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Tratamentos para o câncer

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PROBLEMA 6 
TRATAMENTOS PARA O C ÂNCER 
Após o diagnóstico, o médico discutirá com o paciente as opções de 
tratamento, que dependerão do tipo de estágio do tumor, 
localização, estado de saúde geral do paciente e dos possíveis 
efeitos colaterais. Os principais tratamentos contra o câncer são: 
CIRURGIA 
❖ É o tipo mais antigo de terapia. 
❖ Cerca de 60% de todos os pacientes portadores de câncer 
necessitem de cirurgia para o seu tratamento; 
 - Quase todos são submetidos a algum tipo de procedimento 
cirúrgico para diagnóstico (como a biópsia) ou estadiamento da 
doença. 
❖ Tumores de crescimento lento são os melhores candidatos; 
❖ Cirurgia inicial para câncer tem maior chance de cura do que a 
cirurgia para recidivas; 
❖ O planejamento cirúrgico deve incluir todos os cuidados referentes 
aos princípios gerais da cirurgia e ao preparo do paciente e de seus 
familiares sobre as alterações fisiológicas e mutilações que poderão 
advir do tratamento; 
❖ Com o surgimento dos antineoplásicos, foi possível potencializar o 
tratamento e garantir maior sobrevida dos pacientes. 
INDICAÇÃO 
❖ Biópsia: é o procedimento de retirada de uma amostra do tumor 
para que sejam feitos exames, determinando se é um câncer ou 
não, o seu tipo, o seu estágio, entre outras características; 
- Ela pode ser feita durante outro tipo de procedimento cirúrgico, o 
que lhe dá a denominação de biópsia cirúrgica; 
- É indicada como uma das principais formas de diagnóstico de 
vários tipos de câncer, sendo que em diversos casos, a confirmação 
da doença só pode ser feita através deste procedimento. 
❖ Estadiamento: é feita para determinar em qual estágio se encontra 
a doença. Além de colher e analisar o tecido do tumor (biópsia), 
também é analisada a área ao redor da região afetada. 
❖ Cirurgia curativa: consiste na remoção total do tumor, e 
geralmente é realizada quando o tumor se encontra somente em 
uma localidade do organismo; 
- Pode ser combinado a outros tratamentos, como 
a quimioterapia e a radioterapia. 
❖ Cirurgia parcial: visa remover parte do tumor. Geralmente é um 
procedimento realizado quando uma cirurgia total oferece muito 
risco a outros órgãos do paciente, de forma que a retirada de parte 
do tumor ainda é possível; 
- O cirurgião remove o máximo possível do tumor preservando os 
órgãos do paciente, e o restante do tratamento é feito com 
quimioterapia, radioterapia ou outras formas. 
- Pode ser usado para cânceres avançados do ovário e alguns 
linfomas, por exemplo. 
❖ Cirurgia paliativa: focada no alívio de sintomas do câncer e nos 
problemas causados pela doença avançada; 
- Ela pode ser usada para aliviar sintomas que causam incômodo ou 
incapacidade. Por exemplo, alguns tipos de câncer obstruem o 
intestino, e de forma que a cirurgia oncológica é feita para 
desobstruir a passagem; 
- Alguns exemplos de tratamentos paliativos são: a 
descompressão de estruturas vitais, o controle de hemorragias e 
perfurações, o desvio de trânsitos aéreo, digestivo e urinário, o 
controle da dor e a retirada de uma lesão de difícil convivência. 
❖ Cirurgia de suporte: é feita para que os pacientes tenham acesso a 
outras formas de tratamento de maneira mais fácil e conveniente; 
- Por exemplo, pode ser feita a inserção de um cateter para a 
administração da quimioterapia, facilitando assim o procedimento. 
❖ Cirurgia de reconstrução: é feita para recuperar esteticamente 
alguma parte do corpo sofreu com outros procedimentos, como a 
cirurgia curativa ou parcial; 
- Também é feita para restaurar a função de um órgão ou parte do 
corpo após a cirurgia; 
- O melhor exemplo desse tipo de cirurgia é a reconstrução 
mamária, procedimento para recuperar a aparência e função da 
mama após uma cirurgia de mama conservadora ou mastectomia. 
❖ Cirurgia preventiva (profilática): é feita com o intuito de prevenir o 
desenvolvimento de um câncer e consiste na remoção de um tecido 
que apresenta elevado risco de ter câncer, mesmo que não exista 
nenhum sinal da doença no momento; 
Por vezes, um órgão inteiro pode ser removido dependendo do 
risco que o paciente tem de desenvolver o câncer; 
- A cirurgia profilática não garante que o câncer não se manifeste; 
- Por exemplo, mulheres que têm histórico familiar de câncer de 
mama e que apresentam uma determinada alteração nos genes 
específicos que têm relação com a doença podem receber a 
recomendação da mastectomia profilática como forma de 
prevenção. 
EFEITOS COLATERAIS 
❖ Depende do local e tipo de cirurgia. Essas complicações podem ser 
causadas pela própria cirurgia, pelos medicamentos utilizados ou 
pelo estado de saúde do paciente. Entre os principais efeitos 
colaterais da cirurgia, estão: 
- Hemorragia; 
- Coágulos sanguíneos; 
- Danos aos tecidos próximos; 
- Reações aos medicamentos; 
- Danos a outros órgãos; 
- Dor; 
- Recuperação lenta das funções do corpo (trânsito intestinal); 
- Infecções. 
RADIOTERAPIA 
❖ É o método de tratamento local ou loco-regional do câncer, ele 
irradia áreas do organismo humano, prévia e cuidadosamente 
demarcadas; 
❖ É o uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o 
crescimento das células anormais que formam um tumor; 
❖ Existem vários tipos de radiação, porém as mais utilizadas são as 
eletromagnéticas (Raios X ou Raios gama) e os elétrons (disponíveis 
em aceleradores lineares de alta energia); 
❖ Embora as células normais também possam ser danificadas pela 
radioterapia, geralmente elas podem se reparar, o que não 
acontece com as células cancerígenas; 
❖ Em crianças e adolescentes, cada vez mais se vem reduzindo a 
radioterapia, pelos efeitos colaterais tardios que ela acarreta ao 
desenvolvimento orgânico; 
❖ A radioterapia é sempre cuidadosamente planejada de modo a 
preservar o tecido saudável, tanto quanto possível; 
- No entanto, sempre haverá tecido saudável que será afetado pelo 
tratamento, provocando possíveis efeitos colaterais. 
❖ Existem vários tipos de radioterapia e cada um deles têm uma 
indicação específica dependendo do tipo de tumor e estadiamento 
da doença: radioterapia externa, radioterapia conformacional 3D, 
radioterapia de intensidade modulada (IMRT), radiocirurgia 
estereotáxica (Gamma Knife) e braquiterapia. 
INDICAÇÃO 
❖ A radioterapia pode ser utilizada como o tratamento principal do 
câncer, como tratamento adjuvante (após o tratamento cirúrgico), 
como tratamento neoadjuvante (antes do tratamento cirúrgico), 
como tratamento paliativo, para alivio de sintomas da doença 
como dor ou sangramento e para o tratamento de metástases; 
- Radioterapia Paliativa: objetiva o tratamento local do tumor 
primário ou de metástase(s), sem influenciar a taxa da sobrevida 
global do doente; 
- Radioterapia Pré-Operatória (RT Prévia, Neoadjuvante ou 
Citorredutora.): antecede a principal modalidade de tratamento, a 
cirurgia, para reduzir o tumor e facilitar o procedimento operatório. 
Normalmente, a dose total aplicada é menor do que a dose máxima 
permitida para a área; 
- Radioterapia Pós-Operatória ou Pós-QT (RT Profilática ou 
Adjuvante.): a finalidade é a de esterilizar possíveis focos 
microscópicos do tumor. Como a anterior, a dose total não alcança 
a dose máxima permitida para a área; 
- Radioterapia Curativa: visa à cura do doente. A dose utilizada é 
geralmente a dose máxima que pode ser aplicada na área. 
OBSERVAÇÕES 
❖ A radioterapia é uma modalidade terapêutica que tem indicação 
formal nos tumores avançados da mama, ginecológicos ou de 
cabeça e pescoço, associada a cirurgia e/ou a quimioterapia; 
❖ No tratamento das formas localizadas da doença de Hodgkin e de 
algumas apresentações de linfomas não Hodgkin, os resultados são 
sobreponíveis aos obtidos com terapêutica citostática. 
EFEITOS COLATERAIS 
❖ Fadiga; 
- Principalmente se houver um quadro de anemias – transfusão de 
hemácias. 
❖ Náuseas e vômitos; 
- Quando a radioterapiaé administrada no abdome ou na região 
pélvica. 
❖ Problemas de deglutição; 
- Na radioterapia do tórax, especificamente na região do esôfago. 
❖ Reações Cutâneas (Radiodermite); 
- A pele na área irradiada pode ficar vermelha ou mais escura, 
tornando-se dolorida, seca, escamosa ou coçando, por alguns dias 
ou semanas, ou mesmo algumas semanas após o término do 
tratamento; 
- Em alguns pacientes a pele pode começar a descascar, como se 
fosse uma queimadura solar. 
❖ Sintomas de gripe; 
- Procurar médico se tiver febre. 
❖ Diarreia; 
- É um efeito colateral comum quando a radioterapia é 
administrada no abdome ou na região pélvica. Geralmente começa 
alguns dias depois do início do tratamento e, gradualmente piora à 
medida que o tratamento continua. 
❖ Perda de cabelo; 
- É um efeito colateral comum da radioterapia na região da cabeça e 
pescoço. Ao contrário da quimioterapia, a radioterapia só causa 
queda de cabelo na área tratada. 
- O cabelo geralmente começa a cair após 2 a 3 semanas de 
tratamento, voltando a crescer após o término do tratamento. 
IMUNOTERAPIA 
❖ É um tratamento biológico cujo objetivo é potencializar o sistema 
imunológico, utilizando anticorpos produzidos pelo próprio 
paciente ou em laboratório; 
❖ Provoca o aumento da resposta imune, estimulando a ação das 
células de defesa do organismo, fazendo que essas células 
reconheçam o tumor como um agente agressor. 
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA 
❖ A medula óssea é encontrada no interior dos ossos e contêm as 
células-tronco, responsáveis pela formação dos componentes do 
sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos 
brancos) e plaquetas; 
❖ O transplante de medula óssea (TMO) é a coleta da medula óssea 
para o tratamento de alguns tipos de câncer, por exemplo, 
leucemias, linfomas e mieloma múltiplo; 
❖ Após quimioterapia em altas doses, associada ou não à 
radioterapia, o paciente (receptor) recebe a medula óssea por meio 
de uma transfusão, provenientes do próprio paciente ou de um 
doador; 
❖ Pode ser: alogênico (quando a medula ou as células precursoras 
provêm de outro indivíduo (doador), o doador e o receptor são 
pessoas diferentes) ou autólogo (quando a medula ou as células 
precursoras provêm do próprio indivíduo transplantado, o doador e 
o receptor são a mesma pessoa). 
QUIMIOTERAPIA 
❖ É a forma de tratamento sistêmico do câncer que usa 
medicamentos denominados genericamente de “quimioterápicos” 
(sejam eles quimioterápicos propriamente ditos, 
hormonioterápicos, bioterápicos, imunoterápicos, alvoterápicos) 
que são administrados continuamente ou a intervalos regulares, 
que variam de acordo com os esquemas terapêuticos; 
❖ A maioria dos quimioterápicos utilizados tem sua dose básica, para 
efeito antiblástico, que deve ser ajustada para cada doente de 
acordo com sua superfície corporal; 
- Porém, alguns quimioterápicos têm dose única, que não se 
modifica com a superfície corporal do doente, e alguns outros são 
prescritos por Kg do peso corporal. 
❖ É o tratamento de escolha para doenças malignas do sistema 
hematopoético e para os tumores sólidos, que apresentam 
metástases regionais ou à distância; 
❖ Por ser um tratamento sistêmico não atinge somente as células 
cancerosas como também as células sadias do organismo; 
❖ Os quimioterápicos de um esquema terapêutico podem ser 
aplicados por dia, semana, quinzena, de 3/3 semanas, de 4/4 
semanas, 5/5 semanas ou de 6/6 semanas; 
- Quando se completa a administração do(s) quimioterápico(s) de 
um esquema terapêutico, diz-se que se aplicou um ciclo. Portanto, 
a QT é aplicada em ciclos que consistem na administração de um ou 
mais medicamentos a intervalos regulares; 
- A estratégia de administração dos medicamentos antineoplásicos 
consiste em utilizá-los ciclicamente a intervalos suficientemente 
longos para que haja boa recuperação medular, mas não o 
suficiente para permitir a recuperação tumoral entre os ciclos. 
HORMONIOTERAPIA 
❖ É uma modalidade terapêutica que tem como objetivo impedir a 
ação dos hormônios em células sensíveis; 
❖ Algumas células tumorais possuem receptores específicos para 
hormônios, como os de estrógeno, progesterona e andrógeno e em 
alguns tipos de câncer, como o de mama e de próstata, esses 
hormônios são responsáveis pelo crescimento e proliferação das 
células malignas; 
❖ Portanto a hormonioterapia é uma forma de tratamento sistêmico 
que leva à diminuição do nível de hormônios ou bloqueia a ação 
desses hormônios nas células tumorais, com o objetivo de tratar os 
tumores malignos dependentes do estímulo hormonal; 
❖ Pode ser usada de forma isolada ou em combinação com outras 
formas terapêuticas. 
BIOTERAPIA 
❖ É a quimioterapia na qual se usam medicamentos que inicialmente 
foram identificados como substâncias naturais do próprio corpo 
humano; 
❖ São exemplos: os interferons, a interleucina e os anticorpos 
monoclonais. 
ALVOTERAPIA 
❖ É um tipo de tratamento sistêmico que utiliza medicamentos alvo 
moleculares que atacam especificamente ou ao menos 
preferencialmente determinados elementos encontrados na 
superfície ou no interior das células cancerosas; 
- Exemplo: o Cromossoma Philadelphia positivo ou o gene bcr-abl 
positivo, para o tratamento da leucemia mieloide crônica com 
inibidor da tirosino-quinase. 
❖ Cada tipo de terapia alvo funciona de uma maneira diferente, mas 
todos alteram a forma como uma célula cancerígena cresce, se 
divide, se auto repara, ou como interage com outras células; 
❖ Os medicamentos alvo moleculares podem ser utilizados de forma 
isolada ou em combinação com outras formas terapêuticas. 
INDICAÇÃO 
❖ Quimioterapia Paliativa: indicada para a paliação de sinais e 
sintomas que comprometem a capacidade funcional do doente, 
mas não repercutirá, obrigatoriamente, sobre a sua sobrevida; 
- Independentemente da via de administração é de duração 
limitada; de uma maneira geral, a sua duração varia de 03 a 12 
meses. 
- Indicações: doentes com capacidade funcional suficiente 
(Zubrod: 0, 1 ou 2); doentes com expectativa de vida maior que 6 
meses; doentes com neoplasias sensíveis à QT; doentes com lesões 
tumorais não irradiadas (exceto metástases ósseas). 
❖ Quimioterapia para Controle Temporário de Doença: está 
indicada para hemopatias malignas de evolução crônica, que 
permitem longa sobrevida (meses ou anos), mas sem possibilidade 
de cura, obtendo-se, ou não, o aumento da sobrevida global do 
doente; 
- Indicações: doentes com capacidade funcional suficiente (Zubrod: 
0, 1 ou 2); doentes com uma expectativa de vida superior a 12 meses 
(contando-se com o efeito terapêutico); doentes com possibilidade 
de receber tratamento regular, bem como comparecer às consultas 
de seguimento para se detectar precocemente a recidiva ou 
progressão da doença. 
❖ Quimioterapia Prévia, Neoadjuvante ou Citorredutora: indicada 
para a redução de tumores loco-regionalmente avançados 
(geralmente estádios II ou III), que são, no momento, irressecáveis 
ou não. Tem a finalidade de tornar os tumores ressecáveis ou de 
melhorar o prognóstico do doente. 
- Geralmente é de administração venosa, tem duração limitada e é 
seguida por cirurgia ou radioterapia após curto intervalo (entre 15 a 
30 dias); 
- A duração do tratamento é de 03 a 06 meses, determinada pelo 
tipo ou localização tumoral, toxicidade, resposta objetiva à 
quimioterapia e pelo plano terapêutico proposto; 
- Indicações: doentes com boa capacidade funcional (Zubrod = 0 ou 
1); doentes com expectativa de vida superior a 12 meses; doentes 
com possibilidade de ser operado ( caso indicado) no prazo máximo 
de 3 a 4 semanas depois do término da QT; garantia da radioterapia 
(caso indicada) dentro de 3 a 4 semanas depois do término da QT; 
garantia da QT adjuvante, se indicada; garantia do 
acompanhamento regular, a longo prazo. 
❖ Quimioterapia Adjuvante ou Profilática: define-secomo 
adjuvante a QT indicada após tratamento cirúrgico curativo, 
quando o doente não apresenta qualquer evidência de neoplasia 
maligna detectável pelo exame físico e exames complementares 
indicados para o caso. 
- Os candidatos a este tipo de tratamento são considerados de alto 
risco, face à capacidade de disseminação de seus tumores, mesmo 
que já ressecados (em estádio I, II ou III) e já tenham sido 
submetidos, ou não, à quimioterapia prévia. 
- A quimioterapia adjuvante deve ser iniciada, no máximo, entre 30 
a 60 dias do pós-operatório, e tem por finalidade aumentar o 
intervalo livre de doença e a sobrevida global dos doentes; 
- É de longa duração (de 6 a 12 meses para quimioterapia não 
hormonal e 60 meses para a hormonioterapia do câncer de mama); 
- Indicações: doentes com boa capacidade funcional; doentes com 
no máximo dois meses de operados; doentes com expectativa de 
vida maior que 24 meses; um planejamento terapêutico global; 
garantia do acompanhamento regular, a longo prazo. 
❖ Quimioterapia Curativa: define-se a QT que representa a principal 
modalidade do tratamento que tem finalidade de curar 
definitivamente doentes com neoplasias malignas, podendo, ou 
não, estar associada à cirurgia e radioterapia. 
- Este tipo de tratamento, geralmente de administração oral e 
venosa, é de duração média (03 a 08 meses) a longa, podendo 
chegar a cerca de 36 meses, em casos de criança com leucemia 
aguda ou linfoma linfoblástico, por exemplo; 
- Indicações: doentes com boa capacidade funcional; doentes com 
expectativa de vida superior a 36 meses; um planejamento 
terapêutico global; garantia do tratamento cirúrgico ou 
radioterápico se for o caso; garantia do acompanhamento regular, a 
longo prazo. 
CONTRAINDIÇÕES 
❖ Contraindicações absolutas: é totalmente contraindicada, nos 
portadores de doença maligna em fase terminal, grávidas no 
primeiro trimestre, portadores de infecções graves e pacientes 
comatosos. 
❖ Contraindicações relativas: a idade do paciente (menor de três 
meses e maior de 80 anos), mau estado geral, acometimento de 
órgãos como coração, pulmão, rim, fígado e medula óssea nos 
casos muito graves e mesmo que produzidos pelo câncer, existência 
de metástases cerebrais inoperáveis ou irrespondíveis à 
radioterapia, impossibilidade do paciente de manter-se sob o 
tratamento ou sua falta de cooperação e, por último, a falta da 
esperada resposta do tumor aos quimioterápicos utilizados. 
DETERMINATES DO PLAN O TERAPÊUTICO 
Os determinantes básicos na escolha do tratamento são: 
❖ O diagnóstico histológico e a localização do tumor maligno; 
❖ O estágio da doença, incluindo padrões prováveis de disseminação 
para localizações regionais e à distância; 
❖ Toxicidade potencial de uso; 
❖ Duração da toxicidade presumida; 
❖ Condições clínicas do paciente, que podem ser quantificadas pelas 
escalas de "performance status". 
REQUISITOS PARA QUIM IOTERAPIA 
❖ Menos de 10% de perda do peso corporal anterior ao do início da 
doença; 
❖ Ausência de contraindicação clínica para as drogas selecionadas; 
❖ Ausência de infecção, ou infecção presente, mas sob controle; 
❖ A capacidade funcional correspondente aos três primeiros níveis, 
segundo os índices propostos por Zubrod e Karnofsky; 
❖ Contagem de células do sangue e dosagem de hemoglobina 
sérica (os valores exigidos para aplicação de quimioterapia em 
crianças são menores): 
- Leucócitos > 3.000 a 4.000/mm3 
- Neutrófilos > 1.500 a 2.000/mm3 
- Plaquetas > 150.000/mm3 
- Hemoglobina > 10 g/dl 
❖ Dosagens séricas: 
- Ureia < 50 mg/dl 
- Creatinina < 1,5 mg/dl 
- Bilirrubina total < 3 mg/dl 
- Ácido úrico < 5 mg/dl 
- Transferases (transaminases) < 50 UI/l. 
VIAS E MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE 
QUIMIOTERÁPICOS 
❖ Regional - O agente é aplicado diretamente em uma artéria ou 
cavidade, atingindo-se assim altas concentrações regionais do 
medicamento e, paralelamente, evitando-se ou minimizando-se a 
sua ação sistêmica. 
- Ex: intra-vesical, intra-pleural, intra-tecal, intra-pericárdico, 
intraperitoneal. 
❖ Local - A droga é injetada diretamente no local do tumor. 
- Ex.: intra- lesional (infiltração no sarcoma de Kaposi), tópica (com 
5FU e mostarda nitrogenada). 
❖ Sistêmico - O agente isolado ou uma combinação de drogas é 
administrado com o intuito de tratar-se o organismo como um 
todo. É o método mais utilizado. 
- Ex.: oral, intravenosa, intra-arterial, subcutânea e intra-muscular. 
ANTINEOPLÁSICOS 
❖ Os citostáticos agem diretamente na célula, atuando nas diversas 
fases do ciclo celular; 
- Devido a essa característica é que se opta por usar, mais 
frequentemente, a poliquimioterapia, na qual mais de dois tipos de 
medicamentos de classificações farmacológicas diferentes são 
aplicados, buscando-se um efeito mais abrangente sobre as células 
tumorais. 
❖ Na poliquimioterapia, é importante, sempre que possível, a 
associação de drogas com diferentes toxicidades que permitam 
aumentar o efeito antitumoral sem elevar a toxicidade; 
❖ A utilização adequada de drogas antineoplásicas, requer avaliação 
criteriosa das doses a serem administradas, das vias de 
administração, dos efeitos colaterais de risco, dos mecanismos de 
eliminação, do ajuste de doses adequadas em casos de insuficiência 
de órgãos, e das interações com outras drogas; 
❖ A classificação dos quimioterápicos pode ser feita de acordo com 
sua estrutura química e função ou de acordo com sua especificidade 
no ciclo celular: 
QUANTO À SUA RELAÇÃO COM O CICLO CELULAR 
DROGAS ESPECÍFICAS PARA O CICLO CELULAR 
❖ As drogas ciclo-específicas podem ser divididas em dois sub-
grupos: drogas fase-específicas e drogas fase-inespecíficas. 
DROGAS FASE-INESPECÍFICAS 
❖ O efeito citotóxico delas é obtido em qualquer fase do ciclo celular; 
- Estes agentes são eficazes em tumores grandes com menos 
células ativas em divisão no momento da administração da droga. 
❖ Os quimioterápicos fase-inespecíficos são geralmente mais dose-
dependentes que os quimioterápicos fase-específicos; 
- Isto significa que o número de células destruídas é diretamente 
proporcional à dose de droga administrada. 
❖ Do ponto de vista farmacocinético, apresentam geralmente uma 
curva de dose-resposta linear em que quanto maior a quantidade de 
droga administrada, maior a fração de células mortas. Ex.: 
alquilantes; 
DROGAS FASE-ESPECÍFICAS 
❖ São aquelas que se mostram mais ativas contra células que se 
encontram numa fase específica do ciclo celular; 
❖ A especificidade para a fase apresenta implicações importantes: 
observa-se um limite no número de células que podem ser 
erradicadas com uma única exposição instantânea (ou muito curta) 
à droga, uma vez que somente aquelas células que estiverem na 
fase sensível são mortas. 
- Uma dose mais elevada não consegue matar mais células; 
- É necessário, então, promover-se uma exposição prolongada ou 
repetir as doses da droga para permitir que mais células entrem na 
fase sensível do ciclo. Ex.: S-antimetabólitos e M-alcalóides da 
vinca. 
❖ Acima de uma certa dose, maiores incrementos nas doses das drogas 
não resultam em mais morte celular; 
- Se a concentração da droga é mantida por um período de tempo, 
mais células entrarão na fase letal específica do ciclo e serão 
mortas. 
DROGAS INESPECÍFICAS PARA O CICLO CELULAR 
❖ Atuam geralmente em tumores de crescimento lento, com baixa 
fração de duplicação. 
❖ A farmacocinética desse grupo de drogas é semelhante à das 
drogas fase-inespecíficas, sendo caracterizada principalmente pela 
linearidade da curva dose-resposta. 
QUANTO À ESTRUTURA Q UÍMICA E FUNÇÃO CELULAR 
❖ Agentes Alquilantes: causam alterações nas cadeias do DNA, 
impedindo sua replicação; 
- Fazem a alquilação dos ácidos nucleicos (DNA e RNA) e proteínas; 
- São drogas ciclo celular não-específicas capazes de destruir 
células em repouso ou em processo de divisãoativa, porém as 
últimas são mais sensíveis aos seus efeitos tóxicos; 
- São particularmente citotóxicos aos linfomas, câncer de mama e 
mieloma múltiplo. 
❖ Agentes Antimetabólitos: são capazes de “enganar” a célula, 
incorporando-se a ela, bloqueando a produção de enzimas 
necessárias à síntese de substâncias fundamentais ou interpondo-se 
às cadeias do DNA e RNA, transmitindo mensagens errôneas; 
- São drogas específicas para ciclo celular atuando especificamente 
sobre células em fase de síntese do DNA (fase S); 
- São mais efetivos no tratamento de tumores de rápida divisão 
celular. 
❖ Plantas Alcaloides: são os inibidores mitóticos e os inibidores da 
topoisomerase; 
- Os inibidores mitóticos ligam-se às proteínas dos microtúbulos, 
estruturas responsáveis pela polarização dos cromossomos, 
promovendo sua ruptura ou tornando-os não-funcionantes e 
causando bloqueio da divisão celular durante a metáfase; 
- Os inibidores da topoisomerase inibem a enzima necessária para o 
término da replicação do DNA; 
- São drogas específicas ciclo celular, agem na fase M do ciclo 
celular. 
❖ Antibióticos Antitumorais: atuam interferindo com a síntese dos 
ácidos nucleicos por meio de um processo denominado 
intercalação, que impede a duplicação e separação das cadeias de 
DNA e RNA 
- São compostos antimicrobianos produzidos pelo Streptomyces 
em cultura; 
- São drogas ciclo celular específicas. 
❖ Hormônios e Antagonistas hormonais: a ação dos hormônios ou 
dos antagonistas hormonais depende da presença de receptores 
hormonais nas células tumorais. São capazes de retardar 
temporariamente o crescimento tumoral sem ocasionar 
citotoxicidade e de aliviar sintomas. 
❖ Alcalóides da vinca: são inibidores mitóticos que atuam 
especificamente sobre células em fase de mitose, impedindo a 
formação dos microtúbulos, estruturas responsáveis pela 
polarização dos cromossomos, indispensável no processo de divisão 
celular; 
❖ Nitrosuréias: são agentes pertencentes ao grupo de 
quimioterápicos que têm, provavelmente, ação similar à dos 
agentes alquilantes, sendo, contudo, lipossolúveis e passando assim 
pela barreira hematoliquórica; 
- Algumas atuam em fases específicas do ciclo celular, outras não, 
sendo capazes de agredir células tanto em repouso como em 
processo de divisão ativa 
❖ Agentes Biológicos: estimulam as defesas naturais contra células 
neoplásicas; 
- Novos agentes antineoplásicos são utilizados no bloqueio do ciclo 
celular, inibição da angiogênese, resgate do apoptose e da função 
dos genes supressores do tumor ou na eliminação de células com 
genes anormais, de forma seletiva. 
❖ Inibidores da Tirosinoquinase: existem diversas classes de 
receptores de membrana para moléculas denominadas ligantes, 
cuja interação com o receptor desencadeia reações bioquímicas 
intracelulares que culminam na modulação da expressão gênica. 
Ex.: Sorafenibe, capaz de inibir a atividade intrínseca de uma série 
de receptores de membrana. 
RESPOSTA AO TRATAMEN TO QUIMIOTERÁPICO 
❖ Resposta parcial: quando há redução de 50% ou mais na soma do 
produto dos dois maiores diâmetros perpendiculares de todas as 
lesões mensuráveis por exame físico ou por técnicas radiológicas; 
❖ Resposta completa: implica no desaparecimento completo da 
doença, sendo, se possível, documentada por uma repetição do 
estadiamento anatomopatológico. Para tumores que secretam 
marcadores protéicos quantificáveis, uma queda desses marcadores 
para níveis normais e a persistência desses níveis por dois ou três 
meses se faz necessária para definir uma remissão completa; 
❖ Doença estável: representa uma redução de menos de 50% até um 
aumento de 25% no produto de diâmetros de quaisquer lesões 
mensuráveis; 
❖ Doença em progressão: caracteriza-se por um aumento de mais de 
25% no produto dos diâmetros ou o surgimento de quaisquer novas 
lesões. 
CUIDADOS PALIATIVOS 
❖ Segundo a definição da OMS, revista em 2002, Cuidado Paliativo é 
“uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e 
seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a 
continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do 
sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento 
da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e 
espiritual”. 
- Não se baseia em protocolos, mas em princípios; 
- Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a 
vida; 
- Indica-se o cuidado desde o diagnóstico; 
- Não se fala também em impossibilidade de cura, mas na 
possibilidade ou não de tratamento modificador da doença, afastando 
dessa forma a ideia de “não ter mais nada a fazer”; 
- Pela primeira vez, uma abordagem inclui a espiritualidade entre as 
dimensões do ser humano. 
PRINCÍPIOS 
❖ Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis; 
- É necessário conhecimento especifico para a prescrição de 
medicamentos, adoção de medidas não-farmacologicas e 
abordagem dos aspectos psicossociais e espirituais 
que caracterizam o “sintoma total” 
❖ Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida; 
❖ Não acelerar nem adiar a morte; 
❖ Integrar aspectos psicológicos e espirituais no cuidado do 
paciente; 
- As perdas de autonomia, autoimagem, segurança, capacidade 
física, respeito, sem falar das perdas concretas, materiais, como de 
emprego, de poder aquisitivo e, consequentemente, de status 
social, podem trazer angústia, depressão e desesperança, 
interferindo objetivamente na evolução da doença, na intensidade e 
na frequência dos sintomas, que podem apresentar maior 
dificuldade de controle. 
❖ Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver 
tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte; 
- Problemas sociais, dificuldades de acesso a serviços, 
medicamentos e outros recursos podem ser também motivos de 
sofrimento e devem ser incluídos entre os aspectos a serem 
abordados pela equipe multiprofissional; 
- Viver ativamente, e não simplesmente viver, remete-nos à 
questão da sobrevida a qualquer custo, que esperamos combater. 
❖ Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a 
doença do paciente e o luto; 
❖ Oferecer abordagem multiprofissional para focar as necessidades 
dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento do 
luto; 
❖ Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da 
doença; 
❖ Iniciar o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, 
juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como 
quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações 
necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas 
estressantes; 
- Pela própria definição de Cuidados Paliativos da OMS, esses 
devem ser iniciados desde o diagnóstico da doença potencialmente 
mortal; 
- Dessa forma, cuida-se do paciente em diferentes momentos da 
evolução da sua doença, portanto não devemos privá-lo dos 
recursos diagnósticos e terapêuticos que o conhecimento médico 
pode oferecer. Devem ser utilizados de forma hierarquizada, 
levando em consideração os benefícios que podem trazer e os 
malefícios que devem ser evitados; 
- Uma abordagem precoce também permite a prevenção dos 
sintomas e de complicações inerentes à doença de base, além de 
propiciar diagnóstico e tratamento adequados de enfermidades que 
possam cursar paralelamente à doença principal; 
- Uma boa avaliação embasada nos exames necessários, além da 
definição da performance do paciente, é indispensável para a 
elaboração de um plano integral de cuidados, adequado a cada caso 
e adaptado a cada momento da evolução da doença. 
PROFISSIONAIS ENVOLV IDOS 
É necessária a constituição de equipe multiprofissional com 
dinâmica de atuação interdisciplinar; 
❖ Todos os seus componentes devem ter sólida formação nos 
princípios básicos do tratamento paliativo e agir de acordo com a 
ética profissional; 
❖ Os componentes de uma equipepodem ser: médico, 
enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, 
terapeuta ocupacional, assistente social, musicoterapeuta, 
assistente espiritual, farmacêutico e odontólogo. 
INDICAÇÕES 
❖ Pela definição da OMS, todos os pacientes portadores de 
doenças graves,progressivas e incuráveis, que ameacem a 
continuidade da vida deveriam receber a abordagem dos Cuidados 
Paliativos desde o seu diagnóstico; 
❖ Entretanto, sabemos que, se esta referência tivesse de ser 
cumprida, a maioria dos pacientes permaneceria sem nenhuma 
assistência paliativa, pois não temos ainda disponibilidade de 
profissionais e serviços; 
❖ Os critérios de recomendação para Cuidados Paliativos, 
consideram a possibilidade de indicação para aqueles pacientes que 
esgotaram todas as possibilidades de tratamento de manutenção 
ou prolongamento da vida, que apresentam sofrimento moderado a 
intenso e que optam por manutenção de conforto e dignidade da 
vida; 
- Idealmente, o encaminhamento para cuidados paliativos deve ser 
feito enquanto o paciente apresenta condições 
de autocuidado, buscando-se estimular a sua autonomia por mais 
tempo possível. 
❖ Há dificuldade no prognóstico. Para contornar essa dificuldade, 
foram estabelecidos alguns critérios clínicos para cada doença ou 
para cada condição clínica, que auxiliam na decisão de encaminhar 
o paciente aos Cuidados Paliativos. 
- No caso do câncer, qualquer paciente com metástase ou inoperável 
é candidato. 
MODALIDADE DE ASSIST ÊNCIA 
HOSPITAL 
Uma das maiores desvantagens do ambiente hospitalar e o fato de 
o paciente estabelecer associação com procedimentos invasivos e 
por vezes dolorosos, como punções venosas 
ou arteriais, sondagens (urinarias, nasogástricas etc.), drenagens e 
intubação, num momento da vida em que importantes são o 
conforto e o alivio dos sintomas. 
A existência de uma unidade de Cuidados Paliativos em um hospital 
pode dar a impressão aos outros pacientes e familiares que é uma 
unidade para moribundos, podendo fazer com que, desta forma, o 
nível de ansiedade do paciente possa aumentar, 
significando piora do controle dos sintomas psíquicos. 
 
 
DOMICÍLIO 
Simbolicamente o domicilio representa o retorno ao ventre 
materno, local de aconchego, calor e proteção, situações que são 
procuradas pelas pessoas portadoras de doença ameaçadora da 
vida e que se encontram vulneráveis; 
É importante destacar que, para essa modalidade de atenção, a 
anuência do paciente e/ou da família e extremamente importante e 
que, apesar de ser possível que o óbito aconteça em casa, é 
necessário checar se paciente e família conseguirão desenvolver a 
capacidade de lidar com tal situação durante a evolução do período 
de cuidado. 
 
 
TRATAMENTOS ALTERNAT IVOS 
Existem cinco variações de medicina alternativa reconhecidas: 
SISTEMAS MÉDICOS ALT ERNATIVOS INTEGRAIS 
Esses sistemas são completos: contém explicação do problema, 
diagnóstico e tratamento. Alguns deles são: 
❖ homeopatia; 
❖ medicina tradicional chinesa; 
❖ naturopatia; 
❖ ayurveda. 
TÉCNICAS DE CORPO E MENTE 
Têm como base a teoria de que os fatores emocionais e mentais 
podem regular a saúde física. Para isso, atuam nas conexões 
hormonais, imunológicas e neuronais. Entre essas técnicas estão: 
❖ imagística direcionada; 
❖ hipnoterapia; 
❖ relaxamento; 
❖ meditação; 
❖ biofeedback. 
TRATAMENTOS COM BASE BIOLÓGICA 
São práticas que usam substâncias que modificam o estado de 
saúde dos usuários. Elas incluem: 
❖ fitoterapia; 
❖ terapias biológicas; 
❖ terapia com dieta; 
❖ terapia com quelação; 
❖ terapias ortomoleculares. 
MÉTODOS MANIPULATIVO S E CORPORAIS 
São práticas de manipulação que atuam na estrutura corporal. 
Entre elas há: 
❖ integração estrutural; 
❖ massoterapia; 
❖ quiropraxia; 
❖ reeducação postural; 
❖ reflexologia. 
MEDICINA ENERGÉTICA 
São terapias que prometem manipular os biocampos (ou energias 
sutis) que existem dentro e próximos ao corpo. Alguns exemplos 
são: 
❖ acupuntura; 
❖ magnetos; 
❖ qi gong externo; 
❖ toque terapêutico. 
CONSIDERAÇÕES 
❖ Estimativas da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, 
na sigla em inglês) mostram que cerca de 80% dos pacientes com 
câncer recorrem, em algum momento, a tratamentos alternativos; 
❖ Esses métodos podem ser usados de modo complementar, mas não 
têm eficácia comprovada contra o câncer e são incapazes de 
substituir o tratamento convencional; 
❖ Um estudo recente da Faculdade de Medicina de Yale envolvendo 
281 pacientes com cânceres com potencial de cura de mama, 
pulmão, cólon, reto ou próstata, sem metástase, o uso de medicinas 
alternativas em vez de tratamentos convencionais contra o câncer 
resultou em uma taxa de mortalidade total 2,5 vezes mais alta do 
que a experimentada por pacientes que receberam a terapia 
padrão; 
❖ Muitas vezes, quando a “medicina alternativa” é usada em vez de 
tratamentos médicos convencionais, ela atrasa o uso de 
medicamentos que possuem eficiência reconhecida e dá tempo 
para um câncer que seria curável se tornar letal; 
❖ Exemplo: No caso de Marcelo Rezende, a terapia alternativa 
escolhida foi a chamada dieta cetogênica, que se baseia em evitar 
açúcar e carboidratos; 
- O conceito por trás da dieta cetogênica é bastante simples: as 
células cancerosas precisam de glicose para crescer e, ao evitar o 
consumo de carboidratos e açúcares, o paciente cortaria a 
alimentação do tumor, fazendo-o regredir por inanição; 
- O x da questão é: ele abandonou o tratamento convencional. 
POR OUTRO LADO... 
❖ A Oncologia Integrativa é um ramo da Medicina Integrativa; 
❖ Medicina Integrativa: é uma evolução da medicina alternativa e 
complementar (MAC); 
❖ Medicina alternativa: abrange todas aquelas terapias que não são 
ensinadas em escolas médicas convencionais e tem como base 
ideológica a exclusão da biomedicina, seguindo uma lógica 
substitutiva; 
❖ Por sua vez, a medicina complementar, permite associar técnicas 
alternativas à medicina convencional; 
❖ Contudo, nem a medicina alternativa, nem a complementar, 
captam a essência da medicina integrativa, que usa práticas 
baseadas em evidência de forma integrada com a medicina 
convencional. 
- A medicina integrativa combina o uso de remédios comprovados 
clinicamente com uma ou mais práticas complementares e 
alternativas reconhecidamente seguras e efetivas. 
❖ Os cuidados integrativos e outros tratamentos complementares, 
indicados por médicos oncologistas, não são considerados 
tratamentos alternativos e podem ser somados aos tratamentos 
convencionais. 
❖ Atividades como acupuntura, técnicas corporais e de relaxamento e 
Kundalini yoga, por exemplo, têm sido usadas há vários anos no 
Hospital Sírio-Libanês, visando à integralidade do tratamento e do 
ser humano, reforçando a noção de que somos um todo e que 
precisamos ser cuidados como tal. 
❖ Meditação, Yoga, Musicoterapia, Terapias externas (aplicação de 
óleo, compressas para dor), Antroposofia, fitoterápicos, como 
Viscum album, que é usado por 27% dos pacientes oncológicos na 
Alemanha, são as práticas integrativas mais indicadas; 
- Sabe-se que o Viscum, medicamento natural, aumenta a tolerância 
do corpo ao quimioterápico, evitando que haja uma queda comum 
de leucócitos no nono dia da quimioterapia. Desta forma o paciente 
consegue terminar o ciclo sem falha. Além disso, esse fitoterápico é 
usado para reduzir tumores. 
❖ O sistema imunológico das crianças responde rápido aos estímulos 
das práticas integrativas. Por causa do estresse diário, os adultos 
demoram a responder à tratamentos como a meditação, por 
exemplo, que é necessário relaxamento; 
❖ Já os idosos reagem melhor às atividades que tragam alegria; 
- “Existe uma tendência a depressão com o avanço da idade, por isso 
práticas como Musicoterapia e Arteterapia são muito eficazes para o 
tratamento desses pacientes. Os idososexperienciam os efeitos 
colaterais dos remédios mais do que em outra fase da vida por causa 
do número de medicamentos e da interação entre eles. Por isso, todas 
as práticas que ajudem a diminuir as reações e a dor têm adesão do 
paciente”, conta o doutor Ricardo Ghelman, coordenador do 
programa de Pediatria Integrativa da USP.

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