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ANTROPOLOGIA CULTURAL

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1. Descreva como os europeus concebiam o modo de vida ‘do outro’ a partir da análise 
formulada por François Laplantine (2003), no seu livro Aprender Antropologia sobre as 
ideologias da ‘figura do bom e do mal selvagem’. 
 
No século XIV época das grandes navegações europeias pelo mundo ocorreu os 
contatos iniciais dos europeus com novas e diversas culturas. De fato a antropologia 
teve seu inicio com as grandes navegações, que por sua vez deu início a uma 
"descoberta" de culturas jamais imaginadas, que foram descritas de uma maneira onde 
se percebe as más impressões a cerca das mesmas, bem como, a sensação se 
superioridade em relações aos povos ali habitantes. 
Os Europeus utilizavam dessa perspectiva para julgar, usando seus próprios 
critérios, inferiorizando e descrevendo como um povo que não faz parte da raça 
humana, devido ao grande choque cultural. 
Na visão de Laplantine, há a sugestão de uma dupla visão que é oposta entre si. 
Sejam elas sobre o surgimento da humanidade, ou sobre o contato com novas culturas. 
Essa dupla visão era: 
A recusa do estranho e a fascinação, ou seja, entendida como o que falta no 
outro pela boa consciência de si, e a má consciência sobre si e suas próprias sociedades. 
Essas teorias eram aplicadas no discurso da "Figura do mau selvagem e do bom 
civilizado", onde o individuo descoberto como seres da floresta seria o oposto da 
humanidade e visto como uma aberração, ditos como sem religião, sem moral, sem leis. 
E a figura do bom selvagem e do mau civilizado, onde o dito selvagem mesmo sem tudo 
relatado anteriormente, sem leis, sem clero e etc, passa agora a ser mais valorizado, as 
ausências de determinadas coisas são vistas como VANTAGENS, não para o povo, mas 
para o europeu, que começou a explorar os recursos naturais. 
Percebe-se que mesmo com a opinião negativa dos europeus, a sociedade 
posteriormente começa a se questionar o etnocentrismo europeu, começam a querer 
entender a pluralidade culturas e tudo o que a cerca. 
Nota-se que com o passar do tempo, os estudos baseados em relatos de viajantes 
não eram suficientes, e que era necessário uma observação mais profunda sobre o 
homem e suas características gerais. Nesse dado momento, o pesquisador vai a campo 
estudar detalhadamente e questionar a cultura em que o homem está inserido, tendo 
como resultado o "homem primitivo". 
 
2. François Laplantine (2003:43) faz o seguinte comentário a respeito do pensamento de 
De Pawn sobre os índios da América do Norte: 
 
 [...]. Sua convicção é a de que sobre estes últimos a influência 
da natureza é total, ou mais precisamente negativa. Se essa raça 
inferior não tem história e está para sempre condenada, por seu 
estado ‘degenerado’, a permanecer fora do movimento da 
História, a razão deve ser atribuída ao clima de extrema 
umidade. 
 
 Analise esta frase tomando como referência o conceito de determinismo 
geográfico proposto por Roque de Barros Laraia (1986). 
 
 Partindo do conceito de determinismo geográfico de Roque de Barros Laraia, o 
pensamento de De Pawn é equivocado e ultrapassado, uma vez que Laraia refuta esse 
determinismo afirmando que em um mesmo ambiente físico, podem existir diversas 
culturas diferentes. Exemplo do que é mostrado no filme “Xingu”, diversos povos 
indígenas com suas culturas e costumes heterogéneos, moravam no mesmo ambiente 
físico do país, mostrando que o local geográfico não influência na sua cultura. Laraia 
finaliza dizendo que não é possível limitar os homens a uma determinação biológica ou 
pelo meio ambiente, pois eles entre si possuem diferenças além dessas limitações. 
 
3. Explique a teoria do ponto crítico desenvolvida por Alfred Kroeber ressaltando os 
motivos pelos quais ela foi rejeitada pela antropologia moderna. Em seguida, comente 
como se deu a aquisição de cultura pelo homem a partir do pensamento de Clifford 
Geertz. 
 
A teoria do ponto crítico foi definida pelo autor como a solução que prevalecia 
quanto ao problema da origem da cultura. Relatava que a capacidade de adquirir cultura 
de uma conquista de FORMA SÚBITA, de uma hora para outra, na fisiologia dos 
primatas no momento da humanização, onde se produziu uma alteração orgânica de 
pequenos termos anatômicos ou genéticos. Onde essa modificação resultou no que ele 
define como: uma condição possível que um animal cujos progenitores não tinham 
conseguido um desenvolvimento superior, se tornassem aptos, a comunicar, aprender, 
ensinar e etc. O autor assume o relativismo como princípio e romper com quaisquer 
determinismos. Ou seja, consiste na evolução sobre a diferença entre os animais, e como 
e a atuação da cultura sobre o homem, um animal jamais poderá ser igual a um homem, 
mesmo que seja inteligente. 
 Clifford Geertz, problematizou a questão em seus textos, usando como 
argumento o salto da natureza para a cultura, que foi continuo e muito lento, enfatizando 
que a paleontologia provou que o corpo humano formou-se aos poucos. Ele concluiu 
que, a maior parte do crescimento cortical humano foi posterior e não anterior ao 
desenvolvimento da cultura, que a cultura em vez de ser acrescentada a um animal 
acabado, foi um ingrediente essencial na produção deste mesmo animal, e que ela deve 
ser pensada como um conjunto de mecanismos de controle que regulam o 
comportamento, pois sem a cultura os homens seriam monstruosidades incontroláveis, e 
que somos animais incompletos, que nos completamos através da cultura. Portanto 
somos produtores de cultura, onde o homem é um artefato da cultura. 
O principal argumento contrário à teoria é que a cultura deve ser considerada 
‘’não um complexo de comportamentos concretos, mas um conjunto de mecanismos de 
controle, planos, regras, para governar o comportamento, assim para ele todos os 
homens são aptos a receber o programa”. Ele diz que um homem não poderá ser um 
meio homem, que precisa ter uma cultura, que é diferente dos animais e por mais que 
tentem um animal nunca será um homem. 
Para o antropólogo, na sua refutação da “Teoria do Ponto Crítico”, aponta que as 
dimensões culturais e biológicas, no ser humano, influenciam-se mutuamente. 
Compreendendo a cultura como conjunto de sistemas de símbolos, aponta que a 
capacidade de pensamento simbólico surge completa, como um importante salto 
evolutivo no processo de hominização. 
Geertz a interiorização parte do pressuposto que nós possuímos uma série de 
símbolos para interação, e, é a partir dessa fundamentação que a exterioridade seja a 
relação do observador para o indivíduo. Enquanto a interiorização no sistema atua como 
a busca pelos princípios racionais para a vida moderna, articulando a ação da sociedade 
de dentro, ou seja, do homem. 
 
4. De acordo com Rocha (2003, p. 25): “Muita violência, espanto e perplexidade iriam 
regular as relações entre povos, sociedades e culturas tão impressionantemente 
diferentes a ponto de uma negar, frequentemente, à outra a própria natureza humana”. 
Comente o pensamento do autor inserindo-o no contexto histórico do surgimento da 
antropologia como ciência. 
 
Rocha diz que o inicio da Antropologia como ciência teve forte influencia do 
etnocentrismo, o que não colaborava para entendimento do “outro”, mas o autor fala 
que havia a busca pela superação desse pensamento. Buscaria entender e conhecer o 
“outro” e não relacionar a hostilidade. Rocha explica que a Antropologia passou por 
diferentes movimentos em busca da superação do etnocentrismo, o conceito de cultura 
usado por ele para exemplificar um desses movimentos gerando todo o relativismo. 
O autor cita as navegações pela busca de “novos mundos”, isso remete ao período da 
colonização, onde a Antropologia passou por um momento de ser “a dona da verdade” e 
que aos poucos foi perdendo as marcas etnocentricas. Mas antes disso acontecer o 
etnocentrismo trazia consigo um sentimento de superioridade porparte dos europeus, 
acreditando no poder soberano sobre outros povos e suas terras, extinguindo o objetivo 
de compreender o “outro”, dominando-o. O europeu passa a entender que o “outro” é 
para o “eu”, inferior e atrasado, pela ideia de evolução do homem, não era entendido 
que as diferenças entre os povos faziam parte da cultura.

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