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Doenças Raras As doenças raras (DR) são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas e variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa acometida pela mesma condição. “Doenças raras ou órfãs são aquelas que afetam um pequeno número de pessoas quando comparado com a população geral (ANVISA, 2008). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doença rara é aquela que afeta até 65 pessoas em cada 100.000 indivíduos (1,3 pessoas para cada 2.000 indivíduos). O número exato de DR não é conhecido. As principais causas de DR são: • fatores genéticos/hereditários; • infecções bacterianas ou virais; • infeções alérgicas e ambientais. Geralmente são crônicas, progressivas e incapacitantes, podendo ser degenerativas e evoluir para à morte. Afetam, sobretudo, crianças de 0 a 5 anos, contribuindo para a morbimortalidade nos primeiros 18 anos de vida. Muitas DR não possuem cura, porém um tratamento adequado é capaz de reduzir complicações e sintomas, além de impedir o agravamento e evolução da doença. Algumas dessas doenças: Acromegalia; Anemia aplástica, mielodisplasia e neutropenias constitucionais; Angioedema; Aplasia pura adquirida crônica da série vermelha; Artrite reativa; Biotinidase; Deficiência de hormônio do crescimento – hipopituitarismo; Dermatomiosite e polimiosite; Diabetes insípido; Distonias e espasmo hemifacial; Doença de Crohn; Doença falciforme; Doença de Gaucher; Doença de Huntington; Doença de Machado-Joseph; Doença de Paget – osteíte deformante; Doença de Wilson; Epidermólise bolhosa; Esclerose lateral amiotrófica; Esclerose múltipla; Espondilite ancilosante; Febre mediterrânea familiar; Fenilcetonúria; Fibrose cística; Filariose linfática; Hemoglobinúria paroxística noturna; Hepatite autoimune; Hiperplasia adrenal congênita; Hipertensão arterial pulmonar; Hipoparatireoidismo; Hipotireoidismo congênito; Ictioses hereditárias; Imunodeficiência primária com predominância de defeitos de anticorpos; Insuficiência adrenal congênita; Insuficiência pancreática exócrina; Leucemia mieloide crônica (adultos); Leucemia mieloide crônica (crianças e adolescentes); Lúpus eritematoso sistêmico; Miastenia gravis; Mieloma múltiplo; Mucopolissacaridose tipo I; Mucopolissacaridose tipo II; Osteogênese imperfeita; Púrpura trombocitopênica idiopática; Sarcoma das partes moles; Shua; Síndrome de Cushing; Síndrome de Guillain-Barré; Síndrome de Turner; Síndrome nefrótica primária em crianças e adolescentes; Talassemias; Tumores neuroendócrinos (TNEs). Tratamento das doenças raras PATRICIA DIAS – CADERNODEFARMACIA.BLOGSPOT.COM MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR - UFF TRATAMENTO Até o início dos anos 80, havia poucas iniciativas no sentido de encarar as DR como uma questão de saúde pública. Atualmente o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimentos para prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e tratamento dos sintomas, obtenção de medicamentos, embora o número de DR que envolvem tratamento baseado em fármacos representa uma pequena fração do universo de doenças raras. LEGISLAÇÃO Portaria GM/MS nº 822, de 06 de junho de 2001 (Fases I, II, III e IV): Desenvolvimento de ações de triagem neonatal (em fase pré‐sintomática, acompanhamento e tratamento das doenças congênitas detectadas inseridas no Programa em todos os nascidos vivos): • Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito; • Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias; • Fibrose Cística; • Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase. Portaria GM/MS nº 81/2009: • Política Nacional em Genética Clínica; • Incluiu o Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) ligados às doenças raras no âmbito do SUS; • Implicou a oferta de 45 medicamentos e tratamentos cirúrgicos e clínicos. Portaria SCTIE/MS nº 5, de 30/01/2014: • Incorpora a avaliação diagnóstica; • procedimentos laboratoriais; e • aconselhamento genético para DR. Portaria GM/MS nº 199, de 30/01/2014 (*): • Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com DR (PNAIPDR); • Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com DR no âmbito do SUS; e • institui incentivos financeiros de custeio de atendimentos e exames. (*) Republicada para consolidar as alterações introduzidas pela Portaria nº 981/GM/MS, 20 de maio de 2014, publicada no DOU nº 95, de 21 de maio de 2014, Seção 1, página 44 A PNAIPDR Tem como objetivo: • melhorar o acesso aos serviços de saúde e à informação; • reduzir a incapacidade causada por essas doenças; • contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com DR. Foi organizada na forma de eixos estruturantes: EIXO 1 - Doenças Raras de origem genética: • Anomalias Congênitas ou de Manifestação Tardia; • Deficiência Intelectual; • Erros Inatos do Metabolismo; EIXO 2 - Doenças Raras de origem não genética: • DR Infecciosas; • DR Inflamatórias; • DR Autoimunes; • Outras Doenças Raras de origem não genética. Tratamento das doenças raras PATRICIA DIAS – CADERNODEFARMACIA.BLOGSPOT.COM MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR - UFF Para a implementação desta Política foram incorporados, inicialmente, 15 exames (de biologia molecular, citogenética e imunoensaios), além do aconselhamento genético e 03 procedimentos de avaliação diagnostica por eixo na tabela de procedimentos do SUS. LINHAS DE CUIDADO Algumas DR têm seus PCDTs aprovados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Atualmente existem 36 PCDTs de DR que orientam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais de saúde sobre como realizar o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação dos pacientes, bem como a assistência farmacêutica no SUS. As equipes de serviço de referência, compostas por geneticista, neurologista, pediatra ou clínico- geral, psicólogo e, quando necessário, nutricionista e assistente social. O atendimento é estruturado em conformidade com a Rede de Atenção à Saúde e seguindo as PNAIPDR no SUS: • Atenção Básica (AB): Coordenação do cuidado e atenção contínua da população que está sob sua responsabilidade adstrita, além de ser a porta de entrada prioritária do usuário na Rede; • Atenção Especializada: realização de ações e serviços de urgência, ambulatorial especializado e hospitalar, apoiando e complementando os serviços da AB; • Serviço de Atenção Especializada em DR: Oferece atenção diagnóstica e terapêutica específica para uma ou mais DR, em caráter multidisciplinar; • Serviço de Referência em DR: oferece atenção diagnóstica e terapêutica específica, em caráter multidisciplinar • Centros Especializados em Reabilitação (CER): responsáveis pela reabilitação dos pacientes encaminhados pelos Serviços de Atenção Especializada e Serviços de Referência em Doenças Raras; • Atenção Domiciliar: atendimento multiprofissional. • Aconselhamento genético (AG): fundamental na atenção às famílias e pessoas com essas doenças. Incorporação de medicamentos para doenças raras: é necessária a apresentação de estudos à Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde (MS), que podem ser oriundos de empresas, organismos da sociedade civil e instituições participantes do SUS. Custeio dos procedimentos para fins de diagnósticos em DR: é efetuado por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) e é repassado aos Estados, Distrito Federal e Municípios a partir da publicação da portaria de habilitação dos Serviços e/ou Serviços e produção dos respectivos procedimentos no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS). No dia 28 de fevereiro, é relembrado o Dia Mundial de Doenças Raras. Criado pela EURORDIS – Rare Diseases Europe em 2008, o Dia Mundial das Doenças Raras é comemorado anualmenteno último dia de fevereiro, em mais de 80 países, com o objetivo de alertar a população para este tipo de doenças e para as dificuldades que os doentes enfrentam no seu quotidiano. Tratamento das doenças raras PATRICIA DIAS – CADERNODEFARMACIA.BLOGSPOT.COM MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR - UFF FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças raras. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt- br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doencas- raras>. Acesso em: 30 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. Disponível em: <http://sigtap.datasus.gov.br/tabela- unificada/app/sec/inicio.jsp>. Acesso em: 30 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 199, de 30 de janeiro de 2014. Institui a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, aprova as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e institui incentivos financeiros de custeio. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g m/2014/prt0199_30_01_2014.html>. Acesso em: 30 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.559, de 1º de agosto de 2008. Institui a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde – SUS. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm /2008/prt1559_01_08_2008.html. Acesso em: 31 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 981, de 21 de maio de 2014. Altera, acresce e revoga dispositivos da Portaria nº 199/GM/MS, de 30 de janeiro de 2014, que institui a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, aprova as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e institui incentivos financeiros de custeio. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g m/2014/prt0981_21_05_2014.html>. Acesso em: 31 ago. 2021. FIOCRUZ. Doenças raras ainda representam desafio para saúde pública. Isabela Pimentel (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/doencas- raras-ainda-representam-desafio-para-saude- publica>. Acesso em: 31 ago. 2021. FIOCRUZ. FOTO: MÍDIA NINJA. RADIS, n.149, fev. 2015. Disponível em: <https://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default /files/arquivos/biblioteca/radis_149_site.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2021. BIREME / OPAS / OMS - MÁRCIO ALVES. 28/02 – Dia Mundial das Doenças Raras | Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/28-02-dia- mundial-das-doencas-raras/>. Acesso em: 31 ago. 2021.
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