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Direito Constitucional - 1

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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................................... 2 
CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................... 2 
CONSTITUCIONALISMO ............................................................................................................................. 2 
NATUREZA E OBJETO DE ESTUDO ............................................................................................................. 3 
CONCEPÇÕES OU SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO: ......................................................................................... 4 
SENTIDO SOCIOLÓGICO - FERDINAND LASSALE ........................................................................................ 4 
SENTIDO POLÍTICO - CARL SCHMITH ......................................................................................................... 4 
SENTIDO JURÍDICO - HANS KELSEN ........................................................................................................... 4 
PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................... 5 
 
 
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INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
CONSTITUCIONALISMO 
Sabemos que a sociedade se organiza por meio do chamado Estado, que contém os 
seguintes elementos: povo, território e governo1. 
Todo Estado tem uma Constituição, que é como se define a organização do Estado, que 
nada mais é do que a nossa própria convivência no modelo comunitário. Literalmente o “um 
por todos e todos por um” – o tal do espírito coletivo. Ainda que insistamos em não entender 
tal modelo de convivência. 
Apesar de todos os Estados terem uma Constituição, foi apenas com o surgimento das 
Constituições escritas que se passou a estudar efetivamente o surgimento das Constituições. 
O movimento (jurídico, político e ideológico) de criação de uma Constituição escrita, 
criada como documento fundamental e supremo na organização e estruturação do Estado, e 
que tem como traço principal a limitação do poder político é chamado de Constitucionalismo. 
Doutrinariamente, tem-se o início do constitucionalismo com a Constituição Americana 
(1787) e Constituição Francesa (1791). São Constituições marcadas pelas ideias iluministas do 
século XVIII e pelo Liberalismo, valorizando as liberdades e garantias individuais. 
Com a evolução do Estado o constitucionalismo avança para aspectos democráticos e 
sociais, no entanto é importante estudar o instituto do Estado politicamente organizado, LOGO: 
ESTADO 
ESTADO: sociedade política dotada de características próprias, elementos essenciais, que 
as o diferenciam das demais sociedades, quais sejam: 
POVO 
ELEMENTO HUMANO do Estado; determina as pessoas que mantêm vínculo jurídico-
político com o Estado, e se tornam parte dele – conceito jurídico-político. 
 
• População – conjunto de pessoas que se encontram em determinado território de 
um Estado – nacionais ou estrangeiros – conceito numérico. 
• Nação – conjunto de pessoas ligadas que formam uma comunidade unida por 
laços históricos e culturais – conceito sociológico. 
TERRITÓRIO 
• ELEMENTO MATERIAL do Estado – espaço sobre o qual o Estado exerce de modo 
efetivo e exclusivo o poder de império, sua supremacia sobre pessoas e bens. Ex.: 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro. 
Trata-se de um conceito JURÍDICO. 
GOVERNO 
• Exercício do poder soberano estatal voltado ao atingimento das finalidades do 
Estado. 
 
1 Alguns doutrinadores mais modernos acrescentam ainda como elemento do Estado a finalidade, ou seja, a 
organização do Estado deve ser orientada para atingir um conjunto definido de finalidades. 
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Alguns autores relacionam a ideia de SOBERANIA “posta em ação” (SAHID 
MALUF, 1988, p.43). 
NATUREZA E OBJETO DE ESTUDO 
O Direito Constitucional surge com o Constitucionalismo, é considerado como um ramo 
do Direito Público, que tem por objeto o estudo da Constituição. De acordo com José Afonso 
da Silva2: 
“É um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma 
do Estado, a forma do seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o 
estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do 
homem e as respectivas garantias. Em síntese, a constituição é o conjunto de normas 
que organiza os elementos constitutivos do Estado.” 
E para o Grande Jurista, a constituição então teria: 
- como FORMA, um complexo de normas (escritas ou costumeiras). 
- como CONTEÚDO, a conduta humana motivada pelas relações sociais 
(econômicas, políticas, religiosas). 
- como FIM, a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade. 
- como CAUSA CRIADORA, o poder que emana do povo, VERDADEIRO E ÚNICO 
titular de qualquer poder (AINDA QUE ESTEJAMOS LONGE DE TAL CONSCIÊNCIA!). 
 
A Constituição, objeto de estudo do Direito Constitucional, deve ser entendida como a lei 
fundamental e suprema de um Estado, que rege a sua organização político-jurídica. 
As normas de uma Constituição devem dispor acerca da forma do Estado, dos órgãos que 
integram a sua estrutura, das competências desses órgãos, da aquisição do poder e de seu 
exercício. Além disso, devem estabelecer as limitações ao poder do Estado, especialmente 
mediante a separação dos poderes (sistema de freios e contrapesos) e a enumeração de direitos 
e garantias fundamentais. 
Constituição é o nomen juris que se dá ao complexo de regras que dispõe sobre a 
organização do Estado, a origem e o exercício do Poder, a discriminação das competências 
estatais e a proclamação das liberdades públicas. 
Constituição ≠ Carta Constitucional → significados diferentes → Carta Constitucional 
deriva de um ato arbitrário e ilegítimo (outorga). 
Podemos dizer ainda que o Direito Constitucional é a base, a origem de toda a ordem 
jurídica, ou seja, é do direito constitucional que se derivam os demais ramos do direito. 
Pois apenas aqui regulamentamos a sistemática de toda vida política ou comunitária onde 
haverá: 
- POVO, aos quais entregarei direitos e deveres; 
- TERRITÓRIO, o qual delimitarei; 
- GOVERNO (leia-se PODER), o qual limitarei. 
ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO 
Nas lições de José Afonso da Silva, apesar da Constituição ser um conjunto uno, que trata 
de vários assuntos, a doutrina classifica a constituição em 5 elementos: 
Elementos Orgânicos: são as normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Ex.: 
títulos da Organização do Estado e dos Poderes. 
Elementos limitativos: são as normas que estabelecem limites ao Estado, como por 
exemplo, os direitos individuais, nacionalidade, políticos. 
 
2 Curso de Direito Constitucional Positivo, Pg. 38. 
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Elementos socioideológicos: são normas que asseguram direitos com viés sociológico, 
intervencionais. Exemplo.: os direitos sociais, o título da Ordem Social e o título da Ordem 
Econômica. 
Elementos de estabilidade constitucional: são normas que visam assegurar uma 
solução para situações de conflito e instabilidade, por exemplo, o título da Defesa do Estado e 
das Instituições democráticas, o art. 34 a 36 que tratam da intervenção. 
Elementos formais de aplicabilidade: normas que estabelecem regras de aplicação da 
Constituição. Por exemplo: preâmbulo; art. 5º parágrafo 1º; ADCT. 
CONCEPÇÕES OU SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO: 
SENTIDO SOCIOLÓGICO - FERDINAND LASSALE 
Na concepção sociológica, a Constituiçãodeve representar a soma dos fatores reais do 
poder que formam e regem um determinado Estado, ou seja, das forças sociais que constituem 
o poder. Para Ferdinand Lassale, representante dessa doutrina, a Constituição só teria 
validade se correspondesse a realidade social, caso contrário não passaria de uma mera “folha 
de papel”. 
 Na visão sociológica, a Constituição é concebida como fato social, e não propriamente como 
norma. O texto da Constituição seria o resultado da realidade social do país, num determinado 
momento histórico. Lassalle, diferencia a constituição escrita/jurídica da real/efetiva. Constituição 
real é a soma dos fatores reais de poder que regem determinada nação. Para ele, a Constituição real 
não é a do texto normativo, mas os fatores reais de poder. Nesta concepção, havendo conflitos entre 
a constituição real e a escrita, a primeira permanece. “se a constituição escrita não condiz com a 
constituição real, ela não passa de uma folha de papel”, por não ter o poder de mudar a realidade, 
sendo assim, insignificante. 
SENTIDO POLÍTICO - CARL SCHMITH 
Na concepção política, encabeçada por Carl Schmitt, a Constituição é uma decisão 
política realizada pelo titular do Poder Constituinte, resultado de uma vontade política, que 
podem apresentar normas materialmente e formalmente constitucionais. Assim, podemos 
estabelecer uma diferença entre: 
Constituição em sentido material: são normas com conteúdo propriamente 
constitucional (organização do poder, direitos fundamentais, organização do Estado etc.) 
Constituição em sentido formal: na acepção formal, considera-se como norma 
constitucional aquelas previstas na constituição independentemente do seu conteúdo. 
A Constituição é uma decisão política fundamental. Difere constituição e leis 
constitucionais: 
 constituição – é só o que decorre dessa decisão política anterior. Por exemplo, os 
direitos fundamentais, estrutura do Estado, organização dos poderes. Pode-se 
associar esses assuntos com as matérias constitucionais. 
 leis constitucionais – tudo aquilo que está no texto da constituição, mas que não 
decorrem de uma decisão política fundamental. São assuntos que poderiam ser 
tratados por leis infraconstitucionais. 
SENTIDO JURÍDICO - HANS KELSEN 
Na concepção jurídica, defendida por Hans Kelsen, é uma norma hipotética fundamental, 
que deve ser utilizada como fundamento de validade de todas as demais normas. Estabelece um 
distanciamento entre a norma jurídica e os valores sociais. 
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A constituição estabelece um mundo do DEVER-SER e não efetivamente do ser, sendo o 
resultado de uma vontade racional do ser humano, e não das leis naturais. 
A Constituição é uma norma jurídica. Norma fundamental do Estado e da vida jurídica de 
um país, paradigma de validade de todo o ordenamento jurídico e instituidora da estrutura do 
Estado. 
PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
• Constituição Federal; 
• Doutrina Constitucional; 
• A Jurisprudência, em especial a do STF – que é o guardião da Constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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