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Resumo completo de Recursos - CPC

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Prévia do material em texto

DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DO MEIOS DE MPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
 (
Processos Originários
) (
TRIBUNAIS
)
 (
Impugnação de decisões judiciais 
)
 (
Uniformização de jurisprudência
)
 (
Reclamação
)
 (
Incidente de arguição de inconstitucionalidade
)
 (
Conflito de competência
)
 (
Homologação de decisões estrangeiras 
)
 (
Meios incidentais 
) (
Recursos
)
 (
Ações judiciais
) (
Meios autônomos 
)
 (
Precedentes vinculantes
)
 (
- 
Decisões
 do STF em Cont. Conc. De Constitucionali
dade
- Súmulas vinculantes
- Súmulas do STF 
(
matéria const.) Súmulas do ST
J (
infracosn
.)
- Orientações do plenário 
ou órgão especial a que estiverem vinculados
- 
Microssistema de tutela de causas repetitivas 
)
 (
STF
)
 (
COMRCA X
VARAS
) (
TJ
) (
STJ
) (
COMARCA W
VARAS
) (
COMARCA Y
VARAS
)
 (
Atribuições do relator
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento 
a
 recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
(decisão monocrática)
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
 
Justiça em julgamento de recursos
 
repetitivos;
c) entendimento firmado
 
em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
 
assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado 
originariamente
 perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
)ORDEM DOS PRESSOS NOS TRIBUNAIS – REGRAS GERAIS 
---> Autos registrados no protocolo com imediata distribuição ---> conclusos ao relator 
 
 
----> os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia													 p/julgamento, ordenando a publicação da pauta no órgão oficial.
Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos,
o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, 
salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e 
os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV - os demais casos.
---> Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao: 
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias
que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.
O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.
Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
Cumprida a diligência anterior, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso.
Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
Quando não determinadas pelo relator, as providências poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.
Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
Quando requisitar os autos na forma do anterior, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
---> Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.
No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
Técnica de ampliação de julgamento
Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
Os julgadoresque já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
Todo acórdão conterá ementa.
Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias
Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acordão.
AÇÃO RESCISÓRIA
Ação de conhecimento que tem por finalidade impugnar decisão judicial de mérito após o trânsito em julgado, sendo uma ação de competência do Tribunal.
 (
Há erro de fato quando a decisão rescindenda 
admitir
 
fato inexistente
 ou quando 
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido
, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora 
não
 seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
) (
A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de 
dolo
 ou 
coação
 da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de 
simulação
 ou 
colusão
 entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do 
caput 
deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo
.
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em 
erro de fato
 verificável do exame dos autos.
)
	
 (
Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Nas hipóteses do 
art. 178
, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era
 obrigatória a intervenção.
)	
 (
A propositura da ação rescisória 
não
 impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória
.
)
	
 (
A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do 
art. 319
, devendo o autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por 
unanimidade
 de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.
Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.
Além dos casos previstos no 
art. 330
, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo.
Aplica-se à ação rescisória o disposto no 
art. 332
.
Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda:
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no 
§ 2
o
 do art. 966
;
II - tiver sido substituída por decisão posterior.
A
pós a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente.
) (
Considerando, 
por
 
unanimidade
, 
inadmissível
 ou 
improcedente
 o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no 
§ 2
o
 do art. 82
.
Art. 82. (...) § 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.
O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
Prorroga-se até o primeiro dia útil 
imediatamente
 subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense
.
) (
Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito.
) (
Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, 
sucessivamente
, pelo prazo de 10 (dez) dias.
Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente.
) (
D
evolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
A escolha de relator recairá, 
sempre que possível
, em juiz que não haja participado do julgamento rescindendo.
Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos.
) (
O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) diaspara, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
)	
RECURSOS
1- CONCEITO 
Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão. 
2- CARACTERÍSTICAS
1- Não têm natureza jurídica de ação, nem criam um novo processo. 
São interpostos na mesma relação processual e têm o condão de prolongá-la.
2- A aptidão para retardar ou impedir a preclusão ou a coisa julgada 
Enquanto houver recurso pendente, a decisão impugnada não se tornará definitiva.
Enquanto houver possibilidade de interposição de recursos --> decisões não se tornam definitivas.
Mas a decisão pode, desde logo, produzir efeitos --> Recursos sem efeito suspensivo
3- Correção de erros de forma ou de conteúdo
4- Impossibilidade, em regra, de inovação
Não se pode invocar, em recurso, matérias que não tenham sido arguidas e discutidas anteriormente. Ou seja, não se pode inovar no recurso. 
Exceções:
--> fatos supervenientes, que repercutam sobre o julgamento (493);
--> apelante suscitar questões de fato que não tenha invocado no juízo inferior, quando provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior (1.014);
--> questões de ordem pública, que podem ser conhecidas a qualquer tempo.
5- Sistema de interposição
Regra: órgão “a quo”
Única exceção: Agravo de Instrumento – interposto diretamente no Tribunal.
Há alguns recursos interpostos e julgados perante o mesmo órgão; não se pode falar, nesses casos, em órgão a quo e ad quem.
Órgão “a quo” --> não faz juízo de admissibilidade, apenas faz o processamento do recurso e o envia para o “ad quem”.
Órgão “ad quem” --> exame de admissibilidade e de mérito.
6- A decisão do órgão ad quem em regra substitui a do a quo
Exceções: 
pode não conhecer do recurso --> a decisão do órgão a quo prevalece
conhece o recurso, apenas para anular ou declarar a nulidade da decisão anterior --> determina o retorno dos autos para que seja proferida outra
conhece o recurso, negando-lhe provimento, caso em que a decisão anterior está mantida; ou dando-lhe provimento, para reformá-la
7- O não conhecimento do recurso e o trânsito em julgado
A partir de quando pode considerar-se transitada em julgado uma sentença, quando a apelação não foi sequer conhecida pelo órgão ad quem?
STJ --> ainda que não venha a ser conhecido, impede o trânsito em julgado, salvo em caso de má-fé. Ele só ocorrerá daí para diante, e não mais retroagirá, salvo má-fé.
3- PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS SUJEITOS A RECURSO 
Sentenças: pronunciamentos do juiz por meio dos quais ele, com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Contra elas caberá a apelação e, eventualmente, embargos de declaração;
Decisões interlocutórias: pronunciamentos judiciais de conteúdo decisório, que se prestam a resolver questões incidentes, sem pôr fim ao processo ou à fase condenatória. 
Há as decisões interlocutórias que são recorríveis em separado: isto é, por meio de um recurso próprio e específico, interposto contra elas, que é o agravo de instrumento (são as enumeradas no art. 1.015 do CPC); e
Há aquelas que não são recorríveis em separado, por meio de agravo de instrumento (as que não integram o rol do art. 1.015), mas que podem ser reexaminadas, desde que suscitadas como preliminar na apelação ou nas contrarrazões.
Contra as decisões interlocutórias, agraváveis ou não, também cabem embargos de declaração; 
Decisões monocráticas proferidas pelo relator: O relator dos recursos ou dos processos de competência originária dos tribunais tem uma série de atribuições, elencadas no art. 932. Pode até mesmo, em determinados casos, julgar monocraticamente o recurso, dando-lhe ou negando-lhe provimento (art. 932, IV e V). 
Da decisão do relator cabe agravo interno; 
Acórdãos, decisões colegiadas dos Tribunais (art. 204): contra elas, além dos embargos de declaração, poderão caber recurso extraordinário e especial, em caso de ofensa à Constituição ou à lei federal. Também será admissível o recurso ordinário, nos casos previstos na Constituição Federal.
4- JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO DOS RECURSOS 
Da mesma forma como, antes de examinar o mérito, o juiz deve verificar se estão preenchidos os pressupostos processuais e as condições da ação, antes de examinar a pretensão recursal, deve-se analisar os requisitos de admissibilidade do recurso. 
O exame é feito pelo órgão ad quem e, exclusivamente no RE e no REsp, também pelo órgão a quo. 
Os requisitos de admissibilidade constituem matéria de ordem pública e, por isso, devem ser examinados de ofício. 
Constituem os pressupostos indispensáveis para que o recurso possa ser conhecido. 
O não preenchimento leva a que a pretensão recursal nem sequer seja examinada. 
5- REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
Intrínsecos: Dizem respeito à relação entre a natureza e o conteúdo da decisão recorrida - são o cabimento, a legitimidade para recorrer e o interesse recursal;
Extrínsecos: Levam em conta fatores que não dizem respeito à decisão impugnada, mas que são externos a ela - são a tempestividade, o preparo, a regularidade formal e a inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer. 
REQUISITOS INTRÍNSECOS: Condições para que se possa ser examinado pelo mérito.
1- Cabimento: Recurso cabível é aquele previsto no ordenamento jurídico e, nos termos da lei, adequado contra a decisão. O rool é taxativo – art.994. Nada impede que lei especial crie outros.
2-Legitimidade Processual: São legitimados a interpor recursos:
- As partes e intervenientes: autor, réu, admitidos por intervenção de terceiro (denunciado, chamado ao processo, assistente litisconsorcial – lit. ulterior)
- MP ( parte / fiscal )
- Terceiro prejudicado: Aquele que tenha interesse jurídico de que a sentença seja favorável a uma das partes, porque tem com ela uma relação jurídica que, conquanto distinta daquela discutida em juízo, poderá ser atingida pelos efeitos reflexos da sentença. (996, §1º)
- Advogado recorrer em nome próprio: quando o objeto do recurso forem os seus honorários. Não o terá para recorrer dos demais pontos da sentença, mas tão somente daquele que os fixar. Mas se preferir não recorrer em nome próprio, pode fazê-lo em nome da parte que o constituiu e que também tem legitimidade recursal. A legitimidade de parte para recorrer dos honorários é extraordinária, já que estes pertencem não a ela, mas ao advogado.
**A interposição de apelação apenas sobre os honorários advocatícios não impedirá a execução do restante da sentença, sobre o qual não pende recurso com efeito suspensivo. 
Não tem legitimidade recursal: o juiz, funcionários da justiça - * perito discute honorários em ação própria. 
3- Interesse recursal: Para que haja interesse é preciso que, por meio do recurso, se possa conseguir uma situação mais favorável do que a obtida com a decisão ou a sentença. Está condicionado à sucumbência do interessado.
*EMBARGOS DE DECLARAÇÃO --> apreciação está condicionada à existência de outro tipo de interesse: não o de modificar para melhorar a decisão judicial, mas o de aclarar, sanar alguma contradição, integrá-la ou corrigir erro material.
--> é possível recorrer apenas par sanar vício;
--> É possível ao réu recorrer da sentença de extinção sem resolução de mérito;
Há interesse recursal do réu para apelar da sentença extintiva, postulando julgamento definitivo de improcedência, o que impede a rediscussão.
--> Excepcionalmente será possível recorrer da fundamentação da sentença, mas mantendo o resultado.
EX: quando, por exemplo, ela não for compatível com a conclusão a que chegou o juiz, ou quando, ao formulá-la, o juiz extrapolar os limites objetivos da ação. Nesse caso, haverá nulidade, cujo saneamento justificaráo interesse do litigante, apesar do resultado favorável. 
Há casos, ainda, em que a fundamentação repercute sobre a formação da coisa julgada material. São aqueles em que, por força da lei, a coisa julgada é secundum eventum litis. Os exemplos mais importantes são as ações civis públicas e as ações populares, nas quais a sentença de improcedência por insuficiência de provas não faz coisa julgada material. 
Sendo assim, não é indiferente para o réu que a sentença de improcedência esteja fundada em insuficiência de provas ou em outro motivo, porque, no primeiro caso, inexistirá coisa julgada material. O réu tem interesse em apelar de improcedência por insuficiência de provas para alterar-lhe a fundamentação porque, se lograr êxito, obterá uma sentença mais favorável, de improcedência por outras razões, que se revestirá da autoridade da coisa julgada. 
Há interesse para recorrer de sentenças homologatórias de transação, reconhecimento jurídico do pedido ou renúncia ao direito em que se funda a ação? 
Aquele que fez acordo, reconheceu o pedido ou renunciou ao direito em que se funda a ação, em princípio, não tem interesse recursal, uma vez que o juiz se limitou a homologar a sua manifestação de vontade. Há preclusão lógica para a apresentação de recurso. Poderá fazê-lo, no entanto, para alegar que a homologação desbordou dos limites do acordo, do reconhecimento ou da renúncia. 
Há interesse em recorrer quando o juiz acolhe um dos pedidos alternativos? 
Se o autor, na inicial, formulou pedidos alternativos, sem manifestar preferência por nenhum deles, o acolhimento de um pelo juiz não autorizará a interposição de recurso para o acolhimento do outro, porque não terá havido sucumbência. Mas, se houver formulação de um pedido principal e um subsidiário, e o juiz acolher este em detrimento daquele, o autor terá interesse de recorrer.
REQUISITOS EXTRÍNSECOS 
São exteriores, relacionam-se a fatores externos, que não guardam relação com a decisão. São eles:
1. Tempestividade - 1.003 do CPC
Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em lei. Quanto ao início da contagem do prazo: data da intimação dos advogados ou sociedade de advogados, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública ou do Ministério Público. 
 Prazo geral para todos os recursos do CPC ==> prazo de 15 dias. 
*Os embargos de declaração serão opostos no prazo de cinco dias.
O Ministério Público, a Fazenda Pública, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública têm os prazos recursais e de contrarrazões em dobro. O prazo será dobrado também para a interposição de recurso adesivo. Os litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, desde que o processo não seja eletrônico, têm em dobro o prazo para recorrer — sob a forma comum ou adesiva — e também para contrarrazoar. 
A oposição de embargos de declaração por qualquer dos litigantes interrompe o prazo para a apresentação de outros recursos. A interrupção beneficia todos os litigantes (CPC, art. 1.026). A eficácia interruptiva vale também no Juizado Especial Cível, já que o art. 1.065 do CPC alterou a redação do art. 50 da Lei n. 9.099/95.
2- O preparo (1007)
Aquele que recorre deve pagar as despesas com o processamento do recurso, que constituem o preparo. 
A beneficiária é a Fazenda Pública, por isso os valores devem ser recolhidos em guia própria e pagos na instituição financeira incumbida do recolhimento. 
Além do preparo, também haverá o recolhimento do porte de remessa e retorno, quando o recurso tiver de ser examinado por órgão diferente daquele que proferiu a decisão, salvo quando se tratar de processo eletrônico. 
Cabe à legislação pertinente estabelecer quais são os recursos que exigem o recolhimento do preparo. 
Ficam ressalvados os embargos de declaração, que não o exigirão, porque julgados pelo mesmo juízo ou órgão que prolatou a decisão, visando apenas integrá-la ou aclará-la. 
Há, porém, recorrentes que, dada a sua condição, estão isentos (art. 1.007, § 1º). São eles:
■o Ministério Público; 
■a Fazenda Pública;
■os beneficiários da justiça gratuita. 
Há necessidade de preparo no recurso especial e no extraordinário? 
É preciso àquele que interpõe recurso especial recolher o preparo e o porte de remessa e retorno. 
Com relação ao recurso extraordinário, o regimento interno do Supremo Tribunal Federal também exige o recolhimento de preparo e porte de remessa e retorno. 
Qual o valor do preparo? 
O valor depende da legislação pertinente.
 
Há preparo em recurso adesivo? 
O art. 997, § 2º, do CPC dispõe que são aplicáveis ao recurso adesivo as mesmas regras do recurso independente, quanto aos requisitos de admissibilidade. Se o recurso principal recolhe preparo, o adesivo também recolherá.
Qual a ocasião oportuna para comprovar o recolhimento? 
No ato de interposição do recurso, ocasião em que também deve ser comprovado o porte de remessa e retorno. 
Súmula 484 STJ: “Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário”. 
A falta de comprovação do recolhimento do preparo no ato de interposição não é causa de rejeição liminar do recurso. O recorrente deverá ser intimado, na pessoa de seu advogado, para proceder ao recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
Não cabe ao juízo a quo fazer o prévio juízo de admissibilidade do recurso, exceto no caso de recurso extraordinário ou especial. Assim, sendo ordinário o recurso, ainda que sem preparo, o órgão a quo deve determinar a subida dos autos ao Tribunal. Mas o relator, se verificar que o preparo não foi recolhido, ou foi recolhido fora do prazo, mas pelo valor singelo e não em dobro, deverá determinar a intimação do advogado do recorrente para recolhimento ou complementação, sob pena de deserção, no prazo de cinco dias. As mesmas regras aplicam-se ao porte de remessa e retorno. 
Complementação do preparo 
O art. 1.007, § 2º, do CPC trata da hipótese de insuficiência do preparo, estabelecendo que o recurso será considerado deserto se a diferença não for recolhida em cinco dias. O dispositivo trata apenas da insuficiência, não da falta de recolhimento.
Havendo apenas insuficiência, a complementação poderá ser feita pela diferença. 
Havendo falta de recolhimento, pelo dobro do que era devido, originalmente, como preparo. 
As mesmas regras valem para o porte de remessa e retorno. Se o recorrente que não recolheu preparo for intimado para recolhê-lo em dobro, e o fizer a menor, não haverá oportunidade de complementação, e o recurso será julgado deserto (art. 1.007, § 5º).
3- Regularidade formal 
Regra ==> apresentados por escrito. 
No entanto, a lei autoriza interposição oral, em casos excepcionais. 
É o caso dos embargos de declaração no Juizado Especial (art. 49 da Lei n. 9.099/95). 
Conquanto a interposição seja oral, há necessidade de que o recurso seja reduzido a termo, para que o órgão julgador possa conhecer-lhe o teor. 
Não será admitido o recurso que venha desacompanhado de razões, que devem ser apresentadas, em sua totalidade, no ato de interposição. 
Não se admite que as razões sofram acréscimos, sejam modificadas ou aditadas, posteriormente. Fica ressalvada, porém, a eventual modificação, alteração ou complementação da sentença por força de embargos de declaração. Se uma das partes apela e outra opõe embargos de declaração que provocam alteração ou complementação da sentença, aquele que apelou poderá acrescentar novos pedidos ou fundamentos ao seu recurso, relacionados àquilo que foi acrescido ou modificado. 
Ao apresentar o recurso, a parte deve formular a sua pretensão recursal, aduzindo se pretende a reforma ou a anulação da decisão, ou de parte dela, indicando os fundamentos para tanto.
4- Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer 
São os pressupostos negativos de admissibilidade, isto é, circunstâncias que não podem estar presentes para que o recurso seja admitido. 
Os fatos extintivos são a renúncia e a aquiescência; 
O fato impeditivoé a desistência do recurso.
Renúncia e aquiescência 
São sempre prévias à interposição, ao contrário da desistência, que pressupõe recurso já apresentado. 
A renúncia é manifestação unilateral de vontade, pela qual o titular do direito de recorrer declara a sua intenção de não o fazer. Sua finalidade, em regra, é antecipar a preclusão ou a coisa julgada. Caracteriza-se por ser irrevogável, prévia e unilateral, o que dispensa a anuência da parte contrária. 
A aquiescência é a manifestação, expressa ou tácita, de concordância do titular do direito de recorrer, com a decisão judicial. Impede que haja recurso, por força de preclusão lógica. Pode ser expressa quando o interessado comunica ao juízo a sua concordância com o que ficou decidido; e tácita, quando pratica algum ato incompatível com o desejo de recorrer. Por exemplo, cumprindo aquilo que foi determinado na decisão ou sentença. 
Não se admite renúncia prévia, formulada antes da decisão ou sentença, salvo nos casos em que já seja possível conhecer de antemão o seu teor. É o que ocorre, por exemplo, quando as partes fazem acordo e pedem que o juiz o homologue, renunciando ao direito de recorrer. Nesse caso, conquanto a renúncia seja anterior à homologação, as partes já sabem qual será o teor do julgamento. 
A renúncia vem tratada no art. 999 do CPC, que explicita a desnecessidade de aceitação da outra parte; e a aquiescência, no art. 1.000: “A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer”. O parágrafo único conceitua aceitação tácita como “...a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer”. 
Parece-nos que, havendo renúncia ou aquiescência, ficará vedada a admissibilidade do recurso, seja sob a forma comum ou adesiva, uma vez que a decisão ou sentença precluirá ou transitará em julgado. 
Há situações em que poderá ser difícil distinguir se houve renúncia ou aquiescência, mas isso não terá importância, dado que ambas constituem causas extintivas do direito de recorrer.
A desistência do recurso 
É causa impeditiva, tratada no art. 998 do CPC: “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso”.
 O que distingue a desistência da renúncia é que ela é sempre posterior à interposição: só se desiste de recurso já apresentado, e só se renuncia ao direito de recorrer antes da interposição. 
O recorrente tem sempre o direito de desistir do recurso, independentemente de qualquer anuência, ainda que o adversário tenha oferecido já as contrarrazões, diferentemente da desistência da ação que, após o oferecimento de resposta, exige o consentimento do réu.
 A desistência pode ser manifestada até o início do julgamento do recurso e ser expressa ou tácita. Será expressa quando o recorrente manifestar o seu desejo de que ele não tenha seguimento; e será tácita quando, após a interposição, o recorrente praticar ato incompatível com o desejo de recorrer. 
Não pode haver retratação da desistência, porque, desde que manifestada — e ainda que não tenha havido homologação judicial —, haverá preclusão ou coisa julgada.
6 - MODO DE INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS — O RECURSO PRINCIPAL E O ADESIVO 
O recurso adesivo não é uma espécie, mas uma forma de interposição de alguns recursos. Podem ser opostos sob a forma adesiva a apelação, o recurso especial e o extraordinário.
 Caberá ao recorrente, quando possível, optar entre interpô-los sob a forma principal ou adesiva. São dois os requisitos do recurso adesivo: 
--> que tenha havido sucumbência recíproca, isto é, que nenhum dos litigantes tenha obtido no processo o melhor resultado possível;
--> que tenha havido recurso do adversário. 
Mas quando o recurso deve ser interposto como principal, ou adesivo?
Imagine-se, por exemplo, que A ajuíza em face de B uma ação de cobrança de 100 e que o juiz julga parcialmente procedente o pedido, condenando o réu a pagar ao autor 80. Houve sucumbência recíproca. 
Pode ocorrer que essa sentença não satisfaça nenhum dos litigantes e que ambos queiram que seja reformada pelo órgão ad quem. Intimadas, as partes apresentarão o seu recurso sob a forma principal. Serão recursos autônomos, cujos requisitos de admissibilidade serão examinados pelo juiz, individualmente. 
Mas pode ocorrer, por exemplo, que A, conquanto não tenha obtido o resultado mais favorável, o aceite e esteja disposto a não recorrer, para que, havendo logo o trânsito em julgado, a sentença passe a produzir efeitos. Sendo assim, deixará transcorrer o seu prazo in albis. Mas A descobre que o seu adversário recorreu, o que impede o trânsito em julgado: os autos terão de ser remetidos ao tribunal. O autor, se soubesse que o réu interporia recurso e que os autos subiriam, também teria recorrido, para tentar obter um resultado ainda mais favorável. 
Nessa circunstância, a lei processual lhe dá uma segunda oportunidade de recorrer, desta feita sob a forma adesiva. É como se o autor “pegasse carona” no recurso do adversário, apresentando também o seu. Essa breve explicação esclarece por que é indispensável que tenha havido sucumbência recíproca e recurso do adversário, pois do contrário não haveria como “pegar a carona”. 
Aquele que recorreu adesivamente preferiria que a sentença transitasse logo em julgado; mas, como houve recurso do adversário, ele aproveita para também recorrer. 
Isso explica o caráter acessório do recurso adesivo. Se o principal não for admitido, ou se houver desistência, ele ficará prejudicado, pois só sobe e é examinado com o principal. 
Processamento do recurso adesivo 
Publicada a sentença ou acórdão, fluirá o prazo para a apresentação de recurso principal, que pode ser interposto por ambas as partes. Havendo sucumbência recíproca, se só uma delas recorrer, a outra será intimada a oferecer contrarrazões. Nesse prazo, poderá apresentar o recurso adesivo. Este deve ser apresentado no prazo das contrarrazões, mas em peças distintas. Afinal, os fundamentos serão completamente diferentes: nas contrarrazões, o apelado postulará a manutenção do que lhe foi concedido; e, no recurso adesivo, a reforma da sentença, naquilo que lhe foi negado. 
Recebido o recurso adesivo, o juiz intimará a parte contrária para oferecer-lhe contrarrazões. Haverá, portanto, contrarrazões ao recurso principal e ao adesivo. 
Os requisitos de admissibilidade são os mesmos do recurso principal, tanto os extrínsecos como os intrínsecos (art. 997, § 2º, do CPC). Como ele é subordinado ao principal, se este não for admitido, for julgado deserto ou houver desistência, aquele ficará prejudicado (art. 997, § 2º, III). 
Aquele que apelou sob a forma principal, não pode, posteriormente, recorrer sob a forma adesiva. Imagine-se, por exemplo, que uma das partes tenha apelado sob a forma principal e que seu recurso não tenha sido admitido, por estar sem preparo ou fora do prazo. Havendo recurso do adversário, não será possível que ele tente agora interpor recurso sob a forma adesiva, uma vez que já exauriu o seu direito de recorrer.
7 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO RECURSAL
1.Duplo grau de jurisdição
Tratado entre os princípios fundamentais do processo civil, que diz respeito diretamente ao direito de recorrer. 
· Não é regra absoluta – decisão interlocutória de JEC é irrecorrível.
2. Princípio da taxatividade 
O rol legal de recursos é taxativo, numerus clausus. Só existem os previstos em lei, não sendo dado às partes formular meios de impugnação das decisões judiciais além daqueles indicados pelo legislador. 
3. Princípio da singularidade ou da unirrecorribilidade 
É o que estabelece que, para cada ato judicial, cabe um único tipo de recurso adequado. 
Decisões interlocutórias (1.015) --> cabe o agravo de instrumento
Sentenças –> apelação
Decisões monocráticas do relator --> agravo interno; 
Acórdãos (art. 102, III, CF) --> recurso extraordinário; 
Acórdãos, (art. 105, III, CF) --> recurso especial. 
O recurso ordinário será adequado nas hipóteses previstas na CF, arts. 102, II, e 105, II.
Masesse princípio não é absoluto e há situações em que será possível interpor recursos distintos contra o mesmo pronunciamento judicial ou, por meio de um recurso único, questionar mais de um pronunciamento. São elas: 
■ a interposição de apelação, na qual, seja como preliminar, seja nas contrarrazões, será possível impugnar as decisões interlocutórias proferidas no curso do processo, não sujeitas à preclusão, por não suscetíveis de agravo de instrumento. As decisões interlocutórias, à exceção daquelas enumeradas no art. 1.015 do CPC, não são recorríveis em separado, devendo ser impugnadas quando da apresentação de apelação, seja como preliminar, seja nas contrarrazões; 
■ a interposição de embargos de declaração, contra decisões, sentenças e acórdãos, sem prejuízo de outros recursos. Aqui não há violação ao princípio da unidade, porque os embargos não visam a reforma ou anulação da decisão, mas apenas o seu aclaramento e integração; 
■ a interposição simultânea de recurso especial e extraordinário, contra o mesmo acórdão. Há aqui dois recursos contra a mesma decisão, mas cada qual versando sobre um aspecto, uma situação determinada, no acórdão. 
4. Princípio da fungibilidade dos recursos 
Regra: interpôs recurso incorreto --> já era
Exceção: Substituição do recurso inadequado interposto pelo recurso correto.
Requisitos: 
- Dúvida objetiva (imposta pela doutrina/jurisprudência)
- Ausência de erro grosseiro
- Respeito ao prazo do recurso correto (15 d)
Ver 1024§4°
Na vigência do atual CPC, continua-se a haver dúvidas quanto à natureza de determinados pronunciamentos judiciais e, portanto. Do recurso adequado contra eles. 
Daí a necessidade de admitir-se a fungibilidade, que decorre do sistema, pois continuam existindo situações de dúvida objetiva a respeito do recurso apropriado. 
Mas nem sempre caberá a aplicação da fungibilidade. Há um requisito indispensável, a existência de dúvida objetiva a respeito da natureza da decisão, que resulta de controvérsia efetiva, na doutrina ou na jurisprudência, a respeito do pronunciamento. Não basta a dúvida subjetiva, pessoal, sendo necessário que ela se objetive pela controvérsia.
 
O único requisito é o da dúvida objetiva. Se esta efetivamente existe, se há controvérsia a respeito de qual o recurso adequado, é direito do recorrente interpor um recurso ou outro, valendo-se do prazo previsto em lei. A questão do prazo, de qualquer forma, perdeu o sentido no CPC atual, já que todos os recursos, à exceção dos embargos de declaração, devem ser interpostos no mesmo prazo de 15 dias.
Não constitui óbice à aplicação da fungibilidade deverem os recursos, sobre cuja admissibilidade se controverte, ser interpostos em instâncias diferentes. Por exemplo, quando se questiona sobre o cabimento do agravo de instrumento e da apelação. 
Se a parte apela, e entende-se que o recurso correto era o agravo de instrumento, bastará desentranhá-lo, conceder ao autor prazo para instruí-lo e em seguida enviá-lo ao órgão ad quem para julgamento; se, ao contrário, for interposto agravo de instrumento, e for caso de apelação, o tribunal determinará a remessa ao órgão a quo para que o recurso seja entranhado aos autos e processado como tal. 
5. Princípio da proibição da reformatio in pejus 
No exame do recurso de um dos litigantes, a sua situação não poderá ser piorada, sendo vedada a reformatio in pejus. A situação só pode ser piorada se houver recurso de seu adversário. 
Mas os recursos em geral são dotados de efeito translativo, que permite ao órgão ad quem examinar de ofício matérias de ordem pública, ainda que não sejam alegadas. Por força dele, a situação do recorrente pode até ser piorada. Imagine-se, por exemplo, que o autor de ação condenatória tenha obtido êxito parcial em sua pretensão. Se só ele recorrer para aumentar a condenação obtida, não será possível que o tribunal reduza essa condenação; mas pode, por exemplo, detectar uma questão de ordem pública, que ainda não tinha sido ventilada, como a falta de uma das condições da ação ou de um dos pressupostos processuais, do que resultará a extinção do processo sem resolução de mérito, em detrimento do autor. 
8- Efeitos dos Recursos
São as consequências que o processo sofre com a sua interposição. Não decorrem da vontade das partes ou do juiz, mas de determinação legal. É a lei que estabelece quais os efeitos de que um recurso é dotado. 
Constituem matéria de ordem pública, não sujeita a preclusão. O julgador que tenha, por equívoco, atribuído a determinado recurso efeitos de que ele seja desprovido deverá voltar atrás, afastando-os. 
Consiste n aptidão que todo recurso tem de devolver ao conhecimento do órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada.
Todos os recursos são dotados de efeito devolutivo.
O órgão ad quem deverá observar os limites do recurso, conhecendo apenas aquilo que foi contestado. Se o recurso é parcial, o Tribunal não pode, por força do efeito devolutivo, ir além daquilo que é objeto a pretensão recursal.
Aspectos fundamentais do efeito devolutivo:
 Extensão
O recurso devolve ao conhecimento do Tribunal tão somente a reapreciação daquilo que foi impugnado: 1.013, caput.
 Profundidade do efeito devolutivo:
O efeito devolutivo devolve ao conhecimento do Tribunal não apenas aquilo que foi decidido pelo juiz e impugnado pelo recorrente, mas todas as questões discutidas nos autos, relativas ao capítulo da sentença impugnada.
É a qualidade – que tem, como regra, o recurso de apelação – de impedir que a a sentença proferida se torne eficaz até que ele seja examinado.
Recursos que em regra são dotados de efeito suspensivo --> Apelação (havendo exceções: 1.012)
Recursos que não são dotados de efeito suspensivo, mas poderá ser atribuído excepcionalmente:
Agravo de Instrumento – 1019, I
Embargos de Declaração – 1026, §1°
Recurso Ordinário / RE /REsp – 1029,§5°
Se houver apelação parcial, a respeito de um dos capítulos da sentença, sem que haja impugnação dos demais, aqueles que forem estanques, independentes, transitarão em julgado e poderão ser executados desde logo. 
9- FENÔMENOS PROCESSUAIS QUE NÃO SÃO RECURSOS, MAS PODEM SER CONFUNDIDOS
1- REMESSA NECESSÁRIA 
Consiste na necessidade, imposta por lei, de a sentença, para se tornar eficaz, seja reexaminada pelo Tribunal, ainda que não tenha havido nenhum recurso das partes. É condição indispensável para que possa transitar em julgado.
Pontos que diferem dos recursos:
· Independe da vontade dos litigantes;
· Será realizada, ainda que todos os litigantes estejam de acordo com a sentença;
· Não precisa vir acompanhada de razões;
· Pode ser feita a qualquer tempo, sob pena de a sentença não transitar em julgado;
Ponto comum: autos remetidos à superior instância.
Cabe ao juiz, verificada as hipóteses, determinar de ofício a remessa dos autos à instância superior, ainda que as partes não tenham recorrido. Enquanto não o fizer, a sentença não transita em julgado.
Súmula 423 do STF: “Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ‘ex officio’, que se considera interposto ‘ex lege’”. Se o juiz não determinar a remessa, caberá ao presidente do tribunal avocar os autos.
Hipóteses de cabimento – 496 CPC 
1- Sentença proferida contra 
2- Sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, embargos a execução fiscal (sucumbência da F.P)
· As duas hipóteses de RN dizem respeito à sucumbência da F.P
· RN de decisões interlocutórias de mérito
Casos de exclusão da remessa necessária - 496, §§ 3º e 4º, do CPC. 
Não haverá quando “a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: 
I — 1.000 salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
 II — 500 salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III — 100 salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público” (art.496, § 3º). 
O dispositivo visa afastar a remessa nos casos em que a sucumbência da Fazenda for de pequena monta, conforme os limites acima mencionados. Se ela for ré, não haverá a remessa se a condenação, ou o proveito econômico obtido pelo autor, limitar-se a esse montante; se for autora, se a diferença entre o que foi pedido e o que for obtido não ultrapassar esse valor. 
A inexigibilidade não constitui óbice a que a Fazenda, insatisfeita, valha-se do recurso voluntário. 
A outra hipótese de exclusão é a da sentença que “estiver fundada em:
 I — súmula de tribunal superior; 
II — acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
 III — entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV — entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa”. 
Efeitos da remessa necessária 
Quanto ao efeito devolutivo, a extensão da matéria a ser reexaminada pelo juiz, por força da remessa, é indicada pela Súmula 45 do STJ: “No reexame necessário (atualmente remessa necessária), é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública”. Essa súmula indica que o Tribunal só examinará, na remessa, a sucumbência imposta à Fazenda, e não as outras partes da sentença. A situação da Fazenda não pode piorar; só poderá, se houver recurso voluntário do seu adversário. 
Além disso, o Tribunal pode reexaminar integralmente a sucumbência da Fazenda, inclusive os honorários advocatícios a que foi condenada. Nesse sentido, a Súmula 325 do STJ: “A remessa oficial devolve ao tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado”. Essa súmula aplica-se ainda que haja apelação parcial da Fazenda: se ela apelar de apenas uma parte da sentença em que sucumbiu, a outra parte, que não foi objeto do recurso, deverá ser objeto da remessa. 
Discute-se se o art. 1.013, § 3º, I, do CPC poderia ser aplicado à remessa necessária. Esse dispositivo autoriza o tribunal a julgar o pedido, ainda que a primeira instância tenha julgado o processo extinto sem resolução de mérito, desde que todos os elementos necessários para tanto já estejam nos autos. 
Conquanto o artigo esteja no capítulo da apelação, não há óbice a que seja aplicado à remessa necessária. Se a Fazenda, por exemplo, promove demanda contra o particular, julgada extinta sem resolução de mérito, haverá remessa necessária, na qual o tribunal poderá julgá-lo, desde que todos os elementos necessários estejam nos autos. E ao fazê-lo poderá julgar o pedido procedente ou improcedente. Não haverá reformatio in pejus neste último caso, porque esta pressupõe que a primeira instância tenha examinado a pretensão. 
A remessa necessária tem ainda efeito translativo, autorizando o Tribunal a conhecer, de ofício, matérias de ordem pública, mesmo aquelas que não sejam objeto do recurso. Esse é o maior perigo que corre a Fazenda. Pode ser que tenha sofrido pequena sucumbência e que nenhuma das partes recorra. Por força da remessa, os autos serão remetidos à instância superior. O Tribunal examinará, além da sucumbência da Fazenda, as matérias públicas que podem ser conhecidas de ofício. E, ao fazê-lo, poderá até julgar o processo extinto sem resolução de mérito.
 A técnica de julgamento do art. 942, prevista quando houver julgamento não unânime, não se aplica à remessa necessária (art. 942, § 4º, II). 
2- PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
Não tem previsão legal, mas e formulada com frequência;
Se não está previsto em lei, não pode ser considerado recurso;
O juiz pode reconsiderar? Até quando?
AI --> agravos são dotados de juízo de retratação
Apelação --> casos e que a lei autoriza a retratação – extinção sem resolução do mérito / improcedência .
Parte não agrava nos casos em que cabe AI, cabe reconsideração? Depende se a decisão envolve:
Matéria de ordem pública: não está sujeita à preclusão, nem para as partes nem para o juiz, que pode reconsiderá-la a qualquer tempo enquanto não julgado.
Matéria de ordem não pública: sujeita à preclusão. Juiz só pode reconsiderá-la dentro do prazo de 15 dias, para a interposição de agravo.
Decisão interlocutória não suscetível de agravo ---> não ficará preclusa, juiz pode reconsiderar se houver elementos novos nos autos.
Não tem efeito suspensivo ou interruptivo do prazo dos outros recursos, quando eles couberem.
Juiz acolhe pedido de reconsideração --> outra parte é intimada, cabendo AI no prazo legal, ou pode suscitar a questão como preliminar de apelão ou nas contrarrazões, se o AI for cabível.
3- CORREIÇÃO PARCIAL 
É medida administrativa, de natureza disciplinar, para a hipótese de o juiz, por meio de uma decisão, promover a inversão tumultuária do processo. Tinha utilidade no regime do Código de 1939, cujo sistema recursal era insuficiente, não prevendo recursos contra algumas espécies de decisões, das quais podia advir prejuízo às partes. Em tais situações, admitia-se a sua interposição. 
Hoje, a correição parcial não tem mais utilidade, nem poderá ser admitida, porque sempre haverá meio adequado de impugnar as decisões interlocutórias: ou o agravo de instrumento ou a suscitação como preliminar em apelação ou nas contrarrazões.
10- RECURSOS EM ESPÉCIE
1- APELAÇÃO 
2- AGRAVO DE INSTRUMENTO 
O agravo de instrumento cabe, em primeira instância, contra as decisões interlocutórias que versarem sobre as matérias enumeradas no art. 1.015, I a XIII e parágrafo único, do CPC. São decisões aqueles pronunciamentos de cunho decisório que não põem fim ao processo ou à fase cognitiva do processo de conhecimento. 
Irrecorríveis em separado: todas as que não integrarem o rol do art. 1.015 e de seu parágrafo único não admitirão recurso, mas também não estarão sujeitas a preclusão. O prejudicado poderá impugná-las se e quando houver recurso de apelação, devendo fazê-lo como preliminar em apelação ou nas contrarrazões. Só então, se não o fizer, é que tais decisões precluirão. 
Interlocutórias recorríveis em separado: precluirão caso o agravo de instrumento não seja interposto no prazo. As decisões que versarem sobre matéria indicada no 1.015 não poderão ser impugnadas como preliminar de apelação ou nas contrarrazões, mas deverão ser atacadas, em caso de inconformismo, por agravo de instrumento, sob pena de preclusão.
Decisões interlocutórias agraváveis 
A regra do CPC é que as decisões interlocutórias de maneira geral sejam irrecorríveis em separado. Excepcionalmente a lei admite o agravo de instrumento contra decisões que, se não reexaminadas desde logo, poderiam causar prejuízo irreparável ao litigante, à marcha do processo ou ao provimento jurisdicional (1.015). O rol deve ser considerado taxativo (numerus clausus). É requisito de admissibilidade do agravo de instrumento que a decisão interlocutória contra a qual ele foi interposto verse sobre matéria constante do rol. Afora as hipóteses do 1.015, deve o interessado proceder na forma do art. 1.009, § 1º, do CPC.
Processamento - Interposição 
O CPC não dispensa do preparo o agravo de instrumento. 
Como o processo está em curso no órgão a quo, será preciso, se o processo não for eletrônico, que o agravante instrua o recurso com cópias de peças dos autos, para que o tribunal tenha condições de compreender o que se passa e de analisar a pretensão recursal. 
Algumas peças são obrigatórias: se não juntadas, o recurso não será conhecido. Antes, porém, de indeferi-lo, compete ao relator, nos termos do art. 932, parágrafo único, conceder ao agravante prazo de cinco dias para que seja sanado o vício ou complementada a documentação exigível. Se o prazo transcorrer sem que o agravante cumpra o determinado, o agravo será indeferido. 
As peças obrigatórias são: cópia da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, dacertidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações dos advogados do agravante e do agravado. Caso inexista alguma dessas peças, o agravo deverá vir acompanhado de declaração de inexistência feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal. Com relação à certidão de intimação ou documento comprobatório da tempestividade, embora peça obrigatória, há numerosas decisões do Superior Tribunal de Justiça considerando que, mesmo que não seja juntado, o recurso poderá ser conhecido se, por outra forma, for possível concluir pela tempestividade dele.
O agravo de instrumento é o único recurso interposto diretamente perante o órgão ad quem, para apreciação imediata. Como o processo ainda corre no órgão a quo, para que a questão possa ser levada ao órgão superior é preciso formar um instrumento, contendo cópias daquilo que é importante. 
Ele será interposto por escrito diretamente no órgão ad quem, no prazo de quinze dias. Se o recorrente não quiser ou não puder deslocar-se à sede do Tribunal, poderá enviá-lo pelo correio com aviso de recebimento, encaminhá-lo por fax, ou pelo sistema do protocolo integrado.
Além disso, é ônus do agravante juntar cópias de outras peças indispensáveis para a compreensão do pedido. Possivelmente, a apresentação apenas das obrigatórias não será suficiente, cumprindo ao agravante acrescentar outras, que sirvam para elucidar o que se passa no processo. O tribunal não conhecerá do agravo de instrumento quando verificar que as peças juntadas não lhe permitem compreendê-lo e julgá-lo. 
Não há necessidade de cópias autenticadas, cabendo ao agravado impugnar-lhes, se for o caso, a autenticidade. 
Interposto o recurso, o agravante ainda tem, nos processos que não forem eletrônicos, uma tarefa que, não cumprida, pode levar ao não conhecimento. Trata-se de informar ao juízo a quo a interposição, no prazo de três dias, juntando cópia da petição de agravo, a comprovação de interposição e a relação dos documentos apresentados (art. 1.018, § 2º, do CPC). 
A finalidade é permitir ao juízo a quo exercer o juízo de retratação. Se o agravante não cumprir a determinação, caberá ao agravado comunicá-lo e prová-lo ao tribunal que, então, não conhecerá do recurso (art. 1.018, § 3º, do CPC). O tribunal não poderá conhecer, de ofício, da falta de cumprimento da determinação do art. 1.018, § 2º. Se o processo for eletrônico, é apenas facultado ao agravante requerer a juntada, no processo, da cópia dos documentos acima mencionados, para permitir que o juiz possa exercer o juízo de retratação. Mas se ele não o fizer, isso não implicará a inadmissão do recurso.
 Processamento no tribunal 
O agravo de instrumento será distribuído, sendo escolhido um relator, que deverá tomar as providências enumeradas no art. 932 do CPC, podendo até mesmo, em decisão monocrática, não conhecer do recurso, dar ou negar-lhe provimento. Da decisão monocrática do relator, caberá o agravo interno, previsto no art. 1.021 do CPC. 
Cabe ainda ao relator decidir se defere ou não efeito suspensivo ou ativo (antecipação de tutela da pretensão recursal), também cabendo agravo interno dessa decisão. O relator deferirá esses efeitos quando for relevante a fundamentação e houver risco de lesão grave e de difícil reparação. É preciso ainda que haja requerimento do agravante, não cabendo ao relator concedê-lo de ofício.
 Cumprirá ao relator determinar, ainda, que o agravado seja intimado para apresentar as contrarrazões, no prazo de quinze dias. Ao fazê-lo, poderá juntar as peças que entenda relevantes para a apreciação do recurso. A intimação será feita na forma do art. 1.019, II, do CPC. 
Por fim, o relator deverá abrir vista ao Ministério Público, nos casos em que ele intervenha, para que se manifeste em quinze dias.
 Em seguida, pedirá dia para julgamento, em prazo não superior a um mês da intimação do agravado (CPC, art. 1.020). O agravo de instrumento é julgado por três juízes, por maioria de votos.
 - O agravo contra decisão interlocutória de mérito e o art. 942 – técnica de ampliação de julgamento
 Especificamente na hipótese do art. 1.015, II, quando se tratar de agravo de instrumento contra decisão interlocutória de mérito, proferida em julgamento antecipado parcial de mérito, caso a decisão proferida pelos três julgadores não seja unânime e reforme a decisão interlocutória de mérito, deverá ser aplicada a técnica do art. 942, caput e § 3º, do CPC. A técnica consiste em dar prosseguimento ao julgamento em sessão em continuidade a ser designada, com a convocação de outros julgadores, em número suficiente para a inversão do resultado inicial. São três os requisitos para a aplicação dessa nova técnica, que não tem natureza de recurso: 
a) que a decisão interlocutória seja de mérito, proferida no julgamento antecipado parcial da lide;
 b) que o resultado inicial não seja unânime; 
c) que o resultado inicial reforme a decisão interlocutória, pois se a mantiver ou a invalidar não haverá necessidade de se chamar outros julgadores.
 O juízo de retratação 
Enquanto não julgado o agravo de instrumento, o juízo a quo poderá retratar-se, comunicando ao tribunal. Se a retratação for completa, o tribunal julgará prejudicado o recurso; se for parcial, só reexaminará aquela parte da decisão que não foi reformada. 
Havendo retratação, poderá ser interposto pela parte contrária um novo agravo de instrumento, desde que a nova decisão se insira nas hipóteses do art. 1.015 do CPC. 
3- AGRAVO INTERNO 
É aquele que cabe contra as decisões monocráticas do relator. Nos termos do art. 932 do CPC, o relator de qualquer recurso tem uma série de incumbências, cabendo-lhe, entre outras coisas, dirigir e ordenar o processo no tribunal, apreciar o pedido de tutela provisória, não conhecer de recurso inadmissível e dar ou negar provimento ao recurso, nos casos previstos nos incisos III, IV e V. Das decisões monocráticas do relator, quaisquer que sejam elas, tanto as relativas ao processamento quanto ao julgamento do recurso, cabe agravo interno para o órgão colegiado. 
Deve ser interposto no prazo de quinze dias, e o agravado será intimado para manifestar-se sobre o recurso no mesmo prazo. Em seguida, pode o relator exercer o juízo de retratação. Se não o fizer, o recurso será examinado pela mesma turma julgadora ou órgão colegiado a quem caberia o julgamento do recurso no qual foi proferida a decisão monocrática do relator, sendo vedado a ele limitar-se a reprodução dos fundamentos da decisão agravada, para julgar improcedente o agravo interno. 
Se for considerado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o tribunal condenará o agravante ao pagamento de multa, que pode variar de 1% a 5% do valor corrigido da causa, que reverterá em favor do agravado. 
Há, ainda, previsão de agravo interno contra decisões do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de origem que indeferir o processamento de RE ou REsp, nas hipóteses dos arts. 1.030, § 2º, 1.035, § 7º, e 1.036, § 2º, do CPC.
4- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Os embargos de declaração é o recurso (art. 994 do CPC) que tem por finalidade aclarar ou integrar qualquer tipo de decisão judicial que padeça dos vícios de omissão, obscuridade ou contradição. Servem ainda para corrigir-lhe eventuais erros materiais. 
Sua função precípua é sanar esses vícios da decisão. Não se trata de recurso que tenha por fim reformá-la ou anulá-la (embora o acolhimento dos embargos possa eventualmente resultar na sua modificação), mas aclará-la e sanar as suas contradições, omissões ou erros materiais.
 Cabimento 
Cabem embargos de declaração contra todo tipo de decisão judicial: interlocutórias, sentenças e acórdãos, proferidos em qualquer grau de jurisdição. Cabem ainda em todo tipo de processo, de conhecimento ou de execução, de jurisdição contenciosa ou voluntária. 
Podem dizer respeito à conclusão, ou aos fundamentos da decisão judicial, uma vez que todas elas devem ser fundamentadas (art. 93, IX, da CF).O art. 494, I, do CPC indica situações em que o juiz pode alterar a sentença, sem a necessidade dos embargos: “para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou lhe retificar erros de cálculo”. Mas, mesmo nessas situações, não há óbice a que a parte interessada possa valer-se dos embargos de declaração para que se façam as correções necessárias. 
O cabimento dos embargos está condicionado a que decisão padeça de um ou mais dos vícios previstos no art. 1.022 do CPC: obscuridade, contradição, omissão ou erro material. 
Ao apresentar o recurso, o embargante deverá apontar em que consiste o vício que ele queira ver corrigido. Mas não haverá problema se ele errar na classificação, chamando, por exemplo, de obscuridade o que é contradição, até porque inexistem lindes precisos entre um vício e outro. 
Se a parte não opuser embargos de declaração, mas outro recurso, agravo de instrumento ou apelação, por exemplo, o órgão ad quem, se não puder sanar o vício, terá de anular a decisão ou a sentença, determinando que o órgão a quo profira outra, sem os vícios da primeira. 
Obscuridade 
É a falta de clareza do ato. As decisões judiciais devem ser tais que permitam a quem as lê compreender o que ficou decidido, a decisão e os seus fundamentos. 
Há casos em que a decisão poderá ser ininteligível, incompreensível, ambígua e capaz de despertar dúvida no leitor. Os embargos servirão para que o juiz promova os esclarecimentos necessários, tornando compreensível aquilo que não era. 
Contradição 
É a falta de coerência da decisão. Pode manifestar-se de várias maneiras: pela incompatibilidade entre duas ou mais partes do dispositivo, duas ou mais partes da fundamentação, ou entre esta e aquele. O juiz exprime, na mesma decisão, ideias que não são compatíveis, conciliáveis entre si. De certa forma, a contradição leva também à obscuridade. 
Omissão 
Haverá omissão se o juiz deixar de se pronunciar sobre um ponto que exigia a sua manifestação. A decisão padece de uma lacuna, uma falta. Não constitui omissão a falta de pronunciamento sobre questão irrelevante ou que não tenha relação com o processo. O juiz é obrigado a examinar todos os pedidos formulados pelo autor, na petição inicial, e pelo réu, em reconvenção ou em pedido contraposto. 
Mas nem sempre precisará apreciar todos os fundamentos da inicial ou da defesa. A sentença não será omissa se os fundamentos examinados pelo juiz forem suficientes, seja para o acolhimento, seja para a rejeição do pedido inicial. 
O art. 1.022, parágrafo único, considera omissa a decisão que deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento ou que incorra em qualquer das situações descritas no art. 489, § 1º. 
Erro material 
A correção de erro material pode ser feita de ofício pelo juiz, nos termos do art. 494, I, do CPC. Podem ser considerados como tais os erros de cálculo, os erros de expressão (indicação equivocada do nome das partes, do número do processo, do resultado) e os erros de fato, comprováveis de plano. 
Requisitos de admissibilidade 
Os embargos de declaração serão opostos no prazo de cinco dias, por qualquer dos legitimados previstos no art. 996 do CPC, a contar da data em que as partes são intimadas da decisão. Não há recolhimento de preparo. 
A sua apresentação interrompe o prazo para apresentação de outros recursos, tanto para quem os interpôs como para os demais litigantes, ainda que o recurso não seja admitido. Mas, se forem interpostos de má-fé, o embargante ficará sujeito à multa, que será de até 2% do valor atualizado da causa. Em caso de reiteração, a multa pode elevar-se a até 10%, e a interposição de qualquer outro recurso fica condicionada ao recolhimento da multa, à exceção da Fazenda Pública e dos beneficiários da justiça gratuita, que a recolherão ao final. 
Não serão admitidos novos embargos de declaração se os dois anteriores houverem sido considerados protelatórios (art. 1.026, § 4º, do CPC).
Processamento dos embargos 
São apresentados por petição, perante o juízo ou tribunal que prolatou a decisão. No Juizado Especial, poderão ser opostos oralmente ou por escrito (art. 49, da Lei n. 9.099/95). 
O embargante deverá fundamentá-los, indicando qual o vício de que a decisão padece. 
O julgador fará um juízo de admissibilidade; se não preenchidos os requisitos, não conhecerá do recurso. Se o conhecer, passará a julgar o mérito, dando-lhe ou negando-lhe provimento, conforme constate ou não a existência dos vícios apontados. Ao dar provimento aos embargos de declaração, o juiz deve afastar os vícios de que a decisão padece: se há contradição ou obscuridade, prestará os esclarecimentos necessários; se há omissão, deve saná-la, examinando o que não fora apreciado antes; se há erro material, deve corrigi-lo. 
Não há óbice a que, contra a decisão prolatada nos embargos, sejam opostos novos embargos de declaração, para apontar qualquer dos vícios mencionados pela lei. O único limite é o do art. 1.026, § 4º. 
1.023, § 2º, do CPC: “O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de cinco dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada”. A avaliação deve ser feita em tese: o juiz intimará o embargado para contrarrazões se o teor dos embargos for tal que o seu acolhimento possa resultar na alteração daquilo que foi decidido. 
Apresentados os embargos, e colhidas as contrarrazões quando necessário, o juiz terá prazo de cinco dias para julgá-los. 
Quando os embargos de declaração forem opostos contra acórdão, a sua decisão também será colegiada. Quando opostos contra decisão monocrática do relator, serão decididos monocraticamente. 
O art. 1.025 do CPC contém importante regra, que repercutirá sobre o processamento do recurso especial e extraordinário. Os embargos de declaração podem ser opostos para fins de prequestionamento (Súmula 98 do Superior Tribunal de Justiça). Quando o forem, os elementos neles suscitados considerar-se-ão incluídos no acórdão, mesmo que os embargos não sejam admitidos, desde que o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Efeitos dos embargos de declaração 
Eles têm efeito devolutivo, porque devolvem ao conhecimento do juízo ou tribunal prolator da decisão o conhecimento daquilo que é objeto do recurso. 
Não são dotados de efeito suspensivo. Mas o § 1º do art. 1.026 autoriza que o juiz ou o relator o concedam se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Haverá casos em que a gravidade do vício, seja ele obscuridade, contradição, omissão ou erro, será tal que inviabilizará o cumprimento da decisão embargada, ou trará risco de dano, casos em que o efeito suspensivo deverá ser deferido. 
Os embargos de declaração têm efeito translativo. Ao examiná-los, o julgador poderá conhecer de ofício de matérias de ordem pública, ainda que estas não sejam objeto dos embargos. 
Embargos de declaração com efeito modificativo 
A finalidade dos embargos de declaração é sanar obscuridades, contradições ou omissões e corrigir erros materiais de que a decisão padeça. Ao acolhê-los, o juiz afastará os vícios, sanando-os. Pode ocorrer que haja alteração do conteúdo da sentença, como consequência natural da solução do vício. 
Imagine-se, por exemplo, que o dispositivo da sentença está em descompasso com a sua fundamentação. Ao sanar a contradição, pode o juiz alterar o dispositivo originário, do que resultará alteração daquilo que ficou decidido. Ou pode ocorrer que o juiz tenha sido omisso ao examinar uma das causas de pedir ou dos fundamentos de defesa e que, ao apreciá-los, nos embargos, decorra alteração no que ficou decidido. O mesmo pode se dar em relação à obscuridade. 
A modificação pode ser consequência natural do acolhimento dos embargos de declaração e do afastamento dos vícios apontados na decisão. 
O quegera controvérsia é a possibilidade de o juiz valer-se dos embargos de declaração para alterar a decisão, sem que ela padeça da contradição, omissão, obscuridade ou erro. Isto é, de valer-se deles para modificar a sua convicção, seja reexaminando a prova, seja aplicando normas jurídicas diferentes daqueles utilizadas originariamente. 
Prevalece amplamente o entendimento de que os embargos de declaração não têm essa função. Eles não podem ser utilizados para que o juiz reconsidere ou reforme a sua decisão. Podem, se acolhidos, implicar a alteração do julgado, desde que isso advenha do afastamento dos vícios apontados, mas não por mudança de convicção. 
Assim, havendo erro, será possível corrigi-lo por embargos, ainda que haja modificação do julgado. 
Mas, inexistindo os vícios elencados no art. 1.022, os embargos não se prestarão à reforma ou reconsideração da decisão. 
Pode-se estabelecer a seguinte regra: O acolhimento dos embargos de declaração pode implicar a modificação daquilo que ficou decidido. Mas eles não podem ser utilizados para que o juiz modifique a sua convicção ou reexamine a prova. 
5- RECURSO ORDINÁRIO 
É um recurso previsto na Constituição Federal, dirigida ao Superior Tribunal de Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal. 
É ordinário, pois, embora a CF preveja as hipóteses de cabimento, não enumera, em rol taxativo, quais os fundamentos que esse recurso poderá ter, diferentemente do que ocorre com o recurso especial e com o extraordinário, recursos que só podem ter por fundamento as matérias elencadas nos arts. 102, III, e 105, III, da CF. 
O recurso ordinário serve, em regra, para que o interessado possa obter o reexame das decisões que são de competência originária dos tribunais. Contra os julgamentos de primeira instância, cabe apelação; se o processo é de competência originária dos tribunais, a apelação não será cabível, mas a CF prevê o recurso ordinário, no qual o STJ e o STF poderão reexaminar o que ficou decidido, não como instâncias extraordinárias, mas como uma espécie de “segunda instância”. 
Cabimento 
O recurso ordinário pode ser dirigido para o STF ou para o STJ. 
São dirigidos ao STF os referentes a “habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão” e aos “crimes políticos” (art. 102, II, da CF). 
São dirigidos ao STJ os relacionados aos “habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória”; “os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão”; “as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país” (CF, art. 105, II).
Processamento 
Deve ser interposto no prazo de quinze dias perante o relator do acórdão recorrido. De acordo com o art. 1.028 do CPC, a ele se aplicam, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as regras da apelação, observando-se ainda os regimentos internos do STF e do STJ. Apresentado o recurso, o recorrido será intimado para, no prazo de 15 dias, oferecer contrarrazões e, em seguida, o recurso será remetido ao respectivo tribunal superior, independentemente de prévio juízo de admissibilidade. 
O recurso ordinário não exige prequestionamento. 
6- RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL 
Os recursos podem ser distinguidos em duas categorias: ordinários e extraordinários lato sensu. 
São ordinários os recursos que têm por finalidade permitir ao tribunal que reexamine a decisão, porque o recorrente não está conformado com a que foi proferida (ou, no caso dos embargos de declaração, para que seja sanado algum vício). Esse tipo de recurso serve para discutir a correção ou a justiça da decisão. 
Já os recursos extraordinários lato sensu têm outra finalidade: impedir que as decisões judiciais contrariem a Constituição Federal ou as leis federais, mantendo a uniformidade de interpretação, em todo país, de uma e outras. 
Aquele que apresenta um desses recursos está insatisfeito e pretende que a decisão seja revista. Mas o fundamento que apresentará não poderá ser de que a sentença foi injusta, porque eles não constituem uma espécie de “terceira instância” que visa assegurar a justiça das decisões. São excepcionais e só cabem quando preenchidas as condições estabelecidas na Constituição Federal, relacionadas à proteção e unidade de interpretação da própria Constituição ou das leis federais. Só podem ter os fundamentos previstos na CF. 
Podem ser interpostos contra acórdão proferido não só no julgamento de apelação, mas também de agravo de instrumento ou agravo interno, nos termos da Súmula 86 do Superior Tribunal de Justiça. 
Desde que preenchidos os requisitos, poderão ser interpostos não só contra os acórdãos em recursos contra as sentenças, mas também contra decisões interlocutórias. Também se tem admitido o recurso especial contra acórdão proferido em remessa necessária. 
Os recursos extraordinários lato sensu são: o extraordinário, o especial e os embargos de divergência, sempre julgados pelo STF ou pelo STJ. Esses Tribunais julgam também recursos ordinários stricto sensu, nas hipóteses dos arts. 102, II, e 105, II, da CF. 
Os requisitos de admissibilidade que se aplicam aos recursos comuns são também exigidos nos extraordinários. Mas, nestes, há outros requisitos muito mais rigorosos. 
1. Requisitos comuns de admissibilidade do recurso extraordinário e especial 
Há dois tipos de requisitos: os comuns a todos os recursos; e os que são típicos apenas do recurso especial e do extraordinário. 
Requisitos que são comuns aos recursos extraordinários e aos ordinários 
 Tempestividade 
O recurso especial e o extraordinário devem ser apresentados no prazo de quinze dias, sendo aplicáveis as regras dos arts. 180, 183, 186 e 229 do CPC. 
A interposição deve ser simultânea (ambos), sob pena de haver preclusão consumativa. 
Tanto o recurso especial quanto o extraordinário podem ser interpostos sob a forma comum ou forma adesiva, caso em que serão apresentados no prazo para as contrarrazões ao recurso do adversário. 
 Preparo 
Ambos os recursos — o extraordinário e o especial — exigem preparo e porte de remessa e retorno. 
 Outros requisitos de admissibilidade 
Os demais requisitos de admissibilidade de todos os recursos são comuns também ao RE e ao REsp. Exige-se, portanto, que haja legitimidade, interesse, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo ou extintivo ao direito de recorrer. 
Requisitos que são comuns ao RE e ao REsp, mas que não são exigidos nos recursos comuns 
 Que tenham se esgotado os recursos nas vias ordinárias 
Enquanto houver a possibilidade de interposição de algum recurso ordinário, não serão admissíveis o RE e o REsp.
Nesse sentido, as Súmulas 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”; e a 
Súmula 207 do STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem”. 
Se havia algum recurso ordinário cabível que não foi interposto, o acórdão transitará em julgado com a não interposição, impedindo a apresentação do RE ou REsp. 
 Que os recursos sejam interpostos contra decisão de única ou última instância 
Não é possível saltar as instâncias ordinárias. A decisão recorrida há de ter sido proferida em única ou última instância, exigência expressa dos arts. 102, III, e 105, III, da CF. 
art. 102, III -- para o cabimento do RE: haja causa decidida em única ou última instância; 
art. 105, III -- exige, para a interposição do REsp, que haja causa decidida em única ou última instância por tribunal, estadual ou federal. 
Consequências práticas: 
■ No Juizado Especial Cível,

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