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Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina ANATOMIA → ANEL LINFÁTICO DE WALDEYER - Constituído pelo conjunto de tecido linfoide localizado na faringe e compreende as tonsilas faríngeas (adenoides ou de Luschka), tonsilas tubárias, tonsilas palatinas (amigdalas), tonsilas linguais e nódulos linfoides da faringe. - São órgãos do tecido linfoide, constituídos por linfócitos B e tecido conjuntivo - São responsáveis pela primeira linha de defesa dos tratos digestório e respiratório contra agentes externos - Tonsilas palatinas (amígdalas) representam o maior grupamento de tecido linfoide da orofaringe . Localização: lateralmente na orofaringe, entre os pilares tonsilares anterior e posterior, formando a maior parte do anel de Waldeyer. . Em vigência de inflamação, podem alcançar a nasofaringe e levar a obstrução nasal ou atingir a hipofaringe, levando a obstrução de vias aéreas. . Classificação de Brodsky FARINGOTONSILITES → Acometimento da mucosa da faringe por processos infecciosos, de origem local ou geral. - Processos infecciosos da faringe comumente atingem toda a mucosa e toda a estrutura linfoide da faringe, havendo situações em que um ou outro segmento é mais acometido, dando origem às denominações tonsilites palatinas, adenoidites, tonsilites linguais e faringites → ETIOLOGIA -> causadas por vírus ou agentes bacterianos diversos em que não há uma especificidade direta entre o agente etiológico e o quadro clínico FARINGOTONSILITE ERITEMATOSA → ETIOLOGIA - VIRAL . Prevalência: crianças menores de 3 anos . Vírus mais identificados: adenovírus, rinovírus, coronavírus, vírus epstein-barr, vírus coxsackie e vírus herpes simples - BACTERIANA . Agente etiológico mais comum: Estreptococo beta-hemolítico do grupo A . Ocorre com mais frequência em climas frios e temperados . Prevalência: crianças acima dos 3 anos (mais comum de 5 a 15 anos) → DURAÇÃO -> 3 a 6 dias no adulto e de 6 a 10 dias na criança → QUADRO CLÍNICO - Odinofagia, indisposição geral, calafrios, temperatura de até 40°C, dores musculares, artralgias, enfartamento de gânglios submandibulares. - Faringotonsilite viral -> sinais e sintomas extrafaríngeos, secreção nasal, tosse, conjuntivite, rouquidão, diarreia, febre não tão elevada, início insidioso. → DIAGNÓSTICO - Hemograma -> leucocitose com desvio para esquerda nos casos bacterianos - Bacteriana estreptocócica: cultura das tonsilas, criptas tonsilares ou faringe -> padrão-ouro - Swab faríngeo e cultura do material obtido - Sorologias são importantes para determinar a ocorrência de infecções estreptocócias → TRATAMENTO Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina - SINTOMÁTICO . Analgésicos . Antitérmicos . Gargarejos com antissépticos . Repouso . Hidratação . Alimentação adequada - ETIOLÓGICO . Viral: autolimitada . Bacteriana: Penicilina (duração de 10 dias, mesmo que o paciente se mostre assintomático já nos primeiros dias) FARINGOTONSILITES DIFTEROIDES → ETIOLOGIA - Pseudomembranas recobrem as tonsilas palatinas e podem atingir os pilares tonsilares, tornando a mucosa da faringe bastante hiperemiada - Agentes bacterianos mais frequentes: estreptococos, podendo coexistir copatógenos, como pneumococos → QUADRO CLÍNICO - Sintomas locais de dor - Temperatura pode estar muito elevada → TRATAMENTO - SINTOMÁTICO . Analgésicos . Antitérmicos . Gargarejos com antissépticos . Repouso . Hidratação . Alimentação adequada - ETIOLÓGICO . Penicilina → COMPLICAÇÕES - ABSCESSOS TONSILARES . Geralmente unilaterais, sendo o processo infeccioso encistado, localizado no parênquima tonsilar, podendo levar a uma necrose tecidual e coleção purulenta, com edema dos tecidos circunvizinhos. . Principal sintoma é dor à deglutição, e, ao exame, vê--se abaulamento na tonsila palatina acometida . Tratamento: drenagem e antibioticoterapia - ABSCESSOS PERITONSILARES . Mais frequentes na região do polo superior das tonsilas palatinas em virtude da maior riqueza de criptas nessa região da tonsila . Mais frequente em adultos . Quadro clínico: dor intensa unilateral com irradiação para o ouvido, sialorreia, dificuldade na deglutição, voz anasalada, podendo ocorrer trismo, febre, mal-estar e calafrios . Exame Físico: abaulamento unilateral, que desloca a tonsila em direção à linha mediana, e sinais inflamatórios bastante intensos, com edema, eritema, até indulto pultáceo . Tratamento: drenagem e antibioticoterapia (escolha do antibiótico deve visar principalmente a possibilidade de germes produtores de betalactamase) → Causadas por agentes específicos, podendo haver certa correlação entre o agente causal e as características do processo patológico. FARINGOTONSILITE DIFTÉRICA → EXAME FÍSICO: presença de uma pseudomembrana que recobre as tonsilas palatinas, os pilares e a úvula (acinzentada e bem aderente) - Linfonodos submandibulares muito aumentados - Criança: apresenta um quadro de toxemia acentuada, com prostração, alterações cardiovasculares e mesmo neurológicas → DIAGNÓSTICO: exame bacterioscópico direto e cultura do material coletado das tonsilas ou da orofaringe → TRATAMENTO: soro antidiftérico associado a penicilina ou eritromicina, pois pode haver concomitância de bacilo diftérico e estreptococo FARINGOTONSILITE FUSOESPIRALAR → Acomete mais frequentemente pacientes com de gengivites ou com precária higiene oral e mau estado dos dentes - Presença da associação entre bacilo fusiforme e espirilo, que são comensais da cavidade oral, podendo desencadear uma ulceração rasa e recoberta por pseudomembrana e material necrótico de odor fétido de uma tonsila. → QUADRO CLÍNICO: disfagia, com dor unilateral, sialorreia e infartamento ganglionar submandibular, sem elevação da temperatura - Evolução de 5 a 7 dias Simulação Clínica Júlia Araújo Medicina → TRATAMENTO: ampicilina ou cefalosporina, além do tratamento com antissépticos locais por meio de gargarejos e analgésicos FARINGOTONSILITE LUÉTICA → ETIOLOGIA: Treponema pallidum → SÍFILIS PRIMÁRIA: acometimento da tonsila palatina ou pilar tonsilar, onde se observa tonsila congesta, endurecida, podendo apresentar ulceração rasa com indulto pseudomembranoso - Odinofagia e linfadenopatia submandibular satélite - Exame Bacterioscópico irá revelar o T. pallidum → SÍFILIS SECUNDÁRIA: faringotonsilite se exterioriza por meio de congestão intensa ou de placas opalinas que se localizam no palato mole, nos pilares tonsilares, nas tonsilas ou mesmo como ulcerações rasas muito dolorosa → SÍFILIS TERCIÁRIA/ TARDIA: lesões profundas que atingem a camada muscular do palato mole, dos pilares tonsilares ou da parede posterior da faringe, deixando sequelas cicatriciais que podem comprometer as funções dessas estruturas → TRATAMENTO: Penicilina FARINGOTONSILITE DECORRENTE DE DOENÇAS INFECCIOSAS → SARAMPO → ESCARLATINA → FERBRE TIFÓIDE → FEBRE REUMÁTICA → HERPANGINA (Faringotonsilite por coxsackie A) → ADENOVÍRUS → DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA → FEBRE AFTOSA → MONONUCLEOSE INFECCIOSA