990), verificaram que no exercício leg press, na mesma intensidade foram 
realizadas uma média de 22RM em mulheres treinadas, e médias de 11RM em 
mulheres não treinadas, verificando uma diferença considerável no número de RM, 
 18 
sugerindo haver diferenças entre o nível de treinamento do praticante.Comparando 
os resultados dos estudos de Hoeger et al. (1990) e Chagas, Barbosa e Lima (2005), 
com as outras séries do nosso estudo, também não foi possível manter as 
recomendações para hipertrofia na intensidade de 80% de 1RM no exercício 
agachamento. 
No exercício rosca direta foi realizado em média sete RM na primeira 
série do exercício, ocorrendo também o declínio no número de RM nas series 
subseqüentes. Os resultados do nosso estudo corroboram com o estudo de Simão 
et al. (2009), onde foi encontrada a média de 10RM no exercício rosca direta, 
havendo também o declínio no número de RM a partir da segunda série, porém 
nesse estudo as participantes conseguiram manter as recomendações de hipertrofia 
da ACSM até a terceira série. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
7 Conclusão 
 
Com base nos resultados podemos concluir que aparentemente 
mulheres sem experiência prévia em TP não conseguem manter o número de 
repetições preconizados pelas recomendações do ACSM (2009) a uma intensidade 
de 80% de 1RM. 
Adicionalmente, foi possível observar que este comportamento é, 
supostamente, independente do grupamento muscular envolvido no exercício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
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BARQUILHA, Gustavo.; SIMÃO, Roberto.; FELÍCIO, Jefferson M.F.; OLIVEIRA, João 
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 23 
 ANEXOS I 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO 
 
Responsáveis: Thiago Bonanato da Silva 
 Ademar Avelar 
Este é um convite especial para você participar voluntariamente do estudo É POSSIVEL SEGUIR AS 
RECOMENDAÇÕES DO ACSM (2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS SÉRIES DE OITO A 12 
REPETIÇÕES COM 80% DA CARGA DE 1RM? .” Por favor, leia com atenção as informações abaixo 
antes de dar seu consentimento para participar do estudo. Qualquer dúvida pode ser esclarecida 
diretamente com o pesquisador Thiago Bonanato Da Silva (Fone: 43 9162 -53 62). 
OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO 
Verificar o número de repetições máximas que podem ser realizadas em mulheres não 
treinadas em força no percentual de 80% de 1RM e verificar ao índice de resistência a fadiga. Este 
estudo é importante para saber se o percentual de 1RM é um método efetivo na prescrição da 
intensidade no treinamento com pesos. 
PROCEDIMENTOS 
Os sujeitos irão passar por uma avaliação antropométrica, após essa avaliação os sujeitos 
irão realizar 4 sessões de teste de uma repetição máxima , com intervalo de 72 horas entre cada 
teste. Após 48 da realização dos testes de força, os sujeitos realizarão um testede resistência a 
fadiga nos mesmos exercícios do teste de 1RM, com percentual de 80%. 
 
DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO 
Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos 
 
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA 
A sua participação neste estudo é voluntária e ele (a) terá plena e total liberdade para 
desistir do estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer prejuízo para ele (a). 
 
GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE 
As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer informação divulgada 
em relatório ou publicação será feita sob forma codificada, para que a confidencialidade seja mantida. 
O pesquisador garante que seu nome não será divulgado sob hipótese alguma. 
 
Diante do exposto acima eu, ___________________________________________, declaro que fui 
esclarecido sobre os objetivos, procedimentos e benefícios do presente estudo. Participo de livre e 
espontânea vontade do estudo em questão. Foi-me assegurado o direito de abandonar o estudo a 
qualquer momento, se eu assim o desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de 
dependência profissional ou educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja, os 
pesquisadores desse projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho ou nos estudos), 
não me sentindo pressionado de nenhum modo a participar dessa pesquisa. 
Londrina, ______ de ______________ de _________. 
 
 
________________________________ 
 
___________________________________ 
Responsável RG __________________ Pesquisador RG ____________________

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