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Inquérito Policial 4

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MUDE SUA VIDA! 
1 
SUMÁRIO 
INQUÉRITO POLICIAL ......................................................................................................................................... 2 
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................. 2 
VÍCIOS ............................................................................................................................................................ 2 
PRAZOS .......................................................................................................................................................... 2 
INQUÉRITOS NÃO POLICIAIS OU EXTRAPOLICIAIS ......................................................................................... 3 
ATRIBUIÇÃO ................................................................................................................................................... 3 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
INQUÉRITO POLICIAL 
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Tendo em vista a autoritariedade dada ao delegado de polícia no Inquérito Policial, esse 
procedimento tem caráter relativo, pois não tem força para embasar sozinho uma condenação 
criminal. Ora, sabe-se que o Inquérito não produz provas, mas elementos de informação. No 
processo, esses elementos devem passar pelo filtro do contraditório e da ampla defesa para 
que seja validado como prova. 
Ainda nesse sentido, o Art. 155 do CPP salienta que o Juiz não pode condenar baseado 
exclusivamente nos elementos colhidos no Inquérito, e ainda excepciona 3 casos: 
“O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório 
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” 
Pois é, perceba que esse artigo diz que existem 3 elementos colhidos na Investigação 
Criminal que podem embasar condenação, desde que transpassados pelos contraditório 
(contraditório diferido ou postergado) e ampla defesa. São eles: 
 Provas Cautelares: são aqueles objetos colhidos para que futuramente seja 
apresentado em juízo. Um exemplo aqui seria a Interceptação Telefônica. 
 Provas Não-repetíveis: são diligências realizadas no inquérito policial que, por 
sua natureza, não serão repetidas no Processo (como as Perícias). 
 Provas Antecipadas: são aquelas colhidas sempre que houver risco de não 
poderem ser realizadas certas diligências futuramente. É o caso da oitiva de 
testemunhas com idade avançada ou doente. Ele se instaura com a convocação do 
Juiz e com a presença das futuras partes, com respeito ao contraditório e à ampla 
defesa. 
VÍCIOS 
Os vícios do Inquérito Policial, diga-se, erros ou informalidades ou até mesmo 
diligências NÃO contaminam a ação penal, pois trata-se de procedimento dispensável. O que 
pode acontecer é o MP requisitar o suprimento daquele vício, ou apenas utilizar parte do 
Inquérito para embasar a Denúncia. 
PRAZOS 
Uma vez iniciado o inquérito, a autoridade policial tem prazos para concluí-lo, mas estes 
prazos dependem de estar o indiciado solto ou preso. 
Autoridades Indiciado Preso Indiciado Solto 
Delegacia Estadual 10 dias prorrogáveis por mais 15 dias 30 dias prorrogáveis (juiz decide) 
Delegacia Federal 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias 30 dias prorrogáveis (juiz decide) 
Lei de Drogas 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias 
Crimes contra a 
Economia Popular 
10 dias improrrogáveis 10 dias improrrogáveis 
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Crimes Militares 20 dias improrrogáveis 40 dias prorrogáveis por mais 20 dias 
INQUÉRITOS NÃO POLICIAIS OU EXTRAPOLICIAIS 
É a investigação de crimes desenvolvida por autoridades distintas da Polícia Judiciária. 
 Inquéritos Parlamentares: são presididos por parlamentares, sendo as 
diligências realizadas pela polícia. 
 Inquéritos Militares: são presididos por Oficiais Militares de Carreira. 
 Inquéritos Ministeriais: são investigações criminais presididas pelo promotor. 
Não confunda Inquérito Ministerial com Inquérito Policial, sendo este último 
presidido apenas por autoridade policial. Neste caso, a investigação a cargo do 
Promotor conviverá harmonicamente com o Inquérito Policial. Vale ressaltar a 
súmula 234 do STJ, que versa sobre o impedimento do Promotor na propositura da 
ação: 
“A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal NÃO 
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. ” 
ATRIBUIÇÃO 
Atribuição reflete a condição de quem deverá investigar determinados crimes. É de se 
comentar que atribuição não é o mesmo que competência, sendo esta o limite de atuação 
jurisdicional, enquanto a atribuição é função a ser desempenhada nos termos da lei. A 
depender da doutrina, vários são os critérios a serem aplicados no que tange à atribuição. 
Renato Brasileiro salienta uma das formas mais completas de atribuição, que incorre nos 
critérios Ratione Materiae e Ratione Loci. 
 Critério Ratione Materiae: essa vertente enaltece a seguinte pergunta: QUAL É A 
POLÍCIA RESPONSÁVEL PELA INVESTIGAÇÃO? 
Partindo de um contexto mais simplista, a Polícia Federal tem as suas atribuições 
conferidas pela CF/88, no art. 144, e pela lei 10.446/02, em seu art. 1º. De modo geral, cabe à 
PF investigar crimes que tenham repercussão interestadual ou internacional, que exijam 
repressão uniforme, e que atingem bem, interesse ou serviço da união (ou federal), das 
autarquias federais, empresas públicas federais e de fundações públicas federais (este último 
de acordo com a doutrina). Por outro lado, a regra do nosso sistema policial é a investigação 
ser realizada pela Polícia Civil, a qual possui atribuição residual. 
ATENÇÃO! A lei 13.642/18 inseriu na lei 10.446/02 o inciso VII, o qual afirma ser 
de competência da PF quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de 
computadores que difundam CONTEÚDO MISÓGINO, definidos como aqueles que 
propagam o ódio ou a aversão às mulheres. 
CUIDADO! O STF recentemente (2019) entendeu que o Inquérito Policial presidido 
por delegado da Polícia Federal supervisionado pelo MP estadual não é passível de 
nulidade em caso de oferecimento da denúncia lastreada nessa circunstância 
(informativo 964, STF). 
 Critério Ratione loci: aqui a pergunta a ser feita é: QUAL É O LOCAL 
RESPONSÁVEL PELA INVESTIGAÇÃO? 
 
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Primeiro é preciso diferenciar comarca de circunscrição. Comarca é uma região 
delimitada sob a qual determinadas autoridades exercem a sua função, comumente 
confundida com município, mas que pode englobar vários. Já as circunscrições são 
verdadeiras divisões da comarca, com o intuito de melhor distribuir as funções policiais. Por 
isso se diz que juiz e promotor têm comarca, e autoridade policial tem circunscrição. Logo, a 
circunscrição é uma delimitação legal de poder conferida à autoridade policial para investigar 
crimes. Por essas regras, é possível definir dois tipos de atribuição pelo critério Ratione Loci: 
1) TERRITORIAL: em regra, adota-se a teoria do resultado, diga-se, o local de 
consumação do ato é o local que realiza o IP. No entanto, excepcionalmente é possível aplicar 
a teoria da atividade em crimes tentados e homicídio doloso ou até mesmo culposo. Essa 
excepcionalidade foi determinada pelo STJ no intuito de melhor apurar os vestígios do crime. 
A doutrina, complementando ainda mais esse sentido, afirma que no crime de latrocínio 
também deve ser aplicado esse entendimento. 
 
ATENÇÃO! Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição, poderá a 
autoridade policial ordenar diligências em circunscrição alheia à de sua atuação. Em se 
tratando de municípios ou estadosdiversos, será expedida carta precatória. 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de 
uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma 
delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar 
diligências em circunscrição de outra, independentemente de 
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que 
compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que 
ocorra em sua presença, noutra circunscrição. 
2) MATERIAL: é a atribuição definida pela natureza do crime, com a atuação de 
delegacias especializadas em procedimentos de ocorrência em crimes seletos, tais como a 
delegacia da mulher, delegacia de homicídios etc. 
Em regra, a atribuição material é subsidiária à territorial, tendo em vista que se deve 
descobrir a atribuição territorial primeiro antes de verificar a existência de delegacia 
especializada. 
 
Atribuição 
Territorial
Regra: Local de Consumação do fato (teoria do resultado)
Exceção (STJ): Local dos atos executórios (teoria da atividade)
- Crimes tentados 
- Homicídio doloso ou culposo
- Latrocínio 
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