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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 Seguridade Social na Constituição Federal de 1988. ................................. 4 2.1 A Evolução da Proteção Social no Brasil ............................................. 4 2.2 Direito Previdenciário ........................................................................... 7 2.3 Conceito e Objeto de Estudo. ............................................................... 8 2.4 Relação com o Direito Previdenciário e outros ramos do Direito ......... 9 2.5 Fontes do Direito Previdenciário......................................................... 15 3 A ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL ....................................... 17 3.1 Competência Legislativa .................................................................... 19 3.2 Instituto Nacional do Seguro Social – INSS ....................................... 21 3.3 Conselho Nacional de Previdência – CNP ......................................... 23 3.4 Conselho de Previdência Social – CPS .............................................. 25 3.5 Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS ............................. 27 3.6 Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC .............. 28 3.7 Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS ...................... 29 3.8 Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF ...................... 32 4 SISTEMA DE FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL ................. 33 5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 38 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Fonte: rochaemouta.com.br 2.1 A Evolução da Proteção Social no Brasil Os sistemas de proteção social a princípio, foram iniciados nos países europeus, visando atender demandas sociais que aumentavam com a expansão do sistema capitalista, necessariamente com o processo da revolução industrial e consolidação da divisão social do trabalho. A criação do sistema social, visava disponibilizar a melhoraria da condição social das pessoas mediante a um conjunto de serviços públicos. A ideia de que com projetos sociais beneficiariam a classe menos favorecida, se dava mediante o projeto de diminuição da pobreza, uma vez que entre os séculos XVII e XIX ser pobre era uma situação de extrema vergonha. Devido a esse conceito, a seguridade veio com a ideia de proteção social, enquanto direito de cidadãos e não como serviços de caridade, ou seja, esses sistemas deveriam assegurar serviços públicos de qualidade a todas as pessoas com necessidades. Deste modo, constata-se que a adoção dos sistemas sociais em outros países desenvolvidos promoveu uma articulação das políticas visando à reprodução de uma ordem social mais equilibrada, situação que ficou conhecida na literatura política como a ordem social-democrática. Nesse cenário, coube aos Estados disponibilizar os 5 serviços sociais básicos e garantir o acesso aos mesmos por parte de todos os cidadãos. Com as reformas realizadas pelos países desenvolvidos para aprimorar o seguro e o atendimento à população, surgiu a seguridade social. Proteção social pós- guerra direcionaram a universalidade como mecanismo de construção da cidadania. Contudo, nesse período houve um grande crescimento da produção o consumo de massas e a expansão do emprego e dos salários, resultando numa maior homogeneidade social em algumas regiões do planeta. No Brasil a formação de um sistema social, a exemplo do que se foi visto na Europa, se deu de forma lenta em um processo de reconhecimento da necessidade de que o Estado intervenha para suprir de deficiências da liberdade absoluta. No entanto algumas ações que hoje fazem parte do sistema de proteção social, já existiam desde a fundação da república, porém com formatos distintos. Quando Vargas assumiu o poder do país em 1930, um sistema mais organizado e planejado pelo Estado. Foi a partir desse momento que os temas da saúde, educação, assistência, previdência e regulação do processo de trabalho passam a fazer parte da agenda governamental sequencialmente. A Constituição Federal de 1988 possui um capítulo específico sobre a Seguridade Social, abarcando ações referente a saúde, previdência e assistência social, ficando sob responsabilidade do Estado a organização desse sistema. Além disso, definiu-se como princípios orientadores do mesmo a universalidade da cobertura; a equivalência dos benefícios e dos serviços às populações urbanas e rurais; a diversidade das formas de financiamento; e a introdução de mecanismos democráticos de gestão. Essa evolução aconteceu depois de 20 anos sob o regime da ditadura militar, o Brasil passou por um processo de redemocratização com a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988). Na Constituição Federal de 1988, os constituintes asseguraram os direitos sociais como direitos fundamentais em seu Artigo 6º, constituindo as bases legais para o desenvolvimento de um novo marco civilizatório. A partir de então, ficou definido que são direitos sociais constitucionalizados a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 6 lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Desde então, diversas alterações por meio de medidas provisória e decretos foram feitas nas regras da Seguridade Social com o objetivo de manter a proteção aos cidadãos, como também proteger o fluxo da máquina do Estado que mantém o funcionamento do sistema. De acordo com a doutrina majoritária o marco normativo da Seguridade Social brasileira foi a Lei Eloy Chaves, que criou nacionalmente as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários, e atualmente é regida pelas Leis nº 8.080/90 e nº 8.213/91, que criaram, sob a égide da Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Plano de Benefícios da Previdência Social. Vale ressaltar que antes mesmo da Lei Eloy Chaves, já existia o Decreto n. 9.284/ de 30.12.1911, que instituiu a Caixa de aposentadoria e Pensões dos Operários da Casa da Moeda, abarcando, portanto, os então funcionários públicos daquele órgão. Em se tratando da Lei de Eloy Chaves, a mesma criou de fato, a trabalhadores vinculados a empresas privadas, e entidades que se aproximam das hoje denominadas entidades fechadas de previdência complementar, fundos de pensão, já que se constituíam por empresas. Muitas vezes não se atingia o número necessário de segurados para o estabelecimento de bases securitárias – ou seja, um número mínimo de filiados com capacidade contributiva para garantir o pagamento dos benefícios ao longo prazo. Mesmo assim Eloy Chaves acolheu sua proposta dois princípios universaisdos sistemas previdenciários; o caráter contributivo e o limite de idade, embora vinculado a um tempo de serviço. (STEPHANES, 1998 apud CASTRO, p. 31, 2019). Nota-se que em regra, o modelo da Lei de Eloy Chaves se assemelha com o modelo alemão de 1883, com algumas características fundamentais, como a obrigatoriedade de participação dos trabalhadores no sistema, sem ela, não atingiria o objetivo pelo qual foi criado, pois mantida a facultatividade, seria mera alternativa ao seguro privado; a contribuição para o sistema, devida pelo trabalhador, bem como para o empregador, com a responsabilidade de fiscalização do sistema a cargo do Estado; e por fim, um rol de prestações definidas em lei, tendentes a proteger o 7 trabalhador em situações de incapacidade temporária, definitiva ou até mesmo em caso de morte do mesmo, assegurando-lhe a subsistência. A partir daí, com o surgimento da Lei de Eloy Chaves, fora criado outras Caixas em empresas de diversos ramos da atividade econômica, como a extensão aos portuários e marítimos com previsão em Lei n. 5.109/1926, como aos trabalhadores dos serviços telegráficos e radiotelegráficos disposto na Lei n. 5.485/1928. O Instituto da Previdência dos Funcionários Públicos da União foi criado pelo Decreto n. 5.128/1930. Já a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, tendo como uma das atribuições orientar e supervisionar a Previdência Social, e inclusive como órgão de recursos das decisões das Caixas de Aposentadorias e Pensões. No entanto, devido a inúmeras fraudes e denúncias de corrupção, uma grande crise no sistema previdenciário foi instaurada no governo de Getúlio Vargas, e por meio de Decreto (n. 19.540, de 17.12.1930) no prazo de 6 meses, a concessão de qualquer aposentadoria, determinando uma revisão geral nos benefícios até ali concedidos, pois muitos deles tinham indícios de irregularidades. Desde a época do Império as normas possuem uma tendência existente, segundo a qual a extensão de benefícios no Brasil. 2.2 Direito Previdenciário Fonte: buzzero.com 8 2.3 Conceito e Objeto de Estudo O Direito Previdenciário, assegura o direito de o contribuinte a uma assistência auxiliar em caso de danos sofridos, (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário) a lei também considera que é necessária a assistência financeira ao indivíduo (maternidade, prole ou reclusão) ou mesmo o descanso conquistado após anos de trabalho, referentes prestações pecuniárias. Conhecido como um seguro compulsório, o Direito Previdenciário hoje é regulado pelo INSS. Conforme disposto no artigo 194 da Constituição Federal de 1988, a Seguridade Social é composta de três grandes sistemas de proteção social, cada um com características específicas como, saúde, assistência social e previdência social. No entanto a seguridade social abrange tanto a previdência social quanto a assistência social; (prestações pecuniárias ou serviços prestados as pessoas fora de qualquer atividade laborativa), e a saúde pública (fornecimento de assistência médico- hospitalar, tratamento e medicação), ressaltando que o médico, tratamento e medicação sendo prestações do Estado devidas independentemente de contribuições. Destarte, o Direito Previdenciário, tem por desígnio analisar e interpretar os princípios e as normas constitucionais, legais e regulamentares que se referem ao custeio dos regimes. O ordenamento estatal vigente, no caso do Regime Geral de Previdência, serve também como financiamento das demais vertentes da Seguridade Social, ou seja, Assistência Social e Saúde, tanto como os princípios e normas que tratam das prestações previdenciárias devidas a seus beneficiários nos diversos Regimes existentes não apenas o Regime Geral, mas também os Regimes Próprios, cujos segurados são agentes públicos ocupantes de cargos efetivos e vitalícios. Após as expressivas alterações sofridas no que se entende no ordenamento jurídico vigente pelas Emendas n. 3/1993, 20/1998 e 103/2019, a relação jurídica envolvendo os ocupantes de cargos públicos efetivos e vitalícios e seus dependentes, no que fere às aposentadorias e pensões, e os entes públicos mantenedores dos regimes previdenciários de que trata o art. 40 da CF, é de natureza eminente 9 previdenciária, mantendo cada vez mais semelhança com os benefícios do Regime Geral, razão pela qual pertence, desde então, ao campo de estudo do Direito Previdenciário, deixando de pertencer o Direito Administrativo, como ocorria anteriormente. Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). 2.4 Relação com o Direito Previdenciário e outros ramos do Direito Com as interdisciplinaridades, todos os ramos do direito se comunicam, e com o Direito Previdenciário não é diferente. O Direito Previdenciário tem sofrido grande influência do ramo do Direito Constitucional, no que se refere a fixação de diversos princípios e normas no texto constitucional, exatamente a concessão de benefícios como: requisitos, cálculo dos proventos, fixação de limites mínimo e máximo, entre outros. Em relação ao custeio da Previdência Social, sofre grande interferência de forma direta os princípios e normas relativas ao sistema tributário nacional e as hipóteses de incidências indicadas no artigo 195. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). 10 c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º Ascontribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da 11 comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não- cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. 12 Fonte: novaescola.org.br Tanto quanto o Direito Constitucional, o Direito Previdenciário possui ligação com o Direito do Trabalho, partindo da premissa, que grande parte dos assegurados são compostas de empregados. Uma vez que as alterações no campo do Direito Laboral trazem repercussões legítimas no Direito Previdenciário tanto quanto na área trabalhista. É notório questões que envolvem análise destes dois ramos, observando- se a questão da idade mínima de contribuição e de serviço, o afastamento do trabalho por motivo de doença que nos primeiros 15 dias gera a obrigação ao empregador urbano e rural de pagar salário, e após os 15 dias o direito ao benefício auxilio doença, a licença maternidade (benefício previdenciário) e a licença a gestante (instituto e Direito do Trabalho), mais outros direitos que sempre estão em pautas nas discussões no congresso, como; os efeitos a aposentadoria sobre o contrato de trabalho; o acidente de trabalho e o direito à estabilidade provisória do acidentado, entre outros direitos. 13 Fonte: paulobyron.jusbrasil.com.br Já no Direito Civil, observa-se a relação com o Direito Previdenciário a partir da análise do direito a responsabilização por danos causados, onde incide o estudo em questões envolvendo acidentes do trabalho e doenças ocupacionais para revelar a responsabilidade do empregador ou tomador de serviços. Outra relação estabelecida pelo Direito Previdenciário e o Direito Civil é a necessidade na caracterização do estado das pessoas, ou seja, no caso de filiação, casamento e sua dissolução, bem como a união estável, a homoafetiva e as questões relacionadas a relações afetivas simultâneas e paralelas, para fins de dependência previdenciárias, vale ressaltar a aplicação dos conceitos de capacidade e incapacidade civil, emancipação, ausência e morte presumida, todos oriundos das normas do Código Civil. 14 Fonte: pt.quizur.com O Direito Tributário assume a responsabilidade da ausência de norma específica na legislação própria do Direito Previdenciário, como legislação de custeio, trazendo daí conceitos de contribuinte, responsabilidade por substituição, sub- rogação, solidariedade, moratória, decadência e prescrição de créditos tributários. No que diz respeito ao Direito Empresarial, e sua função dentro do Direito Previdenciário é extrair todo o assunto referente à classificação dos empresários como segurados obrigatórios, bem como a responsabilidade dos sócios gestores pelo inadimplemento de obrigações perante a legislação de custeio, como a conceituação de cotas de participação nos lucros e dividendos. A escrituração contábil é de suma importância para a ação fiscal, que deverá se atentar quanto a sua regularidade, conforme as normas deste ramo do Direito Privado. Mediante a relação que possui na função da atividade estatal desenvolvida pela autarquia gestora, ou seja, entidade da Administração Indireta. No entanto, todos os procedimentos administrativos normativos ou não, os direitos, deveres e obrigações dos servidores que atuam na autarquia previdenciária em relação aos beneficiários e contribuintes com o que relacionam, possuem relevância quanto ao estudo no Direito Previdenciário, sendo assim, os atos de concessão de benefícios e o procedimento contencioso administrativo estarão diretamente emparelhados aos seus princípios e normas. 15 E por fim, de acordo com a prática do agente que comete uma infração à legislação previdenciária, há que se atentar se a conduta do agente caracteriza delito ou contravenção penal. O que pesa a relevância de sua relação com o Direito Penal. O Direito Penal será aplicado de acordo com a tipificação do agente de condutas reprováveis, sujeitas à sanção penal. O Direito Processual nada mais é que o procedimento realizado ao decorrer de interesse de contribuinte e do Estado, onde finda de vários princípios processuais, para a consecução do princípio-mor, do devido processo legal. 2.5 Fontes do Direito Previdenciário Quando falamos das fontes do Direito estamos nos referindo aos elementos que geram determinado conjunto de normas jurídicas. Essas fontes podem ser, ou não, outras normas jurídicas. O termo “fontes” significa a origem, a procedência, ou melhor, o lugar de onde emana algo. O professor Miguel Reale esclarece melhor: Por ‘fonte do direito’ designamos os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa. (REALE, 2012). Podemos citar duas fontes, a fontes materiais e fontes formais: Fontes Materiais As fontes materiais do direito previdenciário, possui fatores que interferem na produção de suas normas jurídicas. Fatores variáveis sociais, econômicos e políticos, que em determinado momento com a evolução histórica da sociedade, informam a produção das normas jurídicas. Fontes Formais As fontes formais, mesmo que o direito previdenciário é movido por inúmeros fatores sociais, políticos e econômicos, em se tratando das fontes formais as mesmas São fontes do Direito Previdenciário: a Constituição Federal, a Emenda Constitucional, a Lei Complementar, a Lei Ordinária, a Lei Delegada (até o momento nunca utilizada em matéria previdenciária), a Medida Provisória, o Decreto Legislativo, a Resoluçãodo Senado Federal, os Atos Administrativos Normativos (Instrução Normativa, Ordem 16 de Serviço, Circular, Orientação Normativa, Portaria etc.), a jurisprudência dos Tribunais Superiores. O Direito Previdenciário é regido por princípios, que passaram a fazer parte dele depois de proclamada a autonomia científica do direito previdenciário. “Lições Preliminares de Direito”, trabalha essa categoria sob o ponto de vista lógico, como enunciados admitidos como condição ou base de validade das demais asserções que compõe dado campo do saber, “verdades fundantes” de um sistema de conhecimento. (REALE, 2003 apud CASTRO, p. 69, 2019). O que se pode entender por estes princípios é que as regras do Direito Previdenciário deverão ser norteadas por eles, sob pena de se tornarem letra morta do ordenamento jurídico. Isso significa que os princípios não deixam de ser normas jurídicas. Um dos princípios gerais de Direito Previdenciário é o princípio da solidariedade, esse princípio orienta todas as medidas de proteção do Estado. Se fundamenta na solidariedade entre os membros da sociedade. Nesse sentido, entende-se que é um movimento de contribuição unitária, que, no entanto, contribui para a proteção e o financiamento do bem social de um todo. Princípio da Vedação do Retrocesso Social tem sua nomenclatura de origem francesa, a mesma tem importância para não deixar retroceder lei que protegem os cidadãos. “Consiste na impossibilidade de redução das implementações de direitos fundamentais já realizadas”. (TAVARES, 2003 apud CASTRO, p.70, 2019). Trata-se de um princípio que já foi adotado pela jurisprudência, conforme apreciado na ADI, a inconstitucionalidade do art. 14 da EC n. 20/98, que limitava o valor do salário maternidade ao teto do RGPS. Ainda não aceito de forma uniforme pela doutrina previdenciária, é cada vez mais comum a proteção do menos favorecido baseado no princípio da proteção ao hipossuficiente. "efeito cliquet” dos direitos humanos significa que os direitos não podem retroagir, só podendo avançar na proteção dos indivíduos. Significa que é inconstitucional qualquer medida tendente a revogar os direitos sociais já regulamentados, sem a criação de outros meios alternativos capazes de 17 compensar a anulação desses benefícios”. (CANOTILLHO, 2002 apud GARCIA, p. 2014). Esse princípio coloca-os em patamares iguais, portanto, poderia incorrer na violação aos princípios da dignidade humana e da solidariedade social. E desse modo, as normas previdenciárias devem sempre ser interpretadas a favor do menos favorecido 3 A ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL Fonte: contricom.org.br A Seguridade Social é composta por 3 pilares conforme demonstrado na imagem acima; Previdência Social; Assistência Social e Saúde. É disciplinada pelo artigo 194 da Constituição Federal. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. A Lei n. 8.212/91 dispõe sobre a organização da Seguridade Social, no entanto alguns doutrinadores como Wladimir Noavaes Martinez entendem que os legisladores forma faltosos com as normas reguladoras. “O legislador fica devendo as normas sobre a efetividade da seguridade social, por falta de definição política e reconhecida incapacidade de efetivamente atender as diretrizes constitucionais da ambiciosa matéria. 18 Seguridade Social e incorporar as ações de saúde. Mas, mais ainda, é um esforço nacional extraordinário no sentido de um amplo atendimento à população, obreira ou não, empenho cujos objetivos estão a distância”. (MARTINEZ, 1999 apud LAZZARI, p. 91, 2019). A Seguridade Social é definida pela CF, como um conjunto de ações por parte dos poderes públicos e a sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Na realidade, a Seguridade Social visa manter a proteção social para quem não tem meios para prover suas necessidades pessoais básicas, tão poucos as dos seus familiares. Isso pode acontecer por diversos fatores, como desemprego, doenças ou invalidez, por exemplo. Assim o cidadão estaria amparado. No que diz respeito aos 3 pilares, eles garantem o mínimo de atendimento aos assegurados que não tem condições de se sustentarem por conta própria. Para que isso ocorra, é preciso que o cidadão preencha alguns requisitos poderá receber benefícios e ter acesso a serviços da assistência social e da saúde. Isso porque o artigo 196 da CF, garante ao direito a saúde a todos, nesse caso, o papel do governo não se restringe apenas ao atendimento à população, que é feito através do Sistema Única de Saúde (SUS). O mesmo é financiado pelo setor público e instituições privadas. Ele também atua em ações de prevenção e vigilância sanitária, saneamento básico, proteção do meio ambiente, incentivo à ao desenvolvimento científico e tecnológico para o tratamento e prevenção de doenças. Também cabe ao governo verificar a produção de itens e de medicamentos e a realização de procedimentos. O único recurso que a população tem é a Previdência Social, que é pago apenas para quem contribui ou já contribuiu financeiramente para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou para Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). A Seguridade Social é financiada pelos setores público, privado e pela própria população. O governo dá sua participação através da União, estados, municípios e do Distrito Federal. Do outro lado, as contribuições sociais são pagas pelos empregadores e entidades, por meio do desconto no salário e demais rendimentos. Entretanto, dentro na estrutura do Poder Executivo, os Ministérios da área social são responsáveis pelo cumprimento das atribuições que competem à União em matéria de Seguridade Social. Há os Conselhos setoriais – de Previdência (CNP), 19 Saúde (CNS) e da Assistência Social (CNAS), que atendem ao objetivo da gestão quadripartite da Seguridade Social. Seguridade Social não se confunde com Previdência Social. Quando se fala em Seguridade Social, fala-se de um Sistema de Proteção Social, capaz de amparar todos aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade ou em situação de risco, como doença, idade avançada, acidente, reclusão, maternidade, morte, entre outros. A Previdência Social, por sua vez, é apenas um dos três pilares da Seguridade Social, junto com a Saúde e a Assistência Social, conforme definição da Constituição Federal, art. 194. 3.1 Competência Legislativa Fonte: novaescola.org.br Em regra, caberá privativamente à União legislar sobre seguridade social, na forma do artigo 22, inciso XXIII, da Constituição Federal: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] XXIII – seguridade social. Contudo, será competência concorrente entre as entidades políticas legislar sobre previdência social, proteção e defesa da saúde, dos portadores de deficiência, da infância e juventude, na forma do artigo 24, incisos XII, XIV e XV, da Lei Maior: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: [...] XII – previdência social, proteção e defesa da saúde; 20 [...] XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV – proteção à infância e à juventude. Note-se que os municípios também entrarão na repartição dessas competências, pois aos mesmos caberá legislar sobre assuntos de interesse local, assim como suplementar a legislação estadual e federal no que couber, nos moldes do artigo 30, incisos I e II, da Constituição Federal. Há uma aparente antinomia de dispositivos constitucionais, pois a seguridade social foi tema legiferantereservado à União pelo artigo 22, inciso XXIII, enquanto a previdência social, a saúde e temas assistenciais (todos inclusos na seguridade social) foram repartidos entre todas as pessoas políticas. Essa aparente antinomia é solucionada da seguinte maneira: apenas a União poderá legislar sobre previdência social, exceto no que concerne ao regime de previdência dos servidores públicos efetivos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que poderão editar normas jurídicas para instituí-los e discipliná-los, observadas as normas gerais editadas pela União e as já postas pela própria Constituição. Outrossim, os estados, o Distrito Federal e os municípios também poderão editar normas jurídicas acerca da previdência complementar dos seus servidores públicos, a teor do artigo 40, §14, da Constituição Federal. Contudo, entende-se que apenas a União possui competência para legislar sobre a previdência complementar privada, pois o tema deve ser regulado por lei complementar federal, conforme se interpreta do artigo 202, da Constituição Federal, tendo sido promulgada pela União as Leis Complementares 108 e 109/2001. No que concerne à saúde e à assistência social, a competência acaba sendo concorrente, cabendo à União editar normas gerais a serem complementadas pelos demais entes políticos, conforme as suas peculiaridades regionais e locais. • A Seguridade Social no Brasil 23 todas as pessoas políticas devem atuar para realizar os direitos fundamentais na área da saúde e da assistência social. Nesse sentido, as normas gerais sobre a saúde foram editadas pela União através da Lei 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e da assistência social pela Lei 8.742/93, que dispõe sobre a organização da assistência social no Brasil. 21 3.2 Instituto Nacional do Seguro Social – INSS Fonte: teoriadigital.com.br O significado da sigla INSS, significa Instituto Nacional do Seguro Social, (órgão do Ministério da Previdência Social, ligado diretamente ao Governo) e é responsável pelos pagamentos das aposentadorias e demais benefícios dos trabalhadores brasileiros que contribuem com a Previdência Social (seguro que garante uma aposentadoria ao contribuinte quando ele para de trabalhar), com exceção dos servidores públicos. Instituído com base na Lei n. 8.029, de 12/04/1190, possui algumas atribuições, com alterações promovidas pela Lei n. 11.457, de 16/03/2007, com a finalidade de promover conhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela Previdência Social, assegurando celeridade, comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social, como: -Conceder e manter os benefícios e serviços previdenciários e o benefício de prestação continuada (BPC-LOAS); -Emitir certidões relativas a tempo de contribuição perante o Regime Geral de Previdência Social; - Gerir os recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social; e - Calcular o montante das contribuições incidentes sobre a remuneração e demais rendimentos dos trabalhadores, devidas por estes, pelos empregadores 22 domésticos e pelas empresas com vistas à concessão ou revisão de benefício requerido. O Ministério da Previdência Social foi transferida para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, fundamentado por força de Lei n.11.457/2007, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda que é encarregado de fiscalizar, arrecadar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas na Lei n. 8.212/1991, e das contribuições instituídas a título de substituição e ainda, as contribuições devidas a terceiros, que antes eram arrecadadas pela Secretaria Previdenciária. Com a extinção da Secretaria da Receita Previdenciária, o INSS passou a se dedica às atividades de prestações de serviços aos beneficiários da Previdência Social, concentrando sua atividade na concessão, manutenção e pagamento de benefícios. No ano de 2016 no Governo de Michael Temer, houve algumas mudanças na estrutura administrativa, a Previdência Social deixou de ser vista como Ministério e o INSS passou a integrar o Ministério do Desenvolvimento Social. Contudo fora criada uma Secretaria de Previdência vinculada ao então denominado Ministério da Fazenda com a finalidade de promover uma grande reforma nas regras de concessão de benefícios do RGPS e dos RPPS, no entanto atualmente, há uma Secretaria Especial de Previdência e de Trabalho, que vincula o Ministério da Economia. Segue a estrutura do INSS que atualmente está vinculada ao Ministério da Economia sob Decreto n. 9.746, de 08.04.2019; I- Órgãos de assistência direta de e imediata ao Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social: a) Gabinete; b) Assessoria de Comunicação Social e; c) Coordenação-Geral de Projetos Estratégicos e Inovação; II- Órgãos Seccionais: a) Procuradoria Federal Especializada; b) Auditoria Geral c) Corregedoria-Geral; d) Diretoria de Gestão de Pessoas e Administração; e) Diretoria e tecnologia da Informação e Inovação; e 23 f) Diretoria de Integridade, Governança e Gerenciamento de Riscos; III- Órgãos específicos singulares: a) Diretoria de Benefícios; e b) Diretoria de Atendimento; e IV- Unidades descentralizadas: Superintendências Regionais. 3.3 Conselho Nacional de Previdência – CNP Composto de representantes do Governo Federal e da sociedade civil, o CNP é um órgão superior de deliberação colegiada. A Lei n. 8.213/1991 em seu art. 3° prevê dos quais os seis representantes do Governo Federal nove representantes da sociedade civil, sendo: três representantes dos aposentados e pensionistas, três representantes dos trabalhadores em atividade e três representantes dos empregadores. A nomeação do dos membros do Conselho Nacional de Previdência e seus respectivos suplentes fica a cargo do Presidente da República. Entretanto as centrais sindicais e confederações nacionais faz as respectivas indicações de representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus suplentes. É da competência do CNP: - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social; - participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, a gestão previdenciária; - apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social; - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da previdência social, antes da sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social; - acompanhar e apreciar, mediante relatórios gerenciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da previdência social; - acompanhar a aplicação da legislação pertinente a previdência social; - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa; 24 - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador Gerald ou Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social para a formalização de desistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 353 do Decreto n. 3.048/1999; - elaborar e aprovar o regimento interno; - aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento dos benefícios por intermédio da rede bancária ou por outras formas; e - acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação e manutenção do Cadastro Nacional de Informações Sociais. As reuniões do CPN são realizadas ordinariamente uma vez por mês, por convocações do Presidente do Conselho ou mediante requerimento de um terço de seus membros, referente ao que dispõe seu regime interno e são iniciadas com a presença da maioria simples de votos. A ausência no trabalho dos representantes da CNP, são abonadas, não resultando descontos do dia trabalhado para todosos fins e efeitos legais. Alei também prevê garantia do emprego para as representantes dos trabalhadores eleitos para o CNP, desde a nomeação até um ano após o término no mandato de representação, somente podendo ter o contrato extinto pelo empregador por motivo de falta grave, regularmente comprovada mediante processo judicial. Aos órgãos governamentais cabe prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento ao CNP, com antecedência mínima de 2 meses do seu envio ao Congresso Nacional, proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada. As decisões tomadas pelo CNP, no âmbito de suas atribuições, são baixadas por resoluções e publicadas no Diário Oficial da União. 25 3.4 Conselho de Previdência Social – CPS Fonte: slideplayer.com.br Disposto no art. 296, o regulamento da Previdência Social para os Conselhos de Previdência Social nos termos que se segue: Art. 296-A. Ficam instituídos, como unidades descentralizadas do Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS, Conselhos de Previdência Social - CPS, que funcionarão junto às Gerências-Executivas do INSS. § 1o Os CPS serão compostos por dez conselheiros e respectivos suplentes, designados pelo titular da Gerência Executiva na qual for instalado, assim distribuídos: I - quatro Representantes do Governo Federal; e II - seis Representantes da sociedade, sendo: a) dois dos empregadores; b) dois dos empregados; e c) dois dos aposentados e pensionistas. § 2º O Governo Federal será representado: I - nas cidades onde houver mais de uma Gerência-Executiva: pelo Gerente- Executivo da Gerência-Executiva a que se refere o § 1o; e b) outros Gerentes-Executivos; ou 26 c) servidores da Divisão ou do Serviço Benefícios ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS de Gerência-Executiva sediadas na cidade, ou de representante da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ou de representante da DATAPREV; II - nas cidades onde houver apenas uma Gerência-Executiva: a) pelo Gerente-Executivo; b) servidores da Divisão ou do Serviço de Benefícios ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS da Gerência-Executiva, ou de representante da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ou de representante da DATAPREV. § 3o As reuniões serão mensais ou bimensais, a critério do respectivo CPS, e abertas ao público, cabendo a sua organização e funcionamento ao titular da Gerência-Executiva na qual for instalado o colegiado. § 4o Os representantes dos trabalhadores, dos aposentados e dos empregadores serão indicados pelas respectivas entidades sindicais ou associações representativas. § 5º Os CPS terão caráter consultivo e de assessoramento, competindo ao CNPS disciplinar os procedimentos para o seu funcionamento, suas competências, os critérios de seleção dos representantes da sociedade e o prazo de duração dos respectivos mandatos, além de estipular por resolução o regimento dos CPS. § 6º As funções dos conselheiros dos CPS não serão remuneradas e seu exercício será considerado serviço público relevante. § 7º A Previdência Social não se responsabilizará por eventuais despesas com deslocamento ou estada dos conselheiros representantes da sociedade. § 8o Nas cidades onde houver mais de uma Gerência-Executiva, o Conselho será instalado naquela indicada pelo Gerente Regional do INSS cujas atribuições abranjam a referida cidade. § 9o Cabe ao Gerente-Executivo a designação dos conselheiros. § 10. É facultado ao Gerente Regional do INSS participar das reuniões do CPS localizados em região de suas atribuições e presidi-las. 27 3.5 Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS Fonte: mds.gov.br Criado pela Lei n. 8.742/1993 a CNAS é um órgão de deliberação colegiada, se vincula à estrutura da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social – atualmente, o Ministério do Desenvolvimento Social. CNAS é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, de acordo com os critérios seguintes: I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um) dos Municípios; II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre representantes dos usuários ou de organizações de usuários, das entidades e organizações de assistência social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal. O CNAS é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida uma única recondução por igual período, e 28 conta também com uma Secretaria Executiva, com sua estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo (vide organograma). As principais competências do Conselho Nacional de Assistência Social são: aprovar a Política Nacional de Assistência Social; normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social; zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de assistência social; convocar ordinariamente a Conferência Nacional de Assistência Social; apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social; divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões, bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres emitidos. 3.6 Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC Fonte: dbconcurseiro O CNPC, sigla para o Conselho Nacional de Previdência Complementar, é o atual órgão responsável pela regulamentação do regime de previdência complementar, também conhecida como previdência privada. Foi criada pela Lei n. 29 12.154 de 23.12.2009 em substituição ao Conselho de Gestão da Previdência Complementar. Essas providências complementares são operadas por Entidades Fechadas de Previdência Complementar, que por sua vez, responderão ao CNPC, agindo de acordo com as decisões estipuladas e gerenciadas por um conselho especialmente montado para isto. Instituído em Março de 2010, o CNPC é composto por seis conselheiros do setor público e três conselheiros do setor privado, com sua presidência sendo regida pelo Ministro da Previdência Social. Fazem parte do conselho gestores ligados a órgãos como o PREVIC, a Casa Civil, a SPPC (Secretaria de Políticas de Previdência Complementar) e alguns nomes ligados ao Ministério da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ao CNPC, cabe, na forma de Decreto n. 7.123 de 3.3.2010, exercer a função de órgão regulador do regime de previdência complementar. 3.7 Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS Fonte: crpsjuntasderecursos.wordpress.com O Conselho de Recurso de Previdência Social – CRPS, é o órgão responsável pelo controle jurisdicional das decisões do INSS, nos processos referentes a 30 benefícios a cargo desta Autarquia. O CRPS fica localizado em Brasília e jurisdição em toso território nacional. A Lei n. 13.846/2019 estabeleceu a ampliação da competência do CRPS: “Art. 126. Competeao Conselho de Recursos da Previdência Social julgar: I - recursos das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários; II - contestações e recursos relativos à atribuição, pelo Ministério da Economia, do Fator Acidentário de Prevenção aos estabelecimentos das empresas; III - recursos das decisões do INSS relacionados à comprovação de atividade rural de segurado especial de que tratam os arts. 38-A e 38-B, ou demais informações relacionadas ao CNIS de que trata o art. 29-A desta Lei. A presidência do CRPS é atribuída a um dos representantes do Governo com notório conhecimento da legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro da pasta responsável pela Previdência Social. Representa uma via importante para a solução de conflitos, considerando-se a inexistência de custas processuais; o rito administrativo mais célere, norteado especialmente pelos princípios da legalidade e da verdade material; a capilaridade do Órgão em todo o território nacional, e aplicação do sistema eletrônico como instrumento de transparência, maior controle, gestão e qualidade da prestação jurisdicional. De acordo com o Regulamento da Previdência Social – Decreto nº 3.048/99, o Conselho de Recursos é formado por órgãos julgadores de composição tripartite (Governo, Trabalhadores e Empresas), segundo as competências delimitadas para as respectivas instâncias, na forma da legislação vigente e do sistema processual específico, estabelecido pelo Regimento Interno do CRPS, destacando-se: 29 Juntas de Recursos, situadas nos estados da federação, para fins de julgar os Recursos Ordinários interpostos contra as decisões do INSS; 4 Câmaras de Julgamento, sediadas em Brasília-DF, para julgar os Recursos Especiais interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos. Conselho Pleno, com competência para: I – uniformizar, em tese, a jurisprudência administrativa previdenciária e assistencial, mediante emissão de Enunciados; (art. 3º, I e arts. 61 e 62 do RI). 31 II – uniformizar, no caso concreto, as divergências jurisprudenciais entre as Juntas de Recursos nas matérias de sua alçada; ou, entre as Câmaras de julgamento, em sede de Recurso Especial, mediante a emissão de Resolução; e III – decidir, no caso concreto, as Reclamações ao Conselho Pleno, mediante a emissão de Resolução. (art. 3º, II e arts. 63 do RI). Os Enunciados fixam a interpretação sobre a matéria apreciada e passam a vincular os membros do CRPS a partir de sua edição. Os Acórdãos e as Resoluções têm efeitos jurídicos no caso concreto, e podem servir como paradigma para postular a Uniformização de Jurisprudência perante a Câmara de Julgamento (art. 63). Tais decisões devem atender as disposições do art. 52, do RI/CRPS, e, conforme a situação, podem ser objeto de impugnação por meio de: Embargos de Declaração, (art. 58) e Pedido de Revisão (art. 59). A oposição de Embargos de Declaração interrompe o prazo para outros recursos. O Pedido de Revisão não interrompe o período recursal. É vedado ao INSS escusar-se de cumprir as diligências solicitadas pelo CRPS, bem como deixar de dar cumprimento às decisões definitivas daquele colegiado, reduzir ampliar o seu alcance ou executá-las de modo que contrarie ou prejudique seu evidente sentido. “à utilização da via jurisdicional não é obrigatória: a empresa ou o beneficiário pode recorrer à Justiça em qualquer fase do processo administrativo; pode, inclusive, abandonar a instância jurisdicional e reclamar diretamente na Justiça. O INSS, porém, não pode questionar na Justiça, estando obrigado a acatar os ditames da instância jurisdicional. Assim, a força coativa do julgamento alcança apenas a autarquia previdenciária. A outra parte interessada, repita-se, tem liberdade de utilizar ou não a instância jurisdicional”. (MARTINEZ,1998 apud LAZZARI pág. 99, 2019). Mediante o que foi supracitado, o segurado poderá com grande frequência, optar em iniciar a discussão de seus direitos no âmbito CRPS do que na esfera judicial, especialmente considerando que em juízo o INSS, poderá interpor todos os recursos e incidentes possíveis, demandando muitas vezes contra a razoável duração do processo, enquanto no âmbito administrativo o órgão previdenciário terá apenas o recurso da Câmara de Julgamento ao Pleno do CRPS. Após todo esse procedimento, 32 caso venha a esgotar os recursos cabíveis, a decisão tomada no âmbito da instância administrativa adquire o efeito vinculante para a Autarquia, não podendo esta levar a discursão para a sede judicial, entretanto essa hipótese é sempre possível por outro lado, para o beneficiário do RGPS, que pode ou não esgotar a via administrativa e, mesmo não sendo bem-sucedido nesta, ainda tentar a obtenção de direitos através da prestação jurisdicional. 3.8 Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF Fonte: migalhas.com.br O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF foi criado pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, e instalado pelo Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Fazenda em 15/2/2009, mediante Portaria MF nº 41, de 2009. A Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, aprovou o Regimento Interno do CARF, que já se encontra em plena vigência. O CARF é o resultado da unificação do Conselho de Contribuintes e das Câmara Superior de Recursos Fiscais. Não compõe, a estrutura da Seguridade Social brasileira, no entanto integra a Administração Fazendária com atribuições relacionadas ao custeio do sistema, já que se trata de órgão jurisdicional administrativo em matéria de contribuições sociais. 33 Essa unificação visou proporcionar maior racionalidade administrativa, redução de custos operacionais e um melhor aproveitamento a alocação dos recursos, levando em conta que os 3 Conselhos tinham a mesma natureza e objetivo, entretanto estruturas administrativas diversas, com sobreposição de tarefas e fluxo de trabalho. Com a criação do novo órgão, as estruturas foram unificadas, admitindo melhor coordenação das atividades de planejamento, orçamento, logística, gestão de pessoas, documentação, tecnologia e segurança da informação etc., permitindo maior celeridade na tomada e implementação das decisões. Nesse sentido, os esforços passaram a ser direcionados para a atividade fim de gestão dos processos administrativos fiscais, no preparo das sessões de julgamento e formalização das decisões no momento em que forem prolatadas. 4 SISTEMA DE FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL Fonte: gazetadopovo.com.br Como já citado, o financiamento da Seguridade Social é previsto no art. 195 da Constituição Federal como um dever imposto a toda a sociedade, de forma direita e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, Distrito Federal, dos Munícipios e de contribuições sociais. O modelo de financiamento da Seguridade Social previsto na Carta Magna é baseado no sistema contributivo, onde o Poder Público participa do orçamento da 34 Seguridade, mediante entrega de recursos originados do orçamento da União e os demais entes da Federação, para a cobertura de eventuais insuficiências do modelo, bem como fazer frente as despesas com seus próprios encargos previdenciários, recursos humanos e materiais empregados. O orçamento da Seguridade Social possui receita própria, e ela não se confunde com a receita tributária federal, aquela destinada exclusivamente para as prestações da Seguridade nas áreas de saúde pública, Previdência Social e Assistência Social, disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO. Para tanto, este deve ser objeto de deliberação conjunta entre órgãos competentes, tais como: CNPS; CNAS; e CNS, como a gestão dos recursos é descentralizada por área de atuação. O texto constitucional possui as formas de custeio da seguridade, com tambémpermite a criação de outras fontes, por meio de Lei complementar; consoante o art. 154, I, da Carta Magna, com a finalidade de financiar novos benefícios ou serviço, ou aumentar seu valor, sem que, ao menos simultaneamente, institua fonte de custeio capaz de atender as despesas daí concorrentes. Todavia, na relação de custeio da Seguridade Social, aplica-se o princípio de que todos que fazem parte da sociedade, tem o dever de colaborar para a cobertura dos riscos derivados da perda ou redução da capacidade de trabalho ou dos meios de subsistência. Por se tratar de relação jurídica estatutária, é compulsória àqueles que a lei opta por não cumprir a obrigação de prestar a sua contribuição social. No entanto, há duas formas de obter-se o custeio: Uma, pela receita tributária, unicamente, denominada de sistema não contributivo; e a outra, diferentemente da primeira, tem a fonte principal de custeio as contribuições específicas, que são tributos vinculados para este fim, sistema então chamado de contributivo. O sistema não contributivo, os valores despendidos com o custeio, são removidos diretamente do orçamento do Estado, que obtém recursos por meio da arrecadação de tributos, entre outras fontes, sem que haja cobrança de contribuições sociais. No que se refere ao sistema contributivo, por seu turno, podemos estar diante de suas espécies; uma de contribuições de cunho pessoal, que será apenas para 35 beneficiar o próprio assegurado, sendo essas contribuições colocadas em uma reserva ou conta individualizada (sistema adotado pelos planos de previdência complementar, privada), conhecida como sistema de capitalização; noutra, as contribuições são todas reunidas em um fundo único, que serve para o pagamento das prestações no mesmo período, a quem delas necessite, é o sistema de repartição, hoje vigente em termos de Seguridade Social. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 195, caput, estabelece que a Seguridade Social será financiada por toda sociedade, a forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos derivados dos orçamentos da União, dos Estados, dos Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais. A União não tem, efetividade no que diz respeito a contribuição social. Ela participa atribuindo dotações do seu orçamento da seguridade social, obrigatoriamente fixados na Lei Orçamentária anual, além de se responsabilizar pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade, em detrimento do pagamento de benefícios de prestação continuada pela previdência social. No entanto diferentemente no que acontece na área da educação, na seguridade não há um percentual mínimo definido, como sempre aconteceu, trata-se de uma parcela aleatória. De acordo com Martinez: “a natureza jurídica da exação previdenciária é área na qual o Direito Previdenciário mais se relaciona com o Direito Tributário. Sede de formidáveis divergências entre publicistas e uns poucos previdenciaristas, tem estimulado enormemente os estudiosos e propiciando respeitável contribuição doutrinária”. Pesquisas mostram que várias teorias se formaram para definir a natureza jurídica das contribuições sociais. A teoria fiscal defende a natureza jurídica da contribuição para a Seguridade Social como tributária, pois entende que a contribuição se trata de um a prestação pecuniária compulsória instituída por lei e cobrada pelo poder público arrecadador com o objetivo de custear as ações nas áreas da saúde, previdência e assistência social. 36 Já para os defensores da teoria parafiscal, a contribuição para a Seguridade Social tem natureza parafiscalidade, pois busca suprir encargos do Estado, que não lhe sejam próprios, no quer diz respeito aos benefícios previdenciários. Já a chamada teoria da exação sui generis, sustentada pelos doutrinadores especialistas em Direito Previdenciário, defendem a tese de que a contribuição é uma imposição estatal atípica, prevista no texto constitucional e na legislação ordinária. Entende-se que por não ser tributo, seria uma exação sui generis, uma exigência prevista em Lei. As contribuições são, sem sombra de dúvida, tributos, uma vez que devem necessariamente obedecer ao regime jurídico tributário, isto é, aos princípios que informam a tributação, no Brasil. Estamos, portanto, que estas “contribuições sociais” são verdadeiros tributos (embora qualificados pela finalidade que devem alcançat) ”. (CARRAZZA,2018 apud LAZZARI, p. 191, 2019). A orientação que predominou na jurisprudência logo após a CF de 1988, foi a de que as contribuições destinadas ao financiamento da Seguridade Social, possuem natureza jurídica tributária, pois estão sujeitas a regime constitucional peculiar aos tributos, com ressalva apenas a previsão do § 6° do art. 195 da Carta Magna. A contribuições sociais possuem algumas características próprias, e estão previstas no artigo 149 da CF, que estabelece para a instituição a observância das normas gerais do Direito Tributário e aos princípios da legalidade e da anterioridade, com ressalva quanto a esse último, a regra especial relacionada às contribuições para a Seguridade Social, o qual o prazo de exigibilidade são de 90 dias após a publicação da lei que instituiu, modifica ou majora contribuição, de acordo com o previsto no art. 195, da CF. O princípio da anterioridade previsto no art. 150, III, letra b, da CF, veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. O exercício começa no dia 1° de janeiro e se prolonga até o dia 31 de dezembro de cada ano. No que diz a respeito da contagem sobre o prazo nonagesimal, o STF decidiu que o mesmo será contato a partir da publicação da medida provisória que houver instituído ou modificado a contribuição. 37 Constituem outras receitas da Seguridade Social, de acordo com o artigo 27 da Lei n. 8.212/1991: - as multas (moratórias e por descumprimento de obrigações acessórias), a atualização monetária e os juros moratórios; - a remuneração recebida e os juros moratórios; - prestados a terceiros – art. 274 do Decreto n. 3.048/1999; - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; - as demias receitas patrimoniais, industriais e financeiras; - as doações legados, subvenções e outras receitas eventuais; - 50% dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; - 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Receita Federal; e - outras receitas previstas em legislação específica. 38 5 BIBLIOGRAFIA AMADO. 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