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Aula 11 - 13-09-2010 - Economia Açucareira II

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Aula 11 - 13/09/2010 - Economia Açucareira II
Texto
	FURTADO (2009, caps. 8 e 9)
A - Capitalização e Nível de Renda
Usa os dados de 1600 - historiografia vai questionar a média elevada
O caminho da renda per capita é declinante (fruto do aumento populacional).
Descontando-se da renda líquida os gstos com consumo ainda assim a margem restante mostra a enorme capacidade para a capitalização. Os dados sugerem que a industria açucareira era suficientemente rentável para autofinanciar uma duplicação de sua capacidade produtiva cada dois anos.
	Dado que não existia outra atividade possível de receber essa investimento, Furtado então observa que nos anos em que não se concretiza essa margem de captalização na indústria açucareira, que parte daquela renda não ficaria na mão daqueles senhores, nem no mundo colonial nem no mundo metropolitano, e sim na mão dos holandeses (não residentes).
- Estimativas de CF: em 1600, 2 milhões de arrobas de açúcar para +/- 120 engenhos
 	- Fonte: Simonsen
 	- +/- 15000 escravos (cerca de ¾ dos escravos da colônia)
 	- Capital: 1.800.000 de libras (total) e 15000 libras por engenho
 	<>mão-de-obra representa quase 20% do capital do engenho
 	- Renda gerada (num ano favorável):
 	<>2.500.000 de libras em exportação de açúcar
 	<>1.500.000 de libras em renda líquida açucareira na colônia (60%)
 	<>2.000.000 de libras de renda total gerada (75%)
 	<>67 libras per capita, com uma base populacional de 30.000 brancos
 	- Distribuição de renda
 	<>90% senhores e plantadores de cana
 	<>5% transporte e armazenamento
 	<>3% gastos com gado de tração e lenha das fornalhas
 	<>2% salários
<>No caso CF utilizou estimativas generosas para as parcelas menores, mas mesmo assim é observável que havia grande concentração nas mãos de renda nas mãos dos senhores e plantadores de cana
 	- Renda gerada (num ano menos favorável)
 	<>1.200.000 de libras em renda açucareira líquida
 	<>600.000 em consumo
<>Mesmo em um ano não muito favorável a margem ainda era muito grande, ou seja, os portugueses poderiam ter aumentado a produção em pouco tempo, mas é necessário analisar por que não fizeram.
- Para CF esses dados sugerem que era possível a colônia duplicar a produção de açúcar a cada dois anos
- Entretanto CF ressalta que talvez parte dessa renda gerada pertença aos comerciantes e não-residentes, permanecendo essa renda fora da colônia (em especial com os holandeses)
- Controvérsia da rentabilidade
 	- CF (Formação Econômica Brasileira) X Mauro (Le Portugal)
 	- (70 a 80%) X (1.2 a 3.4%)
- CF utiliza dados de 1600 colhidas por Simonsen e Mauro utiliza a contabilidade do engenho Serigpe do Conde feita pelo Padre Pereira
- Pode-se verificar em CF que há açúcar de mais, engenho de menos e sempre com áreas de cultivo bastante grandes, enquanto que em Mauro pode-se verificar a conjuntura de preços, escamoteamento de lucros e um administrador venal e fraco (o padre Pereira).
- Jonhson / Silva: acham as estimativas exageradas, sendo 16000 arrobas por engenho demais e talvez o máximo para um engenho grande tenha sido de 6000 arrobas
- CF admite que de fato escolheu estimativas menos conservadoras de Simonsen
- Em 1635. Engenho Sergipe do Conde (que é bastante grande) foi avaliado em 17600 libras
 	- Induz a hipótese de que talvez a média dos engenhos não seja 15000
- Entretanto valo ressaltar que entre 1622 a 1635 foi um período de baixa de preço do açúcar e que talvez haja falhas nos relatórios do Padre Pereita (subestimados para poder cobrir as “fraudes” ou porque simplesmente ele era um péssimo administrador)
- Schwatz: talvez engenhos não sejam de fato tão rentáveis quanto CF defende, mas em termos gerais é de se supor que os engenhos não trabalhavam sob déficit por muito tempo, sendo então aceitáveis lucros que estejam no intervalo de 10 a 15% (sendo às vezes até aceitável na faixa de 5%)
C-Fluxo de renda e crescimento
 	- Paradoxo do açúcar (CF)
<>dados sugerem que a colônia poderia duplicar a capacidade produtiva a cada dois anos
<>”não havia nenhuma possibilidade que o impulso externo pudesse originar um processo de desenvolvimento de autopropulsão”
<>ou seja, a demanda não afeta a oferta de açúcar por parte da colônia?
- na verdade a autopropulsão não é afetada diretamente pela demanda externa, pois a demanda em si é dependente e pode variar muito de acordo com a oferta
- a rentabilidade é devida à mão-de-obra escrava, e que ao mesmo tempo impede a formação de uma demanda interna (autopropulsão)
 	- Investimento (I) X Consumo (C)
 	<>I: importação de escravos, equipamentos -> gera fluxo de renda para fora
 	<>C: importação de bens (comida, azeite) ->gera fluxo de renda para fora
<>tanto I quanto C utilizam o trabalho escravo, ou seja, no que tange o uso de moeda, esta somente é necessária em larga escala para o comércio da colônia com o mercado externo, pois o escravo “permitia” que não houvesse circulação de moedas em volume expressivo dentro da colônia
 	- Fluxo de renda: engenho -> exterior
- Brasil Pré-Metrópole
- Conselho Ultramarino exigia com insistência a implantação da produção de subsistência, esbarrando no conceito “central” de que a colônia somente é monocultura mais exportação
- Excedente colonial, que dimensão? (Chaunu)
 	- Peso do Brasil, em 1600, corresponde a cerca de 10% dos “novos mundos” do mundo
- Chaunu: acredita que “novos mundos” representavam de 1 a 2% do que era produzido na própria europa
 	<>não se deve exagerar a importância do Brasil, pois era uma economia periférica e talvez um pouco maior que os outros, até nossos dias
- Escravidão
- Trabalho escravo na grande lavoura mostrou-se menos rígido do que seus estudiosos muitas vezes descreveram (trabalho livre tendia a ocupar funções que demandavam mais especialização nos engenhos, em alguns engenhos os escravos realizavam todas as funções

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