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1 Aula 01 1A Português Variedades linguísticas (I) 1 “Que importa que uns falem mole descansado Que os cariocas arranhem os erres na garganta Que os capixabas e os paroaras escancarem as vogais Que tem si o quinhentos réis meridional Vira tostões do Rio pro norte? Juntos formamos este assombro de misérias e grandezas, Brasil, nome de vegetal...” (Mário de Andrade, “Noturno de Belo Horizonte”) D KO E st úd io . 2 01 5. D ig ita l. 2 Semiextensivo O que são variedades linguísticas? Grosso não fala como um executivo em plena Avenida Paulista, em São Paulo. O falar arrastado de um baiano e a velocidade de um “manezinho da ilha” não faz com que haja duas línguas portuguesas distintas. É uma mesma língua vivendo variedades linguísticas diferen- tes. Por vezes, dentro de um mesmo estado podem-se experimentar variedades diferentes. Muito importante é o conceito das variedades sociais: linguagem culta e linguagem popular. A norma culta é a linguagem utilizada pelas pessoas escolarizadas, é transmitida pela tradição escolar. A língua popular é a realizada em regra pelas pessoas não escolarizadas ou com nível muito baixo de esco- larização. A língua em sua modalidade culta acaba recebendo um cunho de valor bastante grande e, em seu nome, cometem-se inúmeros preconceitos linguísticos. É injusto dizer que erra o menino que joga bola em um terreno alagado vizinho às palafitas em que vive na grande Salvador e diz: “Os menino joga bola.”. A comunicação se efetivou da forma que foi pos- sível efetivar-se considerando origem, escolarização e situação do falante. Dar mais essa carga pejorativa a esse habitante de um Brasil profundo parece acima de tudo preconceito. A língua, quando se leva em con- sideração a variedade popular, acaba constituindo-se uma forma de exclusão. A todos deve ser dada a oportunidade de conhecer o português culto e formal, mas nem por isso deve ser negada a possibilidade de realização da língua de maneira informal ou popular. O grande segredo da boa realização de uma língua é a adequação da língua à experiência vivida pelo falante. Há também a variedade de época. A língua, fenômeno dinâmico e vibrante, muda conforme o momento histórico em que ela se realiza. Ler hoje um Camões não é muito fácil para a maioria dos fa- lantes do português. A língua de Camões é a língua portuguesa, mas numa variedade que a distancia do português contemporâneo. As gírias, por outro lado, são um demonstrativo dessa dinamicidade da língua. Ou mais, pode-se notar que todo um vocabulário relativo, por exemplo, à tecnologia de informação está presente hoje no léxico de muitas línguas, o que obviamente não acontecia trinta anos atrás. Como se sabe, a língua sofre transformações com o tempo. As pessoas, inclusive, falam de modo diferente de acordo com sua idade. Para falar com o avô o adolescente não usa a mesma variedade de língua que utiliza ao falar com seus amigos. Mesmo intuitivamente, todos sabemos que uma língua, como a língua portuguesa, não é falada ou realizada por escrito do mesmo modo por todos os falantes em todo e qualquer lugar ou circunstância. Ao contrário, a língua varia conforme varie seu modo de realização: falada ou escrita, conforme o lugar onde o usuário da língua nasceu ou reside, conforme ele utilize o português culto ou popular, conforme a época em que ele vive ou em conformidade com a idade que tem ou, ainda, conforme use uma modali- dade formal ou informal da língua. A descrição de um idioma não pode desconsiderar esse tipo de fenôme- no e deve, portanto, englobar a noção de variedades linguísticas. Basicamente, uma língua sofre variações de acordo com cinco eixos. Uma variação inicial diz respeito às modalidades escrita e falada. Normalmente, parece pedante falar como se escreve e infantil escrever como se fala. Ninguém fala como escreve e ninguém escreve como fala. Se o falante usa a língua oral como se escreve, soa pedante, exibido, distante da realidade. Se o usuário da língua escreve como se fala, vai parecer infantil e com certeza não será bem visto ou bem avaliado em diversas situações da vida. Em segundo lugar, existem as variedades regionais. Isso define, por exemplo, a ocorrência de sotaques e de expressões ou de construções típicas de determi- nadas regiões. No caso da língua portuguesa, a língua realizada no Brasil, em Portugal ou em outros países lusófonos, ainda que seja uma mesma e única língua, apresenta diferenças pertinentes, por exemplo, a vo- cabulário e estruturas gramaticais. Isso não quer dizer que sejam línguas distintas, apenas realizam-se às ve- zes com variações linguísticas regionais. Normalmen- te, a língua escrita e formal do Brasil aproxima-se do português de Portugal e essa valorização faz com que esta seja considerada melhor que a linguagem infor- mal, oral, coloquial brasileira. Como escreveu Manuel Bandeira: “enquanto nós (os professores, os letrados, os bem-escolarizados), o que fazemos é macaquear a sintaxe lusíada”. Por outro lado, não é necessário cru- zar o Atlântico para perceber variedades linguísticas regionais: o Brasil, com suas proporções continentais, apresenta variedades linguísticas regionais dentro do seu próprio território. Um gaúcho não fala como um paraense, assim como um cearense não fala como um paulista, assim como um habitante do sertão do Mato Aula 01 3Português 1A Finalmente, há o eixo de variação de estilo, que define o modo formal ou informal de falar ou de escrever. Um mesmo falante, usando a mesma varie- dade culta, pode realizar a língua de maneira formal ou informal. Um mesmo falante pode, por exemplo, usar a modalidade informal ao falar e a modalidade formal ao escrever. Se se diz com naturalidade que “Ela é linda que nem uma estrela.”, por outro lado o mesmo usuário pode querer escrever que “Ela é linda como uma estrela.”. São variedades de estilo de uma mesma língua. Deve haver um cuidado especial em não confundir os conceitos de culto e popular com os conceitos de formal e informal. Um mesmo usuário da língua pode, em seu trabalho, escrever em português Testes Assimilação 01.01. (PUCPR) – Leia o texto a seguir, depois analise as alternativas e assinale a que for VERDADEIRA. Leis em português (Eduardo Szklarz) Se você já tentou interpretar uma lei ou decisão judicial, sabe que a tarefa pode ser complicada como ler em grego. Com a desvantagem de o Google não traduzir o juridiquês, “idioma” criado por políticos e profissionais do direito, com pitadas de português, termos técnicos e expressões em latim. “Alguns usam essa linguagem empolada para ter status, outros como instrumento de poder. Na sua vaidade, afastam a Justiça da sociedade”, diz o advogado Renato Pacca, do blog Traduzindo o Juridiquês. “Assim como bons médicos explicam o tra- tamento com palavras simples, um juiz deveria explicar sentenças de modo acessível. Sem precisar de tradução.”. a) De acordo com o texto, leis e decisões judiciais deveriam ser escritas em uma linguagem acessível à sociedade. b) O autor do texto, apesar de defender o juridiquês, observa a importância de redação acessível aos leigos nas leis e sentenças judiciais. c) No texto está implícito que a dificuldade de os cidadãos brasileiros compreenderem documentos da área jurídica se deve ao seu despreparo em relação à competência leitora. d) De acordo com o texto, os juristas precisam fazer uso de linguagem empolada sob pena de perderem credibilida- de perante a sociedade. e) A citação das palavras de Renato Pacca não serve de argumento para a tese defendida pelo autor do texto. 01.02. (VUNESP – SP) – Leia a charge. O efeito de humor da charge advém, dentre outros fatores, do uso de uma variedade linguística que se manifesta na a) sintaxe dos períodos subordinados. b) seleção de termos parônimos. c) fonética e na morfologia dos vocábulos. d) ambiguidade dos verbos. e) contradição entre a imagem e a fala. 01.03. (UNIFESP) – Leia a charge. cultoe formal e, no aconchego de seu lar, usar o por- tuguês culto e informal ao falar com seu filho criança. É uma mesma língua culta, com modalidades de estilo diferentes. Esquematicamente, tem-se portanto: Variedades linguísticas 1. Modalidade escrita e modalidade falada 2. Variedades regionais 3. Variedades sociais (norma culta e norma popular) 4. Variedades de época 5. Variedades de estilo (formal e informal) 4 Semiextensivo No contexto apresentado, o personagem expressa-se in- formalmente. Se sua frase fosse proferida em norma-padrão da língua, assumiria a seguinte redação: a) Fazemos o seguinte: a gente ressuscita o Bin Laden e lhe matamos de novo. b) A gente faz o seguinte: ressuscita o Bin Laden e lhe mata de novo. c) Nós faremos o seguinte: ressuscitamos o Bin Laden e matamos ele de novo. d) Façamos o seguinte: a gente ressuscitamos o Bin Laden e matamos de novo. e) Façamos o seguinte: nós ressuscitamos o Bin Laden e o matamos de novo. Leia o trecho a seguir e responda à questão 01.04. – Sou playboy! – dizia Pardalzinho a todos que comentavam sua nova indumentária. Tatuou no braço um enorme dragão soltando labaredas amare- las e vermelhas pelo focinho, o cabelo ligeiramente crespo foi encaracolado por Mosca. Sentia-se ago- ra definitivamente rico, pois se vestia como eles. O cocota pediu a Mosca que comprasse uma bicicleta Caloi 10 para que pudesse ir à praia todas as ma- nhãs. Rico também anda de bicicleta. Iria frequentar a praia do Pepino assim que aprendesse o palavra- do deles. Na moral, na moral, na vida tudo é uma questão de linguagem. Alguns bandidos tentaram fazer chacota do seu novo visual. O traficante meteu a mão no revólver dizendo que não tinha cara de palhaço. Até mesmo Miúdo prendeu o riso quando o viu dentro daquela roupa de garotão da Zona Sul. (LINS, P. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. P. 261.) 01.04. (UEL – PR) – A partir da leitura desse trecho, considere as afirmativas a seguir. I. Pardalzinho, apesar de ter dinheiro e roupas de ricos e sentir-se como rico, ainda precisava adequar sua lingua- gem ao padrão desejado. II. Roupas, dinheiro, tatuagem e cabelo encaracolado eram suficientes para Pardalzinho sentir-se incluído no “mundo dos ricos”. III. Pardalzinho sentia-se como palhaço, mas não admitia que rissem dele. IV. Pardalzinho tatuou o dragão soltando labaredas amare- las e vermelhas pelo focinho e encaracolou os cabelos porque achou que, assim, ficaria parecido com os ricos. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 01.05. (FUVEST – SP) – Você pode dar um rolê de bike, la- pidar o estilo a bordo de um skate, curtir o sol tropical, levar sua gata para surfar. Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu reproduzir nesta frase, é correto afirmar que a expressão proveniente de variedade diversa é a) “dar um rolê de bike”. b) “lapidar o estilo”. c) “a bordo de um skate”. d) “curtir o sol tropical”. e) “levar sua gata para surfar”. 01.06. O trecho a seguir é parte de entrevista concedida pelo linguista paranaense e ex-reitor da UFPR, Carlos Alberto Faraco: Pergunta: O senhor acha que existe o falar “certo” e o falar “errado”? Faraco: Há milhares de falares, e a classificação “cer- to” e “errado” é reducionista, mas o falante não é re- ducionista. A prática linguística do falante é organiza- da em termos de uma busca constante de adequação. O falante transita entre um leque imenso de opções linguísticas e entre polos de formalidade e informa- lidade. E isso é que é o legal da linguagem. Somos todos multilíngues e querem que sejamos unilíngues. Entrevista à revista Folha do Curso, do Curso Positivo. Edição extraordinária, maio de 1998. Carlos Alberto Faraco demonstra ter, sobre normas linguís- ticas, uma visão: a) inflexível, pois não aceita nenhuma norma a não ser a da estrita correção gramatical. b) internacionalista, pois defende que todos nos tornemos poliglotas, quer dizer, falantes de línguas estrangeiras. c) nacionalista, pois condena a presença de estrangeirismos na língua portuguesa. d) tolerante, pois entende que os falantes naturalmente mudam sua maneira de falar de acordo com o contexto. e) autoritária, pois defende que a classificação “certo” e “errado” prevaleça sobre a anarquia representada pela existência de milhares de falares reducionistas. Aperfeiçoamento O texto a seguir servirá de base para as questões 01.07 e 01.08. O Estado deve reger a língua? Controlar a língua e a literatura é tentação au- toritária de inquietante frequência no Brasil. A mais recente demonstração desse impulso teve fim em abril, quando o projeto de lei que ba- niria de escolas estaduais mineiras os livros es- critos fora da norma gramatical hegemônica, ou com conteúdo imoral, acabou engavetado, Aula 01 5Português 1A Glossário Rolezinho: diminutivo de rolê ou rolé; em linguagem informal, significa “pequeno passeio”. Recentemente, tem designado encontros simultâneos de centenas de pessoas em locais como praças, parques e shopping centers, organizados via internet. Anonymous riot: rebelião anônima. após repercussão em redes sociais. Protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em junho de 2011, pelo deputado Bruno Siqueira (PMDB), o projeto 1.983 dizia: “Fica proibida a adoção e distribuição, na rede de ensino pública e privada do estado de Minas Gerais, de qualquer livro didático, paradidático ou literário com conteúdo contrário à norma cul- ta da língua portuguesa ou que viole de alguma forma o ensino correto da gramática. O disposto no caput também se aplica quando o conteúdo apresentar elevado teor sexual, com descrições de atos obscenos, erotismo e referências a incestos ou apologias e incentivos diretos ou indiretos à prática de atos criminosos”. Fonte: www.revistalingua.com.br. Ano 7, n. 80, junho de 2012. 01.07. (PUCPR) – Selecione a alternativa que apresenta uma interpretação ADEQUADA a partir da leitura do texto. a) O autor do texto mostra-se favorável ao projeto de lei, pois é dever de todos os cidadãos defender o uso da língua portuguesa culta. b) Se aprovado, o projeto de lei estimularia a leitura de obras literárias de grandes autores nacionais, como Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Jorge Amado. c) Ao apresentar o projeto de lei, o deputado Siqueira de- monstrou desconhecer que o papel da escola é preparar o aluno para o mundo real, apresentando a diversidade linguística do país. d) A expressão “acabou engavetado”, na 2ª. frase do 1º. pará- grafo, indica que o projeto foi protocolado e aprovado na primeira instância. e) O projeto de lei do deputado Siqueira repercutiu positi- vamente nas redes sociais. 01.08. (PUCPR) – Selecione a alternativa que apresenta ADEQUAÇÃO a partir da leitura e análise do texto. a) Os adjetivos “autoritária” e “ inquietante” demonstram o agrado e a adesão do autor à ideia defendida no projeto de lei. b) Na 2.a frase do 1.o parágrafo, a expressão “ desse impulso” refere-se ao dever do Estado de apresentar projetos de lei. c) O 2.o parágrafo está entre aspas porque retrata a fala do deputado Bruno Siqueira em entrevista coletiva à imprensa. d) A expressão “norma gramatical hegemônica” refere-se exclusivamente ao novo acordo ortográfico vigente no país. e) Na oração “Fica proibida a adoção e distribuição de qual- quer livro didático, paradidático ou literário”, apesar de a expressão verbal estar no singular, devemos interpretar que ambos os atos, o de adoção e o de distribuição, ficam proibidos. 01.09. (UFRJ) – O cartaz a seguir foi usado em uma campa- nha pública para doação de sangue. Considerando como os sentidos são produzidos no cartaz e o seu caráter persuasivo, pode-se afirmar que: a) As figuras humanas estilizadas, semelhantesumas às outras, remetem ao grupo homogêneo das pessoas que podem ajudar a ser ajudadas. b) A expressão “rolezinho” remete à meta de se reunir muitas pessoas, em um só dia, para doar sangue. c) O termo “até” indica o limite mínimo de pessoas a serem beneficiadas a partir da ação de um indivíduo. d) O destaque visual dado à expressão “ROLEZINHO NO HEMORIO” tem a função de enfatizar a participação indi- vidual na campanha. Textos para as questões 01.10 e 01.11. TEXTO 1: Meter a língua onde não é chamado Outro dia eu disse para as minhas filhas que o telefone estava escangalhado. Nada escangalha mais, no máximo não funciona. Me acharam, sem usar tamanho e tão cansativo polissílabo, um completo mocorongo. Como sempre, esta- vam certas. Eu tenho visto mulheres de botox, homens que escondem a idade, tenho visto to- das as formas de burlar a passagem do tem- po, mas o que sai da boca tem data. Cuidado 6 Semiextensivo cinquentões com o ato de pedir um ferro de engomar, achar tudo chin- frim, reclamar do galalau que senta na sua frente no cinema e a mania de dizer que a fila do banco está morrinha. Esse papo, por mais que você curta música techno e endívias, denuncia de que década você veio. Adaptado de: Joaquim Ferreira dos Santos. Disponível em http://www.releituras.com/ifsantos_menu.asp. Acesso em: 23 jun 2012. TEXTO 2: Rato de sebo 01.10. (UEPG – PR) – O texto de Joaquim Ferreira dos Santos e a charge de Custódio têm entre si um assunto comum. Quanto a isso, assinale o que for correto. 01) “O real estado da língua é o das águas de um rio, que nunca param de correr e de se agitar, que sobem e descem conforme o regime de chuvas, sujeitas a se precipitar por cachoeiras, a se estreitar entre as montanhas e a se alargar pelas planícies.” (BAGNO, 2007, p. 36). 02) “Se a língua é falada por seres humanos que vivem em sociedades, se esses seres humanos e essas sociedades são sempre, em qualquer lugar e em qualquer época, heterogêneos, diversificados, instáveis, sujeitos a conflitos e a transformações, o estranho, o paradoxal, o impensável seria justamente que as línguas permanecessem estáveis e homogêneas.” (BAGNO, 2007, p. 37.) 04) “Somente uma língua idealizadamente descontextualizada é uniforme. E o que é uma língua descontextualizada? É a língua artificial, inventada; língua para dar exemplos. É a língua das frases soltas. Língua que não tem como referência uma situação, um sujeito, uma finalidade comunicativa. Parece uma coisa oca.” (ANTUNES, 2007, p. 105). 08) “A língua contextualizada inclui pessoas, inclui sujeitos.” (ANTUNES, 2007, p. 106). 16) “Assim como certos grupos se caracterizam através de alguma marca (digamos, por utilizarem certos trajes, por terem determinados hábitos, etc.), também podem caracterizar-se por traços linguísticos.” (POSSENTI, 1996, p. 34). 01.11. (UEPG – PR) – Sobre o novo Acordo Ortográfico, assinale o que for correto. 01) No texto 1, a palavra “galalau”, em “reclamar do galalau que senta na sua frente no cinema”, era acentuada antes do Novo Acordo Ortográfico. 02) No texto 2, o da charge, a palavra “sarau”, em “Ontem fui a um sarau supimpa”, era acentuada antes do acordo que vigora atualmente. 04) Na charge, em “O véio tirou a maior onda”, a palavra véio (uma variante de “velho”) não levaria acento na atual ortografia. 08) No texto de Joaquim Ferreira dos Santos, aparece uma palavra cujo sinal gráfico foi abolido no Novo Acordo, a não ser em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. 16) A regra que norteava a acentuação de palavras, como “máximo”, “polissílabo”, “música” e “década”, todas do primeiro texto, não sofreu alteração no Novo Acordo Ortográfico. Texto para as questões 01.12, 01.13 e 01.14. ECA completa 20 anos com avanços para o bem-estar social dos jovens (...) Para os defensores do Es- tatuto da Criança e do Ado- lescente (ECA), que completa 20 anos nesta terça-feira (13), as críticas em relação a uma suposta ineficácia ou permis- sividade têm origem no des- conhecimento e na deturpa- ção da legislação, que levam setores da sociedade a exigir a aprovação de punições mais severas para adolescentes em conflitos com a lei, como a redução da maioridade penal. Os especialistas são unânimes em afirmar que o ECA trou- xe importantes instrumentos para garantia do bem-estar social dos jovens brasileiros. Os crimes cometidos por ado- lescentes concorrem para au- mentar o medo e a inseguran- ça, gerando a sensação de que o ECA guarda algum tipo de relação com essa triste e cruel realidade. Só que, evidente- mente, o estatuto não é res- ponsável pelas mazelas. Pelo contrário. É por meio dele que crianças e adolescentes vêm sendo incluídos nos ser- viços de saúde, educação, la- zer e cultura”, afirmou o pro- motor da Vara da Infância e da Juventude de São Bernardo do Campo, Jairo de Luca. (...) (Disponível em: http://www.abril.com.br/no- ticias/brasil/eca-completa-20-anos-avancos- -bem-estarsocial-jovens-578042.shtml. Acesso em: 15 ago. 2010. Publicado em: 13 ago. 2010.) 01.12. (FDSM – RS) – De acordo com o texto, para aqueles que defendem a validade do ECA a origem das críticas a essa lei encontra-se, sobretudo: a) na ignorância excessiva e na altera- ção contínua da legislação. b) na falta de conhecimento e na alta permissividade da legislação. c) na falta de conhecimento e na alte- ração limitada da legislação. Aula 01 7Português 1A d) na ignorância exagerada e na interpretação equivocada da legislação. e) na falta de conhecimento e na interpretação equivocada da legislação. 01.13. (FDSM – RS) – A partir da observação das estruturas sintáticas e do vocabulário empregado no texto, verifica-se que o nível de linguagem predominante é o: a) culto ou variante-padrão. b) familiar ou coloquial. c) popular ou subpadrão. d) chulo ou vulgar. e) técnico ou profissional. 01.15. Analise as afirmações que se fazem em seguida a respeito do texto, conjunto de três imagens acima. I. Dois dos personagens utilizados na matéria publicitária manifestam estranhamento diante da palavra “despulgar”. II. O personagem da imagem 2, em linguagem jovem, marcada por estrangeirismo e gíria, demonstra perfeita compreensão da palavra que causou estranhamento a um dos personagens. III. O personagem da imagem 3, auxiliado pelo adereço ócu- los, que pretende passar um aspecto de intelectualidade, também parece compreender a palavra em questão. Está(ão) correta(s): a) todas as afirmações; b) I e II, somente; c) I e III, somente; d) II e III, somente; e) II, apenas. 01.16. A palavra “despulgar”, usada na publicidade, a) constitui um neologismo cuja compreensão é impossível, visto que consiste numa derivação da palavra “pulga”. b) nasce de um processo permitido pela língua portugue- sa, mas utilizado, neste caso de forma a não possibilitar compreensão. c) surge de um processo de derivação, com a juntada do prefixo “des” à palavra “pulga”, aqui transformada em verbo com o auxílio da desinência “ar”, o que ainda assim não leva à compreensão, o que justifica o estranhamento de dois dos personagens. d) é a soma do prefixo “des” à palavra “pulga”, transformada em verbo por meio da desinência “ar”, e como o prefixo “des” designa afastamento, ação contrária, fica evidenciada sua clara significação ao leitor da publicidade. e) revela a criação de um novo vocábulo desprovido de qualquer significação. 01.17. Quanto à linguagem utilizada no texto, pode-se concluir que a) contém estrangeirismo e gíria e, assim, inadequada a um texto publicitário. b) tem características de informalidade e, como tal, é incon- cebível num texto publicitário. c) é informal, vulgar e popular e, dessa forma, inadmissível num texto publicitário. d) é marcada pela informalidade e, assim, pretende atingir um público maior, representado no texto por dois cães que denotam juventude e um que pretende sugerir maturidade e intelectualidade. e) é popular e não atende aos padrões mínimosde forma- lidade exigidos por um texto publicitário. 01.14. (FDSM – RS) – De acordo com o texto: a) os crimes praticados por adolescentes aumentaram nos últimos anos com a aplicação do ECA, o que poderia ser revertido com a redução da maioridade penal. b) o medo e a insegurança causados pelos crimes praticados por crianças e adolescentes levam toda a sociedade a reclamar punições mais severas. c) o ECA permitiu a inclusão de crianças e adolescentes em serviços de saúde, educação, lazer e cultura, o que evidencia a importância dessa lei. d) Nem todos os especialistas concordam que o ECA tenha trazido meios eficientes de se garantir o bem- -estar do menor. e) a pouca eficácia do ECA se deve, principalmente, à presença de medidas punitivas muito brandas e per- missivas. Aprofundamento As questões de número 01.15 a 01.18 dizem respeito ao texto publicitário reproduzido a seguir. Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 © Z oe tis B ra si l/R ev ol ut io n 8 Semiextensivo 01.18. Correlacione os textos da coluna 1 com as caracte- rísticas da coluna 2. 1. ( I ) imagem 1 ( II ) imagem 2 ( III ) imagem 3 2. ( ) dúvida ( ) linguagem claramente juvenil ( ) reflexão ( ) conclusão ( ) desconhecimento ( ) pronúncia articulada para ser compreendida A adequada correlação é: a) II – II – III – I – I – III b) I – II – III – I – II – III c) I – II – III – III – I – II d) I – I – II – II – III – III e) I – I – III – III – II – II Leia o texto a seguir e responda às questões de 01.19 a 01.22. Adapte-se ao nível de formalidade Quando um e-mail é enviado em substituição a um bilhete, a linguagem usada pode ter maior grau de informalidade. Nesses casos, ele aproxi- ma-se da fala, embora seja importante considerar que a mensagem será lida. Um dos problemas co- municacionais advém de o redator escrever como se falasse despreocupadamente, com frases mal organizadas e sem clareza. Mesmo que o texto tenda à informalidade, devem-se evitar erros que comprometam a imagem do redator e da institui- ção que ele representa. Quando o meio eletrônico substitui memoran- do ou comunicado interno, a formalidade aumen- ta, tendo em conta o conteúdo e o destinatário. Aí é preciso considerar as características da redação empresarial, que se renovou nestes anos. Trope- ços são mais facilmente evitados quando se tem o hábito de leitura de textos bem escritos. Como redação empresarial demanda rapidez, convém redobrar a leitura não só de livros de sua área, pois isso facilitará a redação coesa e coerente. (NÓBREGA, M. H. da Revista Língua Portuguesa. Segmento, ano III, n. 33. jul. 2008. p. 40-41.) 01.19. De acordo com o texto, é correto afirmar. a) Nos dias atuais, a imagem de uma empresa é determinada pelo nível mais alto de formalidade de sua comunicação interna. b) Marcas da oralidade em e-mails empresariais acarretam erros gramaticais próprios dos bilhetes. c) Em determinadas situações, a correspondência por e-mail deve ser cuidada e correta. d) A redação coesa e coerente é aquela que tem maior grau de informalidade. e) Dado o seu caráter conservador, a redação empresarial prioriza o conteúdo em detrimento de quem vai ler o texto. 01.20. O e-mail é um tipo de texto que surgiu com a internet. Pelo texto, pode-se entender que a) o advento da internet não modificou as necessidades de comunicação nas empresas, mas tem exigido maior atenção quanto à correção e ao nível de formalidade. b) a necessidade de se comunicar no ambiente empresarial fez nascer um novo gênero: o e-mail. c) no ambiente empresarial o gênero e-mail deveria agilizar a comunicação, porém sua informalidade vem atrapa- lhando esse processo. d) a produtividade de uma empresa está prejudicada pela crescente utilização de gêneros textuais do meio eletrônico. e) a inovação tecnológica inibe a renovação de gêneros textuais, particularmente no ambiente de trabalho. 01.21. Considere a frase: “Nesses casos, ele aproxima-se da fala.” Nesta oração, a palavra sublinhada retoma: a) bilhete. b) memorando. c) grau de informalidade. d) redator. e) e-mail. 01.22. Assinale a alternativa que reescreve corretamen- te o período do texto: “Mesmo que o texto tenda à informalidade, devem-se evitar erros que compro- metam a imagem do redator e da instituição que ele representa.” a) A imagem do redator da instituição representada fica comprometida pelos erros a serem evitados, isso se o texto tende à informalidade. b) Erros comprometedores da imagem do redator e da instituição que o representa devem ser evitados, pois o texto tende à informalidade. c) Como o texto tende à representação da informalidade, os erros não evitados pelo redator comprometem a imagem da instituição. d) A imagem do redator e a da instituição por ele represen- tada ficarão comprometidas se erros não forem evitados, ainda que o texto tenda à informalidade. e) Para que o texto tenda à informalidade representada pela instituição e por seu redator, erros devem ser evitados sem que haja comprometimento da sua imagem. Aula 01 9Português 1A Discursivos 01.23. (FUVEST – SP) – Examine a tirinha. a) De acordo com o contexto, o que explica o modo de falar das personagens representadas pelas duas traças? b) Mantendo o contexto em que se dá o diálogo, reescreva as duas falas do primeiro quadrinho, empregando o português usual e gramaticalmente correto. 01.24. (UNICAMP – SP) – Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia publicada em um jornal brasileiro que apre- senta um estilo mais informal. Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais tarde Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a intenção, agora, é criar regra para aumentar a idade mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir que o INSS quebre de vez Página 12 Descanso mais longe O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situação do INSS se complica, e mais o governo trata de dificultar a aposentadoria do pessoal pelo teto (o valor integral que a pessoa teria direito de receber quando pendura as chuteiras) – o que não é tão bom. A última novidade que já tá em discussão lá em Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que diz que só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre idade e tempo de contribuição (se for mulher) e 95 anos (se for homem). Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85) e um homem da mesma idade, se tivesse contribuído por 35 (60+35=95). Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai receber menos do que teria direito com a conta fe- chada. (notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p. 1 e 12) 10 Semiextensivo 01.01. a 01.02. c 01.03. e 01.04. b 01.05. b 01.06. d 01.07. c 01.08. e 01.09. b 01.10. 31 (01, 02, 04, 08, 16) 01.11. 28 (04, 08, 16) 01.12. e 01.13. a 01.14. c 01.15. d 01.16. d 01.17. d 01.18. c 01.19. c 01.20. a 01.21. e 01.22. d 01.23. a) As traças se utilizam de linguagem formalíssima, de uma linguagem em- polada e algo pedante, por terem lido a Bíblia, o que provocou que elas fa- lassem com a linguagem usada nessa obra. Na lógica da tirinha, como elas se alimentam da Bíblia, apossam- -se da linguagem do livro e passam a usar equivocadamente o estilo da obra máxima do cristianismo. Esse uso é marcado, entre outras carac- terísticas, pela segunda pessoa do plural: vós. b) Reescritas em português usual e gramaticalmente correto, as frases poderiam ser por exemplo: “Como foi o seu dia?”, “Como passou o dia?” e “Queria, que tivesse sido melhor.”, “Queria que fosse melhor do que foi.”, “Gostaria que tivesse sido melhor.”. 01.24. a) A maioria das marcas que caracteri- zam a informalidade da publicação são relacionadas ao nível lexical (vocabulário). Dentre elas poderiam ser citadas palavras ou expressões como: “galera”, “pendurar a chuteira”, “vovozada”, “quebre”, “botar”, “grana”, “trampado”. Por outro lado, há marcas que são de naturezafonológica, são variantes de pronúncia, aqui representadas por escrito, como “pra” ou “tá”. Basta para responder bem à questão citar duas ocorrências e dizer se são marcas lexicais ou fonológicas. b) No texto ocorrem marcas que di- zem respeito mais especificamente a determinado setor da sociedade. Vocábulos como “galera” e “grana” são mais próprias de um segmento jovem da população, enquanto “tá” e “botar” são marcas de oralidade para todos os segmentos da população, marcas de informalidade para todos os falantes. Gabarito a) Retire dos textos duas marcas que caracterizam a informalidade pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas são (sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de vocabulário). b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como “tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” e “grana”, quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que diferença é essa. 11Português 1A 1A Português Aula 02 Acentuação gráfica (I) Padrões de tonicidade As palavras da língua portuguesa com mais de uma sílaba possuem, na maioria dos casos, uma tônica, que pode ser a última, a penúltima ou, mais raramente, a antepenúltima sílaba. Há, assim, três tipos de palavras quanto à tonicidade: 1. Oxítonas – palavras em que a sílaba tônica é a últi- ma, como tupi, crescer, Paraná, oração. 2. Paroxítonas – em que a tônica é a penúltima, como filho, guerreiro, selva, descendo, morte. 3. Proparoxítonas – em que a tônica é a antepenúlti- ma, como sábado, Fátima, apático, capítulo. Já os vocábulos de uma sílaba, chamados monossíla- bos, representam um caso à parte. Sua única sílaba pode ser tônica ou átona. A distinção só é possível no fluxo da fala. Monossílabos tônicos podem ser enfatizados, ao passo que a pronúncia dos átonos tende a minimizar-se, possibilitando inclusive transformações fonéticas. Compare as duas palavras do enunciado a seguir que se escrevem com as mesmas letras: Por favor, dê à sra. Ângela o anel de brilhante que se encontra no cofre. O primeiro dê pode ser acentuado, enfatizado no flu- xo da fala; mas o segundo de não tem essa possibilidade. O primeiro se mantém forçosamente com a pronúncia / dê/, com vogal e; mas o segundo é pronunciado mais frouxamente, quase sempre /di/, com vogal i, na maioria do território brasileiro. Por isso, o primeiro é um monos- sílabo tônico, e o segundo, um monossílabo átono. Em geral essa distinção pode ser feita com base na classe gramatical da palavra. São tônicos os monossílabos que forem substan- tivos, adjetivos, verbos, advérbios e numerais. Veja os exemplos: a) substantivos – pá, pé, nó; b) adjetivos – bom, mau; c) verbos e formas verbais – ser, é, ir, vi, vim, há; d) advérbios – bem, mal, lá, sim, não; e) numerais – três. São átonos os monossílabos que forem artigos, preposições (com exceção de trás) e conjunções. Exemplos: f ) artigos – o, a, os, as; g) preposições – de, em, com, por; h) conjunções – ou, e, mas, que. Os pronomes em geral são tônicos, casos de eu, nós, mim, si, quem. Há, contudo, a série de pronomes átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Também o pronome relativo que é átono. Por que acentuamos as palavras A existência de acentuação gráfica em português (e outros idiomas, como espanhol e francês; mas não em todos, haja vista o inglês) se explica tanto por caracte- rísticas de nossa língua como por opção daqueles que legislam sobre ela. Há em português uma série de vocábulos que se diferenciam apenas pela posição da sílaba tônica, casos, por exemplo, dos pares secretária/secretaria, fábrica/ fabrica, saia/saía, doido/doído, e assim por diante. A inexistência de acentos gráficos poderia causar ambi- guidades, que com eles se evitam. Além disso, o sistema de acentos adotado para por- tuguês visa a ensinar ao leitor a pronúncia adequada dos vocábulos, de modo que se saiba dizer mesmo aqueles cujo significado se desconhece. Talvez o leitor não saiba o que é um códice; nem assim terá qualquer problema em ler o termo, pois a escrita do vocábulo já lhe registra a posição da sílaba tônica. Princípios da acentuação gráfica Fundamentalmente o sistema de acentos da língua portuguesa se guia por dois princípios, que podemos nomear como o da economia e o da diferenciação. Pelo princípio da economia acentuam-se sempre os padrões mais raros, em detrimento dos mais frequentes, o que leva a colocar menos acentos. 12 Semiextensivo Dos três padrões básicos de tonicidade – palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas –, o mais raro é o das proparoxítonas. Daí que nossa regra primeira (e mais conhecida) seja a que mande acentuar todas as palavras desse tipo. Por outro lado, são extremamente comuns palavras paroxítonas terminadas em vogal a, e, o. É assim o nome de uma infinidade de objetos e seres: calça, camisa, olho, rosto, pente, leite, perna, mesa, ferro, macaco, elefante, passarinho, rua, casa, dentre milhares de outros exemplos. Por essa razão, tal tipo de palavra não é acentuada. Complementarmente, o princípio da diferenciação as- segura que se saiba sempre a pronúncia de um vocábulo, quer pela presença quer pela ausência de acento gráfico. Sabemos que códice é um termo proparoxítono porque, como tal, vem acentuado. Mas também sabe- mos, mesmo os que não o conhecemos, que o vocábulo dossel é oxítono. Isso é certo mesmo que dossel não tenha acento gráfico; ou melhor, isso é certo justamente porque dossel não tem acento gráfico. Se a palavra fosse paroxítona, ela se escreveria dóssel, uma vez que, como veremos, se acentuam as paroxítonas terminadas em l. A pronúncia de um vocábulo está, portanto, regis- trada pela presença ou pela ausência do acento gráfico. Mudanças com o Novo Acordo Ortográfico Como foi amplamente divulgado pela imprensa, os países lusófonos (ou seja, os que têm o português como língua oficial), a partir de 2009, passaram a adotar o chamado Acordo de Unificação Ortográfica dos Países de Língua Portuguesa. Em todos eles, a medida alterou uma parte das regras ortográficas. No tocante à acentuação adotada no Brasil, o Acordo suprimiu alguns dos acentos que até então adotávamos. A alteração afetou o trema (que não é mais adotado) e a acentuação da vogal U quando tônica, bem como regras relativas aos hiatos, aos ditongos abertos e aos acentos diferenciais. Ao longo desta exposição, destacaremos as regras de acentuação modificadas pelo Novo Acordo Ortográfico. Atenção Mudou com o Acordo Com a adoção do Novo Acordo Ortográfico, deixaram de ser acentu- adas as palavras terminadas em – OO. Confira: Proparoxítonas Como dissemos, por representarem o padrão mais raro de tonicidade, todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas: vítima ridículo rápido lúgubre médico módulo ânimo titânico catastrófico hiperbólico despótico fenômeno Paroxítonas Raciocinando negativamente, pode-se dizer que não se acentuam as paroxítonas terminadas pelas vogais a, e, o e pela consoante nasal m. Como sabemos, são esses os tipos de palavras mais comuns do português (as paro- xítonas terminas em m são bastante comuns por forma- rem a 3a. pessoa do plural da maioria dos verbos: cantam, amavam, batiam, sorriram, quiserem, partissem…). Falando agora positivamente, acentuam-se as paroxí- tonas com as seguintes terminações (relativamente raras): • R: revólver, caráter, cadáver, mártir. • N: hífen, pólen, próton, nêutron. • L: fácil, réptil, míssil, fóssil. • X: tórax, látex. • I ou IS: táxi, táxis, júri. • US: ânus, bônus. • UM ou UNS: fórum, álbuns. • PS: bíceps, fórceps. • Ã ou ÃS: ímã, órfãs. • DITONGO oral ou nasal, seguido ou não de S (ou seja, no singular ou no plural): órfão, órgão, série, colégio, átrio, matéria, secretária, férias, vários, domínios. Como particularidade, registre-se que não se acen- tuam as paroxítonas terminadas em ENS, o que faz com que certos termos se acentuem no singular mas não no plural. Confira:hífen (singular), mas hifens (plural); pólen, mas polens. Antes do acordo (com acento) Atualmente (sem acento) Vôo Voo Enjôo Enjoo Perdôo Perdoo Aula 02 13Português 1A • A ou AS: Pará, Corumbá, amará, sofás, morrerás. • E ou ES: rapé, cafés, até, vocês. • O ou OS: avô, avó, cipó, gigolôs. • EM ou ENS: também, parabéns. Não se acentuam, portanto, oxítonas terminadas com as vogais I(s) e U(s), de modo que, apesar de bastante frequentes, não é adequado escrever Pacaembú, Itú ou Bariguí, para palavras que se devem grafar Pacaembu, Itu e Barigui. Ressalte-se também que as palavras terminadas em Z não estão contempladas pelas regras por serem sempre oxítonas: capaz, algoz. • A ou AS: pá, má, lá, trás. • E ou ES: fé, pés, vê, lês. • O ou OS: ló, nós, vós, pôs. Acentuação de monossílabos Como já comentamos, os monossílabos podem ser tônicos ou átonos. Naturalmente, só os primeiros podem ser acentuados (pois não se acentua uma sílaba átona). Recebem acento os monossílabos tônicos terminados em A, E e O, seguidos ou não de S. A regra é quase igual à das oxítonas; a diferença é que, no caso dos monossílabos, não se acentua pela terminação EM e ENS. Por isso não tem acento o substantivo bem ou a forma verbal tens, por exemplo. A dificuldade de aplicação dessa regra pode ser distinguir os monossílabos tônicos dos átonos. Como estudamos anteriormente, a distinção pode ser feita com base na classe gramatical da palavra. Por essa razão se acentua o adjetivo feminino plural más, e não se acentua a conjunção mas; a forma verbal é, mas não a conjunção e. Testes Assimilação 02.01. Acentue, se necessário, os vocábulos destacados nas frases a seguir. a) Não posso atendê-lo no momento, mas minha secretaria, dona Vanessa, agendará uma reunião para a próxima semana. b) O aluno Bruno de Alencar deve comparecer imediata- mente à secretaria da escola. c) Luís, que agora retornava à casa paterna, dela partira aos vinte anos. d) Quando o sol raiar, Luís partira novamente. e) Acho inconcebível que alguns pais não amem os filhos. f ) E que o arroz não falte alem do tolerável. José Saramago, Memorial do convento g) O voo das aves sempre nos causa encantamento. h) Hoje são muito mais raros os partos feitos com forceps. i) Acho desagradável rever velhos albuns de familia. 02.02. Acentue, se necessário, os vocábulos destacados a seguir. a) São confusas as regras para o emprego dos hifens em português. b) O polen e o nectar dos insetos. c) Ate o início da década passada, a plástica no Brasil era tida como um item de consumo fútil, um capricho próprio das dondocas. Veja, 17/01/01 d) Nenhum outro negócio lida com tantos itens quanto um supermercado. Veja, 07/03/01 02.03. (PUCCAMP – SP) – Assinale a alternativa de vocábulo corretamente acentuado: a) hífen b) ítem c) ítens d) rítmo e) midia 02.04. (UFES) – O acento gráfico de “três” justifica-se por ser o vocábulo: a) monossílabo átono terminado em ES; b) paroxítono terminado em ES; c) monossílabo tônico terminado em S; d) oxítono terminado em S; e) monossílabo tônico terminado em ES. Oxítonas Acentuam-se as oxítonas com as seguintes terminações: 14 Semiextensivo 02.05. (MACK – SP) – Indique a única alternativa em que nenhuma palavra é acentuada graficamente. a) lapis, canoa, abacaxi, jovens; b) ruim, sozinho, aquele, traiu; c) saudade, onix, grau, orquidea; d) flores, açucar, album, virus; e) voo, legua, assim, tenis. 02.06. (FGV – SP) – Assinale a alternativa em que as pala- vras sejam, respectivamente: oxítona, oxítona, paroxítona, proparoxítona, proparoxítona e oxítona. a) Papel, sagu, andrajo, xenófobo, redondo, saci. b) Sabia, interessar, anjo, borrego, íntimo, saúde. c) Canavial, superar, novel, cádmio, contíguo, interesseiro. d) Saci, sagu, indelevelmente, pródigo, bígamo, sinal. e) Tiziu, anéis, móvel, esperançoso, código, colher. Aperfeiçoamento 02.07. (PUCCAMP – SP) – A frase em que nem todas as palavras estão acentuadas corretamente é: a) A providência que foi tomada tem relação com o grupo de que ele é partidário. b) A saúde pública deve ser um dos assuntos centrais dessa reunião. c) Há muita polemica em relação a esse assunto por isso devemos ter cautela. d) Pouco tempo atrás todos diziam que eles estavam em situação bastante confortável. e) Há quem avalie que aquela foi a solução mais inócua de todas as apresentadas. 02.08. (ESPM – SP) – Assinale a opção em que ambas as palavras (possíveis acentos omitidos) são oxítonas: a) ibero, avaro b) ureter, cateter c) misantropo, interim d) recorde, rubrica e) Nobel, filantropo 02.09. (MACK – SP) – No começo do século XX, o escritor paranaense Emílio de Meneses era gênio das frases. Conta- -se que certa vez, no Rio de Janeiro, viajava num bonde em cujos bancos só cabiam quatro passageiros. O do escritor já estava lotado, quando ele viu, tentando com dificuldade acomodar-se a seu lado, uma conhecida cantora lírica, gorda como ele. Foi a deixa para mais um trocadilho: “ Ó, atriz atroz. Atrás, há três!” São palavras acentuadas de acordo com a mesma regra: a) há e Benício. b) atrás e gênio. c) só e Emílio. d) século e lírica. e) gênio e três. 02.10. (FGV – SP) – Assinale a alternativa em que a palavra deveria ter recebido acento gráfico: a) Paiçandu. c) Gratuito. e) Entorno. b) Taxi. d) Rubrica. 02.11. (CESGRANRIO – RJ) – Indique o item no qual os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação da palavra NÓDOA. a) ânsia, âmbar, imundície. b) míope, ímã, vírgula. c) água, tênue, supérfluo. d) ímpar, míngua, lânguida. e) viúvo, argênteo, sórdido. 02.12. Aponte a alternativa em que as palavras estão acentuadas, respetivamente, pela mesma regra das palavras décadas e prêmio. a) dióxido – água c) caráter – espúrio e) combustíveis – países b) dióxido – países d) combustível – água 02.13. (FGV – SP) – Ver é muito complicado. Isso é estranho por- que os olhos, de todos os órgão dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake* sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epi- fania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”. Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. (Rubem Alves. A complicada arte de ver. Folha de S.Paulo, 26.10.2004) * William Blake (1757-1827) foi poeta romântico, pintor e gravador inglês. Autor dos livros de poemas Song of Innocence e Gates of Paradise. As palavras que são acentuadas graficamente pelas mesmas regras de fácil, científica e Moisés, respectivamente, são: a) negócio, saída, já. b) espírito, atribuída, herói. c) cárter, lógica, atrás. d) incluíd e) benefício, pôde, cafés. Aula 02 15Português 1A Aprofundamento 02.14. Estão acentuados pela mesma razão os vocábulos: a) “pássaros“ e “impossível” c) “orgânica“ e “órgãos” e) ”os lençóis“ e “avós “ b) “você“ e “balé” d) “saíram” e “última” 02.15. (UNIFESP) – Indique a alternativa em que todas as pa- lavras são acentuadas graficamente, segundo a mesma regra. a) estômago, colégio, fábrica, lâmpada, inflexível b) Virgílio, fúria, carícias, matéria, colégio c) trópicos, lábios, fúria, máquinas, elétricas d) sério, cérebro, Virgílio, sábio, lógico e Ésquilo, carícia, Virgílio, átomos, êmbolo 02.16. (UNIP – SP) – Assinale a alternativa que apresenta palavra acentuada de acordo com a mesma regra de há: a) tifoide; d)mistério; b) túmulo; e) vê-lo. c) aí; 02.17. (UFSC) – Assinale a(s) roposição(ões) CORRETAS(S). 01) Os acentos gráficos em corrupião, lá e baldeação são justificados pela mesma regra. 02) São classificadas como oxítonas: corrupião, poder e conduzi-lo. 04) As palavras beira, aérea e tédio possuem a mesma clas- sificação quanto à posição da sílaba tônica. 08) Os acentos gráficos dos vocábulos você, protegê-los e contém seguem as regras de acentuação das oxítonas. 12) Em idade, ainda e fluido temos três palavras com o mesmo número de sílabas. 36) As palavras gratuito, debaixo e implicou são trissílabas. 02.18. Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas. a) Salario, urgencia, cinico, sabado, prejuizo. b) Impossivel, comercio, apos, gramatical, economia. c) Inteligencia, proposito, tambem, viavel, rubrica. d) Apoio, ceus, pagina, fiel, hifen. e) Ideias, minimo, comicio, eletrica, itens. 02.19. (FAG – PR) – A questão tem como referência a charge abaixo: Disponivel em: http://blogeducacional.com.br/glaucegrar Falo fluentemente inglês, espanhol, francês, russo, italiano e alemão! E o português? Aí varêia!!! Em relação à acentuação gráfica do vocábulo varêia, em- pregado com tal grafia de maneira intencional pelo autor da charge, para que não houvesse confusão em relação à sua pronúncia e significação, é correto afirmar que: a) está de acordo com as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa, pois se trata de uma oxítona com- posta por ditongo aberto seguido de hiato, portanto deve ser acentuada. b) não está de acordo com as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa, pois o Acordo Ortográfico que está em vigor extinguiu o acento gráfico das oxítonas compostas por ditongo aberto seguido de hiato. c) não está de acordo com as regras de acentuação gráfica da Lingua Portuguesa, pois se trata de uma paroxítona composta por ditongo fechado seguido de hiato, à qual não se deve acentuar. d) está de acordo com as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa, pois se trata de uma palavra proparoxítona e todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas. e) não está de acordo com as regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa, pois se trata de uma palavra proparoxítona e de acordo com as regras de acentuação em vigor, as palavras proparoxítonas não são acentuadas. Discursivos O texto que segue serve de base à resolução das questões 02.20 e 02.21. Uma história de mil anos – Hu...hu... É como nos invios da mata soluça a juriti. Dois hus – um que sobe, outro que desce. O destino do u!... Veludo verde-negro transmutado em som – voz das tristezas sombrias. Os aborígines, maravilhosos denominadores das coisas, possuiam o senso impressionista da onomatopeia. Urutáu, urú, urutú, inambú – que sons definirão melhor essas criaturinhas solitarias, amigas da penumbra e dos recessos? 16 Semiextensivo A juriti, pombinha eternamente magoada, é toda us. Não canta, geme em u – geme um gemido aveluda- do, lilás, sonorização dolente da saudade. O caçador passarinheiro sabe como ela morre sem luta ao mínimo ferimento. Morre em u... Já o sanhaço é todo as. Ferido, debate-se, desfere bicadas, pia lancinante. A juriti apaga-se como chama de algodão. Fragil torrão de vida, extingue-se como se extingue a vida do torrão de açucar ao simples contacto da agua. Um u que se funde. In: LOBATO, Monteiro. Negrinha. 9.a ed. São Paulo: Brasiliense, 1959, p.135. 02.20. (VUNESP – SP) – No conto Uma História de Mil Anos, Monteiro Lobato interpreta os valores expressivos dos sons com que representamos o canto dos pássaros, bem como de vocábulos onomatopaicos que a Língua Portuguesa herdou do tupi. Com base neste comentário, responda: a) Para exprimir relações entre som e sentido, os escritores muitas vezes se servem da sinestesia, ou seja, da mescla de dife- rentes impressões sensoriais, como por exemplo no sintagma “ruído áspero e frio”, em que se misturam sensações auditivas (“ruído”) e tácteis (“áspero e frio”). Localize, no quinto parágrafo do conto, um sintagma em que ocorre procedimento semelhante e identifique as impressões sensoriais evocadas. b) Monteiro Lobato não concordava com as regras de acentuação do Sistema Ortográfico vigente, instituído em 1943, e não as empregava em seus textos. As diversas edições de suas obras têm mantido a acentuação original do escritor. Após reler o texto apresentado, localize duas palavras cuja acentuação não esteja de acordo com a ortografia oficial e mencione as regras a que deveriam obedecer. 02.21. (VUNESP – SP) – A palavra “germens”, paroxítona terminada em “-ens”, é grafada corretamente sem nenhum acento gráfico.Tomando por base esta informação, a) explique a razão pela qual se escreve no plural “germens” sem acento gráfico, enquanto a forma do singular “gérmen” recebe tal acento. Aula 02 17Português 1A 02.01. a) secretária, d) partirá, f ) além, h) fórceps, i) álbuns, família. 02.02. a) As paroxítonas terminadas em “ens” não são acentuadas. b) As palavras “pólen” e “néctar” devem ser acentuadas pela regra das paro- xítonas (respectivamente terminadas em “n” e “r”). c) A palavra “item”, paroxítona termina- da em “em”, não recebe acento gráfi- co. d) De igual modo, “itens”, paroxítona terminada em “ens”, não deve ser acentuada. Não confundir com as oxítonas terminadas em “ém” ou “éns”. 02.03. a 02.04. e 02.05. b 02.06. d 02.07. c 02.08. b 02.09. d 02.10. b 02.11. c 02.12. a 02.13. c 02.14. b 02.15. b 02.16. e 02.17. 46 (02, 04, 08, 32) 02.18. a 02.19. c 02.20. a) No quinto parágrafo do texto há a ex- pressão “geme um gemido aveluda- do, lilás, sonorização dolente da sau- dade.” que é uma forma de sinestesia, pois remete a mais de um sentido: “gemido” diz respeito a audição, “ave- ludado” a tato, “lilás” a visão e “sonori- zação dolente” de novo a audição. b) Monteiro Lobato não acentua, por exemplo, a palavra “aborígines” e “mí- nimo”, que devem ser acentuadas por serem proparoxítonas. Não acentua as paroxítonas terminadas em diton- gos, tais como “solitárias”, “ínvios” e “água”, bem como a paroxítona ter- minada em “L”, “frágil”, e a paroxítona terminada em “R”, “açúcar”. O autor tampouco acentua a palavra “possuí- am“, que deve ser acentuada por con- ter “í” tônico, segunda vogal do hiato, sozinho na sílaba. Ao aluno caberia mostrar apenas duas palavras. 02.21. a) Segundo a ortografia vigente, de- vem ser acentuados os paroxítonos terminados em “N”, mas não devem ser acentuados os paroxítonos ter- minados em “ENS”. Na ortografia do português uma regra de acentua- ção é complementar a outra. Assim, acentuam-se as oxítonas terminadas em “ÉNS”, como “reféns” ou “arma- zéns”. Não se acentuam, contudo, as paroxítonas terminadas em “ENS”, como “hifens” ou “semens”. b) Exemplos para possíveis respostas: “abdômen” e “abdomens”, “hífen” e “hifens”, “hímen” e “himens”, “pólen” e “polens”. Gabarito b) apresente outro vocábulo de seu conhecimento em que se observa essa mesma diferença de acentuação gráfica entre a forma do singular e a forma do plural. Semiextensivo18 Anotações
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