A SOCIOLOGIA DE EMILE DURKHEIM

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A sociologia de Émile Durkheim
Ementa da aula
Biografia de Durkheim
Antecessores
“A divisão do trabalho social” (1893)
“As regras do método sociológico” (1895)
“O suicídio” (1897)
Legado
PROPOSTA: 
Aula expositiva
Debate
Émile Durkheim - biografia
Èmile Durkheim foi um sociólogo francês muito célebre no século XIX.
Durkheim viveu em um período de grande progresso, marcado pelo surgimento da eletricidade, dos automóveis, cinema e avião, ao mesmo tempo em que surgiam problemas sociais como pobreza e criminalidade. 
Estudou na Alemanha e ficou célebre por fundar a sociologia na França.
Émile Durkheim - biografia
Suas principais referências intelectuais são:
	O positivismo: Inspirado em Augusto Comte, Durkheim retoma a ênfase no poder da razão e se inspira nos métodos das ciências naturais, traçando uma distinção entre o objeto de estudo e o pesquisador.
	Evolucionismo: Ideia desenvolvida por Charles Darwin, é trazida à sociologia por Herbert Spencer e incorporada por Durkheim. Na sociologia, implica no entendimento de que a sociedade está em evolução constante e linear
Antecessores 
Augusto Comte (1798 - 1857): Filósofo francês frequentemente considerado como fundador da sociologia, utilizou pela primeira vez o termo sociologia em 1838 para se referir ao estudo científico da sociedade. Acreditava que todas as sociedades se desenvolvem e progridem nos estágios religioso, metafísico e científico. Considerava que a sociedade precisa de conhecimento científico baseado em fatos e evidências para resolver seus problemas.
Antecessores
Herbert Spencer (1820 - 1903): Pensador inglês, comparou a sociedade a um organismo vivo com partes interdependentes. Mudanças em algumas partes causam mudanças em outras partes, de modo que todas as partes contribuem para a estabilidade e sobrevivência da sociedade como um todo. O autor considerava que a sociedade corrigiria seus próprios defeitos por meio de processos naturais de sobrevivência, tal qual os organismos biológicos.
“A divisão do trabalho social” (1893)
Tese de doutorado defendida em 1893, trazendo grande ânimo na academia francesa.
Nessa obra, Durkheim busca entender a função da divisão do trabalho nas sociedades modernas, adotando a tese de que a sociedade passa por um processo de evolução caracterizado pela diferenciação social. A etapa inicial da evolução é chamada de "solidariedade mecânica" e a etapa final é chamada de "solidariedade orgânica”.
“A divisão do trabalho social” (1893)
Nas sociedades de solidariedade mecânica, os indivíduos vivem partilham uma consciência coletiva em comum, definida como um conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros da sociedade, que forma um sistema com vida própria.
Nestas sociedades, existe total predomínio do grupo sobre os indivíduos. A semelhança entre eles é forte, havendo pouco espaço para individualidade. Durkheim considera, nesta categoria, sociedades simples, como grupos indígenas.
“A divisão do trabalho social” (1893)
Já nas sociedades de solidariedade orgânica, os indivíduos estão interligados na coletividade porque cada um passa a depender do outro. Esse fenômeno se deve à especialização de funções, ou a divisão social do trabalho.
As sociedades modernas, que são onde se encontram esse tipo de solidariedade, são altamente diferenciadas, sendo que cada indivíduo exerce funções específicas que são vitais para o funcionamento do sistema social.
A divisão do trabalho não se restringe à sua esfera econômica; ela tem também uma função moral, uma vez que ela passa a ser o elemento chave para a integração dos indivíduos na sociedade
“As regras do método sociológico” (1895)
Considerando a Sociologia como uma ciência tal qual as biologia, Durkheim busca entender os fatos sociais de maneira isolada.
Os fatos sociais são uma categoria de fatos com características especiais: consistem em modos de agir, pensar e sentir externos ao indivíduo, os quais são investidos de um poder coercitivo em virtude do qual exercem controle sobre ele.
“As regras do método sociológico” (1895)
Características dos fatos sociais:
Exterioridade: Eles são exteriores ao indivíduo, provindo da sociedade;
Coercibilidade: São impostos pela sociedade ao indivíduo;
Objetividade: Tem uma existência independente do indivíduo
Essas características estão de acordo com o pressuposto básico de Durkheim: a sociedade que explica o indivíduo.
“As regras do método sociológico” (1895)
Regras para a observação de fatos sociais:
1º - Neutralidade: Devemos descartar sistematicamente todos os preconceitos;
2º - Objetividade: O assunto da pesquisa deve incluir apenas um grupo de fenômenos definidos de antemão por certas características externas comuns;
3º - Distanciamento: Quando o pesquisador se propõe a investigar qualquer ordem dos fatos sociais, ele deve se esforçar para considerá-los de um ponto de vista em que se apresentem isolados de suas manifestações individuais.
“As regras do método sociológico” (1897)
Durkheim também define regras para distinguir o normal do patológico, com base na coesão social que o fato apresente, bem como regras para a constituição de tipos sociais e regras para a explicação de fatos sociais. Toda a obra tem como base a caracterização dos fatos e de suas regras de observação.
“O suicídio” (1897)
Nesta obra, Durkheim investiga um dos problemas mais recorrentes na sociedade moderna: o suicídio.
O autor tenta demonstrar que o suicídio também possui causas sociais, muito além das causas médicas ou psicológicas. Assim, distingue três tipos de suicídio:
“O suicídio” (1897)
O suicídio egoísta: Quando o indivíduo não está integrado à instituições ou comunidades que regule suas ações e lhe dê disciplina e ordem (como família, escola, trabalho), ele acaba tendo desejos que não pode satisfazer. Esse egoísmo, quando frustrado, pode levar a ondas sociais de suicídio, e também pode ser constado quando o indivíduo se desvincula de suas redes sociais.
Suicídio altruísta: Quando o indivíduo se identifica tanto com a coletividade que é capaz de tirar sua vida por ela (como soldados, mártires, etc.).
“O suicídio” (1897)
Suicídio anômico: Se deve a um estado de desregramento social, no qual as normas estão ausentes ou perderam o sentido. Quando os laços que prendem os indivíduos se afrouxam, esta crise social provoca o aumento da taxa de suicídio.
A questão central do suicídio, para Durkheim, não são suas causas em si, mas a anomia, ou seja, a falta de coesão social que leva a sua desintegração e ao suicídio de seus integrantes.
Legado
De modo geral, Durkheim infleunciou amplamente as ciências sociais, sendo utilizado como referência até hoje.
Um de seus principais seguidores, contudo, foi Marcel Mauss, seu sobrinho, que incorporou nas teorias formuladas por Durkheim o simbolismo como uma atividade inconsciente da mente.
Legado
Outro seguidor foi o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, que também ocupou um posto de professor de sociologia mas acabou se tornando um dos primeiros proponentes do Estruturalismo.
Exercícios
1 – Que influências da obra de Durkheim você observa nas ciências humanas atuais?
2 – Durkheim considerava que os problemas sociais, como o suicídio, criminalidade e pobreza, tinham origens apenas sociais. Você concorda?
3 – Quais são as principais características do positivismo que você consegue identificar na obra de Durkheim?