Buscar

Redação Assédio sexual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

No século XX, o livro “O segundo sexo” foi uma das obras precursoras do Movimento Feminista, no qual a autora Simone de Beauvoir expõe o desenvolvimento da opressão masculina ao longo dos anos. Porém, nos dias atuais, essa escrita ainda é necessária pois ainda que o feminismo tenha se disseminado, é notória a perpetuação de uma sociedade patriarcal que banaliza bem como naturaliza o assédio sexual. Com isso, as raízes profundas do machismo junto com a objetificação da mulher fazem com que o entrave precise ser seriamente enfrentado pelo poder público e pela educação.
É importante, em primeiro plano, destacar que o viés histórico da problemática fomenta esse fenômeno no Brasil. Desde o início da construção do país, percebe-se que a figura feminina é ligada ao lar, é dita como submissa, atuando como coadjuvante; motivo pela dificuldade para a conquista de direitos, diante do estereótipo imposto às mulheres. Dessa forma, hoje existem heranças históricas desses pensamentos- mesmo após as mesmas conquistarem direitos, liberdade, possuírem o direito de ir e vir, de compra- muitas mulheres tem seu cotidiano mudado por causa do assédio sexual; através da importunação sexual, do constrangimento, mas por esses comportamentos serem disseminados através das gerações torna o impasse “natural”, sendo alvo de banalização. Logo, nota-se que as mulheres são cidadãs de papel, teoria do jornalista Gilberto Dimenstein, pois, pela lei, constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual é um crime mas isso acontece no cotidiano das mulheres e numerosas vezes sai impune, demonstra-se assim que os seus direitos são legitimados apenas no papel.
Cabe mencionar, em segundo plano, é notória a coisificação da mulher na contemporaneidade. Acerca disso, na indústria pornográfica, anúncios publicitários, na indústria cinematográfica e no mundo dos videogames, a imagem da mulher foi consolidada e difundida como um objeto, dando sensação de posse bem como dominação. Com base nisso, a propagação de uma ideia de superioridade masculina perpetua-se através de mecanismos de divulgação de massa e entretenimento através da forma simbólica de representação da mulher, com o seu corpo bem como beleza sendo tratada como um objeto. Por fim, essa objetificação corrobora para fomentar a cultura de assédio na sociedade brasileira e com a perpetuação da banalização tal como a naturalização contribuem para a crescente violência sexual e verbal à mulher.
Infere-se, portanto, a urgência de combater o assédio sexual no Brasil. Para tanto, é responsabilidade do Ministério da Educação promover nas instituições de ensino debates, palestras e artivismo como forma de denúncia social, ensinando desde a infância a gravidade desse ato bem como fomentar coletivos feministas dentro do ambiente escolar com apoio de coletivos externos, com o fito de acolhimento e união para denúncias e combate desde assédios, abusos promovendo assim uma educação menos machista e mais igualitária. Além disso, cabe à mídia instaurar uma imagem negativa dessa atitude, por meio da valorização feminina em comerciais, séries, novelas tornando-as personagens principais de modo a anular a subordinação feminina tal como a objetificação dos seus corpos bem como divulgar através de campanhas publicitárias e de mídias sociais canais de denúncias, na qual estimulem a comunicação das mulheres com as autoridades, mas também cobrando do poder público para que tais crimes não permaneçam impunes, tendo assim sua cidadania legitimada. Com isso, ao abolir o machismo estrutural e a banalidade do assédio uma sociedade brasileira igualitária será alcançada, como almejava a escritora francesa

Outros materiais