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Modelo IS-LM • Contextualização: Após a publicação da obra “Teoria Geral do Juro e da Moeda” em 1936, John Richard Hicks publica em 1937 na revista Econometria o artigo “Mr. Keynes and the ‘Classics’” sintetizando os principais resultados de John Maynard Keynes. Nesse artigo Hicks introduz o modelo IS-LM, que depois foi estendido por Hansen, e por isso o modelo também é conhecido como modelo Hicks-Hansen. A principal contribuição do modelo é a incorporação do mercado de ativos e a determinação da taxa de juros, afetando a determinação da renda através do investimento. Como o modelo congrega a determinação da taxa de juros e da renda, dizemos que este é um modelo de equações simultâneas. • Estrutura do Modelo: Estrutura lógica do modelo IS-LM: Características iniciais do modelo: i. Trata-se de um sistema de determinação simultânea. ii. O mercado de ativos determina a taxa de juros. iii. O investimento responde negativamente à taxa de juros. iv. A taxa de juros afeta a Demanda Agregada por meio dos investimentos, e portanto, o nível de produto da economia. v. A renda também influi no mercado de ativos, por meio da demanda por moeda, que afeta a determinação da taxa de juros. vi. A política monetária (oferta de moeda) e a política fiscal (impostos e gasto do governo) são exógenos ao modelo. Modelo IS-LM • Curva IS: A curva IS (do inglês Investment-Saving) mostra as condições de equilíbrio no mercado de bens. Ela é construída com base nos pontos em que a oferta agregada iguala a demanda agregada de bens e serviços: 𝑌 = 𝐶(𝑌𝑑) + 𝐼(𝑟) + 𝐺 Combinando-se os gráficos acima, obtemos a curva IS, que agrega todos os pontos onde a renda e a taxa de juros equilibram o mercado de bens: Para deduzir a curva IS, podemos recorrer também à igualdade entre poupança e investimento. A poupança como resíduo do consumo é também uma função da renda disponível. Assim, reduções nas taxas de juros que levem à ampliação do investimento devem ser acompanhadas por um crescimento da renda que provoque o aumento necessário na poupança para manter o equilíbrio. A inclinação da curva IS depende essencialmente de dois fatores: I. A sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros. II. A propensão marginal a consumir (ou o multiplicador de gastos). Modelo IS-LM Também podemos representar a derivação da curva IS na forma de quadrantes, onde são dadas a função poupança no 2° quadrante, a condição de equilíbrio no mercado de bens no 3° quadrante, e a função de investimento no 4° quadrante. A curva IS é obtida ao se rebaterem as demais curvas no 1° quadrante: Quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, mais plana é a curva IS, isto é, menor sua inclinação. Quanto maior o multiplicador, maior será o impacto sobre a renda de variações nas taxas de juros, ou seja, menor será a inclinação da curva IS. A curva IS é deslocada por mudanças nas despesas autônomas (C0, I0, G0). O montante do deslocamento será dado pelo multiplicador vezes a variação na despesa. • Curva LM: A curva LM (do inglês Liquidity Money) representa o equilíbrio no mercado de títulos. Para simplificar, considere dois tipos de ativos: moeda e ativos. Moeda possui liquidez absoluta, mas que não rendem qualquer juro, isto é, sua posse não dá um rendimento ao detentor. Os títulos rendem juros, mas possuem uma liquidez inferior à da moeda, isto é, existe um custo para transformá-los em poder de compra. Modelo IS-LM Matematicamente, a soma da demanda por moeda e títulos deve ser igual à riqueza real. Portanto, supondo um dado estoque de riqueza (W): 𝑀𝑑 + 𝐵𝑑 = 𝑊 𝑃 onde Md é a demanda total por moeda, Bd a demanda total de títulos e W/P a riqueza real. A oferta total desses ativos é dada por: 𝑀𝑆 𝑃 + 𝐵𝑆 = 𝑊 𝑃 onde MS é a oferta de moeda e BS a oferta de títulos. Igualando a oferta e demanda de ativos, temos que: 𝑀𝑑 − 𝑀𝑆 𝑃 + 𝐵𝑑 − 𝐵𝑆 = 0 Dado o estoque de riqueza, como o excesso de demanda no mercado de ativos é igual a zero, se o mercado monetário estiver em equilíbrio, o mesmo valerá para o mercado de títulos. Em equilíbrio, excesso de demanda por moeda precisa ser compensado por excesso de oferta de títulos, e vice-versa. A oferta de moeda é uma atribuição da autoridade monetária de cada país, por isso considerada exógena no modelo. A demanda por moeda pode ser explicada por duas razões: transação e portfólio. Quanto maior a renda, maior será o volume de transações na economia e, portanto, maior será a demanda por moeda para transações. Por outro lado, a alocação da riqueza pelos agentes, dependem da taxa de juros operada no mercado. Quanto maior a taxa de juros, menor a disposição em reter moeda para transação, isso é, a taxa de juros é o custo de oportunidade em reter a moeda. A demanda de moeda é como a de um bem normal qualquer, ou seja, varia inversamente com o preço e diretamente com a renda. Dessa forma, considerando apenas o mercado monetário, em equilíbrio a oferta de moeda se iguala à demanda por moeda: 𝑀 𝑃 ̅ = 𝑀𝑑(𝑌, 𝑟) Modelo IS-LM Transportando o todos os pontos de equilíbrio do mercado monetário para um gráfico onde os eixos são taxa de juros r e produto Y: A inclinação da curva LM é determinada pelas elasticidades da demanda por moeda em relação à renda e à taxa de juros. Quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à renda, maior será a inclinação da curva LM, uma vez que uma pequena variação na renda levará a uma grande expansão na demanda de moeda. Quanto maior a elasticidade de demanda de moeda em relação à taxa de juros, menor será a inclinação. Se a demanda de moeda for muito sensível à taxa de juros, qualquer variação nesta exigirá uma mudança significativa na renda, para compensá-la. O deslocamento da curva LM é determinado por mudanças na oferta monetária. Considerando que o nível de preços P seja constante, suponha que a oferta monetária aumente de M1 para M2: • Equilíbrio: O equilíbrio é o ponto que iguala as duas curvas e define a taxa de juros e a renda que equilibra os mercados de bens e de títulos: Modelo IS-LM Desequilíbrio no Mercado de Bens: Pontos à direita da curva IS correspondem a situações de excesso de oferta e pontos à esquerda, excesso de demanda. Seguindo a lógica keynesiana, com preços constantes, havendo excesso de oferta, ocorrerá acúmulo de estoques, fazendo com que as empresas diminuam a produção. Havendo excesso de demanda os estoques diminuirão, forçando o aumento da produção. Essa é a primeira regra de ajustamento: sempre que houver desequilíbrios no mercado de bens, o ajuste se dará via quantidades, alterando o nível de produto (renda). Desequilíbrio no Mercado de Monetário: No mercado monetário, o equilíbrio de oferta e demanda de ativos é representado pelos pontos que formam a curva LM. Pontos à direita e abaixo, haverá excesso de demanda por moeda, e para pontos à esquerda e acima haverá excesso de oferta de moeda. O ajustamento neste mercado se faz por meio de taxas de juros. Essa é a segunda regra de ajustamento. Quando há excesso de demanda de moeda, há excesso de oferta de títulos, ou seja, os bancos não conseguem captar recursos, e passam a elevar a rentabilidade dos papéis. O inverso ocorre quando há excesso de oferta de moeda, pois as pessoas querem direcionar seus recursos para os títulos, provocando uma queda nas taxas de juros e levando o mercado monetário ao equilíbrio. Modelo IS-LM Desequilíbrio Simultâneo dos Mercados: A região I caracteriza-se por excesso de oferta de bens (EOB) e moeda(EOM), pressionando-se tanto a redução de renda como da taxa de juros. Na região II, o excesso de oferta de moeda pressiona a queda da taxa de juros e o excesso de demanda por bens (EDB) a ampliação do produto. Na região III, temos excesso de demanda de bens e moeda, pressionando por aumento na renda e nos juros. Na região IV excesso de oferta de bens e excesso de demanda de moeda (EDM), pressionando por redução da renda e aumento dos juros. Suponha, por exemplo, que tenhamos equilíbrio no mercado de bens mas não no mercado de ativos: No ponto A há excesso de oferta de moeda, pressionando redução dos juros, levando a um momentâneo excesso de demanda por bens até atingir o equilíbrio. Considere agora a situação de desequilíbrio do gráfico abaixo. O mercado não necessariamente se ajusta automaticamente para o equilíbrio. Ele pode “flutuar” em situações intermediárias de desequilíbrio. Modelo IS-LM Pelas características dos mercados é de supormos que o mercado monetário se ajuste mais rapidamente do que o de bens. Pois o mercado de bens necessita de modificações no volume de emprego de mão-de-obra, entre outras coisas, que são processos mais lentos. • Política Econômica: A curva IS é traçada considerando uma dada política fiscal (nível de gastos públicos e tributação) e a curva LM para uma dada política monetária (oferta de moeda). As alterações no ponto de equilíbrio da economia decorrem de deslocamentos da curva IS e da LM ou de ambas, provocadas principalmente por medidas de política econômica. Como sabemos, deslocamentos da curva IS são causados também por modificações dos componentes autônomos (consumo e investimento). Deslocamentos da curva LM são causados por modificações na oferta real de moeda, ou seja, no estoque nominal de moeda ou no nível dos preços. • Política Monetária: A expansão da oferta monetária desloca a curva LM para a direita, e contrações da oferta monetária desloca a curva para a esquerda. Exemplo de expansão monetária: A expansão monetária provoca um aumento de demanda por títulos. Isso provoca um aumento nos preços dos títulos e uma redução na taxa de juros que os remunera. Essa queda de rentabilidade equilibra a demanda por moeda e títulos. A queda na taxa de juros estimula os investimentos, gerando um excesso de demanda por bens e redução dos estoques. Assim, os produtores ampliam a produção. Modelo IS-LM Conforme a renda aumenta, a demanda de moeda para transação se eleva, aumentando a taxa de juros de modo a manter equilibrado o mercado monetário. Apesar de haver uma elevação na taxa de juros no segundo momento, ela não volta ao patamar inicial, por causa da elevação da renda. A partir do exemplo acima, vamos analisar a eficácia da política monetária. Para isso precisamos olhar para duas elasticidades: Elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros: Se a demanda de moeda for muito sensível à taxa de juros, uma pequena variação na taxa de juros será suficiente para ajustar o mercado de ativos. Assim, a maior parte da expansão monetária será retida pelo público com o que induzir- se-á uma pequena alteração no investimento e, portanto, na renda. Ou seja, quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, menor será a eficácia da política monetária. Elasticidade do investimento em relação à taxa de juros: Se esta elasticidade for baixa, mesmo que a ampliação da oferta de moeda gere uma grande mudança na taxa de juros, isso poderá resultar em uma pequena variação no investimento. A eficácia da política monetária será maior, quanto maior for a inclinação da LM e menor a inclinação da IS. Além disso, temos dois casos especiais: Armadilha da liquidez: a taxa de juros está tão baixa que qualquer ampliação na oferta de moeda será retida pelo público. A LM será horizontal e a política monetária não afeta a renda. Caso clássico: a demanda de moeda independe da taxa de juros. A elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros é zero. • Política Fiscal: Na política fiscal, tanto o gasto do governo (G) quanto a tributação (T) afetam o equilíbrio do mercado, gerando também deslocamento da curva IS. Suponha que o gasto público seja elevado. Isso desloca a curva IS para a direita. A magnitude do deslocamento depende do tamanho do gasto e do multiplicador. Modelo IS-LM No modelo Keynesiario simples, o impacto do gasto sobre a renda seria igual ao valor horizontal do deslocamento da IS. Por que no modelo IS-LM o impacto é menor e a renda se eleva somente para Y2? Conforme a renda se amplia em decorrência do gasto, aumenta a demanda de moeda. Com a oferta de moeda fixa, a taxa de juros deve se elevar para equilibrar o mercado monetário. A elevação da taxa de juros faz com que o investimento se reduza, amenizando o impacto da política fiscal expansionista. Mas como medir a eficácia da política fiscal? O primeiro fator é tamanho do multiplicador, que dirá quanto a curva IS se deslocará. Há ainda outros dois fatores que influenciam também a política monetária: a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros e a elasticidade do investimento em relação aos juros. Quanto maior elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros e menor elasticidade do investimento em relação aos juros mais eficaz é a política fiscal. Vejamos outros dois casos extremos: Armadilha da liquidez: A demanda por moeda é infinitamente elástica em relação à taxa de juros. Caso de máxima eficácia da política fiscal: Caso clássico: A curva LM é vertical, temos o caso oposto, em que a política fiscal é totalmente ineficaz. A política fiscal gera a substituição de gastos privados por públicos. Esse efeito é chamado de crowding-out ou efeito deslocamento. Modelo IS-LM • Combinação das políticas Fiscais e Monetárias: Na vida real existem diversos objetivos para a política econômica e uma série de restrições que não podem ser violadas. O governo não utiliza, em geral, um único instrumento, mas uma combinação de políticas. Suponha uma política monetária restritiva seguida de uma fiscal expansiva: O contrário é mais comum: uma política fiscal expansionista e a resposta de uma monetária restritiva: E se no caso de uma política fiscal expansionista o Banco Central resolver controlar flutuações da renda: Apesar de os componentes da demanda agregada afetarem a renda de forma similar, os efeitos na taxa de juros podem variar. Um aumento dos gastos públicos reduz o investimento privado em decorrência do aumento da taxa de juros (crowding out). Em um cenário de redução dos impostos, a renda e a taxa de juros sobem, mas o crescimento da renda é resultado da ampliação do consumo e redução do investimento. Mesmo na política monetária expansionista, a renda cresce via queda da taxa de juros, que estimula o investimento. Modelo IS-LM • Deduzindo a Demanda Agregada: Até aqui não alteramos o nível de preços da economia. Sabemos que o modelo IS-LM trata a relação produto-preços através do estoque real de moeda (𝑀/𝑃). Considere uma elevação nos preços com o estoque nominal de moeda constante: Assim, podemos obter a função demanda agregada: elevações no nível de preços provocam redução no produto. A queda na renda e o aumento da taxa de juros reequilibram o mercado monetário. Ao longo da curva de demanda agregada, tanto o mercado de bens como o mercado monetário estão em equilíbrio: A inclinação da curva de demanda agregada depende dos mesmos fatores que determinam a eficácia da política monetária. A inclinação da demanda agregada reflete mudanças na oferta real de moeda sobre o nível de renda,ou seja, a variação da renda provocada por um deslocamento da curva LM. Quanto maior a sensibilidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, e quanto menor a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, maior será a inclinação da demanda agregada. Outro ponto importante, é que as mudanças de preços provocam movimentos ao longo da curva de demanda. Variações no estoque de moeda desloca a curva de demanda. A expansão do estoque nominal de moeda, dado o nível de preços, reduz a taxa de juros, e aumenta o volume real de moeda. Modelo IS-LM Esse efeito gera um deslocamento para a direita da curva LM: Essa redução da taxa de juros eleva o investimento a cada nível de preços, deslocando a demanda agregada. Para qualquer nível de preços que consideremos, a quantidade demandada será maior: Suponha um aumento dos gastos públicos. A curva IS se desloca para a direita. Um aumento nos gastos autônomos faz com que a quantidade demandada se amplie: Para qualquer nível de preços que se considere, um aumento nos gastos autônomos faz com que a quantidade demandada se amplie, ou seja, desloca-se para a direita a curva de demanda agregada: Modelo IS-LM Os principais pontos destacados em relação à curva de demanda agregada podem ser assim resumidos: A curva de demanda agregada se inclina negativamente, porque uma redução do nível de preços eleva os saldos reais (𝑀/𝑃), reduz as taxas de juros, elevando o nível de equilíbrio dos gastos e do produto. Tanto uma política monetária como uma política fiscal expansionista deslocam a curva de demanda agregada para cima e para a direita, elevando o nível de equilíbrio dos gastos e do produto a cada nível de preços. • Efeito Pigou: Até aqui, consideramos que a função consumo é formada pelo consumo autônomo (𝐶0) e por uma fração da renda disponível, ponderada pela propensão marginal a consumir (𝑐𝑌𝑑 ). Considere agora que o consumo também dependa do estoque real de riqueza. Para níveis de renda semelhantes, quanto maior for a riqueza real dos agentes maior será o consumo, ou seja, o consumo cresce tanto por aumentos na renda como pelo aumento da riqueza. Introduziremos a riqueza via volume real da moeda (𝑀/𝑃), afetando assim, o consumo autônomo (𝐶0) e o investimento 𝐼(𝑌, 𝑟). Até aqui, o volume real da moeda afetava apenas a curva LM. Uma queda no nível dos preços desloca a LM para a direita, como já sabemos. Agora, essa queda também aumenta a riqueza das famílias, ampliando o consumo autônomo e deslocando a IS para a direita: Com o efeito Pigou a curva de demanda agregada tende a ser mais plana, pois a variação dos preços tende a afetar a demanda por dois mecanismos: o investimento via efeito dos saldos reais na taxa de juros, e o consumo em decorrência do efeito riqueza: Modelo IS-LM • Efeito Fisher: Após a análise da variação do nível de preços no modelo IS-LM, vamos avaliar a diferença da taxa nominal e real de juros a partir da seguinte relação: 𝑖 = 𝑟 + 𝜋 onde 𝑖 é a taxa nominal de juros, 𝑟 a taxa real de juros e 𝜋 a taxa de inflação. Todavia, o efeito Fisher define que a taxa nominal de juros varia de acordo com mudanças na taxa real de juros ex ante, ou por aumentos na expectativa de inflação, e não na inflação atual. Portanto: 𝑖 = 𝑟 + 𝜋𝑒 Como há inflação, variação dos preços, precisamos diferenciar as taxas de juros, nominal e real. No caso da demanda de moeda, a taxa de juros relevante é a nominal, que representa o diferencial de rentabilidade real entre a moeda e os demais títulos. Para decisão de investimento, a taxa de juros relevante é a real, uma vez que ao decidir pela ampliação da capacidade produtiva, o empresário compara a produção adicional gerada pelo equipamento frente a seu custo real. Assim, a curva IS trata da relação entre a taxa real de juros e o nível de renda. Já a curva LM trata da relação entre a taxa nominal de juros e o nível de renda. Sabemos que a curva IS representa o mercado de bens e serviços. Assim, considerando que o investimento é dado por 𝐼 = 𝐼0 − 𝑑 ∙ 𝑟, a renda pode ser determinada como: 𝑌 = 1 1 − 𝑐(1 − 𝑡) [(𝐶0 + 𝐼0 + 𝐺0) − 𝑑 ∙ 𝑟] onde 𝑑 é a sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros e 𝑟 a taxa real de juros. Para simplificar, considere o multiplicador keynesiano como 𝛼, o gasto autônomo como 𝐴. Então, pelo efeito Fisher 𝑟 = 𝑖 − 𝜋𝑒, podemos reescrever a renda como: 𝑌 = 𝛼(𝐴 − 𝑑𝑖 + 𝑑𝜋𝑒) Por fim, a curva LM pode ser escrita como: 𝑀 𝑃 = 𝐿(𝑌, 𝑖) Modelo IS-LM Quando os preços são constantes, 𝜋𝑒 = 0 e a taxa nominal e real de juros eram iguais. Com preços variando, dada taxa nominal de juros, a taxa real de juros será tanto menor quanto maior a expectativa de inflação. Portanto, quanto maior 𝜋𝑒 maior o estímulo ao investimento: Com o deslocamento da IS, a renda se eleva, aumentando a demanda de moeda e a taxa nominal de juros. A taxa real de juros, porém, se reduz, o que possibilita a ampliação do investimento, induzindo à elevação da renda. O efeito sobre a renda dependerá dos mesmos fatores que afetam a eficácia da política fiscal, destacando-se a inclinação da curva LM. Quanto mais inclinada, menor o efeito sobre a renda.
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